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Meditação
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Memória
Esta festa, instituída em 1726, comemora o dia em que, conforme as tradições carmelitas, a
Virgem apareceu a São Simão Stock, primeiro Superior Geral da Ordem. Maria prometeu
abençoar especialmente todos aqueles que, no decorrer dos séculos, usassem o seu
escapulário. A Igreja aprovou solene e repetidamente esta devoção mariana nascida na
Inglaterra, e os Papas concederam-lhe numerosos privilégios espirituais.
A Virgem do Carmo é padroeira dos marinheiros. Ela é o Porto seguro onde devemos
refugiar-nos em todas as tempestades da vida.
Em 1605, foi eleito Papa o Cardeal De Medicis, que tomou o nome de Leão
XI. Quando o revestiam com as vestes pontifícias, quiseram tirar-lhe um grande
escapulário do Carmo que trazia entre a roupa. Mas o Papa disse aos que o
ajudavam: “Deixem-me Maria, para que Maria não me deixe”. Nós também não
queremos deixá-la, pois necessitamos muito da sua protecção. Por isso
trazemos sempre o seu escapulário. E agora dizemos-lhe que, quando chegar
o nosso último momento, iremos abandonar-nos nos seus braços. Temos-lhe
pedido tantas vezes que rogue por nós agora e na hora da nossa morte que
Ela não se esquecerá!
O Papa João Paulo II, falando aos jovens numa paróquia romana dedicada à
Virgem do Carmo, recordava-lhes em confidência como recebera especial
socorro e amparo da sua devoção à Virgem do Carmo. “Devo dizer-vos –
comentava-lhes – que na minha juventude, quando era como vós, Ela me
ajudou. Não poderia dizer-vos em que medida, mas penso que foi numa
medida imensa. Ajudou-me a encontrar a graça própria da minha idade, da
minha vocação”. E acrescentava: a missão da Virgem, essa que se encontra
prefigurada e “começa no Monte Carmelo, na Terra Santa, está ligada a uma
veste. Esta veste chama-se santo escapulário. Eu devo muito, nos anos da
minha juventude, a este escapulário carmelitano. Que a mãe se mostre sempre
solícita e se preocupe com a roupa dos seus filhos, de que se apresentem bem
vestidos, é algo encantador”. E quando essas vestes se rasgam, “a mãe
procura consertá-las”. “A Virgem do Carmo, Mãe do santo escapulário, fala-nos
desse cuidado maternal, dessa sua preocupação por vestir-nos. Vestir-nos em
sentido espiritual. Vestir-nos com a graça de Deus e ajudar-nos a conservar
essa roupa sempre limpa”. O Papa aludia às vestes brancas usadas pelos
catecúmenos dos primeiros séculos, como símbolo da graça santificante que
recebiam com o baptismo. E depois de exortar a conservar a alma sempre
limpa, concluía: “Sede também vós solícitos em colaborar com a Mãe boa, que
se preocupa com as vossas vestes, e especialmente com as vestes da graça,
que santifica a alma dos seus filhos e filhas”14. Essas vestes com que um dia
nos apresentaremos ao banquete nupcial.
O escapulário do Carmo pode ser uma grande ajuda para amarmos mais a
nossa Mãe do Céu, um lembrete para que não nos esqueçamos de que lhe
estamos dedicados e de que, num momento de dificuldade, no meio de uma
tentação, contamos com a sua ajuda. Com palavras do Gradual da festa de
hoje, pedimos a Nossa Senhora: Recordare Virgo Mater Dei [...] ut loquaris pro
nobis bona. “Lembrai-vos, ó Virgem Mãe de Deus, quando estiverdes na
presença de Deus, de dizer-lhe coisas boas de nós”15; também nesses dias em
que não tenhamos sido tão fiéis como Deus espera dos seus filhos.
(1) 1 Rs 18, 44; (2) cfr. Professores de Salamanca, Bíblia comentada, BAC, Madrid, 1961, vol.
II, pág. 450; (3) Pio XII, Alocução, 6-VIII-1950; (4) São Josemaría Escrivá, Caminho, 7ª ed.,
Quadrante, São Paulo, n. 500; (5) cfr. Inocêncio IV, Bula Ex parte dilectorum, 13-I-1252; (6) cfr.
João XXII, Bula Sacratissimo uti culmine, 3-III-1322; (7) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium,
62; (8) Card. Gomá, María Santísima, 2ª ed., R. Casulleras, Barcelona, 1947; (9) Santa Teresa,
Fundações, 23, 3; (10) Paulo VI, Homilia, 15-VIII-1966; (11) João Paulo II, Alocução, 9-XI-1982;
(12) cfr. M. Trens, María, Iconografía de la Virgen en el arte español, Plus Ultra, Madrid, 1946,
pág. 378; (13) São Vicente Ferrer, Sermão II sobre o Natal; (14) João Paulo II, Alocução, 15-I-
1989; (15) Graduale Romanum, pág. 580.