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10 ENERGIA OU CARGA ESPECIFICA 10.1 INTRODUGAO. ‘Muitos fendmenos que ocorrem em canais podem ser analisados utii- zando-se o princfpio da energia. Conforme o que foi visto no Capitulo 7, em particular a Equagao 7.17, a energia total por unidade de peso, em uma certa segfio de um canal onde a distribuigdo de pressdo é hidrostatica, € dada por: v H=Z+ytol— yros (0.1) Em 1912, Bakmeteft' introduziu 0 conceito de energia ou carga espe- cifica, como sendo a energia (carga) dispontvel em uma segao, tomando como plano de referéncia um plano horizontal passando pelo fundo do canal, naquela segio, Em outras palavras, a energia espectfica € a distincia vertical entre 0 fundo do canal e a linha de energia, o que corresponde a fazer Z = 0 na Equa- do 10.1. Este conceito simples € extremamente importante para estudar os pro- blemas de escoamentos através de singularidades em canais, como alteragao da cota de fundo, alargamentos ¢ estreitamentos. Desta forma, a energia espe- cifica para uma determinada sego de um canal, em escoamento retilineo, & dada por: v2 B=yta y (10.2) Portanto, a energia especffica em uma seco do canal & a soma da altura «Agua com a carga cinética. Utilizando a equagao da continuidade, a equagdo anterior pode ser ex- pressa por [e Guarani Jo de Aloe] 28g. | Hidéuiica Bésica Cap. 10 Bsyta-s > (10.3) Phe Logo, para uma dada sego do canal e para uma dada vazio, a energia especifica € fungdo s6 da geometria e em particular da altura d°égua 10.2 CURVAS y x E PARA q = CTEE y xq PARAE = CTE Com a finalidade de tornar mais acessfvel a compreensio do conceito de energia espectfica, 6 conveniente iniciar o estudo pelo escoamento em um canal retangular e supondo que o coeficiente de Coriolis seja igual a unidade: isto simplifica as equagdes ¢ ilustia melhor os fundamentos. As propriedades deduzidas podertio ser aplicadas aos canais de outras formas, conforme seri visto a seguir A hipétese de o canal ser retangular permite 0 uso da aproximagao bi- dimensional e a possibilidade da utilizagao da vazdo unitaria ou vacdo espe- cifica, definida como a relagao entre a vazio Q e a largura do canal b, isto é q 2 Yay (10.4) Desta forma, a Equagio 10.3 pode ser reescrita como: g E=yt+, agy’ 10.5) Considerando agora que E varia com y, para um dado valor constante de 4 pode-se construir um grafico da Equagio 10.5 no plano E ~ y. ‘A Equacio 10.5 pode ser imaginada como sendo a soma de duas fun ges, B= A+B: A=y, que é uma reta a 45°, B que é uma curva do tipo hiperbstico. 2gy’ Como condigées de contomno, tem-se: Sey F0.A90,B 3%. E=B 50 Sey 90,B90,A 40. BEAsy 0 Cap. 10 Energia ou Carga Espocitica | ag) Isto indica que a curva y x E tem duas assintotas, uma ao eixo das abscissas E = B e outra a bissetriz. dos eixos coordenados, E = y. Assim, somando graficamente a reta a 45° e a hipérbole, chega-se ao grafico da Figura 10.1 E também de interesse pratico o estudo de como a vazaio unitaria q varia com a altura d’égua y para uma dada energia espectfica constant, E = Ep. A Equagao 10.5 pode ser escrita como: a=V8y JE. -y (106) Aqui, também pode-se tragar um grafico y x q, observando-se que as condigdes de contorno sao: sey + 0,q 0 (nfo ha dgua) 82 ¥ > Bo, q — 0 (hé digua em condigdo estética) Isto mostra claramente que deve haver um valor méximo de q para algum valor de y entre 0 ¢ E». A curva tem o aspecto apresentado na Figu- 1a 102. Com referéncia ao gréfico da Figura 10.1, pode-se observar que, para cada nivel de energia prefixado, existem duas possibilidades de veicular uma vazéio q no canal retangulat, O escoamento pode se dar com uma al- tura d’dgua y), que corresponde & raiz. da Equago 10.5 que se encontra no ramo inferior da curva, ou pode se dar com uma altura d'4gua y2, que corresponde a raiz. da mesma equagiio que se encontra no ramo superior da curva. Estes dois escoamentos tém caracteristicas bem diferentes, 0 de al- tura d’égua yi € chamado de escoamento rdpido, torrencial ou supercritico © ode altura d’gua y: € chamado de escoamento lento, fluvial ou subcritico © as profundidades yi € y2 sto chamadas de profundidades alternadas ou correspondentes. Um ponto destaca-se nos graficos das Figuras 10.1 ¢ 10.2, aquele re- ferente & energia minima ou 0 seu correspondente referente & vazio méxima. Evidentemente, estes pontos sto correspondentes, ja que ambos os grificos so a representacio da mesma equago, A profundidade associada a estes pontos € denominada profiundidade critica Ye, a qual cortesponde a fronteira entre 08 dois ramos da curva, e € um dos pardmetros utilizados para a identificagiio do tipo de escoamento no canal Sintetizando as observagdes sobre a Figura 10.1, pode-se concluir que: 1. se y> ye V < Vi, escoamento suberitico; E Figura 10.1 Relagdo altura d’dgua-energia expeeflicn(varao constane) a a, a Figura 10.2 Relapio altura d's (energia especitic tame).

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