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ENTRO LATINOAMERICAN® BE PARAPSICOLOGIA DIDIVUEC AL AO ¢ O MISTERIO A LUZ DACIENCIA TS nae a. DE Nos Ano 2 REPRESENTANTES MEXICO: Sma. Martha Jiménez Pires, 181 México 20,0. Hernén Posada ‘Apartado 26°00 16516 *Bogotd 1 PUERTO RICO: Mati Johnson Box 6357 Loize Station Senturee,P.A. 0914 Padre Miguel Tore! ‘Colegio Micricorsista Ay. Sn Martin, 3820 Montevideo Cristina Almada Lue Alberto Herrera, 258 ‘Asuncion Loyola Viajes Parand 552,9° piso, of. 91 Buenoe Aires ‘coLomsta: vunucuay: PARAGUAY: ARGENTINA: ESPARA: IM. Ameles de G.Quevedo Av. de Brasilia, 38 Maris, 28 PERG: Ross Vega Lomparte Rodolfo Rutte, 747 Lima, 17 Luis Talavera Sepure ‘Av. Dosde Mayo, 357 — San attra — DPTO 25 ima’ Virginie €ndara Aportado 8398, Panam, 1 IM, Luisa de Atbuqueraue Caixa Pomel 364 Lobite PARAPSICOLOGIA. Acencia Central DR-SP ‘Autoriangeo n° OSI-781/73 ie PARA ICOLOGIA cr$7.00 — ARTIGOS 0 Problema dos Curandeiros (6) 4 SECOES Biografias: William Peter Blatty - Carl Gustav Jung. 14 Notas ¢ Noticias ed Nossa Opindo: A “Endemoninhada” de Benguela - Parapsicologia e Comunismo. 16 Diogo com o leitor: O Exorcista - Jesuita e exorcismos, ov Fatos da Vida Real: Acidente em dois tempos - © Caso Frances Burns- A Escola ‘Anglo-Saxonia - O Periodo cléssico na Europa - A Metapsfquica e 2 evolucio Geral das idéias cientificas - A Parapsicologia contemporinea - Coneluséo. 28 Livros em Sintese: “La Metapsychique”™. 30 (© Melior das Revistas: Estudos sobre Psi experimental con fe barathos irregulares, Nossa Biblioteca 48 Esta Revista & uma publicagéo do Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP) — CGC 62.717.780/001, ,|NSC Estadual 108.524/107 situado 2 Vie ‘Anhanguera km. 26 — Sio Paulo, Brasil. — Tel. Directoria: 260-7630 — Gerenci 260-7480 — Clinica: 260-7630. Endereco Postal: Cx Postal 11.587 - 05.000 $Pulo. Brasil Telesramas: PARAPSICOLOGIA. Presidente: Pe. Oscar G. — Quevedo, $. J. — Diretor Responsével: Pe. Edvino ‘Augusta Friderichs, S. J. ~ Gerente Geral: Pedro G. — Quevedo. Coordenacio y ‘Administracdo: Antonio Benedito Cabral. — Secretéria: Antonia T. Galiot Tapa: Alberto Allende — Arte, Diagremacdo ¢ Fotolito: ADIGRAF. — Impres- slo: Grafstudio. ne 1 — Em 26-11-73 Autos de 3 Registrada no 4 Registro de Tiulos ¢ Documentos Livro B SgEteeai &e Mevinat ne 1312/13 Lime a 17 Fie 166 egisrada na D.C.D.P. sob o n° 1215-P.208/73 om 29-08-74 Dispenme de remezta Ee Etmplares seen posto om crculnao (ert. B da Portarin” 209/78-DG DPF. O PROBLEMA 4 OVNI te Perr eee “Dingnosticaré ficif”. “Segundo Mare Brivet, presidente do ‘Agrupamento para © Reconhecimento da Radiestesia M dica’ (seria bom que tos deste grupo) havi em 1954 em mais de 40.000 pessoas que am a Radiestesia. Quase todos se arriscavam a estabelecer diagnésticos e 8 tratar doentes”!. O Dr. Colinon, apés suas pesquisas, nfo acha este ni mero exagerado, antes, 20 contririo? Tal némero é sempre crescente. Acres: centemos os outros diagnosticadores nlo-radiestesistas, evidentemente mais numerosos e ficaremos assombrados do Radiestesia, A Radiestesia sentido especifico e etimologico (per ceber radiagbes), 80 corresponde & lidade, salvo em rarissimas ocasioes. Os tebricos de Radiestesia “argume tam’ possivel perceber as div radiagbes cerebrais que correspondem 108 diversos estados de salide, da mesma maneira que podem ser percebidas pelo eletro‘encefalégraf © receptor bioldgico, 0 homem, & mais sensfvel do que 0 receptor fisico, o eletro-encefalografo, E verdade; mas isto ndo quer dizer que esteja provada, 508, 2 Radiestesia, Analogia 0 6 argumento, Nao. negamos que um radiestesista posse captar, até sem contato, por hi era estes (59 de uma série) perestesia inconsciente, essas _minimas emistes elétricas do cérebro de outra muitas “radiagoes humanas”*. Més ain- da ficaria o problema por parte do mconsciente do radiestesista da inter pretacio dessas captacbes. Nao negamos que em algum captacio e interpreta; mati festar por movimentos inconscientes ampliados pelo péndulo. Mas, neste caso, o fendmeno entraria de cheio no terreno do: Nao seria um fendmeno comum e re gular como pretendem os radiestesistas. Seria um fendmeno parapsicolégico, nfo uum fendmeno orgénico comum, e, por tanto, essencialmente irregular, incon- trolivel como todo fendmeno paraps € sujeito a mil érros pela inter do psiquismo inconsciente ¢ seu vasto e complexissimo mundo, Diagnéstico por radiestesia? A mes- ma coisa, pouco mais ou menos, deve- mos dizer com respeito és demais afir- mag6es dos radiestesistas sobre 0 diag néstico médico. O radiestesista compa: a radiacfo humana vital (?) com as radiagbes das substincias quimicas que comptem um érgio sadio, que seriam diferentes das dos érgos doentes. Pondo-se 0 remédio na mio do dente, indulo giraria numa ditegdo, quando smédio € conveniente, na. diregao ia, quando desaconselhive, ¢ fi caria quieto, quando o remédio fosse inGtil. Inclusive, pela amplitude dos movimentos do péndulo determinar-se-ia ‘© grau de convenigneia ou inconveniéncia do remédio, e o grau de acerto ou errs do diagnéstico. Idénticos poderes se teriam para a localizagio de érgios afetados. Ete ‘Nenhuma destes afirmagBes tificemente comprovada. Pel esté_cientificamente comprovado que sio falsas. Alguma vez também o radies- tesista pode acertar, como inimeras vezes pode errar, pelos inumeraveis fac- tores de erro do psiquismo inconsciente. Porque, repetimos, a radiestesia nfo é tum fendmeno orginico, fixo, comum, mas um fenomeno parapsicologico, ir gular, incomum, uma de tantas téonicas ‘Ou mancias, “a gosto do consumidor” pata @ manifestago dos conhecimentos ¢ adivinhagbes, erros, invengBes ou asso- ciagBes do inconsciente, como a pico: srafia, “oui-ja”, movimentos docopo ou da mesa, projegio alucinatéria na bola de cristal ou cristalomancia, oniroman- cia, et. 'A Radiestesia médica e seus éxitos de diagnéstico, por conseguinte entram de cheio no émbito escuro do curandei rismo ¢ charlataneria, Repercusio orginica. O Dr. Calligaris, professor de fisiologia na Universidade de Roma, parapsicdlogo, entre milhares de experiéncias cita as das placa epi- teliais, que indicariam, por exemplo, se a quantidade de alimento ou veneno, ou de remédio que se tem na mao esté ‘ou nao dentro dos limites méximoscom- pativeis com a satide normal daquela pessoa nesse momento. O mesmo acon- teceria tocando-se na fotografia ou num ‘manuscrito que descrevesse esses remé- dios, etc Reconhecendo que as experiéncias do Dr. Calligaris s80 muitas e impressio- nantes, também é verdade, em primeiro Tugar, que precisam ser confirmadas, como ele mesmo confessa. Em segundo lugar, a teago em tais placas correspon- deria’& adivinhacto inconsciente a res- peito da substincias em questio, nfo a lum influxo das substincias, ou da sua fotografia, ou do manuscrito, sobre 0 organismo do radiestesista "Também desta maneira podem se ex- plicar alguns diagnésticos e receitas dos curandeiros. Seria uma espécie de HIP ‘ou HIE”: o curandeiro captaria através das excitagbes das placas, como atra- vés de outra série de reflexos no con- sulente, a adivinhapfo inconsciente que focasionara ais excitactes ¢ reflexos. ‘Nao é um fendmeno orginico mas para- psicol6gico. O curandeiro se exporia, pois, a intimeros érros. Magnetismo vital. Outros tebricos © difusores da superstigao “argumentam” com o magnetismo animal de (ou teorias semelhantes, que, aliés, geral- mente nfo estio confirmadas cientifica mente Por exemplo, é muito invocado o Dr. Baraduc, segundo 0 qual, 0 corpo hu Diversastipos de péndulos improvisados. ‘mano seria influenciado pelo meio que (© envolve € exerce sobre 0s corpos viainhos apo proporcional a0 grau de sua propria energia, Todos 0s corpos da natureza, e portanto, também o corpo humano, tenderiam, por influen- cias reefprocas, a colocarem-se em re: acto harmonica de vibragdes (? ) (© aparelho do Abade Fortin® pode ria constitir um processo de biome- tria, pois poderia dar a medida exata do grau de emissOes irradiantes € por conseguinte medir o estado de saide de uma pessoa e até determinar quais (0 rgos eventualmente doentes ¢ em que grau,’ Inclusive, segundo o maior ou menor grau de sade, 0 corpo huma- no captaria maior ou menor niimero de radiagdes ou influencias c6smicas ¢ astrolbgicas. Estas absorgles de ener! poder-se-iam medir, e assim medirse-ia aside, Etc, Tais “argumentos” ngo sdo cient cos, Nao esto demonstradas tais in- fluencias ou radiagbes. Nem determi- naram com exatidio as diversas clases de imadiagdes ¢ seus graus correspon- dentes a cada draio e situagao de saude. ‘Seriam necesrios aparelhos precisos que atualmente nfo existem. Tudo, hoje, ro passa de meras possiblidades. Do ponto de vista do diagnéstico pelos curandeiros, neste caso, como nos anteriores, de influencias na pele ou no péndulo, nfo adianta recorrer as possi veis captagoes e interpretagbes por par- te do inconsciente, porque tudo ficaria redurido, uma vez mais, a um tipo de HIP, ou’ adivinhacdo sensorial incons- ciente, Ora, mesmo 0 inconsciente no pode adivinhar 0 pensamento se de fato rninguém conhece essas irradiacbes nem sabe interpreti-las. Qualquer diagnéstico por estes métodos no passa de palpite, mera excepedo se acertar. Diagnéstico em sonhos. © diagnés- tico advinhat6rio de doenas empregou ‘outras inumeraveis técnicas, sendo rela~ ‘tivamente comum em todas as épocas e civilizagdes. Por exemplo, a oniroman- cia, ov adivinhagao através dos sonhos. s ‘Sem ctir nos exagéros dos ocultistas, ‘mages, adivinhos, nem sequer, em outro plano, nos exagéros e abusos dos. psi- canalistas freudianos; no ha divida que a oniromancia, ‘¢ concretamente para 0 diagnéstico’ de doengas, tem algum fundamento ¢ vem sendo usada ‘mais ou menos cientificamente desde @ antiguidade. 34 05 médicos gregos analizavam os sonhos para diagnosticar 0 estado.humo- ral, ou sorpreender, no seus comecos, certos processos morbosas. A isso alude Aristoteles. Dos diagnSsticos por sonhos ‘ratam os fundadores da medicina, iHi- pécrates e Galeno!®. Este grande médi- 0, nascido na Asia Menor no ano 129 4.C., afirmava que em algumas ocasibes ele mesmo sonhara nao s6 com o diag- néstico, mas também com 0 modo de ‘ratar certas doencas. 0 inconsciente avisa. Pelo talento do inconsciente para simbolizar ¢ exagerar os minimos sintomas que capta hiperes- tesicamente (ou inclusiva extrasensorial- mente)'?, explicam-se_ perfeitamente cesses sonhos de diagnéstico até muito precoce. (Os Drs. Meunier ¢ Masselon citam ‘0 caso de uma menina que, em sonhos sentia que lhe apertavam a cabega com uum toro. Pouco depois se apresenta- ‘vam sintomas de meningite. Os Drs. Vaschide ¢ Pieron referem 0 caso de outra menina que sonhara com uum carregador que Ihe punha sobre 0 ppescoro uma caixe muito pesada: pou- cas horas depois de acordar Ihe apare- cia angina, Dias antes de aparecer uma ferida ‘maligna na pema, A. de Villeneuve son hhou que um cachorro o mordia, ‘Gessner sonhara que fora picado por ‘uma serpente,surgindo mais tarde, no lu- gar da picada, uma ulceragio pelasqual morte. Macério sentiu em sonhos, a garganta fortemente inflamads. Acordou com perfeita saide, mas, horas depois, se the manifestava violenta amigdalite ‘Um estudante sonhara que sentia uma dor no peito ¢ que aumentava a0 6 (Os trés tos mais comuns de varinha de rabdomante, respirar profundamente, produzindo tos- se. Quando acordara sentiu-se perfeita- mente e, por conseguinte, néo dera importincia ao sono. Dois dias depois, porém, surgia a febre e dor no lado, tendo 'o exame revelado ligeira infla: magio pleural? ‘Slo tantos os casos semelhantes que € completamente inaceitével atribui-los 4 casualidade. Hipnotismo diagnosticador. Nas an- tiguas experiéncias de magnetismo, e nas modemas de hipnotismo, temse feito clissicas as de “Iucidez médica”. A ex- perigncia mais simples ¢ clissica é por tum hipnotizado com marcada tendéncia 4 lucidez médica, em relagfo com uma pessoa atacada de uma doenca qualquer, ignorada pelo pesquisador. Se o proprio. doente nfo sabe com preciso em que consiste sua doenca, se no tem instru- lo do ponto de vista médico-fisiologico, © fator leitura-do-pensamento ficara anu- lado tanto quanto possivel. estas circunstancias 0 hiptonizado, por exemplo tendo entre as suas, as mos do paciente, tentardé como que ccontagiarse; sentir em si mesmo, exage rando 08 sintomas da doenge, sentir dor, ‘1 ver 08 prOprios érgios corresponden: tes aos afetados no paciente Se o hipnotizado esta predisposto & lucidez médica, alguma vez poderd, por cesta espécie de’ transposigdo da sensibi lidade, (pela hiperestesia direta ou in- direta), fazer um diagnéstico mais ou ‘menos preciso, Evidentemente, com to- dos os perigos de interpretacio, modi ficagdes, associagves, exagéros, confu- sbes, invengbes e erros do inconsciente. Nao é a “transposicfo da sensibili- dade” 0 que nos interessa aqui, mas, © diagnéstico. A “transposigSo da sens bilidade”, isto é, que © dotado sinta no seu. proprio corpo a doenga do consu: lente, néo € mais do que 0 modo de expressio da adivinhagio do incons- ciente, como poderia expressarse pela escrita automatica, pela “brincadeira do copo”, e de outras maneiras, até pela estigmatizacao, a © inconsciente do adivinho manifesta seu diagnético com dors nas partes do S20 proprio compe, que podem corms ponder ou nfo’ coresponder as real Inente doentes no corpo do consulnte, presente ou ausente, como pode expe: timentar dores em relaglo a pessoas jé falecidss (que 36 param supersticioso estardo tinde doentes), como por exem- plo aconteceu varies vezes nes experen ‘cias realizadas pelo Dr. Osty."? ou com tslagho a pesous fitiies ov doenges inexistentes Desa maneira se explicam alguns diagnésticos dos curandelrs, Lucider médica, Precisamente a pric meira comprovagdo “ofical” de hipno tismo liido experimental fol um caso de lucidez maion.Os pacientes de Mes mer apresentavam fendmenos intrigan- tes. de anestsia, de contulsbes, ete. mas nfo apareciam (ou nto se Ies pres: tou atengic), fenomenos de adivinha ‘As duas posigdes em que o rabdomante segura com as mos a varinha <0 propriamente dita No ano da condenagio oficial de Mesmer, 1784, 0 marqués de Puységur!* hipnotizava (ou pretendia magnetizar) eamponeses na sua terra de Champagne, em Busaney. De repente foi surpreendi- do por um fato desconcertante: Um jo- vem de 23 anos, completamente igno- rante, cai por terra “dormindo”. E em vor suficientemente alta, durante 0 “so- no” descreve com bastante exatido a propria doenga © chega a descrever os remédios que teria receitado Puységur. Contra a condenacio global do magne- tismo e seus efeitos, ou contra os “Rapports des commissaires royaux”, © autor das “Reflexions impartiales sur Je magnétisme animal”, alude também a casos de lucidez. médica nos quais os hhipnotizados (ou “magnetizador") des crevem, com 0s olhos vendados, as doen- gas e ‘até tratamento adequado dos doentes que se thes apresentarem, quan- do esta presente algum médico que 0 saiba, Sao casos de HIP: “Entre o némero de experiéncias fei tas pelos comissionados, teria desejado que tivessem dirigido suas observagées a um desses sonambulos pela aco mag- nética (ou hipndtica) € que lhes tives- sem submetido as seguintes provas: de pois de thes colocarem, sobre os othos, ‘a venda, .. apresentem-thes diversas pes- soas cujas doengas so conhecidas ¢ pegam que as indiquem.... Esta expe- ritncia € decisiva. Foi feita diante de ‘mim. .., € depois a vi repetida em Lyon virias vézes, © com exito, tendo-se to- ‘mado as mais seguras precaugbes para evitara frauds Médico, cura-te a ti mesmo. A Srta. Mowatt, era de natureza muito sensivel muito apta para a hipnose (“magne- tismo”, na época). Quando entrava no sonambulismo hipnstico, era ela mesma que diagnosticava sua propria doenga e prescrevia 0 tratamento, Mas sempre em presenga do médico que, concordando onsigo, julgava os diagnésticos como de “maravithosa” precisto”. Inclusive prescrevia 0 modo como deveria ser “magnetizada”, mas também em pre- senca do “magnetizador”. Expresamente 7 Foe — As duas posigbes em que o rabdomante segura com as mos a varinha & diz: “parecia profundamente sensitiva avontade tacita do mesmerizador”. Muito magra, pesava 45 quilos, mas ela mesma prescreveu, durante 0 sono hipnético, o tratamento a seguir (que seja acertado ou nio teoricamente, néo tem importincia, pois o aceita conven- cidamente), e, seguindo-o passou 2 pe- sar 67 quilos."* : Diagnéstico i disténcia. Os éxitos, estes casos de HIP, nfo sto regulares, mas, certamente, so menos raros do que aqueles nos quais ninguém dos pre- sentes conhece a doenga ¢ seu trata: mento, Se a HIP 6 rara, a ESP (Per 8 ‘cepgio extrasensorial, & distafcia, do pasado e inclusive do futuro) é ex- ceogio. “Numa reunido em nossa casa, em maio de 1935, com assisténcia de trés conhecidos médicos e uma senhorita recém-apresentada, a vidente (a senhora da casa, Da. Maria Amanda Ravagman de Feméndez), disse: ‘a senhorita tem algo em seus rins. .. Tem um pouco de albumina’. Um dos médicos presentes, © Dr. Juan A. Schoeder, diretor do Laboratério do Hospital Mufiz, fez, no dia seguinte, a analise correspondente ¢ ‘encontrou 2 pequena dose de albumina”. Conscientemente a Srta. A. néo sabia nada da sua propria doenca, Mas é evi- dente que o inconsciente ‘0 sabia.!7 Diagnéstico por procuragio. Como exemplo de HIE em L apresentamos uum caso com a mesma sensitiva Sra, Maria A. R. de Femndndez, “A Srta. Delia Femandez devia ser intemada no hospital Rawson para ser operada de apendicite. 0 diagnéstico fora feito sob a directo de um dos melhores © mais conhecidos cirurgites desse hospital, tendose tomado algumas radiografias da doente. Esta estava esperando, de uum dia para outro, a adjudicagfo de um leito, quando, acidentalmente, foi a sua casa a clarividente. Nesta ocasifo, esta disse 4 mfe da paciente: “Vejo que amanhd chegaré a noticia sobre a cama esperada. Mas que se apressurem em operar a Délia, porque além da apen- dicite tem um quisto no ovicio, Mas ‘Bdo se assustem, porque aos 15 dias esta ri de volta em case’ ” “Era quinta feira, No dia seguinte nao se assustem, porque aos 15 dias estard de volta em casa’. “Era quinta feira. No dia seguinte chegou a noticia a respeito da cama, e, no sibado (13.12.1935) foi operada a doente (no hospital Rawson, pelo cirur- sido Dr. Fernéndez)... Abriuse o ven- ‘re com anestesia local e, em seguida, vendo-se 0 quiste, deuse anestesia geral para completar a operagio. Nem o clini- ‘co nem as radiografias tomadas tinham percebido de antemio... A operagio foi um exito, e precisamente ap6s 15, dias, ... voltoy a Srta. Délia Femandez sua casa”18 Em otra ocasigo, a Sra. Feméndez anuncioy que na mie da Srta, H. A, tinha “aparecido uma doenca grave que teria seu desenlace fatal aos finais da- dquele mesmo ano”. Os trés médicos pre sentes discordaram do diagndstico, jul- gando em perfeito estado de saide a senhora de A. Feito porém as andlises oportunas, 0 diagnéstico feito pela senhora Femén- dex, foi confirmado e lamentavelmente ‘ andncio fatal tambén se cumpriu, pois, a Sra, de A., morsia sete meses depois, precisamente’ na noite do 31 de deze bro daquele ano.!® Este caso deve ser incluido dentro da classificagio HIE, concretamente HIE em L, Porgue ninguém dos presentes sabia conscientemente qual era o diag- néstico real, mas esta presente alguém que, inconscientemente o sabe, no caso, o filha da Sra, A. Na propria Sra. A., fou na filha, douse provavelmente um caso de percepgio extrasensorial, por- que até se conheceu o futuro, inclusive com a data exata do falecimento. Mas, este conhecimento extra-senrorial ficou, como é frequente, meramente no in- consciente. A Sra. Feméndez, colabora para a manifestacao com a propria adi- vinhagio por HIE do conhecimento extrasensorial inconsciente da senhorita ‘A. Mecanismo “em L” ou ‘a trés”. Se consultarmos um adivinho, ou cu- randeiro, sobre a satide de um parente, alguma vez pode adivinhar. Mas, se the perguntarmos por carta, s6 rarissimas vyeres adivinhard: a manifestacao da ESP 6 rarissima, mas nio é to rara a HIP ou HIP em L. Se adivinhassem, se arruinariam. Os casos de adivinhagl0 extra-sensorial (ESP ‘ou PSI-GAMMA), adivinhagao em ausén- cia do paciente e de alguma pessoa com ele relacionada, sto muitissimo mais raros; auténticas excegdes em compara ‘glo com 0s casos, jé raros como todo fendmeno parapsicolégico, de adivinha- cio hiperestésica Consideramos importante estas dis tingoes entre adivinhagdo sensorial © frasensorial. Os parapsicdlogos da Escola norteamericana, de grande influ- xo nos parapsicdlogos de todo o mundo, confundem frequentemente qualquer adivinhagdo sensorial com a extra-sen- sorial. Ora, em se tratando sempre de peroepgdo extrasensorial, nunca seria preciso consultar os curandeiros (ou adivinhos em geral, que, igualmente po- deriam diagnosticar a distincia). As grandes organizacos econ6micas de hote- is, agéncias de viagens, etc., ficariam enormemente prejudicadas; © entusias- 0 eletrovencefalégrafo em aso. ‘mo sugestivo e contagiante diminairia, eas uras” seriam_ muito rar. Enfim, 3¢ as adivinhagbes fossem sem. pre extrasensoriais, automaticamente, falvo, exoegoes, viria a ruina dos ct randeiro e seus sssociados. Em resumo podemos dizer: é possivel adivinhar parapscoldgicamente, mas, se nenhum dos presentes sabe 0 diagn6s- tico,a advinhagto € absolutamente ra, Se algum dos presents sabe, nio seré to rara a adivinhagio. spertalhBes a parte, E evidente que em tudo o que temos dito. sobre os diagnésticos, emos prescindido da char Tatanice aberta e desavergonhada, dos que tem montada uma rede mais ou menos completa de “espionagem” part inteirar-se, antes da visita ao curandeiro, da doenca que feta aos consulentes tais importantes e inf_uentes eo trata tmento adequado, ‘Também prescindimos dos diagnos. ticos, nada meritérios, que se possam fazer com uma simples observagio de quem tem as vezes, muitos ¢ muitos anos de pritica de curandeiro. Ele dird que the foi “revelado” do alto, . Também nio consideramos os diag: nésticos dessas ““doengas” sumamente comuns num grande nimero das pessoas que consultam ao curandeiro: na reali- dade nao é mais doenca que nao a des- nutriglo, a fome e 0 softimento com todas as suas consequencias, aparentes doengas, dai decorrentes. O curandeiro fingiré “mistérios” e receitard simples- mente fortificantes. Nestes casos de desnutriglo, o recei- tuério de Arig6 era sempre o mesmo, de uma monotonia desesperante. Os mesmos espiritas de fora do “truste ‘Arig6” jé bem recentemente, o acusaram 9 (Cama usada por Freud em Viena para suas primeiras experiéncias psicoanaliticas disso. Assim, apés a morte de Arigd, faziase em conhecimento piblico que 4 propria “Campanha de Difuséo do Espiritismo” em Minas 0 acusava de receituério padronizado. Por exemplo, lum total de 11 pessoas, pertencentes a dduas familias, entre as pesquisadas pelos espititas, receberam receitas igualzinhas, datilografadas, apesar de apresentar sin- tomas diferentes.2° ‘Arig6 inicialmente se langava irres ponsivelmente a diagn6sticos ficeis Mas, tendo cometidos erros crassos, como 0 de diagnosticar lepra a ums pessoa portadora de albinismo (caso or nés comprovado) terminou por aprender a ser prudente. Na pesquisa do CLAP comprovamos amplamente {que 0s iltimos dez anos passou a exizir aque the levassem 0 diagnéstico feito pelo médico. Se os doentes nto visitaram médico, quando 0 diagnéstico néo era evidente, pedia a0 menos os sintomas, Claro que, as vezes, interrompia a des- ctigSo dos sintomas por serem jé evi dentes Nestes casos, diagnosticava acertada mente, se @ medicagdo eradhe conhecida ap6s tantos anos de curandeirismo; em casos de doenga desconhecida, acudia a reesituétio padronizado, tipo fortfican- tes, ou tinha 0 atrevimento criminoso de dizer, € nos consta que 0 disse em milhares’ de casos: ““Tenha.paciencia, no vou curio, porque voce esti par gando pelas més agbes da reencamagéo anterior"(! 7) Devese ter em conta que Zé Arig6 teve muitas oportunidades de aprender diagnosticos e remédios porque fora durante muitos anos funcionério do antigo IAPTC (Instituto de Aposenta- doria e Pensbes de Transportadores de Carga), hoje INPS (Instituto Nacional de Previdencia Social) onde estava em continuo contato com doentes ¢ mé dicos ¢ distribuia medicamentos. Foram mais de 20 anos de curandeirismo Esteve sempre rodeado de médicos esp sitas. Possuia uma boa biblioteca onde junto a outros livros de espittismo abundavam publicagdes de Medicina popular e cienttica Sabemos errar sozinhos. Mas é com- pletamente imbecilizante fazer uma vis gem a gastar dinheiro para que o curan deiro nos diga, alguma vez, 0 que nosso médico, ou nds mesmos,jé sabemos. Com o perigo de que nos confirme © que nés “sabemos”, erradamente. ‘Como no caso do Sr. Castillo, de Lins. Arig, ou José Pedro de Freitas, afirmou que o Sr. Castillo softia de cancer ¢ receitou remédios contra 0 cén cer (2). Na realidade, o médico afir mava que nfo era céncer. Fizera~se todas as andlises clinicas, sempre com resultado negativo. Mas 0 Sr. Castillo temia que fosse céncer, que a familia estaria ocultando a ele ‘Arigd confirmou 0 érr0: Castillo chegou a pesar 37 quilos, apesar de ser um homem de quase 1,80 de altura, ppouco depois estava & morte. Meu amigo continuava a acreditar que tinha céncer. 0 médico, seguro do érro de diagnés- fico’ de Arigo, queria operar. Por fim, visto que Arig6 nio o curara, 0 Sr. Cas tillo permitiu a operagto. Era. tumor benigno de pancreas Hoje, o Sr. Castilo vive forte e sadio. Por fiarse de Arig6, que the “adic vinhou” 0 pensamento, quase morte “vitima de um céncer, que no tinha” 0 médico disse que a operacto e « con- valecenea estiveram muitissimo preju- dicadas por ndo se ter submetido & operagio, sendo “no altimo momento” “Visitavamos, num grupo de pessoas, © conhecido vidente Mister Eric Luck, nna residéncia que ocupava, perto do povoado de Temperiey, © onde atendia na forma mais desinteresada () e cor dial, a seus convidados”. “Entre 0s assstentes, estava o Dr. Olives, conhecido odontélogo, a quem Luck disse de improviso: 0 senhor tem um molar careado! “A resposta foi: —‘ndo' “Segui nova afirmagéo de Luck". “Entlo, 0 Dr. Olives, amolestado, manifestou que era dehtista e que néo tinha dente algum nessas. condigbes”. “Mas, Luck, assinalando com 0 dedo um lado do proprio rosto, tomou a afirmar categoricamente: —‘Asseguro 20 senhior que num ponto assim, ha um molar que poder estar bem por fora, mas, por dentro, esta 6co. Sinto que ha “E logo veio a explicagio do Dr. Olives: “Ha! Bom... af me falta um Saat Adivinhagao,real, mas s6 parcialmen- te manifestada e interpretada com diag- néstico erréneo. Desafio a0s curandeiros. Em nenhum aso a adivinhago, nem sensorial nem extrasensorial, pode ser de manifestaglo regular e certa, Os fendmenos parapsi- coldgicos so esencialmente esponta- ‘eos, raros, incontrokiveis. E os fatores de erro em toda manifestagto do incons- ciente sio numerosissimos. A este respeito, como © povo no accita muitas vezes 0 resultado cienti- fico e acredita nos curandeiros, como pouco menos do que infaliveis, alguns sébios mais humanos tem descido a0 ivel popular empregando um argu: Dr. Eugene Osty,colaborou decisivamente pare explicar o fendmenos dos curandeiros. — mento “convincente”: O desafio No Brasil, o Dr. Xavier de Oliveira, prestigioso psiquiatra do Rio de Janeiro, autor do livro “Espiritismo e Loucura”, apostou uma boa quantia: Desafiava 0 curandeiro, que se apresentava sob © pomposo titulo de “Professor Mozart”, 4 fazer no hospital o diagnéstico de um doente qualquer. pacionte de alguma dessas doengas, para as que ndo baste simplesmente vero paciente, dessas doengas, que, sem anilise clinicos, ou sem interrogatério dos sintomas, o mé- ico nfo as possa diagnosticar. 0 “Pro: fessor Mozart” fugiu ao desafio. Eu mantenho jé hi onze anos, em todos os paises por onde tenho dado conferéncias, isto é, América do Norte América Latina inteira e Espanha, o desafio de dez mil cruzeiros (novos) 20 ul A muito conhecida perigosa “brincadera" do copo. adivinho que me acertar tres de cinco cartas de um baralho que eu misture. Eu € 0 “juiz” podemos, inclusive, olhar as cinco cartas que sairem, a0 acaso, do baralho bem misturado. Afirmam que os espiritos dos mortos fazem os diagnésticos. E que, para este desafio, 0s espiritos dos mortos esto de férias? Existe a adivinhagZo, repito, mas é ‘essencialmente espontinea e incontro- livel. Por que abrem “consultérios" sobre todo tipo de problemas, ou para diagnosticar todo tipo de doencas ¢ 12 remédios? Pura charlatanice! Aposto ddez mil cruzeiros contra cincoenta. Nao sto capazes nem de adivinhar trés entre cinco cartas de um baralho, quando pretendem fazélo, com hora marcia. Espontineamente, alguma vez, alguma pessoa poderé sonhar, por exemplo, com as cartas ¢ adivinhé-las; & vontade, inguém adivinha quando quer e na dirego que quer. * Bayon, Noel: “Legende Dorée des Gueri- sseurs®, Pats, pig. 9 ? Colinon, Maurice: “Les Guérsseurs et leurs Malades®, contrbuigie ao Congresso Inter- ‘nacional de Sainv-Paulde-Vence, Alas pir blicadas em Amadoy, Robert: “La Science ot le Paranormal”, Pris, LMLL, 1955, pis, 315, 3 Assim, por exemplo Duclout, Jorge A: “Tratido Completo Teérico y'Prictico de Radiestesia”, 3a. ed., Buenos Altes, De- clout, 1947, pags. 382 ss. * cf. G. Quevedo, S.J, Oscar: “A Face (Ocalta da Mente”, 218, ed, Sio Paulo, Lp yola, 1971, caps. 8,6, Te 8 * Duclout, Jorge A.: “Tratado pigs. 348s, 388-393, 440. © Galigaris, Giuseppe: “Le Mereviglie della Motaisoiogi", Brescia, G. Vannini, 1944, ig. 232, op. cit, 7 Chr. G. Quevedo, S.J Oscar: “A Face... fp. ct, caps. 8623.23, * Vejamse detathes sobre este e semalhantes aparelhos, como das teorias de Baraduc © ‘outros, em G. Quevedo, S.J, Oscar: "AS Forgas Fisica da Mente”, Sio Paulo, Loyo- Ja, 1968, tomo Tl pigs, 549-582. Baraduc, HL: “La force vitae, notre corps vital fuidique, sa formule biométcique”, Pax is, Carré, 1893. "© ttipocrates: 1 Epid. con 3, tet. 1. com. “De humorous, Galono & autor do th tino "De presagio ex insomiis”. 11 Vejase a estes respeitos, G. -Quevedo, 8. Oscar: “A Face. ..° op. eit, caps 11, 8,13 18 principalmente " Siva Mello, A. da: “Mistéios © Reali dades deste ¢ do outro Mundo”, Rio de Janeiro, José Olympio, sd (1949), pags 343s Aparelho com lépis ¢ rolamentos muito usado na escrta autométice, (bese da psicografia ‘parapsicolosica). REVISTAS EXTRAVIADAS E interese do CLAP. que todas ae revstas cheguem com pontualade © certza aot seur deminatrios # nso mediremos esforgor para conseguir tal intenta. No entanto,nB0 pode ‘Femos ststazer por us tempo as reclamagSes de revisasextrovades Pora evitor abortcimentos, sugerimos aos nowsor asinentes © pegamento suplementar de (67S 8.00 por esunatura,madante'8 Qua as revista ser30 enviades REGIST RADAS. 9 Osty, Eugine: “Lucidité et Intuition. Feu. de expérimentale”, Pats, Alcan, 1913, “La Connaissance Supra-normsle. Etude Expé rimentale”, 28.'ed., Pais, Alcan, 1925 (08 ed. 1923). Puységur, Armand Mare Jacques du Chas! tenet (Marques de): "Du magnétisme ani tral, considété dans ss rapports avec diff Tents (aiverses) branches de la physique”, Paris, Dentu (1807), (28 ed. 1820). "Re: cherches, experiences et observations phy~ Siologiques sur Vhomme dans Tat de bullsme provogué par I's Paris, Dentu, 1811, "Mémoires pour servit histoire (Létude) du magnetisme ani- mal", Pas, Dentu, 1784 (ed. aumentads: 1803. Ed. definitive: 1809). °S Sargent, Epes: “Bases Clentiicas do Esp- fitkmo® @?) Rio ge Jancio, FEB. pigs, 226.0 234 nota, "70 inconsciente& hipersensivel e pode sen- tir os minimos sinais ou prodromos abso- Iutamente iniiais de uma doenca. Extra Sensorlmente, inconsclonte sabe tudo © aie acontece no passado, presente © futuro, dentro de nosto globo, mura mar gem de dois secalos, Quando um Tato se refere & nos mesmos (ou a seres ligados a nés afetivamente, se além disso, é um fato importante, pre- fistmente pela emotividade, 0 conheci Imento a esse respeto estd mals excitado no nosso inconsciente assim & als facil mente captado pelo adivinho, Eo fend- meno. chamado ‘HIE ou TIE, segundo o ‘divinho capte sensorial ou exiresensoral mente, Hiperestesia ou Telepata, respec tivamente, sobre 0 Inconsciente Excitado (como 0 chemado mecanismo “em L” ou Sa és", alguém capta de nosso incons: clente algum coisa que nds temos incons- Slentemente adivinhado com respeito a uma terceia pessoa). ‘Para todas estas faculdades clasifca- soder Cfr, © nosso “A Face Oculta op. eit 18 Feréndez, Jose Su: Mis alld de la Cuasta Dimension. Metipsiquics, Parapsicologis, Neo-Espizitualismo”, Buenos Aires, Cons- ‘ancl, 1963, Pig. 28. 49 Tider, pag. 28. 2 Revista “Veja 20, Janeiro. 1971, pés. cagio aparece afirmando que mas o espirito de Fritz © de outros, que receitavam remédios iguais para doencas diferentes. 7 Femindez, José S.: “Mis All. Pigs 27. op. cit, por Victoria Vega Lomparte WILLIAM PETER BLATTY Nasceu em Nova York em 1928. E © filo mais novo de uma familia que chegou & América em 1923, a bordo de um navio de carga, emigrando do Li- bano Sendo adolescente ganhou uma bolsa de estudos para um Colégio de Jesuitas A partir de entio, fer seus estudos em colégios e universidades de Jesuitas, fi- candoaté hoje muito ligado a esta ordem religisa graduado pela Universidade de Georgetown, Washington como “master” em Literatura inglesa Segundo ele, fala “érabe de cozin heira”. Porém, jé lhe foi dtl em muitas oportunidades: Pertenceu & Forga Aérea € mais tarde trabalhou como redator da Agencia de Informagao dos Estados Unidos, no Libano, Foi Chefe de Inteligencia na Divi de Armas Psicoldgicas dos Estados Uni dos, em Washington, D. C. Actualmen- te reside em Beverly Hills, California, ‘Trabalhou também em publicidade aleangando a ditegio de um dos departa- rmentos de criagdo de uma grande agen cia, E autor de quatto livos anteriores sua obra “e Exorcista Autor tambén de numerosos livretos de teatro e de ro teitos para muitos filmes, entre eles: “Um tiro no Escuro” E “Voce foi a gue- 1a, papai? " Foi por volta do ano de 1949, quan- do, ainda universtério em Georgetown , teve ocasiéo de seguir de perto tum casé ue seria a base de sua famose obra "0 Exorcista” que hoje critica nossa Revista de Parapsicolog’a, (a pedido de ‘muitos leitores). A respeito disto, Blaty confirma: “O caso aconteceu mesmo, eu © acompanhei. Envolvia um garoto’ de 14 anos” A partir dessa data, Blaty comega a madurar a idéia de escrever a novela e ji nfo pode deixar de acreditar no suce- sso que ela teria tanto na literatura como no cinema, Dedica-se entio a pesquisar 1 “possessig’ demoniaca”, exorcismos € outtas coisas semelhantes, que seriam 0 4 William P. Blatty, autor do “bestseller” 0 Exorcist, argumento de sua obra, “Durante 20 anos —diz Blatty~ tenho lido todos os livros que foram publicados em inglés gue felam sobre estes temas e conside- Tome o maior especialista na materia nos Estados Unidos e talver no mundo, Nio sou —continua— o tnico a ter esa opinito, pois os Jesutas amigos meus, também pensam assim” (Pouco teri lido sobre demonologia do ponto de vista cientifico-parapsicolgico, pois é bem sebido que a Perapsicologia Norteamer- cana, ou de lingua inglesa em geral, tem-se especializado quase exclusiva- mente nos fenémenos Psi) Passou quase um ano escrevendo a novela. Assegura que toda a ordem dos "estas dos Estados Unidos for undnime rar 0 livro como “uma obra apologética em defesa da Cristandade”™ Depois desta obra que tanto deu o que tanto deu o que falar, Blatty se conver teu no homem a quem recorrem ainda inimeras pessoas que se acreditam po- ssuidas pelo demonio Quando a obra se levou a0 cinema, Blatty manifestou 4 imprensa o dese: jo de ser convidado para fazer o papel do P. Jesuita que é chamado a exorcizar 0 paciente,.. Porém, néo se atreveu a solicité1o para nfo parecer que queria =segundo ele— “o queijo inteiro” “Ao final —continua— jé sou o autor estou produzindo” Blatty acredita na “possessio denio- niaca”: “Pessoalmente acho que 97 ou 98 % dos casos chamados facilmente de “possessio” no sfo mais que dis- ttirbios psiquicos para os quais a ciéncia tem explicagao satistatoria, Porém, ficam 2 ou 3 % que sio casos reais de posse- wie” Embora um amigo jesuita o tivesse advertido que & muito perigoso lidar com essas matérias, mesmo que sejama base da investigagto, afirma Blatty que quando secrevia os iltimos capitulos de “O Exorcista” foi ele mesmo acometido por experiencias estranhas, uma parte das quais atribui a auto-sugestio, restan- do porém, segundo ele, uma parte ver dadeira, Segundo se coments, Blatty esta intr- sado de que, psiquicamente, “nada se sabe, mais do que se sabia em 1921, sobre 0 fendmeno de possessio, sua ne tureza e causas”... E claro: 0 fendmeno no pertence a Psiquiatria e sim a Para psicologia e, embora nio tenha sido estudado pela Parapsicologia de lingua inglesa, as descobertas da Parapsicologia internacional explicem perfeitamente co- ‘mo meramente humanos, todos os fend: ‘menos que se tem atribuido ao demonio. CARL GUSTAV JUNG Nasceu em Kesswil, Thurgan, na Sui sa. Filho de um pastor protestante. Foi lum menino precoce. Aos seis anos de idade ja lia fluentemente em Latim. Estudou na Universidade de Basel e em Paris, onde seguiu os cursos de Pricopa- tologia do profesor Pierre Janet, antes de chegar a ser aluno ¢ colaborador de Sigmund Freud. Doutorou-se em medi- cina em 1902, pela Universidade de Zurich, Em 1903 casou-se com Emma Raus- chenbach, de quem ficou viuvo em 1955. Tiveram cinco filhos, quatro. mulheres eum varko. Desde que acabou a carreira, em 1900, até 1909, trabalhou como médico nna Clinica Psiquidtrica da Universidade de Zurich. Foi professor de Psiquiatria ‘na_mesma Universidade desde 0 ano 1905 até 1913. Também foi catedritico de Psicologia na Universidade Pilitéenica Federal de Zurich desde 1933 até 1941 'Na Universidade de Basel é catedrati- 0 de Psicologia médica somente nos anos de 1943 ¢ 1944. Jung foi discfpulo de Freud e ads- crito sua escola desde 1907, mas pouco depois da publicagao de sua pri- ‘meira obra “Metamorphose et Symboles de la Libido” separa-se de seu mestre com o qual discrepa em diversas teorias. Funda entio uma nova escola psicol a introduzindo, 20 lado do inconscien- te individual, o conceito de inconsciente coletivo, heranga ancestral onde se alo- jam os arquetipos nos que se reflete a evolugdo espiritual e social da humani- dade. Sua influéncia sobre @ psiquiatria s6 € comparivel & do. mesmo Sigmund Freud, Suas teorias the tem valido ind meros discipulos e ad do inteiro, Jung, junto a Freud ¢ a Alfred Adler (discipulo do préprio Jung) forma parte do triunvirato mais famoso de explora: dores da mente do século XX e é, dos trés, quem tem maior relacionamento com as investigacbes parapsicolbgicas. Dado curioso: Em 1925 Jung editou lum estranho livro sem assinatura “VIL Sermones ad mortuos” e s6 apés sua ‘morte, a0 publicar-se suas memGrias con- firmou-se sua paternidade sobre a obra. Aparentemente foi escrita automatics ‘mente, psicografia, seguindo 0 “ditado” dum atquetipo de Jung, ou parte incons- ciente de sua propria personalidade 0 préprio Jung batizou este arquetipo com (© nome de Filemon, mas na realidade apresentava-se sob 0 nome do grande ‘gnéstico Basitides. Mas, no campo da Parapsicologia, Jung & conhecido como um teérico. ‘Com a teoria da sinceridade erradamente pretende substituir a de causalidade en- tre a Percepedo Psi e os acontecimentos externos. Estudou profundamente 0 oculto, a bruxaria, o yoga, e enfim todo o apa. rente ou realmente sobrenatural. Na opiniio de Jung, ditos temas tinham ‘ocupado um lugar importante na men- talidade dos homens durante séculos, portanto, nfo poderiam ser deixados de (Carl Gustav Yung em fart {ado pelos estudiosos da mente. Jung foi também experimentador. ‘Além de ter tido ocasito, desde sua pr meira idade, de observar fendmenos parapsicolégicos, de efeitos psiquicos ou intelectuais, pois tanto sua avo ma tera como sua mée tinham tido a fe culdade da videncia; nos anos 1899 ¢ 1900 organizou sessbes “mediiinicas” (tendo como “médium” a uma de suas primas) cujas conclusbes serviram de base & sua tese doutoral “Psychologie et Pathologie des Phénoménes dits Oc- cates” ‘Anos apés, novamente dew atengio 0 tema no seu optisculo “Les bases psychologiques de la Croyance Spirit” ‘onde explica desde o ponto de vista psi- colégico e de outros complexos incons- cientes, os “espiritos” ¢ outras inter- pretagées dos fendmenos “ocultos”. Fa- Jando ante a “Society for Psychical Reserch” de Londres, disse que néo via prova alguma da real comunicagio dos espiritos”, que na sua opinito podiam ser considerados como “formas exterio- rizadas de complexos inconscientes” Posteriormente tomou parte em estu- «dos meditinicos com Albert von Schrenck- Notzing ¢ Eugen Bleuler. A partir de 1920 realizou experincias com os mé- diuns O. Schel ¢ Rudi Schneider, no ccurso das quais observa fendmenos de telecinesia ede ectoplasmia, Trinta anos mais tarde, isto é em 1947, na oportunidade em que se pu- biica uma nova edico do opisculo aci- ‘ma citado, Jung se aproxima mais da Parapsicologia como cigncia em parte independente da pura Psicologia. Em- Dora repeta a redacdo exata do texto, acrecentando uma nota 20 pé da pégina nna que dizia que no estava tio certo de que “uma visio puramente psicolé- ‘ica Seja capaz de explicar todos 0s fend ‘menos en questo”. E em 1958, quando publica “The Undiscovered Self, Jung ja & mais explicito: “Para avaliar um Fendmeno psiquicos, temos que ter em conta todos os outros fendmenos que (© acompanham e, portanto, nao pode- ‘mos praticar por ‘mais tempo uma Psi: cologia que ignora a existéncia do in- consciente e da Parapsicologia™ Como vemos, Jung 4 to entusiasta partidério da Psicologia Parapsicologia, ‘como adversirio da interpretacio espi- Fita_ou de outros tipos de ocultismo, Em 1960 escrevia: “A rareza relativa de fendmenos “postmortem” sugere que as formas de existéncia fora e den- tro do tempo estdo claramente separa- das que cruzar seus limites oferece as maiores dificuldades. Isto nfo elimina em forma alguma a possibilidade de que hhaja uma existéncia fora do tempo paralela a existéncia dentro do tempo. Sim, nos mesmos podemos existir si- ‘multaneamente em ambos os mundos € 86 ocasionalmente temos uma sugestdo desta condicio”. Frase enigmatica. Jung expresamente nesta, como noutras oportunidades, afir- ma 2 existéncia de fendmenos parapsi- col6gicos atemporais ou faculdades espi- rituais (ESP, PsiGamma). Esta feno- menologia parapsicolégica, aliés, 6 um fundamento l6gico para a sobrevivéncia Em 1948 inaugurou-se em Zurich 0 “Institut Carl Gustav Jung” criado para ser centro de estudos.psicoanaliticos dos seus inumeraveis disefpulos. Ele pro- prio foi, até sua morte, profestor ¢ conselheiro do Instituto. “Erinnerunger Traume Gedanken” (Rascher Verlag, Zurich e Stuttgart, 1962) (“Lembrangas, Sonhos, Pons: mentos”) é 0 relato ‘da vida de C. G. Jung. Este liveo foi preparado pela sua colege, Aniela Jaffé, segundo conver- sap8es que o mestre 2 08 81 anos man teve com ela, obra que foi feita sempre sob a supervisio do préprio Jung. Carl Gustav Jung, 0 famoso médico de doengas mentais e nervosas desde 1909, fundador de Escola de Psicologia Analitiea de Zurich; Doutor “honoris causa” de muitas universidades, membro fundador de iniimeros centros ¢ ins- titutos de pesquises psiquicas no mundo inteiro, morreu em Kuessnacht, Zurich, 6 de junho de 1961 1s NOSSA OPINIAD 0 DIREITO DE DIZER BOBAGENS Mais uma vez devemos ocupar-nos de desfazer absurdos de O Clarim (sem que i800 sirva de precedente, pois nfo nos Beara espago na Revists para outa Num disparatado artigo intitulado “O Direito de Nascer” a mencionada publicacdo se escandaliza de que o padre jesuita, Pedro Calderén Beltrio (Profes- sor universitrio de Filosofia) tocasse 0 tema do aborto dizendo que, dado que.a formagio cerebral tipicamente humana (Gem a que ndo se pode falar de perso- nalidade humana) nfo comega antes do 15° dia apés a fecundacao, qualquer intervengG0 antes de difa fase nfo seria pritica de aborto no sentido filoséfico da palavra, Honestamente, nfo vemos motivo pa- ra 0 escandalo: As palavras do Pe. Bel- trio tal como O Clarim as reproduz, nio encerram juizo de valor algum; limi- tam-se a uma mera definigfo da palavra aborto e, segundo o sabemos, o mencio- nado Padre tem autoridade suficiente para isso: A definigo dos conceitos pertence & Filosofia e o seu titulo de Professor universitério da especialidade confere-Ihe autoridade para ist. ‘Além do mais, tenha-se em conta que © Pe. Beltrio estava falando para espe- $6 a modemaParspsicologia cor sar 0 tadicional materialismo cientifico parece em Richet: Tem que ser "vibragSev materials, sensiveis, Hoje sabemos que se teata de percepedo exine-sensorial mesmo. O MELHOR DAS REVISTAS por Joaquim Anievas Estudos Sobre Psi Experimental com Baralhos Irregulares Até hoje, todo o estudo experimen tal de Psi, levado a cabo através do conhecidissimo método Zener, realizou- se com um baralho de 25 cartas, mas que se repetiam regularmenite 0s cinco simbolos tradicionais!, cinco vezes ca- da um, Hoje trazemos as nossas piginas uma experiéncias realizada no Instituto de Parapsicologia de Ditham (North Caroli- na) por Irvin L. Child e Edward F. Delly?, absolutamente original: Os auto- res, influenciados pelas sugestdes de di versos investigadores (Scott, Standord e outros): de que a freqiéncia relativa dos simbolos do baralho, ou das apostas do sujeito em experimentacdo, ou de ambos, poderia exercer uma importante influéncia sobre os resultados das expe- rincias, animaram-se a experimentar ‘uma mudanga no baralho: seguiria sendo de 25 cartas e nelas continuariam os simbolos tradicionais, mas nao regular- mente repartidos. Agora, cada simbolo apareceria 1, 3, 5, 7 ou 9 vezes. O pro- pésito principal era ver se a evidéncia da manifestagdo de Psi variava sistema- ticamente com a freqiigncia relativa das diversas categorias de simbolos. Prepararam-se 120 macos de cartas, abareando todas as possibilidades de dar 0 cinco sfmbolos as cinco novas fre- inci, isto é, em cada mago um sim- bolo estava repetido 9 vézes; um outro 7 viees; un terceiro 5 vezés, etc, até completar 25 cartas, © todos os magos eram diferentes. Cada um deles foi marcado 20 acaso do nimero 1 ao 120. através duma tibua de niimeros aleat6- rios numeragao que determinava a ordem fem que seriam colocadso ao dispor da experiéncia. Uma caracteristica restritiva desta stals[7Ja Pde npraiits ao inns | sechondhaoalpsachoeechooa el We de noni wats aintatn —[ireshiroalsreafrosdo efaso [al ue de sastes aol 212] ses] ssa] esdiso a] Pancantecen de a sonnet fazs)ieesloazelssarinaconad 5] Poncntasen do 3 sense? | asthezeclrroshaesernchuss de angie exxinaes_[tetslieralianelan Ir fn expenndn de prigeter feveslieslsesy[szezhrsaebe00 desta experigncia & que toda ela (astrés séries sucessivas de 120 macos, fazendo tum total de 360) foi levada a cabo com tum Gnico sujeito, Lalsingh Harribance, ja utilizado com algum éxito por outros experimentadores em diversas ocasides. Cada uma das sessées desenvolveu-se de igual forma: Estando a sos num quarto 0 sujeito e un dos experimen- tadores, sentados um frente 20 outro ante uma excrivaninha em cujas gavetas estavam os 130 margos de cartas, 0 experimentador tirava 0 mago aleato- riamente elegido, o barathava conscien- ciosamente, fora’ da vista do sujeito, ¢ posteriormente, 0 depositava sobre a escrivaninha com as cartas, naturalmente viradas para baixo. Entio, 0 sujeito tomava uma das suas folhas de controle © comecava a registrar suas apostas (pre- ssentimentos, plpites) sobre as 25 cartas, sempre de cima para baixo. (0 experimentador, uma ver.o sujeito tendo finalizado sua tarefa, copiava as apostas deste na sua propria folha de registro ¢ depois, conferindo 0 mao, registrava a ordem auténtica em que a8 cartas estavam. Finalmente, participava 0 sujeito o resultado da prova. © resultado esperdvel por célculo de probabilidades seria, logicamente, 0 de 20% de acertos. Na tabua anexa pode- mos ver que em quatro das cinco fre- qincias superou-se este valor (epigrafe n® 4), como assim mesmo sucedeu no total...No que se refere as porceatagens sobre a8 apostas, as asperiveis sio, res- pectivamente, 4%, 12%, 20‘, 28 oe 36%: Na experiéncia sempre ultrapa- ssou-se tal expectativa (epigrafe n° 5). (A freqiéneia de apostas do simbolo aparecido uma vez 20 ser comparada com a do aparecido nove vezes no é estatisticamente significativa. Porém, a comparagio entre os repetides 3 ¢ 7 ve- 2es,sim é (P < 0,003). Juntando ambas as comparagées, a evidéncia ainda é favoravelmente significativa (P> 0,007) Cpigrafe n° 2) (0s experimentadores chegaram ainda mais longe na analise dos dados obtidos: As apostas erradas, pOr si s6, revelem também um ajuste entre freqiiéncia das mesmas e freqincia real dos simbolos? ‘Acudivse a um engenhoso artificio para responder a esta pergunta: Se em cada passada de 25 cartas consideramos, por exemplo, o simbolo que se repete nove vezes ¢ H significa o nimero de acertos neste simbolo, entio o nimero de erros cometidos a0 tentar adivinhar essas nove cartas seri 9 — H9. Em au- séncia de detec¢do parapsicologica da Aistribuigdo de freqilencias dos simbolos, estes erros, em média, deve-se esperar que estejam igualmente divididos entre 25 outras quatro possiveis apostas. Por tanto, as nove ocorréncias desse simbolo Por outro lado, a freqiéncia de apostas parece mostrar uma relaeio post tiva com a freqiéncia real de simbolos. Comparando a efeito de incrementos € decrementos iguais da freqiencia real sobre a freqiigncia de apostas, pode-se observar 0 seguinet concteto signficardo uma contribuigao 20 ntimero esperivel de apostas erroneas em cada um dos outres quatro simbolos, ‘que pode ser caleulado como (9 — H9) 4.Para cada um dos quatro simboles 35 haberd quatro quantidades assim calcul das e sua soma dard a expectativa média de apostas errOneas para esse simbolo. Por exemplo, para 0 que num caso concreto se repete nove vézes sei (HDs + G = H3/4 + + (S—Hsy4 +7 - HVA Por este procediménto obtiveramse as cifras que na tibua aparecem na epigrave ne 7. Comparando-as com as da epigrafe 6, observa-se que para os simbolos que se repetiam 1 e 3 vezes, as apostas erréneas foram menos que as esperdveis, e, porém, para os que se repetiam acima do normal (7 e 9 vézes) sucedeu oncontrério. Isto parece re- forgar a evidéncia de que a freqiiéncia de apostas esté diretamente relacionada ‘com a freqiéncia com a que realmente apresentaram-se os simbolos Nao acaba aqui 0 exaustivo labor dos experimentadores, que prosseguiram elaborando mais e mais evidéncias com base nos resultados obtidos. Porém, dada A finalidade divulgadora de nossa Revista creemos que o apresentado aqui é mais que sisficiente, e 0 principal. Queremos chamar a atengio de novo, sobre a completa originalidade da expe: rigncia realizada, ¢ € isto 0 finico que justifica sua incluso nesta segdo de nossa Revista. Aceita como inevitivel a estei- teza de horizontes dos parapsicolégos norte-americanos, que no saem do te- reno de faculdade extra-sensorial Psi, como se em Parapsicologie néo exis tisse nada mais, a0 menos jé algo ‘que comegem a’ diversificar suas expe- rigncias, renunciando, embora seja s6 em parte, a insistir ne super demons- trada verificagio da existéncia de jé citada faculdade Isto suposto, a experiéneia concreta com que inauguram esta mudanga de posiglo (?) nos parece desoladoramen- te pobre em resultados ¢ tristemente anticientificas em seu “debut” e poste- rior obtengao de conseqiiencias Sobre a pobreza de resultados ndo vale a pena insistir excessivamente por que uma répida olhada a tébua adjunta abonaré nossa opiniio: Em média, 2 probabilidade de que os acertos regis 36 trados fossem obtidos 20 acaso é apro- ximadamente igual a 0,03. Bem pobre, se tivermos em conta que a probabil dade geralmente aceita em cigneia para Considerar algo como *sério” € por volta de 1/200 (= 0,05) e, especialmente, tra- tandosse de Parapsicologia, sempre se vai muitissimo mais longe. Essas. mesmas Porcentagens obtidas (epigrafes 4 ¢ 5 da tdbua) seriam de incalculavel valor, aso experiéncia tivesse sido bastante mais prolongada;somente com trés series (360 pasadas de 25 cartas no total) nem vale a pena prestarlhes maitor atenci. Vamos deternos um pouco mais no procedimento com que se levou a cabo experiencia e com que, posteriormente, slaboraramse as conseqiéncias da mes: Em nota a0 pé da pégina expressa- mente se diz: “A exclusio de canais sensoriais, embora nio absoluta, é sufi cientemente rigorosa como para criar & forte presungio de que 0s uchados pertencem a ESP, exceto, naturalmente, naqueles que se encontram a si mesmos incapacitados para actitar evidéncia sinda em experimentos bem controle dos” Dado que nao é esse nossocaso, pois, aceitamos com entusiasmo a super de- monstrada existéncia de ESP (Psi) e, inclusive, sua “evidéncia em experimen: tos bem controlados”, norte-americanos ‘unio, acreditamos com direito a emitir ‘nosso juizo a respeito desta experiéncia conereta ‘Ao planejé- la os experimentadores tio s6 se preocuparam de evitar, a0 sujeito, possiveis fontes de informagio direta, consciente; por assim dizer, nor ‘mal, Isto, devido a idéia que os norte- americanos tém de que todo o parapsi- coldgico é necessariamente extra-sens0- tial. Para qualquer conhecador de facul- dades parapsicologicas sensoriais, os resultados Ga experiéncias sugeririam (caso de serem mais significativos), for- tissimamente, @ manifestapao de HIP, siglas de Hiperestesia Indireta dp Pensa- ‘mento (para um estudo sistematico de HIP vejase: Quevedo, Oscar G. “A Face Oculta da Mente” pag. 81 ss.): A distancia existente entre sujeito & baralho era minima a até a tinha ao al- ‘cance da vista; o experimentador toma. va ascartas com amao (* Dermo-Optical Perception”, DOP? ), as baralhava duran- te bastante tempo, etc. Ese admitirmos que 0 experimentador podia ter conhe- cimento, a0 menos inconsciente, das cartas do baralho®, e estava sentado frente a frente com o sujeito, a hipétese de adivinhagio por HIP ainda se robus- tece. E se se admite que poderia ter sido HIP, de forma alguma nem se podet sequer presumir que foi Psi (telepati ca nem clarividente). O contritio seria ‘mais facilmente aceitével, por ser HIP uma faculdade mais singela, mais fre- aiiente (e 0 que se pode explicar por ‘menos, explicado fica, segundo o univer. sil principio de economica de hipétese). E também tragicamente ridfcila a argumentagdo empregada pelos exper ‘mentadores para infra valorizar a “poss bilidade” de que 0 sujpito visse (bem diretamente, bem refletida na mesa) a Giltima carta de cada um dos magos, ainda confessando que 0 experimenta- dor, apés baralhar a mago, colocava ante 0 sujeito, “procurando durante © deslocamento levi-lo paralelo @ mesa” ¢ admitindo que, de fato, essa ditima carta foi a esponsivel pelo maior niime- 10 de acertos (nada menos que 105, quando a média total € de 76 e tio s6 utras duas cartas conseguiran 0 segun do lugar, com 89): Por que explicar dificilmente, 0 que de forma bem sim- ples pode ser explicado? Por outra parte, o experimentador, aapés cada passada de 25 cartas, conferia, os resutlados em presenga do sujeito rodeando com um circulo as coinci déncias e, inmedistamente the dizia quantos acertos tinhas tido. Com que propésito? Porque 0 que resulta evi dente & que, 20 menos inconsciente- ‘mente 0 suieito arquivava a dita infor- magio na _meméria (eo inconsciente & pantomnésico, quer dizer, néo esquece nada): Escelente base de informacao pa- ra posteriores passadas de cartas, dado que aligs 0 sujeito también foi avizado de que todos os 120 magos eram diferen- tes @ expressamente advertidos de que procurasse lugar contra todo tipo de expectativa de que cada simbolo ia repetirse com igual freqiéncia. Também foi Ihe informado que cada maco conter ria todos 0s cinco simbolos mas no com a freqiéncia “Standard”. Para que tanta informagao? Nao se tratava de que 0 sujeito adivinhasse? Desta forma até & possivel que, sobretudo a prova estive- sse bastante avangad, 0 sujeito tivesse enormes probabilidades de acertar apos- tando por um simbolo em concreto, se jé existiam muitas probabilidades de que esse simbolo, num maco determi- nado fosse o repetido 7 ou 9 vezes (40! de probabilidade, jé no comeco da experiéneia), com limitarse a fazer 25 apostas idénticas, era muito provével conseguir um minimo de 7 ou 9 acer- tos. .. © embora os autores citem esta probabilidade a outro respeito, ndo escla- eoem que néo fosse assim 0 compor- tamento do sujeito (pelo menos, as vezes), 0 que nos autoriza a supo-o, +++ O}ojojo ‘Também resultam descabidos os esfor- g0s dos experimentadores por acharem Juma conexdo positive entre freqiéncia real de simbolose freqiéncia de apostas. E suficiente uma olhada a tabua: Para © simbolo que em cada maco s6 apare- ia uma vez (no total, 360 aparicdes), 0 sujeito deu 1.769 apostas. Porém, para © repotido nove vezes (3.240 aparigoes, nove vezes 360), houve 1.842 apostas (1,04 vezes 1.769). ‘A este mesmo respeito, ¢ induvitavel- ‘mente aritifioso considerar sO 0 efeito de incrementos e decrementos iguais, da freqiiéncia real sobre a freqiiéncia da posta; porque ndo se comparam as apostas dadas ao simbolo aparecido 56 ‘uma vez (1.769) com as dadas a0 apa- recido trés vezes (1.702) ou as do apa- recido sete vezes (1.934) com as do repetido em noveocasides (1.842)? Nao seré porque nestes casos a evidéncia & cexatamente aposta 4 procurada? Se temos em conta as apostas ert0- nneas, © artificio empregado, se bem engenhoso, € duvidosamente vilido Deu-se por suposto para sua obtengao que “em auséncia de detecedo parapst coldgica de distribuicdo de freqiigncias dos simbolos, estes erros, em média, deve-se esperar que estejam igualmente repartidos entre as outras quatro possi vels apostas”, 0 que, se bem que seja certo em média, como expressamente se diz, nfo deixa de ser uma suposigéo falsa em cada caso concreto, como seria preciso para a validez da formula obtida, ois 0 sujeito foi expressamente avisado de que em nenhum caso dois simbolos cestariam repetidos igual niimero de vezes. © dito aviso no podia senio exercer influéncia sobre as apostas do sujeito (e com tal intencio the foi feita a adverténcia, obviamente), ainda em au- séncia de detecso parapsicologica - Podemos dizer que 4 tnico digno de ser tido em conta como hipdtese de trabalho, para futuras e mais amplas experiencias, € a aparente evidéncia surgida de que 0 simbolo aparecido s6 uma uma vez em cada mago de 2: cartas seja 0 mais facilmente adivinhado (22,22! ), Porém, ainda isto nio passa de mera conjetura néo demasiado con- sistente, como parecem indicar os pro- prios experimentadores ao dizer expres- samente: “Se um pudesse tomar a sério este valor especialmente alto. ..” Em definitivo, no deixa de ser la mentavel 0 considerivel esforgo e abvio gasto de dinheiro levados a cabo nesta experiéncia e, sobretudo, no ulterior trabalho de estudo de resultados ¢ ob- tengio de conseqiiéncias (7). Em con- junto o trabalho presente vem a abonar rnossa tese, defendida nesta mesma re- vista (Segdo: “Nossa Opinio") de que uma boa parte da “parapsicologia” norte-americana, tsitemente, tem mai riqueza que Parapsicologia auténtica. O prestigioso “The Journal of Parapsycho- logy”, revista para especialistas, nao deveria ser veiculo para a publicagio de experiéncias falidas ou extrapolacdes de falsos resultados pré-leterminados, 0 experimentador tina preparado os dif fentes macos ¢ expressimente admite que, ‘yereg conheciinclusie conscientemente 37 LIVROS DA NOSSA BIBLIOTECA Tex235. ppm 218 18 —BAYLESS, Raymond yon he Sere ei Ds Cosh 180 —BAZAK, Sid N York Gane Pu. 1 181 ~BAZZIM BARROS, Mri Jo fina “Edw” ieee 12 — BEARD. Prd “Sua of eat 13 — BEATTIE, Jobe « MIDDLETON, Landon Route, 1949 184 BECKER, Raymond de ‘Unindovane ene du Mon Fr, Pane, INS — BECKER, Raymond de Nien tenco. 197 186 — BECKETT. Lc “Noemen an Ergun TESA papas TO 197 —BEGUIEN.Aet Pane Later 1988 188 — REHANAN. Kovoor “Nope Sent Eaton’ 9 — peu... 190 BELO. Sane NYork. Columb Unneniy 38 191 —BELOFF, bn London, Matibbon, 198: 192 —BENAVIDES, Reel Dart. Bagels 1961 eeu licen und Pye Mosches,R Pps 1972 196 — BENDIT Lawrence 3. Mois, st Boos, 1970, TERS pies 00 197 —ENDIT, 1 ¢PAYNE, Phebe Lando, Tew. 1950 198 — BENDIT, LJ. PAYNE. Phebe 20) — RENNER: Sng. 208 — BENOMT, Habe a Dette Suprine Slon Is Pen a aL Coir da Le, 1967 206 — BENVENISTE,€ le Mags as nen 207 — BENZ, Et Start Ere Kt, 1969. 208 — BENZ. Et 209 -BEONIO-BROCCHIERL, Vitro Seis pag 25 TSaa2 pai, 211 — BERGEN, Fay . 212 BERGER, Jouph R« CAPRIO, Fok Atala Ato Hip” 213 — BERGER, Mare enn Ee Pra 1963 5 Paulo. Ed, Mehocaments, 1972 208 BERGUA, Joan Ro. 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