Você está na página 1de 183
_ Outros tos da Cologde Geogratia ‘ALODE, J. 0. Tauedotio 3 Cimtsoga dot DBEGUERY, Meet ‘A Taporgto des Ocanos Fenpectis da Geog ‘CLARK, Deis Tauolugto 2 Geograa Urbans DINE, jut Alcan Geogr da Avclare DOLFUS, Olver ‘ Anle Ceogetcn (© Papa Geogaicn “ambiente ‘Una Visi Crea da Geogaia do ‘subdeoolinento CHORGE, Pine (Geogr Arcola do Mando (Geogr da Populi (Geogr Ezanmiea (Geogr instil do Mundo Or Noor da Geog Poems do Mande Ac opsagies Ace Geogr Ral (Ceograa Urtnns GEORGE, Pl «euro. A Geogrta Ata CGERARDI, L.H. de Olina © NENTWIG SILA, B.C. Quantiscacso em Grogan JOHNSTON, RJ (Geogata« Gagnon LACOSTE, Yee Geogr do Sabdexonlimento ‘Légien do Espace India ‘Aides Hixircn-Geogrdfico Univeral sure, Net ‘Deeavtvinento Desgeal ‘TUN, Yee ‘Bpll: Un Hada de Recep, ‘Akad Vlora do Melo ‘bene ‘ipa e Lagar — A Perspect da Experi ‘VERRUERE, jcguee [As otter de Populcso os aS434 K. J. GREGORY Protesor de Goograia aa Unive de Southampton A Natureza da Geografia Fisica Tiaducto Eduardo de Almeida Navarro Revisto Técnica Antonio Christofoletti oe’ Ones Bibi 7 Copyright © 1985, K. J. Gregory ‘Teulo originsl: The Nature of Physical Geography Composicio: axr INE PRODUGOES GRAFICAS LTDA. Revsio: Dalva Maria Aparecida da Silvers ‘Maria Helena Torres ¢ Paulo Chaves Mi ‘ua Capa: Projew Grafico de ISBN — &,286.0159 2. CE FEERAL OE UIE L joteca dol. c. #. fen. 3412 CO Yodpg 08 9F431-30 ‘4,22 143 (40/4/92) Iimpresso no Brasil Printed nBratt’ = C34 2020 ICH s UFIF Inventério Todos os dries deta tradugSo reservados 2008 EDITORA BERTRAND BRASIL S.A. ‘Ay, Paulista, 2073 - Con. Nacional -Horsa I Con. 12012 (1311 -Sio Paulo - SP. ‘Tels (OL) 285-4941 Telex: (11) 37209 Fox (011) 287-6570852-8004 No €pemitda areproduco total ouparcil desta obra por quisquer seis, sm 2 préviasuterizngo por eseito da Etora ‘Atendemos plo Reenbolso Postal. Sumério ‘Agradecimentoe 7 Preficio 9 Introduce 11 1 Prélogo ¢ consideragties I Restrigdes a terem consideradas 18 Método de abordagem 29 Parte I~ Antecedentes 1850-1950 83 2Um século para uma implantagio 33 Influtncias exrfnsecas — Influtncias intrnsecas — A geo- agrafia fisica por volta de 1945 — 0 crescimento sstemntico ‘de 1945-1950 Parte If — Os temas das décadas 1950-1970 71 30 estabelecimento da mensuragio 71 O declinio da diddtica davsiana ~ A atmostera da cifacia — Expresses da revolucdo quantitativa — Os temas nos r= mos da geografia fisica — Avaliaczo quantitativa 4A continuidade cronolégica 107 Fandamento bisico — Modelos alternativos na geomorfolo sia histérica — Oseitagies do nfvel do mar — Geografia do 5 Predominio dos procesos 139 Pereebendosse a nccetidade de compreender os procssos — Os process nos ramos da geografia fica — Oz métodos para in ‘wstigagzo de procesos ~ Padres de procesos — O tempo at pontuagées catastrfias — Um paradigma baseado nos proceso? 60 advento do homem 181 ‘Antecedentes do estudo da seo do homem na geografia fi ‘ca —Armagnitudedobomem — Azarsterrestres — Ambiente ‘urbanos — Geografia fica ambiental 170 sistema ambiental — todos os sistemas participam? 217 Desenvolvendo uma abordagem sistémien — Os sistemas na citncia — Ossistemasna geografiafisiea — Umenfoque dirt ido para osistema ambiental Parte III — As tendéncias do decénio 19701980 249 8 Tempo para mudanca 249 Perspectivassobre asandlisestemporais— Aandlisetemporal ‘cosramosda geografia fiiea — Avangos mais gerais— Cons- cdénciainerdisiplinar 9 Desenvolvendo as aplicagses 285 ‘Desenvolvimento da geografia fica aplicada — Rcologiaema- ‘peamento das paisagens — AvaliacHo ambiental — Impacto, predicio e planejamento — 0 futuro Conclusio 521 10 Evoluindo na década de 1980 821 Sentoriamento remoto ~ Tecnologia da informago — Ten- énciasatuais Referencias Bibliogréficas 885 Agradecimentos Oseditores consignam agradecimentossseguintesinstitu ‘Bese periddicos cientficos, pela autorizacto concedida parain- cuir iastracdes pases de direitos autor American Journal of Science (fig. 8.3)¢ American Journal of Sciencee International Asociation of Scent Hydrology (Se. 6); Edward Arnold Lia (Big, 3.1); Oxford University Pres, de Ox ford New York (figs. 4.1, 268.2); Prentice Hall Inc. (Eg. 7.1 6.1) John Wiley & Sons (fig. 5.1). Para obtengiode ctactes mais completas, devemse consultar as legendas ea bibliografa. Prefiicio Esse livro empenha-se em mostrar como a Geografia Fics sederenvolveunostltimos ance, Talver este objetivo nfosejaple snamente atingido, pois nelemesclam-secontribuigdesescrtas sob ‘perpectva relacionadas com as experitacaspesoais,asmanciras ‘eselecionar dentre a quantidade enorme de material disponf- vel adifcaldadeemseignorar oconhecimentoatual quandose ‘prociram avaliar ot desenvolvimentos pastados, a apreciacZodo Contexto em relagZo com as outras ciéncias e porque deve haver ‘maisde uma explicactosobrea realidadedomundo fico. A Geo- ‘grafia Fea encontrseatualmente agucada pelo grande desen volvimento nas abordagens dos rabalhos e pesquisasrecentes € pelo adventodenovas tenologia,incluindo omicrocomputador, ‘equipamento elewénico esensoriamento emoto, Devido a esses ‘stimulos, talve tomar se-4 mais diffi escrever um lio dessa natureza em ance vindouros! Para que padese terminar a reda¢fo dot capttulos, quero agradecer a licengas periddicas concedidas pela Universidadede Southampton. Vrios specialists tiveram agentilera delereco- ‘mentar determinadoscapitalos, e particularmente soa grato 38 biicado na Suécia um outro estado que ee tornou cisco (Man nerflt, 1945), demonstrando que os canais de transbordamen ‘o podiam ter sido produsidos peas 4guas excoande subglacial- ‘mente. Tomando como referencia a drenagem glacdriacontem. Porinea, est autor mostrou como um conjunto de tips de ex ‘ais poderia ser produzido pelo escoamento ds Siguas sob e so- bre o gelo glacial, assim como em suas margens. Tai déias ex ‘imalaram revisio das interpretacdes sobre os padrées de de alaciasa0,¢, particularmente como resultado dos trabalhos de J.B Sissons (1958, 1960, 1961, 1967), acabou sendo accito wn ‘modelo de desgateglaciatio envolvendo uma rede integrada de cwosfo e sedimentagao exculpida pelas éguas de derretimento, Esse fato promoveu 2 revsko interpretaiva da seqligncia da de slaciagdo em numerosasdreas, incluindo as charnecas de York setentrionalinicialmenteestudadas por Kendall (Gregory, 1968), fe uma reluténcia muito grande em se propor a existencia de ‘enormeslagos represaios pelos gelos durante o Pleistoceno. En lwetanto, nfo havia dvidas de que ese tegundo estdgio talver a tivese sido exagerado pelos pesquisadores, co conhecimento de eventos catasirfics plestocenios, jantamente com as linha litoraneas de Parallel Roads, de Glen Roy, evou Sissons (1977) ‘a posteriormente mostrar como em algumas éreasexstiram la- gos represados pelos gelos que, drenando se eaastroficamente, dassementes de plana ae 4 ~ rep, compel care ‘plantas enabclecdas eon fio que car em sobre o habitat local fase 5 ~ etadizagda, quando a populaies de xpécis singe codigo inal em equlirio com a condi daha buat ocal e regional. Durante ea seqienciaevoltiva da ve- stosfo wma sre de engin taneonaladenominad se {5 slr il cnt eens Osi € o blogegrfo devtaam muta tengo a concelt de ‘ceo endo sido demos aspects sallentadon, ais como a ising cure wucento piméra, que €asuconTo we owes fies dem, miceafo seca qoe ne dele on at Gc ancriormente spore giao onde aide thmana ou asses natarais moiiaram a megiacio orga Cintra a acco vecundsi, Haron (900) ogra que {i nial da cela tm ido acompsnbada, mls rem tment, por uma penpecve que comiders a tceao como tm procenorestane da pore planta por planta c onde on pads geradon por exe proceso de epic poser pro- fredades tain ogulten Whites 089) eaientou 3g. ‘ican clea denice econlderou olin como ath ‘rao de abundancia cde epics que €lcalmente coment, nas que vara de hgar pea log Haron (1980) conc que Coot pespetva€aceitapor muitos bogeogafn, Embor a Callens e pense que a cumanidadeclinax foe conta x pelo cling, subuoqentemente acl lade que at ‘comunidades max ef relavamente permanente exten, ‘standosjuadas sum context partcalar de condiger sm: bien bites ‘Aceparago da ecologia em aut-cologa, que tata das relaces ambiente ds planta india, oeclogia, que preocipa cam a rlaghs ambiente da cotmnidsdes Se flanay, tien fl mao imporane. © conc de cote *PRSHTOTO BE CIENCIAS {GHUMANAS EILEERAGS tema, desevovdo por AG. Tinsley cm 1885, velo a exrer race iflutncia no toast &abordagem stémicn Eat man ‘imei propossio, Tle conser o ecota coma fompet de duas parts, designs como bioma, gue ee o compleo total de organismos como uma nidade sologh és, incuindo plants e animals vendo conjuntamentc,¢ habitat ou melo ambiente fico, Taney eonideroa toda pares de um eeousema como ators lnratuamtes, ¢ que fm um eco mado se eoconram aproximadaments «equi, Ene conc trnouse mult sigeieato por Ate podern ver aplicado a dfrents ela porque local: ‘ara stengio wobre os oranon, o meio ambien deal ode mate eenrga sobre « organza era! do Sstema. Fropicara, portant, sm eauema eonectal pare ‘Biogcograi, aplctel a gualgacr cals deste ¢ Uiter 260 individuo,fornesend ura bse padroninivel cm tenes de equivalent energic para comparar comunidaes dite reat €incorpora 4 atidade humana como um compo. em ingal (Ivy, 17), Embasamento postcita ‘A influencia do postivmme no mundo cientiico foi extraoe dinariamente sensvel, durante o perfodo dos iltimos cem anos Estabelecido por Augusto Comte durante a década de 1880, na Frana, como um conceit, foi considerado como substitute da ‘xpeculaio live ou dvidasistematica ent definido por Re: ‘ng Descartes (1596-1650) ecaracterizado por Comte como pri ‘pio metafsico (HoltJensen, 1981). As abordagens positivisas {orneceram os fundamentas para o que wei a ser amplamente conhecido como método cientico, dependente da construcso de generalizacdes empiicas, enunciados com earactersticas de lei, que relacionam o fendmeno que pode scr teconhecido em Piricamente (Johnston, 1983b). Como o postviemo depend do uso de generalizagdes empiticas, também abrange o prinefpio de verifcasso porque demanda o teste das hipétses qu foram propostas, evando tanto a verficagao como & faleificago. O objetivo éestabelecer les gerais que nfo tej expecticas¢ um , p32) Na Franca, em 1902, Emmanuel de Martonne publicava 2 Traité de Géographie Physique, que foi um livo usado mun dialmente, posteriormente tradusido em outro idiomas ¢ pa blicado em seis edicdes. Os Geographical Essays, de Davis, pri ‘mciramente publicado em 1908, reuniu varios atigos impor. ‘antes em um volume e também foi amplamente consultado. ‘No perfodo posterior a Davis, o desenvolvimento observa~ do na Geomorfologia pode ser considerado como composto de avangos,altemativas © objeodes. Os avangas foram veificados ‘a pesquisa também nas livros didaticos, em gama vatiade, entre os quais os compéndios de Wooldridge e Morgan (1987) de von Engeln (1942) esto entre os que continuaram o ideal davisiano, As alteratoas esto relacionadas com alguinas abor dagens, como a de Walther Penck (1924), que se estruturaram ‘em bases esencialmente diferentes para a Geomorfologia, que ‘io foi prontamente compreendida ¢aplicada edemoroa muito ‘tempo para sr faiimente dspontel a0 pblico de Ifngua in slcsa (Simons. 1962); eambém no foram acompanhalas por tum grande volume de publicagzes, come aconteceu com as idgias de Davis. As objecdes surgiram porque alguns gcomor. ‘8iogon comesaram a perceber posibilidades outrasalém da 4guela abordagem puramente davisina. Dessa mancira, Kirk Bryan foi seguidor de Davis sob muitos agpectos, mas também levou em consideragao as idéias de Penck e,juntamente com seus seguidores, realizou contribuigbes para o desenvolvimento ‘do nascente campo da geomorflogia periglacial e também para 2 gcomorfologia das regides dra, Peltier (1954) considerou ‘que na geomorfologia praticada nos Estados Unidos nova era hhavia comecado por vlta de 1940, e esa nova era estava fa: ddamentada pelasinvestigagSes dscrtivas, particularmente ut lizando mapeamento, pelos estudos dintmicos sobre os pro: ‘esos fluviais, de dissolucio, marinhos, periglaciais, edicos 56 ce vuleinicos, e pelos esudos apicador. A medida que essa ten- dencia estava acontecendo, também podese notar de modo apa- rente nos Estados Unidos que ot gedgrafsfisios ve preocupe- ram mais com a geografia humana do que em épocas prece- dente, enquanto 0s geélogos caminharam mais & procara de petrdlco (Petes, 1954). Talvez a repereussio mais incisiva do Perfodo davisiano nto tenha ficado apenas na énfase sobre a ‘evolusdo da paisagem a longo termo, pos conforme Wooldrid- (195, p. 170) assinalou: “Ui aang siguiente da Gromortga no cal sta fa enta- tha de relacionar a bsewagbs com da geologic, (Come poeta papi wlentado pare sui odsewerinen tw expleao das frmat de leva, ocnctn da ci te esto pode Force tataenta em ters praate quater Entretanto, havia também preacupacio voltada & geomor- fologia regional. Vitis estes de casos jf foram anteriormen- te mencionados (Wooldridge e Linton, 1989; Johnson, 1981, Cot- ton 1922), ea eles devem-se acrescentar a fisiografia das regides orientale ocidental dos Estados Unidos (Fenneman, 1951, 1938) ‘¢ embora concebido de maneira independents, o estado The Alpin the Iee Age (Penck e Bruckner, 190-1908). Os ts vola- mes desta tima obra foram importantes por sugerit uma ero nologia para a Europa e, pineipalmente, por proper uma divi slo quidrupla da seqlitnca glacdra, exreendo enorme influ: sobre a interpretacto da hiséria do Pleistoceno em muitar foutras regides do mundo. © tema regional também tornow-se saliente em outros ramos da Geografia Fisica, geralmente buscando subsdios em contribuigées elaboradas em outrasdisiplins, O livro Clima- ‘ologia (Miller, 1981) exerces enorme influénca, pois anal va os elementos fatores do elima es clastfieagies climi as, e cerea de 60% do volume tratava doe elimas dos vitios ‘continentes, O significado ea finalidade da Climatologia eur sgiam como ".. 0 gedgrafo geralmente exté mais preceupado com... 2 tanslacto dot comportamentos médios em determi: nadas respostas bioldgicas Em excala bastante diferente, 0 livro de Visher (1944), Climate of Indiana, inclufa mais de 87 ‘300 mapas ¢exemplificava claramente x énfase bre os padres cespaciai, = ‘Na geografia dos vegetais, em acréscimo a geografia ecls sica das plantas que abrangia a sucesso da cobereara vegeta, Kuchler (1954) idensficou abordagens drecionadas aos mapas de vegetacio, a0 desenvolvimento histtico da vegetaio ceo. safia floristic, que procuravam estabelecer as drcas ocupadas Por espécies particulares e explicar sua exten ¢ localizes, ‘Tis subdivisdes da geografia das plantas obviamente se assem. tam as subdivsdesobservadas na Geomorfologia crn sua eo 2, ¢ Ruchler (1954) casificou as dead iniias do deal vite ‘como devotadas a culo deinformaciese a subseqiente ten {doa estar a validade do modelo a priori. O primeiro caminho (Gigura 3.18) ¢ efeivamente indativo, procedendo-e a partir % de fatos nfo ordenados para uma gencralizao, enquanto oe sgundo € dedutivo, porque repousa sobre um modelo a priori, ‘que € percebido em tum estgio nical para permitir a manip lagto de dados e para que sejam tradas conelusis acerca de algum conju de fendmencs, mesmo que ainda nfo exista uma ‘eoria completa. Um modelo alternativo a posterior expressa as nogdes contdas na teoria de uma forma diferent, tal como 4 notacio matematica, mas eta nko foram utlizadas tao ex ‘eosivamente na Geografia Faien como aconteceu com os mo clos priori. Quando o modelo foi verficado pelo caminho mostrado na Figura 8.1C, pode condusir uma teora, nas pa- lavras de Einstein: "lives criagSes da mente humana’, porém ‘mais especificamente a um conjunto de sentengas, expresas em termos de um vocabulério xpectico, que facilitars a discuss os fats que a tcora deve explicar. Enquanto uma teoria nfo pode necestariamente mostrar-se vrdadeira ou flea, uina hi- Détese € consderada uma proposicdo que te pode masta ver: dadcira ou falsa (Harvey, 1969), sendo mais estrita na citnca Braithwaite (1960, p. 2) sastenta “Ui hp centea € uma props eral acerca de dss ‘cola de una cra epi a mn propo camin nae ‘id de ue peer ts pel enperenia exerci lrate area quo, see ou alo Nps edad ino € quest ‘or nfo un fe Seen” [No progresso da cigncia a meta ¢ geralmente extabelecer leis centifeas, que s20 definidas por Braithwaite (1958, p. 12) ‘como: “equivalentes& goneralzagio de amplitude irrestita no ‘expago e no tempo, de maior ou menor grau de complexidade fu generalidade™. dificil sustentar o conjunto de les restritas ue esto extensamente disponticis na Geografia Fisica, e, 25+ sim, Harve (1968, p. 81) propée uma hierarqua consstente que pest ser particularmenteapropriada para a Geografia, Esa hicrarquia extendia-se das afirmagderfactuais de mais baxa or ‘dem para as sentencas intermedirias, que poderiam ter o sta: ‘us de generalizapio ou de leis erapticas, até as sentencas de ‘ais alta ordem, que poderiam ser encaradas como leis gerais ou teseieas 6 tech ig sath (rpms igura 8.1: Padror de cxplicagso dentfica segundo Harvey, 1968). [Afercce uma represneac diagramatica da elago etre percep tos conecieos e ermor: B lata a via baconiana de explicagiociew tifa: eC indica uma va alterativa de expiagio cientiiea empre {rindo um modelo « prior: ” ara orl tei, hips aa 2 eng fac bed no tor dn pln qs 1 crac cents igus 2, 0}Com' sens Guancagin evn fecona bi oma pein ng ter incocnaet, por sgus genoa ee ‘ang de que resent bron do emda os Sates mums Coad, edn wr mai contrat se que oF mndls dover mr narod pels Gras, Opa to Baldo Sa de 190 fram empegao ma to tas Goenenenin (gu 8.) uno"t eer Sec. in camino sean um imporant eb uf plo senor pst remap ee fee Noo tio deco, ua dar onion de Gu wo Sareea aetna ees oe Seddard ga gute cntomenie pen of fae raat ‘ora Ne dena om al, Neme sed gus el re Savers pn sean de Ean, ner sC'ger"Newlon hea etado is premas de Det, Proandoars pr dos nt” (ao 17) Laas (Te pr) conn sage opt gua facet de. ee eee iran asa pend gungur neo fo de cr a Sino danse denies rem gules indoor tai," qe dtingn ocohetinent Sin dg Gia, stn da pec! Ay sorage psas ab Jace vin pra apn nts gun 3180) po Seon cr ween de dens mance Or paratgmes fsa prope pr Kuhn (1962) como seid nates a cl, Sree se paraignatea oon soa eo etabtetane piunnnenirenneais deren et eesheriseaptenine meenmaruaa eat Ee eereniene eee anaes ft amplamene sta cn Cenpaiacecbore foe frie Otencan, 17) qu alleen so mo ‘Seger Ra, pohonn tr dlexin em carga ae 8 1 uma forma metaisiea de se ver 0 mundo; 2 uma nocio socioldgiea que investiga como a cinta opera: $3 um trabalho clético que oferece os instrumentos eos proce dimentos pelos quaisse pode obter a posterior solucio do pro: blema. A forma pela qual uma tora € verifcada constitu, de acor- do com Kuhn (1962), questio mais de f€ do que de logica, © 108 procedimentos de verificagSo ¢ confirmasio slo parte inte- ral das regras que a comunidede cientiica associa com 0 pa- ‘adigma predominante. Quaisquer anomalias que aparecam po- dem, entio, acumularse como a base para a préxima fase ert tiea em que a revoluglo engendrard a préxima fase paradig mtica ‘Uma escola alternativa de pensamento foi criada, notan- do que nenhuma teoria pode ser exposta a todos 0s postcis testes relevantes © procurando eritérioe para a avaliacio de ‘uma teoria em termos da probabilidade de que «teoriapossa ser verdadeira & luz da evidéncia exstente (Harvey, 1969, p. 15389). Isto exigia a producio de uma lgica indutiva de con- firmagio, que tornaria posivel fazer uma escolha tio objetiva ‘quanto possvel entre as explicagdes alternativas, Todavia, tal ‘tratéyia confrontou-e com a8 dificuldades em se definirem fo teste para tima dada hipstese e de se estabelecerem as regras indutivas para se avaliar 0 grau de confirmac3o para tama hipStese particular. Esta lgiea indutiva, ow probabils- smo, pretendia definir as probabilidades de diferentes teorias {de acordo com a evidéncia total exstente. Deste modo, uma ‘eoria seria qualificada de cientfice se sua probabilidade ma- temética forte ata, mas, se cla fosse baixa ou mesmo 2er0, centdo a tcoria nfo seria considerada cientfica, Assim, pro" babilismo oferceia uma escala continua, a partir das més to ries com baixa probabilidade, até as boss teorias com elevada probabilidade (Lakstos, 1978, p. 3)- Fm 1934, eontudo, K. R, Popper sustentava que a probabilidade matemdtica de to- das as teorias, qualquer que fsseo nfvel de evidencia, € zero, {de modo que as teorias clentiicas sfo tanto indemonstréveis como, também, igualmente improvéveis 19 © racionalismo ertico detenvolvense deade a década de 1980 em conséqigncia das obras de K. R. Popper, estando em ‘opascdo ao positivism lgico, embora D. Gregory (1978, p. $5) sugira que Popper tives concepefo extremamenteestrita da ‘uilo que © posivismo taz.O aspectoesencial da visio de Pop- per é que a falsificao substiui a werificagfo, de modo que uma, ‘eoria seria consderada verdadeira até que se mostrasse sua fl- sidade, No decorrer da atividade cientifca,o cientista irs pro por solugdes experimentas que serio, enti, avaliadas critica- ‘mente, e a solugbesexperimentas sf teriasespeculativas, cla- boradas numa tentativa de resolver 0 problema particular. A {alsificagdo, como procedimento, é jstifeada porque, visto que ‘nenhum niimerofinito de fatos posta permits a veriicagio de ‘uma propesicio universal, um fato nico pode demonstrar que proporcso € fala. Assim, as afirmacies cientficas elo con cebidas como ve fossem falificdeis, enquanto as nko cientiicas rio 0 sio. Esa postura eritico-racionalita de falificacao foi criticada por Kuhn, porque, e uma nics falha € a base para a tejeigio da teoria, entdo todas as teorias deveiam ser sempre rejeltadas, Concudo, se somente uma faa grave exigir reeigto da teoria, entio Kuhn sugere que os raionalistaseriticos de ‘vem exigir alguns crtérie para a “improbabilidade” oa grau de falificacZo. Haines Young e Ptch (1980) surtentam que, ape sardese lowar “da boca para for a poricfo ertio-racionalista na literatura da Geografia Fisica, ela nfo tem sido adotada da ‘maneira como poderia ser, embora oferega base mais saisat6- ria para se realizarem novos progresos. Hles marian tes ob- Jess da tee critico-racionalista & teseIigico-poritivsta, Em primeiro lugar, que of fatos nko so objetives porque io obser vagdes que pereebidas de mancira particular, de acordo com a tecnologia dispontel para medigdo e abservacio, © ndo po- dem, asim, mostrar verdadeiros. Hm segundo lugar, que © principio da induczo envolve um erro légica porque nenhium rndmero de observapses aparentemente confirmadorss pode | wtrar que uma proposicfo geral € verdadeira. Em terceio lugar, que as observacées nio sio fetas de mancira indepen dente da teoria, mas, 20 conteéio, que as varisves, que pare- ‘cem importantes, sendo por isso seleconadas para mensiracio, 80 io escolhidas & luz do conhecimento de alguma teoriaprecon- xbida. Haines-Young e Petch (1980) concluem que a deseaber- 1a de fendmenos anteriormente nZo registrados pode provir de studs que nto foram capazes de expictar suas bases ese eas, tas descobertas podem estimular a gerago de novos pro- Dlemas e de novasteorias; eles ambém sugerem que "€impor- ‘ante evtar os estudos empiticos macigos que sf0realizadosso- ‘mente com a nocio muito vaga de um problema teérico, como seo aciimulo de dados fase um fim ems mesmo” (Haines Young Petch, 1980, p. 75). Inflizmente citam dois exemplos daquil ‘que contderam ser estadosempiricos slides, vem ilstrarexem- plos de sua prépria pesquisa, de wabalho adequadamente ba- feado no fundamento de um problema tedrico. Isto pode ser ‘um perigo quando se far revisio de pesquisa epecificas da Geo- alla Fea, omando como referencia eptemologia ot + teoria do couhecimento, ‘Em vista do dominio das ideias davisianas e de sua subst twicto, pode parecer inicialmente que a visio de Kuhn das fa ses paradigmticas e das crises seja apropriada & Geografia F- siea, Tadavi, 0 desenvolvimentno posterior da disiplina com

Você também pode gostar