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Edmund Burke Reflexées sobre a Revolucio na Franga Prericro Francis Canavan Taapugio Eduardo Francisco Alves REFLEXOES SOBRE A REVOLUGAO NA FRANGA, E SOBRE OSTRABALHOS EM CERTAS SOCIEDADES DE LONDRES RELATIVOS A ESSE EVENTO EM UMA CARTA DESTINADA A UM CAVALHEIRO EM PARIS PELO ILUSTRISSIMO EDMUND BURKE (Pallicada ene outubro de 1790; “Acgumento PARTE I, pp. 146-362. (Os Sentimentos ¢ Deutrinas Polticas dos Inlesescomparadas com os dos Revoluciondrios Franceses INTRODUGAO. A Constitutional Secety ¢ a Revolution Society, p. 147. 0 Sermio do Dr. Price, p. 15S, Ele deturpa a Constituigio inglesa, p-159. O Direito “de escolher nossos préprios governantes” R A Revowinde sa Frases rejeitado erefitado como douttina pritica, p, 162. © Disito “de demit-los por prevaricagio" rejeitado etc, p. 177. O Dieito “a formar umn goversio para nés proprios” sjeitado ete. as regalias inglesas mostradas como sendo essencialments uma heranss 7p. 183. Comparagio das agées dos revlucionéros ingests de 1688 om as dos revoluciondtios franceses de 1789, p. 188. Essestiltimos cexplicados pela composigio da Assembleia,p, 195. Cariter dos representantes do Tiers Ea, p. 196 do Clero, p- 203, Influéncia de rnobres turbulentos, p. 204, Falécias jacobinas sobre as qualificagSes para o poder politico ea marureza da propriedile et, p 204, nto podem resuiar na verdadeitaliberdade, p- 208, nem na vedadisa reptesentasio de um povo, p. 217. Os verdadeiros Diretos do Horem, p. 219, sa [2] ligagdo com 0 principio de governo, p 222. A perturbasio do tratamento, p. 226. Iliberalidade © desumanidade do Sermiio do Dr. Price, p.228. Price comparado a Peters, p. 280. © tratamento dado ao Rei ¢ a Familia Real da Franga, p. 232, contrastado com o espisito das velhas maneiras © opinides europeas,o qual, sendo naturale politico, ainda bifluen- ciava os ingleses, p. 244. Lufs XVI, tirano nenhum, p. 252. O : utor acha a honza da Inglaterra envolvida no reptidio as douerinas ‘esentimentos do Dx. Price, p. 256, e passaa exibic 0 quadro verda- deiso do sistema politico inglés, p. 261, que se baseia em I. a Igieja, 2. a Coros, 3. a Nobreza, 4.0 Povo, p. 262. Secio I. O Sistema Edeitstic da Intra. Religito findamentada na rnatureza, ¢ mais necessiria onde hé liberdade, p. 265, ajudando a farer valet a obrigagio que deveria subsistir entre uma geragdo ¢ utra, p-270, que €0 verdadeiro Contrato Social, p. 272. Uso da Eowuno BURKE 42 Tereja como um principio aglatinanteeimpregnante para o Estado, p- 273. O fim atingido por seu controle sobre a Educasio, 1-276. Influéncia da Refigito, igualmente necesséria aos ricos € 20s pobres, p.278. Os direitos de propriedade aplicam-se as Terras da Igreja e sto gritantemente ultrajados pelo confisco de ptopriedade da Igreja na Franga, p. 282. Crédit National de France, um pretexto vazio, p. 286, O interesse pecunirio hostil 4 Igteja, p. 289. Os homens de letras, hostis, p. 291. A Coalizio deles pare destrutla, p. 294. Esse Confisco, comparado com ‘outros, p. 297. Desnecessétio, p. 300. Mal ou frauctlentamente executado, p. 304. Seco TL, (Fragmento apenas). O governo monirquico da Franca; seus abusos no incurdveis, p. 308. Padrdes pare julgar seus efeitos; populasio, p. 314. Rigueza Nacional, p. 316. Espivito patriético do governo deposto, p. 319. ‘Secko IIL (Fragment apenas). A Nobreza francesa, p. 323, Sucio TV. (Nada testa.) ‘SecAo I, continuagdo da. © Clero francés: seus vicios nfo foram a causa do confisco, p. 329. Vicios do antigo Cleto nao sio pretexto _” para confisco, p. 333. Catiter do Clero francts moderno, p. 337. ‘Ananquia do novo Sistema Eclesiistico, p. 339, contrastado coma Politica da Igreja Protestante da Inglaterra, p. 343, Fanatismo: ateu, 348. A politica de confisco contrastada com a de conservagio, p.350. cons gomne 4 Rovowucko NA Franca 3 PARTE I, pp. 362-476. A Politica da Asebleia Nacional Cricada InstRODUCKO. Negado seu direito de agi, p. 362. Seu espitito, p. 365. [3] Sua ignorincia de Estadistica, p. 366. Criticado o resultado de seus esforgos, p. 373. ~ echo I. A Legislature, p. 373. Se¢io IL. O Poder Executivo, p. 409. Secho IIL A Magistratura, p. 419. SeGko IV. O Exército, p. 425. SecA0 V. O Sistema Financeito, p. 448. Concuusio, p. 472. EoMuno BURKE 144 REPLeXOES SOBRE A REVOLUGAO NA FRANCA Reflexes sobre a Revolugiio na Franga I alvez nio seja desnecessitio in- format 20 Leitor que as Reflexdes que se seguem tiveram sua ori- ¢ que se segue gem em uma correspondéncia entre o Autor € um cavalheiso mui- to joiem em Paris, que the dex 2 honra de solicitar sua opinizo sobre as importantes transagBes que, desde ento, tanto tém ocu- pado a atengio de todos os homens. Uma resposta foi esctita em algum momento no més de outubro. de 1789; mas foi retida por considecagio de prudéncia. Alude-se a essa cartano inicio das folhas seguintes. Ela foi, desde aquela época, enviada & pessoa a querh se cenderesava. Os motivos para o atraso em envif-la foram assinalados em uma carta breve ao mesmo cavalheiro. Isso provocou da parte dele uma nova e premente solicitasio dos sentimentos do Autor. (© Autor comesou uma segunda e mais plena discussio sobre o icicla no inicio da tiltima primavera: ‘mas, dominado pelo ass achou que o que se havia proposto a fazer nfo s6 excedia em muito as proporgdes de uma carta como também que sua importincia exigia de preferéncia uma considera- io mais detalhada do que aquela a que naquele momento ele tisha tempo livre para se dedicar. Entretanto, tendo lansado suas pri- reiras ponderagées em'uma carta, chou dificil mudar essa forma Reruexdes some a Revouucko 8a Baancs 45 de comunicagio, uma vez. que seus sentimentos tinham ganhado maior amplitude e recebido uma outra diregao. Um plano diferente, ele teen consciéncia, poderia scr mais fevordvel a uma mais espagosa divisio e distribuisio de seu tema. (4j Caso Sextion, Houve-the por bem voltar a pedis, e com alguma urgéncia, nies ideas sobie os recente acontecimentos na Franga. No Ihe darei motivo para imaginar que acho terem meus sentimen- tos tanto valor a ponto de desejar que me supliquem por eles. Sao de muito pouca consequéncia para serem muito ciosamente comunicados ou guardados: Foi por atengio ao senhor, ¢ 20 senhor apenas, que hesited naquela vez, quando primeiro conhect-los, Na primeira carta que tive a honra de escrever- Ihe, e que finalmente lhe mandei, nao escrevi.a partir de nenhuma desctigéo dos homens; nem o farei nesta. Meus erros, se houver, so meus pr6prios. Somente minha reputagio hé de responder por eles. Pode ver, senhor, pela longa carta que Ihe transmit, que, embo- 1a ex de todo corasio deseje que a Franga seja animada por um espitito de liberdade racional, ¢ que eu os ache obrigados, em qual- quer politica honesta, a prover um corpo permanente, no gual esse espitito possa resid, e um érgio eficiente, por meio do qual ele possa agit, é meu infortinio auricles vidas CORRES ’ O cect imagine, da km vex que me escreteu, que possivelmente me insrevia entre 0s que aprovavam certas ag5es na Franca devido & solene chancela priblica de sangio que essas ages eceberam de dois clabes de cavalheiros londrinos, {@GagaeaaOHaD) [Eu certamente tenho 2 honra de fazer parte de mais de um clu- _ Reglaze emnlenninsis «conse ns nes os mais ardorosos em-meu 2elo por manter essa constituislo ¢ esses principio em sua extrema puteza e vigor. E & porque sou assim «que acho necessio para mim que nio haja engano. Os que culti- yam a meméria da nossa Revoluslo, ¢ os que sio afeicoados & constituigio deste reino, devem tomar [5] bastante cuidado para aio se envolver com pessoas que, sob o pretexto de zelo pela Revo- ugio e a Constituisio, feequentement i (CGSB AEAGIGR c=tEo prontas em toda ocasito a se afastar do espirto firme, porém cauteloso ¢ deliberado, que produzitt uma ¢ preside a outra. Antes de passa a responder aos particulares mais substanciais de sua carta, devo pedir-lhe que me deixe dar a informagio que consegui obter dos dois cubes que acharam apro- priado, como organisms, inerferir nos assuntos da Fransai pri sadets duces A primeira, chamando-se Constitutional Society, ou Society for Constitutional Information, ou algum titi: To assim, tem, aczedite, ete ou oito anos de existéncia. A institui- lo dessa sociedade parece ser de natureza beneficente e até agora Isc: da peti promone dato & sta dos mem> 4 Revouugio sa Faanca 147 (GERERREESBED: c que poceriam ficar nas mios dos livreiros, para grande perda de uma massa titil de homens. Se os livros que assim caridosamente circulam algum dia foram tio catidosamente lidos é mais do que posso saber. Possivelmente diversos deles foram exportados para a Franfa; e, como bens nfio demandados por aqui, podem ter encontrado em voo’s um mercado. Ouvi falar muito das luzes que podem ser conseguidas a partir de livros mandados, (CBB. Que methoras eles tiveram em sua passagem (como se diz de algumas bebidas, que melhoram quando atravessam ocean) { ndo sei dizer. Mas nunca ouvi um homem com disceraimento, ot | com 6 minizno grau de informagio, dizer uma palava em louvor da maioria das publicagées que circulam por essa sociedade; nem seas trabalhos foram considerados, exceto entre eles mesmos, de alguma séria consequéncia. Sua Assembleia Nacional parece utrir mais ou menos a [6] mesma opinio que eu sobre esse pobre clube beneficente. Como “nagdo, vocts reservaram todo o estoque de seus reconhecimentos cloquentes para a Revolution Society; enquanto seus colegas da Constitutional tinham, em equidade, diseto a alguma parte, Uma vez que vocts es heram a Re mn Society como o grinde objeto de seus agradecimentos ¢ louvores nacionais, queira desculpar-me por fazer de sua recente conduta o tema de minhas J observagdes. A Assembleia Nacional da Franga deu importincia a | esses senhores, adotando-os; e eles retribuem o favor funcionando | como um comité na Inglaterra para propagat os princfpios da As- | sembleia Nacional. A partir do que devemos consideré-los uma espécie de pessoas privilegiadas; e membros considerdveis do corpo diplomético, Essa é uma dentre as revolugdes que deram esplendor Eowunp BuRKe 48 obscuridade ¢ disting%o ao mérito despercebido. Até muito,re- centemente, nfo me lembro de ter ouvido falar desse clube. Tenho absolute certeza de que ele nunca ocupou um momento de meus __ pensamentoss nem, atedito, dos de alguma pestoa fora de seu pré- prio grupo. Descobri, ap6s pesquisar um pouco, que no aniversé- rio da Revolugdo de 1688 um clube de dissidentes, cuja denomi- ragio ignoro, teve por muito tempo o costume de ouvir um ser- mio em uma de suas igtejas; ¢ que depois disso, como outros lubes fazem, passavam o dia alegremente na taverna. Mas nunca ouvi dizer que alguma medida piblica, ou sistema politico, muito menos 05 méritos da constituigio de alguma nagio estrangeira, tivessem sido objeto de trabalhos formais em seus festivais; até que, para minha inexprimivel suxpresa, eu os descobri em uma espécie de fungio piblica, por uma fala de congratulacdes, dando ‘uma sangio de abalizamento aos trabalhos da Assembleia Naci- onal da Franga. Nos prncipios ¢ conduta antigos do clibe, pelo menos na medi- da em que foram declarados, nada vejo a que eu me pudesse opor, ‘Acho muito provivel que, para algum propésito, novos membros possam ter [7] entrado em meio a eles; e que alguns politicos auten- ticamente crstos, que adoram distrbuis beneficios, mas tém 0 cui- dado de esconder a mio que dispensa 0 donativo, possam té-los feito instruments de sus pios designios. Sefa qual for o motivo que ex possa ter de suspeita com zespeito 3 condugio de negécios priva- dos, sobre nada filarei como de wma certeza, senao 0 que € piblico, ‘Quanto a mim, eu lamentaria que me achassem, diteta ou indi- | retamente, envolvido em seus trabalhos, SUpOEROSESBOESE | ‘a minha parte, bem como o resto do mundo, em minha condisao Rerexous soene + Ravotugio Na Faasica 49 “individual e privada, em especilar sobre que fi ou est endo CieyRRT ER lio e= goal quer Ings, antigo ou modern; na repéblica de Roma, ou na repiblica de Paris: mas, no tendo nenhuma missio apostélica geral, sendo um cidadio de um estado particular e estando atado, em um grat consideravel, i sua vontade publica, ew acharia no minimo impréprio e irregular abcit uma correspondéncia piblica formal com o governo vigente de uma nnagio estrangeira sem a expressa autorizagio do governo sob o qual eu vivo. Euestaria ainda mais indisposto a entrar nessa correspondéncia sob algo parecido com uma descrigio equivoca, que para muitos, nao familiarizados com nossos costumes, pudesse fazer a comuni- cago; na qual tomei parte, parecet constituit-se um ato de pessoas no mesmo tipo de condigio corporativa, reconhecida pelas leis deste reino e autorizada a expressar a vontade de alguma parte dele. Por conta da ambiguidade ¢ incerteza de descrigdes gerais desautorizadas e da trapaca que pode ser praticada sob elas, e niio por mera formalidade, a Camara dos Comuns sejeitaria a mais dissimulada petigdo pelo mais insignificante objeco, sob esse modo de assinatura, para o qual vocts escancararam as portas duplas de seu salao de audiéncias e fizer nal, com tanta ceriménia e entrar em sua Assembleia Nacio- entagio e com uma salva tio grande de aplausos, como em sendo visitados pela de toda a inagio inglesa. Se 0 adequado mandar tivesse sido ito pouco de quem era a autoria sm thais nem! menos convincente soiente um voto ¢ sesolusio. aseis'se somente em autoridade; enesse caso é aera autoridade de individuos, poucos dos quais aparecem, Em minha opiniio, sons assinaturas deveriam ter sido anexadas a ses instrument. smndo entdo teria. os méios de saber quantos eles so; quem sio;¢ que valot suas opines podem tex, por sua capacdade pessoal, porseu conhecimento, a experéncia oa sa liderangaeautoridade este tema. Para mim, que sou apenas um homer simples, 03 tra- pathos parecer um pouco tefiriados demais ¢ engenhosos demaisy sem um excéssivo 0 ar de estratagema politico, adotado como fim de dar, sob wm nome de alta sonoridade, imporcéncia ds declarasies pblcas desse lube, a qual, seo asunto for atentamente exaiminay do, se veri que elas no mereciam. E uma politica que tem por demais o aspecto de uma fraude. . do. bem quanto qualquer cavalheiro dessa sociedade, se} for; ¢ talvez ea texha dado boas provas de minha aftisio por essa causa no decorrer de minha catzeira pablica. ACROMGUERBIE|OI> Spec le quem ReruexOes soone a REVOLUGAS NA FRANCA x "Quando vejo o espirito de liberdade em agZo, vejo um forte principio em fincionamento;e isso, por algum tempo, é exdo que | posso saber a respeito. © gésviolento, oar firme e estéve, simples- —————— \ GERIBEE. Preciso estar razoavelmente seguro, antes de me arrsear a cumprimentar honiens publicamente pelo recebimento de uma dadiva, de que eles realmente a receberam. A lisonja corrompe tanto quem a faz. quanté quem a recebe, ¢ a adulagdo no é mais dtil a0 povo do que aos reis. i EbMunp BuRKe 152 (GEIR. Toctasexss (a seu movi) so coisas boas também: em elas a liberdade, enquanto durar, ndo & um beneficio, e no & provével que dure muito. O efeto da liberdade para.os individuos é que cles podem fazer 0 que quiserem: deverfamos ver 0 que eles ao queter fazer antes de arriscarmos congratalagSes, que logo se podem transformar eni lamentos. A prudéncia ditaria isso, no caso de homens isolados e separados; masibetdadey@uanee He /Pessoas ponderadas, antes de ‘se declarar, observario o uso que € feito do poder; e particular- mente antes de tentar uma coisa tal como novo poder em novas pessoas, de cujos principios, temperamentos ¢ disposisées elas tém pouca ou nenhuma experitacia, ¢ em situagSes nas quais aqueles que parecem na cena real os mais ativos talvez ndo sejam. os verdadeiros agentes motores. Todas essas consideracées, no entanto, estavam abaixo da digni- dade transcendental da Revolution Society. Enquanto eu continu ava no campo, de onde tive a honra de Ihe escrever, formava apenas ‘uma ideia imperfeita de suas teansagSes. Ao vir para a cidade, pedi que me fizessem uma exposigio desses trabalhos, os que baviam sido pablicados por autoridade deles, contendo umm sermio do Dr. Price, com a carta do Duque de Rochefoucauld e a do Arcebispo de Aix, e diversos outros documentos anexados. O total dessa pu- blicagéo, com 0 manifesto intuito de ligar os negécios da Franga a0s da Inglaterra, puxando-nos para uma (GGBINSEMD cieisou-me em considerivel grau de cons- trangimento. © eftito dessa conduta sobre 0 poder, o crédito, a prosperidade e.a tranquilidade da Franga fica a cada dia mais evi- dente. A forma de constituicio a ser decidida, para sua fueura orga Rariexos ine 4 REVOLUGAO Na FRANCA 8 \ \ nizagio politica, fcava mais dara. Estamos agora em condiséo de discernit, com tolerivel exatidio, a verdadeira natureza do objeto proposto para nossa imitag, Sea prudéncia da eservi edo decoro dita siléncio em algumas [1] crcunstincias, em outras a prudéncia de uma ordem mais elevada nos pode justificar por exprimizmos nessos pensamentos. QSIpHBEIpi0s de deSOR Eee HOSTS _ hater, sio mo momento bastante tues; mas ene vores vimos "ama infincia ainda mais elgil crescer em poucos momentos af és Se ‘nosso vizinho: ‘estiver pegando fogo, € conveniente acionar um pouco as bombas agua na nossa propria casa. Melhor ser desprezado por apreenstes cexcessivas do que artitinado por wma seguranca confiante demais. ig, mas de modo nenhum despreocupado com ado seu, gostaria de comunicar mais amplamente 0 que a principio era destinado apenas sua satisfasio particular, Mantereia ter ém vista os seus assuntos e continuarei 2 me dirigie a0 senhor. Concedendo-me a liberdade da relasio epistolar pego licenga de expressar meus pensamentos, e também ‘meus sentimentos, tal como eles me vém 4 mente, com muito pouca atenggo a método formal. Vou comesar com os trabalhos da Revolution Society; mas nio me limitarei ales. Serd possivel que cea devesse? Parece-me como se eu estivesse em meio a uma grande xise, nfo dos assuntos da Franca somente, mas de toda a Europa, talvez dé mais do que a Europa. Consideradas todas as . Os herdeiros e sucessores de sua majestade, cada qual a seu ich Xa FRavga elas leis de sew pats, elaboradas na época dessa Revolugao mesina, a que agora recorrem em favor dos direitos ficticios reivindicados pela sociedade que insulta seu nome. tempo ¢ ondem, acedert & coroa com 2 mesma indiferensa pela escolha deles com que sua majestade acedeu 4 coroa que usa. Qualquer que possa ser 0 sucesso da evasio a explicar [18] lamoroso eeroude faojorqualsupde.gue suasnajestade (embora cle a possua em concorzfncia com as vontades) WES NorenAASSSeD tha de seu povo, nada, no entanto, pode evadir sua completa decia- aga explicita,respeitante 20 principio de um diseto de povo de escolheradireito queé:diretamente mantido,. firzucmente 2DOl2- Go, Todas as insinaagbes obliquas concernentes a eleigdes basei- samsermessesproposicioje)sio,atribuiicis cla Para que ands — ‘mento do direito’legal exclusivo do rei nfo sé torne meta conversa fiada de liberdade bajuladora, o tédlogo politice passa dogmaticamente a afirmat* que, ‘pics da Revolusi0, 0 4 adiquizis tr45 diccitos fundamentais, todos 0s EEsss seahotes do antigo Barto Jue, ESSERE ios sobre a Revolugio de 1688, tém uma revolugio que aconte- cou na Inglaterra, cerca de quarenta artos antes, ea recente revoluczo francesa tio diante de seus olhos, e em seus coragdes, que ‘constantemente confundem todas as trés. E.necessério separar 0 sue eles [19] confundem. Devemos reportar suas fantasias equivocadas a0s ator da Revolugao que reverenciamos, para a descoberta de seus verdadeiros prinpios. Se os prindpias da Revolugio de 1688 tiverem de ser encontrados em algum lugar, sera no estatuto chamado Deeleragao de Direitos. Nessa declaragio supremamente sensata, s6bria ¢ pondetada, cagada por grandes” jatisras estadistas, eno por entusiastas calorosos ¢ inexperientes, no ¢ dita uma palavra nem é feita qualquer sugestdo sobre um | | 1, SBscolher nossos proprios yovernantes” | 2. “Demitisiosspomprevaricasio”. | 3, “Formar um governo para nos mesinos”. Essa nova, ¢ até agora inédita, declaragdo de direitos, embora feira ‘emi nome de todo 0 povo, pertence aqueles caralheiros ¢ a faeg0 ddeles apenas. A massa do povo da Inglaterra nfo tem patticipasio rela. Eles a reeitam inteiramentes Bles rsistitio & sva imposigio peltica com suas vidas ¢ suas fortunas. Sao obrigados a fazé-lo direitos e liberdades do sidito, e para erablaera sucesso da cor0a”. Como se observari, esses direitos ¢ essa sucessio sio dedarados em um corpo, e unidos indissoluvelmente, ‘Alguns anos apés esse periodo, apresentou-se uma segunda opor- tunidade para assegurar um direito de el FB Ba, Disato sobre © Amor plo nowo Pt do de Price, Fees seo | | a 4 a perspectiva de total falta de descendéncia do Rei Guilherme e da Princesa, mais tarde Rainha Ana, a consideragio sobre o estabelecimento da coroa, ¢ de uma seguranga adicional para as liberdades do povo, voltou a colocar-se para a legislatura. Dessa segunda vez fizeram alguma provisio para legalizar a coroa sobre 108 espicios principios de Revolugao do antigo Bairto Judeu? Nao. Eles (GeBLEGIO' Ess das leis, nas quai ve ouvem os munca equivocados e nunca amb{guos oriculos da politica de Revolusio, em vez de apoiar as previsies delizantes, em estilo cigane, de um “direito de escolher nossos governantes”, slo como uma demonstrasio de como a sabedoria da nagio era totalmente avessa a ransformar um caso de necessidade em norma legal. Ingzesioseineree, home Revolssoyna pesoe dR Gutherme, um pegueno emporio demo da dem digest de uc heed ea mas € conte todos o prnipios Privilegiam non transit im exemplar. Se algumn dia houve wm momento Bowuno Buexe 164 favordvel para estabelecer 0 principio de que um rei de escolha popular era o inico rei legal, sem nenhuma diivida foi na Revolt Glo. O fato de nio ter sido feito nessa ocasido é uma prova de que a nagio era de opiniio de que nio deveria ser feito em momento algum. Nao ha pessoa tio completamente ignotante de nossa histéria a ponto de nfo saber que a maioria de ambos os partidos no paslamento estava tio pouco disposta a algunia coisa parecida com esse principio que, de inicio, estavam determinados a colocar a.coroa vacante nfo na cabesa do Principe de Ozange, mas na de sua esposa, Maty, filha do Rei James, a primogénita da prole desse rei, que reconheciam como indubitavelmente dele. Seria repetir uma hiseéria misito barida reevocar a sas memérias todas as cir- cunstancias comprobatérias de que mas, para todos aqueles que nio queriam efetivamente reconvocar Rei James, ow inundar o pais de sangue e voltar a expor sua religizo, leis ¢ regalias da liberdade ao perigo de que haviam acabado [21] de capa: {GTETREOMERARUME 0 mais tigoroso sentido moral ‘em que se pode entender esta palavea. No proprio ato em’que, por algum tempo, e em um tinico caso, o Parlamento afastou-se da ordem rigorosa de heranga em favor de ‘um principe que, embora nio o préximo, estava, no entanto, muito. perto na linha de sucessio, & cusioso observar como Lord Somers, que redigiu 0 projeto de lei-chamado de Declarasio de Direitos, comportou-se nessa ocasiio delicada. E curioso observar.com que destreza e habilidade ele age para que essa temporiria solugio de continuidade nio dé na vista, enquanto tudo que se pudesse en- contrar nesse ato de necessidade para dar apoio 4 ideia de uma Rercexors soars 4 REVOLUGEO Na FRANCA 165 sucessio hereditisia € apresentado, promorido ¢ realcado, ¢ apro- vyeitado ao méximo por esse grande homem e pela egislarura que o seguin, Abandonande o estilo seco imperativo de um decreto do parlamento, ele lera os lords e os comuans 2 descatibar para uma piedoajaculatia legislaiva, € a dedlarar que consideram “uma rmaravilhosa providéncia e misericotdiosa bondade de Deus para com esta nagdo preseivar as pessoas régias das referidas majescades para muito divosamente reinar sobre n65 ne toma de sus ances, pelo que eles remibuem, do fundo do coragio, com seus mais hur ildes Jouvores e agradecimentos”. A legislatura claramente tinha emvista a Lei de Reconhecimento do primeiro da Rainha Elizabeth, capiealo terceito, ¢ do de Jemes I, capitulo primeio, ambas as le fortemente declaratérias da natureza hereditéria da coroa; € em mnitas partes seguem, com uma precisie quase literal, as palavras «até a forma de ago de’gracas que se encontram nesses antigos estavugos declaratérios. AAs duas clmaras, na lei do Rei Guilherme, nio agradeceram a Devs por tetem encontrado uma boa oportunidade de afirmar 0 direito de escolher seus préprios governantes, muito menos de fazer de uma eleigio o snico dinito lgel 8 coroa. O fato de verem estado em condicio de evitar a mera aparéncia disso, tanto quanto possi- vel, foi entdo considerado uma saida [22 providencial. les langa- ram um bem tecido véu politico sobre qualquer cizcunstincia ten- dente a enfraquecer os direitos que, aa aperfeisoada ordem de su- cessdo, pretendiam peeperuar; ou que pudesse abrir um precedente para algun fururo afastamento do que eles haviam entio resolvide para sempre. Coerentemente, para que no pudessem relaxar a for ga de resolugio de sua monarquia, para que pudessem preservar Bowexo BunKe 166 nia estreita conformidade com a pritica de seus incestrais, tal ‘como Se mostrava nos estatatos dedlaratérios da Rainha Mary*e daRainha Elizabeth, no artigo seguinte eles, por reconhecimento, jevestiram suas majestades de todas as prerrogativas da cotoa, de- darando “que, nelas, essas precrogativas so mais plena, legitima e jinteisamente investidas, incorporadas, unidas ¢ anexadas”. No ar- tigo que se segue, para impedi questionamentos, por motivo de slgam dizeto pretendido & coroa, cles declaram(observando tam- bpém nisso a linguagem tradicionalista, bem como a politica tradi- cioralista da nasio, ¢repetindo, como de uma rubrica, a linguagem das leis precedentes de Elizabeth ¢ James) que da preservagio de ama coece na SUCESSAO deles dependem inteiramente, sob as mos de Deus, a unidade, paz e teanquilidade desta nag3o”. Eles sabiam que um direito de sucesso duvidoso se pareceria demais com uma eleisio; « que GERMRIEiga@ISea ESRIEREREENIES- ‘0 que eles achavam ser considerages de alguma importincia. A fim de pro- | mover esses objetivos e, portanto, excluir pata sempre a doutrina do antigo Bairro Judeu de “um diteito de escolher nossos proprios governantes”, cles seguem com um artigo, contendo um solenissizno ‘compromisso, tirado da precedente lei da Rainha Elizabeth, o com- promisso e voto mais solene que jé foi ou pode ser feito em favor de vn CESSASTSEREATEE, ¢ 2 mais solene rentincia que se pode- ria fazer dos princfpios a eles imputadds por essa sociedade. “Os Tors, espirituas e remporais, e os comuns, em nome [23] de todas as pessoas acima mencionadas, muito humilde e sinceramente FT de Mary. 3, cap. L. xa FRANCA submetem « si mesma, seus berdirese postrilade para sempre; € sincera mente prometem que protegerao, manterio e defenderto as men- cionadas majestades, e também a limite da crea, neste instrumen- to especificada e contida, ao méximo de suas forcas”, etc, etc © Tio'longe esté de ser verdade que, pela Revolugio, tenhamos adguirido 0 direito de eleger nossos reis que, se o houvéssemos possuido antes, a nacio inglesa naquele momento mito solene- mente renunciou e abdicou a ele, por si propria ¢ por toda a stia (SostBtidateypaRA SEMPRE, Esses senhores podem dar-se quanto valor quiserem por seus princfpios Whigs; mas nio desejo em absoluto mistério desconhecido para aqueles cujo estilo penetrante gravou em nossas priticas, ¢ em nossos corasées, as palavras e o espitito daguela lei imortal E verdade que, ajudada pelos poderes derivados de forcat opor- ‘tunidade, anago naguela época estava, em certo sentido, livre para tomar 0 rumo que bem quisesse para preencher 0 trono; mas livre somente para fazé-lo sob os mesmos pretextos pelos quais poderi- am ter abolido totalmente sua monarquia, ¢ qualquer outra parte GESHEIESESHIRAIG0. No entanto, eles nio achavam que transfor- ‘mages to ousadas fizessem parte de sua incumbéncia. Meine! dificil, talvez impossivel, smpor limites amera competncia abtrata do poder supremo, tal como era exercido pelo parlamento naquela época; mas 0s limites de uma compéténcia mora, sujeitando, mes~ smo em poderes mais indiscativelmente soberanos, a vontade oca- sional 3 razo permanente, ¢ &s miéximas constantes de fé, justia, Epaewo Boake 168 e politica fundamental estabelecido, sto perfeitamente inteligiveis e perfeitamente obrigatérios para aqueles que exetcem algum» antoridade, sob qualquer nome, ou a qualquer titulo, no estado. A (Cémata dos Lords, por exemplo, nfo [24] moralmente competente pata dissolver a Camara dos Comuns; nio, nem mesmo para dlissolver a si mesma, nem para abdicar, se quisesse, da sua parte na Jegislatura do reino. Embora um rei possa abdicar por sua propria pessoa, mito pode abdicar pela monarquiia. Por uma razlo tio ou iis forte, a Camars-dos — sompetincia ¢ poder logo se ra, sendo a vontade de uma forca uma sucessio pelo direito consuetudinirio; na nova, pelo diteito { estatutério, operando rios principios do direita consuetudinétio, ‘nfo mudando a substncia, mas zegulando o modo e déscrevendo | 1 ara i i | GIPESOD Essas das descrigées do diseito tém a mesma forga e | Estd longe de ser impossivel reconciliar ~ se n6s proprios no suportarmos ficar presos nos labirintos da sofistica metafisica~0 tuso tanto de uma regra fixa quanto de am desvio ocasional; 0 catéter sagrado de um principio de sucessdo heredicéria em nosso governo, com um poder de mudanea em sua aplicasio er casos de extrema emergéncia. Mesmo nessa situago extrema (se tomarmos a medida de nossos direitos pelo nosso exercicio deles na Revolu- 0), a mudanga deve sec limitads [25] 4 parte culpada apenas: parte que propiciou o necessirio desvio; e mesmo entio deve ser efetuada sem uma decomposigio de toda a massa civil e politica, com 0 propésito de originar uma nova ordem civil a partir dos pptimeiros elementos da sociedade. | Um Estado sem os meios de alguma mudanca € um Estado sem (CP HIRIGRUEHUR|CGRERFAGHD. Sem esses meios ele pode até ariscar a perda daquela parte da constituigio que mais devotamente gos- tarla de preservar. Os dois (§RGiRIOS/UEIEORERa;=O SORES fancionaram com forga nos dois periodos da Restaurasio e da Revolusio, quando a Inglaterra achou-se sem um rei, Nestes dois periodos, a nagio perdera o elo de unio em seu antigo edificio; cles, no entanto, no derrubaram toda a estrutura. Ao conteésio, co anbos 0: oS EERSTE kes mantra ess ll artes exramente como am art (cepa prada hes poses ergs El emp los antigos estados constituidos na forma de sua velha organizacio, ¢ no. pelas molecular orginicas de,um povo dis ‘mento nenhurn talvez a legislatura soberana tenha manifestado mais ido. Em mo- tera consideragio por sex principio fimdamental de politica consti- EpwuND BURKE 170 tucional btiténica do que na época da Revolusio, quando se desviou da linha direta de sucesso hereditéria. A coroa foi um tanto afastada da linha que até entio vinha seguindo; mag@iiG@@) ‘linha era derivada da mesma cepa. Ainda cxa uma linhagem de descendéncia hereditéria; ainda uma descendéncia hereditéria pelo mesmo sangue, embora uma descendéncia hereditéria condicio- nada por protestantismo. Quando legislatuia 1EERTEEREE (GBSRARTETEIETPHIAAG, 0 legisladores mostraram que o julga- | vam inviolével. Por esse principio, a lei de heranca havia acolhido algumas retificagoes ros velhos tempos, e muito antes da era da Revolugio. ‘Algum tempo apés a conquista, surgiam [26] grandes questies sobre os principios legais de descendéncia hereditéria. Tornou-se uma questio duvidosa se o herdeiro per capita ou o herdeino per stirpes deveria ter a sucesso; mas se o herdeiro per capita abria camintho quando a sucessio per stipes acontecia, ou o herdeiro catélico, quando o protestante era preferido, o principio ‘patrimonial sobrevivia com uma espécie de imortalidade através ~ de todas as transmigragBes — mubosque por annos stat fortuna domus et «xi numerantur avorum, Esse € 0 espirito de nossa constituiso, no 36 em seu curso estabelecido, mas em todas as suas revolugbes. Quem quer ea acedio, ou como tena acedio, se obteve 2 coroa pela lei, ou pela forga, a sucessio hereditiria foi continuada ou adotada. Esto pouco ligando para as consequéncias Sbvias de sua doutrina, embora devam ver que ela deixa autoridade posi- Revotucao a FRanca m { tiva em muito poucas das instituigées positivas deste pais. Uma | vez estabelecida méxima injustificivel como essa, de que s6 0 trono | eletivo é legitimo, entdo nenhum decreto dos principes que | precederam a era da eleicio ficticia pode ser vilide. Esses tedricos pretendem imitar alguns de seus predecessores, que arrastam os corpos de nossos antigos soberanos para fora do sossego de seus ‘simul SS ee a ee eee lta conse quentemente macular o trono da Inglaterra com a mancha de uma uusurpagdo continua? Pretendem invalidar, anular ou colocar em ‘questio; com os tieulos e direitos de toda a linhagem de nossos reis, aquele grande corpo de nosso direito estatutizio, instituido sob aqueles mesmos que eles agora tratam como usurpadores? Anular leis de valor inestimével para nossas liberdades e regalias ~ de pelo menos tio grande valor quanto qualquer uma que tenha sido aprovada no ou desde 0 periodo da Revolucio? GERGE®) ED a Scare eee ee (RA ANTES ab EPID Esses novos doutores dos direitos do Homem pretendem afirmar que o Rei James Il, que ascendew & coroa como o seguinte na linhagem sanguinea, de acor- do comas segras de uma sucesso na época sem condiges, no foi para codos os fins um legitimo rei da Inglaterra, antes de ter feito alguma daquelas leis que foram justificadamente transformadas em uma abdicagio de sua coroa? Se ele no foi, muitas dificulds- des no parlamento poderiam ter sido evitadas no perfodo que es- ses senhores.comemoram. Mas o Rei James foi um mau rei com sam bom tisulo, ¢ nfo um usurpador. Os principes que sucederam EDMUND Burke 172 deacordo com o decreto do paslamento que legou a coroa& Eleitora Sofia e a seus descendentes, sendo protestantes, acederam por um diseito de heranga tanto quanto o Rei James. Este acedeu de acor- do coma lei, conforme era vigente a época de sua acesso 4 coroa; 0s principes da Casa de Brunswick acederam a heranga da coroa iio, mas pela'lei, conforme vigia em suas diversas lescendéncia ¢ heranga protestante, como espero ter demonstrando suficientemente. A lei pela qual essa familia zeal € especificamente destinada sucessio € 0 decreto do 12° e do 13* do Rei Guilherme. Os termos esse decreto obrigam “a nds e nossos hinders, e nossa poteridade, a cles, seas benders, e sua postr dos tempos, nas mésmas palavras com que a declaracio de direitos nos obrigara aos herdeiros do Rei Guilherme ¢ da Rainha Mary. Ele, povtanto (igi one GRRESREREERD Sobre que base ou motivo, exceto 0 da politica constitucional, de formar um sistema para garantir esse tipo de teria meticulosamente rejeitado a escotha justa e abundante [28] que nosso proprio pais Ihes apresentava, para buscar uma princesa cestrangeira em terras estranhas, de eujas entranhas a linhagem de nossos fururos governantes viria.a derivar seu diseito a governar milhSes de homens 20 longo de uma série de épocas? ‘A Princesa Sofia foi indicada, na Lei de Deciso do 12%e 138do Rei Guilherme, para ser uma cpa e raiz de heranga para nossos res, © nfo por seus méi 20s como uma administradora temporéria de tum poder, que ela prépria poderia nunca exercer, como de fato nunca exerceut Ela foi adotada por um motivo, ¢ por esse motivo apenas, porque, diz ale “a excelentssima Princesa Sofa, Eleitora emis do que tm devido senso deles. Mas e Duquesa usufrutuieia de Hanover, és da excelentssima Princesa Elizabeth, falecida Rainha da Boémia, filha de nosso falecido senbor ce saberano Rei James I de feliz: meméria, eé por meio deste declarada como sendo a seguinte em sucesdo na linhagern protestante”, etc etc; “ea coroa continuaré para os berires de seu corpo, sendo protestantes”, Foi feta pelo parlamento essa qualificagio de que por meio da Princesa Soft ua linha patrimonial nao 36 deveria continuar para o futuro mas (0 que eles acharam muito substanci- al) que por meio dela essa Hinhagemviria a ser igads @ velha cepa de heranga do Rei James I; 2 fim de que a monarquia pudesse preservar uma unidade ininterrupta ao longo de todas as épocas e pudesse ser preservada, com seguranga para nossa teligiio, no ve~ Iho e aprovado modo por descendéncia, no qual, se nossas regalias foram uma vez. ameasadas, elas com frequéncia, em meio a todas as tormentas e lutas de prerrogativa e privilégio, foram preserva- das les eran he SOS RNEEGESEDS “Alguns anos ats eu me envergonharia de sobrecarzegar um 23- _gunto tio capaz de sustentara si mesmo como entio desnecessitio apoio de algum argumento; mas @SaiglSUteitiasedicioss, (G@RRERREIHAL ¢ agora ensinada publicamente, decarada e pu- ‘cada qguambipatanauessinsoaporserolusSes os snais srutas vezes nos chegam a partir dos pélpitos; glespftiteldesmiseangargu ; o total desprezo que prevalece entre 1s senhores, € que pode vir a prevalecer entre nés, pot todas as instituigbes antigas, quando postos em oposigo a urn atual senso de conveniéncia, ou a vendéncia, de uma inclinagio atual: todas cessas consideragGes tornam aconselhivel, em minha opinio, tormar gulas, convulsiva. Mas o,curso da sucessio é 0 [29] habito saudé- britinica, Seré que faltou & legislatura, no de- vel da constituig creto para a limitagio da coroa @ linhagem hanoveziana,tirada por meio das descendentes femininas de James I, um devido senso das inconveniéncias de tet dois ou tts, ou possivelmente mais, estran- geiros em sucessio no trono britinico? Nao! Elestinham um devi- ora totalmente alheias 20 nosso solo, do senso dos males qie poderiam advie desse governo estrangeizo, Bomuno Buake Reruexdes sone» REvOLUGKO NA FRANGA 74 : 175 QO «ste pals, manufaturadas segundo a mais recente moda parisiense de liberdade methorada, + © povo da Inglaterra nfo vai macaquear as modas que nunca | @BRBREATG; nem voltar Aquelas que, por experiéncia, achou da- tas das prerrogativas especulavam insens: impiamente também, como se a monarquia [31] tivesse mais san- Gio divina do que qualquer outro modo de governo;¢ como se um, diseito a governar por heranga fosse, a rigor, indscutel em toda pessoa que se devesse encontrar ma stic qualquer circunstincia, o que nenhusn dite rei corda nio prejudica outra que seja racional e fundada sobre sélidos principios da politica e do direito legal. Se todas as teorias | GRRE, como cla ¢ agora, como sendo / de inestimavel valor: « clas concebem a imperturbada suceisio da | Covoa como una garanta da esabilidade eperpemsdadedecodos nifo ¢ justficativa para alegar um fato falso, ou promulgar méxi- mas maldosas sobre © outzo. A segunda sega da Revolution Sociery¢ “um SED mitt seus governantes por prevariagia”. Talvez. as apreensbes que snosos ancetakautiam quanto a ciar um precedente como ese dusio do governo” tenham sido a causa de ‘arefa um tanto'desagradivel. Esses @ORSE2 econeanaT RTE: EMEA PENONAgens MVEREAES, em cujo favor eles lhe dio como comprometido, sempre que o senior defendé a natureza patrimonial GAEDE comum entre cles(GSCEE COMO Se ESEVSENIGD conflito com aiguns daqueles desacreditados faniticos da esceavi- dio, que antigamente afirmavam, © que, acredito, criatura neahu- sma hoje afirma, “que a coroa ¢ possuida por direito divino, heredi- trio eirsevogivel”. Esses velhos fandticos do poder arbitcério vinico dogmatizavam como se a realeza hereditiriafosse o nico governd legitimo do a cratamente como nowos noes fantizns > qual homens irritados pela opressio, ¢ elevados por um triunfy 4 sos dessa declaragio. Logo em seguida eles guzantiam | es do paramerts, pela Guns © gorerno intezo estatia | v ante inspesdo 60 conic avo da representagao popular | sob coe ea do reino. No grande decretoconstinucional seguintey 1s Bi 13+ do Rei Guilherme, para ainda maior limitagto da cis Sa aoe dos direitos regalia do sido, eles proviam. corosr yuma concessio scb a grande chancela da Inglaecra ue tjeisa a [33] impeachment pelos comuns em 3 _oroa 108128 acima dela, tendem a abandonar-se a rumos violentos e extremog, isso demonstra a ansiedade dos grandes homens que influencia ram a condusio dos assuntos naquele grande evento, por fazer da a enfoumase. | menteira de futuras revolugSes. 2 (32) Governo nenbum que pudesse ser derrubaclo por algo tio (Gia Sears POMBO OMENS Aqueles que lideraram | a Revolusio nio assentaram a vicwl abdicag3o do Rei James sobre tal luz e principio incerto. Eles o actsaram dé nada menos do © propésito, confirmado por grande quantidade de atos ilegais leclarads, cle subwrier a lee co Esudo protestanies,esuas leis, regalias asus re ra decetada para 0 governo na Dedlaragio de "| poderia esta © parlamento”. Are Bacio, a constante inspesio do pazlamento,, contra 0s (Gillign 20 86 para sua liberdade conscivacional 08 icios de administragfo, do que a reserva de um direito tio dificil 0 is lone ente tio daninho ~¢ liberdades fundamentais ¢ inquestiondveis: acusaram-no de ter me prc, to nero no eta, eguenemente al entre o rei eo povo. Isso era mais do que prevericugio, Una necessidade grave e dominadora os obrigou a to- mar a medida que comaram, e assim o fizeram com infinita relutincia, como sob a mais rigorosa de todas as leis. Sua Confianca na fatura preservacio da constituigio no estava em futuras vas consequbncias, quanto aquele de “demir seus gorernantes De. Price, nesse sermio*, cofidena muito corretamente a prética de ditigi as tis palaveas groscizas € de adulag. Em vez desse tetilo de maa gosto, ele prope que se diga 2 sua majestade, em geasito de congratulagées, que “ele deve considerar-se mais | ‘ratamente como servidor do que como soberano de sex pore”. | Como cumprimento, es nova forma de saudasdo no parece Set muito lisonjeira. Os que sio servidotes nominalmente, bem como de fto, nfo gostam de ser lembrados de sua sisuaglo, seu ever © vetha peca, diz a seu senhor: “Hace iio 6 agradavel como curmprimen- revoluctes. A grande politica de vodas as suas regulamentagdes era tomar quase impraticével, para qualquer futuro soberana, forgar 0s estados do reino a voltar a recorrer a esses remédios violentos. Eles deixaram a coroa como, na avaliagio e nd juizo da lei, ela sempre foi, perfeitamente isenta de responsabilidade. A fim de aliviar a coroa ainda mais, eles agravaram as responsabilidades sobre os ministros de estado. Pelo estatuto do 2° do Rei Guilherme, 2% * chamada “ali par dedarar os dreitasereglias do site, e para etabelcr a suas obrigagées. O escravo, commeorato et quasi exprobati to; nfo & benévolo como instrugio. Afinal, se 0 rei se forgasse a sucessio da coroa”, que eles decretaram, os ministros deveriam servir @ *Pp. 22, 23, 24 somne 4 RevoLugao sa FRANCA Epwunp Burke ane ae 178 é i fazer eco a esse now tipo de saudagio, a admiti-lo,em termos, o4 mesmo a adotar 6 nome de Servidor do Povo como seu estilo real, como ele ou nés poderiamos melhorar com isso nifo consign imaginar. J4 vi cartas muito presungosas, assinadas: “Seu mui obediente € humilde servidor”. A dominagao mais arrogante jamais softida sobre a terra assumia um titulo de ainda maior hhumildade do que esse agora proposto para os scberanos pelo Apéstolo da Libecdade, Reis ¢ nagSes foram pisoteados por alguém que se intivulava “o Servidor dos Servidores”; e manda- tos para a deposicio de soberanos foram chancelados como sinete do “Pescador”. [34] Eu teria considerado tudo isso aio mais do que uma espé- ie de discurso intitle insolente, no qual, como em uma exalagdo repulsiva, diversas pessoas permitem que o espitito da liberdade se evapore, se nlo fosse claramente em apoio & ideia, e uma parte do plano, de “demiti reis por ms conduta”. A essa luz, a coisa merece ,slguma observasio. | nal sendo a do beneficio geral; mas ndo € verdad que eles sejam. | n0 sentido comum (a0 menos por nossa constituisio (IGS Same | QUEM sae cs esti ¢ obese tea de | slguém mais, ¢ de see faclmente destitside, Mas @]R@GNGE® Bretanha niio obedece a nenhuma outra pessoa: todas as demais _Bessoas encontram-se individualmente, ¢ coletivamente também, ‘these devlieobediti lea A tei que 130 nde nem lisonjear nem insultar, chama a0 alto magistrado no de nosso setvidor, como esse humilde prelado o chama, mas de “nosso Eons Buaxe 80 ohne pens a finguagem pimitia da lie nif ojargo confso de seus pipiens babilénicos. nossa constituigo nao fez nenhum tipo de provisio no de tomni-lo, como servicor, responsivel em algum gra Nossa constituigio nada sabe sobre um magistrado como o Justice de Aragin nem sobre qualquer tribunal legelmente nomeado, nem sobre nenhum processo Iegalmente estabelecido para submietet © rei A responsabilidade que cabe a todos os servidores. Nisso ele nfo se distingue dos lords ¢ dos comuns, que, em suas diversas ‘cas, no podem ser chamados a prestar contas de sua embora a Revolution Society prefira aftrmas, em deta oposiso a uma das passagens mais sibias e mais belas de nossa constituigio, que “um rei nao € mais do que o primeito servidor do pablico, ctiado « resinstvelperante ee". (35) @L. Que esses senhores declarem quem é esse pablico representative diante do qual quetem afirmar que o rei, como servidor, € respon sivel, Seté entdio momento mais que apropriado para que ex Thes presente a lei estarutéria positiva afirmando que ele nio é. de que esses senhores falam com Revo Br | | (@RBBB As leis sdo obrigadas a conver a lingua diante das armas; tribunais desabam com a paz que eles niio conseguem mais man- ter, A Revolucio de 1688 foi conseguida por meio de uma guerra _jasta, no tinico caso em que alguma guerra, € muito mais uma ‘guerra civil, pode ser just. “Justa bella quibus ecesseria” (GOD Gas aaa wn ques (como paler ote questio de Estado) de disposigdes, e de meios, e de proviveis consequéncias, mais do que de dizeitos positives. Como néo foi feita para abusos comuns, entio no deve ser agitada por mentes comuns. A linha especulativa de demarcagio, onde a obediéncia deve terminar e a tesisténcia deve tomesar, éténue, obscure, ¢ no facilmente definivel, Nio é um ato isolado ou um evento isolado que 2 determinam, Governos devem ser abusivos ¢ transtornados de verdade antes que isso possa ser aventado; ¢ a perspectiva do futuro deve ser tio ruim quanto a experiéncia do passado. Quan ‘do as coisas esto nessa condigo lamentivel, a natureza da enfer- midade deve indicar 0 remédio Aqueles que a natureza habilitou a © 36] iministrar, em casos extremos, essa pogdo ambigua, critica e amarga a um estado tumultuado. A época, a5 conjunturas € as provocasbes ensinardo suas proprias ligbes. Os sensatos determi- nario pela gravidade do caso; os ievitéveis, por sensibilidade a opressio; os de principios elevados, por desprezo e indignasi0 diante de poder abusivo em mios indignas; os ousados ¢ « S05, por amot ao perigo ilustre em uma causa generosa: EOD. ‘ousem direito, wma revolugio sero ultimtssimo recurso dos Pons, (Gdosbemrpensane. Eouxo BuRKe 182, A\ cercera categoria de dteito,afttmada pelo pilpito do antigo Bairro Judeu, ou seja, 0 “diseito de formar um governo para nés proprios”, com, pelo menos, tio pouca aprovagio por parte de qualquer coisa feita na Revolusio, seja como precedente ou em ptincipio, quanto as duas primeiras alegasSes. AUURIEVOIIGRON: | fica para preservat nossas ong leis ¢ berdades indiseutiveis, © ge nig comunity ce governor guesé-nvea mica gE _ieaermosleteiberdade. Se desejaxconhecero espsico de nossa gonstituigao e a politica predominante no grande perfodo que nos gatantia isso até agora, pego-lhe que procure ambos em nossas histérias, emnossos registros, em nossas leis do parlamento e didtios do patlamento, ¢ no nos ‘ermndes do antigo Baitro Judeu, ou nos brindes de depois do jantar da Revolution Society. No primeiro, enconttario outras ideias e outea linguagem. Tal prevensio é tio » jnadequada a nosso temperamento € nossos desejos que no é cotroborada por nenhuma aparéncia de autor (i pBiigTivemos 0 cuidado de ndo inocularnesse corpo enessa cepa de heranga algum,enxerto alheio & natureza da planta origi- nal Todas asreformas que até agora fizemos procederam do prior GSeipidenetixerctwazamtiguidats;« espero, ou melhor, [37] estos convencido de que todas aquelas que possant set feitas daqui por dante sejam cxidadosamente formadas sobre precedente, autori- cade e exemplo anilogos. Nossa reforma mais antiga ¢a da Magna Carta: O senior vera ue Sir Edward Coke, aquele grande ordculo de nossa legislasao, ¢ RaFcexdes somke A REVOLUCKO NA FRANCA % de fato todos os grandes homens que o seguiram, a Blackstone,* sio diigentes em USES SE PE ES ESERTEIED Eles tentam demonstrar que aquele antigo diploma, a Magna Caxta do Rei Jodo [sem terra], estava ligado a um outro diploma positivo, de Henrique I, e que tanto am quanto 0 outro eram nada mais que tuma reafirmasio da ainda mais antiga lei do seino. Para dizer a verdade, em sua maior parte esses autores parecem estar com a azo; talvez nem sempre: mas, se os advogados se enganam em alguns particulates, isso prova ainda mais fortemente a minha posisio; porque revela a forte simpatia pela antiguidade, que sempre encheu as mentes de todos os nossos juristas¢ legisladores ede todas as pessoas que eles gostariam de influenc ;eapolitica | escivel deste seino de considerar suas franquias e direitos mais sagrados como uma beng, | Na famosa lei do 3* de Carlos I, chamada de Paipio de Dirito, 0 I | parlamento diz ao rei“ @PSsaMos. Selden, c outros homens profuandameate cultos, que minutaram essa peticio de dizeito, estavam pelo menos tio bem do homem” quanto qualquer dos oradores em nossos pilpitos, ou na tribuna dos senhores; inteiramente, tal-como Dr. Price ou 0 és. Mas, por motivos dignos daquela sabedoria prética que suplantava sua citncia tric, eI Vera Magna Carta de Sir William Blackstone, impressa em Oxford, 1759. Eosuna BuRKe 184 ‘A mesma politica permeia todas as leis que desde entio foram feitas para a preservagio de nossas liberdades. No 1 de Guilherme ¢ Mary, no famoso estatuto, chamado de Déclarasio de Dietos, ‘um govermo para si mesmos”. O senhor vera que todo 0 cuidado (Gases ue je egies cite mais geal oem REFLENOES SOBRE A REVOLUGEO NA ERANCA \ i | / | @ERBBBRE Poresse ‘meio nossa constituicto preserva tuma unidade ' em tio grande diversidade de suas partes, Temos uma coroa * patrimonial uma nobreza patrimonial; ema Clmara dos Comurs - eum poro herdeizos de privilégios, fanquias © libesdades de uma [ longa linhagem de ancestrais. [39] Essa politica parece-me ser o tesultado de profunda refle entdo 0 efeito feliz de seguir a natureza, o que € sabedoria sem refleado, ¢ acima dela. Um ¢@piSie0TdeiniorasO} geralmenteo resultado de urna disposisdo egoista e de pontos de vista limita bs. Jamas ter’ expectativa de posteridade gente que munca relembra © eReiployeleyseusyancestrais, Além disso, © povo da Inglaterra «abe ber que a ideia de heranga fornece uum principio seguro de conserva¢do, ¢ um principio seguro de transmissio, sem de todo isi juimprincipiodemelhoramento. Deixa livre a aquistcio; ‘mas garante o que adquire. Quaisquer vintagens que sejam obtidas por um estudo avangado fe essas méximas so firmemente trancadas como em uma espécie de arranjo de familia; seguradas ' como em um tipo de inalienabilidade eterna. POE/REaypOltie® constivucional, fancionando segundo o padréo da nanureza, rece- bemos, retemos ¢ transmitimos nosso governe ¢ nossos privilégios ‘da mesma maneira como aproveitamos # transmitimos nossas pro- ptiedlacessemmossasisias. As instituigdes da politica, os bens da fortuna, as dadivas da providéncia so passados, para nds e por és, no mesmo rumo e ordem. MiB3s0/Sistema POLED! e com 0 modo de existéncia determinado para um corpo permanen- eeeompesolde partestransixoniasypelo que, por meio da disposi- fo de uma sabedoria extraordindria, unindo em um s6 mold a EoMunp BuaKe 286 ggande emisteiosa incorporasio da raga humana, o todo, em sm eerminado momento, nunca € velho, ou de meia-idade,-o1 jo “yom, ras, emma €endigio de constincia imutével,segueem frente, > ao longo do variado sistema de decadéncia, queda, tenovagio © progresio peepésuss. Asin, prsenando o método da merueza ga condugio do Estado, naquilo que meihorames munca somos totalmente novos, 20 que conservamos aumca ficmos totlmente jebsoletos Aderindo dessa maneisa « nesses prnUpios @ HOWE ancestrais, Somos guiados nao pela superstigdo de antiquarios, mas pelo espitito de analogia flos6fica, Nessa[40] escolha sa _EEes | ssossosmmaisycarossagosciomésticos) adotandoymossasiiesfunca; | ‘mentais no ambito de nossas afligies familiares; manteado insepa- sdveise caltivand com o calor de todas as sia beneficfncias, ma- | tuamente refletidas juntas, nosso Estado, nossos lates, nossos se~ | presungosa que inevitavelmente Lipsi ‘eg queso Seat a adquirie qualquer distingio, ¢ os arrasta na ignominia. Por esse meio, nossa independéncia torna-se uma nobre liberdade, [la ostenta um aspecto imponente e majestoso. Ela tem uma nobre Jintagenmeancesteisilustes, Ela possui suas lagrimas e seu brastio de arnias. Ela tem sua galeria de retrato: as inscrigGes em monumentos; seus registros, provas e iftulos, Conseguimos reveréncia para nossas instituiges civis segundo principio pelo (qual a natureza nos ensina a reverenciat os homens isolados; por conta de sua idade; e por conta daqueles de quem eles descendem. ‘Nenhum de vossos sofistas pode conseguir algo mais bem adaptado aypreservat tunapliberdade sacional-resoluta, dORGueyOERIONgEe seguimos, ¢ que foi escolhido por nossa natureza endo por nossas (EpECAIRGSRS, por nossos coracées mais do que por nossas inven es, para serem as grandes @GigSS EME SSSR SS de ONCE GIOES privilégios. [AT] Os senhores poderiam, se tivessem desejaco, ter aproveitado nosso exemplo e ter dado & sua recuperada liberdade uma cortes- pondente dignidade. Seus privilégios, embota intetrompidos, nko so, éverdade, enquan- ¢ dilapidagio; mas os se perdecam para a meméria. Sua to estere fora de sua posse, soften ps senhores possufam em algumas partes.as muralhas, e em todas 2 fandagées, de um castelo nobre e venerivel. Poderiam ter restaurado essas maralhas; poderiam tet edificado sobre essas antigas fund: es. Sua constituigg foi suspensa antes de ter sido aperfeigoada; mas os senhores tinkam os elementos de uma constisuisao ‘praticamenteytioyboasquantorsespodenasdessjar- Em scus antigos Estados possulam aquela variedade de partes correspondente as (GRRRRRIARGOTIRe que sua comunidade era afortunadamente composts; tinham toda aquela combinagio, e toda aquela oposisio de ineresses, tinham aquela ag30 € contyaposig46 que, nos mundos natural politico, do confronto reciproco de forcas discordantes, obtém a harmonia do universo. Esses interesses opostos ¢ conflitantes, que os senhores consideravam como macula tio grande "em sua antiga e em nossa atual constituicao, interpoemum controle cles produzem compass, evitando 0 doloroso mal de reformas PReipitadas, rudimentares, incondicionais; « SimanRparsEpeE impraticivel todo € qualquer uso impensado de poder atbitrério. Por meio dessa diversidade de membros e interesses, 2 liberdade Gralpeveyeantasysegarangasyergarantias quantas eram as visdes diferentes nas diversas ordens; enquanto, pressionando novo. Comesaram mal, porque eomegaranydesprezandovtuciorque hes pertencia, Formaram seu comércio sem um capital. Sc as ‘ileimas geragdes de sew pafs pareciam sem muito brilho a seus olhos, poderiam té-las deixado passar e EE aS EASE ERR HAG RECREATED. Sob uma piedosa pre- ‘momento; ¢ 08 senhores se teriam elevado com 0 exemplo a cuja ReFLEeNoes SOBRE A REYOLUGAO NA FRANGA 7 % | doa pcian as memos Rio tion dedi com imitagio aspiravam. feanceses como um povo de ontem, como uma nagdo de desgraga- dos servis ¢ malnascidos até o ano emancipador de 1789. A fim de, A custa de sua honra, fornecer a seus apologistas aqui uma desculpa pata diversas atrocidades suas, nfo teriam ficado contentes em ser representados como um bando de eséravos fugidos, subitamente libertados da casa de servidio, e que, portanto, deviam ser petdoados pelo abuso da liberdade a que nao estavam acostumados,e para a qual eram mal preparados. Nao teria, meu digno amigo, sido mais prudente que tivessem considerado 0 que ex, pot minha parte, sempre considerei sobre vocés, uma nasio igenerosa e galante, h4 muito desviada, para sua desvantagem, pot seus sentimentos elevados ¢ rominticos de fidelidade, honra ¢ lealdade; que os eventos thes foram desfavoriveis, mas que os senhores nfo foram escravizados por meio de alguma disposigao liberal ou servil; que em sua mais dedicada submissio foram movidos por um principio de espitito pablico, ¢ 11e os senhhores idolatravain, na pessoa de seu te PS 9s senhores tinham wramente a quase obliterada 3s senhores voltassem os olhos para constituigio de seus vizinhos desta e modelos da telha lei comum da Europa melhorados e adaptados a seu atual Estado ~ seguindo sébios exemplos, os senhores teria EoMunn Buss 190 dado 20 mundo novos exemplos de sabedoria. Teriam tornado 2 causa da libesdade venevivel aos olhos de todas as mentes dignas am todas 28 nagSes. Teriam feito a terra envergonhar-se de seu despotismo, demonstrando que €UISERAESBNS BS ESHEETS, tido um ren 3 am coméscio préspero para alimenti-lo. Texamysaoams ‘em dero reformado e venerado; uma nobreza mitigads, mas animads, para orientar sua virtue, fo para asi fa teriam tido uma orem Iiberal de comuns, para emular ¢ arregimentat essa nobsezas teiam “que, inspizando false iets e vas expectativas nos homens destinados 1a trilhar © caminho obscuro da vida laboriosa, serve apenas para (elimina que a order da vida cil estabelece, tanto pars’ daqueles a quem ela deve deixar em uma condigio humilde quanto aqueles a quem ela capaz de exaltar a uina condigio mais esplén- lida, mas néo mais feliz. Foi aberta diante dos senhores uma carreira ficil e tranquila da felicidade e glia, acima de qualquer coisa que tena registto na histéria do mundo; mas os senhores mostraram ‘que dificuldade faz bem para 0 homem. Caleulem seus ganhos: vejam o que se consegue com e culagdes ektravagantes e presungosas que ensinaram seus res 2 desprezar todos os seus predecessores ¢ todos os seus con Reruexdes sosne 4 Revoueho Na FRANCA ot tempotineos, ¢ mesmo a desprezar a si prOprios, até o momento em que se tornaram realmente despr (GBB Franga comprou indisfargadas calamidades a um preso mais elevado do que o que qualquer nasio pagou pelos mais ine- guivocos beneficios. Al Frama’ comprou pobreza’ com/ crime! (A) exatidio, uns ou outeos ritos de religiio. Todos os outros povos | GRRE. mnarcizas mais severas ———— i | \ \ [L_ como se transmitisse algum privilégio, ou revel ‘quando soltou as rédeas da autoridade régi2, CEpCOU REEL, cculto, todas as infortunadas desarmou-o de seus topicds mais speitosas da desconfianca tinica; e ensinow res atemer somo doravante seré chamado) ilusérias plausibilidades asssociagBes de homens imprudentes e desleais tenham patticipagio so somente, se nada mais houvesse, é uma calamidade srepackel para os senhotes ¢ para a humanidade. Lembrem-se de aque [45] seu patlamento de Pars disse a seu rei que, convocando os cestados se reunis ele nada tinha a temer serio 0 pridigo excesso de, ‘seu zelo em prover o sustento do trono. E certo que esses homens deviam cobtir suas cabesas. E certo que deviam assumir seu papel na tuina que seu conselho trouxe a seu soberano ¢ a seu pais. Essas declarages confiantes tendem a embalar a autoridade adormecido; 2 estimulé-la a envolver-se temerariamence em aventuras perigosas de politicas nunca experimentadas; a negligenciar aquelas provisées, precaugses arativos que distinguem a benevoléncia da imbecildade;e sem o que ninguém pode responder pelo eftito sautar de algum plano absteato de governo ou de liberdade. Pela falta dessas cles viram o remédio do estado corromper-se em seu veneno. os franceses rebelarem-sé contra um monarca brando e Iss ural, O resto esti em perfeita ordem. Eles encon- ‘ali iia a CORSO MRCRARD: cao que za humane « divino sacrificado ao idolo do crédito piblico, e faléncia nacional ReFLexdes sone 4 RevoLucso wa Franca 193 fiiria, aftonta e insulto do que algum dia se soube | gue tm povo tena erguido contra o usurpador mais ilegal, ou o | tirano mais sanguindrio, Sua resistncia foi a concessio; sua revolta, | conte 4 Pt ETT foia consequincia; e, para cimulo de tudo, os ttulos 20 portaddor do poder novo, precirio ¢ engatinhante, 0s desacreditados tftulos ao portador de uma trapaca empobrecida ede uma pina reduzida 2indigéncia, oferecides como moeda corrente para o sustento de sum império, em lugar dos dois grandes valores reconhecidos que representam-o crédito comtencional e duradouro da humanidade, que desapareceram e foram escondidos na terra de onde [46] vie- sam, quando o principio de propriedade, do qual eles sto riararas ¢ representantes, foi sistematicamente subvertido. Todas essas coisas horriveis:eram necessérias? Eram elas os re- sultados inevitiveis da luta desesperada de patriotas determinados, forsados a passar a vatt entre sangue € tumulto até a margem de juma liberdade tranquila e prospeta? Nao! Nada disso. As rufnas recentés da Franga, que chocam nossos sentimentos sempre que ‘voltamos nossos olhos, no sdo a devastagSo da guerta civil; sio os jnonumentos tristes, mas instrutivos, do conselho temeririo e ig- norante em tempos de profunda paz. Sio a GBI Meu aEES que irresistente e icresisti- vel. As pessoas que assim desfrutaram 0 precioso tesouro de seus crimes, as pessoas que fizeram esse prdigo e desregrado esbanja- mento de males piblicos (0 iltimo recurso, reservado para 0 res- gate extremo do estado), se depararam em seu avango com pouca enhuma oposigdo, Sua marcha toda foi mais como uma pro- a progressio de uma guerra. Seus pioneiros leixaram tudo arrasado a seus pés. Nem tama Gnica gota do sangue des foi decramada pela causa do pais que arruinaram. Eles nfo fizernm outros sacrificios a seus projeros de maior consequéncia do que 2s fvelas de seus sapatos, enquanto EpMuno Burks 194 sprisionavem sei, matavam seus concidados¢ féziam bana ae om gras, mergulhando-os na pobreza ena aflgio, milhares gp familas e homens dignos, Sua crueldade nfo foi nem mesmo o rales sesultado do medo, Foi o eftito de seu senso de perfeta segusanga em autorizar traigBes, roubos, violagbes,assassinaros, massacres ¢ incendios ao longs de sua terra assediada e atormentada. Mas a causa de tudo estava clara desde o comes: E.csa livre escolha, essa apaixonada eleicio do mal pareceriam [471 perttamenteinexpicives se nito considerissemos BE (SEH 2 qual, como hoje se enconsra, é bastante repreensivel, mas oqueé dé dez mil vezes maior consequéncia do que alidades do mundo. Se nada mais soubéssemos dessa Assembleia, sendo seu titulo e Fungdo, nao haveria cores que pudessem pintar para a imaginasio algo mais venetivel. A essa luz, a mente de um pes- quisador, subjugada por uma imagem to horsivel quanto a da rirtude e sabedoria de todo um poro reunidas em um nico cen- aro de convergéncia, pararia e hesitaria em condenar coisas mes- smo do pior aspecto possivel. Em vez de culpaveis, elas pareceri- am apenas misteriosas. Mas nenkum nome, nem poder, nem fun- io, nem instituigdo artificial que seja, € capaz de fazer os homens que compéem algum sistema de autoridade serem algo diferente daquilo que Deus, a nature, a educagio € seus habitos de vida os fizeram. Capacidades acima destas 0 povo nao tem para dar. Raruexdas Sonne 4 REVOLUGAO Na FRANCA 195 _ RETEST SRST El nso sm 0 compromisso da natureza, nem a promessa de revelagéo para qualquer desses poderes. Dos que passei os olhos pela lista dos membros e categorias dleitos para o Tiers Fiat, nada do que eles viessem a fazer poderia parecer surpreendente, Entre eles, de fato, vi alguns de posicio conhecidas alguns de talento brilhance; SGSeOealgana RpEnEED Sia pritica dos negécios de estado, ninguém se podia encontrar. ORES ia ping Hsien de RGHIAMias no importa o {que os poucos de algum destaque possam ter sido, éa substncia e a massa do corpo que constituem seu cardter, ¢ devem finalmente determinar sua otientasdo. Em todos os corpos, os que querem conduzir devem também, em um grau considerével, seguir. [48] Eles devem conformar suas posigbes 20 gosto, talento ¢ disposigdo daqueles a quem querem conduit: portanto, se uma assembleia € ineficaz ou mediocremente composta em muito grande parte, nada ando ser um supremo grau de virtude, tal como raramente aparece no mundo, ¢ por esse motivo nao pode entrar em célculo, impediré os homens de talento disseminados por ela de se tornar apenas os instrumentos especializados de projetos absurdos. Se, 0 que é muito inais provivel, em vez desse incomum grau de virtude, eles forem movidos por ambicio sinistra e pela nsia de gloria meretricia, entdo a parte mediocre da Assembleia, & qual principio cles se conformam, torna-se por sta vez o crédulo instramento de seus designios. Nesse trifico politico, os lideres serio obrigados a curvar- se & ignorincia de seus seguidores; e os servidores, a tornar-se subservientes aos piores designios de seus lideres. Eouno Burks 196 Para garantiralgum grau de sobriedade nas proposigSesfeitas pelos lideres em alguma assembleia pblica eles devesiam reapeitar, em algun gra talveztemer, aqueles a quer conduzem. Paa seem on entados de algum outro modo que nfo cegamente, os seguidores devern qualifcar-se, se nfo para atores, pelo menos para juizes; de- em também se utes de importinciae autoridade naturais. Nada pode asegurar uma conga firme ¢ moderada nessa assembleias, sendo que o corpo delas seja respeitavelmente composto, em questo de contigo na vida, de cortesdo permanente, de educasio e de hé- bios rais que ampliem Liberalizem o entendimento. Na convocagio dos Estados Gerais da Franga, a primeira coisa aque me causou impressio foi um grande afsstamento do antigo rumo, Encontrei a epresentagdo para 0 Terceiro Estado composta de seiscentas pessoas. Exam iguais em mémero aos representantes das duas outras ondens. Se as ordens deviam agit separadamente, 0 riimero no deveria, além da considerasio das despesas, sex de rutita [49] importincia, Mas, quando cou evidente que as txts cordens se deveriam fundir em una, a politica eos efeitos necessérios dessa numerosa representasio tornaram-se dbvios. Uma desers0 muito pequena por parte de qualquer das duas outras ordens jogaria © poder de ambas nas mios da terceirs. De fato, todo 0 poder do | Estado logo se resuinia a esse corpo Sua devida composigio tornou- | se, portanto, de importincia infinitamente maior. ‘vali, senhor, a minha surpresa quando descobri que uma pro- porgio muito grande da Assembleia (a maioria, acedito, dos mem- bros que compareciam) compunha-se de advogados profissionais. Nio se compunha de magistrados de distingao, que tivessem dado 2 seu pais penhores de sua ciéncia, prudéncia ¢ integridade; no Ri A Revouucho Na Franca ‘97 dios principais advogados, a gl6ria do foro; nio de renomados | professors de universidades—mas em sua bem maior pats, como | deve set em tamanho niimezo, dos membros inferiores, incultos, mecinicos, meramente priticos da profissio. Havia destacadas excegéies, mas a composicio geral era de obscuros advogados pro~ vincianos, de intendentes de minisculas jurisdigSes locas, rébulas da toga, notirios e todo 0 séquito de executores de litigios muni- eipais, os fomentadores e condutores da mesquinha guerra de afronta entre aldeias. A partir do motnento em que lia lista, vi discintamente, e bastante conforme foi acontecendo, tudo que vitia a seguiz. O gran de estima em que alguma profisio é tida torna-se.o padeio da estima que os profisionais tém por si mesmos. Quais- quer que possam ter sido os méritos pessoais de muitos advogados jsoladamente, ¢ em muitos eram sem diivida bastante consideréveis, nesse reino militar nenhum profissional era muito considerado, exceto os mais importantes dentre todos, que frequentemente uniam a suas fangSes um alto prestigio de familia, ¢ eram investidos de grande poder e autoridade. Bsses exam com certeza fortemente respeitados, e com ailo pequeno grax de revertncia, A classe a seguir io era [50] muito estimada; 0 oficio mecinico era tido em muito baixa conta. . : Sempre que a autoridade suprema ¢ investida em um corpo as sim composto, deve evidentemente produzir as consequéncias de ‘uma suptema autoridade posta nas mifos de homens nio ensina- speitar; que aio tinham em jogo nenhu- quem nio se podia esperar que ou que conduzissem com discricio, um ima fortuna prévia eth canter; levassem com moder: Epyuno Burke 168 poder que eles proprios, mais do que quaisquer outros, deviam ficar suxptesos de ver em suas mios. Quem poderia iludir-se de aque tais homens subitemente¢, de certo modo, por encantamento, arrancados da mais humilde posigZo de subordinagao, nio ficari- am emibriagados por essa grandeza para a qual no estavam prepa- rados? Quem poderia conceber que homens jé habitualmente intrometidos, arojados, sutis, ativos, de disposizio ltigiosaementes jinquietas, recairiam facilmente em sua antiga condigio de obscu- ras contendas,e laboriosa, relese improficua chicana? Quem poderia duvidar que, a qualquer custo para o estado, de que nada entendiam, cles buscatiam seu interesse privado, o qual entendiam bem demais? ‘Nio eta um evento que dependesse de acaso ou contingéacia. Era inevicivel; era necessisio; estava plantado na natureza das coisas. que possa abrir para cles aqueles indimeros empregos lucrativos aque'se seguem na esteira de todas as grandes convulsGeé e revolugbes no estado, e particularmente em todas as grandes ¢ violentas permutagdes de propriedade. Era de esperar que cles se encarregassem da estabilidade da propriedade, cuja existéncia sempre dependent do que tornasse a propriedade questionavel, ambigua e insegura? Seus objetivos seriam engrandecidos com sua mas sta disposigio e habitos, ¢ o modo de realizar seus ignios, deve continuar os mesmos. [ST] Bem! Mas esses homens deveriam ser temperados e contidos ‘por outras categorias, de mentes mais sObrias e encendimentos mais everiam entio ser amedrontados pela supereminent= a espantosa dignidade de um’punhado de risticos REFLEXOES SOBRE A REvOLUGEO Na Faanca 199 roceitos que tém ascento naquela Assembleia, de alguns dos quais se diz que nio sabem ler e escrever? E por um ntimero no maior de comerciantes que, embora dm pouco mais instruidos e mais proeminentes na ordem dz sociedadle, nunca conheceram coisa alguma além do seu escritério de contabilidade? Nio! Essas duas seu contraponto. Com desproporsio Ho perigosa, o todo deve necessariamente ser governado por eles. A faculdade de direito juntou-se uma bem razotvel parcela da faculdade de medicina. Essa Faculdade nio tinha, nio mais do que a de direito, conquistado-na Franga sua justa valorizago. Seus professores, portanto, devem ter as qualidades de homens nfo habituados a sentimentos de dignidade. Mas suposido que eles houvessem ocupado a posigio que deveriam, ¢ tal como entre nés ocupam na realidade, as cabeceitas dos letos de doentes nio sto as academias para formar estadistas¢ legisladores. A seguir, vinham os corretores de findos © ages, que devem ser avidos, a qualquer custo, por trocar sua riqueza ideal de papel pela mais sélida substncia que € a terré. A cesses juntaram-se homens de outras categorias, dos quais era de esperar io pouco conhecimento ou atengo aos interesses de um, igranide Estado, ¢ tio pouca considerasio pela estabilidade de ‘igo; homens formados para ser instrumento, nfo era em geral a composigio do Tiers iar na Assem- bleia Nacional; na qual mal se podiam perceber o3 08 do que chamamos de o narural interesse Fandlidcio do pats. Sabemos que a Camara dos Comuas britanica, sem fechar suas portas a qualquer mézito cm nenhuma classe, est, pela operasio yes tra EoMunp Burke 200 gota de causas adequadas,cheia corn tudo que de iluste [52] em. sso, em descendéncia, em hereditariedade e em opuléncia ad- talentos cultivados, em distingio militar, civil, naval e politica, o pais pode possuir: Mas suponham, o que dificilmente se poderia supor ser 0 caso, que a Camara dos Comuns fosse com- posta da mesma maneira que Tiers Etat na Franga; esse dominic da chicana seria aturado com paciéneia, ou sequer concebido horror? Deus nfo permita que ex esteja insinuando alguma ci desaitosa’Aquela profissio, que é um outro sacerdécio, adminis- srando os rtos da justica sagrada. Mas, enquanto reverencio homens nas fungSes que lhes cabem, o faria tanto quanto € posstvel a um homem fazer para impedir sua exclusio de alguma dessas fungoes, ‘do posso, s6 para lisonjeé-los, desmentir a natureza. Eles sio bons ¢ titeis na composigio; devem ser maliciosos, se quiserem prepon- decar de forma a virtualmente se tornarem 0 todo. Sua alta exceléncia cm suas fangSes peculiares pode estar longe de ser uma qualificaso para outras. Nao pode escapar & observasio que, quando homens ficam restringidos demais a habicos profissionais e oritindos de uma faculdads, e, de certo modo, tornam-se inveterados no emprego recortente desse cicculo estreito, encontram-se mais incapacitados do que habilitados para qualquer coisa que dependa do conheci- mento da humanidade, da experitncia em assuntos variados, de ‘tma visio abrangente e conectada dos vitios.e complicados inte- esses externos e internos que entram na formasao dessa coisa m se'chama de Estado. AGinal, se a Camara dos Comuins fosse ter uma composisio- totalmente profissional e orfunda de uma faculdade, qual é o poder da Camara dos Comuns, citcunscrita e trancada pelas icremoviveis Rercexdss coune « Revotucio Na Faanca 201 barreiras de ‘eis, usos, regras positivas de doutrina ¢ pritica, contrabalangada pela Camara dos Lords ea cada momento de sua existincia A mercé do critério da coroa para que continue, seja prosrogada ou dissolvida? O poder da Camara dos Comuns, diseto ou indireto, & de fato grande; e que consign por muito tempo preservar sua grandeza, eo espirito que pertence [53] A verdadeisa grandeza em sua plena forsa; ¢ o fari na medida em que lograr impedir os violadores da leina india de se tornarem os legisladores na laglaterra. O poder da Cémara dos Comuns, entretanto, quando menos reduzido, é como uma gota d’égua no oceano, comparado com aquele que reside em uma maioria consolidada da Assembleia Nacional dos senhores. Essa Assembleia, desde a destruigio das ordens, nio tem lei fundamental, nem convengo rigorosa, nem uso respeitado para sefreé-la. Em vez de se acharem obrigados a estar conforme uma constituisio estabelecida, eles tém 0 poder de fazer uma constituigdo que seri conforme os seus designios. Nida nos céus ou sobre a terra pode servir como um controle Quais deveriam ser as cabegas, os coragbes, as dlisposigées, que sie qualificados ou que ousem nio s6 fazer leis sob uma constituigao estabelecida, mas de am s6 fSlego forjar ‘uma constitaisio totalmente nova para um grandé reino, ¢ em toda parte dele, desde © monarca no trono a sacristia de uma paréquia? Mas ~ “stole tram crrendo onde os anjos tone psa. Em semelhante estado de poder incontrolado, para propésitos indefinidos ¢ indefiniveis, o mal de uma inaptidio moral e quase fisica do homem a fangio deve ser o maior que se possa imaginar acontecer na condugio dos assuntos humanos. EoMuNo BURKE 202 T endo considerado a composigio do Tercera Estado como cle era. em sua estrutura original, examinei os representantes do lero. A também pareca que bem pouca consideragio se eve pela seguranya geral da propriedade, ou pela aptidio doe deputados para seus fins pablicos, aos prinelpios de sua eleisi. Essa eleigio foi arquitetada de forma a mandar uma enorme proporsto de simples curas da roga para a grande e dra carefa de semodelar um Estado; homens que nunca visam 0 Estado sequer em iustragio; homens que nada sabiam do mundo além dos limites de uma aldeia obscura; que, mergulhados em jeremediével pobreza [54], nfo podiam encarar nenhuma propriedade, fosse Secular ou eclesstca, com outros olhos que ‘nfo 0s da inveja; entre os quais deve haver muitos que, pela menor esperanga do minimo dividendo em pilhagem, participariam prontamente de qualquer ataque a um conjunto de riqueza, no qual dificilmente poderiam esperar ter qualquer participasie, exceto em um engalfinhamento generalizado. Em vez de contrabalangar 0 poder dos chicaneiros ativos da outra assem bleia, esses curas devem necessariamente tornat-se os coadjuvan- tes ativos, ou, no melhor dos casos, os instrumentos passivos daqueles por quem eles ecam habitualmente guiados em suas mes- quinhas preocupasées de aldeis. Eles tampouco podiam ser os mais conscienciosos dé sua espécie, 08 quais, conjecturando a pattie de sew entendimento incompetente, conseguiam obter por inttiga um encargo de confianga que os levava, de sua relacio natural com seus rebanhos e de suas esferas naturais de agio, 2 tentar empreender a regeneragio de reinos. Esse peso preponderante, tendo sido acrescentado ao corpo da chicana no Rertexoes soone « Revowurio Sa’FRanca 208 Tiers Etat, completou aquele impeto de ignorancia, precipitagio, presungio e 4nsia de pilhagem a que nada foi capaz de resist, A\ homens observadres deve ter parcido‘deade 0 comeso quea maioria do Terceiro Estado, em conjungo com uma delegasio do lero como a que descrevi, enquanto buscava a destruicio da nobreza, inevitavelmente acabaria por se tornar subserviente aos piotes desfgnios de individuos dessa classe. Na pilhagem e humi- hago de sua propria orclem, esses individuos obteriam um fando seguro para 0 pagamento de seus novos seguidores. Desbaratar os bens que fizeram a felicidade de seus companheiros seria para eles sacrificio nenhum. Homens de qualidade, turbulentos ¢ descontentes, na proporso em que ficam inflados de orgulho e arrogincia pessoal, geralmente desprezam sua propria ordem. Um dos primeiros sintomas que descobrem de uma ambicio egoista e daninha é 0 descaso excessivo pelo nicho social que [5S] partilham com outros. Ser afeisoado & subdivisio, amar o pequeno pelotio a ‘que pertencemnos na sociedade é o primeiso principio (o germe, pot assim dizer) dos sentimentos de afeisio publica. E 0 primeiro clo de uma série pela qual prosseguimos em diteglo ao amor por nosso pais ¢ pela humanidade. Os interesses dessa porsio do conjunto social sto um encargo entregue em conflanga nas mos de todos que a compéei; ¢ como somente homens maus a defen- etiam com abusos; somente traidores a negociariam em troca de alguma vanragem pessoal : Houve, na época de nossos distixbios civis na Inglaterra (no sei se 0s senhores tm algo assim em sua Asserableia na Fransa), diversas pessoas, como 0 entio Conde de Holland, que por si Eowunp BUREE 204 prSprias ou por suas familias atraram um édio feroz 0 trono pela prédiga distribuigio de seus favores a eles, que mais carde se uniriam as rebelides origindrias dos descontentamentos de que cles proprios eram a causa; homens que ajudaram a subverter aquele trono ao qual deviam, alguns deles, sua existencia, e outros, todo aquele poder que empregatam para arruinar seu benfeitor. Se alguns limites so tragados para as exigéncias vorazes desse tipo de gente, ou.se outros tfm permissio de participar da dvisao dos bens que querem aambarcar, vinganga ¢ cobiga logo o vacuo insacidvel criado pela avareza. Confundida pela complicacio de paixBes desmedidas, sua razio fica perturbada; seus pontos de vista tornam-se amplos ¢ perplexos; para outros, inexplicéveis; para si mesmos; incertos. Encontram, em todos os lados, limites 4 sua ambigGo inescrupulosa em qualquer ordem de coisas estabelecids. Mas, na névoa da confuséo, tudo é ampliado, e parece sem qualquer limite. ‘Quando homens de posigio sacrificam todas as ideias de dig nidade a uma ambigio sem um objetivo nftido e trabalham com instrumentos infériores para fins baixés, toda a composicio torna- “se baixa e vil. Nio parece ocorrer algo, assim agora, na Franga? Isso no produz algo igndbil e [56] ingl medioctidade em toda a politica predominante? Uma tendéncia Uma espécie de em tado que se faz a rebaixar, junto com os individuos, toda a dignidade ¢ importincia do Estado? Outras revolugées foram conduzidas por pessoas que, embora tenham tentado ou de fato realizado mudangas na nacio, santificaram sua ambigio ao fazer aumentar a dignidade do povo cuja paz perturbaram. Eles eram gente de visio, Almejavam 0 comando, no a destruigio de sew A Revowugho Na PRanca 205 pais. ram homens de grandes talentos cvs e militares, ¢0 terror, © ornamento de sua era. Nao eram como corretores judeus disputahdo wns com 0s outros quem poderia melhor remediar, com cizculagio fraudulenta e paptis depreciados, a desgraga e a rina causadas a seu pals por seus conselhos degenerados. © cumprimento feito a um dos grandes homens maus da velha cestampa (Cromwell) por seu parente, um poeta favorito daquela época, mostra o que ele propunha e 0 que de fato, em grande medida, cle realizo's no triunfo de sua ambicio; Sal as yu ise, the sat exalted t00, Finds no distemper whilst ‘ts changed by yout Changi like the world’ great soene, when without noise “The rising sun nights wager lights destroys. [Ainda quando 1 elows,o ado, também exaltado, [Nifo sente indisposigdo enquanto & por X transformados “Transformado como o grande cenario do mundo quando sem ruidos Os luzeiros vulgerts da noite pelo sol nascente so destruidos:} Esses agitadores no eram tanto homens usurpando o poder quanto afirmando seu lugar navural na sociedade. Sua elevagio era para iluminar e embelezar 0 mundo. Sua conquista sobre seus competidores dava-se eclipsando-os. A mo que, como um anjo destruidor, se abate sobre © pais comunicou-the a forga e energia sob a qual soften. Nao digo (Deus me livre) que as virtudes desses homens deviam ser tomadas como compensagio para seus crimes; mas eram um tanto corretivas em seus efeitos. Assim foi, como eu disse, 0 nosso Cromwell. Assim foi toda a vossa raga dos Guises, Condés ¢ Colignis. Assim os Richelieus que, em tempos mais tranquilos, agiram no espirito de uma guerra civil. Assim, como Euono Burke 206 homens melhores, ¢ em uma causa menos débia (57), foram 0 sea Henrique IV ¢ 0 seu Sully, embora criados em confusdes ‘dvis, ¢ nfo totalmente desprovidos de suas marcas. E uma coisa de admitar, ver como a Franga depressa, assim que teve um momento para respirar, recuperot-se ¢ emengis: da mais longa e mais versivel guerra civil que qualquer nasdo ja softeu. Por qué? Porque, entre todos os seus massacres, eles no destruftam a monte Ge seu pais. Uma cOnscia dignidade, um nobre orgulho, um generoso senso de glria e emulasio nfo se extinguiram. Ao contritio, foram inspirados e inflamados. Também os érgios do Estado, por mais estilhasados que estivessem, existiam. Todos os prémios de honra e virtude, rodas as recompensas, todas as distingSes, permaneceram. Mas sua atual confusio, como umia paralisia,atacowa propria fonte da vida. Cada pessoa de seu pals, em situagio de ser movida por um principio de honra, foi desmoralizada e degradada, ¢ nfo consegue nutrit nenhuma sensagio de vida, exceto em uma indignagio mortificada e hhumilhada, Mas essa geragdo passat bem depressa. A proxima \ gerayio da nobseza se pareceré com 0s artifices ¢ os nsticos, os especuladores financeisos, usurérios ¢ jideus, que sexo sempre seus colegas, 3 vezes seus senhores, Acredite em mim, senhor, 08 1 tentam nivelar nunca igualizam. Em todas as sociedades, con- indo em varias categorias de cidados, alguma categoria deve J ser predominante, Os niveladores, portanto, somente alteram ¢ pecvertem a ordem natural das cois eles sobrecarregam 0 | edificio sociedade, ao exguer no at o que a solidez da estrutura | requer que fique no cho. As associagbes de alfsiates e carpinteiros, das quais se compée a repiiblica (de Paris, por exemplo), nfo Rercexose sovns & Revouueio NA FRANCA 207 podem estar a altura da situago a qual, pela pior das usuxpagSes, a usurpasio das prerrogativas da natureza, os senhores teritam forsiclas. O chances da Feansa, na abertura 20s Estados [58], disse, em.um tom de floreio oratério, que codas as ocupagSes eram ilustres. Se ele queria dizer apenas que nenhum emprego honesto era vergonhoso, nio teria extrapolado a verdade. Mas, a0 afirmar que certa coisa é honrosa, implicamos alguma distingo em seu favor. A ocupagio de um cabeleizeizo, ou de um fabricante de vyelas de sebo, nio pode ser motivo de honra para qualquer pes- soa — para nio falar de infimeros outros ‘empregos mais servis. Essas categorias de homens no deveriam softer opressio do Estado; mas o Estado softe opressio se cidadios como eles, individual ou coletivamente, tém a permissio de comandas: Nisso © senhor acha estar combatendo um preconceite, mas esté em guerra com a natureza. Nio concebo, meu caro, que o senhor seja daquele espirito sofistico capcioso, ou daquela obtusidade maliciosa a ponto de exigit, para cada observagio ou sentimento geral, um detalhamento explicito dos corretivos e excesSes que a razo presumiré estarem indlufdos em todas as proposigdes gerais oriundas de homens ra cionais, Nao imagina que eu queira restringir poder, autoridade ¢ distingio a sangue, nomes titulos. Nao, senhor. Nao hé qua- lificasio para governar, sendo virtude ¢ sabedoria, efetivas ou presumiveis, Onde quer que elas realmente se encontrem [59], clas tém, no importa em qual estado, condigSo, profissio ou negécio, © passaporte dos Céus para oficio ¢ honra humanos. Eowuno BURKE 208 Coitado do pals que rejeita, louca e.impiamente, 0 servigo dos talentos ¢ viztudes, civis, militares ou religiosos, que sio dados gata servilo eagzaci-lo;e que condena 4 obscuridade tudo que ¢¢formado para difuandir brilho e giéria por todo o estado. Coitado também do pais que, passando para o extremo oposto, considera sna educasio deficiente, uma visio mediocre ¢ limitada das coisas, uma s6rdida ocupagdo merceniria como um direito superior para comandar. Tudo deveria sex aberco; mas nfo indiferentemente a todo mundo, Nenhuma rotatividade; nenhuna nomeagio por heranga; nenhum modo de eleigéo operando no espirito de sorteio ou rodizio podem set geralmente bons em tum governo que tratd de temas amplos. Porque essas coisas no sem a tendéncia, direta ou indireta, de escolher o homem que visa 0 dever, ou a acomodagio de uns e outros, Nao hesito em dizer que 0 caminho para a eminéncia eo poder, a partir de uma condiggo obscura, no deveria se tornar facil demais, nem coisa obria demais. Se um mérito raro € a mais rara de codas as coisas, ratas, devetia passat por algum tipo de prova ou perfodo de experiéncia. © templo da honra deveria assentar-se sobre uma eminéncia, Se ele for aberto através da virtude, que se lembre também que a virtade nunca é posta & prova sendo por alguma dificuldade, e alguma luca. Nada é uma représentagio devida e adequada de um Estado se rio representa sua capacidade, bem como sua propriedade. Mas como a capacidade é um principio: vigotoso € ativo, € como a ptopriedade & apética, inerte e timida, nunca pode estar livre das invastes da capacidade, a nfo ser que seja, fora de qualquer proporgio, predominante na representaso. Deve ser representada Rertexous soaks a RevoLUcse NA FRANCA 209 : 4 Cisnara dos Comins também, embora no necessariamente, mas Jaro, é sempre assim compost, em sua maior part Deixemos- gue ests gandespropsstrossjam o que cles quiserem, ¢ eles ga sa chance de estar entre os melhores, orguanto eles s¥0, no sealmente pior dos casos, olastro na nave da nasSo, Pis embora também em grande volume de reservas, ou nfo est corretamente . procegida. A esséncia caractristica da propriedade,formada partic 2 dos principios combinados de sua aquisigio [60] e conservagio, deve ser desgual. As grandes massas, portanto, que excitam a cobiga, ¢ estimulam a rapacidade, devem ser postas fora da possibilidade de petigo. Elas ento formam um baluarte natural em torns das propriedades inferiores em todas as suas gradagSes. A mesma ‘quantidade de propriedade que seja, pelo rumo natural das coisas, dividida entre muitos, ndo tem a mesma operagio. Seu poder defensivo € enfraquecido e fica difuso. Nessa difusio, 2 porgio | destinada a cada homem é menos do que aquilo que, na avidez de seus desejos, ele pode iludir-se quanto a obter dissipando 0 que outros acumularam. A pilhagem desses poucos de fato daria apenas uma parcela inconcebivelmente pequena quando distribuida entre ititos. Mas os muitos no so capazes de fazer esse cilculo; ¢ 0s I jque7za heceditiria, ea possto social que a acompanka, sejam cxcessivamente*idolatradas por bajuladores insidiosos, e pelos egos ¢abjetos admiradores do poder las sto desprezadas precipitadamente nas frivolas especulagées dos petulantes, erogantes e miopes dindis da filosofia. Alguma proeminéncia gecente e regulada, alguna preferéncia (iio apropriag3o exclusiva) dada 20 nascimento, no é nem anormal, nem injusta, nem | impolitica. Jise disse que vinee e quatro milhdes deveriam prevalecer sobre duzentos mil. B verdade; se a constituigio de um zeino for am aque levaram a multidio & rapina jamais pretendem que de fato fasa essa distribuigio. © poder de perpetuar noséa propriedade no sei de nossas familias é uma de suas circunstincias mais valiosas e interessantes, problema de aritmética. Essa espécie de discurso funciona muito © bem com o poste de luz® a secundé-lo: para homens que consequent | saciocinar calmamente, é ridiculo. A vontade da multidio e seu interesse muitas vezes devem divergir; ¢ grande seré a diferenca quando fizerem uma ma escolha. Um governo de quinhentos ad- vogados da foga e curas desconhecidos ndo é bom para vinte ¢ quatro milhées de homens, ainda que tvessem sido escolhidos por ea que mais rende 4 perpetuagio da propria sociedade. Torna nossa reza, Os que possuem riqueza de familia, ea distingo que acom- panha o patriménio hereditério (como a maioria dos envolvidos), Esses direinos metafisicos penetrando na vida comum, como raios ‘Os pretensos direitos desses tedricos sio todos extremos; ¢, na proporcio em que sio metafisicamente verdadeiros, sto moral e policanens ls. ESE: BSS SSS SEE Sees. © dis dos homens mos governos sfo suas vantagens; ¢ esses costumam estar’em equilibrio. centze diferengas de bem; em meio-vermo 3s vezes entre beme mal «as vezes, entre mal ¢ mal. A razfo politica € um principio de esse papel-moeda compulsério taramente foi exibica pela aliansa de | falenciae ticania, em qualquer época, ou em qualquer nasio. [TAS] No cxirso de todas essas operagbes, aos poucos vem & luz © o grande arcanum que na realidade, e num justo sentido, as terras a igreja,na medida em que algo de certo pode ser infecido de seus trabalhos, no devem, de todo, ser vendidas. Pelas recentes resol Bes da Assembleia Nacional, elas de fato dever ser entregues a quem fizer 0 lance mais alto. Mas deve ser observado que apenas uma cra porgto do dinkere da agusicto deve er page. Deve ser dado um petiodo de doze anos para o pagamento do restante. Os compra- dores filos6ficos devem, portanto, mediante o pagamento de uma ReELEKOES SOBRE A REVOLUGKO NA FRANCA 307 espécie de luvas, ser postos instantaneamente em posse da prope. edade, Isso se torna, em cestos respeitos, uma espécie de presente para eles; a sér recebidlo, como a posse feudal, por zel0 pelo nove sistema. Esse projeto visa evidentemente admitic uma massa de compradores sem dinheiro. A consequéncia seri que esses com. pradores, ou mais exatamente concessionarios, pagar nfo s6 com: os aluguéis que Ihes reverterdo, e que poderiam igualmente ser re cebidos pelo Estado, mas também com o provento dos materiais dos prédios, da devastasio de florestas e com qualquer dinheiro «que, por miios habimadas a infligir os apertos da usura, eles pos- “sam arrancar do inféliz do camponés. Este deve ser entregue 20 ctitério mercendrio e arbitrivio de homens que setio estimulados a todas as espécies de extorsio pelas crescentes exigéncias feitas aos crescentes lucros de uma propriedade mantida sob a precitia de- terminasZo de um novo sistema politico. ‘Ao mesmo tempo que todas as trapasas, imposturas, violéacias, rapinas, incéndios, assassinatos, confiscos, papéis-moeda compulsérios todas as categorias de tirania e crueldade empregadas, para promover e apoiar essa resolugio exercem seu efeito natural, isto 6, chocar os séntimentos morais de todas as mentes sbbrias € virtuosas, todos os instigadores desse sistema flos6fico puxam pela garganta em uma arenga contra o velho governo monanquico da Franga. Ao mesmo tempo que deixam esse poder deposto suficiencemente negro, cles [1.46] prosseguem com a aigumentasio, como se todos que desaprovam seus novos abusos devam set evidentemente partidizios dos velhos; todos que teprovam seus projetos crus ¢ violentos de liberdade devam ser tratados como EDMOND BURKE 308 EF gefensores da servidio. Admito que suas necessidades de fato os briguem essa trapaga baixa e desprezivel. Nada pode reconciliar 19s homens com seus projetos e procedimentos, seno a suposisio de que nfo hé terceiza opgio entre ele, e alguma tirania tio odiosa quanto pales set fornecida pelos registzos da histéria ow pela javengao dos poetas. A conversa fiada deles no merece o nome de (istica. Nada € além de simples impudéncia. Seri que ‘esses senhores nunca ouvizam falar, em todo o circulo dos mundos da terra e da pritica, de alguma coisa entre o despotismo do monarca ¢ 0 despotismo da multidio? Nunca ouviram falar de uma monarquia dirigida por leis, controlada e equilibrada pela grande riqueza hereditivia e dignidade herediéria de uma naglo; e, mais ‘uma vez, ambas regidas por um controle judicioso da razio e do sentimento do povo em geral, agindo por meio de um érgio adequado e permanente? Ej entdo impossivel que se consiga achar um homem que, sem m4 intengio criminosa, ou Iamentével absurdo, preferiré esse governo misto e moderado a qualquer dos extremos; e que consiga refutar como privada de qualquer sabedoria ede qualquer virtade a nacio que, tendo & sua escolha obter esse governo com tranquilidade, ou entio confirmé-lo quando cetivamente possuo, achou adequado cometer mil crimes, e sujeitar seu pais a mil males, a fim de eviti-lo? E entio uma verdade tio universalmente conhecida que uma democracia pura é a nica forma tolerével a que a sociedade humana se pode langar, que nfo se permite a um homem hesitar sobre seus métitos, sem a suspeita de ser amigo da tania, isto 6 de ser um inimigo da humanidade? Nio sei sob que categoria classificar a atual autoridade gover- rrante da Franga. Ela gosta de se fazer passar por pura democracia Rertenoss soene « REvOLUCKO NA FRANCA 39, qualquec hora-em que as mentalidades dos homens estiverem pre. paradas para ese tltimo golpe contra ela, pela consecusio do'plang = de levar seus ministros ao desprezo universal. Quem no quiser 4 acreditar que os faniticos filoséficos que crientam nessas questSeg. hé muito nutriam esse designio & totalmente ignorante de seti ca. rarer e procedimentos. Esses entusiastas nio t8m escripulos de confessar sua opiniio de que um Estado pode subsistir melhor | sem religiio do que com alguma; e de que eles sio capazes de 3 suprir qualquer bem que possa haver nela por meio de um projeto | deles préprios — ou seja, por uma espécie de educagio que eles 7 imaginaram, fandada em um conhecimento das necessidades fisicas dos homens, progressivamente levada a.um egoismo iluminado que, quando bem entendido, dizem-nos eles, se idencificark com um inceresse mais ampliado e piblico. © projeto dessa educasio hi | muito é conhecido. Recentemente eles o distinguem (assim como

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