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Poucos patses sito to dependentes das variacdes do tempo e do clima quanto 0 Brasil. A Amazénia, quente € timida, contrasta-se com 0 Nordeste semi-drido. A sucesso das estacoes seca e chuvosa do Planalio Ceniral distingue-se da quase regularidade das chuvas da Regido Sul. Os climas Saudéveis de montanha contrapoem- se as depressoes quentes, timidas € pouco ventiladas. Apesar de tantas diversidades climéticas, num pats em que 0 desenvolvimento esté. subordi- nado ao manejo adequado dos recur- sos naturais, dentre eles o clima, a Meteorologia ainda nao é estudada e praticada intensamente. Nesse con- texto, 0 livro “Metcorologia Basica e Aplicacées" pretende contribuir para acelerar 0 desenvolvimento da cién- cia meteorolégica no Brasil, ¢ capa- citar profissionais de dreas afins para 0 melhor entendimento dos mais di- versos fenémenos atmosféricos. A lin- guagem facil e 0 detathamento expo- Sitivo tornam a obra totalmente acesstvel ao leitor comum, desde que possuidor de conhecimentos bésicos de fisica geral e de célculo elementar; ara os que nao possuem este instru- ‘mental, a parte qualitativa do texto podéré contribuir para a aquisigao de conhecimentos titeis & compre- ensiio dos fendmenos atmosféricos do dia-a-dia. A ordem dos capitulos foi cuidado- samente planejada, visando Q expo- sicdo seqtienciada de assuntos que se encadeiam dentro da légica do pen- samento cientffico classico. No primeiro capitulo, procurou-se caracterizar 0 sistema Terra-Atmos- fera, no que se refere a.aspectos as- trondmicos e fisico-quimicos. Comparando a atmosfera a wna imensa maquina térmica de baixo rendimento, estudou-se, no segundo capitulo, a termodindmica deste sis- tema, A principal fonte de energia do sis- tema Terra-Aimosfera, a energia so- lar, foi estudada no terceiro capttulo. Além do tratamento fisico, dedicou-se atencao especial a aplicacoes envol- vendo a energia radiante, No quarto capttulo, discutiram-se 08 efeitos do fornecimento de energia ao sistema termodinémico Terra-At- mosfera, ou seja, foram estudados os movimentos aimosféricos. Revisa- ram-se conceitos bdsicos de Fisica e derivaram-se as equacdes do movi- mento para a atmosfera, seguindo-se de algumas aplicacées teéricas e pré- ficas. ‘As técnicas usadas pelos meteoro- logistas para, estudar os fenémenos atmosféricos, ‘bem como os insiru- menios wilizados, foram apresenta- das no quinto capiudlo, cielminando com a discussiio das técnicas de pre- visio do tempo. 0 sexto capitulo dedicou-se aos fendmenos meteorolégicos mais im- portantes ¢ suas aplicagées imediatas na vida prévica, com énfase maior as ocorréncias no Brasil. Finalmente, dedicou-se sétimo capitulo a climatologia. Os principais conceitos e as classificacdes climéti- cas mais usados foram discutidos e exemplificados. Enfocaram-se, tam- bém, aspectos da climatologia sindti- co-dindmica da América do Sul e da climatologia do Brasil. Encerrot-se 0 livro com uma discussdo sobre simu- lacao e mudancas climaticas. Os autores esperam que este livro- texto sirva como uma ferramenta pa- rao ensino da Meteorologia e da Climatologia, acxiliando docentes discentes dos cursos que exigem co- nhecimentos e aplicacdes destas Greas cientfficas. Profissionais. de Greas correlatas ¢ outros cidadéos poderdo, também, beneficiar-se desta obra, fai Universidade Federal de Vigosa Luiz Sérgio Saraiva Carlos Sigueyuki Sediyama [Nilda de Fétima Ferreira Soares Pré-Reltora de Extensio e Diretora da Biitora UFV Conselho Editorial ay Mi Pimentel Campos Pereira, Paulo (Associagée Brasileira de Editoras Universitérias) RUBENS LEITE VIANELLO Professor Aposentado da UFV DS. em Meteorologia, 1980 — INPE-SP P. Doc. em Meteorologia, 1987 —CNRM ~ Toulouse ~ Franga ALVES: ito da UFV 187 ~ Purdue University — BUA Ph. D. em Cigneias Atm: METEOROLOGIA BASICA E APLICACOES Editora UFV Universidade Federal de Vigosa 2000 © Rubens Leite Vianello ¢ Adil Rainier Alves F edigdo: 1991 reimpressio: 2000 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicago pode ser eproduzida sem a autorizagio escrita € prévia dos detentores do copyright. Impresso no Brasil Ficha catalogrifica preparada pela Segtto de Catalogacto e Classificagao da Biblioteca Central da UFV wrologia bisica e aplicagdes / Rubens Leite il Rainier Alves. ~ Vigosa : UFV, 2000, ISBN: 85-7269-073-5 Inclui bibliografia 1. Meteorologia. 2. Climatologia. I. Alves, Adil Rainier. I Titulo, CDD 19.ed. 551.5 CDD 204. 551.5 reimpressio e acabamento :a Universitiria da UFV ‘Universidade Federal de Vigosa 36751-000 Vigosa, MG, Brasil Tel, (31) 899-2220 E-maileditora@mail.ufy-br O primetro autor deste livro 0 oferece a sux esposa, Maria da Gloria, & a seus filhos, Silvana, Rosana, Marcelo e Marcos. O segundo autor o faz a seus pais fe Maria Abadia, a sua espasa, Antonina, € a seus filhos, Danilo e Diogo. «A esséncia do conhecimento cientifico € a sua aplicagao pratica.» Conticlo (51-479 aC) PROLOGO DA 1." EDICAO “Apesar dos grandes avangos tcnicos sleancados pelo homem, 0 seu bem-estar econémico ¢ social continua dependendo grandemente do clims, sendo bastante provavel que esta dependéncia continue no futuro. A de- pendéncia do homem 20 clima hnal do importante papel reservado A cigncia meteorol6gica. J em 1873 criou-se a Organizacdo Meteoroldgica Intemacional, com 0 propésito de res, ocorra o treinamento de pessoal capacitado para essa tarefa cientfica © para a aplcagio dos novos conkesimentosgerados. destina 8 formaci cigncia meteorols fs, ecdlogos © ni seus respectivos cam lima agricultura, vis tecnistas, em clima de stuacSo: agrénomos € fitotecnistas, nas relacdes rodeo e da produtividade; z00- imrigacso, zoneamentos florest ‘ros iro encontrar no present suas atividades: engenheiros tas, oceandgrafos etc. , engenheiros ambientais,fisicos, acronau- ccertamente, para motivar o leitor, levando-o a admirar e respeitar ainda mais ja fascinante, que desafia a curiosidade humana desde os tempos {ra importante proposta deste livro-texto 6 0 preenchimento de uma |. Em plena era tecnoldgica, em que a meteoro- lacuna imperdodvet no Togia utiliza, nos princi cas publicadas na’ prépria lingua. A meteorologia te. Nio hd, sequer, um tinico texto em Meteorol ‘gua portuguesa, com as caracterfsticas deste. ral de Vigosa, em especial dos professores Hélio Alves Vieira e José Eduar- do Prates, além do constante incentive por parte dos professores Dirceu Tei- xeira Coelho, Gilberto C. Sediyama, José Maria Nogueira da Costa © Laz Ciéudio Costa, As imperfeic6es apontadas pelos colegas © até mesmo pelos estudantes bem aceitas, com 0 propésito de aperfeicaar o texto em suas Os préprios autores sentem que a obra completa: 2s sua aplicagdo e para seu melhoramento sic. incontéveis. ‘Mas urge que o texto venha a piblico, expondo-se & ct Vigosa, novembro de 1991. Os autores: SUMARIO, CAPITULO 1 ‘© MUNDO EM QUE VIVEMoS CONSIDERAGOES COSMOLG: O SOL E 0 SISTEMA SOLAR EXERCICIOS PROPOSTOS BIBLIOGRAFIA CAPITULO 2 ‘TERMODINAMICA E ESTATICA DA ATMOSFERA INTRODUCAO VARIAVEIS DE ESTAD( As Varidveis de Estado EQUACAO DE ESTADO DOS EQUAGAO DE ESTADO PARA O VAPOR D'AGUA, PARA O AR SECO, E PARA © AR UMIDO .. VAPOR D'AGUA NA ATMOSFER; Pressio de Saturacio do Vapor D’égui Pressio Real de Vapor D'égua . Quantificacao da Umidade Atmost ‘Temperatura do Ponto de Orvalho 0 Céleulo da Umidade Atmostérica eu Pips! RICO PROCESSOS ADIABATICOS ‘Temperatura Potencial Raziio Adiabitica Seca 28ss ggessen Razio Adiabética Saturada DIAGRAMAS TERMODINAMICOS Diagrama Skew T-log P .. Nivel de Condensagio por Elev ESTABILIDADE ATMOSFERICA VARIACOES DA TEMPERATURA, DA UMIDADE RELATIVA E DA PRESSAO ATMOSFERICA ‘Temperatura do Solo. ‘Temperatura do Ar Pressio Atmosférica EXERCICIOS PROPOS BIBLIOGRAFIA ... CAPITULO 3 RADIACAO SOLAR E TERRESTRE. RELACOES ASTRONOMICAS ENTRE © SOL EA TERRA Sistemas de Coordenadas Celestes As Estag6es do Ano... © Triangulo Astrondmic: RADIAGAO ELETROMAC spectro de Beer-Bouguer-Lambert IRRADIANCIA SOLAR NO TOPO DA ATM ESTIMATIVA DA RADIACAO SOLAR QI PERFICIE DA TERRA Espalhamento da Radia BALANCO DE ENERGIA Balango de Radiagto & Superficie do Balango de Energia do Sistema Terra: EXERCICIOS PROPOSTOS . BIBLIOGRAFIA CAPITULO 4 MOVIMENTOS ATMOSFERICOS: ASPECTOS FISICOS E OBSERVACOES INTRODUGAO ... REVISAO DE ALGUNS Velocidade Angular EQUACAO DA. DIFICULDADES NA SOLUCAO DAS EQUAGOES VENTOS OBSERVADOS ‘Sistemas de Ventos Locals Sistemas Globais de Ventos ‘Medigdies e Variagées dos Vei QUESTOES E EXERCICIOS PROPOSTOS BIBLIOGRAFIA CAPITULO 5 PRINCIPAIS TECNICAS USADAS NOS ESTUDOS DIAGNOSTICOS E PROGNOSTICOS DO TEMPO MYTRODUCAO satneace cect same siles wast «2 iea0e SISTEMA DE OBSERVACOES METEOROLOGICAS, ORIGEM E ESTRUTURA DA ORGANIZACAO_ Sistema Mundial de Observagdes CAPETULO 6 PRINCIPAIS FENOMENOS ATMOSFERICOS INTRODUCAO ... ‘TEMPESTADES LOCAIS SEVERAS CLASSIFICAGAO DE THORNTHWAITE Balango Hfdrico Proposto por Thomthwaite em Balango Hidrico Proposto por Thornthwaite ¢ Mather em 1955 OUTROS METODOS PAR: PIRACAOQ..-.eeeeeees EXERCICIO PROPOSTO. Classificagdo de Gaussen DINAMICA NA AMERICA DO SUL, CAPITULO © MUNDO EM QUE VIVEMOS CONSIDERAGOES COSMOLOGICAS pelo homem abrange milhdes ¢ mi- 50 existem incontéveis galdxias - saves e part sroseépicas de pociras césmicas. © Sol nada mais € que nodestfssima estrela pertencente A classe especial G2, © que significa ‘que sua temperatura situa-se na média entre as mais altas © as mais baixas, ser superficie, da ordem de 6,000 K, enquanto préximo ao centro é \éxia, o Sol situa-se a uma ‘que nossa Galféxia tem uma estrutura espiralada. Atualmente, considera-se a nos trés bragos espirais, num dos quais se encontra 0 igo do Sol dentro da Via Léctea. ium perfodo de aproximadamente 220 mithoes de nos. Assim, © Sol esté girando em volta do centro galéctico # uma veloci- dade de cerca de 290 km $1. Representagéo Observada Representagéo dos Bragos Espirais (ALARSA, F. etal, 1982). 0 SOL E 0 SISTEMA SOLAR © Sol 6 a estrela que se encontra mais préxima da Terra. Seu diémetro & de aproximadamente 1.400.000 km, e, visto por um observador na Terra, su= Angulo de 33 minutos. A massa especifica do Sol é de 1,41 ¢ ‘A dimenso do Sol em relaco aos planetas do Sistema Solar pode ser vvisualizada na Figura 2, a seguir: puurao neruno O urano ° ou Terra vews @ MercuRio + Comperoedo entre os dimensées do Soi ¢ dor plonetos FIGURA 2 Comparagio entre as Dimensées do Sol ¢ dos Planetas do Sis- ema Solar (ALARSA, F. et al, 1982). De uma forma simplificada, pode-se con: ‘contra-se no estado gasoso. Entretanto, esses que a matéria esto a temperat clevadas que apresentam peculiaridades de tum outro estado da ma ‘nominado plasma. Por andlise espectrosedpica, constata- 0 principal constituinte, com cerca de 75% da matéria senta-se com 23%, sendo, portanto, @ segundo element restante corresponde a dezenas de outros elementos qusimi ‘A partir do centro do Sol, podem-se considerar as seguintes camadas: Niicleo, Zona Convectiva, Fotosfera, Camada Inversora, Cromosfera e Co- roa, como se vé esquematicamente na Figura 2. FIGURA 3 Estrutura Esquemética do Sol (ALARSA, F. er al, 1982). (© micleo € a regio mais interna, com um difmetro da ordem de 1,100,000 km, onde se concentra a maior parte da massa solar, com uma densidade da ordem de 135 ¢ cnr3. Sua temperatura & de aproximadamente 20,000.000°C. Em razo desta altssima temperatura e da fortfssima press (da ordem de 10° atmosferas), ali ocomem as reag6es termonucleares que transformam Hidrogénio em Fé ‘numa bomba H. ‘A Zona Conveotiva € responsdvel pelo transporte de energia do ntcleo até a “superficie” do Sol. formada de colunas de gases em movimento, sendo sua ra da ordem de 150.000 km. ‘A rexido visfvel do Sol € denominada Fotosfere, de onde provém a maior parte da energia radiante que chega & Terra. Sua espessura & de apro- ximadamente 300 km. Embora o Sol seja essencialmente um sistema gasos0, ‘a Fotosfera € tratada como a “superficie” do Sol, encontrando-se @ uma temperatura de aproximadamente 5.770 K. ‘A Camada Inversora a regio do Sol responsével pelo aparecimento, ‘no espectro solr, de raias escuras indicadoras dos elementos quimicos ali cexistentes. Sua espessura é da ordem de 2.500 km e sua temperatura é infe- sor 8 da Fotosfera, estando em tomo de 4.000°C. Alguns autores conside- ram a Camada Inversora como parte da Cromosfera. A Cromosfera & a camada de coloragio avermelhada, somente observada por meio de instrumentos especiais ou por ocasiso de eclipses totais do Sol. Sua temperatura aumenta gradativamente, desde a Camada Tnversora, atin- ‘gindo 50.000°C. Sua espessura é estimada entre 6.000 ¢ 15.000 km. ‘A camada mais extema é a Coroa. Sua extensSo nifo pode ser determina dda com precisio, por ser muito variével e dependente da atividade solar. ‘Acredita-se que se estende até atinge valores da ordem de 1.000. pode ser observada durante eclipses totais ou com 0 uso de aparethos deno- ‘minados coronsgrafos. circundam, sendo, por isso, menos Iuminosas. As dimensées das Manchas variam entre 1,500 © 150.000 km e as temperaturas da parte central, mais es cara (umbra), variam entre 2.500 e 4.500°C. A penumbra, regio externa da Mancha, que citcunda a umbra, possui temperaturas intermedisrias entre a lumbra © as demais regides da Fotosfera. Mediante o estido das Manchas, foi ossfvel conhecer a variagio da velocidade de rotagéo do Sol. © Equador ‘Solar gira com um perfodo de rotacéo de 25 dias, enquanto nas tesiGes pola- es 0 periodo € do 32 dias, Os Griios siio formagées observadas na Fotosfers, possuinde gumas dezenas de minutos de duraclo. Tais formagdes so os topos das co- lunas de matéria ascendente da Zona Convectivae possuem dimensdes ene 200 1.500 km, aproximadamente, As Féculas sio regides da Fotosfera com temperaturas acima daquelas ‘encontradas usualmente na superficie solar. Sto, por isso, mais luminosas e. em geral, surgem antes das Manchas Solares. Os Esp(culos so formacées que ocorrem na Cromos As Protuberincias ocotrem nas camadas superi (Cromosfera © Coroa). Séo colunas de gases “mais, cundante © 80 ‘almo". O nifmero de manchas sola- solar. Quando ocorre Sol Ativo, , de Faculas e de outras atividades tinge 0 valor maximo. Nessas ocasies & comum ocorrérem grandes ex- plosées na Cromosfera e Coroa, com consegiiente liberacio de grandes quantidades de energia © emanacio, pratic témicas, principalmente prétons e elétrons. inte em algumas ativida- Existem pesquisas que com as variagées das chu- ‘vas & superficie da Terra. A Figura 5 mostra as varingées do niimero de Manchas Solares observadas de 1730 a 1972, evidenciando-se uma periodi- cidade de aproximadamente 11 anos. Em comparacéo com as dimensGes do Universo, nossa Galéxia possui dimens6es insignificantes © o Sol nada 6 além de uma modestissima estrela, FIGURA 4 Variagio da Forma da Coroa com a Intensidade Solar (ALAR- SA, F. eral, 1982). FIGURA 5 Atividade Solar Evidenciada pelo Numero de Manchas (LIOU, KN, 1980). 3. Entretanto, relativamente a0 senso quantitative do 1,989 x 1027 toneladas. Em conseqiléncia dessa “enorme” massa, 0 Sol nal de grande intensidade, o que justifica sua ‘Sistema planetério no qual estamos contidos: 0 Si esse Sistema conhece-se, atualmente, a ¢' ccujas principais caracterfsticas encontram-se na Tabel (Os planetas gimm em torno do Sol, como se vé na Figura 6. dos Planetas do Sistena Solar (ALARA, F. et al, 1962) Marte Jlpiter Satueno Urano Pianeta 30,44 50,06 266,80 248,40 54.01 246 0,056 0,047 0,009 0,003 Excentrleidade Massa (Torra = 1) bianotvo equatorial (Terra = 1) 1,55 Nensidade Gibitos dos olanetas mesirando suas vosio¥es om 10 de margo de 1982 fostrando suas Posigées em 10/03/82 ). FIGURA 6 Grbitas dos PI (ALARSA, F. A TERRA A Tetra & o terceiro planeta do Sistema Solar por ordem de distancia 20 trando-se a cerca de 150 milhées de quilémetros daquela estrela. ‘as teorias existentes para explicar a origem da Terra, mas nenhu- ‘viride das dificaldades de se conhecerem as condigées de sua formagio. Em goral, as teorias concordam que a Terra deve ter-se originado aproximada- ‘mente na mesma épaca de formago do Sol e dos demais planetas do Sistema Solar, hé cerca de 5 bihées de anos, por meio da condensagio do gas e da poeira interestelar existente dentro alia. ‘Através de investigng6es reali _geofisicos € gaslogos, a estra- tura e a constituigéo da Terra sto Imente bem conhecidas. Esquema- ticamente, pode-se considerar a Terra dividida em quatro regiGes principals: ‘0 Nicleo, 0 Manto, a Crosta e a Atmosfera, conforme demonstra a Figura 7. (© Niicleo é a parte mais intema da Terra. Os conhecimentos acerca do riicleo (e do manto) sao obtidos principalmente através da Sismologia. Ape- sar da existéncia de muitos estudos, ainda nfo se possuem conclusées defini tivas com relacéo 20 estado em que se encontra o nifeleo, As iftimas eviden- ‘cias fazem supor que haja um ntfcleo extemo com aproximadamente 2.000 FIGURA 7 A Bstrutura da Terra (ALARSA F. et al, 1982). km de espessura, que se encontra em estado Iiquido, ¢ um niiclea interno integrantes da Crosta Terrestre. ‘A camada mais extema da Terra € a A\ inicia-se junto & Crosta, onde sua densidade é méxima e vai ‘vez menor & medida que se afasta do solo, até, finalment atmosfera esté confinada nos primeiros 20 km e 99,9% nos primeiros 50 km. ‘Acima de 100 km de altitude existe apenas cerca de um milionésimo da mas- 2 a total da atmosfera, ¢ acima de 1.000 km uma fragto de apenas 10°13 de ‘sua massa total. Diferentes regides podem ser definidas, tendo-se em vista as diferentes propriedades fisicas © quiiicas da atmosfera. A maioria dos fendmenos de interesse meteoroldgico, entretanto, ocorre na baixa stmosfera, uma camada denominada Troposfera, que compreende cerca de 75% da ‘massa total da atmosfera. ‘Algumas caracterfsticas fisieas e geométricas da Terra so mostradas na Tabela 2, a seguir: ‘A ATMOSFERA TERRESTRE A constituiglo da atmosfera € massas Ifquidas © elementos gasosos peculiares, Somente em circunstincias es} pmo ocorTe nas reae6es fotoquimicas; de res ‘mistaras mecdinicas. Os gases rarefeitos da temperaturas, caracterizam outro estado da matéria ~0 plasma, concentande quantidades extraordindrias de energin ~ verdadeiro (08 fisicos que se dedicam 0 estudo desse a 1s da atmosfera sho tio complexas que cer sui simulé-la fiekmente em laboratério. Mesmo dispondo de razodvel acervo cientffico acerca dos fenémenos atmosféricos e de uma tec~ nologia bastante sofisticada — satélites meteorolégicos, computadores ¢ tele ‘comunicagées ~, 05 cientistas no conseguem ainda equacionar, desejavel- josfera. As condig6es de con- generis": particulas sétidas, complexo 0 fechamento des modelos fisico-matemst putadores ainda esto muito aguém das necessidades meteoroldgicas, obri- fgando os pesquisadores a simplificar as equacses diferenciais que regem 0 ‘comportamento da atmosfera. A enorme variacdo das escalas espaciais € temporais dos fendmenos meteorol6gicos — desde segundos até milhares de anos de duragio: desde centimetros até dezenas de quilémetros de escala es- pacial — complica ainda mais os estudos meteorolégicos. Uma outra grande dificuldade na modelagem ica se refere A composicfo do ar atmosfé- rico: a presenca de todos os estados da matéria, as mudancas de fase, as iferentes re- Leg ia (EIR). Fisicas © Geonétricas da Terra (VAREJAO-SILVA, M.A. CEBALLOS, 1382) de Internacional de Refer TABELA 2 ~ CaracterSsticas COMPOSIGAO DA ATMOSFERA entre todas as camadas que constituem a Terra, a atmosfera 4 a mais 333 35 F528 : : ener seamen 000,000 oe eres menor ca assed pan 9 3a2 0 33 GS5S fh To a oe denldae, mesmo oo nivel do a, onde € min clea 6 Bes 088 2885 3 ORE 2s Te aan de deride ds rochas, Cement 9 composite Be esee g 25 ‘da atmosfera tem variado desde sua origem, embor nfo seja facil de © eae a aot tancanente Je gases na tinorfes pelos valeses, 0 Tong0 do =F ] . tempo geoldgico, fornece subsidios que sustentam sua variabilidade. ” "Atualmente, a maior parte da massa atmosférica é constitufda de um re- oo Seer ior evsta i grande mimeo de cons tuintes ocupande relativamente um diminuto volume. Existe, na atmosfera, ferupo de gases com concentracdes aproximadamente consta ide 90 kin de altitude). S40 os chamados gases “permanentes”” ott sidveis", Os demais, que no apresentam concentragéo fixa, so denomi= hhados gases “variéveis"”. A Tabela 3 mostra os mais importantes componen- tes “niko-varigveis"” e a Tabela 4, os “varigveis”. TABELA 3 - Constituintes "Ndo-varidveis" do Ar Atnosféric Be CFLEAGLE © BUsINGER, 1960) coe Gone ituinte Coneetdo (+ por volume) ae Es Nitroginio ~ ¥ 78,088 ae a3 Oxigenio - 20,948 ee Arginio =A 0.934 ea ees NeGnio = Ne Lian x 10° eneee Wille + He sia x 10-4 ee etano —- Gly ax a0 : E Beeuae cripténto - Kr had x 1074 ie a gagtce sikdeognio - Ul, 015 x 107 cet cages et Kenéalo- x6 voe? x 10° | ge 08a eegtecedee see Epeeet eee PEERS ES Eo sen 8 BE 4 ~ Consestuinee: Si a8": Siesgege gee o"busiicEn, ap CSEESG2 1) | igggesS bcd 3 323 Constieuintes Conteddo (i per volune) Reggae Sess: : giedeSazee, 6838 ada oe seagessie# i? SSig33425 33028 Didxido de carbono = 0,033 gasucee y peragepersaese ace os f SSESSEES GEEEREGSSSESSS S38 ee ees ce v z Sxido de nitroginio - x0, 0 0,000002 . Lips Para fins metcoroldgicos, portm, & importante saber o que ocorr na ‘Troposfera, qe € primeira canada da atoafr one ocome mmr doe fendmenos metcorolégicos. Em termos de composts 3 le composicfo quimica, a Tabela $ apresenta uma detalhada relacéo dos componentes troposfricos do ais A predominincia de N> © Oe a presenca dos gases ineves Ar. Ne, He, Kr Xe so consideratas restarts de una seqiéncia evlucondia na stefe- rm He gases possiem “tempo de residéncia” extremamente longo, sendo_ 106 anos Para He, o mais curto dentre os sete, Em contras 1 iso, odor os demas ests da Taba 5pateipam de kos quien ret vamenterépidos e tm tempo de residencia m atmosfera da ordem amet ips rmosfera ds ordem de poueas ” {As particulas presentes na atmosfera apresentam raio variando de 10°3 a ais de 10% ua O termo “aerosol” 6 usualmente reservado para partfculas ‘cam gua ou gelo. Ox aeroscis so importantes na atmos- ‘de condensacéo e de cristalizacto, como absorvedores ¢ iagdo e também como paricipantes de vérios ciclos qui- micos. ‘Alguns constituintes da atmosfera desempenham papel pec ‘condo consideragées adicionals. O vapor d’agua é um exemplo, por ser matéria-prima na formacéo das nuvens mas também como vefculo pas tno transporte de calor na atmosfera, conduzindo-o sob a forma latente ¢ li- berando-o como calor sensivel. Tanto vertical quanto horizontal tmnsporte 6 de importincia capital no tempo meteorol6gico. ‘atua como agente termorregulador, em virtude do “efeito estu ‘ransparente que € 2 radiaglo de onda curta e absorvedor eficiente dingo infravermetha. ido de carbono, por sua ve7, embora presente em peque porcées, desempenha, também, a exemplo do vapor d'égua, o papel de ter~ norregulador, sendo absorvedor eficiente de radiacio de ondas longas. A crescente emissio de CO2 para a atmosfera, em razio do uso generalizado de combustfveis {6sseis, representa uma preacupac: Teme-se que o aumento de CO? na atmosfera posta c bastante reduzida, podendo, entretanto, -ntada na prosenga de atividades industriais e com a queima de com- is. Neste ca%o, é considerado poluente, em virtude de seu po- ssatide animal. Suas tude, como se vé na Figura 8. Embora em termos quantitativos © ez6nio ndo ocupe uma posigio de destaque, esse elemento desempenha um relevante papel parg os seres vivos. Ele absorve madiagio ultravioleta na faixa de 2.400 a 3.200 &, impedi morte de organismos unice superficiais de plantas © nts com a intenaldade de radio nna faixa entre 2.900 a 3.200 (0 ozénio derempenha também um importante papel no aquecimento da riores (50 2 100 km). E 37] chove: $ yol_ + reastade do mode 25°F = covervacoés-ot. médias 20 FIGURA 8 Concentragées Médias Globais de Oz6nio, das por Foguetes nas Latitudes Médias 1975). A Teoria Fotoqufmica de Chapman (1930) tem sido utilizada para expli- car os mecanismos de formacdo, destruicio e absorgdo de energia no ciclo do oz6nio. Séo quatro as reacées mais importantes, 01 seo: ott Ge 2th - 0+ 0 ay Esta equagio, denominads fotodissociacio do oxigénio, ocorre a uma al- titude aproximada de 50 km, onde a radiacio ultravioleta quase toda ab- sorvida e a temperatura atinge cerca de 280 K. O+0,+M + oO, +m reagio 2 Reago que ocorre principalmente entre 15 © 30 km, e exige a presenca de oxigénio atémico, liberado na primeira resco. A temperatura nessa ca- ‘mada € da ordem de 220 K. M é um catalizador (uma molécula néo-reativa). © oz6nio formado tem um tempo de vida muito curto durante o dia, em raziio {da fotodissociacdo que ocorre a seguir ©. 03 + hy Q < 11,000 8) + 0, +0 reacio 3 Esta reaclo representa a fotodissox ozbnio. Em virtude da pre- senga suficiente de oxiggnio molecular 30 km, © oxigénio atémico berado nesta reacio pode voltar a combinsr com O3, formando 03, de acordo com a reagao 2. 0 +0, > 0, +0, janet ‘ozdinio numa seqlidncia de reagées do tipo: cl+0, + clo +0, clo +0 + cl +0, ESTRUTURA VERTICAL DA ATMOSFERA {errestre possui uma estrutura vertical extremamente varié- \smeros aspectos: composicdo, temperatura, umidade, pressio, fins académicos, costuma-se dividir @ atmosfera em vé- isso, o que ocorre na superficie esté relacionado com as cam: Essa € a razdio porque os estudos meteorolégicos, tanto diagn presentadas na Figura 9 no Outras fontes poderso, eventualmente, apresentar divisdes e denominacbes diferentes; trata-se, portanto, de questo meramente académica. FIGURA 9 Estrutura Vertical da Atmostera Terrestre até 110 km de Altura (US.Navy Weather Research Facility). Troposfera Ea camada que se encontra em contato com a superficie da Terra. Atin- ‘ge uma altitude aproximada de 15-18 km no equador, ¢ de 6-8 km nos pélos, ‘endo sua espessura varidvel com as estagdes do ano. Corresponde ao invé= 08. mais iy ida principalmente pela absorcfo de radiagio de sntos de onda de 3 a 200 am) emitida pela superficie ‘4 qual, por sua vez, se aquece pela absorsao da radiagio solar (on- 1s — comprimentos de onda de 0,2 a3 um). Por esta razso, a superff- .olo & cansiderada como fonte de calor para a troposfera. Hé oc sides, em geral durante a noite, nas quais se observa 0 fenémeno denomina- INVERSAO TERMICA, invés de diminuir, a temperatura do cespessura da camada de inversso € dda superficie em relagio & camada de ar com a qual ests em contato. O fondmeno da inversso térmica resulta normalmente do resfriamento ieradiati- -vo do solo, isto a superficie do solo perde energia radiante para 0 espaco a uma taxa maior do que recsbe, caracterizando, assim, um saldo negativo de rdiacio & superficie. Tal fendmeno € observado de forma mais intensa du- ante as noites de e6u Timpo, e raramente durante 0 dia. ‘Uma ontra caracterfstica importante da Troposfera € 0 fato de que apro- da atmosfera e, praticamente, {odo 0 vapor «d'Ggua encontram-se e1 Tropopausa a regio de transigio entre a troposferae a estatesfea, Sua principal caractersticn é a isotermin, Nas latitudes médias, a temperatura da topapan- ‘sa varia de -50 a -55 °C, e sua espessura é da ordem de 3 km. Estratosfera Nesta camad, cujo limite superior encontra-se aproximadamente a 50 km de altitude, a temperatura cresce, atingindo, no topo, valores méximos ppréximos de 0°C. Esse comportamento € atribu(do & absorgéo da radiacio tltravioleta pelo ezénio, presente nesta regio. ‘Quanto aos movimentos atmosféricos, vale ressaltar que, nesta camada, fem razio de seu perfil estével de temperatura — “frio” por baixo, “quente”” por cima =, observa-se uma auséncia quase completa de movimentos verti- 2 Bseratopausa ssa 6 a regio de transicfo entre a estratosfera e a mesosfera, Caracteti- za-se, em relacéo & temperatura, pela isotermia (temperatura em tomo de 0°C) c, em relagéo & composicéo qutinica, por uma queda acentuada na con- centracdo de oxigénio molecular. Sua espossura média € de 3 a 5 km. Mesosfera Como a troposfera, esta camada & aquecida por baixo (pela comada de oz6nio). Portanto, a temperatura também decrescerd, neste caso, a de 3,5°C por quilémetro, atingindo, no topo da camada, 80 kim valor mais baixo de toda a ra, em média, 90°C negativos proporefo entre nitrogénio © o: seja considerada constante nesta ca- ‘mada, a presenca de moléculas torna-se cada vez mais rara, a partir da base, Sendo os elementos encontrados mais na forma monostémica. O vapor dé. gua © 0 COz praticamente jé no existem mais a partir dos 60 km aproxima- damente. Nessa regio, onde sfo observadas as auroras, predomina ‘ocorréncia de fons © particulas livres. Em raziio do perfil de temperatura semelhante a0 da troposfera, os mo= ‘Vimentos verticais, embora ténues, existem. Mesopausa Ea regio de transicfo entre a mesosfera e a termosfera. Como ss outras repides de transicfo, apresenta isotermia. Possui uma espessura iédia de 10 km, com limites entre 80 ¢ 90 kin, Termosfera ‘A partir de 90 km de altitude, a termosiera estende-se por centenas de quildmetros em directo a0 sendo seu limite superior considerado como © “topo da atmost a horétio. Nos primeiros 50 km da tenmosfera encontra-se uma camada com pro- priedades peculiares, a ionosfera. Pela agio fotoqusimica da radiagao solar de baixos comprimentos de onda, a ionosfera apresenta considersvel quantidade de tomos ¢ moléculas ionizados, bem como os correspondentes elétrons li- ‘res, 0 que the confere a propriedade de refleir eficientemente as ondas de ridio. ‘A Tabela 6 mostra os valores de alguns parimetros atmosté latitudes médias, baseados na Atmosfera-Padrio dos Estados Unidos TABELA 6 de 0 até 600 kn de Altura raw cata ‘Tropostera Estratosfera soo COMPARAGAO ENTRE A ATMOSFERA TERRESTRE E OUTRAS ATMOSFERAS PLANETARIAS {errestre, 0 estudo comparativo das atmos- feras planetérias fornece sut vvaliosos para melhor entendimento da at- mosfera da Terra, Por meio da comparacéo de observagses colhidas de vf- ios planetas, adquirem-se novas idéias sobre a maneira pela qual os movie mentos atmos do planeta, da distincia em relaco ao Sol e da composicao da atmosfera. ‘O envio de espaconaves aparethadas para observar os planetas de perto e to de instrumentos cada vez mais aperfeicoados para as obser surgi es astronémicas tém concorrido para progressos considerdveis acerca vagées das atmosferas planetérias. Far-se-& aqui uma andlise comparativa bastante Superficial, deisando no lilo aaefa de realizar estos mal profundos © wh commen te ton, in sie agent te gall qpal'c paca a va smbstes fora icahonre frmados, Fl pha como Mure e Véous, Zora tim oma bao fic bem nfs, ex tacerizada pola brusca area massa gases, que comp6e a atno®- fea, ea parte aida da super, sobre a qual atosiera repos. Por ov- u {0 lado, mio ba limit planctas exteriores — bsicos claramente definidos para as atmosferas dos tmosteras desses planetas, referir-se-4 3s regi entre a atmosfera ¢ 0 resto do planeta. Na Ter ‘oceanos complica um pouco, em conseqiiéncia da contfnua t —,—) (8,808 5) (0,78 m) 108 om? an N P+ 101825 —5 + 101325 Pa. No Sistema CGS a pressio seré: 3 om P = pgn = (13,598 —g) (980,58 5) (76 em) om 8 dyn P= 1,01325 « 108 = en’ — Em milibars, sabendo-se que 1 mb = 103 dyn/em?, a pressfo seré de 1013,25 mb. [Em Meteorologia, o milibar € a unidade mais usada. Entretanto, para se abalhar n0 Sistema Internacional de Unidades, sugere-se que se substitua 0 lar pelo seu equivalenteno SI, que € 0 hectopascal (hPa). 5 hPa 6 considerade a pressso ‘pressdo varia nas tés di- E bom destacar que a pressio de atmosférica média ao afvel do mar. Ni mensées espaciais e no tempo. Os locai conhecidos como CENTROS DE BAIXA PRESSAO. Tais centros sio ca tacterizados por movimentos ascendentes do ar, que normalmente se encon- tra mais aquecido, e, por conseguinte, menos denso. Por outro lado, 0s locais de valores supetiores de pressio so chamados de CENTROS DE ALTA PRESSAO, onde normalmente predomina o ar frio que, por sua vez, € mais ddenso e tende a descer. Essas variagdes espaciais e temporais da pressfio atmosférica refletirio ‘as mudangas do tempo meteorol6gico, como serd visto posteriormente. LELDE BOYLE Esta lei resultou de experimentos realizados pelo fisico irlandés Boyle, no século XVII, ¢ estabelece que: “’Numa transformacéo Isotérmica (tempe- sanstante), a presséo eo volume de um gs sio inversamente propor- =... = constante (2.5) P,&, = Pa &> =... = constante (2.8) Rospoctivas Conversiex TABELA 10 - Untdadas de Prossio © j on é pelisri, 2 8 2 sende: Pee Gi a engi | oat a aoe P = pressio, oo V = volume, oS] oe we . s oe © ‘a = volume especffico do gas (volume por unidade de massa), fo3 = 3 Graficamente,a lei de Boyle pode ser representada conforme demonstra a Figura 11. * ee 2 P| = E A Tes = e gues -~ $ 4 = 7? | Saigeols . FIGURA 11 Lei de Boyle (Transformasio Isotérmica). S a £ LEIS DE CHARLES — GAY LUSSAC é a: ee ee : 0 fisico francés Charles, no século XVEIL, determinou experimentalmen- \e/ 3 a Sete ae was rl Calin e a 8 | 33 Constante), © pressio ¢ temperatura (nas transformacées a volume constan- 4 | #3e tc), Suns conclusses foram contirmadas cerca de duns décadas mais tarde pe- iy To francés Goy Lassae, e sfo expressas pelas seguintes lei: “s 8 : oo sa 1) “Numa transformagao isobfrica (a pressio constante) * icp On baa fo. gee peratura absoluta de um g4s so diretamente proporcion eC 2 aes = ...'= constante (2.7) aa 4] god c+. = constante, 8 3 5 eee ee. | EG sendo a temperatura (T) expressa em graus Kelvin. Bl. Eira. 2b eg |e "A visualizacto grea da Tei de Charles ~ Gay Lussne, sobre a transfor ™ magio isobérica, € vista na Figura 12 (a eb). PB; a v / (Pi Mele UTR, ETH, Ft a. See, a eae Ebates x ggeegshigags & bboy ck), ELbEEEE ppl z beeheggece & Bee ail pabap leibre, b Peal H3 a2. BERGE gdqagedh 2 22a, hgboE & fer He diljest GR, e FRh G oo PRMD gail p qttoaes & EE) Ger) Tag: moOW pee kd dalduad i beipegiedl Hopf His befile cgethlee iz FE tape: PRRRTER B REPERGG CEE hou Gh) au’ Puan 65 3 a3 gEREREe ag Sa geen ge Hon of Ota tay fs af ess ei A eeieaihigt igs 28 fai Beams ag ale eete oo Re mee Sian se seekeed Segre steed ee ae 8 g2z¢,58 geegeSecks ao ee | OCR Oe i Bgees ge okes 2s eeS ge lose gh UWierie | FEELPETE TABELA 12 ~ Unidade Absotuta do Ar em Condiglo de Saturagio (g/n®) (LIST, R.J. 1973) pera, cao - fg 7 ee ae po pa ae 50 9,06171 [4 biossse 0.08812 4.06520 9,649 206509 TH bibrers — alorsaz Stoo lorry bors IE olesss —t2aa8ss Brpao9 994025 007842 Te 01Bs01 —tyosaae Diosort — D,08018 byoss2e sts g)1033 tog rio. 9.09912 0,09812 008702 ia Nien bine — Bcaier’ —Ovt0g0" a 1078 Ty oligos aazes 233 011220 01203196 M2 Onaga. 011424 Oise? flges | Osass9Or1az To atassa* ojas74 GUS © Ov1ae?—Onks20,a6a 40 o.a740 01673 a ese 0.1625 239 orte22 tis 31829 bri70s Se orzie 022019 eu 02336 brz2zs eH 13872 bi2asa o.2s2@ 0.2637 o:Nba 02066 osaas a3 ae 03520, 4495 $918 6407 39386 0;9007 continua... gi) Sg eh SS Rede, 1971) (Cont) a be 1078 1.095 ies 1138 ze 1258 Hie 1333 Has 1 Leas 1302 Line in 2.340 2032 Hos sind 30383 S502 alias aaa gaa aah Size 51387 B30 Baba TABELA 12 - Unidade Absoluta do Ar en Condigio de Saturacio (g/m) (LIST, R.J-, 1971) (Conts) Bre 0 fs 3 ° on on 5 S.g2 5.933 é 1307 ata 3 raat ase ‘ sts24 Sas : Stars 8383 10 9459 9,379 i 10:08 38,20 rea is 10188 i ia Is u ny ie 1s 1291 13,97 Fa ie 13tas it 139 14 it isa 15165 B real 16,60 4 20 1740 ays a isa 18168 2 ist 1397 2 aor 20785 a ayn 2216 25 25,18 2s is alsa is 5 23 ion FH ie 283 2 28:33 20735 30 30,85 30,88 3 524 Bhs 3 3401 538 3 3137 50125 sa a shat 3 uz | TABELA 12 ~ Unidade Absoluta de AF em Condigde de Saturacio (g/m) (LIST. Rade 1972) (cont) e fy 233 £208 = : » gee" det f cia Get dane Hy = > se < lo zig fez is ge: Pet ge Ze TPE eH Pe eet eh ce go ge eee HO i; wf ile RE ao9 3 +S bees ee iH Fo te a ; -H ha 2 4 i 68) OB 2 Fe : inh : it i ip vide 5 . Roe i a8 é fF ue 3 Gt is Bo: ie g fee ye OU Oe ee 7” ‘Substituindo as duas itimas equagdes em 2.36, poder-se-& escrever: e RYT ae P ee te ‘Maltiplicando © numerador © o denominador por Ry T; € substituit Mati ° por Ry Ty invindo Pg por a ate qe — i : 2.38) a a Vv Mas, rcorrendo a 2.19, poderse-4 observar que Rg/Ry cortesponderé 3 ‘azHo ente as massas molecules do vapor d'égu eda sco, ie & a Ry My My, 18,015 cae ie, aes ote ee ae Ry A My 20; H64 i" © que permite escrever a equacio 2.38 como: 0,622 & (2.39) 86 que a umidade espectfica, 4, & adimecsional, podendo ser expressa om ale, keke A RAZAO DE MISTURA, por outro lado, € definida como a massa de vapor q’égua contida na mistura em wma unidade de masca do ar seco, cexpressa em g/g ot ke/k re da umidsde espectica do com 0 total (ar 8660 ++ Va nando-a por r, pode-se express: oo: . om (2.40) (2.41) ‘De modo semelhante, usando 2.31 ¢ 2.37, pode-se mostrar que e (2.92) r= 0,622 pP-e 1a, como ¢ imagine-se uma amostra de ar, de massa unitéria (1 kB), encerrada num recipiento com émbolo mével, 3 pressio at. ‘mostra local. Se se fomecer uma quantidade de calor dq so sistema, po. der-se-& observar duas coisas: © FMBOLO indo um trabalho), © a TEMPERATURA DO Gi polo produto cy dT, . pelo Principio da Con- servago da Energia tense que: “(calor fomecido 20 sistema) — (aumento ‘da energia intema) + (trabatho de expansio)"". Matematicamente, pode-se dq = du + aw (2.58) dq = cyaT + Pow . (2.59) sias so expresses mateméticas da Primeira Lei da Termodinamica aplica- ‘da a um gs ideal. Note-se que d dw tém como unidade Ike. Na pritica, entretanto, nfo a medigées da variacio do volume cespectfice, Assim, deve-se subst idades equivalentes e que sejam facilmente mensurdveis. Para se ss0, recorre-se & Equacfo de Estado, na forma Pa = RT ,a qual, por diferenciagao, fonece: Pda + adP = ROT, Pda = RAT - wOP. (2.60) ‘Combinando 2.60 com 2.59 ter-se-6 dq = cyaT + RAT - waP dq = (cy # RAT - eaP creas Pela definigéo de calor espectfica, ¢ observando a equacto 2.61, conclui-se imediatamente que o calor espectfico a pressio constante (dP = 0) 6 dado . (2.82) a, + ey +R. ‘Assim, a equago 2,61 pode ser escrita como: dq = c,aT - aor - (2.83) Exta & a versio mais usada em Meteorologia, pars expressar o Primeiro Principio da Termodindmica, uma vez. que as varidveis P eT sio observa das rotineitamente. 96 EQUILIBRIO HIDROSTATICO m, na maioria dos problemas de Meteoro- iada como se estivesse em equilfbrio, Aiigida para cima para ani- lar o efeito de seu peso (sempre presente). Tal fe i resente). Tal forca é devida 20 gradiente vertical de presso, como ilustra a Figura 20. a (Paaria FIGURA 20 Parcela de Ar em Equilforio Hidroststico. Sob condigses de equipo pode-seeserever: 2 Forgas (para baino) = 3 Forcas (pars cima) Pear atre sre, (2.64) sendo Pp = peso da parcela, ou seit. mg: P = prossio na face inferior: P+dP = pressio na face superior (obviamente dP & uma quantidade negati- ‘va, pois a pressio decresce com altura); Am frea, a Sendo m = » V,€ V = A de, equagio 2.64 pode ser escrita como: (P+ dPIA + (OA dzg= PA. (2.85) Dividindo toda a expresso por A, ter-se- p+aptog Ba o que teva » ap ae - ng (2.66) az Esta € a eqquagio do equilfbrio hidrostitico, uma das mais importantes para aplicagio em Meteorologia. la mostra que a pressfo decresce com a al tura a uma taxa dada pelo produto p g. Assim, por exemplo, se p= 1 kg/m? ce g = 10 ms?, ter-se-d dP/IZ Palm, ou seis, a pressio decresce de 10 Pa a cada metro que se sobe. (Como exereicio, mostre que 10 Pasm equi- vvalem a 100 mb/km.) VARIACAO TEMPORAL DA ENTALPIA DO AR ATMOSFERICO Como visto anteriormente, a entalpia & uma das variéveis de estado {que caracterizam um sistema termodinimico. Usando a equacao 2.50 ¢ 0 conceito de ENTALPIA BSPECIF 6, entalpia por unidade de ‘demonstra-se facilment? que sua variacéo dh € dada pelo produto ep dda Termodinamica (eq. 2.63), pode-se ‘nos processos isobéricos (dP = 0), 0 calor fornecido a um siste- ‘ma corresponde & variacio de sua entalpia. Em Meteorologia, € muito importante a andl entalpia (ou contedilo energético) de um siste dda equacio 2.63 por dt (incremento de tempo). dda vatiagao temporal da (2.67) (2.88) fem que g significa calor acrescentado (ou retirado) por unidade de tempo © por unidade de massa. ‘A equacio 2,68, que nada mais 6 do que uma outre versio do Primeiro Principio da Termodinimica, pode ser reeserita em diversas formas, de acor: do com os interesses dos meteorologistas. - " ‘Um das mais comuns é a seguinte: ° E ence = Senco ai) cae wine i (2.69) sendo wip = dP/dt, Esta & a Equagéo da Varingi r om Equacio da Varingio Temporal da Entalpia de per da yack 2.69 emt de vaio nl ah (Ett iu fans ttre elt (int ems de Seah oe a a compressio do ar (segundo termo). : —— oa! ee Oe y= igs como ei dlc” ow expen Sno ts evr a eas da pel dh td de de por dP & pons! em trio Sewinote coe oe as pro, expres pa cnn do Equine Hake sco, dP ato de un derivadnlganiee, Cone, pains sas cs par cina e aes eace pars bat Wy é POSTTIVG soar ot mosico desoc-se das canes siperiocsara ws carat inece (fenémeno chamado SUBSIDENCIA) e NEGATIVO quando o ar se desloca = a superiores da atmosfera (CONVECGAQ). O esquema a se lita 2 compreensio. Os meteorol tém preferéncia pelo sistema 0 (p= % & | = p= we ov iz ' >e —___. ; —————-x ca em pane 0 qv se asso em um da peo ‘s. Como ri mes sobe para as camadas supe- se. Sob 0 ponto de vista da ntrérios atwam: um aumen- %” tando a energia interna (reeebendo calor da superficie do solo) ¢ outro con- Uuibuindo negativamente (resfriando o ar por expansio térmica). O resultado fi sumento ou uma redugio na temperatura, caso um efeito pre- ‘sobre 0 outro, De modo geral, durante 0 dia a entalpia do ar aumen- rragas a fonte de calor origindria da energia solar. & noite, com 0 gradati- ‘declinio do aquecimento, a expansfo térmica predomina, promovendo 19 diminuigo na entalpia. Na prética, as expans6es e as compressées hori- zontais so também importantes. PROCESSOS ADIABATICOS Quando se usa uma bomba para encher © pneu de uma bicicleta, nota-se {que a temperatura (energia intema do ar) aumenta, sem que se esteja acres- ‘centando calor. Inversamente, quando se retira a valv vase que, 2 salda do ar, corresronde um resfriamento do mesmo. Ou s variagdes na energia interna sem se acrescentar ou retirar calor do sistema. Esses processos, em que se verifieam variagées da energia intema sem 0 aeréscimo ou a supressio de calor, so denominados PROCESSOS ADIABATICOS. Ao contrério, os processos nos qunis se verifica 0 forne- cimento ou a retirada de calor sio ditos PROCESSOS NAO-ADIABATI- COS ou, simplesmente, PROCESSOS DIABATICOS. Junto & superficie do liahéticos predominam, posto que o ar stmosférico troca in Se a temperatura do ar junto so solo for sem tempo suficiente para trocas de © assim a equagdo 2.69 se reduz a teressante notar que, pela definigdo de entr 18 € reversiveis so PROCESSOS ISENTROPI i termodindmicos podem ser considrados como processasisentrépicos, como serd visto posteriormente. a or ‘TEMPERATURA POTENCIAL (3) a temperatura que teria uma parcela de qualquer da atmosfera (pressio P), se Fosse BATICAMENTE SECA a uma pressto padrio, Po Em Meteomologia, Pq conesponde 1,000 © conceito de temperatura potencial & de extrema utilidade em Meteoro- ‘exemplo, se se necessita comparar as temperaturas do ar a diferen- de céleulo de fluxos de calor, nfo se pode simples diferentes © comparé-las diretamente, porque jé $2 sabe que a temperatura varia com a pressio e esta com a altura, Entao, a mar neima correta de fazer comparagées, neste caso, é transformar todas as tempe- de af czPressio matemdtien para a temperatura potencial (0) de una pareela far que se encontra nun nfvel de press8o P, & temperatura T, pode ser fa. cilmente obtida a partir da Primeira Lei da Termodindmica, fazendo dq ~ 0, luma vez que o processo pelo qual a parcela € trazida ao nfvel de pressio P, E adiabético seco. Assim, a equacfo 2.63 se reduz a . ch dT = a gp. ‘Combinando esta equacio com a equaciio de estado (2.14), tem-se: oT oP as. cm) 2 Partrde-um estado inicial, (TP), até o estado de interes- aon 2 : : ee ert (2.72) sendo Riey ~ 0,286. Esta equacio & conhecida como Equagio de Poisson. Exemplo: Seja a temperatura de 3,5°C (276,65 K) observada & pres: smosférica de 800 mb. Qual sera temperatura potencial? T= 276,65 K: P= 800 mb 0,286 1000 ol ® = 276,65 [——} = 294,88 K = 21,7°C. 800 Famflins de curvas representando @ equacdo de Poisson sie mostradas nas chamadas CARTAS ADIABATICAS, como pode nna Figura 21 ‘As linhas inclinadas desta Figura representam graficamente 0 processo adiabético seco. Substitua os valores do exemplo anterior 1e-se do ‘uso do diagrama (uma linha tracejada j6 foi tracada para aj 750 Presedo (mb) FIGURA 21 Carts Adiabética Mostrando uma Familia de Curvas Referentes a Equacio de Poisson. RAZAO ADIABATICA SECA Considere-se uma parcela de ar (como se fosse uma pequena botha) que se desloca verticalmente na atmosfera, sem que se lhe acrescente ou retire calor. Processos adiabéticos desse tipo sio comuns na natureza, especial- ‘mente nos movimentos répidos do ar atmosférico. Neste caso, dq = 0,¢ pela Primeira Lei da Termodinamica (eq. 2.63) ter-se-8: c, dT = OP (2.73) 103 Assumindo © EQUILIBRIO DINAMICO entre a parcela ¢ 0 meio que a en- wolve, poder-se-t expressar dP ( reels) (2.74) RAZAO ADIABATICA SATURADA Uma parcela, a0 subir adiabaticamente na atmosfera, resftia-se por ex: ansio, como se viu anteriomente (yq = 1°C/100m). Mas se ela estiver se, turada, o resfriamento ser retardado pela liberacdo do calor latente durante 8 condensagao, Disto resulta que a radio de queda da temperatura da parcela * hum processo adiabatico saturado (RAZAO ADIABATICA SATURADA), 6 menor que a RAZAO ADIABATICA SECA. Para melhor entender, considere-se uma parcela de ar: quilogramas de vapor d'égua, se medida que 0 vapor d'gua se co ‘que a razio de mistura tenha sof latente de vaporizacio, entéo ser -L dr, pois dr € negati ADIABATICO, ‘na parcela pelo processo de condensaglo (-L, is les conversio de parie de sta energia interna (no estado latente) em calor sensivel ~ ‘Quando se tem um sistema como esse, heterogéneo, sendo o comporta- ‘mento da substineia na fase gasosa préximo ao comportamento de um pfs ios ‘deal, © na presenca de mudanga de fase, demonstra-se que a variacio da fenergia interna do sistema (du) € dada por: duc) ar +t ar (2.75) “due ec, at +t dg, (2.78) sendo 4 a umidade espeetfica do ar. Assim, considerando 0 Primeito Prinofpio da Termodinimica, tal como expresso na equacho 2.58, ter-se-6 para esse procesto adiabético saturado: O = du + dw. Como dw = Pda, e substituindo du pela expressio mostrada na equactio 2.76, segue que: D =e) dT +L da + Pow. Mas, de acordo com a equacio 2.60, tem-se: Pda = RAT - «dP. Substiniindo 1a equago anterior segue: O=c, T+ | dq + ROT - aap. ‘Como visto anteriormente, cy dT + RAT = epdT. Assim, pode-se exerever: O = c, oT +L dq - wr wap - Lda {ambém serd ys. Por exemplo, para uma presséo constante de 1000 hPa, ‘erg valores de 5,3 K/km e 4,3 Kem se a temperatura da parcela for de 10°C © 20°C, respectivamente. Por outro lado, se a temperature for de 20°C mas & pressfio de 500 hPa, 5 assumiré o valor de 3,3 K/km. Nas repides ropicais, 4 € aproximadamente 359 de 1. Por outro lado, nas regises po- lates, no inverno, e na alta t “Ys 1g 8%o praticamente iguais. DIAGRAMAS TERMODINAMICOS te por meio de linhas tragadas {ada nos diagramas termodinami acrol6gicas, isto 6, presi Existem vfrios tipos termodinamicos, como 0 Tefigrama, 0 Emagrama, o diagrama de liagrama skew 'T - log P ete. Todos eles apresentam suas vantagens e desvantagens. Dentre os mais usados eaconten. 8€0 skew T- log P, que seri agora descrto. DIAGRAMA SKEW T— Log P © diagrama skew T - log P tem esse nome porque as linhas de tempera- {ura constante (isotermas) sfo INCLINADAS em relagio ao eixo das bein nadas ests ‘do que o gradiente de temperatura do ponto de orvalho. Em 900 mb, as tem. eraturas T'¢ Tq aproximam- se bastante, sugerindo que o ar esté quase satu [ude A tazto de mistura para T, a 900 mb, 6 de aproximadamente 15.5 g kel e, para Ty, em tomo de 14,8 g kg-l. A’ umidade relativa, nesse mesmo. nivel, serd igual a (14,8 100 = 95%. De 900 para cima, T © Ty afas- 105 iva em torno de 40 a tua bastante, sugerindo valores da nid rlatva om tomo de 40 2 50%. Acima de 500 mb, ‘T e Ty coincidem, o que equiva dade relativa atinge 100%. NIVEL DE CONDENSAGAO POR ELE’ (© nivel de condensagio por elevacao (NC A massa pela temperatura da par ADIABATICA SECA que pans pel ° RAZAO DE MISTURA SATURADA que passa pela te es Ae orate. Atul de sngesto, jstiigue fsiemente por ter determinado dese modo. = ca ycedimento é ilustrado na Figura 23, em que o ponto P represes ne fa il pel nostra, temo presto () ere om re ol ‘ termos de umidade, pois cor (0), © poate Q representa m parecla em ~ tpn co ont osm emp iO we decodes Pe Cleveeio (NCE) € determinado pela insteeio S, corespo ‘madamente 760 mb, FIGURA 23 Deteoninglo Gréfce do we Jo Gri do Nivel de Condenssto por Ee (NCE) (PETTERSSEN, S., 1968). — ion in fam, unit mancim apoxinada de edetrminar 0 NCE anal c sabe, T dimimai com a altura na razio de 1% aprosimadament. Por ou lado usando-e a equa ds Clashes yon pode-se demonstrar que Ty dimini com a altura na razk te de 0,17°C/100 m, Entéo, dediz- se que T iné aproximando-se de ‘mzho de 0,83°C para cada 100 m quo a parela sabe. Assim é tet ends altura do NCE, conhecendo-se T e Tq 3 superf Proporcio ia . Basta estabelecer a oes’ oT -T 100 m 4 oH 120 cr = ale. (2.79) “aBegftl 220.7 6 Ty ea wt omg Cott vine H: que 8 alum cometpondente no NCE, ser expresso om mon. O ic H serd uma primeira aproximagéo, uma vez que, na priti 8 ite nc Sen a ha Pe peers arent ene etre de formacio convectiva , para fins aeronduticos, eee im, é fécil estimar ESTABILIDADE ATMOSFERICA. A ESTABILIDADE € freqilentemente definida como aquela condico atmosférica na qual os movimentos atmosféricos ascendentes esto ausentes ‘ou definitivamente inibidos. Ao contrério, INSTABILIDADE € definida co- tno 0 estado atmosférico no qual prevalecem os movimentos verticals. ‘A caracterizagio de tais condigSes atmosféricas se faz de acordo com a dis ‘ribuiclo vertical da temperatura do ar. Uma camada atmosférien serd estavel ‘ou instdvel dependendo do valor do gradiente vertical de temperatura obser- vado na camada, © gradiente vertical de temperatura, representado por‘, € definido como: ys > aT/az «2.80) Note-se que se @ temperatura da camada de ar ctesce com a altura Gnversdo térmica), 9 € NEGATIVO; se a temperatura dectesce com a altura, + é PO- sITIVO. Para ilustrar 0 problema da estabilidade atmosférica considere-se a Figu- ra 24, na qual 0 ar esté sendo forgado a subir para ultrapassar um obstéculo orogréfico. A escala de temperatura mostrada junto & montana refere-se 2 temperatura do ar que sobe (adiabaticamente), enquanto a escala a direita mostra a temperatura do ar circunvizinho. Como se vé, 0 ar ascendente pos- sui temperatura menor que 0 meio que o circunda, 0 que corresponde a uma Situagao de estabilidade, pois a parcela, inicialmente forcada a deslocar-se, tende a rotomar a sua,posicao original 300 200 saiude () Temperatura (2) FIGURA 24 Resfriamento Adiabético por Ascenso Forceda, Comparado como Gradiente de Temperatura da Atmosfera. ‘Um método bastante utilizado no estudo da estabilidade atmosférica & 0 METODO DA PARCELA, que ora se descreverd. Suponha-se que uma ca- ‘muda nfo-saturada da atmostera, de 200 m de espessura, como mostra @ Fi fpura 25, tenha um perfil observado de temperatura representado pelo se8- neo AA'e que una parcela de ar se encontre inicialmente no ponto ©, no mrelo da camada, Se essa parcela 6 forgada a deslocarse para cima, ela So- 108 freré um resfriamento por exp Nota-se que, ao longo de sua tra jzinal, sua temperatura torna-se cada vez -mpe- sa pose da vez menor que a ratura do ar cireunvizinho (representada por AA). Sabendo, com ‘equagio de estado, que A mesma pressio ¢, conse qiientemente, a menos que uma forga mecéinica atue sobre a la, rando-a fortemente para cima, ela naturalmente peas ‘ginal. Sit Ses aa ee oes eee ey eens Onin aa ‘que o segmento AA’ representa um perfil rel de tem nant Ea me cael eer ee ce ee a pins ps ope ance apn ecm met Sintetizando, pode-se expressar as c < » pode-se expres oF cas da seguinte Ve rig GAMADA ESTAVEL i GAMADA NEUTRA: ben ene CAMADA INSTAVEL, Sendo yo grliente vertical de temperatura observado na cam © ¥q a razao adiabatica seca (eq. 2.74). ca 106 Desde que a linha adiabética seca no diagrama termodinémico seja linha de temperatura potencial constante, pode-se expressar as sféricas segundo 0 critério: : GAMADA INSTAVEL; CAMADA NEUTRA: GAMADA ESTAVEL. FIGURA 25 Determinagéo Grifica da Estabilidade Atmosférica (BYERS, HR., 1974), 0s eritérios para a*determinacio da estabilidade ou instabilidade da at- mosfera em condigées de saturacio (umidade relativa de 100%) so seme- Thantes, exceto que sut ‘ gue € a linha seguida adiabética seca pela RAZAO ADIABATICA SATURADA (3), ‘ios passam a ser: Ove ESTABILIDADE: oe NEUTRAL I DADE: 7 ie INSTABILIDADE. As condigdes apresentadas anteriormente, para uma parcela nio-sat dda, embora simples, podem complicar-se quando a parcela desloca- as verticais, tal que chegue a saturar-se de umidade feste caso, sa trajetéria, representada em um di i,em parte uma adiabética seca e em parte uma adi saturada. A Figura 26 mostra tés casos tpicos: A esquerda, a parcela em P desloca-se para cima, seguindo a adiabética seca até atingir o nfvel de con- Ho denscto por eleva (NCE). A pat df petcomerd adie stud 0 valores de sua tmpeatra dato proceso exe mostmdos asia ‘ABSOLUTAMENTE INSTA ABSOLUTAMENTE INSTAVEL ato gn 7) 1) Could ialmente em R e sobe pela adiab aan ‘ondensogSo por clevasdo (NC So eee ee er eos gee ors oe Inn lh al preci Contiacoks sats So eee ee ge gna ar pars hat FIGURA 26 Sondagens Tipicas de Diferentes Estabilidade Absoluta (Bsquerda) Instabilidade Condicional uo coriginou-se em R & chamado INSTABILIDADE CONDICIONAL, pois @ {nstabilidade somente ocorrerd se a parcela for forcada a sul B. Caso a parcela nao atinja o ponto B, ela tenderd a voltar inicial, 0 que caracteriza uma condicio estével. 6 interessante observar, suum diagrama termodinimico, as {entes entre 0 perfil observado de tempera Tinhas adiat saturadas € a formagio de nuvens baixas do praticamente auto-explicativa. Em A, repre Tus humilis”, vulgarmente conhecido como “cumulus” de bot "TENPERATURR ae FIGURA 27 Principais Tipos de Nuvens Cumuliformes ¢ Respectivos Gra- ientes Verticais de Temperatura (PETTERSSEN, S., 1968). havens pouco desenvolvidas verticalmente e formam-se quando a camada fabaixo do nivel de condensacio por elevacio ¢ ccamada superior esteja estdvel. O “cumulus congest iblidade condicional acima do nfvel de condensacdo. Po~ ‘crescimento continuo dos “cumuli congesti” e chegam & ‘2 temperatura do topo toma-se inferior de congela- Tormagoes de cristais de gelo misturados a got{culas Aguas Sao nuvens que provocam grandes chuvaradas, nevascas, granizos € tempestades locais severas, Estas tempestades serdo estudadas mais detalha- damente em capftulos posteriores. m2 VARIACOES DA TEMPERATURA, DA UMIDADE RELATIVA E DA PRESSAO ATMOSFERICA ‘Sendo a temperatura um indicador do estado energético de uma substin- cia, expera-se que as variagdes térmicas, tanto da atmosfera quanto do solo, refltam muito felmente as variacdes da chegada de energia solar no sistema Tetra-atmosfera, Isto de fato ocorre, mesmo na presenca de complenas com. binagdes de fatores que atuam na temperatura do sistema, LeGENDA ‘TEMPERATURA DO SOLO A Figura 28 mostra a marcha dir da temperatura para diferentes pro- fundidades, num solo nu. 0 acenitun A relo Cimbico distréfico fase tetraco, pecffico para este solo & de 0,34 cal gl °C quisas no campo. 407 (96) wenuve3an3L os or HORg_ LOCAL ss de 02, 05, 10, 20, 30, 50 © 100 cm, em Cry) Vigosa-MG, no Perfodo de 7h de 25/2/83 as 7h de 26/02/83 (SANDANIELO, A., 1983). FIGURA 28 Marcha Difria da Temperatura, para um Solo nu, nas ua or 05 os (99) vanaeaaaean ona LocaL para um Solo nu, nas Profundidades de 02, 05, 10, 20, 30, 50 ¢ 100 em, em Vigosa- igost-MG, no Perfodo de 7h de 3/3/83 as Th de 4/3/83 (SANDANIELO, A., 1983), FIGURA 29 Marcha Didtia da Temperatura FIGURA 30 Perfis Verticais de Temperatura, para um Solo nu, Correspon- Gentes a0 Perfodo de Th de 25/02/83 hs 6h de 26/02/83, em ‘Vigosa-MG (SANDANIELO, A., 1983)- {6 interessante, também, conhecer o ciclo anual da temperatura do solo fidades, comperando-se com a temperatura do ar. A Jnas de temperatura, para o ano de 1971, para diferentes. profundi lores inferiores da temperatura do Figura 33 mostra es march seMG. Notam-se claramente 08 va hhordrios de observagies sistematicamente inferiores, indicando a existéncia de um fluxo ‘0 comportamento térmico do solo € de al- Jalmente agronémicos, podendo se des formacao de orvalho, na germinagio de tacar na ocorréncia de geadas, na HORA LocaL 05 gr ou PROFUNDIQADE (em) FIGURA 31 Campos de Temper ratura, em Graus Celsius, para um Soto nu, Fee es eRe a Celts, ara um Solo ma, em Vigse-MCG, no Petfodo de 7h e 2/2/83 as a 307 0106 _ é 3 ¢ Eo a Temperatura do Solo 07.5.6m 5 4e Fluxo de Color 6 750m < s eae +0072 B dee. € & g = 2 Per +0086 2 8 ae g oe 2s. 2 00% * @ 48 & f * & a _ = cio, HORA LOCAL FIGURA 32 Marcha Digria do Fluxo de Calor e da Temperatura, para um Solo nu, Ambas a 7,5 em de Profundidade, no Perfodo de Sh de 3/3/83 as Th de 4/3/83, em Vicosa, MG (SANDANIELO, A., 1983). at i ase i & i i i i : i i i i i E “ i : FIGURA 39 Ciclo Anual de Temperatura do Solo pra Diferentes Profundidads,c Horie 12, 18 & 24 undidades,e Horéios 12, 18 © 24 TMG, em Vi “MG, 1971 (VIANELLO, R.L., RAO, T.V.R., NOGUEIRA, J.M., 1971). = i i et got FIGURA 34 Ciclo Anual de Temperatura do Solo para Diferentes Profundidades, Médias para Observagdes Didrias 8s 12, ee 24 TMG, para Vigosa-MG, 1971 (VIANELLO, R.L., RAO, T-V.R., NOGUEIRA, IM., 1971). ométrica de senos e cossenos. Com 2a - Como se v8 na parte s (1,5 m de altura) em , ou chuvas,-a cur moss bem or uma série ig. < perio da Figure 35, indxinas ocoren, em geal enre [4 © 15 hora ee a, ara fins agropastoris por ‘érmicas. Em geral, as ‘Convénio UFV/Inemet. FIGURA 35 Marcha Diéria da Temperatura do Ar (°C) ¢ da Umidade Relativa do Ar (36), Observadas num Abrigo Meteo- rol6gico, em Vicoss-MG, do dia 22/02/82 a 29/02/82 ry im ‘mento da altitude, ocorre uma diminui¢ao na temperatura mdia do ar. © Bs tado de Minas Gerais ilustra bem essa influéneia. A temperatura média anual fem Muriaé (240 m) € de 22,5°C; em Vigosa (650 m) € de 19°C ¢ em Dia- ‘mantina (1.261 m) € de 18,49C, FIGURA 36 Mareha Anual da Temperatura do Ar Atmostético para Vigo- S&MG. Valores Médios do Perfodo de 1 nio UFV/lnemet. Entretanto, quando iluéncias simultanens da tem- TEWPERATURA 00 AR (°C) in do Ar para Alguns Estados reo Amul da Temperatura Média do Arp FIR tinue (TUBELIS, A., NASCIMENTO, FJ.1~, 1980). visor “eg”. A Figura 38 mostra os cursos com a temperatura do ar que 0 divisor “eg! ee ee eT ver isicamente, essa nova variével T*, que ¢ denominada TEMPE- Interpret, fi ritica, a diferenga entre Te T” é RATURA VIRTUAL, © mostre que, na pr rnormalmente menor que 1K. 2.8) Uma amostra de ar se encontra saturada & pressio de 900 hPa ¢ tempe- ratura de 20°C. Determine sua temperatura virtual e sua massa espectfica. 2.9) Mostre que o calor espectfico do AR UMIDO a pressio constante pode ter dado con: Cpa = epd (1 + 0.84 1), Sendo cpa 0 calor espe seco a pressio constante © Fa rao de ‘Ya prétca, qual €2 valores de (40 g/kg) ‘¢a percentual entre coq € Cp pata eleva 2.10) Uma parcela de ar, inicialmente & temperatura de 20°C, com razio de Inistura de 10 g/kg 20 nfvel de 1.000 hPa, foi forcada a subir até o nivel de 700 hPa para transpor um acidente geogréfico. Ao ti + parcela re- tornou a0 nfvel de 1.000 hPa de pressio. Considerando a tum proceso PSEUDOADIABATICO (a gua condensada sai da parcel ‘descida como um processo adiabitico seco, determine! midade relativa e a temperatura do ponto de orvalho, para as condicdes a) vel de condensacéo (gréfica ¢ analiticamente); c) a umidede relativa e a temperatura da parcela no nfvel de 700 hPa. ‘d) amassa de vapor condensada durante o processo (por kg de ar seco) ©) a quantidade de calor trocada com 0 meio ambiente no proceso. BIBLIOGRAFIA EISBERG, R.M., LS. Fisica ~ Fundamentos e Aplicagoes. New ‘York: McGraw-Hill. v.2, 1983.580 p. HESS, S.L. Introduction to Theoretical Meteorology. New York: Robert E. Krieger Publish., 1959. 362 p. HOUGHTON, J.T. The Physics of Atmospheres. 2. ed. London: Cambridge University Press, 1986. 271 p. 132 IRIBARNE, J.V., CHO, H.R, Aamo: a spheric Physics. Boston: Reidel, 1980, GODSON, W.L. Amospherio Thermadamic co to Ther Ded, KENNETH, D. The Principles of Chemica! Equi, a ‘Cambridge University Press, 1971. 493 p, : aaa RILLIN, V., SYICHEV, V., SHEINDLIN, A. Themadymanigu Peck tir, Moscou (Traduc. francaise ~ Ed. Mir). 1976. 588 p. q ihsontan ever o- sal Tables 6. ’ nian Institution Press, 1971. $27 p, oo SANDASIELO, A do do Cl Dio Raine Temi do od sa-MG, sob Trés Condigdes de Cobertur 9 “ron gous. Une 2b. Disersio esas em Meteora agra © Coates ites Aeris Unrecais Feota S EARS *.W., SALINGER, G.L. Thermodynamics, Ki ti Theory, x a Bee ria hase wes oka 975. 454 p, Uber cinige metoorologische Begrifle. Z. Geophys, m6, p. CAPITULO 3 RADIACAO SOLAR E TERRESTRE [No capftulo 2 estudou-se a termodinimica aplicada & atmosfera, ou sei, para o ar seco ¢ simido, Um dos importantes pontos introduzidos naquele apitulo foi © Primeiro Princfpio da Termodinémica, que explica as con seqiéneias resultantes das trocas de calor e trabalho entre um sistema termo- ‘dindmico e sua vizinhanga, Considerando a atmosfera como um sistema tr Imodindmico, logo se percebe que para entender os fenémenos atmosféricos ¢ imprescindfvel 0 conhtecimento da radiaglo solar, como a principal fonte de cenergia para esse sistema, Naturalmente, us variabilidades espaciais ¢ tempo aie da fonte induzirdo fenOmenos diversificados na resposta do sistema. No 1 parfime~ ‘vos (temperatura, pressio, umidade, entropia, massa espec .) depen dom diretamente das variag6es da fonte de energia. O trabalho realizado pelo Sistema seré expresso pela dindmica do escoamento, Enfim, 6 perfeitamente posefvel imaginar a atmosfera como um sistema termodindmico e intespretar feu comportamento & semelhanga de um sistema termodinimico clissico. Pa- ta isso, tor-se-f que dedicar parte de nossa atengdo & fonte priméria de ener~ jp para a aimosfera — A RADIACAO SOLAR, Este ¢, portanto, o objeto de {tudo deste capftulo, Para melhor compreendé-lo, precisa-se situar @ Terra fo espuco, especialmente em relacio wo Sol (gigantesca usina termonuclear, ‘geradora ¢ emissora de energia para 0 espago, parte da qual a Terra intercep- wy. RELACOES ‘ASTRONOMICAS ENTRE 0 SOL E A TERRA (0 Sol se desloca no espago em direcfo a um ponto da esfera celeste, préximo da posigdo atualmente ocupada pela estrela Vega, arrastando consi- {20 05 demais corpos que integram o sistema solar. ‘Tendo em des locamento do Sol, 0 movimento da Terra descreve uma hélice se vé na Figura 42(a). ‘Em Metcorologia, porém, o importante € conhecer 0 movimento da Terra em relugdo 20 Sol © umalisar as conseqiéncias dese movimento. Para i880, pode-se considerar o Sol imével, ocupando um dos focos da elipse que re- presenta a trajetdria da Tetra em seu movimento em toro do Sol, Figura ‘42(b). Em virtude da forma eliptica da drbita Terrestre, « distancia Terra-Sol varia a0 longo do uno em tomo de um valor médio de 149,6 milhées de uilémetros. A esse valor denomina-se UNIDADE ASTRONOMICA de {6 x 108 km. A distancia mfnima Ter- Sot chama-se perislio, ¢ 0 ma . aélio. A Terra passa pelo periélio por volta de 3 de janciro, ¢ pelo afélio em 4 de julho, A distancia Terra-Sol EGA. We. ee = IGURA 42 Movimento da Terra no Es} NZ 04 6m Relato um Rel ‘Centrado num Ponto da Via Léctea ais al (©) WAREIAOSILVA, MAA CEBALLOS He haga 9. we (g? *7,000110 + 0.034221 cosx + o,001280 senx + + 0,000718 cos 2x + 0,000077 sen ax (3.1) tendo X, expresto em RADIANOS, dado come X = 2m (a= 1 sake € 0 nilmero do dia do ano, variando de 1 a 365 Fomee at el ‘de dezembro. Note-se que D= UA, santenttns fea et movimento de rast sn tome do Sol a Tera Yeu exo (movimento de romeo}, movimeta tee SISTEMAS DE COORDENADAS CELESTES Antes de analisar a conse em tomo do Sol, introduzem-se possibilitm idenie » a a psig state do di, par qulgucr ig as do movimento de translagéo da Tera Sistemas de Coordenadas Celeste, que io Sol em relagio & Terra, em qualquer 4 ano, Iniciaimente, ver-se-4 0 conceito 138 de ESFERA CELESTE. Trata-so de uma esfera de ditmetro tio grande {quanto se queira imaginar, na superficie da qual todos os astros (Sol, Lua, FIGURA 43 A Bsfera Celeste. (Em Relacio a Esfera Celeste, a Terra é um ‘Simpies Ponto, Esta Figura, porém, Mostra a Terra Bastante ‘Ampliads, por Ruz6es Didéticas)(TUBELIS, A., NASCL MENTO, F..L., 1980) Vanos sistemas de coordenadas celestes existem para identifiear a po- sigo de um astro na esfera celeste. No Sistema Equatorial, as coordenadas {que defnem a posigio do astro sio a ASCENSAO RETA © a DECLI- NACAO. A ascengio reta & 0 ngulo, medido no Equador Celeste, entre a projec do raio vetor do astro (vetor que liga 0 centro da Terra ao astro) © 0 Yyetor posicéo do ponto vernal (vetor que liga o centro da Terra a0 pont vernal). A ascensio reta varia de 0 a 360° e € medida no sentido da rotagao da Terra, A declinacio do astro, por outro lado, & 0 dagulo entre 0 rato vetor do astro eo plano equatorial celeste; varia de 0 a 90°, sendo considerada positiva quando o astro se encontra no Hemisfério Norte Celeste, e negativa ‘quando o astro se encontra no Hemisfério Sul Celeste. A Figura 44 mostra as coordenadas do Sistema Equatorial 'No caso de 0 astro em consider +2327" (Sol no Hemistério Norte ‘de 0° -23027? (Sol no He- misfério Sul Celeste). Os valores da de {do Sol (8) podem ser encon- trados nos anuérios do Observatério Nacional, para todos os dias do ano. Sol, a declinagio varia de O° a 136 FIGURA 44 Coordenadas Celestes do Sistema Equatorial, y = Ponto Ver al AA’ = Deslinagio; A'y = Ascensio Reta; R = Raio Ve- Astro: R’ = Projeelo do Rato Vetor; yA"y = Equador Entretanto, vérias expresses foram ‘exemplo, a equagho de Spencer (1: 1, perpen geht 1971), que pode ser eserita como: * = 0,008918 - 0,399912 cos x + 0,070257 sen x ~ 0,006758 cos 2x + o,000907 sen ax ~ 8.002697 cos 3x + 0,001480 sen ax, (3,2)° sendo 8 expresso em RADIA\ Equacio 3.1, Uma outra equacéio mais NOS, ¢ X, também em radianos, 0 mesmo da simples, que € também bastante usada para 0 cflculo da declinucio do Sol, € aquela proposta por Cooper (1969), ws se. 8 = 23,45 sen [— (284 + ny) (a3 , « ” 3 Neste € dado em rondo Sar 6 dado em GRAUS, assim como o argumento da fungio seno, idmero do dia do ano, v de jac 23 me do dia do an, varando de 14365 pra o perfodo de 18 ov Um outro sistema bastante usado & 0 Sistema Horizontal, tendo como coordenalas celeses a ELEVACAO (ou altura) DO ASTRO ¢ 0 seu AZI- MUTE. Para caracierizar este sistema, prolonga-se 0 raio terrestre que passa pelo local onde se encontra 0 observador até.que ele perfure a Esfera Celes- te, Assim, terse-do a VERTICAL LOCAL e 0 ZENITE (ponto de intersesio entre vertical local ¢ a esfera celeste). O plano perpendicular & vertical lo- cil 6 0 PLANO DO HORIZONTE LOCAL. Este & 0 plano que a vista de uma pessoa alcanga quando gira 360° em torno de si mesma. Naturalmente, cla se abstrai das imegalaridades da superficie onde se encontra (montantas, depres ); 6 como se passasse pelos seus pés um plano tangente A sux pettcie da Terra, ta que, erect, teria 0 ZENITE acima de sua cabega, Pro- lo © plano do horizonte local até tocar a esfera celeste, identifica seu quer, Note-se que © no da Terra, comparido ao da pprezivel, 0 que equivale a dizer que 0 plano do horizonte local divide a esfe- identifica os pontos cardeais LESTE ¢ OESTE. A Figura 45 mostra o astro « sera Celeste, em relugdo a0 Plano do Horizonte Local Fe ‘0 astro) faz. com o plano de horizonte I . 90°. O complemento da elevaco é denominado Angulo zenital (Z). Por outro lado, © AZIMUTE 6 0 dngulo entre & projecio do raio vetor do astro no pla- FIGURA 45 Coordenasdas Celestes do Sistema Horizontal: ¢ = Elevagio do ‘Astiv; = Azimute do Astro. PHL é 0 Plano do Horizonte Lo- cal (ALVES et al, 1986/87). 138 AS ESTAGOES DO ANO Para um observador fixo na Terra, 0 Sol se movimenta na esfera celeste, ¢ este movimento € helicoidal, com periodicidade de aproximadamente ung ano, © movimento aparente do Sol na esfera celeste € helicoidal, em cons scatiéncia de o eixo terrestre ser inclinado em relagéo ao Plano da Ecliptica (plano que contésn a tra Terra em tormo do tador Forma um Angulo de 23°27° com 0 da ‘se 0 Cireulo Polar Artico (a), 0 Ctteulo Po- © Trépico de Cancer (| A combinagio ds obliqiidade da cclfpica e & translagio da Terra causa 4 impressio de que 0 Sol se desloca na dires ‘dando origem as estacdes do ano, como pode Pigurts 47 © 48. De forma antloga, a rotugio da Terra daa impressdo de que © Sol desloca-se de leste para oeste ao longo do ia, Gi sstagdes do Ano. As Areas Sombreadas Representam FIGURA 47 soe dn Sopris Teste Nio Aungtas pola Luz Solar (VAREJAO-SILVA, M.A., CEBALLOS, J.C., 1982). de solsticio so 22 de junio ¢ 22 de dezembro, © os dias de de marco € marco © 23 de setembro, podendo haver ligeiras vaciagden, FIGURA 48 Movimento Anual Aparente do Sociado & Variagéo de sua do Eixo Tervestre em Rel REIAO-SILVA, M.A., CI Sol mu Diregfo Norte Sul, As- Deelinagao, Devida & Obligidade ago. a0 Plano da Ecliptica (Vac EBALLOS, J.C. 1982), at © TRIANGULO ASTRONOMICO © Tridagulo Astronémico € um triingulo situado na esfera celeste, que tem como vértices 0 POLO CELESTE, 0 ASTRO (SOL) e 0 ZENITE cor- respondente ao local de observagio. Aplicando as leis da geometria estérica ‘sesse tidingulo obter-se-fo expresses que permitirio determinar as coorde- hnadas celestes do Sol, quais sejam, elevacéo e azimute, 0 que seré de funda- ‘mental importaneia para a quantificagio da energia solar incidente nos diver- 08 pontos da Terra. ‘Ao invés de se representar o Trifingulo Astrondmico na esfera celeste, ‘mostrar-se-& a sua projecio sobre a superficie da Terra, projecéo esta feita seguindo as linhas que unem o centro da Terra aos vértices do triéngulo, conforme Figura 49. TToxlos 03 elementos mostrados na Figura 49 jé foram discutidos ante- riomente, exceto LATITUDE e ANGULO HORARIO. al, 1986/1987). Latinude de wn local, ‘A latitude de um ponto A da superficie da Terra € 0 Angulo formado pe- Jo plano equatorial tereste (PE) e o segmento de reta que liga 0 centro da ‘Terra (C) ao referido ponto A. A latitude varia de 0° a 90° e, por con, ‘vengio, © sinal positivo 6 airibufdo as latitudes Norte © o negative 4s latitus des Sul. Angulo hordrio, h # o angulo formido, no plano equatorial teste (PE), pela projegdo do sepmento de reut CAe a projego da linha que liza o Sol a centro a Tera, CS. Como a Terra dé um giro completo em torno de seu priprio eixe eon sproximadamente 24 hora, esse Angulo apreseata uma varucto Je apron, ‘madamente 15° por hora, Por convenséo, 0 anglo hortio € nomualients ‘considerado igual a zero, ao meio dia solar, negative no perfodo da mania © Posttivo ao perfodo da tarde, conlorme demonstado a seguits — Hore ...7 8 9 10 u 2 Anguio oe ie ee o Angulo . <0 ° feet, Oe ae ee De acordo com essa convencéo de sinais, adotadla para o Angulo horsio, po- de-se relaciond-lo com a hora do dia (tempo solar verdadeiro) por meio da seguinte equagio: hs (Hora - 12) 15, (3.4) sendo fh dado em graus. Note-se que, nesta equagio, “HORA” corresponde ao “Tempo Solar Vecdudeiro". Uwigonométricas envolvendo as inidas e identiticdveis na Figura 49, Para isso, basta que se 143 cconhecam duas leis bésicas aplicéveis uo tringulo esférico, mostrado no es ‘quem a seguir, isto & Let do co-seno: cos a = cos b cos c + sen b sen c cos A Lei do seno: © 8 ’ ura 49a Visando facilitar ainda mais o entendimento, extrala-se da Fig referida projecio do triingulo astronémico, que € também um tridngulo esfé- Fico, cujos lados so os arcos (90° - 8), Z © (90° - ), como mostra o es- ‘quema a seguir VERTICAL ANS ut Aplicando a lei dos co-senos a este trfingulo esférico (NAS) terse-f: cos Z = cos (90°-#).cos (90°-8) + sen (90°-$). sen (90°-8).cos n cos Z = sen $.senS + cos $.cos 8.cos nh. (3.5) ‘Temse também que cos (80°-8) = cos Z.cos (90°) + sen z, sen (90°-#).cos (180°a) sen = cos Z.senb + sen Z.cos . (-cos a), sen ®. cos Z - sen 8 sen Z. cos & Por outro lado, aplicando a lei dos senos ao triéngulo NAS, ter-se-é¢ sen (180° - ap sen (90° ~ 8) OBSERVACOES IMPORTANTES: 8) Ao meio-dia solar (b= 0°), tem-se: n@.sen8 + cos@. coss . 4 -8) ‘onvencéo de sinsis apresentada anteriormente, ob- (3,8) 'b) Os angulos horérios -H e +H comespondentes ao nascer © ao pér do sol, respectivamente, serio determinados fazendo Z = 90°, ou seja 0 = sen®. sen8 + cos# . cos & . cos H cosH=-ta@. tas , aa) em que se desprezum 0: a refragio atmosférica. ©) A draco astrondmic pressfo, desprezando-se o ) pode ser determinada pela seguinte ex- tos da refragio atmosfirica: a sendo H expresso em graus ¢ Nem horas. ‘Como mencionado anteriormente, a posico do Sol na esfera celeste (An- ‘alae armas) pode ter Strnad aaticaeme, pot eto > be .7, Uma outra maneira seria o uso de abacos, especial- ‘permitindo conhecer de forma ripida: 0 ngulo zenital © (0 azimute do Sol, bem como o niémero posstvel de horas de incidéneia de ra- dingo solar direta sobre paredes verticais, com diferentes orientagées. A uti- lizagio desses abacos € fécil e répida: 1) Determinagio do Angulo Zenital do Sot z ‘Deseja-se conhecer o angulo zenital do Sol (Z) no hordrio solar de 16 tora, part 9 a 21 de mugo, em um local que se enconta Blade de 3s, PROCEDIMENTO ~ Seleciona-se o diagrama referente & latitude em questo (45°S). i nn Figura 36,0 spree ao howdro oa quent (16H. Tal posto 6 mostra a Figs ta.a projegio do Sol mnte do observador. Finalmente o ngulo zenital do Sol corresponderd ao valor associado & cir ‘cunferéneia que passa pelo ponto “P". Conforme a Figura 56, obtémse Z = 9°, FIGURA 50 Trajet6rias Aparentes do Sol (ALVES et al, 1986/87) - LAT = 5° 4 2i/mar. ¢ 23/set. 7-21/un. FIGURA 51 ‘Trajetérias Aparentes do Sol (ALVES ef al, 1986/87) ~ LAT '5= 1Sabr. € 29/ag0. 6 15fmaio © 30/jul. 7—20hjun. FIGURA 52 Trajet6rias Aparentes do Sol (ALVES et al, 1986/87) — LAT. FIGURA 53 Trajet6rias Aparentes do Sol (ALVES er al, 1986/87) - LAT = 2043'S (Vigosa-MG) = 250s 5 = 15/abr. € 29/ag0. 5 15/abr. ¢ 29/ag0. 1 -224dez. 6 ~15/maio e 307jul. 2= I8sjan. e 26/nov. 7-21/un. 3 = Isffev. e 28/out. 4 —2i/mar. e 23/8et. ost Sost = senpiatia, ps VunoTa nesyeg 9 “imuyIZ—y V1 ~ (8/9861 ‘1 12 SAMY) 108 op sawuamedy “LV (ea/9g6t ‘19 19 SAAT) 10s oP sawandy SHOT, $s VND FIGURA 56 Determinagio do Angulo Zenital do Sol, para o Dia 21 de ‘Marco, as 16 Horas (ALVES et al, 1986/87) (Latitude; 45°S).. »b) Determinagio do azimute do Sol Deseja-se conhecer © azimute do Sol ( para o dia 15 de abril, em um local que se encontra latitude de 35S, PROCEDIMENTO = Marca-se no diagrama 0 ponto “P*” de intersegio entre essa curva ¢ a lie aha referente a0 horério em questo (15h). © ponto “P™ é mostrado na Fic ura 57. — Liga zenital — Liga-se entio o ponto central do sbaco (correspondente ao fingulo 261 de 0°) ao referido ponto “P"", por meio de um segmento de reta, até atingir sveseala graduada dos azimutes. © valor lido em tal escala serd 0 azimute do Sol, Neste problema, encontrou-se a = + 127°, como se observa na Figura oa FIGURA 57 Determinagio do Azimute do Sol, para © Dia 15 de Abril, Bs 15 Horas (ALVES er al, 1986/87) (Latitude: 35°S). «) Peterminacio dino em paredes vertical Deseja-se conhecer 0 niimero possfvel de horas de incidéncia de ra- diate chet sabre parses vrions, de onetages «soem eect a Save-se que informasées desse tipo s40 muito eis em projetos de cons- trugdes urbanas ¢ murais. 184 PROCEDIMENTO Angulo zenital e do azimute do Sol, por interpolaciio part seins conocer os valores de 2" ¢ de “a” no horde sola de 9h, fevereiro, em um local que se acha a latirude de 10°S, PROCEDIMENTO FIGURA 58 Determinagio da Insolacdo em Paredes Verticais Voltadas para NE e SW, para os Dias 21 de Margo ¢ 23 de Setembro (AL~ ‘VES et al, 1986/87) (Latitude 45°S). Quando, além da latitude, a data em considerago mio coincide com ‘nos diagramas, traca-se primeiramente, por interpo- lagi, a trajetéria apare dumento € anélogo 40 jé exposto. RADIAGAO ELETROMAGNETICA. [As radiagdes eletromagnésticas so ondas ‘mesmo vazio, com altissima velocidade. ‘tromagnéticas se propagam com a mes ‘4 300,000 km/s. Essas radiagées sfo caracterizadas por uma freqiléncia, f, 156 ‘que se relaciopa'com comprimento de onda e acto pela seguinte expressio: on a Vigne ee: «aay sendo: V = velocidade de propagagio da onda (ms); A= comprimento de onda (i), ESPECTRO ELETROMAGNETICO © espectro cletromagnético é 0 ou, ainda, niémeros de ondas. Os limit E Sepecs cern spoxinados ene a diversas fatat Reais aos Raton x (ono: Radiago ultravioleta 0,001 2 0,39 Luz vistvel Radiagdo infravermelia Ondas de radur, weleviséo, rédio A regio vistvel do ie moh ‘spectro pode ser subvividida, em micrometros, co- Violeta Azul Verde AmarelaLaranja—Vermelha 060 062 O77 Se 187 © infravermetho, por outro lado, € divido em INFRAVERMELHO PROXIMO, compreendendo os comprimentos de ondas de 0,77 a 25 um, © INFRAVERMELHO LONGINQUO, de 25 a 1000 jm. ‘CAMPO DE RADIACAO A principal ceructerfstica de um campo de radiagio € a RADI (ou intensidade de radiagao). Essa grandeza se refere & quantidade za radiante num intervalo unitétio de comprimento de onda que, nut direc, e num Angulo sélide unitério, atravessé lunidade de rea tomada perpendicularmente & direct tema Internacional de Unidades, a unidade de radiancia € W m-? regGes distintas, e pode variar também no espaco ¢ no tempo. Conhecendo-se radidncia, pode-se determinar outra grandeza muito importante no estudo da radiacio atmosférica, qual seja a DENSIDADE DE FLUXO DE RADIACAO. Esta grandeza, integrada em todo 0 espectro, re- 1a distinguir entre a densidade de fluxo INCIDI uma supericie © ITIDO por ela. O temo EMITANCIA RADIANTE 10 de exemplo, « emitdncia radiante do Sol € da ordem de 6 x iS DA RADIACAO ialmente, far-se-& uma répida revisio de alguns conceitos bésicos: — Corpo Negro: E um corpe hiporético, capaz de absorver integralmente toda ‘ energia radiante incidente sobre cle. — Rimissividade («,): A emissividade de um corpo € definida como a razio fentre a emitiincia monocromdtica deste corpo ¢ a correspondente emitincia -orpo negro, & mesma temperatura do corpo conside- sividade de um corpo negro igual a 1. la definigio, a absortividade de um corpo negro ¢ também igual i 1.~ 158 = Refletividade (r,): A refletividade monocromética de uma substincia & de- finida como u razSo entre a quantidade de energia radiante refletida pela substincia © o total incidente, para um dado comprimento de onda, Um cor- po negro tem refletividade nul. ~ Transmissividade ((,): A tansmissividade monocromética de um meio 6 defini como asso entre a quanidae de energia radiate trnsmitda © 0 ct lente, para um dado comprimento de onda. Um corpo negro tem ransmissividade nula, pci Pela conservacio da energia, tom-se que: Ret Tht tomate a. Na natureza, 0 comportamento de algumes sut do comportamento de um “corpo negro", em algumas wa = 1, == 0. Let de Planck A emitdncia espectral (ou monocromética) de um compo negro (Epp) € ‘uma fungio de sua temperatura © da treqiigncia da radiacio, podendo set ex. pressa matematicamente pela seguate equasio: (3.14) E conveniente expressar a equagio anterior em termos de comprimento de onda, Assim, ter-send : 2m hic” Ree (3.15.a) X58 exp Choy/maT) ~ 13 ig Ey = ————_1—_. (3.15.0) 5 exp Coat) 19 -2 = 38,7427 108 wum? mes = 11,4388 x 107 um K. Com esses valores de C) € C2, 0 comprimento de onda sendo expresso ‘em pmve a temperatura em K, a emitincia espectral do corpo negro (py) 3 Exerefcio Proposto: Determine a emitincia de um corpo negro & temperatura de 5770 Ki(Sol), na faixa verde do espectro. “Lei” de Stefan-Boltzmann “4 emilancia radiante total de um corpo negro é diretamente proporcio- nal 8 quarta poténcia de sua temperatura absoluta.’ que resulta: Ere Tig . Nesta oquagio, «6 a constante de Stefan-Boltzmana (3.16) Goch): Exerefcio Proposto: Determine a emitincia radiante total de um corpo negro A temperatura de 5770 K - (Sol). Lele de Wien 0 comprimento de onda (A*), para o qual a emitincia espectral de um corpo negro é maxima, € inversamente proporcional 2 sua temperatura abso- uta.” Bata “ei” 6 derivada diretamente da Lei de Planck, podendo ser expres- sa matematicamente por: ae a (3.17) Th sendo K = 2897,8 um K, 160 Como se sabe, Sol ¢ a Terra emitem praticamente como corpos negros, & temperaturas aproximadas de 5770 K e 300 K, respectivamente, Pela Let de Planck, venfica-se que grande parte da radiagio emitida pelo Sol se acha 1a faixa espectral de 0,2 a 3,0 um, com uum pico em tomo de 0,5 in (“Lei de Wien). A radiagSo terrestre, por outro lado, se concentra praticamente na faixa de 3,0 a 200,0 um, com um pico em torno de 10 ym, como ilustra 2 Figura 59. Por esta razio, a radiaglo solar € denominada RADIACAO DE ONDAS CURTAS ¢ a terrestre RADIACAO DE ONDAS LONGAS. en Wea Me FIGURA 59 Veriticacio Grafica da “Lei” de Wien, Lele de Kirehhott “Para um dado comprimento de onda ¢ ume dada temperatura, a absorti= vidade de um corpo é igual & sua emissividade, ou seja, a, = 6." ‘Como visto anteriormente, tem-se, por definigo: ‘a, = {U0 monocromitico absorvido Toxo monocromatico ineidente— ‘6, = kmilincia monoctomdtica do corpo (@ temperatura T) ‘emitfincia monocromética de um corpo negro, A mesma temperatura T Note-se que a emissividude de um corpo negro é igual @ 1, Para um cor- Po ndio-negro (ey menor que 1), # emitincia monocromética (E,) é dada pela sSeguinte equacso: cos Ey 3.18) Um corpo € denominado “corpo cinzento”, para uma certa faixa do es- Pectro, se sua cmissividade for constante nesta faixa. Assim, considerando 16h todo © espectto, « emitincia radiante total de um corpo cinzento (Ecinz) . (3.19) .” a sua emissividade. ‘Leis de Lambert (Sobre a Incidéncia da Radiacé0) ‘Quando ie (8) forman- cuando fe aie (ine Sobre una per) oman do um tngalo 7 cnm somal w esta serie, anata Cs fice consideraia srt o proc da iradncla na supertci normal Fos (iy) pelo co-seno do ngulo de incidécia (cos 2)" Matematicarea- ‘ 20) le ty. cos Z (3.20 sidera-se a Figura 60, Esta Figura ilus- Safes eaeetecieost (Joules/segundo). A irradidincia na su- tra um fluxo radiate incidente, perffeie normal aos ratos ser 5 - - wer wwe let, ‘1 © a iradidncia sobre a superticie “"S™ ser Como A/A2 = c08 Z, temse que: = ly G08 2, ley Lei- de Beer-Bouguer-Lambert im feixe monocromético de radiagio, ao atravessar um meio homoge- neo, sofferd uma atenuagdo exponencial.' Zénite FIGURA 60 Visualizacao Grifica da “Lei” de Lambert. ‘Matematicamente, pode-se escrever: 1 ho oe em que: 1p, = fluxo monocromético ineidente; J,” = fluxo monocromético transmitido; X= caminho ético; kj, = coeticiente monocromético de extingio. Zénite fi h FIGURA 61 Visualizacio Grifica da “Lei” de Beer-Bouguer-Lambert. a IRRADIANCIA SOLAR NO TOPO DA ATMOSFERA |A radiagio solar incidente no topo da atmosfera terrestre varia basica- ‘mente com a latitude e © tempo. A irradifincia solar instantinea, R’, sobre uma superficie horizontal, no topo da atmosfera é dada por R= s (o/D)® cosz . (3.22) [Na equagio 3.22, “'S" a CONSTANTE SOLAR, que pode ser defini igual 2 distancia media Terr-Sol, 0 que comesponde aproximadamente & 1367 W a2. © fator (DVD)? expressa a variagéo da densidade de fluxo de radiacio smesua supertfcie, simplesmente integrando ao longo do dia, isto €: Rat f os (on) scene z otis, (3.22) fem que fy € tp representam os instantes do nascer e do pOr do sol, respecti- vvamente.. ‘Combinando a equagio 3.23 com a 3.5, obtém-se: t P R= 5 8 (BDF (sen ® . send + t a cos ® cos 8 cos h) dt . iderando que, para um determinado dia, a distincia Terra-Sol (D) ¢ ‘0 (8) so praticamente constantes, a equaciio ant dealin rat stantes, a equacio anterior pode ser es ‘ R, = 8 (O/D)® . teen send fF at + t ‘0 ty cos # cos 8 f cos nats. th (3.24) Mas, evdentomente pode-serliciona 0 tempe,t com através da velocidade angular da Terra, isto é: gee ae an — = Cigual a an ra bl d/dia> at = (fa) an, Substiuindo esta expresso para so para dtr equaglo 3.24, esabendo-se que ot nstantes fy € ty correspondem aos dngulos horésios -H e nad (vey o9, 5), Rese - ooo s ee Rs cBsor® H (sen #.sen6 f gh + a H 4 cos @.cos 8 f cosh dni -H Imtegrando e substituindo o valor da velocidade angular da Terra, tem 00864 m- s bo? 7 (H.sen ®.sen 8 + cos &.cos 8.sen H) (3.25) 165 [Nesta equacio (3.25), deve-se usar “H” em radianos e “S” em W/m?, para ‘que se tenha “R,” em megajoules por metro quaidrado.Se se entrar com 0 Valor S = 1367 Wn?, a equagio 3.25 se reduz a = 37,60 . (B/DD® . F (H.sen @.sen 6 + -cos 8.sen H) , (3,26) sendo ““H" em radianos e “Rg” em MI/m?. Desta forma, pode-se calcular Ro, que ¢ a irradidncia solar diéria incidente sobre uma superiicie horizontal no topo da atmostera. Note-se que para se Obter esta quantidade, deve-se conhecer: a relagéo (DYD)?, através da fequagio 3.1, para certo dia do ano; a duragéo do dia solar HY, dada pela ‘equagio 3.9: a latitude local; e a declinacio do Sol, que é também fungao do din do ano, dada pelas equacées 3.2.00 3.3. ‘© curso anual da irradidincia solar sobre uma superffeic horizontal 10 to~ ‘po da atmosfera, em fungi da latitude, pode ser visualizado na Figura 62. Observe-se, nesta Figura, que, pelo fato de o Sol se encontrar no periého em janeiro e no afélio em julho, a distribuicéo ¢ ligeiramente assimétrica € © Hemistério Sul recebe, a0 longo de todo 0 ano, mais radiagio que o He~ ‘elevado ocorre no Pélo Sul, em 22 de dezem- ly" € a forma abreviada de langley, e corresponde, alcalt ‘Para melhor interpretar a Figura 62, tragar-se-4 uma reta ao longo de 20° de latitude sul (valor proximo ao da latitude de Vigosa-MG). Percorrendo: {Todos os meses, verifica-se que em dezembro e janeiro os valores atingem 1,000 ly/dia, decrescendo até atingir 600 ly/dia em junho ¢ julio, quando voltam novamente a erescer, Se se desejar verificar a variagéo latitudinal, reta ao longo do més de interesse © ana- EXERCICIO RESOLVIDO Deseja-se saber qual a irradidneia solar dria sobre uma superficie hori- ‘zontal no topo da atmosfera, & latitude de Vigosa-MG, no dia 30 de abril. Solucao: = Latitude de Vigose: -20,75° = Dia 30/04 corresponde an = 120; & i 3 FIGURA 62 Variagio Anual da Iradifincia Solar Sobre uma Superficie Ho- rizontal, no Topo da Aumosfera, em Fungo da Latitude, em Iy/dia (SELLERS, W.D,), 167 = Usando a equacio de Spencer (eq. 3.2), ter-80-4 a declinagtio do Sol para o dia considerado. Para n=120, tem-se X=2,048 radianos, Assim: {8 = 0,006918 - 0,399912 cos (2,048) + 0,070257 sen (2,048) Nota: Determine a declinacéo do Sol usando, também, a equagio de ‘Cooper (eg. 3.3), © compare com este valor obtido. — Usando @ equagéo 3.1, obter-se-4 (DVD)? para o dia 30/04, ou seja:: (By)? = 1,000110 + 0,034221 cos (2,048) + 0,001280 sen (2,048) + “+ 0,000719 cos (4,096) + 0,000077 sen (4,096) = 0,985, — Usando a equaco 3.9, determina-se a duracao do dia solar, isto cosH = -tg@.tg8 ©. H+ 84,39 = 1,47 rad. = Com 0s dados anteriores pode-se, finalmente, calcular “Ry”, usando a equacdo 3.25, isto é: 0, 0864 Ry (1367) (0,985) (41,47) (0,354) (0,255) + (0,835) x (0,987) x (0,995)) Ry = 28,40 Mu/m®. Este resultado indica que cada metro quadrado de uma superficie hori- zontal, no topo da almosfera, A latitude de Vicosa, recebe 28,40 megajoules de energia solar durante todo 0 dia 30 de abril. Obviamente, essa radiag&o € ateouada uo atravessar a atmosters, de forma que, & superficie do solo, a ‘quantidade de energia disponfvel é bem menor. ‘A influgncia da atmosfera sobre a chegada de radiacdo & superficie do solo serd objeto do item seguinte, 168 ESTIMATIVA DA RADIACAO SOLAR QUE CHEGA A SUPEREICIE DA TERRA Mostrou-se, anteriomente, que a intensidade de radiagio solar que atin 8 © topo da atmosfera terrestre & varidvel ao longo do ano, em viruide dos eleitos astronémicos. Ademais, a quantidade de radiagGo emitida pelo Sol é _/ Tuncdo do comprimento de onda e de fendmenos que ocorrem na prépria fon wea (manchas solares, solar que chega 2 superficie da Terra de outros associados d atmosfera ter de complena andlise, Nesta unida- de de estudo, dedicar-se-é atengio exclusiva aos efeitos da atmosfers terres tte sobre a miiagto soar. Ao atravessar a stmosfera terest, a radiagdo solar é atenvada pelos processos dle espalhamento ¢ absorco. © ESPALHAMENTO (PURO) ocor= ye quando toda a energia do feixe laminoso incidente sobre uma partcula da atmosfera estiver presente no campo de radiaglo em torno da particu, apés a imteragto. Neste caso, a energia teré se dispersado em todas as diegdes, como se a partcula tivesse se transformado em uma nova fonte de energia, [No processo de espalhamento, portanto, nfo hi perda de eneria radiamic. processo de ABSORCAO, por outro lado, ocorre quando a soma da energia cspalhada com a energia tansmitida é menor que a energia incident. A ‘energia absorvida, causadora dessa diferenga, pode alterar a temperaura, a ‘composicio quimica ¢ inimeras outras propriedades da particula. ESPALHAMENTO DA RADIACAO SOLAR Considere-se a atmosfera “limpa”, isto é, sem a presenca de nuvens ¢ ‘aerossis. Neste caso, o espathamento da radiaclo solar pelas moléculas que fonstituem 0 ar atmostérico (espalhiamento molecular) & inversamente pro- oreional a quarta poténcia do comprimento de onda, de acordo com a Teo- tia de Rayleigh. Esta teotia se aplica a particulas espalhantes esféticas de ‘aio 1, pequeno se comparado ao comprimento de onda da radiac® J quando r<0,1 4. Com base nesta teoria ¢ nas caracterfstic ‘atmosfera terrestre, pode-se construir uma tabela expressando 0 de espalhamento, ), ¢ a wansmissividade vertical, t,, da atmost fungio do comprimento de onda A. A Tabela 17 mostra valores de 0) © t, ara comprimentos de ondas de 0,20 a 4,0 yan (radiacao solar). Observa-se na Tabela 17 que o espalhamento proporcionado pela atmosfera ferrestre 6 tanto maior quanto menor for 0 comprimento de onda da radiacio. Na laixa visivel do espectro, a radiago VIOLETA 6 a que sofie maior espa. Uhamento, seguindo-se 0 AZUL. Embora 0 espalhamento softido pela ras dliagio violeta seja maior, o cfu “impo” apresenta uma coloragéo azulada (20 invés de violeta), uma vez que a transmissividade da atmosfera para o foleta (Tabela 17), isto acrescido a0 fato de o otho 1 como se explicaria a coloragio avermethe- en Tauro tan fiero ignifentvo de grades parla presente, aaa caso de uma nuvem constitufda de goticulas d’dgua ou partfeulas de gelo. 170 © PROCESSO DE ABSORCAO FIGURA 63 (A) Espectro de Emissfo de um Corpo Negro a 6,000 K: ) lnradiineia Solar no Topo da Atmostera; (©) Inradifineia Solar ao Nivel do Mar. (As Areas Sombreadas Mostram as Bandas de Absorcio dos Diferentes Gases At. ‘mosféricos) (ROBINSON, N.) ‘Sendo @ atmosfera praticamente transparente 8 radiagfo solar, ¢ pratica- ‘mente opaca 2 radiagio terrestre (exceto na regio da “janeta atmosférica), €-efeito resultante ¢ denominado EFEITO ESTUFA, em que o comportamer” ‘0 da atmosfera se assemelha uo de um vidro cobrindo uma casa de vege. nm * ago, 0 qual permite a entrada da radiagéo solar mas impede a safda da ra Pe te ed eng ha S, Pep ernie irre Cd eles egies Se aan ee eee ee eer sesonrincn he Cr osee osce1 tea as 00 bt ww COMPRINENTO. DE ONDA (wm) © FIGURA 64 Espectros de Absorgsio para © Vapor D'égua, Gs Carbdnico, Ozdnio, O2, N2O, CHg € para a Atmosfera (FLEAGLE, R.G., BUSINGER, J.A.. 1980). © ozénio também oferece particular interesse, uma vez que tua como absorvedor numa faixa de radiacio de importincia vital para os seres vivos. los constituintes atmosféricos, a radiaco solar chega & superficie sob a m forma de dois fluxos: fluxo de radiagio direta (atinge diretamente o solo sem interagir com » atmosfera) ¢ fluxo de radiagéo difusa (chega ao solo aps 80- {rer 0 processo de difusso stmosférica, em razio do espalhament). « IRRADIANCIA SOLAR DIRETA, DIFUSA E GLOBAL A radiagSo solar, ao atravessar a atmosfera, interage com a mesma, arte dessa radiacéo € espalhada nas outras direcGes, além daquela de inc cidéncia, A parcela da energia radiante incidente no “topo” da atmosfera, “c ode ser medida por meio (CIA se refere 3 densida- o incidente sobre uma superficie — (W/m?; cal em-2 se refere inde de fluxo radiante incidente numa ‘outra parcela de energia radiante pro- a IRRADIANCIA SOLAR DIFUSA (3.27) fem que 0 € 0 ngulo de incidéncia da fo direta. Note-se que para uma superficie horizontal, 0 € o préprio angul ital do sol No Sistema Intemacional de Uni 1 © Di alo expressos em ‘Wrn?. Como 6 winda comm o enprego de oues stems de croak oe mas relages 80 upresentadas a seul Vcal = 4,1855 3: 1 Musm® = 23,8920 c: cat/om® Ciangiey) ; = 697,5833 W/m? . 8) Irradianeia Solar Direta De acordo com Brooks, a imadincia solar direta sobre uma superticie lo solo, sob condig6es de céu impo, ssl: ee 07D ee (3.28) mn Sendo “Sa constants solar, “Da dsticia TeraSol, “D" a dstincia ‘nédia Terra-Sol, et" a transmitfncia atmosférica, dada por: t = exp ¢-0,089¢Pm/101399"75 ~ 0,174¢wm/2099'8° = 0,083¢am)9'89) (3.28) em que P= presto mmostricn a) Sh quniade do gn pect na aster, oreo eal (mm) d= parimetro adimensional de poeiras. ‘A massa ética de ar varia com o fingulo zenital do Sol (Z), © pode ser es- ‘imada como: Ve m = 35 (1224 cos® z+ 1) «3.309 Note-se que ‘varia de 1 (Sel no 28nite) a 35 (nascer ou por do sel). ‘quite ena pepe nator, om milinets, pe er estima por vis expresses, com po evel, pla fru de Hann Gina ameionnent) nto €. W= 2,3 ¢,sendo "=" pesifo de vapor 5 Sarma alimcrsionl de pci, segundo Ssh, vain de 02.6 5,0 confonne as condigdesstnosfricasrlnanen Para Pietermaritzburg (Ae frica do Sub, 0 valor médio € d = 0,62. Para Vicosa-MG, o valor encontra- to fold ~ 0, pra mes de junho. lncia Solar Difusa mo de radagto dius que chepn 2 superficie do solo varia com © ot, estimativa com grande exa- espalhament, bem come con (3.32) vm Jy = iradiénca solar direta sobre uma supeciie normal upto ras ao afl do solo, considerando apenas © vapor d’ como apenas de s uago, endo ser eetimada por: ene 2 aaa Jay 3 BP (ro? . (0,938 exp (-0,0154 Wm)? + 0,004 (Wm)??? ~ 1,1088 x 1075 cwm>? + f1a1,sae c+ wm? / 1 + 10 CWwm?7 fem que W 6 expresso em milimetros. tn oue expresso para a estimativa de Di, descnvotvida para a Aus- ‘allay ¢ ade apresentow bons resultados quando usada em Vigosa-MG, 6 a Oi = 0,007167 + 0,1378 ¢1 - 0.0111 exp (0,05 29), (3.34) ‘endo o ngulo zenital expresso em graus © Di em cal . em? . min-1, ©) Inradidncia Solar Global De posse dos valores instantaneos da irradiancia solar di inradidineia solar direta sobre uma superticie normal aos ifusa (Di), para condigées, io, a inradiancia solar global instanténea Rg = Incos # + Di. bulesdade. A melhor fora de quant iach Sea dss inate gh ce sem dvids, por meio de pirandmetros. Enutant, em viride ds cannes dacos mecorldgion deal nauren, tree sesesben ee lagdes empticas ue peritam estimgr madlacs eas core 08 paetros meteoroliics, ais como nebula, aces ny ws a losidad, dragao oti eagDEMte 8 diversas expresses empties apesentads na eatra pra int» rio ol il ao el os ena ang Saquelaproposa em 1924 por Rngsvom, c mats ne minnda sel M tek matinee ge Bae Ro = RoC at dan), (3.35) em que: Ry —ieradiineia solar global dria sobre uma superficie horizontal, 0 nfvel do solo, J m2; Rg —itradiincia solar global didria no “topo da atmosfera 3 m2; 14, b—coeticientes empfricos, obtidos por andlise de regressio linear para ‘uma determinada localidade; n= duracio do brilho solar observado, h; N_ ~duragSo astrondmica do perfodo diumo, hi Os valores de Ry (em Mim?) © de N (em hors) podem ser calculus diretamente por meio as equigées 3.26 c 3.10, rexpectvumente. No eetido de facilitar os ealsio, slgumes tabelas 530 forecidas. As ‘Tabels 18 ¢ 19 apresentam, rospecivamente, valores de Ry e de N para al frumas ltnude, em ambos os Hemlafrios. ‘Quanto ace covticionts “a” e "bd equago 3.35, muitos pessuisado- nie” al, Omstto, Tubelis eta, Tarifa, Mota, Azevedo et ve onto, tm epreseniado valores para diferentes locale a Tabla 20, alguns valores para os referidoscoeficintes Para outras localidades em que os valores de ‘quem, © que estejam entre as latitudes de 0° a 60°, por Glover ¢ McCulloch tém apresentado bons resultados, como afirma lq- bal. Tus estimativas so: a = 0,29 cos @ e b= 0,82 ., sendo a latitude do local. ‘Uma outra expressio empfrica para a estimativa da irradifneia solar glo- bal DIARIA sobre uma supericie horizontal, ao nfvel do solo, foi proposta por Bennett, qual sea: ne (3.36) ao g-RorteN “oe memos do modelo de Ragin bo, dfinioe ante eal (© modelo de Bennett aplicou-se com grande sucesso no Hemisfério Nor- te @, conforme Nunes ef al, comportou-se muito bem quando aplicado a al- ‘gumas estag6es do Hemisfério Sul. ‘A 1 ~ radii te Hs ea Tg Asters) =e ee ee ae : ( more He se se as ise fer sina) Se ee ae Sa om On ae Nee 7 jaa) RED Ses (he: Cette wear + 1.307 wa, TABELA 19 - Duracieo Astrondmica do Déeino Quinto Dia de Cads Mis, on Horas, para Algumas Latitudes (Desprezando- se of Efeitos da Retrasao} TERE sow. mei sWAR. ABR, ATO. SUM, SUL, AOD. SET. OWT. MOW,. RE, we ous oT ue Ba Ba oe ins. fat. ue Gate cay 7 Ge? ee | ev aa cr fe ae ie i 0 haus ous. une Be . Be mo 10 120 28 Ba oa 120 Be hoods GA is 8 cerun ah at 23 cu, me ais | aa ne ine ote —-uts | tet Be oi ge iy te ne we oo GRe GnI Be Rebus ome see nS is ia ite it 3 is HS oid a BS inp an} Ge Re ihe a8? iy aie) ta 5 3 He 3 a es Ue Fe aS Bo OES ie. ars Ea aoe ue io aE? He ur be ae Fd i ee ee | aS B.S Teh. aes, ele) ae as ws Hts Be ies aS tags ato GD ite ue os ies ae a, ee as eS i pia se aS aah ch i RG cud dae 8 3 te i eee He 3 ie L ito ise a ae i ied i Bs ie . 179 178 TABELA 20 fico incidente no topo da atmosfera chegs a superficie. (00 ly/ano ovorrem a partir de 40° € 50° em direcso a0 A Tabela 21 apresenta os cocficientes ay, b Sdeptados pa o Hemiséie Sul ada de energia & superficie, no verio, ‘cativamente superior: os méximos valores no vero chegam a 600 FIGURA 65 Irradifincia Solar Global & Superficie do Solo ~ (Iy/dia) ~ Mé- dia Mensal ~ Janeiro (Nunes et al 1978), raliéncia solar slob sobre uma superficie incinad, Fp, ao nvel do sol, em condigées de cu limpo, pode ser determina . ea 2 Fatty cose + DI. cosa +e ti, . cos Z + Did sen®iyay (3.37) em que: 1 = inclinagdo da superficie; «¢ = albedo da poredo do solo exposta & superficie inclinadas i ‘cos? (1/2) = fragio do c6u vista da superficie inclinada; = Angulo de inckdéncia dos raios solares diretos. (© co-seno do ingulo 8 pode ser calculado pela seguinte equagéo: FIGURA 66 Irradidncia Solar Global & Superffcie do Solo ~ (ly/dia) — Mé- dia Mensal — Julho (NUNES eal, 1978). wee ‘A equacio 3.38 foi obtida aplicando-se a lei do 0-seno a0 ‘caructerizado pela incidéncia solar sobre uma supesticie incl do-se algumas manipulagdes trigonométricus, Tanto esta eq 3.37 nilo sero aqui derivadas, por fugirem aos objetivos desse cursor FIGURA 67 Irradincia Solar Global Média Anual Sobre @ Supesficie do Globo Terrestre, de Acordo com BUDYKO (1963), em klyde. zanite 1 Hl 1 I ' 1 ? Ke FIGURA 68 Visualizagio de uma Superficie Inclinada, Destacando-se os Angulos de Inctinagdo da Superticie, i, de Incidéncia, 6, ¢ Ze. ital, Z, Na equagio 3.38, a8 varidveis t8m os seguintes significados: a to ds linda, ou sin, o fngulo ene a pojesto an plano de orsone Go been 68 frt'Sul, A origem para a contagem des" € 0 ponto Sul, ¢ on Tiesna, considera para szimute do Sol arn ferns inlinags, simu, Epos horse, podem i (ou vagées, quando disponfveis), intmeros {at pre deem toi ou de obvervgtes, gando dopant), lcnaroe verticais voltadas para o sul somente recebem mais energia que as de orien 17 << to nore durante um cto peo, compre ent 9 io dn © okie de fever, somo conse ds conde mle as da posigGo do Sol em relagio a essas paredes. Obviaerte, ms clusdes tiradas da andlise da Figura 73 somente so vélidas = oe dies lcais em que os dados fora observades ou evtmados. ara fins de uplicagées em agricullurs,engenhara, lazer, sade cc, esses informe so at levi used, penne, plas Senelhans ara outras regides. 5 FIGURA 73 Inradifineia Solar Global Média Observada no Perfodo de 1973 41983 Ser na Sper Honea am Vign HG O88) ima pam Comes de Clu Linpo, Sabre Sepa Hon ie Ste Fades Verran Eps Noe v, (S), Este (BE) e Oeste (W), para Vigosa-t et.al, Modificado), a MEDICA DE IRRADIANCIA E BRILHO SOLAR elas miltiplas aplicagdes da energia solar, € altamente desejével medi- la por meio de aparelhos confiéveis e para maior mimero possfvel de locali- dads, Infelizmente, porém, os equipamentos necessérios sio caros © por isso ho dispontveis em grande numero no Brasil. Apenas parte das Estagdes Climatolégicas Principais possui aparelhos que registram a irradiancia solar ‘e, mesmo assim, deixam a desejar no que se refere & manutengio € A cali- bragio periddica, 'O PIRELIOMETRO € um aparetho que se destina a medir a irradifincia solar direta em uma superficie perpendicular aos raios solares. Em tal ins~ trumento, o sensor € protegido da radiago difusa, sendo posicionado, em tperal, na extremidade inferior de um tubo. Existem recursos técnicos que ga~ rantem nfo somente um direcionamento preciso, mas também o deslocamento {30 apurelho em sincronia com 0 deslocamento aparente do Sol. Existem também diferentes tipos de pirelidmetros no mercado. Para medir a irradidncia solar global, sobre uma zontal, a diversificacio de instrumentos é ainda maior. somuns S80 08 PIRANOMETROS ¢ 0s PIRANOGRAFOS, existi rundmetro Robitzsch, pirandmetro Fuess, pirandmetro Ci da SIAP (Societ® ltaligna Apparecehi Pr Moll-Gorezynski, da Eppley ete. Os sensores, por sua vez, vari da absorgio da energia incidente; termopilhs diferenciais com jung6es fuentes e frias, acopladas a absorvedores preto e braneo, que se orienta nat forma estelar. ‘Umm pirundmetro de ampla utilizagdo 6 0 mostrado na Figura 74. Trata-se do PIRANOMETRO EPPLEY, cujo sensor ¢ constitufdo de termopilhas di- ‘uma seqiiéneia de termopures dispostos em série, em que S se mantém a uma dada temperatura, enquanto a outra é aqu ‘dessa forma, correntes relativamente intensas, que PO- ‘dem ser medidas em microampertmetros, para leituras instantnens ou regis- twos contfnuos. Para medir a radiagio difusa, basta sombrear 0 pirandmetro com sm forma que a radiacao direta nfo incida sobre 0 sensor, 0 mediante © ajuste dirio do pode-se também utilizar um disco situado a uma di proteja 0 sensor contra a radiagio direts, Em amt posteriormente, A correc de absboda, que sig Conseqiencia da obstrugio parcial da absboda celeste pelos elementos tum piranémetro sombreado © ou ‘mente. entre a gl isso, substitui-se © pirelidmetre mediante 0 uso combinado de dois pirandme- FIGURA 74 Pirandmetzo Eppley. ‘tos, B claro que, se se dispuzer de um pirelidmetro © de um piranémetro, obier-se- igualmente a iradidincia solar difus. ‘A duragio do brilho solar diério pode ser obtida mediante o uso do HE- LIGGRAFO, que é um apareiho de fécil manuseio e largamente utilizado em observagSes meteorolégicas de rotina. ‘Sugestio: Para fixar a teoria j4 estududa, utilize dados observados em vina Estugio Meteorolégica © determine a irradiincia solar global, a direta e a di- fusa. Caso existam aparcihos dispontveis, compare os resultados com os da dos observados (em geral, as Estacbes Climatolégicas Principais possuem PIRANGGRAFOS, que fomecem registros continuos da radiacao solar slo- bal). Faga célculos instantineos e didrios... BALANCO DE ENERGIA BALANCO DE RADIACAO A SUPERKICIE DO SOLO © balango de radiacéo em uma determinada superficie 6 a contabilizacdo = By + By,» (3-39) em que Byg * (Rg Rg) = Ry (1 #) Bo ae nS ou Ginalmente: Re eog (1 m) to Bye (3.40) send: Bo, = balanco de radiacio de ondas longas; Bog = balanco de radiacio de ondas curtas;, a.” = albedo do solo; Rg. © imadidncia solar global sobre a supes ‘Conhecendo-se 0 albedo da superff teor de umidade, tipo de cobertura etc. A Tabela 22 apresenta valores mé- dios de albedo pars algumas superficies. Nota: O termo ALBEDO, em trabathos mais recentes, tem sido definido ‘como coeficiente de reflexiio da superficie para a radiacéo de ondas curtas (radiacao solar) 192, TABELA 22 - Albedo para Alguns Tipos de Superficies © balango de ondus to ‘dus Componentes: 2 contr de nebulosidade, ot se) 8 By, + 9.8989 x 10 Co, # 0,9 a/Ny ig as sendo: Bay = balango DIARIO de radiagio de om 198 y= temperatura média didria do ar ao nfvel do abrigo meteorol6gico, Ki © = pressio média didtia de vapor d’dgua ao nfvel do abrigo meteorol6gi- co, mm He: JN = ruztio de insolaséo. (© balango de radiaglo & superficie, Rj, pode também ser obtido por icdes. Para iss0, existem equipamentos disponiveis no mercado. RADIOMETRO (“Net Exchange Radio- constituiese numa série de mais de uma ontena de pares termoelétricos de cobre-prata, inserida entre finas placas de tlumfnio, As laces externas das plicas sio totalmente enegrecidas, para as- Segurar uma absorsio mé&xima de energia, tanto na faixa de ondas curtas “quanto longas. Esse aparelno possui também wm sistema de ventilagio forca- a, para garantir idénticas condigSes de escoamento em ambas as faces, uma ‘Yoltada para cima e outra para o solo. Sua resposta corresponde a diferenga tte a iradidncia total (ondas curtas mais longas) incidente na face superior a irvadifincia total incidente na face voltada para 0 solo. EXERCICIO RESOLVIDO stimar o balango de radiagSo para um solo gramado, em Vigoss-MG, para 0 dia 30 de abril de 1986. No tiltimo exercfcio resolvido (pagina 165), jé se calcularan, — duragéo da metade do dia solar, H = 84,39; —Eetditncia solar global didria no topo da almosfera, Ro = 28,40 Mi/m?, ‘Dados observados naquela data (30/4/86): = temperatura média do ar, T = 289.4 Ky ~ insolagio (brilho solar), n = 9,3 horas; pressfo de vapor, e = 9,6 mm Hg. Para se calcular a irradifineia solar global & superficie, deve-se usar a equagio 3.35, ou seja: Gyre Moment & NN lie Recorrendo & Tabelu 20, localizam-se os valores de “a” ¢ “b” para abril, is- woe a= 0,235; b= 0,373. 1 + para estimar N, usarse-4 a equagéo 3.10, isto € N= 2H/15. Como H = 84,3°, segue que N= 11,24 horas. 194 Utiizando agora esses valores, pode-se estimar a irradidincia solar global DIARIA & superiicie do solo, isto é: 9,3 Ay= 28,400,235 + 0,373 x 9 >= 18,44 Mu/me, 11,24 (© balanco de rudiagio a superficie 6 dado pela equagio 3.39, ou seja: An = 8), + 8, emaque By = Ry (1 - a), Considerando o albedo do solo gramado como 24% (Tabela 22), ter-se-& : By, = 15,44 x (1 = 0,24) = 11,73 Mum. Para estimar Bo, usar-se-6 a equaglo 3.41, isto : \ 8, = 4.8988 x 107% . (289,497 (o,09 Va,8 - 1 Bh, 0,56) x (0,1 + 0,9 Dig 11,24 - 2.16 masm®. Substituindo os valores de Boe € Bo} na equacio 3.39, ‘mente, o balango de radiasio para Vigosa-MG, no dia 30/4/86, isto Rn = 11,73 - 8,16 = 3,57 mame. BALANCO DE ENERGIA DO SISTEMA TERRA-ATMOSFERA Nem toda a energi teceptadn plo nosto Panta $ shove, pada. O sistema, por sua vez, reirradia esta mesma rgin para o espaco, na forma de radiagao de ondas longes, des), reflexsio pela superficie da Terra (quatro unidades) e o espalhamento rmoléculas da atmosfera (quatro unidades). Observe-se que 0 solo ab- tente (23 unidades), do solo para a atmosfera. Nota: Trocas de Energia na Aimosfera Como se vis anteriormente, a atmosfera terrestre recebe energia cwia ‘fonte primdria € 0 Sol, mas essa energia chega & atmosfera sob diversas ‘Formas, ou seja: radiagdo de onda curta, radiacao de onda longa, calor ‘senstvel e calor latente. Se forem somadas todas essas contribulcoes, ter Se-d a quantidade total de energia trocada entre a atmasfera e 0 meio com 0 (qual estd em contato (superficie do solo, dguas oceénicas, espago exte~ rior...), num processo tipicamente diabdtico, ou seja, a atmosfera recebe ‘calor do meio com 0 qual estd em contato ou o cede. Principalmente no verdo, sobre os Continentes, a atmosfera acha-se mais “fria’ que a su- perf ‘que a superficie ird fornecer calor para a avmosfe~ fe caso, a superficie age como fonte de calor para a

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