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bid DESENYOLYIMENTO MEDIUNICO DESEM Rino Curti CZ 7 NICO ‘A mediunidade 6 faculdade de comunicacao co- A ° mum a todas as pessoas, embora por médium se en- R ru t tenda aquele que a apresenta de forma caracteristica. (no htt E a apresenta assim para 0 exercicio da tarefa medi nica, em consequéncia de certas disposic6es psiq %. cas, acentuadas por processos a que se submeteu no Ss Plano Espiritual, em fungao de ter assumido o com- promisso de exercer a tarefa que the foi programada cuja caracteristica aqui se revela de forma semelhante a dos diferentes talentos como o da misica, do es- porte, das atividades em goral. ‘© que se evidencia, neste livro, ¢ que a mediu- nidade, a semelhanca de qualquer outro talento, para ‘© exercicio, nao prescinde da aquisicao de certas téc- nicas de utilizaego © da compreensao de suas finali- dades. Isto implica en: estudo, submissao a certas di ciplinas de comportamento, normas de conduta, que a Doutrina Espirita esclarece, cuja realizacdo denomi- na de “Desenvolvimento Meditnico”, e cujo resultado 6a realizacao do “médium espit ISBN Bs-73¢6-9i2-5 | tae Lee | DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: cequipe do ebook espirita como objetivo de AA presente obra é disponibilizada oferecer contetido para uso parcial em pesquisas ¢ estudos, bem como o simples qualidade da obra, como fim exclusive de compra futura yudiavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso FE expressamente proibida ¢ totalmente rep comercial do presente conteido isponibiliza conteido de dominio publico ¢ propriedade intelectual de form: totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento espirita ea educagio devem ser aacessiveis e livres a toda e qualquer pessoa. Voeé pode encontrar mais obras em nosso siteswww.ebookespirita.org, Mewes csuirital wowebookespirita.org ESCOLA DE EDUCACAO EVANGELICA ESPIRITA TOMO 2 VOL. 2 PROF. RINO CURT! (Presidente da Coligagao Espirita Progressista) DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO LAKE - Livraria Allan Kardec Editora (Instituigao Filantrpica) tua Assungao, 45 - Bras - CEP 0305-020 Tel: 011-229.1227 » 229.0526 » 227-1396 FAX: 229.0935 » 227-5714 Sao Paulo - BRASIL 3° Edig&o - Do 112 ao 20? milheiros Janeiro - 1997 Nota: A LAKE é uma entidade sem fins iucrativos, cuja ditetoria nao possui remuneracao. Capa: Rob ISBN: 85-7360-012-8 LAKE - Livraria Allan Kardec Editora (instituigéo Filantrépica) rua Assungdo, 45 - Bras - CEP 03005-020 Tel.: 011-229.1227 ¢ 229.0526 * 227-1396 FAX: 229.0935 + 227-5714 Sao Paulo - BRASIL Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Curti, Rino, 1922 - Desenvolvimento meditinico/ Escola de Educagao Meditinical Rino Curti. 3* edigao - Sao Paulo: LAKE, 1997. - (Escola de edu- cago meditinica; 2, v.2) Bibliografi 1. Espiritismo 2. Médiuns I. Série 89-0397 CDD-133.91 -133.9 indices para Catalogo Sistematico: 1. Espiritismo 133.9 2. Mediunidade: Espiritis 133.91 LIVROS DAS ESCOLAS — CURSO BASICO Vol. 1 — Espiritismo e Reforma Intima Vol. 2 ~ Espiritismo & Evolugio — CURSO DE EDUCACAO MEDIONICA ESPIRTTA 1° Ano — Tomo 1 Vol. 1 — Cristianismo Vol. 2 — Mediunato 2. Ano — Tomo Ik Vol. 1 — Dor e Destine Vol. 2 — Desenvolvimento Meditinico 3° Ano — Tomo IIT Vol. | — Mediunidade em Agio Vol. 2 — Mediunidade: Tnstrumentagéo da Vida 4.° Ano — Tomo IV Vol. 1 — © Passe (Imposigiio de Méos) Vol. 2 — Espiritismo © Obsessio — CURSO DE EDUCACAO EVANGELICA. ESP{RITA L° Ano — Tomo I Vol. 1 — Monoteismo ¢ Jesus Vol. 2 — Homem Novo 2° Ano — Tomo I Vol. I — Do Calvétio a0 Consolador Vol. 2 — Bem-Aventurancas e Pardbolas 3° Ano — Tomo IIT Vol. | —~ As Epistolas de Paulo e © Apocalipse de Jodo (Segundo 0 Espiritismo) Vol. 2 — Espiritismo © Questo Social 4.° Ano — Tomo 1V Vol. 1 — Espiritismo ¢ Sexualidade Vol. 2 — Espiritismo e Liberdade — CURSOS DO DIVULGADOR E EXPOSITOR ESPIRITA 1° Ano — O Divulgador Espirite Vol. I — 1.* parte Vol. If — 22 parte 2.9 Ano — O Divulgador Espirita Vol. TIT — 32 € 44 partes — CURSC DO DIVULGADOR ESPIRITA 3.2 € 4.2 Anos — Em elaboracio — CURSO DO EXPOSITOR ESPIRITA 3.0 e 4° Anos — Em elahoragéo Nova conceituaso’evolucionista - Crescimento eopisitual . Talento INDICE CAPITULO I EVOLUQAO E NAO SALVACAO Dor e Salvagao DorExpiagio ..... Apreadizado e Evoiugio DorEscluséo ¢ Dor ‘unt sf 3. Letnuras Compismentares Perguatas &. Prien de Renonapo fata Alla Pollen oe CAPITULO II DESENVOLVIMENTO PSfQUuIco 3. Leituras Compleimentares | g: Fergus | Pratica de Renovecio fatima. ‘Aula Prética si at CAPITULO IL PARASITISMO E BACILOS PS{QUICOS Dotes medidnicos Rovelpio’ buuarecedora 2. Bibliografia| " 4 6 18 19 2 a 2 22 - Bducagdo ¢ comunicagio ....., '. Leituras Complementares 46 ©. Perguntas 46 4G. Pratica de Renovasio fatima 46 e Aula Pritica 6 CAPITULO IV DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO MEDIONICO (© Estégio sinda inferior do homem 4 A naureza espera da compreenso do ome «... (0 fim dor tempor saeeet Vampiros : Oracto — 6) maior snidoio contra vampirism Bibliografia ited Leituras Complementares ai Perguntas Priticss de Renovagio fat Aula Prética sss CAPITULO V REFLEXOS Atividades reflexas AA inteligéneia, 0220201 Hereditariedade 7 Reflexos congénitos | 1.1... Reflexos condicionades -. Reflexos condicionados pslquicos’» Sugestio Avtirania dos fracas’ 210000000101 a. Bibliografia Ps bb. Leituras Complementares ©. Perguntas i Peon de Renovsds fata fe) Aula Prética esses... CAPITULO VI ‘SUGESTAO E PASSIVIDADE © ‘pnotsme Naga = Tipo © wt iin Hipnose e telementaedo ersvce-- Sugestéo finidade a Bibiografia is 3. Letras Complementares & Peden de is : dca de Renovagio inna © Alla Blog sn € 3. Pra £ 4 S Animismo Embaragos da tarefa medignica 1.) CAPITULO VIE © MEDIUM E SUAS DIFICULDADES . Capacidade receptiva ater com médiuns Jatores do sucesso na taefa mein’ Atedimento espisitual & Sibioee_preadical MEsom cbnscente Obseresio Docsinao Bibliogrefie 7 Leiearas Complementares 20201217 5 F Perguntas : ea de Renovasdo atin... Rs Pelee : CAPITULO vir PSICOFONIA CONSCIENTE io das Jenbrances« : ‘orate | Sse Re fa rice de Renovagio fatima Aula Pritica a eaten CAPITULO IX PSICOFONIA SONAMBOLICA ssi de Renovids fal Aula Pritica sce ‘CAPITULO X A PASSIVIDADE EM PROCESSOS REEDUCATIVOS 102 102 102 105 105, ore 110 ut us 115 15 13 18 118 ur 19 126 128 128 18 123 13 13 14 136 138 145 |. Sustentagso na tarefe ..... 5. © transe mediénico ». Letuas Complements &: Pritien de Renovasio ‘iad fe. Aula Pratica CAPITULO XI MEDIUNIDADE DE PROVACAO Perguntas 7 Pralice de Renovayée fala’... Aula Pritica mt CAPITULO XIE HIPNOSE E MEDIUNIDADE AAs diversas passividades © fendmeno hipastico.. Hlipnoterapiaveseeeecste ee Objetos e reflexos especificas Quom séo os médiuns 22.111 f. Bibliografia tures Complement 445 146 151 155, 155 155 155 155 APRESENTACAO A mediunidade é uma faculdade do ser humano, € como qualquer outra, est4 na intima dependéncia da personalidade e do equilfbrio fisico ¢ mental do indi- viduo. Neste volume mostra-se que ela, na esséncia, 6 2 faculdade de apassivagao, possivel em diversos graus: a atengGo, a concentrago, a hipnose, a letargia, a epi- lepsia, o sonambulismo, o éxtase, nos quais uma mente s¢ torna receptiva aos estimulos de outra, e entregue a0 seu comando de forma crescente, segundo esse grau. A atenedo j4 & uma forma passiva da mente, de idade e assimilagdo de valores de outra; a con- centragZo num assunto emite idéias e recepciona outras, no fenémeno da indug&o mental; as outras formas j4 estabelecem um comando de uma pessoa sobre outra. As atitudes que se enquadram na falta de educa- go © grosseria, jé constituem, de “per si”, abertura a possiveis infecgdes fluidicas, que podem conduzir a mente 2 desequilibrios e quedas penosas. O espirito que adquire culpas, pelo remorso ¢ pelo arrependimento, abre as portas da prdpria passividade aos credores, que reclamam reajustes, em situages nas quais ninguém es- +4 livre de incorrer, desde que se abandone a invigilan- 9 cia e & indisciplina. Neste caso, esta faculdade passa a denominar-se mediunidade de prova e, por estar sendo exercitada, amplia-se. Nestas condig6es, os espftitos, a0 readquitirem 0 equilibrio, esto de posse de uma forma de mediunidade construtiva, pela qual podem servir de intermediérios a0 Plano Maior, para as tarefas concernentes a0 bem geral. Embora nfio seja este 0 ‘inico caminho pelo qual despontam médiuns, hé muitos que provém dele, e 0 desenvolvimento meditinico passa a ser fase final de tratamento, antes de que possam adquirir responsabili- dade definide no mediunato. De qualquer forma, o desenvolvimento meditinico, acompanhado de reforma intima, é a exercitagdo do mé- dium para adquirir 0 melhor do seu estado espiritual, assim como 0 treinamento, dentro de um padréo de vida perfeitamente regrado, € a exercitagao para um es- portista atingir o seu melhor estado atlético. E isto €, essencialmente, aquilo de que trata este volume, ressaltando-se, mais uma vez, que a evangeli- zaco é o fundamento de qualquer intermediagao de alto teor, “néo havendo bom médium se néo houver homem bom”. 10 CAPITULO I EVOLUCAO E NAO SALVACAO i — DOR E SALVACAO © problema da dor sempre constituiu a principal preocupagao dos homens, uma questo para a qual as ReligiGes sempre deram resposta, diferente em cada uma guanto & origem ¢ & razio de ser, mas essencialmente idénticas quanto as causas € & soluso, todas indicando um tinico caminho: o da prética do bem e das virtudes. Diferentes quanto as concepgdes humanas acerca da Divindade, da Criagdo, do Destino; idénticas quanto ao conteddo das revelacdes emanadas do Plano Maior. Fixendo-nos apenas nas duas correntes principais femos que: — Para os PANTEISTAS, a dor & conseqiiéncia dos desejos que a alma alimenta em relagio 2 mattis, Isto 2 separa da Divindade e a envolve no ciclo das reencamnagdes, submetendo-a & lei do Karma, no que esta insito o processo da dor. O subtrairse a ele con- siste em anular os desejos relativos & matéria, na pré- Hea da rentincia, do bem, das virtudes, em conseqiién- cia do que a alma voltard a reintegrar-se com Deus, as- sim como a gota d’dgua se integra na massa do oceano, (£11, Cap. 11); i i — Para os TEISTAS, o homem, criado por Deus e destinado a viver no Eden uma vida beatifica ¢ feliz, foi dali expulso e condenado a viver esta vida, com sua descendéncia, por castigo. Desta forma a dor é punigo © castigo, resultado desse pecado original ¢ de outros, que também constituem um desrespeito & Autoridade Divina. — Para os CRISTAOS, Jesus € 0 Salvador, no sentido de que Ele veio ressarcir a divida da humanida- de para com o Criador, restaurando a possibilidade dos homens poderem voltar a desfrutar do convivio com a Divindade, na eternidade. Jesus, para eles, € 0 proprio Deus encarnado: a segunda pessoa —- 0 Filho. A ofensa dirigida a Deus que pesa sobre os homens é a do pecado original, pro- porcional & Sua Grandeza, infinita portanto, nao estan- do nas suas possibilidades ressarci-la. Por isto o Altis- simo fez-se homem na. pessoa do Filho para, com o sacrificio na cruz, resgatar a divida, liberando o homem desse Snus que ele nao poderia eliminar. Mas este, em vida, para poder beneficiar-se desta liberagao, tem que filiar-se & Igreja, receber o batismo, submeter-se aos di- forentes sacramentos, néo cometer mais pecados e rece- ber @ absolvicao final, através dos representantes da Igreja. Mas, acima de tudo, praticar o bem, as virtudes cristas: a caridade, a humildade, brandura, a justica, a bondade... Morto, sobrevive-lhe a alma que terd de aguardar a Ressurreigfo no fim dos tempos, o jutzo final, oportunidade em que a alma retomaré o préprio corpo, reconstituindo a pessoa integral, apés 0 que serd reconduzido & convivéncia com Deus, ou condenado as ‘penas eternas. Isto porque a alma, segundo esta concep- 40, nfo constitui uma pessoa; a alma nfo pode exercer, separada do corpo, todas as fungdes de um ser comple- 2 to: nfo tem sensagSes vive apenas a vida racional. E que a ressurreigao existe, dizem, prova-o a ressurrei- <0 do Cristo, acontecida trés dias aps a sua morte, na qual, retomando o préprio corpo, subiu aos céus para a sua gloria eterna. Esta € a razo pela qual se designa Jesus de Sal- vador. Estas concepg6es correspondem ao estégio evoluti- vo de uma época em que o conhecimento do homem era ainda muito incipiente, fundamentado em parcds re- cursos, estruturado na simbologia mitolégica. Dizse que a Filosofia ¢ a mae de todas as ciéncias, porque o saber, de uma maneira geral, iniciou-se com ela, As cifncias se originaram dela sempre que se con- seguiu isolar um aspecto da realidade e estudé-lo iso- ladamente, com método particularizado, mas compati- vel, concorde com o mais geral da construgio do co- nhecimento estabelecido pela primeira. ___ Ciéncia ¢ Filosofia constituem hoje dois ramos do seber com finalidades prdprias, mas compativeis, coe rents, mutuamente apoiados, uma servindo-se da ou- lificagSes proprias, Mas, antes da Filoso- , filha da Revelacao, constituia o reduto do conhecimento em geral. Dela € que, isolando um aspecto do Conhecimento Integral, formou-se a Filoso- fia @ desta as Ciéncias, permanecendo, porém, entre elas, um Hame comum que as compatibiliza, as conju- ge num tinico fim, que é a edificago do Conhecimento Integral. __A discordancia existente em nossos dias, entre Religigo, Ciéncia ¢ Filosofia, € apenas aparente; é mais devida a posigdes irredutiveis dos dogmé- 13 ticos que elegeram a Metafisica como 0 tnico conhe- cimento desejavel, e a crenca cega como forma abso- luta de fundamentar o saber, relegando a plano des- prezivel toda outra forma, e incapacitando-se a avaliar as novas revelagdes que adentraram no Conhecimento via Ciéncia — porta de acesso to legitima —, para a Revelago, quanto as outras. © que o Espiritismo realiza é a reconstituigéo da concordéncia. Redescobrem os liames que unem Cién- cia, Filosofia e Religifo, reestabelecendo a unidade, € © reconhecimento de que, para o desenvolvimento da Verdade, hoje a base € 0 saber cientifico, cujas des- cobertas se compéem em inesgotdveis mananciais de informagées; descortinam um mundo ampliado em to- dos 0s seus aspectos, decomponivel 20 infinito no ma- cro e no microcosmo, dando sentido as express6es in- finitamente grande ¢ infinitamente pequeno que, em seu significado, exprimem o profundo mistério com que se depara a inteligéncia humana em ambos os sentidos. 2 — NOVA CONCEITUACAO EVOLUCIONISTA © problema da dor, no Espititismo, recebe cono- tagdo diferente, fundamentada nos fatos, e compatibi- lizada com o saber cientifico. © espirito evolui através de todos os reinos. Na vida orgénica inicia como ser unicelular. Possuidor de forga criadora, desenvolve faculdades para cuja estru- turagio e exercicio elabora recursos, um organismo — © corpo espiritual — que molda o corpo fisico, segun- do as leis naturais e sob a égide dos trabalhadores es- pirituais. 14 Isto € comprovado pela Ciéncia, Aliés o Espiri- tismo se serve de seus dados, como Ciéncia que é tam- bém, pare a elaboraco ou comprovacio de suas teo- Has, como o fazem todos os ramos do saber. A Medi cing, por exemplo, tem seu campo de pesquisa proprio, mas se serve da Fisica, da Quimica, da Genética, da Biologie, da Metafisica, da Estatistica, etc..., com os resultados que estas apresentam, sem discutios, pois endo eles resultados cientificos, contém a verdade. © Espiritismo procede identicamente. Apenas nfio se filie ao materialismo, para o qual o mundo, embora se estruture em obediéncia a leis naturais, tem seu de- senvolvimento iniciado pelo acaso, continuando sem sm fim determinado, O Espiritismo é ua doutrina es- pirituslista e, como toda doutrina desse tipo, entende gue este desenvolvimento, embora subordinado a leis curais, 6 conduzido por agdes inteligentes, por Deus ¢ os seres inteligentes por Ele criados, no sentido de ‘Deus cria e os seres co-criam. gida a fase humana, o ser, no plano fisico, € um espirito encamnado, dotado de corpo espiritual e corpo fisico. Qualquer sua manifestagdo provém do E que atua em sua organizaco e no meio que .da, pela mente. Esta comanda os recursos que © Espirito construiu, retendo no subconsciente 0 con- sole das conquistas efetuadas; no superconsciente, os ics de captagdo e elaboragdo de diretrizes orienta- do seu desenvolvimento; no consciente, 0 co- das realizagdes que efetivam as conquistas. -pfrito, o ser desencarnado, o que corresponde Ima para os teistas, € 0 ser completo. O corpo é veste, um instrumento para as suas manifesta- 52s no campo fisico. B nele que residem os recursos 15 para as sensagbes; € nele que se manifestam, com maior intensidade os desequilibrios da criatura. 3-— DOR-EXPIACAO Os desequilibrios, institufdos, constituem as doen- gas do Espirito. Basta observar a manifestagao dos Es- piritos sofredores, como diz o Irm&o X em ([2], n° 25). E so muito mais desoladoras que as do fisico. Quando a criatura se fixa no subconsciente, pelo Scio, pela irreflexao, pelo entregar-se as tendéncias de sua inferioridade, limita a manifestagao do seu cons- ciente A satisfagéo imoderada dos apelos de sua im- pulsividade, sem a continéncia e a sublimagao oriunda de um direcionamento indicado pelo ideal, pela con- cepgao de valores mais altos; envolvendo-se nas. con- seqiiéncias oriundas da intemperanca, luxdria, deste- gramento, incontinéncia, avidez, dissipago, devassi- dio, mesquinhez, usura, cupidez, perversidade, impro- bidade, brutalidade, descomedimento, ultraje, delin- qiéncia. Tais conseqiiéncias constituem-a dor, o softimen- to, que, iniciando no plano fisico, se prolonga no plano espiritual, acarretando em seguida, reencarnagées de reajuste ¢ expiago. E 0 que André Luiz denomina de dor-expiagio, ([3], Cap. XIX), “...que vem de den- tro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados Iabirintos de afli- 40, por regeneré-la perante a justiga...” Mas nfo € eterna. ‘A Natureza, assim como no plano fisico propicia recursos medicinais para a cura das doengas, o refor- talecimento dos decaidos em suas energias, nos locais 16 de montanha, no campo, na praia, no plano extras co dispde de muitos maiores recursos para o atendi- mento dos espiritos doentes, incursos em processos de desarmonia com a Lei. © que sucede é que nds podemos interferir para o bem de nés mesmos, a fim de minorar ainda mais a pentiria, a necessidade e o sofrimento. Assim como no plano fisico, pelas campanhas sanitérias podemos evi- tar surtos epidémicos, infecgdes, a propagago de mo- lgstias, salvaguardando ‘a satide de todos, da mesma maneira, identicamente, podemos minorar o mal, criando para nés um mundo mais préspero e mais fe- iz, E isto 6 valido, seja para o campo material como ‘para o campo moral. De mesma maneira que um campo produziré muito mais se obrarmos no sentido de fertilizélo, li- berélo de ervas daninhas, animais predadores, pan- z2z0s pestilenciais, analogamente nés diminuiremos a ignoréncia, a doenga, a perturbagio, a pentiria, se ensi- zermos, curarmos, elevarmos 0 necessitado, amparar- mos o desesperado, edificando um mundo de paz e de alegria. Isto, era o que Jesus afirmava, Sem diivida Jesus yeio para nos salvar, para re- 2 problema da dor; mas indicando como fazé-lo. Esplicou ¢ exemplificou. E em base a isto exortou-nos 2 sequirdhe as instrugdes, “Ide, pregai, curai, énsinai, expulsai os demé- alos", eram as exortagdes, © mundo foi construido de modo a compensar to- das es nossas necessidades, ¢ para que possamos des- iratar nele, paz e felicidade. O procedimento € o indi- a7 cado no Evangelho, resumido no novo mandamento que nos deixou: o de que nos améssemos como Ele nos amou. Amar obrando; realizar as obras do amor, isto 6, exercer a caridade. Este 6 0 caminho da salvagio, ou melhor, da evo- lugo expresso sinteticamente pelo Espiritismo no afo- rismo “Fora da Caridade nfo hé salvagdo”. 4 — APRENDIZADO E EVOLUCAO Assim sendo, a criatura, para o seu desenvolvi- mento, tem um procedimento a seguir: 1° — Conhecer-se a si mesmo. Saber das pr6- prias qualidades, das deficiéncias, das. necessidades, perfeitamente reconheciveis pelas manifestagdes do subconsciente, das tendéncias. 2° — Estabelecer-se metas de sublimagdo para as tendéncias indesejaveis, de aprimoramento para as proprias aptidées e grau de conhecimento, de amplia- G0 e conquista de virtudes em fungao dos valores que conduzem a ago na produgio do bem geral; isto é, guiar-se pelo superconsciente. 3° — Agir no sentido de efetuar as conquistas estabelecidas pelas metas colimadas, isto 6, situar 0 consciente nas necessidades do inconsciente, guiado pelo superconsciente. Sem a agao, sem as obras, néo hé aquisi¢fo, progresso, adiantamento. Permanecendo exclusivamente na zona do super- consciente, ([4], Cap. VI), incorremos na situagio de Permanecermos na contemplagdo sem as obras, na po- sigdo de quem nfo erra, porque nada faz. 18 ‘Um aperfeigoamento se processa pelas leis do rendizado, cuja atuagio pode ser exemplificada na maneira de como se aprende a guiar um automével: Primeiro: nés fixamos o objetivo e procuramos aprender mentalmente o que fazer; Segundo: dirigimos nossa impulsividade no sen- o de dirigir. © resultado ndo corresponderé ao desejado, na ira tentativa. Mas, com a repeti¢ao, as correcdes ¢ 0 resultado final € a automatizagdo da res- ‘comandos da mente. Isto alcangado, auto- ‘© comportamento segundo 0 mentalizado, es- atuada nova aquisigdo, esto aperfeigoadas as res- do nosso subconsciente em mais um aspecto: s mais uma aptidao, © conhecimento nfo basta — nfio basta saber 0 ‘azet; & preciso transformé-lo em comportamento, 0 agir — o saber guiar, no caso, se adquire -captar a impulsividade aos comandos da mente. neste sentido que Emmanuel diz que a Sabedo- Amor — 0 Conhecimento e a Aco para o Bem uas asas que conduzirao o homem aos cimos mais, E é neste sentido também que devemos en- afirmagéo de André Luiz, quando diz que ces- pare 0 espirito 0 ciclo das reencamagées huma- gressando em outro mais avangado, quando te- ele automatizado o comportamento evangélico. — DOR-EVOLUCAO E DOR-AUXILIO A respeito da dor, André Luiz, em (3, Cap. XIX), ifica a dor-evolucfo e a dor-auxilio. 19 Na dor-expiagio esto essociados 0 remorso, 0 sentimento de culpa, o arrependimento, as lesdes pe- rispiriticas, o desequilfbrio, que representam disposi- ges “.. .para com essa ou aquela enfermidade no cor- po terrestre; zonas de atractio magnética que dizem de nossas dividas, diante das Leis Eternas, exteriorizando- nos as deficiéncias do espirito.” ({3], idem), capazes de conduzir 0 espfrito aos mais graves padecimentos, embora ele carteie consigo as faculdades de superé-los e vencélos. Na dor-evolugio estio insitos 0 esforgo, a tensfo que solicita o ser a adaptar-se a novas situagSes, as pressdes oferecidas pela resisténcia do meio, o desen- gano dos insucessos, 0 estiolar dos envoltérios, das cristalizagdes que nos retardam o progresso. “0 ferro sob o malho, a semente na cova, 0 ani- mal em sacrificio, tanto quanto a crianga chorando, ir- responsdvel ou semiconsciente, para desenvolver os proprios 6rgios, sofrem a dor-evolugio que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual no existitia progresso,” E sensagio resultante da ago das forgas que, atuando sobre 0 espirito, o induzem & expansio, a0 crescimento, através das disposigies que Ihe sao pré- prias, as quais impedem-no de refrear o impulso que 0 conduz para cima, da mesma maneira quando o péssa- ro pressente que as asas Ihe permitirdo algar 0 v6o, sustentando-se no ar. B, da mesma maneira que este sofre os primeiros fracassos ao tentar 0 véo, por ter necessidade de de- senvolver a aptidio, fortalecer misculos, assitn 0 ho- mem, nas tentativas de elevar-se, sofre desilusdes, as reagies agressivas do meio, onde se desenvolve. Pot 20 iso toma por contingéncias detestaveis as corregdes com que se defronta; considera 0 proceso incémodo, gncarz-0 como castigo divino, ignorando que, sob a 2580 das leis estabelecidas, esta a realizar a metamorfo- do anima! em anjo. Nao entendendo-a nega-lhe o valor 'vo, a importéncia do aperfeigoamento espiritual. E einde temos a dor-auxilio, m muitas ocasides, no decurso da luta huma- zima adquire compromissos vultosos nesse aie sentido, Habitualmente, logramos vanta- cminados setores da experiéncia, perden- sos. As vezes, interessamo-nos vivamente pe- sbiimacdo do préximo, olvidando a melhoria de meszes. B assim que, pela intercessfo de amigos dzvotedes 4 nossa felicidade e & nossa vit6ria, recebe- sss 2 bingo de prolongadas e dolorosas enfermidades LaSrio fisico, seja para evitar-nos a queda no criminalidade, seja, mais frequentemente, preparatério da desencarnacao, a fim de se 20 sejamos colhidos por surpresas arrasadoras na <5 dz morte. O enfarte, a trombose, a hemiple- cincer penosamente suportado, a senilidade pre- =z ¢ outras calamidades da vida orginica, consti- vezes, doresauxilio, para que a alma se de certos enganos, em que haja incorrido na eximincia do corpo denso, habilitando-se, através de ioages reflexSes e benéficas disciplinas, para.o ingres- so respeitével na Vida Espiritual.” ([3], Cap. XIX). Binge: ‘Zine Cur: Espisitismo e Evolucio, ike ‘Acta, $ Luis: Ago © Regio. Destino. 2 3) Osal & a nogso de dor para os panes © os tts? 25 Goal 6 a saline calvagio pars os tits? 3, O que significa dizer que # ama no canstiue wma pessoa? ‘Por que Tenis € denominado “O Salvador"? " 13) uals rasdo de dcordinca, om noses dias, entre Citncia Filosofia de um lado, e Religto do outta? 59 epinta dvnctmad & 9st cmeto.Explqn, 72) O que € dorenpiagio? & eterna 85 En que sentido deveros entender Jesus com Salvador? 52) Como se efstoam as congustas? 1053 O ave € dorevoiveao? 11 0 gue € dorsuntio? Pritea de Renovaséo Sota: André Usiz — Reopectas da Vida, skidar © p6r em Prien 0 Cap, 22. © — AULA PRATICA THTULO: © PODER DO AMOR 1s PARTE: Aberare 20 min). ‘As Recomendaces para a aula (2 mia). O 'imsior mendamento (Ev. Sg.0 Esp. Cap. XI: m1). ‘AwAs, Ac. permanscem of mesmos (Megimate, Cap. 1) (8 tao 22 PARTE: © TRABALHO.GO min). 0 tempuso sexual & to, por alguns, como a ssprasfo 20 prazer. Mas as forma de preaer slo multe, toda amconsio capital spreents 2 Hé o prazer de ajuda, descobrir, aprender, constr, eo. Navureimente © msi srasedo desconhese ce prazeres do superiot © ox ridiolrizn at (© cstaionamento nas formas mais rudimentares relacionadas aos sentido, provocn etedorsinteGnados por (Tests) tm fodo, 110, if — SE" Mater, onde estio aqueles tewr acusadores? Ninguém te sondenoa? BE dle diser — Ninguém, Senior. E diswebe Jesus: = Nem Lar tambern te eondeno; vaite, e mio pegucs mais. Nio se trata de um preceto relipioso, mas de prétca preservadore da sadde, contra a loucura, o suicidie, a obsesséo enquistada, enfermi- dades nerworas de variada eopéie,provocando desojstes« engi longos amos de reperagto. Mas a oporunidede sempre se renova, tendo por base de toda cont truslo, o amor, N&o hi conhecimento que o tubsitua, Por isso, [esas afirmava que s6 o amor cobre a multidéo dos pecados, amor que, posto ‘em ego, ce consis na Carideda, CAPITULO IT DESENVOLVIMENTO PS{QUICO, — CRESCIMENTO ESPIRITUAL ‘Dissemos que o comportamento humano depende fixago da mente nas zonas do subconsciente, cons- ¢ supetconsciente. E que o desenvolvimento har- minico do individuo se efetua quando, conhecendo-se io, avaliando a propria personalidade e as sendincias, na zona do subconsciente, se fixa objetivos isos, pela elevago dos pensamentos, pelo estudo, a meditepdo, a reflexdo, a oracHo, enfim pela fixagio da ‘==ente no proprio superconsciente, e transforma em songuistas, pela ago, as metas colimadas, automati- zando-es no comportamento. A conquiste assim se efetua: na intimidade elege- mos os interesses que nos despertam a emotividade e uz se transformam em desejos, pelos quais se mani- fescam as nossas tendéncias, ({1], Cap. 4.°). Pela von- sade frenamos a impulsividade que elas despertam e, 20 inverregno, damos margem & reflexo, que pe em jogo todas as faculdades de espitito: a intuigio, a re- Hexo, a associagdo de idéias... com o que elaboramos 28 concepodes sobre as quais assentamos a ago. A 23, seguir, pela vontade agimos e provocamos efeitos, in- fluéncias, em nosso derredor, que avaliamos. Como no aprendizado para guiar um carro. Mentaliza- mos uma acGo, a efetuamos e obtemos um resultado. Se no adequado, estimamos o erro e repetimos o proces- so; efetuamos nova agao, que sempre avaliamos, as- sim procedendo, até que o nosso proceder se torne o desejado, 0 que convém & nossa adaptagao, as noves circunsténcies. Na figura damos a imagem de como 0 processo tende ao que se pretende. Uma vez a meta alcancada, nosso ser automatiza © comportamento, ({1], Cap. 4..); estd efetuada a con- quista, e fica a mente liberada para a realizago de outra. # assim que, revelando as tendéncias, nos torna- mos comerciantes, industridrios, artesdes, artistas, pro- fissionais, cientistas, filésofos, sacerdotes, etc... Acriso- Jando nossas faculdades no esforgo, na disciplina, no aprendizado, na adaptagdo prolongada até alcangar- ‘mos 0 que nos propomos, é que crescemos, progredimos espiritualmente, 2 — PREPARACAO PARA O TRABALHO MEDIUNICO £ notério que a preocupagio constante com o sexo, a bebida ingerida com freqiiéncia, 0 excesso de alimentacao, de comodidades, enfraquecem-nos para 0 24 wrabalho, para as atividades fisicas ¢ mentais. Um al- jauto, regado a bebidas alcodlicas, num dia de sbalko quase nos inutiliza para a tarde. A bebida dié- embota a mente. Os prazeres continuados aniqui- lam as energias, produzindo cansaco e fastio, qualquer seja nosso mister, nossa profissdo. Um cirurgiio com 2s mfos a tremer, um compositor rompe a o.com a musa, 0 estudioso € vencido pela sono © médium nao é diferente dos outros. Ele possui ‘bilidade mais agugada em determinado cam- ne de percepades, que no so obtidas através dos sen- Pera que possamos entender melhor o assunto, es sademos 0 que conta André Luiz, em ([2], Cap. 1 e narra de uma reunio meditnica em que o nti- zero maior de pessoas presentes era constituido de de- seacamnades: muitos sofredores. ‘© mabalho era disciplinado e a entrada contro- ‘Os desencamados permaneciam em “concentragdo zeasemento, elevado a objetivos altos e puros”. mente fixada ou atuando no superconsciente. . (Corrente esta) benéficos para os -Seis comunicantes provdveis... mas apenas um médium em condigdes de atender.. . (este) somente receberd o que se relaciona com o interesse coletive. .. 25 .--Nos servigos meditinicos preponderam os fa- tores morais.., o médium necessita clareza ¢ sereni- dade, como o espelho cristalino de um lag... as on- das de inquietude perturbariam a projecdo de nossa espiritualidade sobre a materialidade terrena.” © médium nfo € um simples aparelho. Tem li- vre-arbitrio. Para o intercdmbio deve entregar-se vo- luntariamente, com espirito de rentincia “ ..abnegagao e humildade...” “.. .calar para que outros falem; dar de si pré- prio, para que outros recebam.. .” sem o que“. . .10 podéria atender aos propésitos edificantes.” Assim como © artista que, para tocar, deve dobrar o proprio fisico de modo a poder conduzi-lo para esse fim. Certamente que “. -.é responsével pela manuten- G0 dos recursos interiores: a tolerdncia, a humildade, a disposicao fraterna, a paciéncia, o amor cristo... .”, assim como 0 jogador de xadrez precisa manter a con- centragéo, a habilidade de arquitetar jogadas, a persis- téncia, a paciéncia. Apenas, no relacionamento com 0 plano espiritual, o médium recebe cooperagio mais in- tensa dos espiritos, para sustentar-se. © caso em questo era a psicografia. “A trans- misséo da mensagem nio serd simplesmente tomar a mo. Hé processos intrincados, complexos.” Examinando 0 corpo do intermediério, verificou principalmente a iluminagao das glandulas, do. sistema nervoso pelo qual circulavam “.. .energias recOnditas e imponderdveis...” e “... a epifise emitia raios azu- lados e intensos. Da mesma maneira que para transmitir mensa- gens pelo rédio demanda toda uma orgenizagao e tra- 26 specializados, analogamente — “Transmitir ie uma esfera para outra, no servigo de s2ficesgo humana... demanda esforgo, boa vontade, cooperacdo © propésito consistente... 0 servigo nao é iro, 0 intermedifrio: necessita de prepara- , l incessante, Segundo, a atividade do plano espiriml, cuja “cooperagdo magnética é fundamental,” intermediério, o papel da epifise: “através de ses equilibrades, a mente humana intensifica 0 io e recepedo de raios peculiares...” & extrafisica. piano espiritual as providéncias antecipadas: d2 reuniéo, o servidor € objeto de... aten- » pare que os pensamentos grosseiros nao Ihe sistema nervoso para o no comprometi- cide, com providéncias para atender o dis- 2 reservas nervosas. Sa preparagio, uma entidade foi autorizada smizarse, com a recomendagio de evitar par- ismos pessoais. Postando-se a0 lado do médium, iradiacées mentais de ambos se entrelacaram, O stiencedor, etuando sobre os lobos frontais do médium su 2 condiego adequada e a psicografia pode 27 3 — A EPIFISE OU GLANDULA PINEAL Enguanto isso, André Luiz passou a observar me- thor o médium, cuja epifise comegou a apresentar luz crescente. “A. glindula mindscula transformara-se em nd- cleo radiante... Sobre 0 nticleo... caiam luzes sua- ves, de mais Alto, reconhecendo eu que ali se encon- travam em jogo vibragSes delicadissimas.” Surpreenderase André Luiz porque, como mé- dico na Terra, a epifise deveria ter atribuigées circuns- critas a0 controle sexual, no perfodo infantil. Apés isto, seria sucedida pelas glandulas genit Aliés, s6 hd pouco tempo sabe-se da importincia do cérebro; e 0 que dele-se conhece, hoje, ([3], Cap. IID, ainda é muito pouco. Pela literatura cientifica reconhece-se que a glén- dula pineal, corpo pineal ou epifise é “um drgo cb- nico... de 8 por 5 mm... localizase... acima do teto do diencéfalo. . . .-Apesar da grande quantidade de literatu- ra... seu papel como 6rgao endécrino € ainda contro- vertido. .. agiria sobre algumas fungdes hormonais.... Estudos mais recentes... sugerem que a pineal nao 6 uma glindula no sentido tradicional, mas... converte um impulso neural em descarga hormonal.” [4], Cap. 20). Um estudo situando 0 conhecimento atual sobre a pineal foi apresentado, em ([5], Julho de 1981). Alexandre, ([2], Cap. 20), esclarece a André Luiz que a epifise “.. .é.a glandula da vida mental. . . .acor- 28 da n2 puberdade as forgas criadoras e, em seguida, seatinua 2 funcionar, como o mais avangado laboraté- de elementos ps{quicos da criatura terrestre.” Apenas, ainda nao € bem conhecida nos meios werrencs. *...n0 periodo do desenvolvimento infantil, arcce constimuir o freio as manifestages do sexo. 2 Acs catorze anos... recomega a funcionar no ho- scamado... € fonte criadora e valvula de es- : reabre seus mundos maravilhosos de sensagdes ¢ impresses na esfera emocional. Entrega-se recapitulagdo da sexualidade, examina 0 suas paixGes noutra época, que reapare- fortes impulsos.” ar, no é ver o desenrolar-se de um fil- novamente as emogdes ¢ impulsos contetido, acarretando manifestagdes de Daf a importincia da educagio e da dade do meio familiar, Se nesses momen- ste nfo tiver reconstrufdo valores, se forta- 2 renovagio dos embates, na orientago ¢ dos pais, falird. smo em tudo, vemos, no homem, sempre a re- > de suas fases anteriores. Ao reencamnar, re- 40 das espécies; na infancia, desde 0 2 vide mental das primitivas reencarna- atual; a partir dos catorze, as experiéncias fo & sexualidade. E esta é uma obser- alta importéncia, quando se queira exa- oblemética sexual da juventude, que néo da apenas em termos de virtude ou requer o concurso da compreensio profun- 29 da acerca do subconsciente, em que o psicélogo, o psi- quiatra, 0 neurologista, tém um imenso territério a desvendar. ‘A epifise “preside aos fenémenos nervosos da emotividade. .. Desata os lagos... que ligam as exis- téncias umas 2s outras...”, isto 6, afrouxa o determi- nismo das conseqiiéncias que os automatismos susten- tam na nossa personalidade “... ¢ deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras...” Controla “as glandulas genitais... demasiadamente mecfnicas”. B manancial de forgas magnéticas de “unidades de for- ga...” que poderfamos chamar de “horménios psiqui- cos”. Por segregar energias psiquicas como canal dire- to de comunicaco entre o corpo espiritual e 0 fisico, “.. conserva ascendéncia em todo o sistema endocri- nico...”, 0 sistema quimico de controle, ([3], Cap. V). “Ligada & mente... comanda as forgas subcons- cientes sob a determinagao direta da vontade”. J dissemos que, submetidos aos estimulos, se nos manifesta a impulsividade que, pela vontade, é frena- da para dar margem & reflexdo. Digamos que as or- dens da vontade se transmitem através dela. Pelas redes nervosas comanda “...os suprimen- tos de energias psiquicas a todos os armazéns auténo- mos dos Srgaos. .. damentais. Na qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posig#o na experiéncia sexual € bésica absoluta. Entretanto a viciamos, agora ou no pretérito, pela veiculagio de forgas aviltadas nos desregramen- tos emocionais, a servigo do prazer inferior, que nos atrela a recapitular experiéncias lamentéveis e a resga- tar compromissos. Em lugar de podermos expandir nos- sas faculdades criadoras, para a obtengdo de aquisigdes 30 suas atribuigdes so extensas ¢ fun- “abengoadas e puras” permanecemos atrelados a “do- Joroses fenémenos de hereditariedade fisiol6gica” des- ‘msds « reestabelecer o reajuste de nossa personali- dade. E uma ver viciada, mesmo que a mente busque 3 elevasSo, se apresenta como um érgio doente, inca- zaz de responder de imediato ao comando de uma in- Exxenciaso mais nobre. Canais de controle, de comu- sitepio, de comando, se empobrecidos, seja do corpo sspirimsl, seja do corpo fisico, exigem um tempo de resbilitesdo, por vezes, demorado e penoso. Este é uma das razSes pelas quais nfo nos liber- times dos vicios e maus hébitos to facilmente. E sig- sficstive 2 imagem dada pelo Inm&o X: pagamos a warejo © que compramos por atacado. E no capftulo de suszs Experigncies anteriores, recomegamos a edificar Bees S ponte em que fleamos triste ov venuros. “A perverso do nosso plano mental conscien- s=..> responsdvel por nossas agGes infelizes, “.. .de- sexmint ¢ perversio de nosso psiquismo inconsciente, saezrregade da execuglo dos deseos e ordenasées mais . a2 esfera das operagies automaticas.. .” por- cedesperta ou sustenta forgas intimas de carter perverddo, responsdveis por novas quedas e reincidén- cias no sonoideismo. “A vontede desequilibrada desregula 0 foco de sostas possibilidades criadoras. ..”, porque em vez de Szzaat Empulsos para submeté-los & burilada do discer- sEmemio, visando a sublimagdo perseguida pelo super- csescieate, os deixa prosseguir para uma manifestagzo imenotralada. “De Procede a necessidade de regras morais para dominios do Espitito. Rentincia, abnegago, continén- cia sexual e disciplina emotiva nfo representam meros preceitos de feigdes religiosas. Séo providencias de teor cientifico, para enriquecimento efetivo da personalida- de... Centros vitais desequilibrados obrigardo a alma & permanéncia nas situagdes de desequilibrio. . . ...pela primeira vez, ouvia comentérios sobre consciéncia, virtude ¢ santificagio, dentro de conceitos estritamente légicos e cientificos no campo da tazio”. A epifise € um érgio que, sob 0 comando da men- te, produz “unidades-forga” ou substincias, portado- ras de potenciais eletroquimicos, benéficas, se aprovei- tadas para o “servigo dé iluminagdo, refinamento ¢ be- neficio da personalidade”; t6xicas, se retida nos “des- varios de natureza animal, qual ima relaxado entre as sensagées inferiorés de natureza animal.” Na mediunidade, desde que as forgas estejam equi- libradas “intensifica 0 poder de emissio e recepgo de taios” da esfera dos encarnados. Dai ser “indispensé- vel cuidar atentamente da economia de forgas, em todo © servigo honesto de desenvolvimento das faculdades superiores.” Como ela produz forgas que nfo podem ser acumuladas, alguns fomentam a prética do esporte, como meio valioso para a preservagdo dos valores or- ganicos, da satide. Mas trata-se de medida incompleta _ © defeituosa pois, as vezes, é providéncia para a expan- so de paixdes menos dignas. Poucos, entendem “a necessidade de preservacio das energias ps{quicas para o engrandecimento do Es- pirito etemo. . . esquecidos de que Jesus ensinou a vir- tude como esporte da alma... .” Dai o valor da rentin- cia, pois ela se assenta na “ei da elevagdo pelo sacri- ficio...” 32 ngria estimula a produco de células vitais, 2 meduls desea; a poda oferece beleza, novidade e sbcndEncie nas drvores. O homem que pratica verda- 2 0 bem, vive no seio de vibragGes construti- cantes da gratidao, da felicidade, da alegria reendia André Luiz a influenciagéo da epi- ‘0... @ a longa tragédia sexual da Huma. © porque dos dramas... as afligdes... as 0 Cipoal do sofrimento. . Eo homem... sempre inclinado a contrair 2éites, mas dificilmente decidido a retificar ou No que ndo se deva atender aos reclamos natu- ris do compo, em particular do sexo; mas “distinguir zose Lemonia e desequilibrio, evitando o estaciona- mec em desfiladeiros fatais.” Az doe sapizos das obras citadas no texto. % Die goe manciea ofetuamos as conguistas? “ pesiefo do médium, na comunicacfo? siores que preponderam nos servigos meditinicos? ‘Gos Significa dizer que o transmitir mensagens do uma ebfera 3 Suze. nfo & servigo automético? 50 Coal a importincia da epifise? 33 recapitular a parti dos 14 anos? eponntothdnde sa tain rect dong a i 153 Bo See fora liner? ‘ave exam 3} Cand’ eopobrecdce exgem um tempo de rebiiaeio por M1) ze demuredoe penowo. Eats € a case da dor. ExpLque. 29 Soa vcr er psi no 5, Ofoe a eplie 123 Qull’s Imports de preservasio das energie psiguicas? Eatuder © pr em prion 0 Cap. 25. — Aula Peden: TITULO: A SALVAGKO, 1s PARTE — ABERTURA (20 min). ‘Av: Recomendagées para a aula @ min). CRISTO (Ey. Seg. o Esp, Cop. I: nt 3). ‘AwAs As, pomantcem of mesmos (18 min). 2+ PARTE: © TRABALHO (50 mi). [A nosdo de dor & muito importante no Expsitamo, memo porque la €.0 ponto central de todas at relies : (© que € preciso entender € que o expito adoece, em conseqiéncia dos desvioe por ele mato provocndos,e que nele eifo o¢ recursos dt fesbiltagao, secundados pele ayd0 dar les que sempre concorrem Dara ls, e dos capitos, que sempre atuam pare nos cure. ‘A prevensio da doenga € tera de carder educativo, Devemos buscar no superconsciente 0 guia de nosso destino, sempre no sentido de sublimar tendéncias, aperfeigoar nossa mancira de ser, E buscar as relizapGee, entendendo que © progreso reside nels digas: para o bem comum. E quanto a dor, hé que encaré-le como ela 6: sm mt pogo ‘uma ver nela incursos, devemos enfrentar, sem lamentagées, para abrevié. Ime ma certeza de que ela opera 0 nosso reajuste. CAPITULO III PARASITISMO E BACILOS PSIQUICOS 2 — TALENTO No mediunismo é posta em jogo uma sensibilida- de mis azuseda, sob algum aspecto e em certas pes- sows, tespoasével por sensagdes e percepgdes que no s ailicem das vias sensoriais, dos sentidos. Em fun- sc Gis, aigans e batizaram de sexto sentido e, a gran- de maicria, ainda relaciona o significado a alguma via ‘sssizds, especial, diferente, puramente imaginativa, mar gut adzite em especial nos médiuns e néo nos ou- croc: sigs que possa ser ligado ou desligado como o a: G2 cma limpada, ao bel prazer de quem o gas user. Ex temmos de analogia dirfamos que a mediuni- | Gxdz € axe Gisposicdo, semelhante aquela que faz de 34 cone pesce um campedo de pedestrianismo, um astro = Saxcbol ov um cantor lirico excepcional. ‘Todos podemos correr, jogar a bola, cantar. Mas dei 2 nos destacarmos, vai uma distincia, que s6 pode ser exibeida 2 uma qualidade diferente da nossa, algo gx so sabemos definir, mas existe. A este respeito 35 nés jé definimos a mediunidade em ([1], Cap. V, VII, x. ‘Mas um corredor, um jogador, um cantor, nfo tem Srgios especiais que nfo tenhamos. Um campedo dos cem metros nfo tem trés pernas. Ele é dono de um ta- Iento que, para evidenciar-se, exige 0 concurso de todas as potencialidades do espirito e do corpo, dirigidas aos fins do esporte, o que ele consegue apés intenso treina- mento, cuidados com a alimentagéo, com a utilizago equilibrada de suas energias, higiene, saéde. Apés obrigarse a viver com método, disciplina, continéncia, a aprender técnicas de postura e movimento corporal e, acima de tudo, ter fixado a mente no seu maior obje- tivo: o de atingir o estrelato, empenhando-se com toda a vontade ¢ determinagao. Sem talento, ¢ ele existe nas pessoas com gradua- ges diferentes, no alcangard sucesso. Com ele 0 po- deré, desde que consiga harmonizar e satisfazer a todos os requisitos necessétios, com tempo, muito preparo e grande dedicasio. Um campeo nio se faz em um dia, nem um mésico, nem um cantor, ou quem quer que seja que manifeste alguma habilidade. Em tudo € assim. Nascemos para exercer diferen- tes atividades e em todas alcangaremos destaque, na medida do talento de que formos possuidores. E em todas h4 sempre um objetivo maior: o nosso desenvol- vimento, 0 nosso progresso. 2 — DOTES MEDIUNICOS Com a mediunidade no é diferente. Ela existe nos individuos em maior ou menor grau, sob diferen- tes aspectos, para a qual se prepararam antes de reen- 36 camsar; mums, = semelhenca de um talento, ela se consti- sui de ome sensibilidade para cuja manifestacao plena, emigese © concarso de todas as potencialidades do es. pitas © do corpo. Eoguer: — ssbecesciente equilibrado: nenhuma forma snunadincs cc & fixacdo, nos apelos da gula, do sexo, Ss incocsingaris, de irresponsabilidade, da cupidez, da Soin, do dio, da firia, da grosseria... Qual- neste sentido, requer cortegdo, re- a inverioe de atitudes. (Nem um atleta pode- Si Sex éGicas perniciosos se quisesse enfrentar com- petacies com sucesso. Teria de conduzirse dentro de uipides pacsSes de comportamento, bem definidos ¢ in- camels}; — seperconsciente operante: elevagio de metas, sSezis, disciplina mental, aspiragSes de bele- Se mbeiccis © virmede, que também crescem e se de- seociieem coe s realizegSes ¢ as conquistas; _-— sesscizate estribado em uma vontade firme, wigan, Serelzcide nos embates da sublimago do in- ima, segundo os moldes oferecidos pelo super. — Desenwnlvimento meditinico é sensibilidade acri- Slut serorisde pele adequago integral da persona- ‘Siete e ems corefe que requer ascensao a percepcdes veiiicames = assim como o mtisico talentoso necessita (de wees anos de esforgo, para agucar a perceptividade da inspiracéo maior, assim o médium cumx amgir possibilidades de percepgdo, necesita de senile genparapgo, de trabalho, de auto-educagio, sis- Semniticn © perseverante. 37 3 — ALGUNS CASOS Conta André Luiz de observagées em sesso de desenvolvimento meditinico, feitas com alguns aspiran- tes 2 intermediagdo: um rapaz ¢ um senhor, candidatos a psicografia; uma senhora, pretendente & incorporagao. Primeiramente 0 conceito que eles tinham de me- diunidade, o de que se passava realmente com eles: “. .quase todos confundem poderes psiquicos com fungées fisiolégicas...” (fruto do ensino dogmético milenar de que as sensagées so do corpo ¢ nao da alma), “.. .esquecidos de que toda edificagio da alma requer disciplina, educacSo, esforgo ¢ perseveranga. Sem a preparagdo necesséria a excursio dos que gressam no reino invisivel €, quase sempre, uma Viagem nos cfrculos de sombra...” ([21, Cap. 3). De fato a comunicagio exige afinidade e os bons afinam-se com os bons, os maus com os maus. ([3], Cap. XX) ‘A seguir as condigdes psicofisica «_..0s néicleos glandulares emitiam péli gées; a epifise... semelhavam-se a reduzida semente Juminosa...”, caracteristica de fixagdo na zona do subconsciente e eventual estado monoideista em impul- sos inferiores. Era o aparelho genital. “...glindulas goradoras emitiam fraquissima luminosidade, que parecia abafa- da por aluvides de corpisculos negros... de espantosa mobilidade. .. Lutavam com as células genitais aniqui- lando-as.” © que, aliés, dificulta a procriagao, ou a realiza para entidades de baixo estofo. Nao se tratava de bactérias identificdveis no plano material. 38 “Sdo bacilos psiquicos de tortura sexual, produ- zidos pela sede febril de prazeres inferiores... Cha- memo-los de larvas... ‘Tém sido cultivadas por este companheiro, nio s6 pela incontinéncia... através de experiéncias sexuais variadas, sendo também pelo con- tato com entidades grosseiras que se afinam com as predilegdes dele...” B que ele “..admite que o sexo nada tem que ver com a espiritualidade...”. E 0 conceito matetia- lista. © sexo, dizem, 6 como a fome: um apetite que exige satisfacdo, uma necessidade fisica; nao uma ex- pressio de forgas criadoras do espfrito, destinada, pelo 1us0 equilibrado e guiado pelo superconsciente, a cor- roborar na elevago do espfrito. “Supée a alma absolutamente separada do cot- po...”; as sensagbes so deste, nao do espirito, pen- Quanto ao senhor, “Semelhava-selhe o corpo a um tonel. .. de cujo interior escapavam. . . vapores Ie- ves... com dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma... Usava alcodlicos em quantida- de regular. O aparelho gastro-intestinal. .. totalmente ensopado em aguardente. .. figado enorme... Os alcodlicos aniquilavam-no vagarosamen- te... completamente desviado em seus centros de equi- brio vital. . . 0 sistema endécrino atingido. .. Larvas destruidoras exterminam as células hepiticas...” Tantas so as alteragdes que “...ndo fossem as glandulas sudorfparas, tornar-se-ia talvez impossivel a continuagao na vida fisica.” Quanto & senhora, fraquissima luz emanava de sua organizacdo mental. Estémago, intestinos, o figa- 39 do, 0 aparelho digestivo todo com anomalias de vulto. Potecie= -vasto-alambigue, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre... Ventre superlotado de alimentagio... muitos parasitos co- nhecidos, mas, além deles, lesmas voracfssimas...” atacavam os sucos nutritivos. Tratave-se de “...pobre amiga desviada nos ex- cessos de alimentagao... glandulas ¢ centros nervosos trabalham para atender... o sistema digestivo. Des- cuidada. .. caiu na glutoneria crassa, tornando-se pre- sa de seres de baixa condigao. Mediunidade 6 percepgdo... Nao bastaré perce- ber. E imprescindivel santificar essa faculdade... no ministétio ativo do bem. A maioria dos candidatos 20 desenvolvimento... no se disp6e aos servigos preli- minares da limpeza do vaso receptivo. Dividem a ma- téria e 0 espitito. ..” incénscios de que “.. .08 exces- sos representam desperdicios lamentdveis de forga, os quais tetém a alma nos cfrculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cérceres da sombra, nio é fécil desenvolver percepsoes avancadas. Mas tais criaturas nao eram rebeldes'e mds; ape- nas estavam “espiritualmente desorientadas ¢ enfer- mas.;, “Gradativamente compreenderfo que a me- diunidade elevada ou percegao edificante. .. € conquis- ta do Espirito...” (Todas as citagdes feitas até aqui sao de [2], Cap. 3) 4 — O VAMPIRISMO O insucesso nas reunides, entretanto, era apenas aparente. Elas eram proveitosas “... pela assisténcia 40 ‘aos encarnados ¢ a longas filas de softedores. .. contra © vampirismo. ..”, a existéncia de bacilos psiquicos de natureza psiquica terrivelmente destrutivos para os elementos vitais do corpo fisico. Tratava-se de uma no- Go nova que André Luiz desconhecia: “... bacil desconhecidos na microbiologia mais avancada. Entretanto formavam também colénias densas e ter- riveis. Em primeiro lugar, Alexandre, o Instrutor, expli- cou que “vampiro era considerada toda entidade que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens”. Assim como cada micrébio tem “... 0 seu am- biente preferido: o pneumococo... . nos pulm@es; 0 ba- cilo de Eberth... nos intestinos produz a febre tiféi- de. ..”,no mundo dos desencarnados as afecgbes pro- duzem-se muito mais deplordveis, e por semelhante me- canismo. A c6lera, a intemperanga, os desvarios do sexo, as viciagdes de varios matizes, formam criagdes inferiores que afetam profundamente a vida inti- ma...”, a doenga fisica se tornando conseqiiéncia da mente. Vérias perguntas afloravam & mente. Como sur- gem estes bacilos? Haveria contégio na esfera das al- mas? £ a viciagdo das almas que os produz ou so estes que atacam a personalidade e a enfernizam? As respostas eram claras, Nés somos como um campo. Quer se trate de plantas benéficas ou de ervas daninhas, ambas crescem onde haja terreno propicio. E onde ele seja bastante fértil, possibilita o vicejar de ‘uma como o de outra, Ambas nascem melhor mais fortes onde haja mais riqueza de condigdes. Nés pro- 4 duzimos 0 ambiente pelos desejos, sentimentos, forgas que emitimos, agées com que nos manifestamos. Com cles influenciamos, geramos as condigSes que criam as conseqiiéncias pelas quais 0 meio nos responde. “A cblera, a desesperagio, 0 6dio, 0 vicio, ofere- com campo a perigosos gérmens psfquicos na esfera da alma... O contégio... € fato consumado, desde que a imprevidéncia ou a necessidade de luta estabeleam ambiente propicio, entre companheiros de mesmo ni- vel... Cada viciago particular... produz as formas sombrias que Ihe so conseqiientes,” ([2], Cap. 4) ¢ estas se espalham como a tiririca, onde néo haja vi- gillncia e defesa. Os pais, eles mesmos com problemas de outras reencarnagées, so os primeiros a agir em prejuizo dos filhos, que crescem despreparados. Abusos do sexo ¢ da alimentago desenvolvem tendéncias inferiores, cau- sas de moléstias do corpo e degenerescéncia psfquica. Nao faltam recursos ¢ auxilios nos dois planos, mas a grande ignordncia reinante, sustenta considerd- vel expressdo para o vampirismo. 5 — INFLUENCIACAO Continuando as observagées, constatou André Luiz que, em geral, mesmo que as pessoas compare- gam & reunigo sem a devida preparacao, elas so be- neficiadas contra o vampirismo venenoso e des- truidor”. Mas nfo € s6 este que hi a registrar. Tem-se ainda as entidades infelizes que Ihes aguardam o regresso, lé fora, voltando-lhes ao convivio, por ndo conseguirem 42 ..-Manter a resolugo na aplicag&o da luz viva que recebem.” ([2], Cap. 4). Havia uma diferenca marcante entre os dois am- bientes: ld fora, o ar pesado pelas emanagSes grossei- ras; dentro, a atmosfera purificada pela “prece, me- ditagdo elevada, o pensamento edificante”. .A rua é aventalhado repositério de vibragdes antagOnicas em meio de sombrios materiais psiquicos e perigosas bactérias de variada procedéncia, porque ‘os transeuntes langam colénias imensas de micrébios maus pensamentos de toda ordem.” Aliés, em ([4], Cap. 40), André Luiz descreve observagdes, enquanto volitava sobre a rua. Manchas escuras na rua constituidas de “.. .uvens de bactérias variadas... em grupos compactos.. .” Certas edificagdes e certas regides apresentavam- se cobertos de sombra, por “...grandes nécleos par- dacentos ou completamente escuros... zonas de me- téria mental inferior, matéria... expelida por certa classe de pessoas... ¢ monstros que se arrastam nos passos das criaturas, atraidos por elas mesmas. . .” Observaco importante! Nao somos vitimas de es- piritos inferiores, mas companheiros: sua aproximagao verifica-se porque os atraimos com os nossos envolvi- mentos no monoidefsmo. Hé bactérias do corpo ¢ outro da alma: enfermi- dades para ambos; mas, estas, piores; porque delas de- correm as primeiras e, sua cura, depende da cura do espirito. Por isto hé necessidade de fé religiosa. Porque, até agora, podemos efetuar e desenvolver tratamento para 43 ‘© corpo; mas, em termos de cura real, esta pertence ao espirito. Dia viré em que “...a medicina da alma absor- veré a medicina do corpo.” Mas, por enquanto, o tra- tamento do espirito ainda pertence & esfera religiosa, as suas diretrizes de comportamento. Certamente, nfio desta ou daquela religio, mas da Religio no seu sen- tido mais amplo; religido reconduzida as suas bases, escoimada das adulteragdes produzidas pelas paixdes do sectarismo, dos desvios provocados pelo Dogmatis- mo, que lhe abalaram o edificio. E integrada a Cién- cia ¢ & Filosofia, indispenséveis & construgdo de suas bases, diante da complexidade com que o mundo, hoje, se nos apresenta, segundo o modelo iniciado e instau. rado por Allan 6 — REVELACAO ESTARRECEDORA A fim de nos protegermos contra as manifestagSes do astral inferior, “.. .todos precisamos saber emitir € saber teceber... toda queda prejudica a realizagdo, e todo esforgo nobre ajuda sempre. . . - - sno féra 0 poder da luz solar, casada ao mag- netismo terrestre, poder esse que destr6i intensivamen- te para selecionar as manifestagdes da vida, na esfera da Crosta, a flora microbiana de ordem inferior nao teria permitido a existéncia de um s6 homem na super- ficie do globo. Por esta razo, 0 solo e as plantas estZo cheios de princfpios curativos e transformadores. .. Nada obstante. . . enquanto os homens cultivam o cam- po inferior da vida, haver4 também criagées inferio- res... para a batalha sem tréguas em que devem ga- nhar os valores legitimos da evolucao.” ([4], Cap. 40). E, continuando, observa, em ([4], Cap. 41), que “4.0 campo, em qualquer condigo, no circulo dos en- camados € 0 reservat6rio mais abundante e vigoroso dos principios vitais... Nao a floresta, em que 0 ar é elemento asfixiante, pelo excesso de emissdes dos reinos inferiores da Natureza...” E o mar também. Diz André Luiz, em ([5], Cap. V): “...0 oceano é miraculoso reservatério de for- as... Qual acontece na montanha arborizada, a at- mosfera marinha permanece impregnada por infinitos recursos da Natureza. O oxigénio sem macula, casado as emanacées do planeta, converte-se em precioso ali- mento da nossa organizagdo espiritual, principalmente quando ainda nos achamos direta ou indiretamente sociados aos fluidos da matéria mais densa.” Isto nos faz compreender melhor 0 porque do pre- jutzo, para a educagio das criangas e a retidfio dos ho- mens, a permanéncia excessiva nos agrupamentos ocio- sos da rua e a propriedade do adagio de que a rua é mé conselheira. A ignordncia ainda 6 muito grande e, em geral, a morte colhe a criatura quase sempre em terrivel condi- Go parasitéria. “Absolutamente sem preparo ¢ tendo vivido muito mais de sensagbes animalizadas que de sentimentos puros, as criaturas humanas, além do ti- mulo, em muitissimos casos prosseguem imantados aos ambientes domésticos que Ihes alimentavam 0 campo emocional”, em promtiscuidade com os encarnados in- diferentes & Lei Divina. “Aos infelizes que cairam em semelhante condi- 80 de parasitismo, as larvas... servem de slimenta- 40 espiritual... bastard ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorancia, ainda encarnados, 45 qual erva daninha aos galhos das drvores, e sugar-lhes a substancia vital.” A revelagdo era de estarrecer. 'b — Leitures Complementares: ‘hs des capitals das obras citadas no texto, ¢ — Perguntas: I) A mediunidade pode ser comparada « um talats, Expique « analogis. 2) O que requer « mediunidade equilibrads ¢ eficaz? 2) O que requer a alo? 3 8 Se Eee" iteves? Observa, bem: “cultivadas pela incontt CatdS Saves de experiences variadas ¢ também pelo contato ‘Sp docs ex ses Ou mus? Comente. "que © sexo nada tem a ver com a espiri- 2 62) Qual 0 efeito do uso de alcodlicos, mesmo em quantidade regular? ss 1.) Qual o efoito da glutoneria? 82) O-que € Vampirismo? 95) Hé contégio na esfera dos males psiquicos? Explique. 10%) © que constitue # rua do ponto de vista psiquico? 112) Por que hé necessidade da (6 religiosa? 125) Todos precisamos saber emitir e saber receber. Explique. 152) O que representam 0 ‘eo mar para 0 encarnado? 142) Por que a rua é mé ira? d— Pritiea de Renovagio Intima: ‘André Luiz — Reapostas da Vida. Estudar © pér em prética © Cap. 24. AULA PRATICA: TETULO: DESENVOLVIMENTO PSIQUICO. 12 PARTE: Abertura (20 min). ‘Ar: Recomendayées para a aula (2 min.). Dele ve a mi c6 poqueniaos (Ev. 7 VUE, a! 1, 2, 3). ae PARTE: © TRABALHO (30 min. (© crescimento, o progresso spiritual das pestoas, efetuese a partir das proprian tendencies, sublimando-es pela agfo constante na devorso {20 bem geral e segundo os padrées que constituem os ideais. "A atuagéo deve set concomitante nas trés zonss do nosso sistema servoso: o consciente, © subconsciente © o superconsciente, E, isto, também € assim em relacio 20 desenvolvimento mediénico, io ltermegio com 0 ano Naor sem crecinento mor sneo responsabilidade. (© médium no € um aparetho. Ba ‘do médium traduzse pela luminosidede da epifise, slindula dx vida mental, que aords, oa puberdade, as forges crinoras, ‘Contimando a funcionar dal por diante, 8 com 0 seu funcionamento que a criatura recapitula a ssxualidade, examinendo 0 inventério. de suss palxGes. Preside eo» fen6menos da ‘motividade e sfrouxa 0 determinismo das conseqitncias que os sutoms- ‘abrindo caminho para as forgas ‘Quando no 0 consigamos, é porque # viciamos. E sempre que empo- brecemos cantis de comando, hé que reabilité-os, © que pode ser demo isso decorre também a iquedas ¢.2 permanéneia no desequilfbrio, na dor e no sofrimento. 47 CAPITULO IV DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO { — © ESTAGIO AINDA INFERIOR DO HOMEM de que as entidades, em posig&o pa- ampirismo, se alimentavam das larvas, ‘wolvem nos encarnados envolvidos em si- natureza inferior, assim como miasmas € pessincies aperecem nos monturos de lixo, chocou sadamente a André Luiz, ([1], Cap. 4). Aztes de rudo temos que entender que a alimen- sce 4, antes de tudo, “permuta de substincias com =scdo de energia®, e dela depende a ago. Por- nos alimentamos. diz, em ([2], 24 Parte, Cap. 1). E ee © desencarnado, profundamente arrai- ssagSes terrestres, tem a “.. .necessidade in- prosseguir atrelado 20 mundo biolégico familier... provoca os fenémenos de sim- 49 biose psiquica que o levam a conviver temporariamen- te no hato vital daqueles encarnados com os quais se afina; quando nfo promove a obsesso espetacular”. ‘Mas, prosseguindo nas observagies e diante do es- tarrecimento demonstrado, recebe de Alexandre a ex- plicago de que ndo hé motivos para tanta supresa. Afinal os encarnados se sustentam, em grande maioria, & custa das visceras, do sangue, dos ossos dos animais, seres que, em lugar de exterminio, nos demandam ro- teiros de progresso ¢ valores educativos. Oprimimo-los, no thes guardamos o menor res- peito, tratamo-los com féria e ingratidio. Infligimo- Ihes doengas, s6 para satisfazer ao paladar. Engordamos suinos & custa de res{duos; hipertrofiamos o figado de gansos, a fim de obter patés famosos. Sustentamos in- déstrias da morte sem o menor condoimento, devas- tandothes a vida, num constante desrespeito as leis pelas quais inferiores e superiores devem exercer a co- criagho, através da colaborago e do amor, para a evo- luggo do todo. Conta o Irmo X, em ([3], n° 28), 0 apblogo dO Homem e 0 Boi”, no qual um anjo encontrou um homem e um boi. Nas pupilas do homem descobriu a inquietagéo da maldade; nos do boi, calma e paz. Con- cluiu que 0 boi era superior a0 homem. Induzindo-os a0 trabalho, fé-lo o animal com hu- mildade e perfeigo, enquanto o bipede vociferou, esta- ou um chicote, ferindo 0 colaborador de quatro patas Examinando-lhe o comportamento com uma vaca, novamente notou o racional a ferroar, esbordoar, ferir, enquanto esta prosseguia firme na atitude de quem sa- bia sacrificar-se. 50 © anjo, encontrando um génio sublime da hierar- gels semezz, declarow-lhe estar satisfeito com a eleva- io seorments! das criaturas superiores do planeta. ‘Agesas aio concordava que os mais nobres se movi- ‘misnmsser: sobre os quatro pés, enquanto certo animal fame © fazia em dois. Desepoatedo, o protetor da Terra esclareceu que, zzz o Rei da Inteligéncia, sendo o boi ape- © anjo zssombrado achou o problema muito pior. Sins ageesentaria solicitagdo a0 Criador. Nao se sabe, soream. s pediu que o boi Ievantasse as pernas dian- sezas cz Got os homens descessem as mios para an- Gemm é Gear. 2 — 4 NATUREZA A ESPERA Da COMPREENSAO DO HOMEM Os exinzis temem-nos mais que as intempéries, suer emesis des domésticos que, confiando em nés, quimds snceminhedos a0 matadouro, o fazem “com 1é- capazes de discemir onde eomesa Cap. 4). Vide ainda ([4], Cap. Cap. 42), exaltando as forgas da Natu- “22 0 seguinte comentario do Cap. 8 vers. ‘pistola aos romanos, que transcrevemos: Porque a ardente expectacdo da criatura ‘estaco dos filhos de Deus. 20 — Por- ficou sujeita A vaidade, no por sua von- sade, mas por causa do que a sujeitou, 21 — na espe- St ranga de que também a mesma criatura seré libertada da servido da corrupeao, para a liberdade da gléria dos filhos de Deus.” Isto é, a Natureza espera a compreensio do ho- mem... vive em eterna expectagdo, aguardando o en- tendimento e 0 auxilio dos Espfritos encarnados na Ter- ra, mais propriamente considerados filhos de Deus... Entretanto, as forgas naturais continuam sofrendo a opressdo de todas as vaidades humanas. Isto ocorre por- que também o Senhor tem esperanga na libertagéo dos seres escravizados na Crosta, para que se verifique a liberdade na gléria do Homem.” Os homens ainda permanecem, em grande maio- ria, em estdgio de grande atraso evolutivo. Da mesma maneira que permanecem cristalizados ainda nas for- mas mitolégicas do pensamento das épocas primitivas, assim sustentam os velhos hébitos em que, selvagens, no thes ocorria, sendo na caga e na depredacdo, a rea. lizago do préprio sustento. Com o crescimento do po- derio tecnolégico, viciados nos sentimentos ¢ nos ex- cessos de alimentago, “.. .oprimem as criaturas infe- riorés, ferem as forgas benfeitoras da vida, séo ingratos — para com as fontes do bem...” Desconhecendo as leis que regem o espfrito, aca- lentam propésitos de vaidade, de prazer, de ambiggo ” de ganhar, fazendo das prerrogativas que 2 oportunida- de Ihes concede — o poder, a forca, 0 patronato, a in- _ fluéncia, a competéncia, a chefia, o cargo, a magistra- tura, a abastanga, a fartura, a opuléncia, a intelectua- lidade, 0 talento, a habilidade, armas para destruir a Natureza, combater o semelhante, subjuger os mais fra- cos, incénscios de que tudo que nos dado usufruir, 0 & para edificar e nfo para destruir, tornando-se eles proprios vitimas de paixdes desvairadas. 52. programas de riqueza mentirosa, que ‘Ges comsituem 2 ruina; escrevem tratados de politica seonimice que redundam em guerras destruidoras; de- sewaive: 9 comércio do ganho indébito; dominam os susis Sacos ¢ os exploram, acordando, porém, mais tar- te, emme os monstros do dio.” ([5], Cap. 42). — © FIM DOS TEMPOS Lacio, em [4], n.° XXXI), lenda em gut. sist primérdios da natureza humana ninguém se camiva 2 trabalher. “Homens e mulheres comiam fru- os, gemseyciam enimeis para devoré-los e dormiam sob Apis refletir, o Senhor criou o dinheiro e, em bre- we. © progress na inteligencia e nas coisas se fez sole. Semens trabalhavam sem descanso em busca & Gzkeic, perseguiamno e guerreavam pela sua © Senhor, satisfeito: “Meus filhos nfo puiicum servir por amor; todavia o dinheiro estabele- Se comnpetioSes... em beneficio da obra geral...” prestar-med contas, na morte. E isto ove *...aprendam a servir por amor vvres do grilhfo que a posse institui”. maa Aniceto dizendo que toda esta desolagaio ‘praduzimos ¢ pretexto de obter proteinas ¢ gor- zndo, pela nossa inteligéncia, poderfamos en- ex zoves elementos; isto 6, a pretexto de ob- cginio, ecsencial & vida, uma vez que no po- ‘ger demos xtsoreiJo espontaneamente do ar. $6 as plan- 53 tas conseguem retiré-lo do solo, retendo-o. “Todas as inddstrias agropecuérias nfo representam na esséncia, senfo a procura organizada e met6dica do precioso ele- mento da vida... Eo homem... transforma a procura de Nitrogénio em movimento de paixdes desvairadas, - ferindo ¢ sendo ferido, ofendendo e sendo ofendido, escravizando e tornando-se cativo, segregado em densas trevas.” Somos tuos.. € educé-lo”. ([1], Cap. 1V). ransgressores da “Lei de auxflios mé- Mas a nova era ai estd. Nela “os homens cultivaréo _ a Terra por amor-e utilizar-Ihe-do os animais com res- peito, educago e entendimento. . . ([1], Cap. IV), sem os recursos planta lesa 0 solo, o animal extermina a planta e 0 homem assassina o animal; mas um movimento de permuta divina, da cooperago generosa que nunca perturbaremos, sem grave dano & propria condigao de criaturas responséveis e evolutivas”. ([5], n° 42). E da protego aos inferiores adviré a protecdo dos superiores, pois que nfo auxiliando os que dependem de n6s, nfo poderemos pretender o que no damos. “E por forga da animalidade que conservamos, que caimos em situagdes enfermigas pelo vampirismo das entidades que nos sao afins na esfera invisivel”. ([1], Cap. IV). ; A misséo do superior é a de amparar o inferior do extermfnio. Era em que se saber4 “..que a vida nfo € roubo incessante, em que a Em quase toda a litetatura religiosa existe a ima-_ gem do fim dos tempos, imagem mitolégica ainda persistente nas concepgdes tradicionais. Mas, o mundo € governado por leis naturais que © submeiem a um processo evolutivo. Tudo, no Uni- 54 ween, masse, desenvolvese © morre para renascer, mismo os planctas, as estrelas, as galaxias, mesmo 0 ‘Wintkersa, exe diferentes escalas. Haverd sim o fim dos ‘emmpar © tempo em que “...0 matadouro seré con- cwertisis em local de cooperagao, onde o homem aten- demi acs seres inferiores e onde estes atendero as nanmmidiadee do homem; a industria glorificaré o bem, ‘Smperendc c atendimento, a boa vontade e a veneragao iis Sets: Gives”. ‘empe em que o homem, em vez de fazer de aun Gemidades, de suas Prerrogativas, armas. para ponutbar 2 orem, as utilizard como meio de atuagio qaru 2 xEZcecdo do progresso geral. * — ¥AMPIROS ‘Welaméo eo momento em que as pessoas da reu- iio macenevem rua, do capitulo anterior, diz André Cap. 5), que ai estavam agrupamentos de saitietes Snfciis ¢ inquietas, a conversapio de- susmaczade + imprépria, aguardando os encarnados, smpuiicce cee cies G0 de penetrar em “...sessfo ‘pecalisade pare 0 socorro dos amigos contra o EES adios os que haviam-se beneficiado na reunido, suite: ugrudecidos, cheios de gratidao e louvor por suds guz a se pessara, demonstrando “. . .as melhores ‘@enumicies ua 2, na confianga, no futuro, Was o roblema no é de entusiasmo ¢ sim de ssimeco persistente. ...Poucos guardam a uniformi- ace de emogSo, idealismo... ‘Nes horas calmas, grandes louvores. Nos mo- smunine Gificeis, deserpbes a pretexto da incompreensio 55 Sob a influéncia das irradiagies recebidas, ema- navam raios de espiritualidade surpreendentes. “Se conseguissem manter semelhante estado mental, pondo em prética as regras de perfeigdo que aprendem, co- mentam e ensinam, facil Ihes seria atingir 0 nivel supe- tior de vida”. Mas os hébitos indignos so forgas reflexas, do nosso automatismo, que nao se anulam com facilidade. Basta pensar na dificuldade da diminuicgo de um vicio. Cada um “funciona qual entidade viva, no universo de cada um de nés, compelindo-nos as regiSes perturbadas ¢ oferecendo elementos com os infelizes que se encon- tram em nivel inferior”. ([1], Cap. 5). Com a aproximagio de entidades, modificouse 0 estado vibratério do mogo e da senhore. O primeiro passou a lamentar-se de ser vitima de tentagSes desca- bidas, de atragdo para ambientes malignos, *.. .apesar de ser casado hé pouco e do devotamento da espo- conseqiéncia da aproximaczo de dois com- panheiros adquiridos no meretricio. orientador, influenciandothe a irma de 16 anos, fé-la sugerir: “...Neste caso o desenvolvimento me- ditinico deva ser a tiltima solucdo, pois antes de en- frentar 0s inimigos, os filhos da ignorancia, deveremos armar 0 coragGo com a luz do amor e da sabedoria, Como beneficiar perseguidores sem 2 necesséria pre- paragdo espiritual?” Isto 6, antes 0 equilibrio do subconsciente para, a seguir, sustentar-se no superconsciente. (Ao aspirante a atleta’ que tivesse vida desregrada, antes de tudo sertheia pedido reconsideragao de atitudes. Antes 0 tratamento, depois 0 exercicio). 56 “Antes de cogitar de um desenvolvimento psi- quico, procurar a elevacdo de nossas idéias e pensa- mentos... para sermos tteis no reino do Espirito, cabe-nos, em primeiro lugar, a viver espiritualmente.” ‘A resposta era enderegada também & senhora, a mie de ambos, o rapaz e a menina, que se achava influenciada pelo marido desencarnado, oria- tura cuja vida haviase desenvolvido em tremendo egoismo doméstico. Causou profunda contrariedade. O orientador esclarecia que ninguém, a no ser eles mesmos, poderia romper as algemas. Nem poderia retirar os vampiros, pois “. . .os interessados forgaram a volta deles...” (Quantas vezes os filhos se envol- vem em més companhias, sem que os pais consigam dissuadi-ios. B 0 mesmo fenémeno).’ A companheira declararse-ia saudosa, ¢ o rapaz abrigaria temores de nao ser mais tao viril. Pode-se, sim, auxiliar as entidades. Mas isto re- quer tempo. A assisténcia nao falta. Entretanto “.. .sio fracos e ignorantes. Colhem o que semeiam”. 5 — ORACAO — O MAIOR ANTIDOTO CONTRA O VAMPIRISMO- © que surpreendia, nisso tudo, era verificar com a menina tanta facilidade de comunicagio e na rua; enquanto, 14 dentro, com toda a protecdo, vibragSes favordveis, tanta dificuldade na psicografia. Sucede que a transmissio mental € simples ¢ livre. “Desencarnados e encamados vivem a mais ampla permuta de idéias. Cada mente € um receptor e um transmissor atraindo as que se Ihe assemelham... 37 Temos o fendmeno intuitivo, comum a todas as cria- _ mie e filho. . .. presas.de ignordncia e enfer- mid: . Falam sob a determinagao direta dos vam- piros infelizes... A menina, 20 contrério, consegue receber nossos pensamentos e traduzi-los em linguagem edificante... Conserva-se pura... Os 6rgios vocais nao foram viciados pela maledicéncia, pela revolta, iipocris seus centros de sensibilidade néo sofreram desvios... seu sistema nervoso goza de har- monia invejavel; seu coragéo, envolvido em bons sentimentos, comunga com a beleza das verdades eternas...” Estas so as condigées a que deve chegar todo médium antes de poder estabelecer intercémbio com as esferas benfeitoras. “Quase a totalidade de sofrimentos nas zonas inferiores” se deve ao vampirismo. “Criaturas desviadas da verdade e do bem... rodnem-se... para as permutas magnéticas de baixa classe. Os criminosos de vérios matizes, os fracos da yontade, os aleijados do carter, os doentes voluntérios __.-integram comunidades de sofredores e penitentes do mesmo padrfo... ... Todos cles segregam forgas de- testaveis, criam formas horripilantes. ..” Certamente que nfo faltam “.. .processos sanea- dores e curativos...” ...no plano espititual. Entre- tanto cada um deve ser “. . .o médico de si mesmo...” E para the dar uma demonstragéo prética, Ale- xandre conduziu André Luiz ao lar do rapaz. As enti- dades, contrafeitas, no conseguiram entrar. A esposa cultivava a prece e “...a prece traga fronteiras vibra- t6rias”. ({1], Cap. VI). Garantia a casa trangiiila, 58. “pela abundancia e permanente emissio de forgas purificadoras ¢ luminosas de que o seu Espirito se nutre”. J4 deitada, durante 0 sono aguardava o marido que se deitou e dormiu. Nisto, Cecilia, a esposa, acari- ciando-, revelou-se em fervorosa prece, transformando- sedhe “o coragao. .. num foco ardente de luz, do qual safam indmeras particulas resplandecentes, projetan- do-se sobre 0 corpo ¢ sobre a alma do esposo... particularmente na zona do sexo... destruindo as pe- quenas formas escuras e horripilantes do vampirismo devorador.” Era isto que Alexandre queria fazer observer a André Luiz, completando que “A oraco € o mais eficiente antidoto do vampirismo... pode emitir raios de espantoso poder”. E explicando, considerava que tudo se alimenta de raios: césmicos, solares, calorificos, luminosos; ex- presses emitidas pela agua, pelos metais, vegetais, irracionais ¢ os préprios semelhantes. Recebemos ¢ emitimos forgas que atuam. Os raios emitidos pela ora- 40 convertem-se em fatores adiantados de cooperagio eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovagéo da alma, e iluminag&o da consciéncia. Mas nio basta. E, no caso, “...0 rapaz deve devotar-se ao aperfeigoamento das béncaos a recebe, porque toda cooperagio exterior pode ser cortada ¢ cada um 6 herdeiro de possibilidades sublimes e deve funcionar como médico vigilante de si mesmo.” 4 — Bibtiogaa: 1] André Luiz: Misionérios da Lax, [RE André Luiz: Bvolosto em Dols Mundo. 9 [3] Immo X: Loz Acima. [4] Néio Lieto: Alvorads Crist®. 13] André Luiz: Os b — Lelturas Complementares: [As dos capitulos das obras citadas no texto. 42) 0 que 6 a *Lei de auxflios metuos"?, (© que se deve entender por nova era? Por que cafmos facilmente em situagdes enfermigas pelo var pirismo das entidades inferiores? ; 72) Bor que 2s entidades vamplrizantes yoltam # aproximarse das fninturas, na Tua, mesmo apés trabalhos espitituais? 8°) Como atuam os hébitos indignos? 92) Qual a razdo dar queixas do raps2? E da serhora, sus mic? 10: Por que, no caso deles, € melhor evitar o desenvolvimento ‘medidnico? O que se recomenda, antes? 41.) Por que 0 plano expiritual no podia retirar os vampiros? 423 Yor gue s meni eomuicava fcimente com o plano ep ritual? 13.9 A oragfo é 0 mais poderoso antidote contra © vampirismo. ‘Explique. d— Pritica de RenovagSo fatima: ‘André Luiz — Respostas da Vide. Ler e esudar 0 Cap. 25. © — AULA PRATICA: ‘TITULO: PARASITISMO E BACILOS PSfQUICOS. 1s PARTE: Abertura (20 min), ‘As: Recomendacées para a aula (2 min). Pecado por pensamento © adultério (Ev. Seg. o Esp., Cap. VIM, n° 5, 6, 7). As An Aw, permanecem 05 mesmos. 22 PARTE: O TRABALHO ‘A mediunidade pode ser posta em snalogia com os talentos. Como eles, serd desenvolvids com 0 concurso de todas as poten cislidedes do espfrito © do corpo, o que exige: ‘ubconselente equilibrado, sem desequilibrie de qualquer espSoie; ‘superconsciente operants € ideais bem definidos; ‘consciente suportado por uma vontade firme e vigorosa. cc Desenvolvimento medinico nfo € bre do aseso nom improvisadss requet, pore, io 00. dominio de autosugestio © i prepara mo monugeso © tt, ‘Abusos do sexo, de enchants, de alimentacfo, exam as tendencias subconstcnes, on fuga do subliniayretende Gb inedhns na improdu tividade © no estacionamento, quando néo os conduza a perturbagdes As sensagSes sao do espirito e sempre que damos vazio & impulsi- vidade, sem submetsia ao eyo do derma com eevagio de aos Sion, deencadenmos forges de beitg eto, gus tepot oe tome ila ttalar, a prejolzn de outs capazes de dzsenvlver ereepges evangadss ‘Acresoe que a sintonia com vibragSes de baizo extofo € comparével 8 convivéncia com o monturo, a falta de higiene; gera bacilos, miasmas, cx de ovata sm fsa, Avins anni ge ‘ot poe em conto com lnras que aftam profundamente a vide fine Choy ty doar tas so ae ena, gue no. mantenha viene, ext Tre disso; mesm porque 9 teeio muito fel pare bon plana, tember olerce Exmpo dos mais propiioe ft trinen A yiglincle é'como a higeses io sje dear otc pigs Garner,» deeper 9 dio, 0 vicio... oferecem campo 2 perigosos gérmens psiquic ia : © o contigio ¢ um fato. Donde a nevereage Ga fe veigina, 61 CAPITULO V REFLEXOS 1 — ATIVIDADES REFLEXAS A lei da evolugao faz-nos entender que o espirito, no seu desenvolvimento, nas realizagdes que efetua, plasma, inclusive, seu prdprio veiculo de exteriorizacao, no sentido de que idealiza os recursos de que necesita para efetuar determinada manifestagdo, e os estrutura para aquela especializacdo. Por eles, assegura a manu- tengéio dos atos relativos 4s conquistas j4 feitas, de forma automética, de modo a poder continuar a expan- dir-se, sem entraves, rumo a possibilidades mais amplas de progresso e realizaggo. Com as células vivas (seres inferiores de natureza fisica e espiritual), postas A sua dependéncia, garante primeiramente o “automatismo fisiolégico, pelo qual executa todos os atos primdrios de manutengao, preser- ‘vagio ¢ renovago da propria vida”. ([1], Cap. IV). A seguir, incorpora todos os patriménios relativos 2 inteligéncia e 2 mentalizagdo, automatizando as con- quistas jé feitas, naquilo que denominamos atividades reflexas do inconsciente. 63 © procedimento pelo qual isto se realiza, encon- tra analogia com o que nos sucede quando aprendemos a guiar um automével. As operagbes que se fazem ne- cessérias séo poucas, e so entendidas de pronto. Efe- tud-las, realmente, é que exige tempo. ‘A compreensao precede a aquisicao do comporta- mento, mas este, para set adquirido, exige exercicio, re- petigao constante e continua de atos, pela qual coorde- namos movimento de pernas, bracos, olhos, de modo a superar as inibig6es, até que tudo em nds se torne espontineo, natural e automédtico. Todos os atos para guiar, do consciente passam para o inconsciente, e nosso comportamento ao volan- te constitui-se, em quase a sua totalidade, de atos re- flexos. De maneira andloga o espirito, pela incessante re- petig&io dos atos indispensAveis ao seu desenvolvimento, nos cielos de seus estégios nos dois planos, incorpora todos os atos da inteligéncia ¢ da mentalizagdo nas ati- vidades reflexas do inconsciente. A fundamento do transformismo temos: — 0 reflexo a instituir-se na automatizagao de atos elementares; — 0 instinto, na conjugago de atos elementares, para © automatismo de uma unidade complexa de com- portamento; — a atividade refletida, na adaptacao incessante, @ que nosso comportamento deve satisfaz gdes que as leis da vida nos impéem, atividade refle- tida esta “. . .que é a base da inteligéncia nos depésitos do conhecimento adquirido por recapitulago e trans- 64 missfo incessante, nos milhares de milénios em que o princfpio espiritual atravessa lentamente os circulos ele- mentares da Natureza, qual vaso vivo, de forma em forma, até configurar-se no individuo humano, em tran- sito para a manutengao sublimada no campo evangé- Tico.” ([1], Cap. IV). 2 — A INTELIGENCIA ‘Ultrapassando, pela reflexfo automitica, os mais rudes crivos da adaptagio ¢ selegio, “. . .assimilando os valores miltiplos da organizagao, da reprodugao, da meméria, do instinto, da sensibilidade, da percepcao da preservagio propria”, ([1]), Cap. 3), o ser penetra as vias da inteligéncia mais completa, pelas quais, j4 ‘com a manifestagdo do pensamento, principia a enten- der, a captar mentalmente, o significado da vida ¢ das leis que o regem. ‘A inteligéncia manifesta-se, primeiro, como capa- cidade de captacao, de sintonia, estabelecida em fungao das conquistas {4 feitas; depois, como da raziio que se constitue na atividade refletida que organiza, seleciona, estrutura suas aquisicdes na determinacdo do seu agir; a seguir, ainda, como responsabilidade pela qual, cons- tatados 08 efeitos de sua ago, o Espirito, espontanea- mente, passa a distinguir os valores segundo os quais deve condicionar o seu agir. 3 — HEREDITARIEDADE Através dos estdgios nos dois planos, pelo nasci- mento e renascimento, a vida fica circunscrita & forma 65 em que se externa, segundo um complexo de leis que denominamos hereditariedade e transmitida pelos ge- nes ou fatores de hereditariedade, estudado na Genética. Pela heranga ¢ por intermédio das experiéncias in- finitamente recapituladas, 0 ser evolve através das for- mas (cuja elaborago foi guiada pelos Semeadores Di- vinos, no dizer de André Luiz), até @ do ser humano, para 0 qual “...0 corpo espiritual & feigo de proto- forma humana, jf oferece moldes mais complexos dian- te das reagdes do sistema nervoso, eleito para sede dos instintos superiores, com a faculdade de arquivar re- flexos condicionados,” ({1], Cap. VII) Dito de outro modo, elementos para a reprodugo nés os formamos continuamente, sob os impulsos da mente, que neles imprime’caracteristicas dependentes de seus estados. Por isso, numa encarnaco programa- da, os espiritos efetuam a escolha do elemento masculi- no que deve fecundar o elemento feminino. ‘A semelhanga, certas disposigdes fisicas, so 0s re- flexos da atuago das mentes dos genitores na formagao dos recursos da reprodugao. Neste caso a heranga resultaria um complexo de « leis pelas quais: 1° — Condicionado aos principios de seqiiéncia, © individuo compelido a renascer segundo a forma estabelecida pela heranca e entre seus semelhantes, com os quais, a base de esforgo, aprende a conduzir-se na prética do bem, o que Ihe assegura equilibrio ¢ poder sobre os fatores ambientais, “. . .a fim de criar valores mais nobres para os seus impulsos de perfeigao.” ([1], Cap. VID. 66 2° — Adquire uma série de caracteristicas im- pressas pela mente dos genitores, traduzidas em aspec- tos de forma, aparéncia, sade. . . 3° — Ele mesmo, porém, é 0 construtor de sua forma psfquica, segundo seu molde mental, com seus automatismos, tendéncias e valores, e todas as conquis- tas que efetuou ao longo de suas experiéncias mile- nares. De modo que 0 aparelho fisiolégico, embora seja © retrato da mente que o governa, tem algumas carac- teristicas que resultam daqueles que concorreram para a sua existncia no plano fisico. Mas até a propria convivéncia produz semelhancas. Marido e mulher, com © tempo, pela convivéncia intima, tornam-se pa- recidos. Mas, embora conduzida a renascer entre scus se- melhantes, a criatura tem certa possibilidade de esco- Iha, dentro dos limites posstveis estabelecidos pela he- reditariedade. Pela afinidade, situa-se entre mentes que se ajustem A sua, herdando deles corpo talhado para as suas necessidades, antes estudado, programado e guiado em sua formagio, por disposigées do Plano Es- piritual (Vide [2], Cap. XII. Por sua conduta feliz ou infeliz, entretanto, influi- 4 sobre 0 corpo com os estados da mente, enobrecen- do ou agravando a prépria situago, de acordo com a sua escolha do bem ou do mal. 4 — REFLEXOS CONGENITOS elo pensamento, o homem determina os impulsos que hao de gerir todo seu cosmo biolégico, ao mesmo 67 tempo que estabelece as possibilidades de comunicagao com o seu semelhante. Quando meditamos, quando nos fixamos no exame das idéias ou motivos que povoam nossa consciéncia, quando refletimos, enfim, sintoniza- mos com as mentes envolvidas na mesma ordem de pensamentos, independentemente da distfncia, trocan- do com elas os valores a eles relativos, conforme a sim- patia, a insisténcia ¢ a adaptacao da onda que emiti- mos, pelo esforgo de nossa vontade. E neste fenémeno que encontramos os princfpios de muitos outros que nos governam a vida psiquica, tais como o aprendizado, a sugestio, a criatividade, etc.. Para explicé+los, recorramos & analogia com os reflexos. Como se sabe, além dos sentidos, pelos quais cap- tamos estimulos causadores de sensages, 0 corpo pos sui-varios Orgéos receptores sensitivos que, transfor: mando uma ago mecfnica em sinal elétrico (impulso nervoso) enviam mensagens através da medula que po- dem ou nio atingir’o cértex cerebral e que, avaliadas, determinam resposta. Dentre as respostas, distinguimos reflexos congé- nitos ou incondicionados ¢ reflexos adquiridos ou con- dicionados. Denominam-se reflexos congénitos ou incondicio- “nados, respostas inconscientes, agdes instintivas ¢ in- ‘voluntérias que se instituem sem a intervengao do cér- tex, por vias préprias, hauridas da espécie, seguras, es- taveis, mecanismos do sistema nervoso central, com uma via sensitiva de entrada e uma motora de safdas proprias, envolyendo nao mais do que a medula espi- hal e o tronco cerebral. So exemplos: a retirada da mio de algo quente, quando tocado inadvertidamente; o piscar do olho a0 8 ser atingido por um cisco; e outros chamados proteto- res, posturais, alimentares ¢ sexuais. 5 — REFLEXOS CONDICIONADOS Denominam-se reflexos adquiridos ou condiciona- dos certos outros construidos pelo individuo, ao longo de sua existéncia, sobre os congénitos, A maneira de construgSes emocionais, por vezes instveis, que se uti- lizam do cértex cerebral, como 6rgio avaliador das mensagens, a partit do qual € estruturada a resposta. Para melhor compreendé-los recorreremos a céle- bre experiéncia de Pavlov. Embora as primeiras idéias sobre as ages reflexas se devam a Descartes, que as considerou como as unidades de ago do sistema ner- vyoso, deve-se a Pavlov (1903) a sistematizagao do estu- do cientifico dos reflexos a partir dos estimulos, desco- brindo os reflexos condicionados, com a Psicologia jé Ciéncia Experimental e nfo Metafisica, como o era até pouco tempo antes. Pavlov separou c&es recém-nascidos do convivio ‘™materno € os sustentou com aleitamento artificial. Cres- cendo, estes revelaram os reflexos congénitos, tais co- mo 0 patelar (0 reflexo provocado por uma batida no joelho) e outros. Entretanto, quando se Ihes mostrou carne, ou se Tha deu a cheirar, no segregaram saliva; €, isto, diante de um alimento tradicional para a espécie. A sectegio s6 se manifestou quando a saborea- ram, quando a carne Ihes foi colocada na boca. A par- tir disso, passaram a salivar mesmo quando somente a viam. O estfmulo dos receptores sensitivos préprios (a carne na boca), provocou um reflexo condicionado (0 gostar de carne), que passou a utilizar uma das vias do reflex congénita; isto é, provocou o desencadear da salivacdo nao mais como conseqiiéncia da excitagao dos 6rgios receptores sensitivos préprios, mas por um es- timulo captado pelo olfato ou pela visdo, e que, levado a0 cértex e interpretado, provocou a resposta sobre a via motora, de saida do ato reflexo; sem utilizar a res- pectiva via de entrada, portanto; como que em regime de enxertia, (Ler também [3], n° 257). © ato de alimentar-se ¢ hAbito j4 adquirido pela espécie em processo evolucionista, através das sucessi- vas reencarnagées, atitude espontanea, automética, en- quanto que o hébito de preferir carne é uma aquisigao presente, nova, pela qual hd criagao de “. . . impresses novas sobre um campo de sensagdes jé consolidadas”, ([4], Cap. XH). E, como este, muitos outros fatos apa- recem em que o mundo sensério do animal é enrique- cido por impresses novas que os varios estimulos po- dem provocar. 6 — REFLEXOS CONDICIONADOS PSIQUICOS De forma anéloga, podemos falar de reflexos con- _ dicionados psfquicos. Pensar é uma faculdade do Espirito: processo au- tomitico, espontfineo (0 anélogo do reflexo congénito).. Preferir deter-se nesta ou naquela ordem de idéias, 6 uma condigdo que instituimos presentemente, e que podemos alterar a qualquer momento. (O interesse pela ordem de idéias é 0 anélogo do interesse pela carne). E esta preferéncia que denominariamos de reflexo con- dicionado especttico. 70 A leitura de um jornal por diversas pessoas pode despertar, em cada um, a atengdo para assuntos diver- sos. Sempre que a nossa atengao é atraida para um motivo que acalentamos, desencadeia em nés uma res- posta mental (0 anélogo da resposta ao estimulo capta- do no pelos sensores, mas pelo olfato ou a viséo), uma reflexdo que foi provocada nao pela produgao natural das idéias no ato de pensar, mas por fator externo que as induziu provocando a resposta, porque nos encon- trou receptivos pelo interesse. Acresce que, retendo alguém, a mente, em deter- minada ordem de pensamentos, emite “...onda de sias que lhe so proprias, ao redor dos temas que Ihe- sejam afins, exterioriza na direg#o dos outros as ima- gens-e estimulos que acalenta consigo, recebendo, de- pois, sobre si mesmo os prinefpios mentais que exterio- rizou, enriquecidos de outros agentes que se The sinto- nizem com as criagdes mentais.” ([4], Cap. XID. 7 — SUGESTAO Os conceitos espiritas, acerca do psiquismo huma- no, fundamentam-se essencialmente, sobre a nogo de pensamento nele admitida, pela qual o reter-se alguém em determinada ordem de idéias, faz com que ele esta- belega comunicagao com mentes afins e se the enriqueca © teor das proprias, com os elementos que, por isto, se agreguem aos seus. Ea luz desta conceituago que a sugesto ¢ a auto- sugestéo passam a ter nova explicagao. Geralmente se acredita que o simples pensar, fa- culdade que possuimos com caréter de absoluta liber- n dade, nfo acarreta qualquer conseqiiéncia; que é isen- to de qualquer responsabilidade. Entretanto, o deter-se em determinada ordem de pensamento, desenvolve qua- dros mentais que, primeiramente, fixam 0 teor das vi- bragGes, o nivel de impulsos, com os quais a pessoa co- manda o préprio cosmo biolégico. Numa comparago grosseira, exercem papel seme- Ihante ao de uma tensfo de alimentagdo de uma televi- sdo: se adequada, temos bom funcionamento; se néo, aparecem deficiéncias que se traduzem em imagem dis- torcida, insegura, enfraquecida, reduzida, Secundaria- mente, tais quadros motivam nosso comportamento que, com 0 persistir dos mesmos, reforgados pela contribui- 40 daqueles que se poem em sintonia conosco, desen- volve hébitos ou desperta tendéncias adormecidas que nos alteram o carter ea personalidade, E por este mecanismo que, freqiientemente, so- mos conduzidos a procedimentos dos quais, a seguir, po- demos nos arrepender. E 0 que sucede, por exemplo, quando, em nossa maneira de ser, obedecemos a precei- tos que entendemos como meras regras instituidas ¢ nio como princfpios de convieggo. Por exemplo, pode-se ser honesto, nao porque se aceite a honestidade como um valor; mas sim porque ela é entendida pura e simples- smente como regra no pressuposto jogo das relagGes so- ciais, E-se honesto na medida em que outros 0 sé0; caso contrério, esté-se sempre pronto a defender aquilo que se reputa ser o proprio interesse; é-se manso até que no se seja provocado; é-se justo, enquanto convenha, Em grande ntimero nos mantemos em estado de acomodagao, com a perceptividade sempre aberta a to- do estimulo e com a mente sempre pronta a acolher os temas que eles induzem. 2 Acalentamos, muitas vezes, anseios que no pode- ‘mos revelar. Uma conversa, uma leitura, uma teferén- cia, uma imagem, atuam como elementos indutores — sugestdes — (0 equivalente do estimulo que nao utiliza os sensores) ¢ s40 0 suficiente para que nos ‘fixemos em elocubragées mentais que crescem, se agigantam em és, com o fortalecimento aportado pelas mentes que esto em sintonia conosco, e nos fazem praticar, as es- condidas, muitas vezes, aquilo que apregoamos ser atentat6rio &s boas regras de conduta. Alids esta é uma das razées pelas quais nao devemos julgar. Pois, a0 fa- zélo, entramos na faixa daqueles que condenamos e acabamos por incorrer nos mesmos atos. 8 — A TIRANIA DOS FRACOS Assim sendo, se nos torna evidente a necessidade de um constante ajuizamento de nossos intimos interes- ses, dado que somos livres no pensamento, de nos com- prazermos no bem ou no mal. Diz André Luiz, em ([4], Cap. XII): “O discernimento deve ser, assim, usado por nés outros a feigio de leme que a razo nao pode esquecer & matroca, de vez que se a vida fisica esté cercada de correntes eletrénicas por todos os lados; a vida espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em longo ‘coceano de correntes mentais, e dentro delas, impres- cindfvel que saibamos procurar a companhia dos espi- ritos.nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentagfo no bem, para que o bem, como aplicaco das leis de Deus, nos eleve & vida superior.” Resulta claro, em conseqiiéncia, o significado da observagao evangélica, em que 0 pecado € apontado ja no ato de pensar, ([5], Cap. VIII). B pensamento de natureza inferior, uma vez aca- lentado por nds, se amplia, se fortalece, se desenvolve, se enriquece de dados e elementos que nos compelem 2 ago, disfargada ou néo. Por ele nos associamos a cria- turas e mergulhamos em ambientes do plano espititual que nos causam quedas e nos precipita em situagées que nos denigrem. Nisto esta a razio de porque pes- soas, em certas instncias, agem contrariamente ao que apregoam; ou porque certas outras, que se propdem au- xiliar oriaturas falidas, podem deixar-se envolver pelas malhas de suas fraquezas. E 0 que se denomina de TI- RANIA DOS FRACOS, em Psicologia. Dado que a conjugagéo de ondas mentais é o im- prescindivel para o estabelecimento da influenciagio, aquele que estd em posigéo de socorrer, necessita bai- xar nivel mental a fim de transmitir. Mas se, inadver- tidamente, néo se mantém com os recursos suficientes para sustentar-se e conduzir, acaba por se comprome- ter. O proprio médium que se dispée a auxiliar neces- sitados, pode sofrer-Ihes a influéncia e, se nao tiver su- ficiente estatura moral para impedir 0 desenvolvimento das sugestdes, pode cair em estados de perturbaco. O mesmo aconteceria a um pregador, a um psiquiatra, a um psicélogo, a uma esposa, ou mesmo a um amigo. A perturbago pode nascer de uma invigilancia de nossa parte, de uma abertura que fazemos em momen- tos de passividade, de relaxamento do espirito, ou de transigéncia mental, pelas quais permitimos a sustenta- 40 de motivos menos edificantes ¢ damos acesso a cle- mentos indutivos que os fazem crescer até 0 ponto de nos fazer agir. [3] Allan Kerdec: Livro doa Espfetos. [2] André Luiz: Mecanismos da Mediunidade. 15} Allan Kardec: © Evangsiho Segundo o Espiritismo. Leituras Complementares: ‘As dos capitulos dos textos citados. Perguntas: : 19 © que entende por “o espino plasma 0 su prépri veeulo de exteriorizagao" 22) Como, pelas atividades reflexas, incorpore os patrim6nios rela: tivos & inteligéncia? 3.) Como se relacionam 0 reflexo, 0 instinto © a atividade re- fletida? 42) Como se constitue, evolutivaments, a inteligincia? 58) © que slo reflexos congtnitos? 82) © que € reflexo condicionado? sete 72) De que maneiza o mundo senssrio do animal é enriquecido? © que sio reflexos condicionados pelquicos? 92) De que forma a mente se enriquece de princfpios ou agentes ‘outres que 05 seus? 402) O que € a sugestio? 112) Nao julgueis! Interprote, 125) O que € a tirania das fracos? d— Pritica de Renovagio Intima: André Lulz — Respostas da Vide, Estudar ¢ pér em prética © Cap. 26.~ AULA PRATICA: TITULO: DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO ‘MEDIUNICO. 42 Parte: Abertura (20 min. ‘Ax: Recomendagées para # aula 2 min.) Verdadeira pureza e mios nfo lavadas (Ev. Seg. o Esp, Cap. VIL, n° 8 € 9). As As Ay permanecem os mesmos. 2+ PARTE: © TRABALHO (30 min). Os hébitos de alimentaglo dos homens so como o de suas idéias: uitapessdas ¢ pertencentes'« um pasado quo denuncia sinds ffncla expintua, Embora nfo se possa pretender uma mudanga radical de costumes omportamento, « hora da maioridade espiritual jé soou com s revelagéo do Evangelho, (© homem, que jé se erqueu com 0 levantamento dor dois membros agree pecs alterr sun paricipasto sem bjetives emt rae oe Violénca, toxra,egressividede, gla, epredasdo,exteminio,eapur- cieia, no podem figurer na condats de eada um. Fé que emoldurélos ‘i 15 de mansuetude, naturalidade, deliadeze,simplicdade, cooperasdo,respei- fo, greidap e boadade. ‘fim dos tempor que se aguarda &o fim da grosteia, da brotalidade, rs Gngrossarna ert do culto dn edicagio ¢ da virtuosidade, da obedien: Ee h Lal de suxflos métuos (0 que € necessério entender, asima de nido, € que o vampliismo & sempre Wovido a0 nosio estado menial. Assim como 0 deleio fico & ‘cause do aberture a infeogdes, assim 0 desieixo mental € porta de acess0 Bs Inteogbes Futaias, ‘Assim como & um st que quia slangr ruta, prncin coisa que se the pede & vida reprads, asim para 0 médioi antes do GEzenvalvimento 06 ihe requer “ermae 9 corajde com a la do amor ¢ ds Stbedora”y or Grgfos em Rarmonia, E lembrar que, como maior ant{goto oniza todos os males, 0 primer passo é a oro, 6 CAPITULO VI SUGESTAO E PASSIVIDADE 1 — EDUCACAO E COMUNICACAO © que denominamos indugiio, em termos de pen- samentos, € 0 que mais comumente se denomina de su- gestio. Grande € o néimero de criaturas que nao tém capacidade de conduzir seus proprios pensamentos, de nortear sua vida mental segundo suas legitimas deter- minagdes. Tém a mente abandonada & matroca, sempre influencidvel, constantemente guiada a fixar-se nos as- suntos que os estimulos externos Ihes sugerem. Dai a inconveniéncia da revelacao indiscriminada das maze- Jas humanas, pelos meios de comunicag&o com caréter meramente expositivo, dirigida & curiosidade, destitui- da de senso educativo, para um ptblico indiferente, em grande parte despreparado, nada interessado no estudo € na aquisicao de conhecimentos. E 0 que € pior, muitas -vezes apenas feita, visando fins manos dignos. A exposig&o de um fato sempre reproduz, na men- te dos que a ouvem, os quadros relativos & capacidade receptiva e conceptual de cada um, estabelecendo res- sondncia nos motivos que a pessoa acalenta. n Assim sendo, a apresentagdo da violéncia, mesmo se efetuada visando a exaltacdo da justiga, pode produ- zir efeito contrério; pode desencadear, em certas men- tes, processos que conduzem a sua pratica. O espetéculo de libertinagem, apresentado com os requintes de de- talhes que o realismo reclama, pode induzir a0 desen. volvimento de cargas emotivas, que terminam na sujei- fio aos mais variados vicios. A propaganda que apre- senta as delicias do saboreamento das mais diversas beberagens, a fim de vender produtos, desperta a pro- pensdo para o aleoolismo superando, com muito mais forca, todos os esforgos dirigidos a combaté-lo. © delitio “tremens” é este fendmeno tomado pa- tente pelo descontrole emocional ‘do alcoélatra que, diante de uma bebida, passa a tremer, s6 se aquietan- do depois que a tenha ingerido ou tenha saciado a’ ape+ téncia que a simples visao the desperta. E 0 mesmo fendmeno apontado, em ([1], Cap. VID, em relagS0,20 medo criado pelas idéias de bru- xaria e demonismo. A pessoa tem a disposi¢ao ment: a sugesto a excita, e as entidades malfazejas the imp mem maior amplitude, a fim de se aproveitarem da si- tuago, No caso do alcodlatra, ela fica incapaz de do- minarse e tornase “caneco vivo” de desencarnados. £ imensa a quantidade de pessoas que trazem, em seu intimo, o estigma de quedas e fracassos dos mais variados géneros, tidos em reencarnagSes pregressas que se encontram, nesta, em condig&o reeducativa. A guisa de doentes em recuperagao, néo dispoem de for- tes recursos préprios de sustentago, sendo muito vul- nerdveis as sugest6es que Ihe possam reacender, qual vento a soprar, a fogueira latente nas brasas ainda ace- sas da inferioridade. Mas, mesmo espiritos de escol po- 8 dem, em certas ocasiées, ter antigos impulsos, vividos em um estdgio de desenvolvimento inferior, redesper- tados e a provocar-lhes estados de angistia desespe- ragio, A liberalidade com que certos assuntos sfo tratados por alguns dos mais vatiados meios de comunicacio, com evidente intuito de auferir lucros, é também, em grande parte, responsével pelo recrudescimento das cha- gas sociais, Argumenta-se que tal atitude € feita em apoio ao movimento que pretende reestabelecer a ver- dade perdida pelos desvios do dogmatismo que, enve- redando além dos limites da experiéncia e da observa- co, termina por impor regras e sistemas, muitas vezes contrérios as proprias leis naturais. Mesmo reconhecendo que o dogmatismo é sistema ultrapassado, com um contetdo que esté a exigir uma revisdo total, nem por isto torna-se vélido entronizar de novo a “opiniio”; como no sistema dos sofistas, muito ao gosto de alguns que hoje tém acesso aos meios de comunicago. © Espiritismo demonstra que mesmo o conheci- mento das leis que governam o espitito, deve ser feito de forma tedrico-experimental, segundo 0 modelo da fisica moderna, ao contrério do Dogmatismo, cujo mo- delo é a geometria euclidiana, O levantamento de todas as opinides acerca de um fendmeno, nao conduz a qualquer conhecimento. Isto € resultado ja definitivamente alcangado por Sécrates, seu descobridor, quando com seu método, definiu as diferencas entre conhecimento cientifico opiniao. O que mudou foi o modelo: para ele era a Geometria; pa- ra nds, € a Fisica, Nao foi o conceito que mudou. O conhecimento nio se efetua sobre o levantamento da ” opinido publica, mas na abordagem dos fatos com mé- todo cientifico e por parte daqueles que, para isto, este- jam devidamente preparados. A teoria atémica, a fiss4o nuclear, o desenvolvi- mento tecnoldgico, para a fabricagaio de automéveis, misseis ou computadores, nfo é produto de enquete pttblica. Certamente que a ninguém, hoje, ocorrerd teoreti- zat sobre o evolucionismo das espécies, acerca do desen- volvimento da vida, desde a ameba até o homem, rela- tivamente as eras geol6gicas, sobre a Biblia; também no o faré colocando-se numa esquina indagando de todos os transeuntes. Fa-lo-4 porém procedendo ao es- tudo, ao levantamento, ¢ a elaboragao de dados e de fatos, com método apropriado, capaz de conduzi-lo & descoberta do verdadeiro conhecimento, que € 0 que atende aos fins da Educagao. © mundo é regido por leis finalistas e a ninguém 6 permitido derrogé-las. H4 valores e normas de con- duta que se impdem para a ordem e equilibrio da cria- tura, seja em relagdo a si, seja em relagio & Sociedade. Descobrilas ¢ um dever, mas & tarefa que exige pre- paragio e responsabilidade, porque a verdade 6 se apresenta aueles que tém a disposigao de colocéla para o bem de todos e a servigo do bem geral. 2 — O HIPNOTISMO Como j4 vimos, fendmenos subjetivos sio aqueles fenémenos espiritas de natureza puramente mental. Em ({2], Cap. XHI a XVI), André Luiz relaciona todos os 80 fenémenos da indugo mental, com base no reflexo con- dicionado psiquico, anteriormente explicado. Sugesto, mediunismo, hipnotismo, letargia, catalepsia, sonam- bulismo, relativamente a0 aspecto comum de influen- ciagdo de um espirito por outro, difeririam tio somen- te pelos diferentes graus de passividade do influencia- do, Entretanto, explica ele, a influenciagdo ndo se dé somente nestes estados; ela é grandemente presente em todos 08 fatos de nossa vida e de uma forma por nés geralmente insuspeitada. Jé estudamos que, pelo reflexo condicionado: pst- quico, sintonizamos com determinada ordem de idéias, pura é simplesmente pelo toque indutor de um estimu- fo adventicio. Uma vez que abriguemos certas idéias em nosso intimo e nos tenhamos afeigoado a elas, um simples estimulo ou sugesto desencadeia sua manifes- rag, enriquecendo-selhe o contedido pela sintonia com outras mentes que também as tém. Vimos também que, no circuito meditnico, a men- te receptora deve poder estabelecer sintonia com a men- te emissora e colocar-se em posi¢ao de adesto ou acei- tac&o. Nisto permite-se o estabelecimento da corrente mental, em circuito fechado, entre ambos, e o recebi- mento da comunicagdo. Pois bem, o fenémeno hipné- tico liga-se a este mecanismo, e ele mesmo pode ser explicado em termos de sintonia, adesdo e estabeleci- mento de circuito fechado. Em primeiro lugar, para um hipnotizador hé pes- soas que so mais suscetiveis de aceitar-Ihe a influen- ciagdo e outras que o sdo menos. Para determiné-las, 0 Ripnotizador solicitarthes-4 fixarem um ponto ou um local, proibindo a perturbagdo ou o gracejo, Com aquelas com as quais ele pode porse em sintonia, 81 estabelece-se 0 circuito fechado; e, desde que estas se predisponham a manter a sintonia provocada pelo to- que do hipnotizador, passam “...a absorver-lhe os agentes mentais, ptedispondo-se a executar-Ihe as or- Tal influenciagio independe da distancia: pode-se dar através do radio, de gravagles ¢ da televisio. Desde que as pessoas “...se rendam profundamente A suges- fo inicial recebida, comegam a emitir certo tipo de onda mental com todas as potencialidades criadoras da ideagdo comum, e ficam habilitadas a plasmar formas- pensamentos que lhes sejam sugeridas, formas essas que, estruturadas pelos movimentos de ago dos prin- cfpios mentais exteriorizados, reagem sobre elas pré- prias, determinando os efeitos ou alucinagées que thes imprima a vontade a que se submetem, ‘Temos af a perfeita conjugagdo de forgas ondula- t6rias.” Isto é, “...Induzidos pelo impacto do comando do hipnotizador, os hipnotizados produzem oscilagdes mentais com freqiiéncia peculiar a cada um...”, entrando em contacto com a onda do magnetizador vol- tam “...com a sugestao que Ihes & desfechada, esta- belecendo para si mesmos o campo alucinatério em que lhe responderao aos apelos”. ({2], Cap. XIII) Quando pensamos em certa ordem de idéias, cria- mos ondas mentais — ideagdes em que as forcas men- tais so produzidas por nds — forgas estas que nos compelem nesta ou naquela dirego; quando hipnotiza- dos, as ideagdes tém as forgas mentais induzidas pelo hipnotizador e agimos de conformidade com o coman- do dele e nfo nosso, 82 3 — IDEIA-TIPO E REFLEXOS INDIVIDUAIS Na conjugagto mental a onda emitida pelo passivo 6 neutra, Excitada pela idéia emitida pelo hipnotizador, atua sobre o psiquismo de cada um, excitandolhes os reflexos préprios. Por exemplo, explica André Luiz: se houver vé- rias pessoas sob 0 comando de um hipnotizador ¢ este sugerir a idéia de frio, esta idéia é Gnica para todos. E uma IDEIA-TIPO, segundo ele diz. Tal idéia atua co- mo estimulo: estabelece o desencadeamento de um re- flexo condicionado, semelhante Aquele da salivaci provocado pela viséo da carne em cies; 0 congéni seria provocado pela sensagbes de frio provocada por uma baixa temperatura; 0 condicionado é aquele pro- vocado pela idéia tipo do hipnotizador. ‘A esta idéia, entretanto, cada um responderé com reflexos préprios distintos. Assim, se a idéia sugerida for a de sentir frio, como diz André Luiz: “Aqui, um deles abotoard fortemente © casaco; ali, outro se encolherd, vergando a cabeca para 2 frente; acolé, outro faré gestos de quem tome agacalho, utilizando objetos em desacordo com os que imagina e além, ainda outras tremerdo, impacientes, como que desamparadas A ventania de um temporal”. (121, Cap. XT) Analogamente, se.a idéia sugerida for a de tocar violino, cada hipnotizado passard a agir como se 0 es- tivesse fazendo, Somente que aqueles que porventura sejam possuidores dessa arte, tomardo postura e atitu- des corretas, como realmente se estivessem tocando; os outros exibirdo “gestos grotescos, manobrando a for- me-pensamento quais se fossem criangas injuriando a arte musical”. 83 4 — HIPNOSE E TELEMENTACAO Referindo-se & telementagdo efetuada no estado hipnético, explica André Luiz que “em determinados estagios de ocorréncia hipnética, verifica-se o despren- dimento parcial da personalidade, com o deslocamento de centros sensoriais”, embora continue ela controlada pela onda do hipnotismo. Nesta condigdo, este poderd sugerir que 0 passivo se considere determinada pessoa do conhecimento de ambos. A imitagdo dar-se-d de for- ma mais ou menos imediata. Entretanto, se a pessoa su- gerida nao for do conhecimento do segundo, a resposta nao seré tao facil e ela. poderé estabelecer-se 36 apés ongos exercicios de telementago especializada, entre ambos. Isto ocorre porque faltam, ao passivo, ao sujet, re- ‘cursos imaginativos para poder responder a0 comando. Na linguagem jé citada, na analogia do cérebro com 0 gerador shunt, dirfamos que falta, no caso, magnetismo residual. Em ambos os casos, seja no de tocar violino ou no de assumir determinada personalidade, a melhor resposta depende dos recursos imaginativos, do conhe- cimento que o sujet tenha a respeito. 5 — SUGESTAO E AFINIDADE Outro elemento muito importante, para a respos- ta € a afinidade entre ambos. Diz André Luiz, em ([2], Cap. XID: “Estabelecida a sugestio mais profunda, o hipnotizador pode tragar ao sujet, com pleno éxito, essa ou aquela incumbéncia, de somenos importancia, para ser executada apds que desperte do sono provocado, se- ja oferecer um ldpis ou um copo d’4gua a certa pessoa, 84 sugesto essa que, por seu caréter elementar & absorvi- da pela onda mental do passivo, em seu movimento de refluxo, incorporando-sethé automaticamente, 20 cen- tro de atengdo, para que a vontade Ihe dé curso no ins- tante preciso”. Isto no se processaria “de modo tio simples se a sugestio envolvesse processo de mais alta responsabili- dade na esfera da consciéncia”. Se o hipnotizador sugerir, por exemplo, um ato em estado de vigilia o passivo repeliria, algo con- jo aos seus princfpios morais: matar, por exemplo; ou assumir atitude indecorosa; cometer ato para ele imoral, a resposta nio se realizaria, “.. .porquanto, nos atos mais complexos do Espirito, para que haja sintonia nas ages que envolvam compromisso moral — continua André Luiz —, é imprescindivel que a on- da do hipnotizador se case perfeitamente & onda do hip- notizado, com plena identidade de tendéncias ou opi- nides, qual se estivessem jungidos, moralmente, um 20 outro nos recessos da afinidade profunda”. E de se notar que estes fatos relativos ao hipnotis- mo, sZo aqui descritos porque o fendmeno esté ao nos- so alcance e nds podemos efetué-lo em laboratbrio, de forma repetitiva, tantas vezes, quando e onde quiser- mos. E assim como aqui se apresenta a problemética, no fenémeno meditinico o processo se realiza de forma andloga. © médium procede, em estado de transe, em liga- so mental e em circuito fechado com o espirito comu- nicante, segundo excitagHo provocada pelas idéias-tipo que Ihe séo sugeridas, em concordancia nfio somente com seus reflexos tipicos, mas também em fungao do 85 tipo de sensibilidade que ele tiver: auditiva, vidente, de escrita mecénica, ete. Na psicografia, nfo hé a tomada do brago propria- mente dita, por parte do espirito comunicante; h4 ape- nas a ordem de escrever tais ou quais idéias, da mesma maneira que sugerida a idéia de representar esta ou aquela pessoa a um hipnotizador, com a diferenga de que maior € 0 grau de passividade, maior € o néimero de recursos exigidos para 0 ato de escrever, governados pelo comando da mente comunicante. ‘Numa linguagem pouco precisa, poderfamos dizer que este comanda os recursos que o médium abandona a0 seu comando, o que depende do grau de passivida- de, que nunca € feito de maneira integral. A resposta seré melhor ou pior, mais ou menos fiel, segundo 0 co- nhecimento do médium e segundo a afinidade entre ambos. A resposta se estabelece pela conjugacio mental, na qual o passivo passa a agir de conformidade com seus prOprios reflexos, condicionadamente 20 seu co- nhecimento e & afinidade com o atuante. Este € 0 motivo pelo qual, mesmo comunicagées auténticas sGo tidas por manifestagdes animicas pelos ouvintes menos avisados porque, em virtude da afini- dade, quando os espfritos pretendem. comunicar-se, an- tes de fazé-lo, estudam a possibilidade do médium, cin- gindo sua manifestagao a ela. Isto faz com que a co- municagdo resulte limitada & faixa do médium em ter- mos de expresso, embora no o seja em termos de contetido. Mas isto € assim com qualquer talento humano. ‘Um artista, embora recorra 4s mesmas fontes de estu- do, ao mesmo rol de informagées, e empregue 0 mesmo 86 tempo de esforgo ¢ burilamento, se exprime sempre com as caracteristicas que Ihe so proprias. Apresenta um estilo, uma sensibilidade, uma forma de se exptes- sar inconfundiveis, pessoais, que o situam em um certo grau de escala do estrelato. ‘Na esfera meditinica é 0 mesmo: “.. .cada servi- dor se reveste de caracteristicas préprias. © contetido sofreré sempre a influenciago da for- ma e da condigo do recipiente. Essa é a lei do intercambio. ‘Uma taa no guardaré a mesma quantidade de 4gua, suscetivel de ser sustentada numa caixa com ca- pacidade para centenas de litros. © perfume conservado no frasco de cristal puro no seré'o mesmo, quando transportado num vaso guar- necido de lodo. sdbio nfo poderd tomar uma crianga para con- fidente”, ([5], Cap. 28). Entretanto, 4 maneira do homem, que revelando um talento, pode fazé-lo através do estudo, do exerc{- cio, do burilamento continuado, semelhantemente a “Mediunidade... para o servigo da revelagao divina; reclama estudo constante e devotamento ao bem para © indispensdvel enriquecimento de ciéncia ¢ virtude.” CIS], Cap. 28). Enfim: “Nao hé bom médium, sem homem bom”. ‘Nao hé manifestagdo de grandeza no Céu, no mun- do, sem grandes almas encarnadas na Terra. Em razo disso, acreditamos que s6 existe verda- deiro 2 proveitoso desenvolvimento psiquico, se esta- mos aprendende a estudar e servi.” ([3], Cap. 36). 87 4 — Bibliografia: [1] FEESP: Dor ¢ Destino, [2] André Luiz: Mecenismos da Mediunidade, (5) Emmanuel: Roteiro. b — Leituras Complementares: ‘As dos capitulos das obras citadas no texto. o — Perguntas: : 4) © que pensa a respeito do apontamento indiseriminado das ‘mazelas humanas pelos meios de comunicasao% 22) Té viw alguém acometido de deliio “tremens”, diante de uma ‘bebida? Que ache da propagenda que apregos os prazeres do loool? Por que? 132) As razbes das chagas socisis sfo muites. Conhect as, demanda ‘estudo sério ¢ profundo. Apesar disso, poderia apontar algu- ‘gumas.com conhecimento de causa? 42) Novamente: Qual 2 diferenga entre opinio e saber? 52) Quando uma sugestio pode desencedear em nosso fntimo & rmanifestasio do idéies? 62) Explique 0 mecanisme da hipnotissgio. ‘Explique como atus, sobre vérios hipnotirados, ums idia tipo. Pode 0 hipnotizador fazer qualquer sugestio ao sujet © Ser sempre obedecido? 92) Qual a semelhangs entre o fendmeno hipnstico ¢ o meditnico? 1) Por que a resposta do médium nem sempre € fiel A emissfo do comunicante? 11.9 O que entende por Lei do intercambio? Explique. 4 — Pritica de Renovagio fatima: André Luiz — Respostas da Vida. Estudar © por em pritica © Cap. 25. © — AULA PRATICA: ‘TITULO: REFLEXOS. As PARTE: Abertura (20 min). Ax: Recomendacdes para a aula (2 min). InjGrias e violencias (O Ev. Seg. o Esp., Cap. IX, n° 1.8.5). ‘As,As Au, permanecen os mesmos. 22 PARTE: © TRABALHO (50 min). © ser evolue incorporando em si mesmo os valores que a experigacia id Proporciona, Isto ele 0 faz através dos automatismos, das atividades rare, Me ce ty ders dy clomid 7 is Fae compe rigido pela atividade Reflexo congénito ¢ reflexo condicionado dist elas causas exe Seen cont tlio nnn termes ely ces ito, els € constituide pelos sensores, nervos ¢ elementos do sistema nex ‘esstegao 6 felta por uma en Ee carck que, interpretando-o,o devencadeia ela mesma Vin de Feeposta, 435 reflexo songénito correspondente. ‘£4, explcnee 0 upimento de idélas em nossa mente, Spe a pe He ts ef, com 0 noe de roles snd a we Tome ‘pocque wcalentans 2. Ed che dence se obs om estado 4 eeiebcede, podem seo por SE semalo extemo ¢, 8 partir dito, desencadsinge 6, processo mental oa a cccrepontete, ’ desta manera que a mente se enriquece de valores, © cata € 2 ‘Sema pela qual so realize 8 supestfo. CAPITULO VII © MEDIUM E SUAS DIFICULDADES — CAPACIDADE RECEPTIVA Estudando o fenémeno do reflexo condicionado, André Luiz faz a pergunta que surge espontinea: — Se 2s idéias, na comunicagdo, sao oferecidas pela entidade communicante, neste caso elas néo poderiam atuar como estimulos provocando o reflexo psiquico condicionado? Sendo assim, nfo terfamos o médium a externar suas préprias idéias e mistificar a comunicagao inconscien- semente? “Sob a evocagdo de certas imagens, o pensamento do médium no se tornaria sujeito a determinadas as- socizgées, interferindo automaticamente no intercém- eatre os homens da Terra ¢ os habitantes do Além? 2, Cap. TX). — No h4 divida — respondia Calderaro — .-0s reflexos condicionados enquadram-se, efetiva- mente no assunto. ..”, embora tenhamos de convir que © fenémeno é bem mais complexo que o dos simples reflexos condicionados dos ces. Entre um comunican- ot te e um médium hé bem mais que reflexos: “hé emis- sbes de outra mente em sintonia com a dele”. Mas € preciso ndo confundir entre “associagao de idgias” e o que se denomina de Animismo. Por exemplo, verificando 0 que ocorria em deter- minada sesso de desenvolvimento, podia-se observar onze pessoas das quais, “com excegao de trés pessoas, os demais... guardam atitude favordvel... a irma Eulélia... com o estado mais receptivo; dos oito co- operadores provaveis, € a que mais se aproxima do ti- po necessério”. No entanto, o comunicante, médico, entendendo fazer algum bem além-témulo, propds-se “efetuar certo plano de socorro aos enfermos desam- parados. O intercimbio com os desencarnados nao po- deria ajudé-los a ser criaturas melhores. Impossivel se- tia instalar o paraiso na Crosta do mundo em algumas semanas; entretanto, era licito cooperar no aprimora- mento da sociedade terrestre, incentivando-se a pritica do bem e a devogiio & fraternidade.” Mas.ndo se dispde de médiuns que tenham perfeita afinidade com todos os espiritos e em todas as situa- gGes. E a mediunidade nfo € uma disposi¢fo que se utilize como uma lampada num circuito elétrico, em que apenas se liga e desliga, deixando passar a corrente. A mediunidade é uma sensibilidade semelhante a um talento, (Cap. 3), possibilitando intermediagao e para a qual concorrem todos os recursos da persona- lidade. Eulélia apresentava muito boa vontade, mas o médico “nfo encontra em sua organizagao psicofisica elementos afins perfeitos: nossa colaboradora nao se liga a ele através de todos os seus centros espirituais; nao é capaz.de elevar-se & mesma freqiiéncia de vibra- 92 so em que se acha o-comunicante; no possui suficien- ® “espago interior” para comungar-Ihe as idéias e co- nhecimentos; nfo Ihe absorve o entusiasmo pela cién- cia, por ainda ndo trazer de outras existéncias, nem haver construido, na experiéncia atual, as necessérias teclas evolucionétias, que s6 0 trabalho sentido e vivido Ihe pode conferir”. Mas o médico, em virtude da boa vontade da mé- diam poderd realizar o nobre desejo de ajudar. Entre- tanto, “em face das circunstdncias terd de por de lado 2 nomenclatura oficial, a técnica cientifica, 0 patrim6- nio de palavras qut lhe é peculiar, as definigdes novas, 2 ficha de renome, que lhe coroa a meméria no efrculo dos conhecidos e dos clientes”. Terd de usar “a seu vumo, a boa vontade...; € que em matéria de mediu- nismo hé tipos idénticos de faculdades, mas enorme desigualdade nos graus de capacidade receptiva, os guais variam infinitamente com as pessoas”. 2 — © TRATAR COM MEDIUNS _ Pois bem, dispondo-se 4 comunicagio, “os com- patheiros em’ posi¢ao receptiva” absorviam “... a smissZo mental do comunicante, cada qual a seu mo- do". Cada um “.. .recebia 0 influxo sugestivo que de logo Thes provocava a ..divre associagio dos psica- azlistes. ..°, isto € 0 fluxo espontiineo de idéias a que ‘os psicanalistas deixam entregues os pacientes a fim de Jocalizar elementos emocionais perturbadores. _Um “...recordou comovente paisagem de hos- pital; ume... enfermeira bondosa que com ele travara 93 pensamentos de simpatia para com os doentes * esamparadn; duas senhoras lembraram da caridosa missfio de Vicente de Paula; a uma velhinha acudiu a idéia de visitar algumas pessoas acamadas... queridas; um jovem reportara-se a notéveis paginas... so- bre piedade fraternal... Somente Eulélia recebia o apelo comunicante com maior nitidez... envolviase em seus pensamentos; possuiia-se, nao s6 de receptividade, mas também de boa disposigao para servi-lo.” Deu-se enfim a comunicagéo pela psicografia, “O comunicado era vazado em forma singela, co- mo um apelo fraternal.” Findos os trabalhos, foi posta em déivida a iden- tificagio do comunicante; as caracteristicas nao condi- ziam com o que se pensava dele. E af levantouse a hip6tese animista: mistificagdo inconsciente do mé- dium, em lugar do. intercambio com o habitante do Além. Observacdo leviana, que se revelava desconhe- cimento do fenémeno, sé servia para criar hesitago no médium em desenvolvimento. Por causa disto muitos médiuns se esquivam dele, recusam o exercicio medit- nico, porque passam a duvidar de si mesmos; se a ma- nifestagao é deles ou de entidades. O assédio aos médiuns, as solicitagdes descabi- das, a sofreguiddo pelas orientagdes que se buscam co- mo se fossem manifestagdes de ordculos infaliveis, co- ocam 0 medianeiro, mesmo um experiente, em situa- g6es incémodas que terminam por fazé-lo desertar da miss&o. 94 Além de que buscam-se resultados imediatos como se pera o médium no valessem as leis que a tudo re- gem, como se ele estivesse dispensado de crescer e de eperizigoar-se com o tempo e com 0 esforgo. (Leia 12], Cap. 13). 3 — ANIMISMO As limitagSes meditinicas ¢ a associagdo de idéias nade tém a ver com 0 “Animismo, ou conjunto de fe- némenos psiquicos produzidos com a cooperacao cons- ciente ow inconsciente dos médiuns em ado.” ([3], Czp. XXID. Nele temos “ocorréncias... nos fenéme- nee meditinicos... com a propria Inteligéncia encar- ede comandando manifestagSes ou delas participan- do com diligincia. Certos sensitivos, por exemplo, em algumas situa- sss, t3is como o ambiente espfrita, uma mesa de con- SentragSo, a sugestio em estado hipnético, podem ter @ sciodir da meméria em faixas diversas. Hé casos em ge tl afloramento esté ligado a um estado obsessivo. Entidades cbsessoras, vingativas provocam o remem saz des fatos em outras épocas, o relembrar de situagSes passedes angustiantes e podem tomar o sensitivo viti- mae destas idéias. ‘Também pode-se dar 0 caso de defrontar-se ele = simuagSes idénticas as vividas em outras existén- cigs, que The produzem o reavivamento de todas as sqmcoies i vividas; ou entdo cair em tal estado com a presence de antigos inimigos, entrando em perturbagdo cesejuste. Também poderé ter lembrangas provocadas sem qualquer processo obsessivo, nas quais a pessoa se vé 95 Coder? Mas ceder € entregar-se a outrem e, isto jamais o fazemos integralmente. Somos uma personali- dade com bagagem moral, intelectual, propria, Nem no estado hipnético isto acontece. E quem comanda dé uma ordem que colida com os principios morais do comandado, este nfio obedecer4, mesmo em transe. O médium, por mais que se predisponha a ceder, serite, que é ele a expor-se diante de uma assisténcia; que € julgado, criticado, desacreditado. Muitas vezes é ridicularizado ou exposto & desconfianca pelos incté- dulos. Sua capacidade de ceder fica tolhida por unt sem némero de impressGes negativas que o tornam temero- so de expor-se. Sente a mesma dificuldade que qualquer uum sente ao enfrentar um pablico e ao fazer uma ex- posigGo. Mas mesmo que ele supere tais impresses, € preciso que aprenda.a confiar, a devotar-se 2 felicida- de do préximo, a dar de si; ‘alcangar “elevada com- preensao do bem coletivo, avangado espirito de con- curso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opiniao alheia”. Saber ouvir! Mas para isso é preciso silenciar as préprias idéias. E, em geral, nés somos imodestos, sa- bemos sempre mais que os outros. Temos uma opiniao sobre tudo, um ponto de vista, nfo facilmente remo- vivel. E se algum conccito nos atinge faceta menos © ajustada da personalidade, j4 constitui uma ofensa. Aprender a ouvir crescer em humildade, néo ser vaidoso, revoltado, colérico. E, apés termos aprendido a ouvir, € preciso entender, caso contrério nos sentire- mos tolhidos em transmitir, o que é natural, inevitaével ¢ impossivel de conter. Para isto “. . .faz-se mister 0 refgio freqiiente & moradia dos principios superiores...”. A mente do servidor hé de fixarse nas zonas mais altas do ser (0 98 cperconsciente), onde aprenderé o valor das concep- gSes sublimes, renovando-se e quintessenciando-se para constituir elemento padréo dos que Ihe seguem a tra- jetdria.” ({1], Cap. IX). E preciso elevar-se’em conhecimento, desenvolver ‘zsmo pelo saber, pelo bom, pelo belo, caso con- do ecoaré em nés mensagem que os revele. E isto como no é atitude normal dos homens, cria mais wm obstéculo para que assim procedamos; nos isola, nos afasta dos outros, nos cria incompreensao que, por wezes, poderd tornar-se bastante dolorosa. “. . . todavia digo representa artigo da Lei que nos estatui adguirir para podermos dar. Ninguém pode ensinar ca- suithos que ndo haja percorrido... No mediunismo ‘sempem.... o colaborador serviré com a matéria mental gee the € propria, sofrendothe as imprecisdes naturais Giante da investigagio terrestre; e, apts adaptar-se aos imperatives mais nobres da rentincia pessoal, edificard, nm de improviso, mas & custa de trabalho incessante, © szmpio interior de servigo, no qual reconhecerd a su. pemioriiade do programa divino de seus caprichos hu- ida essa realizacdo, estard preparado para ‘Seiomizar-se com o maior ntimero de-enearnados ¢ de- senesmnados, oferecendo-lhes. .. oportunidade de se en- soecrarem uns com os outros... -todos nés (encarnados e desencarnados), que os contamos por centenas de milhdes, nfo prescind? snes de medianeiros iluminados, aptos a colocar-nos em comunicepo com as fontes do Suprimento Superior. . Amor ¢ Sabedoria so substancias divinas que nos man- im 2 vitelidade. . -mediunidade € elevago de nossas qualidades seceptives para alcangarem a necesséria sintonia com os mazanciais da vida superior...” ([1], Cap. IX). 99 em outras existéncias, sem reconhecer-se a si mesma. Neste caso a pessoa se vé qual outra entidade e pas- saré a exprimirse como tal, sem que suspeite estar a revelar seu proprio subconsciente. Outra faixa poderd ser aquela em que ele cons- truiu impresses, imagens acerca de fatos, personagens totalmente inexistentes e tio somente criadas por sua propria imaginago. Ao ler, ao estudar, ao tomar co- mhecimento de certas personalidades, ou fatos hist6ri- cos, associamos, &s imagens colhidas, idéias préprias, impress6es de pura fantasia falseando-as de nogdes & conceitos, revestindo-as de inverdades ou deforma ges, totalmente alheias a clas. A libertacdo de tais imagens, retidas na meméria, de maneira descontrola- da, sem a distingo entre o aprendido e o acrescido, fa~ zem aflorar ao consciente as Jembrangas, com a forga de verdadeiras imagens presentes, e levam o sensitivo a confundi-las com entidades presentes ou com fatos que se verificam ou que se verificario. Daf ser inclinado a afirmar que tal ou qual personagem se Ihe apresenta. Todo excesso de imaginag&o pode criar acervo de idéias que podem aflorar como fatos que se apresentam como comunicacdes meditinicas. Um sonho, uma fan- tasia, uma mentira, podem alojar-se no espitito e aflo- rar como fatos veridicos. Um mentiroso pode acabar acreditando nas prOprias mentiras. Mas isto diz respeito & anormalidade, a obsessiio, © & provagdo, muito comum nos fendmenos de alienagéo mental, ou em fases iniciais de desenvolvimento, em que o candidato a médium, permanece em fase de pro- funda conturbago, exigindo esclarecimento e socorro. Excetuam-se os fenémenos fisicos em que, em ¢s- tado de letargia, o espitito, ao desdobrar-se, pode pro- 96 wocar, como no faquirismo, “em relativo estado de consciéncia, certos fendmenos. . .” + — EMBARACOS DA TAREFA MEDIUNICA. No fenémeno meditinico hé a manifestago de uma eatidade quando o médium sintoniza, em comunhio e sdesE0 de boa vontade, com ela, para a recepsao. A Emitaggo reside na afinidade. Na psicografia, por exemplo, o espirito emite radiacOes, impulsos que ‘zuzm nos recursos do médium suscitando-the associa- sie de idias, sobre as quais se estrutura uma aco, & semetkenga do que acontece com o reflexo condicio- sudo. Com 2s limitagbes e as caracteristicas do inter- snediésio, sem preciso absoluta, de forma inevitével, sem qu isto constitua manifestaggo animica. Dé-se al- somo se houvesce uma traduodo, limitada a servir-se dns rerarsos postos & sua disposicao. E estes meios po- dext Ser atrescidos pelo médium, pelo esforgo, pelo au- arlamento, e exemplo do atleta que pode melhorar suas “performances” pelo treinamento, dedicagao, dis- imma drvore nasce produzindo, e qualquer requer burilamento. A mediunidade gos, sua evolugdo, seu campo, sua rota, é imperioso que o intermediério cresca em va- 2 Ninguém receberd as béngaos da colhei- Semi ¢ suor da sementeira.” ([1], Cap. IX). Para que 0 médium possa dar uma comunicag&o 2 preciso tenha aprendido primeiro a ceder; se- iat 0 préprio pensamento; terceiro, a ou- sex interpor suas proprias idéias, 97 5 — OS FATORES DO SUCESSO NA TAREFA MEDIONICA A tese animista invocada pelos dirigentes do tra- balho encheu de amargura a médium, cuja mente se the turvara “empanada por densos véus de divida. Au- xiliada por Calderaro, refez-se ¢ voltou & serenidade. “Trabalhatia até ao fim, consciente de que o servico da verdade pertence ao Senhor e no aos homens”. Fi- xa-se “mentalmente na regio mais alta que Ihe € pos- sivel. Recolhese calma, no santudrio mais intimo de modo a compreender e desculpar com proveito”. E aos médiuns em geral, hé que enderecar as reco- mendagées que Néio Lticio coloca em ([4], Cap. XVD. Conta-se que o Senhor vinha freqiientemente en- tender-se com as criaturas. Encontrando um homem irado, mau e impiedoso, convenceu-o a ser bom. Passados alguns anos reencontrou-o numa choca a lamentar-se e dizendo que, apés ter-se tomado bom, foi desrespeitado, escarnecido, ridicularizado, apedre- jado, dilacerado. Jesus esclareceu-lhe que ndo basta set bom. E pre- ciso discernir para ajudar. Se a muitos “devemos ter- nura fratema” a outros “.. .devemos esclarecimento enérgico. Estimularemos os bons a serem melhores & cooperaremos a beneficio dos maus para que se reti- fiquem. Assim faz 0 pomicultor: a algumas Arvores irriga ¢ aduba; a outras ele poda, a fim de serem convenien- temente amparadas” © aprendiz disp6s-se, ento, a conquistar o conhe- cimento, ¢ 0 fez até receber a palma da ciéncia. 100 Regressando 0 Cristo, reencontrou-o com novos motives de lamentagao. Por bondade, enfrentou injus- ‘Gras; agora, que entesourava a ciéncia, havia aprendi- de 2 comungar com os planos mais elevados, distinguia melhor “...a ingratidao, a discérdia, a dureza e a in- fezeaga”, sabendo o que muitos ignoravam. A vida, por iso, era agora fardo mais pesado, Ele assim se sentia, considerouthe o Mestre, por- 32 sinda no estava completo, Precisava agora ser forte. Acaso “.. a Arvore... conseguiria produzir se B&> soubesse tolerar a tempestade? — Aprende a dizer adeus a tudo que te prejudica caminhada em diregSo da luz divina e distribuiras = boadade, sem preocupagies de recompensa, guardan- do ¢ combecimento sem surpresas amargas. Sé inque- Eramtdvel em tua f e segue adiante”, = assim o € para o médium. Haveré de animar-se as bea vontade, enriquecendo-se “de amor para con- sibair 2 sementeira da luz”. Haverd de precaver-se contre as solicitagbes descabidas dos que, incénscios da ‘Lei bescam facilidades sem esforgo ou merecimento, Smundo-se sempre *. . .nas zonas mais altas do ser on- ae speenderd o valor das concepgies sublimes. ..”, ad- ecimde para dar. Mas haverd de sustentar-se na f6, salvagzardendo-se do desinimo frente aos percalgos do srescimento e imbuido de compreenso perante aque- ies que possam ferir, amando e perdoando sem des- Sailecer. & vids ensina. Onde a conquista de qualquer me- 2, sem Enimo forte determinagao e perseveranga, so- beepondo-se 2 critica, & desvalia e & desconsideragio. Eslglia ao refazer-se refugiava-se no supercons- bons com © que apresentava os lobos mentais ilumi- 101 “Nos lobos frontais.... exteriorizacdo fisiolégica de centros perispiriticos importantes, repousam milhdes de células & espera, para funcionar, do esforgo humano no setor da espiritualizagéo”. Ninguém, até hoje, utilizou-os na décima parte. “Sdo forgas... que a alma conquistaré... em continuidade evolutiva.. . ea golpes de auto-educaca0, de aprimoramento moral e de elevacao sublime; tal ser- vigo. . . s6 a fé vigorosa e reveladora pode encetar, co- mo indispensdvel limpada vanguardeira do progresso individual.” ({1], Cap. IX). Bibliogratis [1] André Luiz: No Mundo Maior. [2] Irmio X: Luz Acima, 3) André Lulz: Mecanismos da Mediunidade. [4] Néio Lécio: Alvorada Crista. b — Leituras ntares: ‘As doe capitulos das obras citadas no texto. Perguntas: 1) O reflexocondicionado pslguico pode sr a causa de Animismo? 33 Ror que tliia nto opresentava elementos fis perfetto €0 io comonicante? 32) O que sgnien dizer que # médium ago tnba suficonte “ee oS ito? 4 Gta difrenga entre faculdade medisnica © capacidade re ceptive? Exempliige. 52) O aie ¢ Animismo? 82) Gi slgumas eases do Animism. 45) © Aninsmo & fndmena igedo') medimnidade de provagio € 40 8 de ediieagio, Expl 82) O cee lia a comunicako medica? 35) Gono ovintemedisio pode molar a pousibidades de comsicagio? 109 Gin trons inflvem para que o médium se ithe? 11.) Como pose o mediom superar as diculdades? 125 O gue vepresentam os lobes fomsis pe 0 pereto? — Frética de Renovasio Intima: André Luiz — Respostas da Vida. Estudar ¢ por em pritica o Cap. 27. 102 2 — AULA PRATICA. TITULD: Sages © Passvidede. + PARTE: Abertura (20 min). Ac: RecomendesSes para a aula (2 min), Pda are gue Deus vo pedo (Er Seb 0 Bos et X, Ac Aus permancsom os mesmos, +! PARTE: O TRABALHO G0 min). © iadusio Se Sse clenda por objets, quadros, imagens, noi, ES ce came Bonn Siaeco- se See see See oe extents em ne as disporiges cradat pelo que > demermmea pode sx Ho forte que nos condur & agfo quase ‘ge Sor een cited 2 mos multo para ge ee eg eee fe to pee aul amos ul pr E sme é 0 eto pelo geal devenos cvtar de crar imagens que eS meme cteageclde,porgus om asi fazendo ws Indurh {sks bt porque pensar to contrtio, Néo so poueas as pesson cmgmionics” sont Go aaqele emo. = i mecamimas peo qual se realiza a sugestio 6 posto em evidéncia et Spon sagem gal “uma idea po eo al “uma ata tipo" pode cond 103, CAPITULO VIII PSICOFONIA CONSCIENTE — SEMBIOSE PREJUDICIAL Eniciaremos agora o estudo de outras manifesta- es geigaices em que o mediunato, no trato com os so- ‘Sredicets, assume diferentes aspectos segundo o grau gxanien do proprio médium. Seicieimente abordaremos 0 caso do trabalho bem eswsmmado, com médiuns equilibrados, medianeiros gare 2 manifescegdo de sofredor, com o intuito de au- siliéis, E, antes de tudo, o conceito de sofredor: um espirum dente, lembrando que as doencas, em geral, slamente exposto em ([1]), so conseqiiéncias espirimais, provocados pelo desequilibrio E fato constatado pela mediunidade, vergencia com as outra religides, para no s6 no adoece, mas nao pode adoe- = a a assertiva em concepgdes dogmaticas Emmdaremos o assunto sobre um exemplo, o apre- semado per André Luiz, em ({2], Cap. VD), no qual Genurese uma reunio, a citada nos capitulos anteriores 10s de [2] ¢ jé abordada em ([3], Cap. V). No momento atendese a um “.. .desventurado obsessor...” espi- rito doente, que havia desencarnado em plena vitalida- de orginica, apés extenuagio em “festiva loucura”. Aligs, todos os excessos provocam estados perigo- sos: excesso de bebidas alcodlicas, de alimentagao, de fadiga, de prazer... “Letal intoxicagdo cadaverizou- The o corpo, quando nao possuia sinal de habilitagio para aconchegar-se as verdades do espirito”. Apresentava-se como “...alucinado em estado grave... 0 pensamento enovelado & paixéo por irma nossa, hoje torturada, enferma, que sintonizou com ele... passou a vampirizarlhe 0 corpo”. E muito dificil, para alguns, entenderem como as pessoas podem sintonizar.se em simbiose prejudicial. Mas isto até € muito comum. E 0 caso, por exemplo desctito no Cap. IV, no qual a senhora em questo per- manecia ligada ao espirito do marido. Guardava as lem- brangas e se aprazia em rememoré-las. Nos momentos de solidio, de isolamento, de ensimesmamento, reco- Ihia-se a s6s com suas Iembrangas, que Ihe constituiam patriménio. Cultivava-as como reliquias, um tesouro encerrado no escrinio da propria consciéncia, as quais se abandonava morbidamente, sempre que podia. Mas isso era 0 que estabelecia a ligagéo com o marido de- sencamado, um vampiro. E era por isso que os desen- camnados envolvidos em sua assisténcia nao podiam re- tiré-lo, pois ela nio os deixaria: declarar-se-ia saudosa, solicitarthe-ia a presenga através da rememoracao. E 0 que acontecia com ela, acontece com todas as pessoas que cultivam Iembrancas de fatos vividos e guardam, para os momentos de recolhimento, 0 revi- ver-lhes as emogées. Freqiientemente arranjam compa- 106 shias infelizes, que se nfo Ihe acarretam prejufzos no semeato, podem acarretarthe desagradaveis surpresas depois que desencamam. Pois era o que acontecia com esta irma enferma ges. Sntonizando com o obsessor, o reteve “. . .junto si com afligdes ¢ ldgrimas...” © infeliz, sem veiculo fisico ficou “. . .integral- smante desarvorado. Adaptando-se ao organismo da mu- her emeda, que passou a obsediar, nela encontrou no- vo insrumento de sensago... Nessa simbiose vi- vem... hé quase cinco anos... a moga subnutrida ¢ perturbada acusa desequilibrios de vulto”. __ Solicitando socorro espiritual, a moga estava sen- ds seadide e submetida a tratamento psiquico a fim de forwlecerse e preparar-se para a libertagio do es- piino que a ela haviese ligado como a planta parasita ‘que ¢ sustenta a custa de outra. — MEDIUM CONSCIENTE Peis bem, o fendmeno em foco era o do atendimen- %2 de infeliz por meio da manifestagao através de mé- Gem ceascieate, muito bem preparado que, ao prestar saxo, sebla manter-se na elevagio de propésitos que = memento requeria, com perfeito controle da situago, come 2 de um enfermeiro competente, que sabe aten- dex = um doente pelo que ele necesita e mifo pelo que sie posse querer. ‘Teatava-se da médium Eugénia. Ela, apés atuago suagaésice do mentor em seu cértex cerebral (a zona de comsciente) ¢ influenciagao revelada por “.. . varios 107 ixes de raios Iuminosos sobre extensa regido da glo- ts iy ein bm es Peas perio, enquanto o sofredor, auxiliado, justapunha-se a0 i equipamento meditnico, & mancira de aiguém a debrugarse numa janela...”, um quadro que lembra- va a enxertia vegetal, na qual “... senvolve a custa de outra |, Observei que leves fios brilhantes ligavam a fronts de Eugenia. a0 eérebro da entidade comuni- cante. ea oS explicou: ...Embora senhoreando as forgas aerate éspede enfermo do nosso plano permanece controiado por ela, a quem se irmana por eemrente nervosa, através da qual estaré nossa irma in- formada de todas as palavras que ele mentalize © pre- tenda dizer. Efetivamente apossa-se ele temporariamen- te do rgio vocal de nossa amiga, apropriando-se de seu mundo sens6rio, conseguindo enxergar, ouvir, ¢ racio- Gar com algum equilibrio, por intermédio das ener- gias dela, mas Eugenia comanda, firme... qual enfer- Sreira concordando com os caprichos de um doente, no Ghitivo de auxiiéo. Esse capricho, poném deve ser Tinitado, porque, consciente de todas as intengGes d companheiro infortunado... Teserva-se 0 direito de Conduzélo em qualquer inconveniéncia. Pela corrente fervosa, eonhecer-he-é as palavras na formago, apre- ciando-as previamente, de vez que os impulsos mentais dele Ihe percutem sobre 0 pensamento como verdadei- fas marteladas. Pode assim, frustrarthe qualquer abu- so... O Espitito em turvagao é um alienado mental, Tequisitando auxilio. .. 0 primeiro socorrista é 0 mé- dium que o recebe, mas se essa socorrista cai no padrao vibratorio do necessitado que The roga servigo, hd pou- ca esperanga no amparo eficiente.” 108 Torna-se compreensivel, a-esta altura, porque o médium consciente é quem melhor se presta 20 traba- Tho meditinico. Justamente porque ele, captando a ma- nifestaco do espirito ainda em pensamento, antes que este possa traduzir-se em palavras, tem condi¢io de exercer ago moderadora, dosar a expresso, fiscalizar 08 propésitos e expressées, contribuindo para o traba- Tho de controle. A ele, conseqiientemente, compete a responsabilidade de sustentar 0 equilibrio da manifes- taco. E, nisto, ele terd de empregar seus valores, seu discernimento, sua estrutura moral. Cumpre-Ihe, enfim, © papel de conduzir uma tarefa de assisténcia, de au- xilio, de amor, em que os requisitos necessérios so a solidariedade, a compreensio, o espirito fraterno, a dis- posiggo de curar, ensinar, servir. “...Tem o dever de colaborar na preservagao da ordem ¢ da respeitabilida- de... permitindo a manifestagdo... até o ponto em que... nao colida com a harmonia... e com a digni- dade imprescindivel. ..” No fenémeno “...0 comunicante € a ago, mas... a médium... a vontade, Em todos os campos de trabalho, é natural que o superior seja responsével pela diregao do inferior”. A entidade-passou a manifestar-se “...como um doente controlado...” sob a autoridade da médium, queixando-se, lamentando-se, reclamando da situagao em que se encontrava. Afinal, 0 que queriam dele? Quem o conservava assim impedido de expandir-se, quase enjaulado? O que aquilo representava: um julgamento? Quem ou- sava ofendé.lo? E as lamentagSes prosseguiam. A médium, ocupa- da na“. .preservacdo das préprias energias ¢ 0 inte- 109 resse na prestacao de auxilio. ..”, nao se capacitava de tudo que ocorria, mesmo porque “. . .reproduzem-se nela as afligdes ¢ os achaques do socorrido. Sente-the a dor e a excitagio, registrando-lhe o sofrimento € 0 mal- estar.” 3 — OBSERVACAO Tudo isso constitui uma série de fendmenos que ocorrem com o médium, Ele préprio necessitando com- preender 0 que se passa com ele; caso contrério, ele termina por confundir-se, receiar a situago, procuran- do evité-la. E tal compreensio nfo se alcanga num’ dia. Nem seré somente a experiéncia repetida do fenémeno que © esclarecerd. Faz-se necessdrio que ele penetre o me- canismo da ocorréncia ¢ a finalidade pela qual lhe é solicitada a participagdo, a fim de que possa cooperar com entusiasmo e devotamento, sendo néo veré moti- vos para envolver-se. Permaneceré na diivida e, diante dos primeiros percalgos, preferira por-se & parte, Nao sio poucos os médiuns que lementam possuir mediuni- dade e a entendem como algo que Ihes foi imposto, sem que, a tivessem pedido, afirmam. Nem sio poucos aquéles que a desperdicam e a perdem com conseqiién- cias desagradaveis. Compreende-se, também, porque um médium em desenvolvimento, nao deve teceber espitito sofredor. Ele nao reuniré condigdes para um atendimento espe- cializado, como € 0 caso, por se tratar de prestar auxi- lio a um espirito desequilibrado, doente, o que requer do intermediério, seguranga ¢ perfeito entendimento do fendmeno. 110 4 — DOUTRINACAO Outra observagio importante que se relaciona principalmente com a doutrinacfo 6 a que se segue. © sofredor continuava lamentando-se. Sentia-se acusado de ter expoliado a prépria mie, Iangando-a a0 desamparo, contra o que se revoltava, dizendo-se doen- te. Era o padecimento moral a refletirseshe “... no veiculo de manifestagéo. O beneficidrio desta hora tem © cérebro perispiritico dilacerado e a flagelaco que lhe invade 0 corpo fluidico é tao auténtica quanto a de um homem comum, supliciado por tumor intracraniano”. Pergunta André Luiz se os encarnados poderiam interrogé-lo, submeté-lo a inquérito minucioso, no afa de buscar maiores conhecimentos da vida espiritual. Responde-the Aulus que “.. .ndo seria vidvel... conseguirfamos somente infrutuosa inquirigo, endere- sada a um alienado mental, que, por algum tempo, ain- da se mostraré lesado em expressivos centros de racio- cinio...” Nao podemos *... esperar dele uma experiéncia completa de identificagdo pessoal...” no estado em que se encontra. Queixava-se-o sofredor do controle a que se sentia submetido. E € justamente nestes momentos que se faz mais do que necessério o preparo, a compreensio, o dominio da situac&o por parte do médium. Porque, se ele se deixar envolver pela dtivida, nao saberd distin- guir se 0 que sente € dele ou the é induzido. Sente as emogies suscitarem-se-lhe como se fossem as proprias: capta as palavras na sua formagao, da mesma maneira que se Ihes formam as proprias, de modo que, pela me- nor sombra de diivida, passaria a oferecer resisténcia, a vacilar, passando 4“. .recusa, expulsando o comu- ut nicante e anulando a preciosa oportunidade de ser- vigo”. Mas esse ndo era 0 caso. A médium percebia bent que “...as emogées e as palavras desta hora...” nao Ihe diziam respeito. Silva, o dirigente do trabalho, sob a influéncia de Clementino, passou a dirigir-se “...a0 comunicante com bondade”. Nao o inquiria, acolhia-o fraternalmen- te, com o aconchego de quem se predispde a amparar. “Meu amigo — dizia-the —, tenhamos calma ¢ roguemos 0 amparo divino!”” — com uma paciéncia que sensibilizava. Sustentou o didlogo com “...sincera compaixao de mistura com inequivoco interesse frater- nal... sem estranheza ou inritacio... ([2], Cap. Vil Vencida a resisténcia do infortunado manifestan- te, passou a ouvir-the as lamentagSes, que terminou com o embargo do “...pranto que the subia do ‘mago”. Raul, comovido, impondo-the as mfos, convidou-o a orar. “© visitante chorava. © Deus, que se passa comigo?!” — gritou em lagrimas. Conta André Luiz que o irmfo Clementino fez breve sinal a um dos assessores de nosso plano, que apressadamente acorreu, trazendo interessante pega que parecia uma tela de gaze tenufssima, com disposi- tivos especiais, medindo por inteiro, um metro quadra- do, aproximadamente. 112 5 — PROJECAO DA LEMBRANCA. ‘O mentor espiritual da reunido, influenciando Sil- va induziu-o a sugerir a Libdrio, o sofredor, que re- cordasse. A seqiiéncia de imagens mostrava a mie de Lib6rio doente, acamada, solicitando-lhe que a acudis- se © no se ausentasse. L& fora, entretanto, o grito de carnaval excitava-o, convidando-o a folia. O lamentével Carnaval! Conta Humberto de Campos, em ([4], Carnaval no Rio), acerca da festa de 1939 que, como sempre *,. .produz o tempordrio esquecimento das mais no- bres responsabilidades da vida”, Uma explosiio orgiaca, subvencionada pelo pro- prio governo, para atrair turistas, com os comerciantes em busca de lucros polpudos, as revistas regurgitando ‘imagens que testemunham e aculam o desencadeamen- to das paixdes, num convite prolongado a folia. De re- sultado vantajoso para eles, mas com outras conse- qiiéncias, pouco ventiladas: desaparecimento de crian- Gas, acidentes, agressOes, crimes, desastres, tentativas de suicfdio, intoxicagSes, sem falar dos dramas que per- manecem ocultos, todos largamente intensificados, pe- Jos excessos praticados nos trés dias de Momo. Tecendo comparagio com uma maga podre, Hum- berto de Campos, classifica 0 Carnaval como a “mac podre do Rio”. Pois Libério havia vivido um destes casos esca- brosos que a crdnica nao registra. Prometendo ir buscar apossa-se das poucas economizs que a ge- nitora retinha e ganha a rua em busca das falsas ale- grias, surdo aos apelos da moribunda e dos amigos es- pirituais do seu lar. 113 resse na prestagio de auxflio. . .”, no se capacitava de tudo que ocortia, mesmo porque “. . .reproduzem-se nela as afligdes ¢ os achaques do socorrido. Sente-the a dor e a excitagdo, registrando-the o sofrimento e o mal- estar.” 3 — OBSERVACAO Tudo isso constitui uma série de fendmenos que ‘ocorrem com o médium. Ele proprio necessitando com- preender 0 que se passa com ele; caso contrério, ele termina por confundir-se, receiar a situaco, procuran- do evitéla, E tal compreensio nfo se, alcanga numr dia, Nem serd somente a experiéncia repetida do fendmeno que © esclareceré. Faz-se necessério que ele penetre 0 me- canismo da ocorréncia e a finalidade pela qual the é solicitada a participacao, a fim de que possa cooperar com entusiasmo e devotamento, seno n&o ver4 moti- Vos para envolver-se. Permaneceré na diivida e, diante dos primeiros percalgos, preferird por-se 2 parte. Nao so poucos os médiuns que lamentam possuir mediuni- dade e a entendem como algo que Ihes foi imposto, sem que a tivessem pedido, afirmam. Nem sio poucos aqueles que a desperdicam e 2 perdem com conseqiién- cias desagradaveis. Compreende-se, também, porque um médium em desenvolvimento, ndo deve receber espitito sofredor. Ele nao reuniré condigdes para um atendimento espe- cializado, como € o caso, por se tratar de prestar auxi- lio a um espfrito desequilibrado, doente, 0 que requer do intermediério, seguranca e petfeito entendimento do fenémeno. 110 4 — DOUTRINACAO Outra observago importante que se relaciona principalmente com a doutrinagao é a que se segue. © sofredor continuava lamentando-se. Sentia-se acusado de ter expoliado a propria mie, lancando-a 20 desamparo, contra 0 que se revoltava, dizendo-se doen- te. Era o padecimento moral a refletir-se-lhe “... no veiculo de manifestago. © beneficidrio desta hora tem © cérebro perispiritico dilacerado e a flagelago que the invade 0 corpo fluidico 6 tao auténtica quanto a de um homem comum, supliciado por tumor intracraniano”. Pergunta André Luiz se os encarnados poderiam interrogé-lo, submeté-lo a inquérito minucioso, no afi de buscar maiores conhecimentos da vida ‘espiritual. Responde-the Aulus que “.. .néo seria vidvel.. conseguiriamos somente infrutuosa inquirigao, endere- gada a um alienado mental, que, por algum tempo, ain- da se mostraré lesado em expressivos centros de racio- cinio...” Nao podemos “... esperar dele uma experigncia completa de identificaggo pessoal...” no estado em que se encontra. Queixava-se 0 sofredor do controle a que se sentia submetido. E é justamente nestes momentos que se faz mais do que necessério 0 preparo, a compreensio, 0 dominio da situaco por parte do médium. Porque, se ele se deixar envolver pela diivida, nao saberd distin. guir se o que sente é dele ou Ihe € induzido. Sente as emogGes suscitarentse-the como se fossem as préprias: capta as palavras na sua formacdo, da mesma maneire que se thes formam as prdprias, de modo que, pela me- nor sombra de divida, passaria a oferecer resisténcia, a vacilar, passando & “. . .recusa, expulsando 0 comu. 1 nicante © anulando a preciosa oportunidade de ser- vigo”. Mas esse nfo era 0 caso. A médium percebia bem que “.. .as emogées e as palavras desta hora...” no the diziam respeito. Silva, o dirigente do trabalho, sob a influéncia de Clementino, passou a dirigirse “...a0 comunicante com bondade”. Nao o inquiria, acolhia-o fraternalmen- te, com o aconchego de quem se predispde a amparar. “Meu amigo — dizia-the —, tenhamos calma e roguemos 0 amparo divino!”” — com uma paciéncia que sensibilizava. Sustentou o diélogo com “...sincera compaixao de mistura com inequivoco interesse frater- nal... sem estranheza ou irritagfo... ([2], Cap. vil) Vencida a resistencia do infortunado manifestan- te, passou a otivirlhe as lamentagdes, que terminou com o embargo do “...pranto que the subia do mago”. Raul, comovido, impondothe as maos, convidou-o a orar. “O yisitante chorava. . ..— © Deus, que se passa comigo?!” — gritou em légrimas, Conta André Luiz que o irméo Clementino fez breve sinal a um dos assessores de nosso plano, que apressadamente acorreu, trazendo interessante pega que parecia uma tela de gaze tenuissima, com disposi- tivos especiais, medindo por inteiro, um metro quadra- do, aproximadamente. U2 5 — PROJECAO DA LEMBRANCA. © mentor espiritual da reuniio, influenciando Sil- va induziu-o a sugerir a LibGrio, 0 sofredor, que re- cordasse. A seqiiéncia de imagens mostrava a mae de Libério doente, acamada, solicitandothe que a acudis- se © nao se ausentasse. LA fora, entretanto, o grito de carnaval excitava-o, convidando-o & folia. O lamentdyel Carnaval! Conta Humberto de Campos, em ([4], Carnaval no Rio), acerca da festa de 1939 que, como sempre “.. .produz 0 tempordrio esquecimento das mais no- bres tesponsabilidades da vida”. ‘Uma exploséo orgiaca, subvencionada pelo pré- prio governo, para atrair turistas, com os comerciantes em busca de lucros polpudos, as revistas regurgitando imagens que testemunham e agulam o desencadeamen- to das paixdes, num convite prolongado & folia. De re- sultado vantajoso para eles, mas com outras conse- qiiéncias, pouco ventiladas: desaparecimento de crian- gas, acidentes, agressdes, crimes, desastres, tentativas de suicidio, intoxicagdes, sem falar dos dramas que per- manecemt ocultos, todos largamente intensificados, pe- los excessos praticados nos trés dias de Momo. Tecendo comparagao com uma mac& podre, Hum- berto de Campos, classifica 0 Carnaval como a “maga podre do Rio”, Pois Libério havia vivido um destes casos esca- brosos que a crénica nao registra. Prometendo ir buscar © remédio, apossa-se das poucas economias que a ge- nitora retinha ¢ ganha a rua em busca das falsas ale grias, surdo aos apelos da moribunda e dos amigos es- pirituais do seu lar. 113 Na rua imanta-se aos companheiros espitituais de- sencarnados “.. .hipnotizados pelo vicio. ..” com os quais se afinava; entrega-se & loucura por trés dias ¢ quatro noites”, voltando “.. .estafado e semi-incons- ciente...” 20 lar onde a mae ja ineonsciente aguardava resignadamente a morte. Com a intengdo de tomar um banho, “...abre 0 gs © senta-se por alguns minutos, experimentando a cabeca entontecida... © corpo exige descanso depois de longa folia... a fadiga surge insopitavel.... Des- percebe-se de si mesmo e dorme semi-embriagado, per- dendo a existéncia, porque as emanagdes téxicas the cadaverizam © corpo...” Era verdade. Onde estava a mie dele? Queria-a com desespero. “.. .vencido, caiu em lagrimas”. Tao grande Ihe surgiu a crise emotiva que o men- tor espiritual do grupo se apressou em desligélo do equipamento meditnico... “tornando Eugénia & sua posigo normal”. Enfim, perguntou André Luiz, que tela era aquela e de que imagem se tratava. “...6 um condensador ectoplésmico, Tem a pro- priedade de concentrar em si os raios de forga proje- tados pelos componentes da reunifio, reproduzindo as imagens que fluem do pensamento da entidade comu- nicante... para a andlise”. ., cujo escrito “. . .depen- de da colaboragao de todos os componentes do grupo”. Nao hé trabalho, ou tarefa que posse dispensar a colaborago. Tudo na vida é assim. © camponés cola- bora com a plantagao para que floresca, colabora com seu semelhante para que a prosperidade cresga. No trabalho medidnico nfo hé excegao. 14 -as energias ectoplésmicas sio fornecidas pelo conjunto dos companheiros encarnados em favor dos irméos que ainda se encontram semi-materializados nas faixas vibrat6rias da experiéncia fisica. Pessoas que exteriorizam sentimentos menos dig- nos, equivalentes a principios envenenados, nascidos das viciagSes de variada espécie, perturbam enorme- mente as atividades dessa natureza, porquanto arrojam no condensador as sombras de que se fazem veiculo, prejudicando a eficiéncia da assembléia ¢ impedindo a visio perfeita da tela por parte da entidade necessita- da de compreensio e de luz.” ([2], Cap. VID. += mteate Se ra a wane 15] REESE: Mediuawos ft Nonna 5 — Letras Compiomentres: [As dos capitis das bras citada no text, — Penguins: 8 conceto do Dogmatiomo que a alme nio adonce? Porque? 25) De que mancirn, freientesente,edabaeconce Hearse nn covitts em sftineno? Polem os expitos eter companhis infetizes, quando nos cy i nla Por ot Boe no © méatum consents ofeese sous recurtcs para mae festa da entdade saredora? ns oue® Psa ¢ an 5) For que €imporante goo © mtn paige do contol da 6) Qual o papel do médium na 0? 1 B importante que © medium Sompreeade 6 que eo pasa coma ele. Exige. 7 _ edo ou apenas ue aobidn feta aplada tos mentors 82) Na doutnapo, 0 encarnado tao invistgn aye mo tee carnado apenas que se lonbre. © rasta se desmvolve ao lino espinal. Néo ache que iso sper cco dounndes , Eines acer de econcego ¢ nada al? cr que o carnal €comparado amon want pode? ) © gue € condenmor etplsonice? 15 6 — Pritica de Renovaséo Latins. ‘André Luiz — Respostas da Vide. Enudar © por em peitica o Cap. 28. ¢— AULA PRATICA. ‘TITULO: © MEDIUM E SUAS DIFICULDADES. 1s PARTE: Abertura (20 min). ‘As: Recomendagles para a aula 2 min). Recancilianse com 02 adversirios (O Ey. Seg. 0 Esp. Cap. Xn! 5, 6. ‘As An As, permanecem oS Mest0s. 2+ PARTE: © TRABALHO (50 min). omiso enc w wate de fad doin ene» nen aSeaiane, Ete no poset retaar sowsr a pedis ston nee ms tats re ig ena cone serene", € vas cuts & mist Roost wee mel * oe sie & Stas Sd an. intitle traci, Eon : gectmpedisg Wale oma Goinda es, oot Tr oe ae fendmeno ido cooperago do médium uae tine fran acetic, ands econ de emérs SELERTS s SCIMIAC pov, acienteb lids eae eure eros comes di oa 6 su ee haoe icerameat ens ts 6 pil 20 mbm, prose ote SOOT it dag ete co Met set 2A wacin dee generar com o mm clecando sink litle rst,s pio gems” Mas come ets sn on nero, mim Bf cat sugars no soporsncinte exestandese na Bondage, no. seth SEES Re Bi fowls da dese ue compo 116 CAPITULO IX PSICOFONIA SONAMBULICA 1 — ATENDIMENTO ESPIRITUAL No capitulo anterior estudamos a psicofonia cons- ciente, capacitando-nos da importancia do médium ter condigées de exercer autoridade, na prestatividade de sua organizago propria, a beneficio dos atendidos e de si mesmo, sem que haja qualquer manifestagao de desequilibrio ou de desordem, pois, havendo-as, melhor serd interromper a manifestagdo, Médium e assisténcia nio esto preparados para possuimos, e, assim como no esto preparados para esse trabalho. Em todas as situagBes somos responséveis dos bens que possuimos, e, assim como nfo nos é dado, por exemplo, despre- zar a posse do corpo pelo suicidio, nem pelo desleixo da satide, analogamente nifio nos & dado deixé-lo en- tregue a quem quer que seja, no mediunismo, subme- tendo-o talvez a injéria que nao fariamos. Neste capitulo estudaremos a psicofonia sonam- biilica ou inconsciente, abordada em ([1], Cap. VIID, distinguindo-a da anterior, avaliando-the os valores, Como pode-se observar, no estudo desse capitulo, em [1], André Luiz procede sempre com a:anélise de U7 fatos, apoiando-se em observag6es, sobre as quais faz ilagdes, e obtém conclusdes. Um procedimento idénti- ‘co 20 do médico no ambulatério, cientifico, que, por sua vez, encerra a indicago de como observar € pro- ceder. Atendimento a espiritos das mais variadas cate- gorias, os fazemos intimeros: poderiamos obter ¢ regis- frar muito mais resultados, se n6s mesmos nos désse- mos ao trabalho de registrar e relacionar observagoes. © caso estudado referese a entidade trazida & reu- nigo meditinica, pelos mentores da casa, visando opor- tunidade de socorro, Entidade cujo aspecto revelava-se © pior de quantos sofredores ali se encontravam: “horrenda facies... Naquele. rosto, que parecia emer- gir de um lengol de lama, aliavam-se a frieza ¢ @ ma- lignidade, a astticia e o endurecimento. ...”, de causar receio. Entrou violento, imprecando contra “. . .os abu- tres que Ihe devoraram os olhos” “Ab! aquela malfa- dada tevolugGo dos franceses. Nao podia ter reflexos no Brasil”. “. ..Os privilégios dos nobres séo inviolé- veis! Vém dos reis que sao, indiscutivelmente os esco- thidos de Deus! Defenderemos essas prerrogativas, ex- terminando a propaganda dos rebeldes ¢ regicidast Venderei meus escravos alfabetizados, nada de panfle- tos ¢ comentétios de rebeliio. Como produzir sem o chicote no lombo? Cativos sio cativos, senhores sio senhores. E todos os fujées e criminosos conhecerao 0 peso dos meus bracos... Matarei sem piedade”, Havia sido fazendeiro desumano, desencarnado no fim do século XVIII.“Nada percebe, por enquanto, se- no os quadros interiores criados por ele mesmo, cons- tando de escravos, dinheiro e lucros da antiga proprie- dade rural... convertendo-se hoje em vampiro incons- ciente de almas reencamnadas que Ihe foram queridas 118, no Brasil... fora desapiedado algoz dos infortunados cativos que Ihe caiam sob o guante de ferro. . .”, tirano © perverso. Tinha “...0s olhos, embora m6veis quanto os de um felino, ...vidrados, mortos. . . --Odiava os trabalhadores que... fugiam. quando conseguia arrebatélos a0 quilombo... os gemava... queimava-lhes os olhos. . .”. Os poucos que escapavam & morte cram “...sentenciados, depois de cegos, as mandibulas de cdes bravios.. . instalou o ter- ror em derredor de seus passos, granjeando... fama e riqueza...”. Apés a morte s6 encontrou “.. .desafe- tos... temiveis perseguidores... vingadores do pas- sado a Ihe cumularem o espitito de aflitivo pavor. Emaran} ado nas teias da usura e fazendo do ouro o Yinico poder em que acreditava, nem de leve... “se apercebeu da morte... .”, Cré-se num cércere de trevas, atormentado pelos escravos, prisioneiro das proprias vi- timas. Vive, assim, entre a desesperacao ¢ 0 remorso. Martirizado pela reminiscéncia das flagelagdes que de- cretava ¢ hipnotizado pelos algozes de agora... vé-se reduzido a extrema cegueira, por se Ihe deseq rem, no corpo espiritual, as faculdades da visio”. 2 — A RIQUEZA A esta altura cabe a pergunta do por que da dife- renga de riqueza entre as pessoas. Uma questio, aliés, de todas as filosofias e de todas as religides, néo satis- fatoriamente respondidas até hoje. (© Cristianismo, com a erenga no pecado original, da vida como um castigo e a crenga de que os pobres 19 slo 0s preferidos de Deus, enquanto que, para os ricos, muito dificil seria a salvagdo, desenvolveu acerca da riqueza uma conceituago que também necessita de re- formulagdo. A esse respeito, alguns, ironizando, afir- mam que de fato Deus deve gostar mesmo dos pobres, pois os fez tantos. De qualquer modo é preciso considerar que mui- tas das mais belas paginas religiosas, foram descritas por pessoas que, entregando-se profissio de f6, fize- ram voto de pobreza, como Sao Francisco ¢ os francis- canos, renunciando a todos os bens materiais. No panteismo, a ténica é semelhante. A riqueza, a posse dos bens materiais, esté relacionada aos dese- jos da alma, em relagao A matéria, causa das reencar- nagées, segundo a lei do Karma. A volta & fonte co- mum ¢sté relacionada a0 apagamento destes desejos, conseqiientemente ao desprezo dos bens materiais. A vida, entretanto, sempre evidenciou que o des- prezo pelas riquezas é uma falécia das argumentagSes ascéticas, resultado de elocubracdes divorciadas da rea- lidade, incursdes mentais préprias de uma €poca, dis- cordantes com a experiéncia humana. : A compreensio da atitude, que se deve voltar as riquezas, 86 pode ser alcangada com o entendimento da evolugao do espirito através das realizagées das tare- fas, que ndo podem ser realizadas, sem um acervo de recursos adequados a cada uma, ¢ do desprendimento em relagio a elas uma vez que constituem um meio ¢ ndo um fim, sem constitufrem, elas mesmas, um bem ou um mal. ‘Mas a idéia do mal que elas possam constituir, ainda ocupa a mente mesmo de criaturas espiritas, que, 120 mantendo-se ainda ligadas as nogdes anteriores, ficam a apontélas como causa de todos os desequilibrios, imitando a raposa da fébula, que néo podendo alcan- Gar a8 uvas, voltamse com dexpreo, dizendo-s ainda verdes. Conta o Irmo X, em ([2], n° 6), acerca do dou- trinador que iniciava, num centro, uma série de trinta comentarios sobre o dinheiro, apontando-o como a fon- te de todos os males, envolvendo-se em caloroso deba- te. No meio da pregagdo, no auge da peroragdo e da discussao, recebe telefonema da esposa que Ihe comu- nica, pressurosa, ter sido ele aquinhoado com heranga yultosa, naquele momento. ‘Tinha que sair; problema urgente reclamava sua phaaeae Desculpou-se: — Mas, e a prelegio? — Ah! ima! Bem, ele continuaria no dia seguinte. Nunca mais voltou. _ Primeiramente, Jesus nfo veio enaltecer a pobreza, assim como no o fez para com a ignorancia, a doenga, a dor, o sofrimento. .. Ele veio ensinar como resolvé-los, esclarecendo que este € 0 desafio que se apresenta a nds mesmos, para o término de todos os males. _Jé temos consciéncia de como combater doenga. Antigamente, por exemplo, o leproso era destitufdo de seus bens, abandonado, conduzido ao vale dos imundos — 0 vale dos leprosos —, onde aguardaria a morte. (I3], Cap. VIL, a declaragdo de Saménio). Hoje nao ccorreria a ninguém semelhante absurdo: colocamos todo um acervo de recursos e equipamentos a benefi- cio dos doentes, por nés ou pelo proprio governo, como 121 um dever ao qual riem a sociedade pode furtar-se. E assim deveré ser para com a pentiria, a ignorancia, a violéncia, a injustica... erradicando-as do nosso viver. Jesus apregoava: “Ide, pregai, curai, ensinai...” exem- plificando © mostrando que a chave da solugo era 6 abandono do egoismo, a prética do amor. O dinheiro é meio, ferramenta. Nada se pode rea- lizar, sem dispor dele. Mas nds estamos em um mundo organizado, com tarefas e fungdes hierarquizadas a cumprir, cada qual exigindo recursos distintos para as suas realizagdes, e ocupadas, geralmente, por homens de grau evolutivo compatfvel com elas. “Por que todos os homens nao so igualmente ri- cos? Por uma razio muito simples: é que nfo séo igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adqui- rir, nem s6brios e previdente para conservar”. ([4], Cap. XVD. Diz o Irmao X, em ([5], n° 28) que, antes de tudo, riqueza e miséria sfo situagdes de caréter provi- sétio, efémero; “..oportunidades que o Senhor de todas as coisas nos oferece, para que sejamos dignos @Ele. O crédito exige a virtude da ponderagdo com a bondade esclarecida, e 0 débito reclama a virtude da paciéncia com 0 amor ao trabalho. — ...0 capital no é um erro — diz Pedro Richard. — ...podemos assinalar a dedo os rarfssimos homens da Terra que conseguem trabalhar sem 0 agui- Thao. O capital seré esse equilibrio, até que as criaturas entendam o divino prazer de servir. Para os mais abas- tados, ele tem constituido a preocupacdo bendita da responsabilidade e para a generalidade dos homens, 0 estimulo ao trabalho. O capital é um recurso de softi- 122 mento purificador, nfo somente para os que o possuem, mas para quantos se esforgem pelo obter. Eo meio através do qual o amor de Deus opera sobre toda a estruturacao da vida material no globo; sem essa in- fluéacia, as expresses evolutivas do mundo deixeriam 2 desejar, mesmo porque os espiritos encarnados esta- riam longe de compreender os valores legitimos da vida, sem a verdadeira concepgio da dignidade di trabalho”. ay ar ° O espftito encarna, diversamente como homem ou como mulher. Como homem, para desenvolver aptid&es © virtudes ativas; como mulher, para desenvolyer as passivas. Ao longo de sua caminhada termina por efe- tuar o desenvolvimento integral. Analogamente, encarnar em fungSes que requerem poucos recursos, convém ao desenvolvimento de certos aspectos da personalidade; encarnar em fungSes que requerem 0 uso de muitos recursos, desenvolve outras além de que, do ponto de vista evolutivo, os homens no s&o iguais, existindo desde aqueles que, primitivos, ainda nfo aprenderam a trabalhar; ¢ outros, mais adian- tados, capazes de vérias tarefas’ simultineas de alta expresso utilitéria. __ E por isso que Emmanuel diz que quando se neces- site realizar alguma coisa, devemos procurar alguém muito ocupado. © que sucede € que, num mundo de provagio, a ignorancia € generalizada. Poucos conhecem as reali- zagbes do espitito © as ambigSes ainda sobrepujam a disposigao de ser util. __ Galbraith, em ([6], Cap. 2), ao tratar da moral do Alto Capitalismo, primeiramente diz que os ricos se consideram casta superior, produto de uma selegdo ne- 123 tural, como mais fortes e mais aptos; mais ricos porque melhores, um conceito filiado & crenga da origem divina dos reis, que existia no Absolutismo. Portanto, pensa- vam interferir na formagao da riqueza, o que seria ir “contra 0 processo do aperfeigoamento da raga humana. ‘Ajudar os pobres seria interferir desastrosamente na melhoria da raga. E ainda eliminando os pobres, a Natureza garantiria o aparecimento de uma raga que entenderia as condigdes de existéncia e ao mesmo tem- saberia enfrentélas. A caridade, segundo alguns, servia de freio ao saudavel proceso de eliminago ou supresséo dos menos dotados, no que Galbraith nao deixa de fazer ironia. Na vida, cada um se situa numa fungio, segundo suas possibilidades como numa empresa. E, como nesta, se alguém € dispensado, seré sempre aquele que nfo apresenta bom desempenho em seu posto de responsa- bilidade, nfo importa seja ele diretor, Como numa empresa, o que hé a obedecer é a lei de cooperacdo, do auxilio métuo, superior ¢ inferior reciprocamente apoia- dos, cada um cumprindo o seu dever. (Vide [7], n.° 5). 3 — A COMUNICACAO O problema do sofredor de que estamos tratando, no era o de ter sido rico, mas sim o de ter sido impie- doso, malévolo, tirano, criminoso. Daf o estado em que se encontrava. Mas — perguntava André Luiz, diante das lasti- méveis condigées que ele apresentava — justamente 0 melhor médium do grupo € que teria de servirthe de instrumento? Por que? “...nfo seria o mesmo que entregar uma harpa delicada as patas de uma fera? 124 Aulus explicou que “.. .0 amigo dementado pene- trou o templo com a supervisao ¢ 0 consentimento dos mentores da Casa. Quanto aos fluidos de natureza dele- téria, no precisamos temé-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. E por isso que cada médium possui ambiente préprio e cada assembléia se caracteriza por uma corrente magnética particular de preservagao e defesa. Nuvens infecciosas da Terra sao diariamente extintas ou. combatidas pelas irradiagdes solares. formagées fluidicas... sio aniquiladas ou varridas do planeta pelas energias supe- tiores do Espirito”. E a limpeza dos ambientes a que muito se referem os espiritos, nos trabalhos, limpeza esta exigida ‘pela quantidade de fluidos infecciosos que os freqiientadores carreiam consigo, para as reunides. “Os raios luminosos. da mente orientada para o bem incidem sobre as construgdes do mal, & feigio de descargas elétricas, E compreendendo-se que mais ajuda aquele que mais pode, nossa irma Celina 6 a compa- nheita ideal para 0 aiixilio desta hora”. Mas convidava principalmente a observar, buscan- do construir as ilagdes sobre a observago, com critério cientifico. Com a aproximago da entidade, o espfrito da médium afastou-se do corpo como se ingressasse num sono profundo conduzindo “...consigo a aura bri- Thante de que se coroava”, naturalmente, como que *....afeita Aquele género de tarefa. Em seguida, acolheu 0 desventurado com amor, com a devoodo de mae afetuosa. “Dela partiam fios brilhantes a envolvé-la inteiramente, ¢ 0 recém-chegado, 12s no obstante senhor de si, demonstrava-se criteriosa- mente controlado”. ‘A médium era, aparentemente, um instrumento passivo. Entretanto, no amago do ser, revelava “as qua- Tidades morais positivas que Ihe eram conquista inalie- navel”, diante das quais o infortunado se sentia curva- do, impedido de qualquer manifestagio menos digna. Imprecava, revoltava-se, mas no usava pelavras semelhantes as que havia proferido. “Achava-se como que manietado, vencido, rude e aspero “. . .Aparecia Zo... implantado na organizacao fisiolégica da media- tai neita, tio espontaneo e to natural, que néo sopitei as perguntas a me escorrerem céleres do pensamento”. Qual a diferenga entre as mediunidades de Celina e Eugenia? Ambas haviam-se desligado do corpo. Mas por que a preocupagao de enfermeira nesta, e a confian- ga e 0 cuidado maternais daquela? “.. .Enquanto Clementino e Raul Silva ampara- vam o comunicante, através de oragGes e frases reno- vadoras de incentivo ao bem...”, Aulus esclarecia: "Celina € sondmbula perfeita. A psicofonia em seu caso se processa sem necessidade da ligagao da corronte nervosa do cérebro meditnico, como no caso de Euge- nia, que s6 concede a ligagio até ela; enquanto que Celina ja cede os proprios recursos de modo a ficarem subordinados com mais liberdade & corrente mental da entidade e com espontaneidade. Desliga-se do comando automaticamente, sem dificuldade, “.. .perdendo pro- visoriamente o contato com os centros motores da vide cerebral”. E extremamente passiva. “.. .Por isso mes- mo, revela-se 0 comunicante mais seguro de si, na exte- riorizagéo da prépria personalidade”. 126 Mas isso no significa auséncia ou falta de respon- sabilidade por parte dela. Apenas age com confianga sem receio. Assim como hé pessoas que nao so capazes de acariciar a cabega de um cachorro grande, por medo, enquanto outros o fazem com seguranca, assim Celina entrega seus recursos, segura de si, confiante, como uma mie“. . .auxiliando o sofredor, que por ela se exprime, qual se fora frégil protegido de sua bondade. Atraiu-o a si, exercendo um sacrificio voluntario, que lhe é doce a0 coragéo fraterno, e José Maria, desvairado e desdi- toso, imensamente inferior a ela, nao Ihe péde resistir” Ele continua a ser 0 que é, revoltado, agressivo, mas sente-se subjugado pela superioridade dela, subor- dinando a expresso ao respeito que Ihe sente, “. . ._por- que a mente superior subordina as que se Ihe situam & retaguarda, nos dominios do espirito”. No comenos, Silva progredia na doutrinagfo. A pergunta que surgia esponténea era de se Celina iria lembrar das palavras proferidas pelo visitante. E a resposta foi que, se ela quisesse, o poderia, com esforgo. Mas que no o faria por no julgar isso de interesse. Outra questo que se punha era a de que, no caso de Celina, podia haver cessio de recursos, dada a seguranga de “, . .trabalhadora hébil, capaz de intervir a tempo, em qualquer circunst’incia menos agradé- vel...”. Mas nao estava livre de incorrer em perigo, caso se tratasse de “...uma entidade intelectualmente superior senhoreando mentalmente a médium...” Sem dtivida isso poderia ocorrer. “...0 sonambu- lismo puro, quando em maos desavisadas, pode produ- zir belos fendmenos, mas é menos étil na construgao do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que nfo pos- 127 sue méritos morais suficientes & prépria defesa, pode levar & possessdo, sempre nociva, ¢ que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam as forgas vampirizantes”. No caso em questiio, se se tratasse de “. . inte! géncia degenerada e perversa, a fiscalizagdo correria por conta dos mentores da casa, e em se tratando de um mensageiro com elevado patriménio de conheci- mento e virtude, a médium apassivarse-ia com satis- fagio, porquanto lhe aproveitaria as vantagens da pre- senga, tal como o rio se beneficia com as chuvas que caem do alto”. Enfim, José Maria foi removido, pois, “..algo renovado, principiava a aceitar o servigo da prece, che- gando mesmo a atingir a felicidade de chorar...” ({1], Cap. VID). ge i REE eg «ott SPE mnie i Mateo temas eee ect non b — Letturas Complementares: "As dos capitulo das obras clzdas no texto, oc — erguntat: +L? O corpo 6 patriménio que no podemos deixar § matroce, nem desprezar, Expigue, 29 Como Co prceina de Ande tie 0 eto dos cate? zpligue, 5:9 Aventldade manifestante referose 20 privilplo dos at onde prove esta idea? eee are 4.0 Nas viriesrelgien, 08 bens materiis sempre foram conside- eas fone ce fod ot ae. Hk cant Un eno 52) Avvirtade evangélica, em relagio 8 tqueca ¢ o desprendimento tea reap 00 bene'materias Expligue, 128 62) Jesus veio enaltecer a pobreza, ot veio indicar os caminhos ara climingla? Veio enaltecer a ignorancia? A doenga? Ou ‘Yelo aponthlos como os problemas que nos cabe resolver, Tndicando que a solucdo esté na pritica do amor? 72) Como numa empresa, as pessoas ocupam cargos ¢ executam fangSes, Seré reprimido aquele que nfo cumprir @ contento suas tarefas néo equele que exerce uma menor. Explique. 82) Bor que os homens escaam em foniaes diferentes, ra de destaque, ora de poues expresso social? 92) Emmanuel diz que quando necessitissemos de algo, deverts- mos buscar pessoa muito ccupada. Explique. 102) A teoria da telegdo natural Jevou alguns a afirmarem que a caridade impedia a supresséo dos menos dotados. Inconve- lente, portanto. Comente. © que é “Lei de Cooperssio"? Como se processa a Iimpeza dos ambientes? Dissemos que a mediunidade conseiente era o melhor. Entre- tanto temos 0 caso aqui da mediunidade inconsciente bem sucedida. Por que? 2) Por que a entidade sofredora se sentia subjugada pelo médium? 4152) Celina isla lembrer das palavres do visitante? Por que? 162) © que ditia acerca do sonambulismo puro? 4 — Pritica de Renovasio fatima: ‘André Luiz — Respostas da Vids, Estudar e por em pritica 0 Cap. 29. AULA. PRATICA, TITULO: PSICOFONIA CONSCIENTE. 1+ PARTE: Abertura 20 min), ‘Ac: RecomendapSes para « aula (2 min Pardbota do mau rico (Ev. Sez. 0 Esp., Cap. XVI, n.* 5). ‘As As As, Permanecem os mesmos. 22 PARTE:.O TRABALHO (30 min). ‘Uma des idéias mais comuns, no Dogmatismo, € a de que # alma nfo ‘adosee, nem € rede de sensagdes. Entretanto o Espiritismo mostra que @ Sede das sensagbes € 0 espirito, sendo quem adoece com extados doentios ‘bem mais penosos, no plano espiritual. Em cerias reuniGes especializadss, ¢ permitida « manifestagio de eapf- ritos sofredores, coma 0 intuito de auxiliélos e com finalidades de estudo. ‘Nunca por cuticeidade, pois seria desrespeito. Da mesma maneira que no adentrarfamos nom hospital para ver doentes, s6 por curiosidade. ‘A manifestasio nestes casos, é feita por médiuns desenvolvides, equl- Lbrados, e6nsclos do que se passa ¢ do papel que thes cabe, preferivel mente consclentes, Embora permitam a utlizagio de seus recursos, perms even atentos, com atitude reeponsivel, como a de um enfermeiro que, pemmitindo certa liberdade 0 doente, vigia, entretanto, sem permitir que 2 manifestagao descambe pare o alvoror0. 129 Eo pepel do médium, neste caso, ¢ muito importante, pois ele sente as emogdes, es palavras a se formarem em sea {atimo, no momento em Gue 0 espitito as forma, antes delas veicularemse pelo organismo do thedivm e se externem. Em tempo, portanto, para frelar « manifestagio. (© médium equilibrado, # assist@ncia preparada, impedem que as rmanifestagoes descambem para o indesejével. Nao hd’ necessidade de ou- fas medidas, muito menos repressGes com o uso da enecgia fisica, Em. termos de doutrinacio, assim como plo & licita a curiosidade, Jim no #80 permissivois as Inquirigdes e as diseussOes; nem a exposicio ‘epirite, Tratace do doente. Quando no se tenha a condi- ‘¢io de auxiliae como 0 faria um médico, devese limltar a participaggo 3 Palavra de conforto, de estimulo, de encorajamento freterno, emitindo brates de otimismo confianga, embrando que o poder de cure da 130 CAPITULO X A PASSIVIDADE EM PROCESSOS REEDUCATIVOS 1 — DIFERENTES GRAUS DE PASSIVIDADE A letargia, a catalepsia e 0 sonambulismo, so ci- tados em ([1], Livro 2.%, Cap. VIID. Caracteristica comum aos letérgicos, diz-se na perg. 422 a 424, € que eles ouvem e véem, sem podé-lo manifestar. O espirito permanece consciente, Na letar- gia ¢ catalepsia hé um mesmo principio: *...a perda momentinea da sensibilidade e do movimento. ..”. Na primeira “...a suspenso das forcas vitais € geral, dando ao corpo a aparéncia da morte. . .”; na segunda, “6 localizada e pode afetar uma parte mais ou me- nos extensa do corpo, de maneira a deixar @ inteli- géncia livre para se manifestar...”. Jé 0 sonambulismo “. ..¢ um estado de indepen- déncia da alma, mais completo que 0 do sonho. .. A alma tem percepedes que nfo atinge no sonho, que € um estado de sonambulismo imperfeito. No sonambulismo, o Espfrito est na posse total de si mesmo; 0s érgios materiais, estando de qualquet 131 forma em catalepsia, ndo recebem mais as impresses exteriores...”. Por isto “...os sonambulos nfo se Jembram de nada... e porque os sonhos de que se conserva a lembranca na maioria das vezes, nao tém sentido”. No sonambulismo, a alma vé (perg. 428); ¢ ve através dos corpos opacos, porque para o Espirito, a matéria nfo oferece obstaculo (perg. 429). Mas nao vé tudo, nem conhece tudo: primefro porque o conheci- mento nao depende de estar encarnado ou desencar- nado; segundo, porque, estando ligado & matéria, nao tem toda a percepgdo de um desencarnado, (perg. 430). Mas cle pode falar de coisas que parece ignorar quando em vigilia, porque jé tendo uma experiéncia an- terior e conhecimentos adquitidos, nem sempre pode externé-los em vigilia pela imperfeigdo do instrumento de que dispée, que faz com que no se lembre, (perg. 431). Além disso, muitas vezes, em transe, diz 0 que muitas vezes Ihe € sugerido’ pelos espititos que 0 assistem. Ainda, tem uma vidéncia que depende das dispo- sigées fisicas que Ihe so préprias, (perg. 433), e nem sempre muito clara, mesmo porque freqiientemente no sabe distinguir a visio sonambillica de uma corporal, (perg. 435). Nem sempre sabe 0 que ocorre com ele. Quanto as sensagGes que ele possa ter sio da alma; e se algumas se refletem no corpo, isto se d4 porque a alma permanece ligada ao corpo por um lago fiuidico, como no sonho, (perg. 437). Relacionado a estes fendmenos, Kardec cita ainda © Bxtase, uma forma de sonambulismo mais apurado, 132 (perg. 439), Nele o Espitito penetra mundos superio- res, embora limitadamente ao seu grau de depuracéo, (perg. 440). E 0 conhecimento de um mundo melhor pode fazé-lo querer abandonar este plano, (perg. 442). Quanto ao que ele vé, o vé segundo seu entendimento, (perg. 443). O que relata sempre algo que deve ser Ievado em conta das impressGes que ele teve. Outro fendmeno que néo deixa de ser a mesma coisa é 0 denominado da dupla vista. Trata-se da vista da alma, sempre que o Espirito se desprenda do corpo, (perg. 447, 448). E espontinea, mas pode ser ampliada com 0 esforgo de vontade, pelo exercfcio, (perg. 450). Certtas situag6es podem desenvolvé-la: a doenga, a proximidade de um perigo, uma grande comogio (perg. 452), que, em certos casos, pode até dar a presciéncia das coisas, (perg. 454). (Vide [1], Livro 22, Cap. VIII, Resumo testico do sonambulismo, do éxtase e da dupla vista). André Luiz também caracteriza a hipnose, a letar- gia, a catalepsia e 0 sonambulismo como um mesmo fendmeno, apenas com diferentes graus de passividade. Diz ele: — “Na hipnose e letargia as pessoas... liberam aglutininas mentais que facultam 0 sono co- mum, obscurecendo os nicleos de controle do espirito, nos diversos departamentos cerebrais. Além disso corre- lacionam-se com a onda motora da vontade a que se sujeitam substancializando, na conduta que Ihes é im- posta, os quadros que se Ihe apresentam. Na catalepsia e no sonambulismo, as oscilagSes mentais dos hipnotizados, a reagirem sobre eles mes- mos, determinam o desprendimento parcial ou total do perispirito que, nao obstante mais ou menos liberto das células fisicas, se mantém sobre 0 dominio direto do 133 magnetizador, atendendolhe as ordenagées”. ([22], Cap. XID. 2 — RELIGIAO: CURA E DESENVOLVIMENTO DO ESP{RITO © vampirismo, 0 adoecimento do espirito, a cura da alma e scus processos, praticados no plano extra- fisico, a existéncia de uma medicina espiritual que, em nosso plano ainda permanece nos dominios da moral religiosa, constituem 0 conhecimento que a altera pro- fundamente todas as nogGes ainda sustentadas pela crenga dogmética concernentes a alma, sua existéncia apés a morte, o castigo divino, as penas eternas, etc... € toda uma montagem feita de mitos, que rue como um castelo de cartas, ao sopro renovador trazido pelas aber- turas que a mediunidade descerra para o mundo spiritual. EB em Kardec que, pela primeira vez ([3]), os fatos do mundo espiritual séo colocados como base de toda especulagiio, como os entes de observagao sobre 0s quais edificamos 0 conhecimento do mundo espiri- tual, André Luiz ¢ outros Ihe secundam a iniciativa, ampliando nossas possibilidades de informaco ¢ dis- cernimento. As nogées de atividades reflexas, congénitas ¢ condicionadas, de influenciagao, sonambulismo ¢ dife- rentes graus de passividade, sio as chaves da com- preensGo de muitas doengas da alma, a loucura, a epi- lepsia, € outras, até hoje ainda incompreendidas. Conta André Luiz, em ([4], Cap. VIE e VIID, dois casos de reencarnacao de entidades em processo reeducativo, com problemas semethantes: um, ainda em 134 fase inicial de reajuste — (Cap. VII), outro, em situa- Go quase vencida — (Cap. VII). No primeiro, trata-se de situacao resultante dos “...dramas intimos da personalidade prisioneira da introversio, do desequilibrio, dos fendmenos de invo- lugfio, das tragédias passionais, episddios esses que de- flagram no mundo, aos milhares por semana”. Uma situagdo que demanda dos desencarnados esforgos ingentes de assisténcia na prevengdo contra a loucuta, especialmente nos dias de hoje, em que as-con- dig6es humanas est’io a merecer, por parte deles, maio- res cuidados. E, isto, principalmente devido 20 enfraquecimen- to das crengas religiosas, em crise, por terem estacio- nado no tempo, aparecendo, frente a Ciéncia que se apresenta qual “.. .drvore gigantesca... ramos reple- tos de teorias e raciocinios. ..”, semelhante a“... .erva raquitica, a definhar no solo’ © homem, no seu crescimento, teve a orientélo, desde os primérdios, a Religido, em cujo Ambito se en- cerravam os gérmens de toda atividade cultural. Com © tempo, a Arte, a Técnica, a Filosofia, a Ciéncia, ad- quiriram personalidade prOpria e deslocaram-se com fi- nalidade bem definida. A Cigncia desenvolveu-se como descobridora das leis naturais que nos governam; a Filosofia acompa- nhou-a para enriquecer-Ihe os valores intelectuais, de- senvolyendo ambas procedimentos e métodos, que ga- rantem a aquisigio da sabedoria. Mas elas ainda nao descobriram 0 Espirito, as leis que o regem. E 0 su- perintender do desenvolvimento harmonioso da alma tarefa que ainda cabe & Religio efetuar. Mas hoje, dla, nas diferentes formas dogmiticas e existentes, tem- 135 se revelado incapaz de efetué-lo por falta de pessoal adequado, no império do aperfeigoamento dos senti- mentos, da edificagdo do amor, um campo que requer “~ .vocagio pata a rentincia”. Por isto, o Plano Espiritual tem que desdobrar-se no socorro dos “.. .que sofrem, incentivando os que esperam firmemente no bem, melhorando sempre”, atendendo as rogativas daqueles que, pela prece, assi- nalem onde se faz necessério aduzir forgas a0 bem. 3 — O PROBLEMA DA EUTANASIA © caso em estudo era o de uma criatura encarna- da em dolorosas condigées, em horrfvel provaso, «...um fenémeno de desequilibrio espiritual absolu- to...”, dificilmente contestavel por “causas substan- cialmente fisiolégicas...” ou atribuiveis ao corpo fi- sico. Menino de oito anos, paralitico, quase que impe- dido de qualquer comunicagao com 0 mundo carnal: sem falar, ouvir, ver, quase vivia psiquicamente como um condenado a cumprir penosa pena. Fora criatura que, dois séculos antes, abusara do oder, decretando a morte de varios companheiros que, além-tdmulo, passaram a cobrar-lhe os desmandos. Em processo final de resgate, havia sido recebido, na reen- carnagao, por piedosa irma que, diante do sofrimento que tinha de suportar, nfo raras vezes sentia-se sucum- birthe ao peso. Aquele era um momento em que, sen- tindo desfalecerem-the as forcas, suplicava por amparo que Ihe estava sendo oferecido. © quadro era desolador. Aquela figura destrem- belhada, mais semethante a um sfmio do que a um 136 ser humano, como poderia ser explicada? Regresso do Espirito? Nao ha regressao do Espirito. O que hé é a fixagdo monoideista da criatura nos proprios erros que a situa- mentalmente na zona dos automatismos inferiores, des- pertando forgas primitivas. O estado mental sustentado pela atuago dos obsessores, impede & criatura de si- tuar-se na zona do consciente, isto é, zona motora das realizagdes atuais, o que impossibilita de governar © crescimento, os centros da fala, da audigo, da visio, da manutengo do equilibrio, fazendo com que a forma sofresse degenerescéncia. A obliteragiio dos canais que dificultam a mente a operar nos recursos do consciente causa atrofia de Orgtios, impede a orientagdio organiza- da do refazimento fisico, e perdura até que n&o se es- gotem as causas que originaram a perturbagao. Sobravam ainde dois desafetos. Outros infelizes, para os quais, a mesma criatura desprendida, oferecia oportunidade de reencarnagio. Seriam irmios daquele infortunado, que hoje ainda stormentavam e, na carne, entrelagando “...as mos com ele, consumindo ener- gias por ajudé-lo, assistidos pela ternura de abnegada mie... beljardo 0 inimigo com imenso afeto.... trans- mudardo 0 6dio-em... amor... e a forga do perdéo restituird nosso doente a liberdade”. Por enquanto, sustentayam o desequilibrio. Um. deles, tocando-lhe 0 cérebro com a mao inoculava-The “.. .estrias negras de substancia semelhante 20 piche, as quais atingiam o encéfalo do pequenino, acentuando- The as impressdes de pavor”. Tratava-se de energias destrutivas de édio que, atuando no consciente, isto é “. . .em suas capacidades de crescimento, realizacao e trabalho nos dias que cor- 137 sem...” compeliam-no a “.. .descer mentalmente pa~ ta a zona de reminiscéncias do pasado...” no qual se manifestava em estado proximo ao sub-humano. A genitora, jovem senhora, que momentos antes clamava aos oéus por misericérdia, foi amparada por Calderaro, que passou a influencié-la com idéias ¢ su- gestdes superiores, alteando-lhe as disposigées. Vendo-a refeita e reconciliadora com a sua missio sacrificial, Calderado dera por findo o trabalho de as- sisténcia, obtemperando: “Examinando essa crianga so- fredora com enigma sem solugo, alguns médicos insen- satos da Terra se lembrargo talvez da “morte suave”; jignoram que, entre as paredes deste lar modesto, o Mé- dico Divino, utilizando um corpo incurével e 0 amor, até o sactificio, de um corago materno, restitui o equi- Ifbrio a espiritos eternos, a fim de que sobre 2s rufnas do passado, possam irmanar-se para glotiosos destinos”. (Ver em [6], n° 106, a eutandsia). 4 — EPILEPSIA Marcelo, o segundo caso, entretanto, jé se encon- trava em situagdo quase vencida, J4 ultrapassara a fase das perseguigdes ¢ estava em reencarnacéo de refazi- mento. “...mas perseveram ainda as recordagdes, os remanescentes dos dramas vividos no passado aflorando sob forma de fendmenos epileptdides, as ages reflexas da alma, que emergem de vasto ¢ intrincado tGnel de sombra ¢ que tornam em definitivo 2o império da luz. Se o mal demanda tempo para fixar-se € Sbvio que a restauragZo do bem nfo pode ser instantanea”. Hoje integrava-se tanto a reduto familiar esclareci- do, que se distinguia pela harmonizacao de relaciona- 138 mento, integrado no aprendizado do Evangelho redi- vivo. Esclarecia Calderaro que “...A familia € um san- tudrio. .. quando dois ou trés de seus membros apreen- dem a grandeza das suas probebilidades de elevagio, congregando-se intimamente para as realizagdes do es. pitito eterno, so de esperar maravilhosas edificagdes”. Esforgando-se na aquisigfo dos _ensinamentos evangélicos, 0 rapaz declarava sentir melhoras enquan- to aprendia e se esforgava por praticar as licdes recebi- das, mas que piorava, sempre que se desinteressava. As convuls6es 0 atormentavam com mais freqiiéncia. Raramente, explicava Calderaro, o fenémeno epi- leptéide deve-se a alteragdes no encéfalo provindas de golpes na cabeca. “...geralmente & enfermidade da alma... 0 corpo fisico... apenas registra... as ages reflexas... céu ¢ inferno so estados conscienciais; se alguém agir contra a Lei, ver-sé-4 dentro de si mesmo em proceso retificador”. _ Marcelo passou por longos anos de sofrimento, obsidiado pelas vitimas que The aduziram padecimentos inomindveis, abalando-o com tremendas convulsdes. _ Desde menino esté revelando as disposigies de reajuste moral pela bondade, obediéncia e docilidade, que se havia proposto. Mas, durante o sono, quando to- pava com algum inimigo, sofria com as recordagdes. _ Ultrapassando os catorze anos “. . .com 2 organi- zaco perispiritual plenamente identificada com o in- Slucro fisiol6gico, passou a rememorar os fenémenos vividos, e surgiramhe as chamadas convulsdes epilép- ticas com certa intensidade”. 139

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