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Emprego da flotagao por ar dissolvido para tratamento de despejos liquidos industriais provenientes de laticinios ENG? LUIZ DI BERNARDO ( +} ENG® JOAO DONIZETE RAZABONI | **) ENG’ ROSEMIRO J. DE REZENDE ( **) eS RESUMO A flotago € uma operagdo unitét ‘que tem sido utilizada com sucesso pa- Fa 0 tratamento de éguas residudrias & de aguas de abastecimento, Este trabalho apresenta uma descri- ‘go dos sistemas de flotago por ar dis. solvido e os fundamentos te6ricas, en- fatizando-se 0s parémetros que gover: ‘nam tal operacdo unitaria. Utilizando-se dos despejos Ifquidos industriais provenientes de uma usina de leite (Cooperativa de Laticinios de ‘S80 Carlos — SP — Brasil, realizou-se uma investigacao experimental, dividi- dda em duas etapas: (1) estudos sobre @ floculagdo dos despejos Ifquidos, utili- zando-se de cal, sulfato de alum{nio, polieletrblito catidnico (Drew-floc 21) @ polieletrélito aniénico (Drew-floc 225); (2) estudos da flotagao por ar dissolvido da suspensdo obtida através da floculagdo dos despejos Ivquidos, empregando a pressuriza¢io de recir ‘culagdo © a pressurizacdo total. Para ‘ambos sistemas de flotagio, variou-se a pressdo entre 3 e 6 atmosferas: para © sistema com pressurizacéo da recit- culacdo, variouse, também, a taxa de recirculagdo entre 50 ¢ 200% da vazio de despejo floculado (7 / Prot, Assistonte Doutor — 8 Escol do Engenharia de S. Carlos USP-Bre (*Vatunos de Pos graduago. 44— REVISTA DAE ‘Com base no trabalho experimental realizado, conciviu-se que a floculacdo dos despejos liquidos de uma usina de {site pode sor realizada com sucesso ‘quando se empregam as seguintes dosa- gens: 250 mg/l de sulfato de aluminio, 250 mg/l de cal e 0,01 mail de poliele- élite anidnico. A Hlotagéo dos despe jos tfauidos floculados com estes pro- dutos quimicos apresenta.eficiéncia slevadtssima de remocéo de sélidos, DOO € dleos € yraxas, chegandosse valores compreendidos entre 90 e 98%. SUMMARY Dissolved-air floatation has been successfully used as one of the unit operation in water and wastewater ‘weatment plants. ‘This work presents a brief descrip- tion of the pressurization sistems usually considered when dissolved sir floatation is used the main parameters ‘that govern this unit operation, ‘An experimental investigation, di- vided in two phases, was conducted to study both, the flocculation of dairy wastes with alum, lime and ca- tionic and anionic polyelectrolytes and the floatation of the suspension resulting from the first phase, The pressure in the airliquid mixture ‘chamber was varied from 3 to 6 atmos- pheres for both, the total pressuriza- tion and the recycle pressurization methods. The recycling rate for the later was varied from 50 to 200% of the suspension flow rate. Based on this study it was conclu- ded that the flocculation can be achioved with success when using the following doses: 250 mi/! of alum, 250 img/l of lime and 0,01 mg/l of anionic polyelectrolyte {Drew-fioc 225). Both the floatation methods studied can ac- complish high removals of Chemical Oxygen Demand, suspended solids and Oil and Grease ‘that lie between 90 and 98%, 1. INTRODUGAO, A flotagdo & ume operaedo unitéria que tanto pode ser utitizada no trata- mento de Sguas residusrias como no tratamento de éguas de abastecimento. ‘A sua aplicagio no tratamento de ‘quas residuérias tem sido normalmen- te restrita a separacio de éleo © mate: rial graxo, espessamento de lodo em sistema de lodos ativados ¢ separagio de alguas de efluentes de lagoas de estabilizacdo. O seu uso em tratamen- to de 4guas de abastecimento 6 recen- te ¢, geralmente, aplicével 8 clarifica ‘odo de igua de cor elevada, ‘A maior parte dos trabathos publi cados sobre a flotacio reterem-se 20 fornecimento de dados de operagio de instalagSes existentes e que, mui- {tas vezes, podem nao estar funcionan: Se ee ete Pe ee ee do de acordo com as condicdes dtimas de presto efou recirculaeio. E pos. sfvel que, em alguns casos, 05 compo- rientes da instalacSo ndo apresentam caractoristicas hidrdulicas compativeis com aquelas necessérias para que a flo- tacéo sja realizada eficientemente Dentre of principais trabalhos publica- dos sobre @ aplicardo da flotacdo por a dissolvido para o tratamento de des pejos liquidos industrias, destacam-se (08 realizados por Biesinger e colabora. dores (1), Boyd e Shell (2) e Maia e Bezerra (6). A flotacdo merece stencdo especial de alguns livros espectficos s0- bore 0 tratamento de despejos indus tials como 0 de Eckenfelder (3) € Lipték (6). Sé0 discutidos nestes tra balhos, as principais caracteristicas ¢ pardmetros que governam a flotacdo por ar dissalvido, assim como sd0 tornecidos dados de operacdo de ins- talaoSes existentes em frigoriticos, in- distriais de papel e papelao, de con- servas alimenticias, retinarias de petré- leo € dieo comestiveis, etc. Atuaimente, ainda nio se dispde de dados da literatura, onde houvesse sido investigada 2 influéncia da pressio e da recirculacdo na eficiéncia da flota- ‘cdo e nem de um trabalho expecffico do emprego de um sistema conjugdo de floculacdo — flotacdo para o trata mento de despejos I/quidos provenien- 105 de laticinios. Assim, o presente tra balho foi realizado com despejos Ifqui- dos provenientes de laticinios e tem os seguintes objetiv a) investiger, em apareiho de ‘Jar- Test”, a possibilidade do trate- mento de tais despejos mediante 2 aplicacdo de sulfato de alur siio, cal e polieletrélito; investigar @ aplicabilicade da flo- ‘ago por ar dissolvido, em con- junto com a floculagio dos des- ejos lfquidos, como as dnicas Unidades de tratamento; ) investigar a influéncia que a taxa de recirculacdo e a pressio na cd mara de pressurizacdo exercem na eficiéncia da flotacdo, ») 2. FUNDAMENTOS TEORICOS DA FLOTAGAO POR AR DISSOLVIDO MECANISMOS DE CONTATO ENTRE BOLHAS DE GAS E PARTICULAS SUSPENSAS A flotagéo por ar dissolvide con siste na combinacdo de bolhas de gés com partfeulas suspensas ou material ‘gf@x0 e oleoso, causando uma diminui- 0 da densidade destas particulas em Felacdo a fase liquida, Considerase wés ‘mecanismos como os responséveis pela 24, aderéncia das bothas de g&s no materia 8 ser flotado: (i) aderéncia do bothas ascendentes de gés com a particule suspensa ou precipitacéo direta delas sobre a particula suspensa: (i) aprisio- namento de bolhas de gis na esteutura dos flocos; {il} absorcao e adsorcdo de bolhas de gs nos flocos durante a for macio dos mesmos. A Figura 1 apre- senta_um esquema ilustrativo destes ‘tts mecanismos, 22. TIPOS DE SISTEMAS DE PRESSURIZAGAO Em funcéo do método de pressuri zacio aplicado, 2 flotaco pode ser realizada de trés modos distintos, co- mo mostra a Figura 2. wy « FIG ~ ESQUEWAS IL USTRATIVOS DOS MECANISMOS DE ADERENGIA (1) aad pmessuaizacio srvuenrs wane Oe ciwans of] __erwenre pressuaizaclo pee [ciwara oe Footsie EF cuewTE: FIG. 2 ~ ESQUEMAS ILUSTRATIVOS DE PR ESSURIZACAO, REVISTA DAE - 45 No caso a da figura 2, temse 2 pres surizagdo total do afluente, Em geral, este sistema € utilizado quando o afluente contém grande quantidade de particulas suspensas ou de 6leo © que podem passar através da cimara de pressurizagio, onde a agitacdo é inten- 4, sem que haja prejuizo 8 eficiéncia de tratamento, A regularizagdo de va- 280 do afluente ou o retorno de parte do efluente de cémara de flotacdo 20 tanque de sucedo ou de regularizagio de vazio é indispensdvel para evitar imterrupeSes que prejudiquem o fun cionamento da instalagéo. No caso b da figura 2, temse a pres: surizagdo parcial do afluente, que nor- malmente é utilizada quando 0 afluen- te apresenta concentragées relativa: mente baixas de particulas suspensas ou de dle. Do mesmo modo que no caso a, a agitacdo intensa existente na cémara de pressurizagio no deve pre- judicar a eficiéncie de tratamento. As- sumindo-se constante a parcela pres surizada e igual, por exemplo, 8 vazd0 minima do afluente, a parcela rema: nescente ¢ no pressurizada, poderis ser recalcads através de uma bomba de rotagio variével, evitando-se 0 uso de tanque de reqularizacdo de vazdo. No caso ©, temse a pressurizagio da recirculagio da cémara de flotacdo, utilizeda sempre que a mistura intensa existente na cdmara de pressurizacio puder prejudicar os flocos ou particu: las de dleo suspensas no afluente. Es: te sistema 6 normalmente usado quar do se tem tratamento fisico-quimico de 6leo emulsionado ou para clarifica: fo e/ou adensamento de suspensies floculentas. Como se pressuriza 0 efluente de flotagdo, a dissolucdo de ar & mais eficiente neste caso. Entre- tanto, a cimara de flotagao deve ter ‘rea superticlal superior aos casos an. teriores, pois ¢ resuitante de uma taxa de escoamento superficial que leva em ‘conta a vazdo do afluente e da recircu: laga0. 2.3, RELAGAO AR-SOLIDOS A cficiéncia de uma instalacdo de flotago depende de inémeros fatores, porém, a relago arsélidos tem sido considerada 0 parémetro mais signifi- cativo. Este parimetro depende, es sencialmente do tipo de suspensdo 2 ser flotada. Na prética, encontram-se valores variando desde 0,006, nos ca- s0s de tratamento de despejos de in diastrias de dleos comestiveis e de pa: peel, até 0,06, no caso de espessamento de lodo biolbeico (2. 3, 6). A relagdo ar-sélidos pode ser calcu lada mediante o emprego das equagies 1 au 2, conforme 0 caso em questéo. 46 — REVISTA DAE sem recirculagio; 13. S,(f.P-1) A 0 s 's # com recireulacéo. AAS PM Oy s 5 a, onde A =: massa de ar liberado pela des S " pressurizagio por massa de sblidos presentes_no_afluen: te (mg/ma) solubilidade do ar na agua 4 presséo atmosférica (mlit}. concentracdo de slides sus: pensos presentes no afluente imal). f : effciéncia da dissolucio do ar na gua na pressio P. Q,; vazdo de recirculacado (V/s). Q,: vezi do afluente (W/sh A solubilidade do ar na gua limpa depende da temperatura, conforme a Figure 3, reproduzida da referéncia 3). FIG, 2 RELAGAO ENTRE A SOLUBI- LIDADE D0 AR NA AGUA A PRESSAO ATMOSFERICA E A TEMPERATURA (3) Q fator f depende das caracte ticas fisicas @ quimicas da dgua e da press mantida na camara de pres- suri2aga0. O valor de f estd compreen- dido entre 0,5 para sistemas de pres- surizagdo total ou parcial © 0,8 para sistemas com recirculacdo. O pH e a rosso influenciam significativamen te no tamanho das bolhas de ar, co- ‘mo mostram as figuras 3.e 4 (A). A figura 4 mostra que, de um mo- do geral, © aumento de pressio con: duz a diminuiggo do tamanho das bo- has de ate proporcionando uma superficie maior de contato entre are flocos. Porém, a partir de 5 at- mosferas, 0 efeito do aumento de ppresso se toma praticamente des- prezivel em relago a0 tamanho das bolas de ar A figura 5 mostra que o pH in- flui_ significativamente no tamanho das bolhas, porém, para valores de pH superiores a 7, 0 tamanho das bo: Ihas praticamente no se altera. 2.4, CARACTERISTICAS HIDRAULICAS DOS: SISTEMAS DE FLOTACAO POR AR DISSOLVIDO 2.4.1.Dispositivo de Fomecimento de Ar O ar tanto pode ser inserido na suc- 0 como no recalque das bombas, Quer se tenha um sistema de pressuri- zagio total ou de recirculacdo. Em ‘qualquer caso, 2 vazio de ar que pode sar intcoduzida ¢ limitada, pois ocor: te uma diminuigio instanténea de va- fio e pressio da bomba, chogando:se 2 completa paralizacdo do recalque de gua, Por ser extremamente dificil © controle da vazdo maxima de ar admissivel_ na sucgé0, 0 ar tem sido normalmente introduzido na cenaliza- do de recalque, em um dispositive misturader, como por exemplo, um venturi, Oar pode ser fornecido por meio de um compressor rotativo ou por meio de um compressor provido de reservatério, Em qualquer caso, 3 introduedo de ar deve ser controlada, «de preferénela, utilizarse de uma vil- vula cBnica, que permite um ajuste mais adequado da vazio de ar, que deve ser medida através de um dispo- sitivo qualquer, como um rotsmetro, Conhecendo-se a relacio ar-sélidos ‘que apresenta a eficiéncia dima, de- terminase a vezo de ar que deve ser fornecida e conseqiientemente, tor- nase possivel especificar 0 compres- 2.4.2. Camara de Pressurizagdo © despejo Ifquido ou a vazio de recirculago com 0 ar penetra na par- te superior da cdmara de pressuriza- ‘edo e sai pela parte inferior. Esta cé- mara deve dispor de uma ventosa, pa- ‘a expulsar 0 excesso de ar, de vdivu- Ja de soguranca e de um mandmetro ‘que permita conhecer a pressio no interior da cdmara, POSES SSHSHSHSSSHSSSHHHHEAKSHSSSEAEAAECHAOEDSEDEDADHSSESOSCS FIG, 4— INFLUENCIA DA PRESSAO NO TAMANHO DAS BOLHAS DE AR = s w 90 2 45 a 3 ° 40 z Seer T z 3 a 3 6 PRESSAO (ATM) 60 3 = 5s. Hy Gyua destilada com 7 oe ania a 2 4 ® 80. g ° = 45. 4 rn 1 2 3 4 5 6 7 8 s Wo ou FIG, 5 — INFLUENCIA DO pli NO TAMANHO DAS BOLHAS DE AR A canalizacdo de sa{da deve dispor de uma vélvula redutora de pressio que permita ajustar a perda de carga ara a pressS0 adequada a ser manti: da na cémara de pressurizacio. O tempo médio de detencdo nesta mara varia entre 1 € 3 minutos (3). 2.4.3. Camara de flotago O despojo liquide despressurizado ou a mistura do despejo Vquido com a recirculacao, so encaminhados para a cimara de flotagSo, onde entram pe- la parte inferior @ em uma cdmara de expans3o. Na parte superior, 0 mate- rial flotade 6 coletado continuamente em uma canaleta com auxilio de um raspador automitico e, posteriormen: ‘te, € transterido para um recipiente ex- terno. A parte tfquida ¢ coletada em cana- leta externa e enceminhada para uni- dades de tratamento subseqilentes ou disposta convenientemente. ‘A rea superficial da parte corres pondente & flotacdo propriamente di- ta, é caleulada a partir da taxa de es: ceoamento superficiel, normglmgnte ‘compreendida entre 3.6 10 m°/m*. h (5). (© tempo médio de detencdo na cé mara de flotagdo ¢ geralmente adotado enire 20 e 30 minutos (3}. 3. INVESTIGAGAO EXPERIMENTAL A investigacdo experimental foi rea- lizada com 0s despejos Wquidos pro- venientes da Cooperativa de Latier- ios de Sfo Carlos (SP-BRASIL), Ba sicamente, os despejos Ifquidos sio provenientes das lavagens de latdes, caixas plisticas, pisos @ recipientes de pasteurizacio do leite, 0 trabalho experimental foi realiza ‘do em duas etapas: (1) ensaios de flo- culago em aparelho de “Jar-Test” utilizandose de uma amostra compos: ta e do cal, sulfato de aluminio, po: fetr6lito cationico (Drew-tloc 21) ¢ polieletrétito anidnico (Drew-tioc 226) ‘como produtos quimicos; (2) ensaios de flotacdo, utilizando-se como afluen- te a instalaedo, 0 despejo floculado conforme resultados da fase 1. 3.1, ENSAIOS DE FLOCULAGAO 3.1.1. Caracter{sticas dos Ensaios Os seguintes pardmetros foram em pregados para a realizaco dos ensaios de floculacdo: © tempo de mistura rapide: 3 minutos @ 100 cpm @ tempo de floculagdo: 20 minutos 2 50 cpm tempo de sedimentacao: 30 minutos 3.1.2.Caractor(sticas da Amostra de Despejo Liquido Foi utilizada uma amostra compos ta, cujas principsis caracterfsticas so tpresentades no QUADRO I auApRo1 Peete jas | e ‘ssiscon Tomate Have (2/2) wm | 3.1.3. Resultados e Discussio © QUADRO 11 presenta, de forma resumida, 0s resultados obtidos. Qs resultados constantes do QUA: DRO II mostram que é posstvel tr- tar os despejos Iiquidos provenientes de latic(nios através de processo fisi- ‘co-quimico, pois como se pode obser- var, & posstvel de se obter remocio de BAO da ordem de 90% (ensaio n° 6) Verificase também no QUADRO Ui, que além de necessitar de dosagens menores, 0 polieletrélito aniénico pro- duz resultados superiores ao catidnico. © emprego de somente sulfato de alu- minio e cal conduz 20 uso de dosagens substancialmente mais elevads. REVISTA DAE ~ 47 ‘quaoRo 1! STENT | pouxeuemétsro (x2/3) | ontuctsntsrzeas 00 soMIROE isiro | ratsso | oH T jane 12 consemragto (ae/t) A) | carrdeteo wtoztco | S ‘FXLTPADA 2) | wm _ |PGAD Ya HE +/7 {8/8 | | Festco 1 evleetonato 3 las | dey — — : — | =P sameragice tute 2 | te | an 3 iecrvagen shou 1) Bo Tas [4a 2 fe | ‘ Fence 3 = seleotna 2) 5 |e | ie | - | ae _ Boe a ee) | soo es ae 37] he a 2 | & | Be 33) ks a > 1 5 | a0 450 iam = an 06 198 =| Lae | ne | tle ise 1 250 250 0,020 ; 28 2,0 | 202 2 250 250 0,050 | ons. Ye | 226 4 3 250 250 0,075, = Ted 440 166 _— 2) | Be) ae ois e | [3 | 0 | 0 | ono 16 6 3s 1] i015] —evea0 yone | xe | ase 5 1 2 | dm | Me | Ste i | ee) 3 j | 30) Bo | eis ~ ne | me | - {4 | 500 | 350 | onae0 te_| sie % 1) Be | 20 eae] iT] ss 9 6 2 | | me] — sss | oir | its & _ {3 | 30 | 20 cos | 19 | so a pe ae | 8 eae | ns | ae ue 2 | xe | x0 | oo | 13 | ao 2 _ L$ | eo | 38 sop | fa | as 7 Apesar des cemogies rlativemente © al clara mecanizada de mistura répi elevadas de DQO, deve-se ressaltar que 250 mg/l da, trés cdimaras em série para flocula- 2s medidas foram feitas filtrando-se amostras do sobrenadante dos frascos ‘em virtude de ter sido veriticada a pre- senca escessiva de slidas suspensos. Para efeito de realizagSo da segun- da etapa do trabalho experimental, fo ram adotadas as seguintes dosagens de produtos quimicos: © sulfato de aluminio: 250 mg/l © polieletr6lito anidnico: (Drew-floc 225):0,01 mg/! 32, ENSAIOS DE FLOTAGAO 3.2.1. Descrigo e Funcionamento da Instalagio Piloto A instalagio piloto era constitut dade: bomba centrifuga para recal- que dos despejos brutos, rotimetros, cho, tanques de preparacdo de suspen $626 dle cal e sulfato de alumsnio e de solugdo de polieletrélito, trés bombas dosadoress do tipo diafragma, bomba ‘centrifuga para recirculaggo, rotame- tro, cdmara de pressurizago, compres- sor tipo rotativo, vélvula redutora de rosso © cimara de flotacio, A Figu ra 6 apresenta um esquema ilustrativo da instalacdo piloto utilizada. FIG. 6 ~ ESQUEMA ILUSTRATIVO DA INSTALACAO PILOTO. 4 48 — REVISTA DAE TREREEELERELELLERLEEEREEREEERERR ERR ERR ERE KERR RRR REESE poe o oe oe eee ee ee 3.2.2. Metodologia dos Ensaios QUADRO II Para 0 caso da pressurizacdo de va- ‘20 de recirculagio, foram programa dos 16 ensaios, com a pressio varian sm0sTRA oaerivo do entre 3 ¢ 6 atmosferas e vazao de recirculagdo entre 150 e 600 W/h, cor- @ 200% da vazio do afluente flocula- do. No case da flotacdo com pressuri zacio total, foram investigados valores de pressio entre 3 ¢ 6 atmosferas e vazio constante do afluente, igual 300 I/h, resultando um numero de 4 ensaios. ‘A caleta de amostras era feita le: vando-se em conta os tempos médios de permanéneia nas unidades. inter: medisrigs, Foram coletadas omostras do despejo bruto, floculado e do efluenta da cdmara de flotacio. Em adigdo, foram coletadas amostras do material flotado. Q QUADRO Ii! apresenta as medidas efetuadas © os objetivos. A instalagio foi construida de mo- do a possibilitar que dois daqueles 118s métodos de pressurizacdo apre- sentados na figure 2 fossem emprega- dos, quais sejam: (1) pressurizacdo da verio de recirculacéo; (2) pressurize 80 total De inicio, era acionada a instalacio de floculacio, compreendendo a bom- ba de despejo bruto, bomba dosadoras e tanques de misturs répida e lenta, pa- 1a ume vazio de despejo constante de 300 W/h. O efluente desta instalagio era descartado até o momento em que se verificava, por meio de amostras | | respondendo respectivamente, 2 50 G0, Ghees @ Bespejo Brute | sn, texy Eriuente de Tnidade de Flooalagio Bfluente da casera rate, 6b dos sesvenses ios Suspense: sf a efiekin= fa do rexogdo ma lo saci Deterninaylo do teor Ge altace exerensos na cdsara de flotacte Yeriticer @ efteiine ole da nesog’ coletadas na 3? cimara, que a flocu: lego estava sendo realizada satisfato riamente, A partir deste momento, acionavamse a bomba de recircula- cdo e © compressor, de modo a se ob- ter 0s pardmetros desejados ((a) pres: so e vazio de recirculacdo no caso de pressurizagio da recirculagio; (b) pressio, no caso da pressurizacdo total) 3.2.3, Resultados e Discussdo. Os QUADROS IV e V apresen- tam 05 resultados dos exames fisi- ‘co-quimicos ¢ bioquimicos realizados ‘com as amostras coletadas para cada condicéo de operacio do sistema de flotacio. AS caracteristicas Fisicas da instala ‘0 piloto nSo permitiram que fossem investigadas as caracter{sticas da flota ‘do para a pressao de 3 atmosteras taxas de recirculagdo iguals a 50% & 200% @ para a pressio de 4 atmoste- ras e taxa de recirculacdo igual a 50%. © QUADRO VI, que apresenta os valores de A/S relacionada com 2 efi- Giéncia da flotagio, foi construido a partir dos dados dos QUADROS IV ¢ Ve utilizando-se das equacdes 1¢ 2. 0 pardmetro {foi assumido fgual a 0.8 para 0 caso da recirculagdo e 0,5 quan do @ pressurizacao total foi utilizada Em qualquer caso, a solubilidade do ar_na agua limpa foi adotade igual a 17,5 all E interessante observar no QUA- DRO VI, que a relacdo A/S pouco influi na eficiéncia de remogdo de sblidos suspensos para as _condicies investigadas, pois foram obtidas remo- es de sOlidos suspensos superiores 8 70% para qualquer relacdo A/S re sultante, Apesar de apresentar menor quaono iv Tame PREM We ROR eae | vin ae =o hemes | PR me (nd Yasacnarto [ree | weostra | arosTRA | racer] at | lt | Il a wom fo Tm x reTR leone | ete | vender, | xo. mato) [Rea rumpapa [7ST prumapa |PTETPADA | (fn), (ate) wap te tae [pee pmo poe | | uriuente as loo, | - | «e250. ol - Lt CREME pr [= ese amelie = fam |e | a BAuente ta [6,20 | 204550 > 0/910 | 24,0 | 240,0 See [eR | aaa | eas | as ae Pee oe Lanse jo: = [320 | aie] an0 | - alate tort best tives te tye | woe |e ne me | ame | nee | ‘Deapeso Brato [4,66 | 2051,0 - }183,0 2,0] 161,0 676,0 | = » lee wo fm | se | Tans REVISTA DAE ~ 49 CONTINUAGAO DO QUADRO IV \ - — ott as on 7 wo [amo |= - 2 Pie a lise | wee | ame | \ {| Gaps mos | Gee) eo | =| oo Biluente a | eae) : =f | 500 | x00 | 3 tee | 5p] me |e hee |e | “rtetagte | O78) a0 | ane = > Tt ro | 60 oe . | elvnte ae eet we | 20 Thetesda Beje into| 500| 10a |= ee T aan er a =f foe | 90 | oa oT ~ 4 Pravente 46 | 6 a6 | 52,0 | - azo | 1700 | neapege tet = lene] 20 |e | aueo | | Ffluente x, [ 7 a woe : ~ | ae | wo | ao Flocutacio shia Frivente éa | 6475 | 99,0 - | 193,0 | 182,0 otagfe : ner Ete | Gat [5m |= 3,0 | Feo |= Wrinente ea ial r = Taal > wo) = | 5 | rlocutsefo wo | a0 | 5,0 = 1 Eriente de 7 : 7 Flotagie | 695 | 7240 m0 | ane | wenrepe mate | Go | aso | zee | aoe | flute aa : aso | = = __[s260 fase [nso] - | = = ‘o [5250 [ase [ose | EEE RaHtEee 180,0 - 63,0 | 3,0 | 60,0 | ato 17640 we |= 30 | eo | ene |= 2 00 | 200 | 40 eee 6,70 | 203,0 12640 Flotagio 7 | 7 I ! eopajo Bate sno | = [2150] 50 | 2one fase | | ECE i w [Hie eae l .] - sao bane [ane] >| 60 | 200 | 5,0 Brverte de Te55 | = | =| 390 | & | 53,0) 102.0 | 19,0 | Hotie | Deseo Bevo [30 | eee : Thun aa |g 7 feo | 20 | 6,0 = Floculagio 637 : mame [awe | ome |= 7 50 — REVISTA DAE RPOSOSSERSRRAERERSHSECAEESEESERACEE EEOC EEEEEEEEEEELEE 0999929995555 0888 Y , & ee Tiree ee ere perce eee ate QUADRO V — PRESSURIZAGAO TOTAL cuamso ¥ mussenr2.g70 Tone | marceran SOLtYEL, ‘S¢LIVOS SUSTRISOS ‘QO (26/3) BM Mexatta (ng/1) (ee/t) » FRESSIO A chat 05 sso] weorma | 8 ry tricot NOSTRA | oeran | pxto [vorter, | MEO | MHOSTRA or Geay Jroveupa | exumana aura | pxumupa Teopeje Into [G50] m,0 | - | a9, 40] 23,0] t,.0 | - j erento ts Veo | = | €2.0) 250.0} uno |= - oy |_ Fiscutsete 7 I Ar} Exluente da 25,0 - 22,0 20] 20,0 61,0 } 44,0 Despeja Brato [10,90 | 1974,0 : 1386,0| 6,0 | 2300,0 | 5618,0 - Betuente da 1 gles] - = | 305.0] 2660 | 2200 : ce | Moestarde : 0 | eo | ae Tfiueste ta Plotegio 7,20 | 40,0 7 2,0 10,0 | 3940 36,0 Despeje Bruto {10,90 | 284,0 - 277,0| 270,0 | 662,0 = erie ae yg | S| el ea ~ Pee " 0 2440 | 483.0 aa Bttusrte ae 50 | 139,0 | 12,0 | 2,0, 0] 40,0 | 40 | $0, owas [582 | 2 o| 4 1,0 | 50,0 QUADRO VI ~ RELACAO (A/S) EM FUNGAO DAS CONDIGOES DE OPERACOES: euono vr -euagTo (4/s) 1 PYRO ove rors ns ormeagtae: stumes sosrEnsos TazTo | wnnsoto 1a | sexs xo rumme mo | MORENO | chun ae j | MACRO ARK Me #ocmLA raossumrzy | # | Ae 80 (na/3) am | | oto (ote) | shies wa wo | [533.0 150 6,081 32,0 300 _| ~ | oo% 35,0 sa _| 0,057 7,0 305 Oni 3054.5 500" 2,089 Bho, ee “Teuie9 360,6 624, 50 601 wo |_as0 049 509,5 600 | 00 [as ot | mT _| 9x9 134 5260 «oo | foo 28 gid | 928 | 926 | = 355,0 [xe O98 : 515) aa oa 5,0 = 5 38.0 | 9,7 | 96,8 05,5 an on [393 [99.3 | 959 m3 | &.0 an Tos set | 908 | 24,0 ua flexibitidade com relagéo @ operagdo, ces dos equipamentos, exigindo cuir atmosteras como aquela méxima utili: @ flotacio com pressurizacio. total resultou superior & flotaggo com re: Circulagio om alguns casos, porém, dove-se ressaltar neste caso, culdades encontradas devido @ obstru wales, rotametros, etc. as dif interior da ciara de mistur dados especiais de manutengéo das vst ‘Ao contrério do que afirmam Maia @ Bezerra (6), limitando @ pressio no ae 4,0 zivel na prdtica, os resultados obtidos nesta investigagdo experimental mos- traram que € perfeitamente possivel ‘empregar a flotacdo com valores de pressio até 6 atmosferas para diferen- REVISTA DAE —51 tes taxis de teciteulaeSo ou para a presurircio total. Os dades do QUA- DAO VI mostram que a pressio pouco influi na eficiéncia da flotagio dentro bao nao filtr, de uma certa faixa de veringa0. quan do e taxa de recirculario € préfnada, A figura 7 apresenta as curvas tipi- ‘cas que relacionam a eficiéncia da flo: tacdo em fungdo da relacdo A/S, quan- do a pressdo na cimara de pressuriza fo for de 5 atmosferas. Outras curvas poderiam ser obtidas para diferentes presses a0 se utilizar os dados do QUADRO IV. € evidente na figura 7 que para celagio A/S igual a 0,11, 8 eficiéncia da flotacdo ¢ excelente, com cemogio superior a 90% de DAG no filtrada, sblidos suspensos e 6leos e graxas, we EFICIENCIA DE REMOGAO A figura 8 apresenta as curvas que relacionam 2 pressio 90 interior de camara de mistura em funcio da rela fo arsélides pare diferentes taxas de Fecirculaedo. Em alguns casos, a0 S€ FIG 7 — EFICIENCIA 0& FLOTACAO EM FUNCAO DE A'S SISTEMA COM RECIR aumentar a presséo, houve redugio CULACAD, da relagdo A/S pelo fato do teor de slides suspensos do despejo flocula: do no instante de coleta ter aumenta: do consideravelmente, Caso 0 teor de sélidos suspensos no despejo bruto no variasse substancialmente, 36 cur vas obtidas, para qualquer taxa de re- circulacdo, seriam semethantes 3 aque- la referente & taxa de 200%. De um modo geral, a figura 8 mostra que, pa- ra uma mesma pressdo a relagio A/S ‘aumenta com 0 aumento da taxa de recirculagdo. 08 —~<0)00~-~«01O-—«O RODEO ag (atm) Pp ‘Com 0 objetivo de se conhecer al- ‘gumas caracteristicas do material flota- do, foram coletadas amostras do mes: mo, para duas condigdes de operaedo diferentes, cujos resultados so apre- sentados no Quadro VII 4, CONCLUSOES Com base na investigacio realizada, 6 0.050 0100 oso -0200 «02500300 concluiuse que: is! a) & possivel tratar os despejos liqui- FIG. @— RELACAO ENTRE A PRESSAO ARSOLUTA NA CAMARA DE PRESSURIZA dos industrisis provenientes de uma CAO EA RELACAO A'S PARA DIFERENTES TAXAS DE RECIRCULACAO Lsina de leite, empregandosse sulfa to de alumfnio e cal, com concen: tragiee da ordem do, respectiva mente, 450 e 400 ma/!, b) é possivel reduzir em aproximada- SOLIDOS SUSFENSOS (mg/2) mente 50% as concentracbes de ENSAIO sulfato de aluminio e eal quando se empregam polimeros sintéticos; 2 uiilizagdo de polieletedlito aniéni co (Drew-floc 225) conduz 2 resut- 5 5 tados superiores em relagdo ao po- 02 25200,0 | 815040 | 2705040 1,060 filtro eatiénico (Drew-floc 7 21) tanto pele qualidade do sobre 09 | 24972,0 | 8028,0 | 16944,0 1,062 hadante como pela menor dosagem requerida; QUADRO VI — CARACTERISTICAS DO MATERIAL FLOTADO Totais | Fixos |Voldteis 52 — REVISTA DAE mm nme eaanaeannananneenneagnge agp eae eR eercek tt tetctvrbveveeeeeeseanads Preece eee eeE ered Creer ee errr ete eee eee eee 4) para valores de A/S superiores a 0,030, tal pardmetro influe muito pouco na remogio de sélidos sus: pensos; € possivel empregar tanto a flota cdo com pressurizacdo total como 2 com recirculacdo para valores de press¥o no interior da cémara de pressurizago compreendida en tre 3 e 6 atmosferas, sem que haia diferencas substanciais da eficién. cia de remoco de sélidos; © sistema de flotagio com pressuri: za¢o da recirculacdo & mais fle vel do ponto de vista operscional © apresenta menores problemas de manutenedo que 0 sistema de flo- tago com pressurizacéo total, Ql quando se flota o tipo de suspen- sho resultante de floculacgo dos despejos de uma usina de leite; € possivel obter um material flo- tade de concentracae elevada em relacdo a do afluente 2 cdmara de flotacdo; eo presente caso, houve um aumento de aproximadamen- te 40 verss, BIBLIOGRAFIA BIESINGER, M. 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