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TEMAS URBANOS E REGIONAIS, O trabalho, o capital e 0 conflito de classes em torno do ambiente construido . nas sociedades capitalistas avancadas DAVID HARVEY ‘Trad, Flavio Village CONTEGDO © trabalho versus a apropriagdo da renda © os interesses da construgio As intervenges do capital nas lutas sobre © meio construido Propriedade privada casa propria para o trabalhador © custo de vida e a taxa de salétio trado ¢ coletiva ‘Consume “racional”, admi A sovializagdo do trabalho e as relagSes com a natureza As intervengdes do capital: Uma conclusio Consciéncia de classe, consciéncia de comunidade e concorréncia CONCLUSAO Neste texto procure estabelecer uma estrutura teérica para compreender uma cterminada faceta da luta de classes no capitalsmo avangado, Os conflitos que serio aqui investigados sio aqueles que se relacionam com a producio € 0 luso do ambiente construido; sob essa expressio incluo a totalidade das estra- tuna fisicas — casas, ruas, fabricas, esertGros, sistemas de esgotos, argues, ‘equipamentos cultursis e educacionais etc, De mancira geral argumentare! no sentido de que a sociedade capitalista precisa, por necessidade, eriar uma paisa- gem fisica — uma massa de recursos fisiccs construfdos pelo homem 4 sua ‘ropria imagem, apropriada, em linhas gerais, as finalidades da produgio e do 6 consumo. Mas também argumentarei que esse processo de ctiagdo do_espago € cheio de contradigoes e tensbes e que as relagbes de classes nas sociedades ‘cepitalistas geram inevitavelmente fortes confltes ¢ correntes cruzadas Por razdes de conveniéncia analitica, admito que existe uma clara dstingio entre: (1) uma faceio do capital que procura a apropriagio da renda, quer diretamente {como os proprietérios de terra, as empresas imobilidris etc.) ow indiretamente (Como 0s intermeditios finanesiros ou outros que investem em propriedades sim- Plesmente visando uma taxa de retorno); (2) uma facgio do capital procurando Juros e lucro através da construcio de novos elementos no meio construido (06 Interesses da construsio); (3) o capital “em geral” que encara o ambiente cons ‘ruido como um dreno para o capital excedente © como um pacote de valores de uso e com vistas ao estimulo da producio © acumulagio de capital; () a orca de trabalho, que se utiliza do ambiente construido como um meio de consumo e como um meio de sua propria reprodugio. Admitire também que, conecitualmente, 0 ambiente construido pode ser dividido em elementos de capital fixo a serem utlizados na producao (fébricas, rodovias, ferrovias tc.) ‘e-em elementos de um fuundo de consumo’a serem utilizados no consumo (casa, Tuas, parques, passeios et.) Aiguns elementos, tals como as Tuas e 0s sistemas. e esgotos, podem funcionar quer como capital fixo, quer como parte do fundo 4e consumo, dependendo de seu uso Neste trabalho, concentro minha atencio na estrutura do conflito, tal como ele surge com relagio a0 uso desse fundo de consumo por parte do trabalho, 20 inves de seu uso enguanto capital ixo.no procesto imediato de producto. Acre- dito que uma analise desse aspecto da luta de classes muito contibuird para iuminar as perturbadoras questOes que envolvem as relagGes entre, de um tado, ‘© conflito comunitério e 2 ofganizagio comunitéria e, do outro, 0 confi industrial e a organizagdo com bese no trabalho, Em resumo, espero poder ilu- ‘minar a posigio © a experiéncia do trabalho com respeito a0 viver, tanto quanto fo ‘rabalhar, no desenvolvimento histrico daqueles paises que sio generalzada- ‘mente considerados como situando-se na categoria de capitalistas avangados. Os ‘exemplos serio tomados dos Estados Unidos © da Gri-Bretanha. A seguir apre- Sento’ alguns comentirios preparatérios ao tema geral a ser desenvolvido. ‘A dommagio do trabalho pelo capital & bésica para 0 modo capitalista de pro- ‘ugao, Afinal, sem ela a mais-valia no poderia ser extraida © a acumulacdo ‘dcsapareceria. Disso. decortem as mais vatiadas conseqincias e apenas ness termos sera possivel compreender as relagdes entre o trabalho © 0 ambiente cconstruido, Talver 0 fat tinico mais importante a ser considerado é que 0 capi- Talismo industrial, pela reorganizacio do processo de trabalho e pelo advento do sistema fabril, forga a separagio entre local de trabalho e local de repro- ‘duglo e consumo. A necessidade de Teproducio da forca de trabalho € assim traduzida num conjunto especifico de atividades de producdo consumo dentro dda unidade familiar, numa economia doméstica que, se quiser funcionar bem, equer valores de uso s0b a forma de ambiente construido 2 Eta ano oda eave Yer Mara, Ka © Canta Coe Yor. tH) 20 € OF ‘As necessidades da forga.de trabalho tém mudado historicamente; em parte elas virdo a ser atendidas por trabalho dentro da unidade familiar e em parte con- seguidas através de trocas no mercado, de salérios ganhos contra mercadorias produzias. Os requisitos do trabalho, enquante mercadoria, dependem do equilibrio entre predutos da economia doméstica e compras no’ mercado, bem como de consi- Aeragbes ambientais, histricas e morais que fixam os niveis de vida dos tabs Thadores* No Ambito da mercadoria o trabalho pode, pela organizacio e pela Juta de classes, alterar a definicio de suas necessidades, de maneita a incluit “razodveis” padroes de nutrigo, sade, habitagdo, educagéo, recreagdo, diver- slo ec. Do poate de vista do’ capital, a acumolagdo requer uma constante expansio do mercado de mercadorias e isso significa a criagbo de novos desejos © necessidades sociais © a organizagao de um "consumo racional” por parte do Trabalho, Este illima condigdo sugere algo. que € historicamente —observive: que a economia doméstica precisa sistematicamente sujeitarse a producio capi lulls de mereadoras. “A acumulagio pela acumulagio e a produglo pela preduglo”, que juntas impulsionam sistema capitalista, engendram portanto lima erescente integraco do consumo de trabalho 80 sistema capitaliste de pro- dugto troca de mercadorias* ‘A separagio dos locais de trabalhar e de viver significa que a luta do trabalhador para conirolar as condigdes de sua pr6pria exisncia dividese em duas Tutas Independentes. A primeira, localizada no local de trabalho, refere-se is condigdes de trabalho e & taxa de salirio que oferece 0 poder aquisitvo para bens de consumo. A segunda luta, tavada no local de viver, é contra formas secundé- Fias de exploragao e apropriacao, representadas pelo’ capital mereantil, propri- ‘ade fundidria ete. Esta luta'€ sobre as condigses de existéncia no Tocal de residéacia e convivénci E este segundo tipo de lula que focalizamos aqui, reco- hecendo, evidentemente, que a dicotomia entre 0 viver e 0 trabalhar €, ela propria, uma divisto articial imposta pelo sistema captalisa, © trabalho “versus” a apropriacio da renda e os interesses da construgio ‘A forea do trqbalho necessita de espago para viver. A terra & portanto, uma ‘condigéo de vida para a forga de trabalho, da mesma maneira que € uma con- mulpiadores ve crpantants en Tungio. do profeo de ons coneroges, pote em Todos os caso ees slo substan oo eee a igo snl gg oy soni eae aera uo poder coerelivo que o ambiente constvido pode exercer SE i i in meant i Sah Hn on segs taney emer, none eH eo iat a pane i thn = Fa Eas this ecto mere ars a alpen oie is Ys cove tS 9 “nomalmente", quer gostemos ow mio. Os grupos de represen tastes dos interests roiovisos nos Estados Unidos a ndusis de suonvee do peteleo'e da boracha bem como or iets da consrugao mudararn ¢ face do pais ¢ 50 uilzaram do poder soeteivo. do ambiente consrulGo para ‘ao caquece exer presi, A confiurages vale de, wo que ¢ eal lmpée ao trabalho podem encontrar resténcias ou serem transom, pra ‘se adaptarem aos objetivos ¢ necessidades do trabalho: 0 automével, por exemplo, tomate um melo de fapa (veremon, rapiamente, ups do) Tendo em vista que o capitalizmo tem sobrevivigo, temoe forgramente que onsivir que 0 capital domina o trabalho go 36.1 local Ge trabalho, tas também no espaso de iver, através de dfinigao dn qualidade © os padre de vida da fora de trabalho, em parte pela criagdo de ambiente consfidor Que Se adapiem as exigncis da acumulasio eda produgto de mercadoras, Colocar 2 questo. desi forma, vgorosa nfo sigufeadser_que'o taba’ mio, pode Yencerem aspectos particulars, nem implica a enktéais de uma ¢ apenas uma dkfiigdo de valores de uso para o trabalho, que se adapie aos inreace acumulagdo. He inimeras posibilidads, porém or limites de tleranca. do Geptato, mana tim, Grament dtd, Que otto ate dno Sey min € om querer sltapastion, Agu € Que A socializagao do trabalho e as relagées com a naturesza oto nr pte ne diya oe nts grein ann rim eo seer eee a ec et SERS Sincere mee terme ean Ae E coeerrensnie tpeme oar e seco mat Nc Ha uma tendéncia no sentido de se esquecer que o sdvento do sistema fabril exigiu uma extraordinéria adaptacio da vida social. Ele transformou 0 camponés © 0 attesio independente num mero dente da engrenagem de producto de mais-valia, © trabalhador tomou-se uma “coisa”, um mero “ator de producio” taer usado no processo de produgio segundo os desejos do capitalista. Mas a ova ordem economica também exigia que“... 08 homens que foss eumulatives, ao aguistivos, acostumados a trabalhar para a subsisncia € ‘Bio para 2 maximizagio dos rendimentos, se tornassem obedientes aos estimulos Go dinheiro, ¢ obedientes de uma maneira tal que reagissem com precisfo &0 tstimulo". A adeptagio do trabalhador ao novo modo de produgao © a imposigio fde uma disciplina de trabalho, e de tudo que com ela vem, nfo eram ¢ ainda ‘nfo sao uma questio féci. Conseqientemente, 0"... proletariado industrial mmodemno foi iniciado em seu papel nio tanto por atrativos ou. recompensa Financeira, mas por compulséo, forca © medo. Nao Ihe foi permitido crescer ‘como num jardim ensolarado; cle fo} forjado a fogo e a martelo”." As conse- {Giencias disso para as formas subseqUentes da luta de classes foram enormes & Simo Braverman indica, ".-. a adaptagio dos trabathadores ao modo capitalista Se produgio precisou ser fenovada a cada geragdo”." 'A imposigio de uma disiplina de trabalho foi consepuids em parte através de ‘teinamento, ameagas, incentivos o¥ bajulagto, no local de trabalho, Estas Driticas foram eficientes, mas nio suficientes em si, No inicio do capitalismo Fidustrial, os problemas foram particularmente sérios, pois o capitalismo ainda tnio havia tecdo a"... teia da moderna vida capitalista que finalmente toma impossiveis todos os outros modelos de vida”. COriginow-se entiéo um movimento, por parte do ci tba classe rabalhedora a "fica de trabalho” e os “valores burgueses" de hones- dade, confiabilidade, respeito pela autoridade, obediéncia as leis © a regras respeito A propriedade © 0s acordos contratuais-etc, O assalto aos valores da ‘latee trabalhacora foi em parte conduzido através de canais reigiosos, educa- Clonsis e flantrdpicos, e freqlentemente o paternalismo dos industriais era forado na balanga. Existe, porém, um outro componente desse fendmeno, que PEE particular interesse para nos aqui. Os primeiros industrais tinham que tidar Som os trabalhadores tanto dentro quanto fora da fabrics. “0s esforgos no sentido de reformar por completo o homem foram ppartcularmente marcantes nas pequenas cidades industriais e vias Eperdrias onde todo 0 ambiente estava sob controle de um nico fempregador. Aqui, alguns dos principais empreendimentos da revo- ugdo industrial foram condensados. Esses agrupamentos foram fun- ‘dados por industrais para ot quais tinham, como sinico motivo, ‘busea de lucro; nessa empreitada os industriais se langaram, tendo hho bolso @ politica e as leis; no seu capricho, a qualidade de vide; na sua imagem, seu supremo objetivo ... Por maior que fosse a ‘iferenga extema entre 0 violento patrfo e 0 construtor das comu- a nidader-modson, do pont de visa do controle do trabalho, ambos 69s tipos de administragao febril exibiam grande preocupacio com a aplicagio da disciplina’ "> Brands prcosspes Ese neceidade de socaliza a forg de trabalho um proceso dea através de um contoleexereido no cal onde lave endeics no ea, iso, mas € parulamente notin quando sfo nowy novo pes Se proceso de irablho- © dia de cine dl ors na ht montage Inoduido por Heniy Ford em 1914, fol acompaahado de mutta teorce sen tins e de uh “flanrpico” stem de conte que afta pratcaments tos ts acta da vide do tabular “Uma equip de mais de trnta pesguisndores,. vistave a casa dos trabahadores, recoendo informagdes © dando conselnos sobre dst les tiximos do ogamento familiar dia, arranjos devil, recreate, via soil e orl. 0 operaro qu se rectase aprender ings ‘ease oF cosets do inion, ease ov bebe em exc Ou fose consderado cuipado “de qalguerpratcn mliiona prea. dish & vinlidads ica 0 carat mora." estava desqualifado para o salério de cinco délares”."" = coments de Gramsci a0 fordimo sio perspicaze™ Naguele ponto da hiséria da acumlasio capitalist, emerge a“ mecesdade se clabonse tum novo tipo de homem adequado so novo tipo de tabalho 0 novo tipo de procesto produtivo™ Ena transfomagi, apumentou Gramsci, somente pedesa Ser comseguida através de uma, habidoss combinagio. de Tore’ s pemusaie inciindo-se, nesta ultima, alton saldrion, vires benicossosas« propaganda ideolgiceextremamente st At incativas purtan © de conuok socal de Ford tinham o objetivo de"... preserva, fra do tabaho. um cero equibae pricfisio que. impedisi 0 colapso. Asclepico do tabalhado, enautde. pela ovo méiodo de produsio". Or tabalhadores tam que gular seu dine “vz faconamente aim de, manter, renova e, 26 posse, aumentat (os) efiincia- muscular ¢ nervoss”” Os volenton aagues wo Heel ea atvisnde sejual eram tambem parte do ‘elorg global no seni Ge ieulcar es hibits costumes necssron aon novou ssemas. de vide © tabulho™) Os continents ge etvaer radio do foro conse um sco exemplo as tentatvas do captal de molar 4 peso tm sex local de vida pare fdoquba ts exigncias do local de abalho. seve Noss interesse aqui est, evidentemont, em compreender a mancica pela qual ox indstins © om pariclar of consrtores de comunidades defsram aqua dade de vida para seus abalbadres se uilearam do ambiente constuido omo parte de uma estratgia eral par inclcar valores burguses ¢ ue “esponsivel” disciptina de tabaho india. Ia ideniteames uma modems nee 2 verafo disso na promogio da casa propria para a clase trabalhadora, como'um Trse‘de asgular 0 tespito 20 dieto de propriedade e esblldade socal {Ens vinculsgao fi recornesida nos Estados Unidos no inicio do século XIX Entanio,clemes qu! preocupados com formas mas dives de contle do Paar ae vide Bender por exemploy sugere gue’ a pensOes construidas pare Ujar‘as mogar ue trabulbavan, nas unas Je Lowel aa decada de 1820, serv como um equivalents fuscional. da fanila tual”, e operavan onium cigonte mesanino de aapiato™ pra as moss qe ram atradas Se tazendas de Nove Intra para a bias Este apecto apresntava uma shanfeagto attamente sienna concep no funconamento as ins Thar dexfmadasa dar com aqules gue nao podiam ou nfo queriam se adapta SEkhovo eatlo de vida. Ja desde or tempos clzabetanos, por exemplo, loveure SySeompicgo eram eonsiderdos a means cosh, enguamo 0 advento do capt {etn Inctaltoveo lc de defn dovaga fica come seado © ineapactade Gan So tabathoTasto Pollard. no contexo binico, como. Rothman, 1 Scatextoareacan, iemiicam a conexdo nie ak randesinituigbes socials Pa resented coer amtngs ware, ocr i ei eo ie Se es sarge Sc eo eer suum doo ten nares te» eps de A i, tle wee vio a calhar para esse sonho, demonstrando que o controle direto e unificado a vida dos trabalhadores pelos capitalistas, tanto no local de trabalho como no Tocal de viver, € um assunto explosvo, A pea an es cin en tm Sein So ca peta Boer cori a ren, oe Siero ohinre si ae e ce sires hates nc eee ane g ee foteet eee utrecht cetera Ma ece a ea Mace She aeue’ eke tate enone nice Shire bate Se ees ate Spee ee Pee nae Daas ‘A propos geal que Plime tha om mene depurada sev patemalamo © de sus aspecon de contol pd, dito eenrland, ands Tape, & otra ef asc ana ‘oem sole eemet see ue se petendse npr to campos ou nto fauna nee Secs ie irabao indus Poré ea rutura toc seus proprio proenes oo contol soc! ancaats devise maces ssabdatecoontncrs raced Sarno orem. Os relrmatores bugs prose near ees snare ob miko tempo argamentn que haus, edunsto austies ckle Sdequnda sto cao ano te retonda ae os abla a sen Aker sates, wrtuons eo, cpus dens de etempentar een temente sacar do trabalho, portant, essen» pose aus hes toes a Scumulagto do capital Invesntne, «cade inutiaUpea com seat Conigos osu eongerionareno sun pcs de tas contra ody, stn apse visio "genraao mors su, son flgen suas doen, ea ee ‘ada somo ‘ncompatel con fomagdode-um tespeel core de eddaok de espe opera As vez eta refma cava based tut deter ‘inisno ambiental um pouco ingen, ide que bu hago ei bos tethaors spree peiamente no plo do prsameno toma burgues tm gral com conseglenis nie mut eine, Enttano,en se formu malt 4 soitcaa, as reformat burgess se reearam cpazes J cana organiza ohio ane'e tabahaorc over de manors al, qu rainente Conn Rutum'pur'o esubeimento da calidad soa ¢ para a eoto de ume fora We rbulo relavamente seta, For no cus dse afro oF {eStats dla, de ia manta osgca den valor de wo pe ‘eal so ambien nso © cpl procaru inter deha ter, nie eet edd ora Drgosn «als de mcannox polis ¢ Hels Se fo atnde a ses popu ebevn, alm & foralcehe 0 fib em fu nse Ita conta abl, Batra como sitet oa ae Ge Pulimanoabelhe new smpre'¢ um Pieeovoltno eds om {i manipuagoer Tuo os condur o segundo aopeco das cones ete o tba € 0 viet mu {SScdade captain A postr mates de Marr levi x encra ela {Ses com sure como ver nat fundamental da reaper ordenador St" quondes humanes, Essa felagoer sie Tundamentaimeote express Sto 80 poco de abulbo ue transforma a matta-prmas da natrera fm aloes Ge so, O mado de orpnizago dese progeso de taba — 0 mado SE producto 'e porate a bus sobre gual Mars cons suns investigates. ee is Loses tomes nto sgntca engsameno, num derminsmo Ccontica simply sigica owen anata ieee qo 4 Telgo com Stuuree Ce apecio ma fundamental dor asunior humane. O cpio Sadana, araais com seme fabs, oraninou © provewo de tabalo. de mance lal que wanfoomou a rlaio ee 0 balador © narra num {Titra mo de sun nga limtada forma Pr ter sido reduso 4 ume “SSSU0 uabtnedor se tomew amado de seu produ, a manera de prod {fio em ilime intial du esp natureea™ J havin algo de deyradante« antinaral nee proceso ert spunea esata consignee burgsra, Na verdad, 2 orpanangso do sea fbr msm c anioatrel paras burgueta quanto pus agile Qe tna gue Dive nus vids dafanate sob se rege. A ea compeensin, como ih [ipmond Willan: o sup fendlro chou bem antes dh reas indus “A oxganizagio de parques com perspectives ‘arcadanss’ dependia de umabtema completo de exploranso da agriculture e das pastagens Stedadiraments ras, parslem dos ies do parqe. (Ese) {ram purty intrgndas de um mesmo proviso, ob sj superical Stent anagbnicos no oso, mas somente no caso (ano) em Ue ‘ma ssana organizada para produglo onde trabalatiam mecitos 2 SSuolarados, coguanfo, no outfo cas, ela extava orgenizada para S fonsumo. " Navverdade, podese dies com jsia que es ora- Siaadas pasajens do sicuio XVIII nio 36 foram 0 ponto ako da 8, ar fora, ‘Toe esoamle an poopie manera of 184%, Kat Mary, Prager ste sete S58 BNE aR ia te SAS ‘Soncept of nature, Condes, it 2s ae rural burguesa, como também conseguiram crar,.. wma passe gem buodlica nos terrenos sob sunt anes @ teragon, de" onde ‘haviam banido os fatos da produgao”¥ ‘ Com o advento do captalismo industrial, tornou-se ainda mais entice para & bugs ena conrar ave en sun pop era de come, gull que ela eave organizando para os outros na eter de, ‘0: Deas romatios britiniss — liderados por Wotsworts€ Ceeidge =e care {ores como Emerson © Thoreau, nor Estalos Uniden, sinetzaram essa Yeagho nova ordem industial. A reagdo nfo te Tnilou 20" ambito. dos idedlogos Ela {oi posta em pratica na consrugdo. de propriedades rurais pela Butgueis, no estabslcimento da manséo no campo, nd fuga da cidade Industral e, em slime instnea, no proeto daquilo que Walker chama de “solugio suburbana™s” A tentative’ de “razer'de novo a natureza para dentto da clade” por esetoree € projetistas como Olmstead © Ebenerer Howard, no séclo XIX bem como Jan MeHarg ¢ Lewis Mumford, no séeulo XX, seta continudade dese tema no pensamento © na prities burgueses Porm, se a burguesia apenas sentiu, 0 arteséo e 0 camponés deslocado experi- ‘mentaram muito concretamente a alienagéo face & natureza, © a iso reagiram de forma vigorosa sempre que puderam. William Blake, o porta-vor da clase artesi, ‘queixou-se amargamente daquelas “usinas escuras ¢ satanicas” « jurou, com se ‘usual fervor revoluciontrio, que eles ".. .construsiam Jerusalém nas agradévels fe verdejantes terras da Inglaterra". Confrontados com a brutal deyradante rotina do proceso de trabalho na fabrics, ot préprios trabalhadores procararam formas de stenué-la. Em parte eles o fizeram recorrendo as mesmas mistificagoes gue rte asin vam paca com cl a mesma imagem mde ja natureza. Quando, por exemplo, Thes indagaram por que as mogas da. usina de Lowell esereviam tanto sobre as belezas da naturezs, o editor de seu jomal respondeu: “Por que sera que o viajante do deserto procura e espera 0 esbunje mento e vé verdejantes ofsis pintados diante de seus olhoe doloridos?”,“* Entre tanto, apenas sonhar com uma natureza idealizada e romintica no meio do Aeserio da fabrica difclmente bastaria, por mais que isto ajudasceo trabalhador { atravessar 0 longo ¢ tedioso dia. Em consequéncia, como repstra. Bender, “2. 06 residentes de Lowell faziam, periodicamente e de varies maneiras, seu ‘contato apreciativo com a paisagem natural. Além de usarem 0 cemitério eo ‘parque publico, buscavam a natureza através de v6os fantasiosos de sua imagi- Inagdo, através das vistas de suas janclas, através dos passcion fora da cidade (apesar dos avisos de nao ultrapassar) © através de Visitas ao campo durante 0 verso". Baars The cwimtey na te ly, nares, oxtrd Unveaiy Pree 9p 4 ee ‘sop sian ign mss, es ean Tso ns ee nto ean emt gl to aa et Spa heh ch dem Son ne ce oan Pte tae es mo Stee Nara oe wes Roaneth ta ca Bia dd Sune ee car che itso ce tee vents antares pt eos Se a RS Sd rg ema irc ene pce nap fa eas abe etm Fats Gh ib rea Se Meni ete Se SA Sat Se ios eet a a ne se n'a sree ain atten Stat Cr cree ts tata ald ess Stee Eres pl wept Ra lel foes ARR Reet at fl pe Ss Be ee te Eas noah soe Satins ye empty eens eed Ba sig ee en Sic Ht Sts Gh San et Sorts feb tat gana? nsec tw» ta Sree nt ta a tel erm et a et ne oe ie aaon eas “Fieqlentementetentamos reioh-o dvi tabatho € later, 08 SESSIGU'T indvduos on cidade campo, nfo somente em nossas eter ns em suburbs © cidade jdm, cass da cidade cass secon totana eo fim de semana Af eno, em eral ven See oy capites Ua modanga chara Das colo © aaron nai times faeram, na verdade, uma auodivsio melhor wg A casn de campo", ft uma dab primsras formas dea ‘Sisco iemporatias-. ey po sdclo Xi, 0 mmero das novas cont {Rue tee pelos scares produto capa ere semelante SR" consrdgbes Jos anigor sonhors, que eram melhoradas © Seam Permanent aoe 9 ut coo eer tm’ sido felamente imiadon, até 30s detales das cms meagan elo de ere de toece-semana, Um captlome Emits produivo, em tos seus evtgon, expanse tanto 08 recursos como os modos pelos quais, embora desigualmente, estes ‘oferecem e contém as formas de resposta a seus efeitos”. ata “formas de respsta” servem para defini pate do significado que valores de oxo no ambiente consruido aresentam part o trabalho. Os moradores os subérbioe contemporinoos, quer tabalbadores, quer burgueses, no extdo men0s Sotiowos, por exemplo, por afastar de sues vistas “os fatos da producto", do. que {& proprietirioe de terra. do século XVIHT, pois eses ftos fo, nO mals das vezes, nsuportavels. Na medida em que os trabalhadores, conjuiamente com cr captalinas, encoatraram motos de facr exatamente iso, cles eraram una Paisagem Urbana e um estlo de vida que se funda naguilo que Wiliams chama see a eee «stone mitheace, wma mig, ena, gue combina cements de necesidade cde cruel frusragd. O apogo a algum seaido Ge reagio nfo aienada com a nturera faz a vida soportvel pare 0 traalhador, pelo menor no sentido de que iso condur 4 ume avalagdo realita do que fl Perdido e do que pode potencialmeste ser ganho. Porém, «romantica mistifia- ‘so da natureza ctconde, mais do que revel, a verdadeia fonte do sentido de peda alenagdo de que ests embbida »sociedade capitalist, A arte, a liter rao eens uhaos © projos pra ua in ata” ec ts s bo local de vida, como compensagdo por aquilo que nunca pode ser Tenimene compensa "no'fea’ de tbat, en poss Palaway © ep procura stra o trabalho para um acordo fautano: acetar o pacote das relagdes om a naurees no local de vida como Uma compessado just © adequada por ima slienada e degradante relasao com a nafureza no local de trabalho. Se 0 trabalho se Tocusa a se ataido, apesar de todas as formas de sedugio e lisonja fapesar da ideolopia dominante’mobilizada pela Durgucsia, enlao 0 capital predsa impor a barganha, porgue & pslsagem da sociedade capalista precisa, fm lima istincia, responder mais &s necesidades de acumulasSo. do capital do que Be verdadeiras exigencias humanas para 0 trabalho. As intervengées do capital: Uma conclusio © capital procuradisciptnar 0 trabalho tanto no lar como na fébrics, porque & Somente no termos de oma smpla dominagso do tabalnador em today a fois serpin da ie podem redone anos “cin 00 aa” ¢ valores burgusses-necesnriamente exgios pelo proceso capitalists de traba- Iho. A promogio da ce propria para os trabalkadoresextabelece a submisio 28 te oy 9 deste 90 principio da propriedade privada, encaixando-se portanto neste estr tagems geral, As vezes vemos que © capital, em conflito com essa orientacto, precisa também organizar o consumo dos trabalhadores para garantir que este Eeja barato e racional, do ponto de vista da acumulagio, A coletvizasio do Consumo tende a fazer desaparecer o sentido da responsabilidade individual & Se levada muito Tonge, tenderia a corroer a noo do individualismo burgués: ‘Gontrabalancando. tudo iso, vemos 2 necessidade, por parte do capital, de promoyer uma sensagio de contentamento e satisfcio na forga de trabalho, de aancita a levi-la A cooperacio espontinca e & eficéncia no local de trabalho. Essa situagio nfo pode ter cultivada sem que seja dada, a0 trabalhador, pelo menos a ilusto de iberdade de escolha no local de vida, bem como de saudéveis ¢ gralficantes relagSes com a natureza na esfera do consumo, Essasilusoes 880 ‘avolventes, porém nem sempre facels de se sustentarem diante das realidades {mpostas pelas necessidades da acumulagao pela acumulacio ¢ da producéo pels lugto. As condigdes no local de trabalho ndo podem nunca ser assim Facilmeate escondidas, por mais gigantescas que sejam as mistificagdes. [No entanto, a resposta do trabalho & sua propria condicio esté constantemente Tujelta as jatervengoes mediagSes do capital. Enquanto a forga. de trabalho Drocura reorganizar seu modo de vida para compensar as degradagoes © a disc lina do trabalho na fSbrica, também o capital procura colonizar © perverter Rises exforgos para seus prOprios fins, as vezes yoltando-os contra o trabalho, ‘bo cum da lute de classes, O trabalhador se esforea por elevar seu padrio de ‘Mus pela redugdo do custo de vida e pelo aumento dos valores de uso s0b seu Comendo. O eapital,entretanto, procura sempre femente com a intetmediagio do Estado, a forga de trabalho e através de modos “racionais” de consumo, entendi ‘de vista da acumulagéo, Enquanto o trabalho procura se aliviar de uma Jogradante relagdo com a natureza no local de trabalho, o capital procura tirar Penido disso através de uma relaglo mistificada com a natureza na esfera do Ponsumo. Enquanto 0 trabalho procura um controle maior das suas condicaes Coletvas’ de exsténcis, 0 capital procura estabelecer formas coletivizadas de Consumo e propriedade individual da casa. O poder do capital esté onipresente Sa propria ‘dfinigao de “um valor de uso para o trabalhador no ambiente construido” Podemos concur que 0s confitos no local de vida s80 meros reflexos de tenses fubjecentes entre o capital © 0 trabalho. Os apropriadores de renda ¢ a faccic ‘Ga construgao civil mediam ag formas de confito; eles se erguem entre o capital ee tubatho e por isso escondem de nossas vistas a verdadeira fonte da tensio ‘Acaparéncia superficial dos confltos em torno do ambiente construido — a hua Contra © proprietério da terra ou contra a renovagio urbana — disfarca la esséncia oeulta que é, nada mais nada menos, que a Tuta entre o capital eo trabalho. (© capital pode estar onipresente em tas Iutas, mas ele nfo é nem onisciente, nem Gnipotente, A dindmica da actmulagio exige racionalizagbes periidicas através penises que afetam a classe trabalhadora na forma de ciclos de desemprego eneralizado. Ein tais momentos, ficam distoredos os planos para conquisar 0 » trabalho através da oferta de ambientes de vida “satisfatérios © saddéveis” ow através de uma gratficante relagSo com a natureza no local de vida, Ao usar 9 ambiente construldo como Um instrumento de coergto sobre 0 consumo, © capital, em aitima instineia, coage a si proprio, porque estabelece as condh para a realizagdo de valores, literalmente, mim mar de conereto, Uma vez comprometido, 0 capital ndo pode recuar. Pullman descobriu este fato elementar fem sua malfadada cidade modelo. Quando as condigaes de superacumulagio 36 tormaram-aparentes na economia em geral, foi necessério livrar-te de alguns trabolhadores; Pullman porém nao podia Tazi-lo, porque o lucro a ser derivado. da cidade dependia do pleno emprego na fibrica. A solugio para o capialsta individual € retirarse da producao de itens do fundo de consumo dos traba- Thadores que ele emprega.'O problema permanece, entrtanto, para o sistema cepitaista como um’ todo, Na medida em que surgem os problemas de si peracumulagéo nas sociedades capitalistas — e ¢ imperioso que cles surjam — 5 mais laborados planos do capitalisa tomam-se ines ¢ comegam a desmo- ronar 0s mecanismos de misificaglo, de cooptacao, de disciplina no trabalho € de imposigio da ética de trabalho e das vireudes burguesas. precitamente em tais momentos que o trabalho reconhece que 0 acordo que ele fez com 0 capital ino € de acordo coisisima nenhuma, pois apoiou-se numa mistificaggo ‘eali- zada. As promessas do capital sio encaradas como apenas sso ¢ s40 impossivels e serem cumpridas, Torna-se também evidente que as necessidades, por parte do trabalho, de valores de uso no meio construldo nfo podem ser atendidas pelos capites do sistema, que prometeram tanto e podem dar 130 pouco. Consciéneia de classe, consciéncia de comunidade e concorréncia ‘A trase “o padrio de vida da forea de trabalho”, em si, nfo pode ser compreen- ida fora do real contexto das Tutas de classe travadas por um longo periodo fem determinados lugares em torno da organizagio de ambos: o trabalhar ¢ 0 viver. Esse padréo continuamente alterado define 2s necessidades da forsa de trabalho com respeto a valores de uso — itens do fundo de consumo — no ambiente construido, Individualmente, cada trabalhador tem, evidentemente dif rentes necessidades de acordo com sua posigéo na forga de trabalho, sua situagio familiar © seus requisites individuals. Ao mesmo terapo, os procestos de deter- rminagio da taxa de salério no local de trabalho propiciam quaatidades diferentes de valores de troca para trabalhadores em diferentes categorias ocupacionsis. poder social que esse dinheiro representa pode ser usado para ‘conseguir 0 Controle de certes valores de uso no ambiente construido, A forma pela qual esse inheiro € usado afete a apropriagio da renda e 0 funcionamento dos. pregos- 30 sinais que induzem o fluxo de capital para a produsio de novos itens do fuido Se consumo. Pode-se assim configurar Inés situagbes gers, aoe er ca terdegagel eh muna, nope cones ns sl ch sone Pye, el, swan ety er eae ce Sega cnt in ea Soe sa ce et omic sma ome guctencas «Mua Si’ di wt te PAE Sn cata SGaooréncia € pelas chances de sobrevivencia, pois cada trabalhador sabe que & Ss ice om et co trie ey ee soins feeder enn Sr ems pes, «inprac gr po Sint t,o, ea ior os ae peter em vate apres. Ear sion poten se uss at Seg mc at i lS a mae ae a ie am rma eta, prego dee Oo a a ia en io i 0 ee eee ‘hi tle lll tn men Si Siu main he lr Se ee aco ‘roma eugene Pe ae SE a ee ciate series gor cboranel nl 6, pata 30 Ses ei Amat compen ae na Sane nin mo meso ani nar sige nba Ta coe ime oc ate a ts es cs iis Ce Sine ak ieetrant tts Sr te he ns sera Tes ee ae See ee a ace ge eae tag oo et ee eo Sis lone oe sere og ua eg ea res, uo A re CBS epee mae ae Goll Bae EESEE SST nes terme rurnscrmm Pane mee 31 condigSes, a disputa competitiva geraré uma superficie diferencial dé ret que, no cto de um tnic centro de empego,dimin com a itincla sess cer, 40 mesmo tempo em que dsribal or inivguos no paso seyunde suas fonda Neste cao, a capaciinde de. apropriagio. Oe _reoda i eriada pelo comportamento compeivo dentro da cise tebulnadora Taman, Se 0s novos empreendimentor imobillsrior suo distnbuldostipieamente em rer Posta os pregor-sinasestabeleidos por tat rendas diferencias eno é fact Mostrar que o ambiente consrido seréctiado com ume estrutra espacial que fel cm grande pare 4 exiaicato scl slaal dno 6 fora Se ‘A segunda situagio que queremos considerar é aguela na qual é importante a ‘ado coletiva no espago — a agéo comunitaria, O cariter iradindor de cerias &x- temalidades e 0 uso coletivo de muitos elementos do ambiente construido signfi- cam que € do interes particular dos individuos aspirar a niveis modestos de aco coletiva.# Os trabalhadores que sio propritirios de suas casas sabem que © valor das economias ligadas a ela depende da agdo de terceiros. £ de seu inte- esse comum conter coletivamente comportados “desviados”, barrar instalagoes “prejudiciais” © assegurar altos padrées de servigos pablicos, Essa coletvizagio dda agéo pode ir muito além daquilo exigido pelo auto-ineresse individual puro, ‘Uma consciéncia de lugar — “consciéncia de comunidade” — pode emergit como uma forga poderosa a espalhar concorréncia entre comunidades na disputa de escassos fundos de investimentos publicos ou coisas semelhantes, A concor réncia entre comunidades entra assim na ordem do dis, Esse proceso se relaciona com a aproptiago da renda de uma forme in Sante.'O- controle comunitano capacity os que sno comando a levatar Tarreras & invesinentos no. ambiente constrido, Ess tates podem set scltivas — 1 excunso de hubitages de bans venda,porexeinplo —°ow etl, mais ou menos por baixo do pano, wine sentenga conta todas as formas de futuro ereecimento. Apter dete ipo foram lregisnts em municipios subur banos nos Estados Unidos now altimos anos. Na verdade, os poderes de cartel Gt goveros eis vem send sitar no nd do cone deiner ‘ments srevés de uma vaiedade de mecaismnos leguse de Panejamento. Os opto det cm war esp te Ct valor de suas proprodades Os empreendeoresimobilsis podem procure ‘sbon para finaldades um tanto diefenes, Envetanto, a “onset de comes dade” cla, tpieament, pequena “iba” leat dento das quas as endes de monopstio do apropiavem, mas vats por uma Taio do. tbalbo as casas de outra facao, Esa lima situacio faz surgi confios fats dent da Slate tabalhadora, segundo linhas provincianes lsreadas oa comuaidade, A fotrutura espacial uPaaa, sob estat condigbs, € mito diferente quando compa rada ao produto da concorénia individual a sess tats s,s cle tinea ‘nora ge neds pee’ ant Na poh 32 Finalmente, 0 teceiro tipo de situagio que podemos configurar é aquela de um proletariado com total consciéncia de classe, Tutando contra todas 2s formas de Exploragio, quer no local de vive, quer no local de trabalho. Os trabalhadores ‘no usam seu poder social enquanto individuos para procurar solugdes indivi- duais. Eles nfo concortem entre si por chances de sobrevivéncia, pela habilidade de adquiri capacidade de mercado ou por simbolos de status © prestigio. Eles lutam coletivamente pela melhoria do conjunto de todos 0s trabalhadores em qualquer parte © evitam as formas provincianas de ago comunitéria que tipica- mente levam uma faccio do trabalho a se beneficiar em detrimento de outra (osualmente os pobres'e desprivilegiados), [Em tais condigbes, a apropriagdo da renda nio pode ser atribuida ao comporta- mento competitive dos trabalhadores individualmente ou de comunidades intiras. ‘Ao contririo, ela tem que ser interpretada como algo que € forgado aos traba- Thadores ao longo da luta de classes. Uma superficie de renda diferencial pode surgir numa rea urbana, mas isso ago corre porque o trabalho auiometica- mente se engaja em disputas compettvas, mas porque © poder de classe dos Aapropriadores ¢ usado para extrair 0 maximo possivel de renda, uma vez que os recursos so escassos e existem num espago relative. Nao € pelo fato de teste~ ‘munharmos uma conseqlente estratfcapio social (segundo fendas) no espaco, ‘bem como um processo de implantacéo territorial que exacerba essa ordenacdo social, que podemos inferir que iso & simplesmente um reflexo de trabalhadores individvais exprimindo suas “utlidades subjetivas” através do mercado. Na ver- dado isso. pode exprimir exatamente 0 oposto; 0 poder dos apropriadores de forgar os trabalhadores a certas escolhas, independentemente daquilo que um ‘rabalhador individualmente possa penser ou crer. O poder de apropriacio da renda € ume relagio de classe e temos que entendé-lo assim Se quisermos com- proender como emergem as diferenciagoes residenciais dentro das cidades © até {que ponto tal fendmeno é o resultado de escolhas forgadas ou livres. |As tuts situagdes que examinados — individvalismo compettivo, ago comuni- daria\e luta de classes — slo. pontos em tm continuum de possibikdades. Nao jodemos automticamente admitir que a classe trabalhadora esteem qualquer Ponto determinado desse continuum. Iso 6 algo a ser descoberto por investga- Foes concretas de situagdes particulars, Os Estados Unidos, por exemplo, pate- fem estar mais fortemente Gominados pelo individualismo’ competitive © cons- SSincia comunitrta se comparados com es clases trabalhadorer da Europa, onde hhi maior conscigncia de classe. Do ponto de vista do capital, as concorrencias individval e comunitria sdo vantajotss, porque #8 coisas se pussam como se a apropriagio da renda resultase das proprias agdes da classe (rabalhadara, mais do que das agGes dos proproe apropradores. ‘As formas ostesivas de conflto em torno do ambiente constuido dependem, portato, do desfecho de uma Tuta ideldgica mais profunds ¢ frequentemente Behe ina set act tent "en Preanne nen! and human ied “nt 3 ‘cculta, Iuta essa que fem por objetivo consciéncia dos contendores. Essa Tuta ‘mais profunda entre consciéncia e posicionamentos individuals, comunitérios « do claste oferece 0 contexto no qual ocorrem problemas do dis-s-die. Conclusio © modo capitalsta de produgo forga uma separ entre 0 trabalhar © 0 viver a0 mesmo tempo em que os reintegra de maneira complexa. A aparéncia super- ficial dos conflitos nas sociedades urbano-industrais contemporineas indica que existe na verdade uma dicotomia entre as lutas no local de trabalho e 0 local de vida, € que cada tipo de luta € travada segundo distintos prinepios e regras ‘As Iutas em toro do'fundo de consumo para o trabalhador, que constituiram 6 centro das atencdes deste artigo, igualmente emergem das tenses inevitvels entre 0s apropriadores (procurando a rend), os construtores (procurando 0 ucro), os financistas (procurando juros) © trabalho (procurando se opor is, formas secundarias de exploracdo que ocorrem no local de vida). Tudo isso parece suficientemente auto-evidente, Entrtanto, of eis ¢ «forms de tas confitos dros e otensivos so 0 relexo de uma tensio moto mais profunds, com. manifestagbes no to facimente ‘entices — uma Iuta sobre o sigiendo e's defingto de valores de to, fo padi de vida da fora de trabalho, da qualidade de vids, da cons time api ute buna, Dea onto dew etna fre propietinos de tera apropradores, consruores tra gue ‘ainamos no liso, dove ser enearida como manifetagSes. mediatzadas do confto profendo tobjcente entre capital ¢ 0 trabalho. O capital procura defniges, procira impor signiticados que conduzam a produividade do trabalho rao consumo des metcadorias que 0 capital pode fvcrativemente produzir Tal omo no, Dombey and son de Dickens, © capital trabalha na "pele mas nunca, so coragso", Mas o trabalho procura seus préprios signifiados, em parte derivados de uma lembranga que rupidamente se ceva, da vida arte campesina, mas tambm de um imperative melutive de aprender o qe significa ser humano. "A natuezn humana” no tem, eno, um sentido universal, mas vom Sendo. pepetuamente ‘efundida no jogo de uma Tuta sem tépums. Embora 0 capital possa domiaar © Inpor sobre nos um sentido de natures humana predominantemente captlis, ses aro sempre presente € fees tras eno de ode ialista — ent a apropriagio privada © « produeio socaizaa, entre ind ‘idvalsmo e interdependncia social ~~ sao tio’ dramatias que cide un de nés ue ‘ntemaliza, em nossa conduta atual, um verdadeiro rodamoinho de esperancas f temores. A natureza humana que dai resulta, com todas as suas complexas ambigtidades de desejos, necessidades, criatividade, desligamento, egoismo € honesta preocupacio humana, conslitui'a propria materia com a qual s40 mo= deladas as ostensivas Iutas do dia a dia. Igualmente, a maneira pela qual cssas lus so travadas depende de uma determinagio de consciéncia mais profunda — baseada no individuo, na comunidade ou na clase, conforme 0 caso — dos Contendores. Desse ponto de vista € preciso que fique absolutamente claro que 2 separagio entre o trabalhar e 0 viver &, na melhor das hipéteses, um deslige mento superficial, uma aparente ruptura de algo que ndo se pode nunca separar. EB nesse nivel mais profundo que também podemos ver mais claramente a unidade subjacente entre eonflitos apoiados no trabalho e confitos apoiados na comy- nidade, Eles nao s80 meras imagens espectrais um do outro, mas representacoes istorcidas, mediatizadas por muitas forgas e circunstincias intervenientes que ristifcam e obscurecem os antagonismos de classe fundamentals e subjacentss, sobre os quais se epbia o modo capitalista de producéo. & evidentemente uma tarefa da citncia tomar claro, pela anélise, aquilo que € mistfieado e turvo ng vida didvi 35

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