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18. O Treinamento EM HasiLinades Soctats Vicente E. Caballo I. IntTROoDU¢AO © treinamento em habilidades sociais (THS) ¢ uma das técnicas de terapia comportamental mais utilizadas atualmente. Porém, também é uma das mais dificeis, jA que requer conhecimentos de diversas areas da psicologia e, além disso, encontra-se notavelmente determinada pela subcultura na qual ocorre 0 comportamento que vai ser treinado. Muitos outros fatores podem constituir aspectos controvertidos da técnica. Todavia, neste capitulo nao vamos nos deter em assuntos tedricos, mas tentaremos desenvolver uma exposigao eminente- mente pratica, que oferega uma seqiléncia estruturada ao leitor interessado no conhecimento do THS. A primeira parte sera dedicada aos elementos historicos, conceituais e empiricos da técnica, para centrarmo-nos depois, fundamentalmen- te, no procedimento e seus elementos, e continuar com a descrigao de algumas estratégias Uteis para o formato grupal, finalizando com um breve aparte sobre a aplicagao do THS. Il. Breve Historia pA FormacAo pas Hasitipapes Socials O campo das habilidades sociais (HHSS), que teve sua época de maior difuséo em meados dos anos 70, continua sendo uma area de continua pesquisa e aplicagao. Atualmente, continuam aparecendo freqlientes trabalhos sobre esse assunto, seja em forma de artigos, livros ou capitulos de livros. Enquanto que nas décadas de 60 e 70 foram assentadas as bases para o desenvolvimento e a investigag&o sobre o constructo das HHSS, na década de 80 foram sendo Universidade de Granada (Espanha). 362 Manual de Técnicas de Terapia e Modificagao do Comportamento incorporados progressivamente os resultados obtidos em outras areas da psico- logia e estabeleceu-se definitivamente a inclusao de numerosos elementos de orientagao cognitiva. As origens do movimento das HHSS s&o atribuidas com freqiiéncia a Salter (1949), um dos chamados pais da terapia comportamental, ea seulivro Conditioned Reflex Theraphy. Algumas de suas sugest6es sao utilizadas atualmente, com algumas modificag6es, no treinamento em habilidades sociais (THS). Salter fala de seis técnicas para aumentar a expressividade dos individuos. SAo elas, a expressao verbal e a expressao facial das emogées, 0 emprego deliberado da primeira pessoa ao falar, 0 estar de acordo quando se recebem atengées, cortesias ou elogios, 0 expressar desacordo e a improvisagao e atuagao espon- taneas. Posteriormente, Wolpe (1958) retornou as idéias de Salter, que até entao nao haviam tido muita difusao, e as incluiu em um capitulo de seu livro Psychotherapy by Reciprocal Inhibition. Wolpe (1958) utilizou pela primeira vez 0 termo “comportamento assertivo", que logo chegaria a ser sindnimo de habilidade social’. Este autor assinalava que o termo assertivo refere-se nao so ao comportamento mais ou menos agressivo, mas também a expressAo externa de sentimento de amizade, carinho e outros diferentes dos de ansiedade. Nao obstante, Wolpe centrou-se na expressdo de sentimentos negativos, como a expressao de fadiga ou enfado. Durante bastante tempo, 0 comportamento assertivo implicou unicamente nas dimens6es referidas a defesa dos direitos e & expressao de sentimentos negativos. Posteriormente, Lazarus (1966) e Wolpe e Lazarus (1966) incluiram o treina- mento assertivo como uma técnica de terapia comportamental para seu emprego na pratica clinica. Albertie Emmons (1970), com Your Perfect Right, escreveram © primeiro livro dedicado exclusivamente ao tema da “assertividade”. Lazarus (1971) e Wolpe (1969) deram um potente e definitivo impulso 4 pesquisa sobre comportamento assertivo. Outros autores como R. M. Eisler, M. Hersen, R. M. McFall’e A. P. Goldstein realizaram pesquisas sistematicas sobre este tema e desenvolveram programas de treinamento para aliviar déficit em habilidades. Embora estes tenham sido os primeiros passos da investigagao em habilida- des sociais a partir de uma perspectiva da terapia do comportamento, parece apropriado citar outras fontes, anteriores no tempo ou provenientes de campos diferentes & terapia do comportamento. Phillips (1985) assinala que algumas das raizes historicas do movimento das HHSS nao foram reconhecidas adequada- mente. Assim, as primeiras tentativas de treinamento em habilidades sociais (THS) remontam a trabalhos realizados com criangas por autores como Jack (1934), Murphy, Murphy e Newcomb (1937), Page (1936), Thompson (1952) e Williams (1935). Estes inicios do THS foram ignorados durante muito tempo e normalmente nao sao reconhecidos como antecedentes precoces do movimento Para os propésitos do presente capitulo, empregaremos de forma sinénima os termoscomportamento assertivo e comportamento socialments habilidoso,por umlado, @ as expressdes, treinamentoassertivo e treinamento em habilidades sociais, por outro (para uma discussao mais ampla sobre este tema ver Caballo, 1988), O Treinamento em Habilidades Sociais 363 das HHSS (Curran, 1985; Fodor, 1980; Hersen e Bellack, 1977; Hollin e Trower, 4988). Por outro lado, Curran (1985) também aponta diversos escritos tedricos neofreudianos, que favoreceram um modelo mais interpessoal do desenvolvimento em contraposicao a forte énfase de Freud nos instintos biolégicos, como especi- almente relacionados com o tema do THS (p. ex., Sullivan, 1953; White, 1969). Master, Burish, Hollon e Rimm (1987) consideram, igualmente, que os escritos de Moreno (1946, 1955) sobre o psicodrama (uma representagao encenada das atitudes e conflitos que os pacientes participantes tém na vida real), podem ser considerados como importantes influéncias sobre 0 THS, dada a similaridade entre o psicodrama e 0 ensaio comportamental (0 procedimento basico do THS). Masters e cols. (1987) pensam também que aterapia do papel fixode Kelly (1 955), constitui outro dos antecedentes do THS devido a sua semelhanga, como ocorria como psicodrama, como ensaio comportamental. Os mesmos autores anteriores chegam a incluir 0 trabalho de Ellis (1962, 1973) como uma importante contribui- 0 ao THS devido ao fato de que as praticas e procedimentos que defendia Ellis se parecem notavelmente aos incluidos atualmente no THS Alem dos trabalhos de Salter, Wolpe e Lazarus, anteriormente referidos, uma segunda fonte importante do campo das HHSS 6 constitu(da pelos trabalhos de Zigler e Phillips (1960, 1961) sobre “habilidade social”. Esta area de investigagao com adultos institucionalizados mostrou que quanto mais elevada é a habilidade social prévia dos pacientes que so internados no hospital, menor é seu tempo de internagao e mais baixa sua taxa de recaida. O nivel de habilidade social anterior & hospitalizagaéo demonstrou ser um melhor preditor do ajuste depois da hospita- lizagao do que o diagnéstico psiquiatrico ou o tipo de tratamento recebido no hospital (Caballo, 1988). Enquanto que estas duas fontes aconteceram nos Estados Unidos, uma terceira fonte originou-se na Inglaterra. Neste Ultimo caso, as raizes historicas do constructo das HHSS baseavam-se no conceito de “habilidade” aplicado as interagdes homem-maquina, no qual a analogia com esses sistemas implicava em caracteristicas perceptivas, decisivas, motoras e outras relativas ao proces- samento da informagao. Assim, Argyle e Kendon (1967) assinalavam que “uma habilidade pode ser definida como uma atividade organizada, coordenada, em relagao a um objeto ou uma situagéo que implica numa cadeia de mecanismos sensoriais, centrais e motores. Uma de suas caracteristicas principais 6 que a atuac4o, ou seqiéncia de atos, acha-se continuamente sob o controle da entrada de informagao sensorial” (p. 56). A aplicagéio do conceito de “habilidade” aos sistemas homem-homem originou um abundante trabalho sobre as HHSS na Inglaterra (p. ex., Argyle, 1967, 1969; Argyle e Kendon, 1967; Welford, 1966). Ill. DerinicAo & DescrigAo Ill.1. Definigaéo de habilidade social Tem ocorrido grandes problemas na hora de definir 0 que éum comportamento socialmente habilidoso. Tém-se dado numerosas definigses, nao havendo se 364 Manual de Técnicas de Terapia e Modificago do Comportamento chegado, ainda, a um acordo explicito sobre quando se pode considerar um comportamento como socialmente habilidoso. Meichenbaum, Butler e Grudson (1981) afirmam que é impossivel desenvolver uma definigaéo consistente de habilidade social, visto que é parcialmente dependente do contexto mutavel. A habilidade social deve ser considerada dentro de um determinado marco cultural, © 0s padroes de comunicagao variam amplamente entre culturas e dentro de uma mesma cultura, dependendo de fatores tais como a idade, 0 sexo, a classe social eaeducacao. Além disso, 0 grau de efetividade de uma pessoa dependera do que deseja conseguir na situagao particular em que se encontre. O comportamento considerado apropriado em uma situacgao pode ser, obviamente, impréprio em outra. O individuo traz também, para a situagdo, suas proprias atitudes, valores, crencas, capacidades cognitivas e um estilo Unico de interagao (Wilkinson e Canter, 1982). Claramente, nao pode haver um “critério” absoluto de habilidade social. Todavia, “todos parecemos conhecer quais sao as habilidades sociais de forma intuitiva” (Trower, 1984, p. 49). Embora em contextos experimentais possa- se demonstrar que é mais provavel que determinados comportamentos consigam um objetivo particular, uma resposta competente é, normalmente, aquela que a pessoa acredita ser apropriada para um individuo numa situagao especifica. Do mesmo modo nao existe uma Unica maneira “correta” de se comportar, que seja universal, mas uma série de conceitos diferentes que podem variar de acordo com o individuo. Assim, duas pessoas podem comportar-se de um modo totalmente diferente em uma mesma situagéo, ou a mesma pessoa em duas situacgdes similares, e ambas as respostas serem consideradas com o mesmo grau de habilidade social. Conseqiientemente, o comportamento socialmente habilidoso deveria definir-se, para alguns autores, em termos da efetividade de sua fungao em uma situagao, e nao em termos de sua topografia (p. ex., Argyle, 1981, 1984; Kelly, 1982; Linehan, 1984), embora os problemas referentes ao emprego das conseqiiéncias como critério foram repetidamente notados (Arkowitz, 1981; Caballo, 1988; Schroeder e Rakos, 1983); comportamentos que sao avaliados consensualmente como nao habilidosos (p. ex., dizer tolices) ou anti-sociais (p. ex., O ataque fisico) podem ser, de fato, reforgados. Linehan (1984), nao obstante, assinala que podem ser identificados trés tipos basicos de conseqiléncias: 1. A eficacia para conseguir os objetivos da resposta (eficacia no objetivo). 2. A eficdcia para manter ou melhorar a relagao com a outra pessoa na interagao (eficacia na relac¢ao). 3. A eficacia para manter a auto-estima da pessoa socialmente habilidosa (eficacia no auto-respeito). “O valor desses objetivos — continua Linehan (1984) — varia com o tempo, as situagGes e os personagens. Quando um paciente tenta devolver uma mercadoria defeituosa a um estabelecimento, a eficacia no objetivo (conseguir que troquem 9 objeto ou Ihe devolvam o dinheiro) pode ser mais importante que a eficacia na relacao (manter uma relagao positiva com o encarregado do estabelecimento). Ao tentar que nosso(a) melhor amigo(a) va assistir a um determinado filme, a eficacia O Treinamento em Habilidades Sociais 365 da relacao (o manter a relacao intima) pode ser mais importante que o objetivo (conseguir que 0(a) amigo(a) va ao cinema)" (p. 151). Nao obstante, tanto o contedo como as conseqiléncias dos comportamentos interpessoais deveriam ser considerados em qualquer definigao de habilidade social (Arkowitz, 1981). Tendo certa idéia do que pode constituir o conteudo do comportamento socialmente habilidoso e, avaliando as conseqiiéncias desses comportamentos, podemos conseguir alguma estimativa do grau de habilidade social. Em geral, espera-se que o comportamento socialmente habilidoso produza reforgamento positivo mais frequentemente que punigao. Em nivel clinico, é importante avaliar tanto 0 que a pessoa faz quanto as reagdes que o seu comportamento provoca nos demais. Em seguida, podemos dar, a principio, uma definigao do que constitui um comportamento socialmente habilidoso: O comportamento socialmente habilidoso é esse conjunto de comportamentos emitidos por um individuo em um contexto interpessoal que expressa os sentimen- tos, atitudes, desejos, opinides ou direitos desse individuo, de um modo adequado a situagao, respeitando esses comportamentos nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situagao enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas (Caballo, 1986). Il.2. Classes de resposta Embora no aparte anterior tenhamos assinalado que nao existe uma definigao geralmente aceita, ha um acordo geral sobre o que compreende os conceitos das HHSS. O uso explicito do termo habilidades significa que o comportamento interpessoal consiste em um conjunto de capacidades de atuacao aprendidas (Bellack e Morrison, 1982; Curran e Wessberg, 1981; Kelly, 1982). Enquanto os modelos de personalidade presumem uma capacidade mais ou menos inerente para atuar de forma efetiva, 0 modelo comportamental enfatiza: 1) que a capacidade de resposta tem de ser adquirida, e 2) que consiste em um conjunto identificavel de capacidades especificas. Além disso, a probabilidade de ocorrén- cia de qualquer habilidade em qualquer situagao critica é determinada por fatores ambientais variaveis da pessoa e a interagao entre ambos. Consequentemente, uma adequada conceitualizagao do comportamento socialmente habilidoso impli- ca na especificagao de trés componentes da habilidade social: uma dimensao comportamental (tipo de habilidade) , uma dimensao pessoal (as varidveis cognitivas) e uma dimensao situacional (0 contexto ambiental). Diferentes situagdes requerem comportamentos diferentes. Os elementos comportamentais necessarios para uma boa conversacao sao consideravelmen- te diferentes dos elementos necessarios em uma situago de relagao intima. Com Alberti (1977) diremos que a habilidade social: a. E uma caracteristica do comportamento, nao das pessoas. b. E uma caracteristica especifica & pessoa e a situagao, nao universal. c. Deve contemplar-se no contexto cultural do individuo, assim como em termos de outras variaveis situacionais 366 Manual de Técnicas de Terapia e Modificagao do Comportamento d. Esta baseada na capacidade de um individuo para escolher livremente sua atuacgao. e. Euma caracteristica do comportamento socialmente efetivo, nao prejudicial. Por outro lado, as classes de resposta que foram propostas como componen- tes do constructo das HHSS tém sido relativamente abundantes. Todavia, ha uma série delas que foram geralmente aceitas e que inclusive tm sido encontradas em pesquisas com populagdes espanholas (Caballo, 1989; Caballo e Buela, 1988a; Caballo, Godoy e Buela, 1988; Caballo e Ortega, 1989). Essas dimensdes sao as seguintes: 1. Iniciar e manter conversacdes. 2.Falar em publico. 3. Expressées de amor, agrado e afeto. 4. Defesa dos proprios direitos. 5. Pedir favores. 6. Recusar pedidos. 7. Fazer obrigagées. 8.Aceitar elogios. 9. Expresso de opinides pessoais, inclusive discordantes. 10. Express&o justificada de incémodo, desagrado ou enfado. 11, Desculpar-se ou admitir ignorancia. 12.Pedido de mudanga no comportamento do outro. 13. Enfrentar as criticas. Estas dimensdes de comportamento ocorrem, necessariamente, com deter- minadas pessoas e diante de certos fatores situacionais. As classes de pessoas que foram consideradas freqiientemente (p. ex., Caballo, Godoy e Carrobles, 1984; Galassi e Galassi, 1977a, 1978; Becker, Heimberg e Bellack, 1987) sao as seguintes: 1) Amigos do mesmo sexo; 2) Amigos de sexo oposto; 3) Relagdes intimas (casal); 4) Pais; 5) Familiares; 6) Pessoas com autoridade do mesmo sexo; 7) Pessoas com autoridade do sexo oposto; 8) Companheiros de trabalho do mesmo sexo; 9) Companheiros de trabalho do sexo oposto; 10) Contatos com o consumidor (vendedores/as, camareiros/as); 11) Profissionais do mesmo sexo (p. ex., Médicos); 12) Profissionais do sexo oposto; e, 13) Criangas. Os fatores situacionais sAo multiplos e variados e nao existe uma classificagaéo comumente utilizada a respeito. Alguns tipos de situagées podem ser: A) O lugar de trabalho, B) O lar, C) Lugares de consumo (p. ex., lojas), D) Lugares de lazer (p. ex., barzinhos), E) Transportes coletivos, F) Lugares formais (p. ex., conferéncias), etc. II.3. O treinamento em habilidades sociais © treinamento em habilidades sociais (THS) poderia ser definido como “um enfoque geral da terapia dirigido a incrementar a competéncia da atuagéo em O Treinamento em Habilidades Sociais 367 situagdes criticas da vida” (Goldsmith e McFall, 1975, p. 51) ou como “uma tentativa direta e sistematica de ensinar estratégias e habilidades interpessoais aos individuos, com a inteng&o de melhorar sua competéncia interpessoal e individual nos tipos especificos de situagées sociais” (Curran, 1985, p. 122). 0 THS se adere a um enfoque comportamental de aquisigao da resposta ~ isto é, normalmente concentra-se na aprendizagem de um novo repertorio de respostas. O processo do THS implicaria, em seu desenvolvimento completo, em quatro elementos de forma estruturada. Estes elementos sao: 1. Treinamento em habilidades, onde ensinam-se comportamentos especifi- cos, que sao praticados e integrados ao repertorio comportamental do sujeito. Dado que a aquisigao das HHSS depende de um conjunto de fatores enquadrados, principalmente, dentro da teoria da aprendizagem social, 0 THS inclui muitos desses procedimentos em sua aplicagao. Concretamente empregam-se procedi- mentos tais como as instrugdes, a modelagao, o ensaio comportamental, a retroalimentagao e 0 reforgamento, os quais serao descritos mais adiante. O treinamento em habilidades é 0 elemento mais basico e mais especifico do THS. As vezes, dependendo do problema particular do sujeito, somente éaplicado este procedimento do THS 2. Reducao da ansiedade em situagoes sociais problematicas. Normalmente, esta diminuic&o da ansiedade é conseguida de forma indireta, ou seja, ocorrendo © novo comportamento mais adaptativo que, supostamente, é incompativel com aresposta de ansiedade (Wolpe, 1958). Se o nivel de ansiedade é muito elevado, pode-se empregar diretamente uma técnica de relaxamento oua dessensibilizagao sistematica. 3. Reestruturacao cognitiva, na qual se pretende modificar valores, crengas, cognigées e/ou atitudes do sujeito. A reestruturagao cognitiva ocorre frequente- mente, do mesmo modo que com o elemento anterior, de forma indireta. Isto é, a aquisigao de novos comportamentos modifica, a longo prazo, as cognigdes do Sujeito. Todavia, com o incremento da cognigao da terapia comportamental, a incorporagao de procedimentos cognitivos ao THS 6 algo habitual na aplicagao desta técnica, especialmente aspectos da terapia racional emotiva, auto-instru- goes, etc. 4. Treinamento em solugao de problemas, onde se ensina o sujeitoa perceber corretamente os “valores” de todos os parametros situacionais relevantes, a processar os “valores” destes parametros para gerar respostas potenciais, a selecionar uma dessas respostas e envid-la de modo que maximize a probabili- dade de alcancar o objetivo que impulsionou a comunicagao interpessoal. O treinamento em solucao de problemas nao costuma ocorrer de forma sistematica nos programas de THS, embora geralmente se encontre presente, de maneira implicita, neles. Linehan (1984) afirma que um programa completo de THS deve procurar um conjunto de habilidades cognitivas, emocionais, verbais e nao verbais. Por outro lado, os programas de THS deveriam tratar de diferentes classes de respostas habilidosas como entidades Unicas, e reconhecer que o impacto social de um

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