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Aula 14

Escolha do Aglomerante
Classificação dos cimentos
Escolha do Aglomerante

Nenhum cimento é o melhor em toda as


circunstâncias.
A escolha está associada à uma determinada
finalidade que se deseja ao concreto: no estado
fresco e endurecido.
Para uma mesma finalidade existe mais de um
tipo ou classe de cimento que pode ser usado.
A escolha depende também da
disponibilidade e do custo

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Escolha do Aglomerante

 Depende ainda:

• Exigência da estrutura
• Exigência do meio ambiente
• Velocidade de construção
• Circunstância do local da obra (acesso, prazo,
espaço...)

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Adições minerais para cimento
Você pode adicionar ao cimento...

• Fíler calcário
• Pozolana
• Escória de Alto Forno
Razões para as adições ao cimento
• Técnicas
– Melhoria de propriedades específicas, como menor calor
de hidratação, maior impermeabilidade, etc.
• Econômicas
– Diminuição do consumo de energia, diminuição do custo
• Ecológicas
– Aproveitamento de resíduos poluidores e preservação das
jazidas
– Estratégicas
– Preservação das jazidas
Exigências Físicas, Químicas e Mecânicas
CP II-F-32 CP II-E-40 CP IV CP V ARI

MgO %
≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5
Exigências
Químicas SO3 %
≤ 4,0 ≤ 4,0 ≤ 4,0 ≤ 3,5 / ≤ 4,5 (5)

CaO Livre %
≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0
P.F. %
≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,5 ≤ 4,5
(2), (3) e (4)
R.I. % ≤ 2,5 ≤ 2,5 ≤ 1,5
# 200 %
≤ 12,0 ≤ 10,0 ≤ 8,0 ≤ 6,0
Exigências Físicas

Blaine cm²/g
≥ 2.600 ≥ 2.800 ≥ 3.000
Início min.
≥ 60 ≥ 60 ≥ 60 ≥ 60
Tempo de pega
Fim min.
≥ 600 (1) ≥ 600 (1) ≥ 720 (1) ≥ 600 (1)
A frio %
≤ 5,0 (1) ≤ 5,0 (1) ≤ 5,0 (1) ≤ 5,0 (1)
Expansibilidade
A quente % ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0
1 dia MPa
≥ 14,0
Exigências
Mecânicas

3 dias MPa
≥ 10,0 ≥ 15,0 ≥ 10,0 ≥ 24,0
Resistência à
7 dias MPa
≥ 20,0 ≥ 25,0 ≥ 20,0 ≥ 34,0
compressão
28 dias MPa
≥ 32,0 ≥ 40,0 ≥ 32,0
91 dias MPa ≥ 40,0 (1)
(1) Ensaio facultativo
(2) A atividade pozolânica do cimento, determinada conforme NBR 5753 deve ser positiva
(3) A atividade do material pozolânico, determinada conforme NBR 5752 deve ser maior que 75%
(4) O teor de material pozolânico, deve ser determinado pelo ensaio de resíduo insolúvel
(5) O teor de SO3 igual a 3,5% apliaca-se quando C3A ≤ 8,0, e 4,5% quando C3A ≥ 8,0%
Fíler
Mineral natural ou inorgânico que não seja material
cimentício, finamente moído, com aproximadamente a
mesma finura do Cimento Portland.
Ex.: material calcário - CaCO3
Devido a suas Propriedades Físicas proporciona efeitos
benéficos sobre as propriedades do concreto.

Trabalhabilidade
Massa específica
Porosidade
Exsudação
Fonte: Calcário Botuverá
F
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Fíler

Não devem aumentar a demanda de água da


mistura quando usados em concreto, para não
prejudicar :

A resistência
Proteção à armadura
A norma brasileira limita o teor em 10 %

F
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Pozolana
Sua composição básica é sílica ou sílica-alumina.
Naturais: rochas ou minerais vulcânicos, terras diatomáceas.
Artificiais: argilas calcinadas, cinzas volantes (provenientes da
combustão do carvão em usinas termoelétricas), cinzas de casca
de arroz (resíduo agrícola), microssílica (produto decorrente da
fabricação de silício metálico ou ferro silício).
Sozinha não apresenta propriedades aglomerantes.

Fonte: blogdopetcivil
Z 9
Pozolana

• Finamente moída e na presença de


água, fixa a cal liberada na hidratação do
cimento Portland - Ca(OH)2 - formando um
composto insolúvel com propriedades
cimentantes : C-S-H com densidade menor.
• A Pozolana pode ser adicionada ao
cimento durante a fabricação ou ser
adicionada ao concreto como material
constituinte.

Z
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Reação fundamental do cimento Portland

C3S + H C–S-H + CH (rápida)

Reação pozolânica

SiO2 + CH + H C-S-H (lenta)

Z
11
Pozolana
Cinza volante

Provenientes da combustão do carvão em usinas


termoelétricas
Não necessita ser moída
Partículas esféricas lisas extremamente finas
com elevado teor de sílica amorfa (SiO2 amorfo)

Z
12
Cinza volante

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Pozolana
Sílica ativa

Utilizada em concreto de alto desempenho


Altamente reativa
Produto decorrente da produção de silício metálico ou de
ferro-silício
Material com mais de 85% de sílica amorfa
Altamente fino: superfície específica com
20.000 m2/g

Z
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Sílica ativa

Micrografia eletrônica de transmissão de sílica ativa.


Cortesia de P. C. Aïtcin, Universidade de Sherbrooke

15
Pozolana
Cinza de casca de arroz

Produto decorrente do beneficiamento de arroz


Elevado teor de sílica amorfa ( > 80 %)
A queima com temperatura controlada proporciona maior
teor de sílica reativa
Necessita ser moída para melhorar atividade pozolânica

Z
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Cinza de casca de arroz

Micrografia eletrônica de varredura de cinza de casca de arroz.


Cortesia de P. C. Aïtcin, Universidade de Sherbrooke

Z
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Escória

Provém das usinas siderúrgicas.

Escória é um resíduo da produção do ferro


gusa.
Produção de ~ 300 Kg de escória para cada
tonelada de ferro gusa.

Panela com Panela com ferro gusa


escória

E
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•Escória para uso em cimento precisa ser resfriada
bruscamente com água solidifica como material
vítreo (amorfo), evitando-se quase completamente
a cristalização.
•O resfriamento resulta a fragmentação do material
na forma granulada .

Escória de alto forno granulada Escória da fornalha moída


Escória
Composição básica: mesmos componentes do
cimento Portland.

Cal – 40 a 50%

Escória Sílica – 30 a 40%


Alumina – 8 a 18%

Tem propriedades hidráulicas, porém a


quantidade e as taxas de formação de produto
cimentante são insuficientes para aplicação
com fins estruturais.

E
Escória

Possui massa específica menor ~ 2,9 g/cm³,


contra 3,1 g/cm³ do cimento Portland.
Quando usada com cimento Portland, a
hidratação da escória é acelerada na presença de
Ca(OH)2 e de gipsita.
A escória granulada pode ser moída a uma finura
que se deseje, geralmente maior que 350 m2/kg.

E
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Tipos de Cimento Portland
Acervo da profa Eugenia
Representação
Clínquer +
Classe de Clínquer +
Designação Sigla Adição (%) Sulfato de Observações
Resistência CaSO4
cálcio (%)
Adição E,Z ou F
25
CP I 32 0 100
40
CP comum Sob encomenda
25
1a 5 de E,Z
CP I – S 32 99-95
ou F
40

25 6 a 34 de E
CP II – E 32 (0 a 10 de 94-56
40 F) Aproximadament
25 6 a 14 de Z e 70% dos
CP composto CP II – Z 32 (0 a 10 de 94-76 cimentos
40 F) comercializados
são CP II
25
CP II – F 32 6 a 10 de F 94-90
40
25
35 a 70 de E
CP alto forno CP III 32 65-25 Comercializado
(0 a 5 de F)
40

CP 25 15 a 50 de Z
CP IV 85-45 Comercializado
pozolânico 32 (0 a 5 de F)

CP de alta Comercializado
resistência CP V - 0 a 5 de F 100-95 C3A clínquer > 8%
inicial (ARI) C3A clínquer < 8%
Cimento Portland Comum (NBR 5732)
 Uso: Usava-se em construções de concreto
em geral, quando não havia risco de
exposição a sulfatos. Porém hoje só
Fabricação sob encomenda.
Hoje usa-se mais largamente o CP II para construções em geral,
com a vantagem do menor custo.

CP I – 100% clínquer + Sulfato de Cálcio (0% de


adição).
CP I - S – 1 a 5% de Fíler, Pozolana ou Escória.
Cimentos Portland puros (ou quase puros) são
usados apenas sob encomenda, geralmente para fins
de pesquisa.
I 23
Cimento Portland Composto (NBR 11578)
CP II - Cimento mais comumente usado nas
construções em geral: Representa cerca de 70%
dos cimentos comercializados.
Comercialização: A partir do fim da década de 1980.

Adições:
 Fíler – 6 a 10%.
 Pozolana – 6 a 14% (Pode ter de 0 a 10%
de Fíler incluído nesse montante).
 Escória – 6 a 34% (Pode ter de 0 a 10% de

II
Filer incluído nesse montante).
24
Cimento Portland de Alto Forno
CP III – Cimento Portland + % de escória. (NBR 5735)

Desprendimento de calor mais baixo (pico menor) e é


mais lento.
impede as reações de hidratação em clima frio.
Resistências mais baixas nas primeiras idades.
Porém, resistências melhores a longo prazo.
Endurecimento lento.
Melhor resistência a agentes químicos (álcalis, sulfatos,
Ca(OH)2 , ): microestrutura mais densa.
Requer cura prolongada a fim de que se dê a fixação
da cal liberada na hidratação do C3S
melhora a trabalhabilidade

III 25
Cimento Portland de Alto Forno

•Durabilidade superior: Tem Microestrutura


mais densa.
•É mais impermeável e tem menos Ca(OH)2
•Tem menos C3A hidratado (menos clinquer) para
formar a etringita expansiva que desintegra
o concreto.
•Menor risco da reação álcali-sílica.
• Em geral, em idades mais avançadas,
superam a resistência do Portland (comum,
composto, e ARI) devido ao refinamento dos
poros e aumento de C-S-H.
Cimento Portland Pozolânico (NBR 5736)
CP IV – Cimento Portland + % de pozolana
moídos.
Libera menos calor de hidratação.
Endurecimento lento.
Deve ser mais moído para ter sua resistência
inicial aumentada
Maior durabilidade aos meios ácidos.
Menor porosidade do sistema pela melhora
na distribuição do tamanho dos poros pelo
processo de refinamento dos poros.
Exige cura mais longa, pois a pozolana
reage com a cal na presença de água.
IV
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• H - cristais de
hidróxido de cálcio

• Representação esquemática de pasta bem


hidratada de Cimento Portland pozolânico.

• Como resultado da reação pozolânica, os vazios


capilares foram eliminados ou reduzidos de tamanho,
sendo os cristais densos de hidróxido de cálcio
substituídos pelo C-S-H formado, com uma
densidade menor.
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Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
(NBR 5733)
CP V - ARI
 Uso:  Remoção rápida de fôrma para
reutilização.
 Quando se deseja uma resistência inicial
mais elevada para prosseguir a construção.
 Construções em temperaturas baixas –
para evitar o congelamento da água dos
capilares nas primeiras idades.

 Desaconselhável:
 Uso em concreto massa
 Uso em elementos estruturais com
grandes dimensões.
V 29
Cimento Portland de Alta Resistência Inicial

• Desenvolve a
resistência mais
Rapidamente. • Teor mais alto de
• Especificado como C3S (55% a 70%)
cimento para • Maior moagem
resistências iniciais do clínquer (~ 450 a
elevadas 600 m²/Kg).
• Velocidade de
endurecimento maior.

V 30
Cimento Portland de Alta Resistência Inicial

Tempo de pega é parecido com o do cimento


portland comum, porém o endurecimento é bem mais
rápido.
Requisitos de expansibilidade e propriedades
químicas semelhantes ao cimento portland comum.
Mais finamente moído.
A maior finura aumenta significantemente a
resistência das 10 h até 20 h.
Entretanto, não possui finura muito elevada a ponto

V
de demandar mais água para a mistura.

31
Cimento Portland de Alta Resistência Inicial

 Maior proporção de C3S no clínquer.

 Elevada resistência inicial.

 Endurecimento rápido.

 Grande desprendimento de calor de


hidratação.

V
32
Cimento Portland Resistente a Sulfatos
São designados pela sigla original de seu tipo
acrescida de RS
(NBR 5733)
Baixo teor de C3A.
O custo aumenta devido a requisitos
especiais para a composição das matérias
primas.
O calor de hidratação fica diminuído (pouco
maior que o calor produzido pelo cimento com
baixo calor de hidratação).
Não é indicado quando houver risco de
presença de íons cloreto, pois tem pouco C3A
(O C3A fixa íons cloreto e não ficam disponíveis
para o início da corrosão do aço). V 33
Cimento Portland Resistente a Sulfatos
Ataque por Sulfatos

Aluminato de Sulfato (de magnésio ou


cálcio hidratado da de sódio), de águas
pasta endurecida + subterrâneas ou do
(C3A hidratado) solo.

Sulfoaluminato de Aumento Desagregação


cálcio =Etringita de
= secundaria do concreto
volume

 Solução: Usar cimento com baixo


teor de C3A. V 34
Cimento Portland Baixo Calor de Hidratação

Numa grande Elevação de


massa de temperatura no
concreto interior

Fissuração
Devido

séria
Desprendimento de calor =
(T)
+
Baixa condutividade térmica do
concreto

 Solução: Limitar a evolução do calor do


cimento. ( A BS1370: 1979 250J/g
aos 7 dias e 290J/g aos 91 dias).
DESIGNAÇÕES DOS CIMENTOS PORTLAND BRASILEIROS

a) Cimento Portland Comum


CP I – Cimento Portland Comum
CP I-E – Cimento Portland Comum com Adição de escória

b) Cimento Portland Composto


CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória
CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana
CP II-F – Cimento Portland Composto com Filler

c) Cimento Portland de Alto Forno – CP III


d) Cimento Portland Pozolânico – CP IV
e) Cimento Portland de Alta Resistência Inicial – CP V-ARI
f) Cimento Portland Resistente à Sulfatos (São designados pela sigla
original de seu tipo acrescida de RS).
Outros Cimentos
Existem inúmeros cimentos desenvolvidos para
uso específico:
Cimento Branco (Estrutural)

Cimento Bactericida
Cimento Hidrófugo
Cimento de alvenaria
Cimento para poços de petróleo
Cimento Aluminoso

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