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Introdução

Os fiscos, de uma maneira geral, têm aprimorado os seus sistemas de fiscalização. A


partir dos seus próprios bancos de dados e também através do cruzamento de
informações permutadas com outras esferas de poder, há um aumento substancial
dos resultados no combate à evasão fiscal.

Em 2006 entrou em funcionamento uma série de novas tecnologias de controle e


acompanhamento da movimentação financeira e patrimonial das empresas. Com a
fusão da Receita Federal e da Receita Previdenciária, originando a Receita Federal do
Brasil, aliada à permuta de informações entre os fiscos federal, estaduais e municipais,
o acesso aos dados de cada pessoa jurídica ficará mais ágil e eficiente.

Nesta época começou a funcionar o software “Harpia”, um sistema de inteligência


artificial desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, para a Secretaria da Receita
Federal. Este sistema desenvolve o perfil de cada um dos contribuintes ao longo dos
anos, de maneira a acompanhar qualquer variação substancial nas suas transações,
como também permite o cruzamento das informações obtidas com a CPMF, cartões
de crédito, operações entre empresas, etc.

Inundando o mundo empresarial com inúmeras obrigações acessórias, o fisco decidiu


lançar mão da tecnologia da informação para um melhor monitoramento dos
contribuintes. Aproveitando do avanço tecnológico, é cada vez maior o número de
documentos eletrônicos que o fisco utiliza para monitorar o ambiente empresarial
brasileiro. E dessa forma, espera contribuir para que algumas obrigações deixem de
existir, mas para isso, passou a controlar todo o sistema mais de perto.

Não restam dúvidas que com isso, nós contadores teremos mais tempo para cumprir
nossa principal função: elaboração das demonstrações contábeis e controle do
patrimônio. Porém devemos estar preparados para essas mudanças, pois elas
atingem a cada etapa um número maior de contribuintes.

A Atividade de Inteligência Fiscal

Define-se atividade de Inteligência Fiscal como o exercício sistemático de ações


especializadas, visando à obtenção, análise, difusão tempestiva e salvaguarda de
dados e conhecimentos, com as seguintes finalidades:

a) assessorar as autoridades fazendárias, nos respectivos níveis e áreas de atribuição,


no planejamento, na execução e no acompanhamento das ações da fiscalização, bem
como no aperfeiçoamento da legislação tributária e das políticas internas de
segurança;
b) detectar e combater a fraude fiscal estruturada;
c) subsidiar os órgãos responsáveis pela persecução penal no combate aos crimes
contra a ordem tributária, de lavagem de dinheiro e de outros correlatos.

A atividade de Inteligência Fiscal divide-se em dois ramos: a Inteligência, que visa


precipuamente produzir o conhecimento; e a Contra-inteligência, que objetiva prevenir,
detectar, obstruir e neutralizar ações adversas que ameacem a salvaguarda dos
dados, conhecimentos, áreas e instalações, pessoas e meios de interesse da Unidade
de Inteligência Fiscal.
Documentos Eletrônicos

O documento eletrônico pode ser entendido como a representação de um fato


concretizada por meio de um computador e armazenado em formato específico
(organização singular de bits e bytes), capaz de ser traduzido ou apreendido pelos
sentidos mediante o emprego de programa (software) apropriado.

As dificuldades, no campo probatório, do "documento eletrônico puro" (desprovido de


técnicas, acréscimos ou requisitos de "segurança") deverão ser superadas, na linha do
livre convencimento, pelo recurso a todos os elementos e circunstâncias envolvidos na
sua produção e transmissão. A edição da Medida Provisória n. 2.200, de 28 de junho
de 2001, responsável pela fixação do quadro regulamentório da assinatura digital no
Brasil, suscitou um problema novo em relação à validade jurídica do documento
eletrônico. Com efeito, o art. 1o. do diploma legal referido afirma: "Fica instituída a
Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, para garantir a
autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica,
(...)". Como posto, é possível a interpretação de que a Medida Provisória não trata
apenas da validade probatória do documento eletrônico, e sim, da validade jurídica do
próprio documento em forma eletrônica.

Lembramos, neste particular, que o projeto de lei submetido à consulta pública pela
Casa Civil da Presidência da República no final do ano 2000, estabelecia que os
documentos eletrônicos teriam o mesmo valor jurídico daqueles produzidos em papel
desde que fosse assegurada a sua autenticidade e integridade. A supressão da
expressão "desde que" e a fixação de que a Infra-Estrutura de Chaves Públicas visa
garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica dos documentos
eletrônicos, apontam para o aspecto funcional, para a agregação de um valor ou
característica antes inexistente, para a validade probatória.

Documentos de Inteligência Fiscal

Documentos de Inteligência Fiscal são documentos padronizados, classificados ou


não, que circulam internamente nas Unidades de Inteligência Fiscal, ou entre estas e o
usuário do conhecimento ou outro órgão congênere ou conveniado, a fim de transmitir
ou solicitar dados e/ou conhecimentos.

A redação dos documentos de Inteligência Fiscal deve ser pautada pela objetividade,
coesão, simplicidade, concisão, precisão e clareza.

Identidade Digital

A Receita Federal do Brasil (RFB) só pode disponibilizar informações fiscais para o


próprio contribuinte ou para quem ele autorizou. Como então utilizar a mais poderosa
ferramenta de comunicação disponível, sem que as pessoas (físicas e jurídicas)
possam ser identificadas com precisão?

O certificado digital (CD) foi o mecanismo tecnológico selecionado para suprir esta
demanda. Para compreendê-lo, pense em um passaporte que identifica você no
mundo virtual. Este passaporte virtual é um arquivo eletrônico que contém alguns
dados para identificar uma pessoa, como por exemplo: nome data de nascimento,
CPF, título de eleitor, e-mail. Além destes dados, ele contém informações que
identificarão os emissores do certificado.

Para emitir um certificado digital, você deve apresentar-se, pessoalmente, a um


agente autorizado, portando alguns documentos como: identidade, CPF, comprovante
de endereço e foto. O agente autorizado irá conferir a veracidade das informações
para entregar-lhe o seu certificado digital. Por se tratar de um arquivo, ele deve ser
armazenado em um dispositivo.

A RFB disponibiliza em seu site, através do e-CAC – Centro Virtual de Atendimento ao


Contribuinte, uma série de serviços que podem ser acessados pelo contribuinte, desde
que tenha um certificado digital válido. Uma vez identificado perante a RFB, você terá
acesso aos serviços eletrônicos disponíveis: cópia de declarações, pagamentos,
parcelamento de débitos, situação fiscal, procuração eletrônica, entre outros.

Assim, com a RFB, diversos sites e sistemas estão utilizando esta tecnologia para
garantir a segurança de suas transações: SISCOMEX, e-DOC do Poder Judiciário,
Sistema de Contratos de Câmbio, Cartório Eletrônico, entre outros.

Para que assinar documentos com certificado digital?


Documentos eletrônicos assinados com certificados digitais possuem 3 características
fundamentais:
1) Garantia de autoria, ou seja, facilmente conseguimos identificar quem assinou um
documento digital.
2) Garantia de integridade. Um documento assinado não pode ser alterado.
3) Garantia de não repúdio. A medida provisória 2.200, de agosto de 2001, dá a
garantia jurídica para documentos eletrônicos assinados.

Uma quarta característica pode ser adicionada a esses documentos:


confidencialidade. Em determinadas situações, você poderá criptografar documentos,
garantindo seu sigilo.

SPED

Em 18 de agosto de 2005, a Folha de São Paulo publicou um trabalho de estudo sobre


sonegação do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBTP. Segundo o
estudo, os indícios de sonegação são muito maiores em pequenas empresas.

Há muito tempo as autoridades fiscais já sabem disso. E sabem, também, que só se


reduz a sonegação a partir de maior fiscalização. A Receita Federal do Brasil publica,
mensalmente, um relatório sobre o resultado da arrecadação. O relatório de dezembro
de 2007 deixa claro: quanto maior a presença fiscal, maior o resultado.

O grande desafio das autoridades fiscais é aumentar a “presença fiscal” em um país


com mais de 5 milhões de empresas legalmente constituídas e 10 milhões de
informais. A solução é obvia: utilizar-se de tecnologia da informação e conhecimento
científico para criar uma inteligência fiscal capaz de realizar operações em larga
escala. Tarefa não muito difícil em um país que já possui uma excelente reputação no
campo da tecnologia bancária e eleitoral. Além do bem sucedido Imposto de Renda
Pessoa Física via Internet, que, em menos de 10 anos, conquistou a quase totalidade
dos contribuintes.
O SPED é fruto de muito trabalho das autoridades fiscais que, em diversos momentos,
atuaram em conjunto com as empresas privadas participantes do projeto piloto. O
projeto SPED está consolidando-se graças à atuação histórica das autoridades fiscais,
no que tange o relacionamento com o setor privado. O clima de parceria é marcante
nas reuniões do grupo de trabalho do SPED, de forma que as empresas participantes
dos projetos-piloto estão conseguindo modernizar suas estruturas de controladoria e,
ao mesmo tempo, atender às demandas do fisco eletrônico. Ou seja, empresas e
autoridades estão trabalhando baseadas em uma relação “ganha-ganha”, até então
inédita em nosso País.

Formalmente, o SPED foi criado por meio do Decreto 6.022 de janeiro de 2007. Vale
ressaltar que a certificação digital, como consta no parágrafo primeiro do decreto, é a
base tecnológica que dá validade jurídica aos documentos eletrônicos tratados pelo
SPED.

O SPED tem como objetivos, entre outros:


- Promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e compartilhamento das
informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais.
- Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes, com o
estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de diferentes
órgãos fiscalizadores.
- Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do controle
dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais efetiva das
operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

O maior desafio do SPED Contábil

Mesmo após o término do prazo de entrega do SPED Contábil, em 30 de junho de


2009, cerca de 10% das empresas obrigadas à Escrituração Contábil Digital (ECD)
continuam trabalhando para atender à legislação. Entretanto, várias que já
transmitiram a ECD para a Receita Federal do Brasil (RFB) o fizeram de maneira
equivocada. Os problemas tecnológicos mais freqüentes estavam relacionados com as
validações de arquivos, sua transmissão e uso de certificados digitais. Uma vez
superados estes obstáculos, tornou-se evidente quem pode comprometer a empresa:
os contábeis.

Muita gente acreditou que o SPED Contábil seria resolvido pela área de tecnologia ou
pelo fornecedor de software. De fato, a missão desses profissionais é prover
funcionalidades para que os livros contábeis sejam “transformados” em arquivos no
formato padrão do SPED.

Contudo, ter seus arquivos validados pelo PVA – Programa Validador não é garantia
de sucesso no projeto. Poucos perceberam que o mais importante é a contabilidade e
não a tecnologia. A escrituração contábil deve refletir as operações reais da empresa:
faturamento, movimentação de estoques, finanças, entre outras. O desafio em questão
é ter a contabilidade coerente, real e íntegra; auditável eletronicamente pela empresa
e pelo Fisco. Portanto, mais que cobrar das áreas tecnológicas a geração do arquivo,
as empresas precisam repensar seus processos gerenciais e aplicar os princípios e
normas contábeis vigentes em sua escrituração, lembrando que, em hipótese alguma,
tais fundamentos foram revogados ou alterados pelo SPED. Dessa forma, o maior
desafio do SPED Contábil, passa inevitavelmente pela contabilidade – agora com “C”
maiúsculo.
Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica NF-e é um documento fiscal instituído pelo Ajuste SINIEF
07/2005, que sofreu algumas alterações pelos Ajustes: SINIEF 04/2006, SINIEF
05/2007 e SINIEF 08/2007.

A NF-e é um documento eletrônico que contém dados do contribuinte remetente, do


destinatário e da operação a ser realizada. Este documento é assinado com certificado
digital do remetente e enviado à Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de sua unidade
federativa, para validação e autorização.

A SEFAZ, ao receber o arquivo da NF-e enviado pelo contribuinte remetente, poderá


conceder a autorização de uso da NF-e ou não.

Na prática, o remetente gera um arquivo no formato padrão da NF-e assina-o


digitalmente, e o submete, através da Internet, à SEFAZ. Alguns minutos após, ele
deve consultar, também através da Internet, a situação quanto à autorização de uso
da NF-e. Somente após a consulta a mercadoria poderá circular. Todo este processo
pode ser feito de forma automatizada, através de sistemas de informação que utilizam
uma tecnologia chamada Web Service.
Para circular a mercadoria, o emitente deve imprimir um “espelho” da NF-e em papel
A4 - o DANFE. Ele deve conter um código de barras com o número identificador da
NF-e.

Fig.10 - Exemplo de DANFE

Recebimento e guarda da NF-e

Tanto quem emite quanto quem recebe a NF-e deve armazená-la pelo prazo legal. Isto
significa que o emitente deve enviar o arquivo eletrônico ao destinatário de alguma
forma. Caso este não seja emissor de NF-e, ou seja, não tenha condições técnicas
para receber o documento eletrônico, ele poderá manter o DANFE arquivado.
Contudo, o destinatário, recebendo NF-e ou DANFE, deve verificar a validade e
autenticidade do documento fiscal através dos serviços disponíveis na Internet.

Quando o destinatário utiliza um sistema de informações preparado para receber a


NF-e, este sistema pode realizar a verificação junto à SEFAZ, através de Web
Services.

Caso contrário, a conferência deve ser manual, através do site da SEFAZ ou do Portal
Nacional da NF-e: https://www.NF-e.fazenda.gov.br

Cancelamento e alteração da NF-e

Se a mercadoria não foi circulada, o remetente poderá cancelar a NF-e através de


pedido de cancelamento eletrônico.

Após a concessão da Autorização de Uso da NF-e, ela não poderá ser alterada.
Contudo, caso o emitente encontre erros na NF-e que já possui autorização de uso e
cuja mercadoria já circulou, ele poderá realizar a correção desta NF-e através de uma
Carta de Correção eletrônica, que também depende de autorização da SEFAZ. Até o
momento, o leiaute da CC-e não está disponível, o que, na prática, significa que não é
possível realizar correções na NF-e.

O Big Brother Fiscal

O Big Brother Fiscal foi instituído. Antes de cada operação, a empresa deve solicitar
autorização ao fisco. Após a concessão da autorização, a NF-e é transmitida da
SEFAZ origem para a RFB, SEFAZ destino, e para qualquer outra autoridade fiscal
que necessite desta informação.

O contribuinte que recebe a mercadoria também é um agente indireto de fiscalização.


Ele deve conferir a NF-e e, em caso de problemas, informá-los à autoridade fiscal.
No leiaute do arquivo da NF-e, há muitos campos que não existem nas notas fiscais
em papel. Um deles é o código NCM, Nomenclatura Comum do Mercosul, dos itens da
nota. Como o objetivo do fisco é rastrear produtos vendidos e comprados pelas
empresas, para reduzir a sonegação, ter uma classificação padrão para os produtos é
imprescindível. Um exemplo simples é: se uma empresa der entrada em 10 itens de
uma mercadoria em seu estoque, ela não poderá dar saída em 11.

Irregularidade fiscal do emitente e destinatário

A SEFAZ pode não autorizar a emissão de uma NF-e caso haja alguma irregularidade
fiscal com relação ao contribuinte ou destinatário. Por enquanto, esta verificação ainda
não está sendo feita, mas provavelmente isto ocorrerá.

Nota Fiscal Eletrônica de Serviços

Algumas prefeituras já desenvolveram NFS-e’s para substituir as notas fiscais de


serviços tradicionais, mas estas não seguem o mesmo modelo da NF-e mercantil, ou
seja, a que substitui as notas fiscais modelos 1 e 1A.
Através do Protocolo de Cooperação Nº 2/2007 – IV ENAT, de 7 de dezembro de
2007, representantes da União, Estados e Municípios se comprometeram a definir um
modelo conceitual nacional para a NFS-e, incluindo-a no SPED.

No mesmo protocolo, foi estabelecido o compromisso de criação da Sefin Virtual, tal


qual a SEFAZ Virtual, com o objetivo de fornecer infraestrutura tecnológica às
prefeituras, viabilizando a implantação da NFS-e em todo Brasil.

Considera-se Nota Fiscal de Serviços Eletrônica - NFS-e - o documento de existência


exclusivamente digital, gerado e armazenado eletronicamente em sistema próprio da
Prefeitura, com o objetivo de registrar as operações relativas à prestação de serviços.
Este documento vem substituir as Notas Fiscais Convencionais (impressas em papel),
autorizadas pelo Município e confeccionadas em gráfica.

Obrigatoriedade

Conforme legislação municipal.

Benefícios para o prestador de serviços que emitir NFS-e

- Redução dos custos de confecção de talonário de notas fiscais e/ou de sua


Impressão;
- Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;
- Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com seus tomadores;
- Simplificação de obrigações acessórias, como: dispensa de solicitação da
Autorização de Impressão de Documentos Fiscais – AIDF, não-escrituração da NFS-e
na Declaração Mensal de Serviços – DMS, dispensa de escrituração no Livro de
Registro e Apuração do ISS, maiores recursos para o gerenciamento das notas fiscais
emitidas e recebidas, Eliminação de erros de cálculo e de preenchimento de
documentos de arrecadação.

Benefícios para quem receber NFS-e

Em geral, o tomador de serviços que receber uma NFS-e tem direito a um crédito que
poderá ser utilizado para abatimento do valor do IPTU lançado para o exercício
seguinte.

Além disso, se o tomador for pessoa jurídica:


- Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;
- Simplificação de obrigações acessórias (não-escrituração da NFS-e na DMS e Livro
de Registro e Apuração do ISS).

Cadastramento da Senha Web para acesso ao sistema da NFS-e

Para as pessoas jurídicas que devem acessar o sistema da NFS-e, é necessário,


inicialmente, cadastrar uma Senha Web. Opcionalmente, pode-se utilizar certificado
digital e-CNPJ.

Configuração de dados do contribuinte

Alguns dados são importantes para a emissão da NFS-e, por isso, devem ser
configurados adequadamente, como: dados da Empresa; dados para contato; e-mail
para recebimento de NFS-e; identificação do Contador; regime de tributação; ramo de
atividade.
Emissão de NFS-e

A emissão da nota fiscal de serviços eletrônica ocorre no site da prefeitura, através do


formulário específico para preenchimento dos campos da NFS-e, como por exemplo:
forma de tributação, tomador dos serviços, serviços executados.

Enviando a NFS-e por E-mail

O e-mail é um facilitador do sistema NFS-e. O tomador, inclusive, não é obrigado a


informar o e-mail. A NFS-e deverá ser impressa, por ocasião da prestação de serviços,
em via única, em papel “comum”, de tamanho “A4” ou “Ofício”, utilizado para
impressão em geral. Sua impressão poderá ser dispensada na hipótese de o tomador
solicitar seu envio por “E-mail”.

Impedimento de cancelamento de NFS-e pelo não pagamento dos serviços


prestados

O fato gerador do ISS é a prestação do serviço. Caso tenha sido emitida uma NFS-e
para um serviço efetivamente prestado, o ISS será devido, e não será possível seu
cancelamento simplesmente pelo motivo de o serviço não ter sido pago pelo tomador.

Cancelamento de NFS-e antes do pagamento do Imposto

A NFS-e poderá ser cancelada pelo emitente, por meio do sistema, antes do
pagamento do Imposto. Caso a guia de recolhimento já tenha sido emitida, faz-se
necessário o cancelamento da referida guia para que seja possível o cancelamento da
NFS-e. Se a NFS-e já estiver sido incluída em uma Guia de Pagamento já emitida, o
Status da NFS-e aparecerá como “Normal”. Efetue o cancelamento da referida guia
para que seja possível o cancelamento da NFS-e.
Atenção: Caso a NFS-e tenha sido emitida considerando-se que a responsabilidade
pelo recolhimento é do tomador de serviços (opção “ISS Retido”), o próprio tomador
deverá efetuar o cancelamento da Guia de Pagamento.

Escrituração Contábil Digital

A Escrituração Contábil Digital (ECD) é o pilar contábil do SPED. Simplificadamente,


podemos entender A ECD como a geração de livros contábeis em meio eletrônico,
através de arquivo com leiaute padrão e assinado com certificado digital.

Instituída pela Instrução Normativa RFB 777 de 19/11/2007, que foi retificada pela
IN787, em 22/11/2207, a ECD abrange os seguintes livros:

- Diário Geral;
- Diário com Escrituração Resumida (vinculado a livro auxiliar);
- Diário Auxiliar;
- Razão Auxiliar;
- Livro de Balancetes Diários e Balanços.

A ECD deve ser entregue no último dia útil de junho do ano seguinte ao que se refere
à escrituração.
Obrigatoriedade

A obrigatoriedade de participação no SPED Contábil é definida pela IN787, de


19/11/07.

Registros da ECD

O arquivo digital é composto por blocos de informação, cada qual com um registro de
abertura, com registros de dados e com um registro de encerramento.

Plano de Contas Referencial

O Ato Declaratório Excutivo Cofis nº 36, de 18 de dezembro de 2007, especificou as


tabelas e o Plano de Contas Referencial da ECD. As instituições sujeitas à
regulamentação do Banco Central do Brasil deverão utilizar Plano Contábil das
Instituições Financeiras (Cosif); as sujeitas à regulamentação da Superintendência de
Seguros Privados – Susep – ficam dispensadas do preenchimento do campo a que se
refere esta tabela de código.

O que é o Plano de Contas Referencial?

A definição do Plano de Contas Referencial está no site da RFB: “O que se entende


por plano de contas referencial e qual sua finalidade? Conforme as regras de
validação (anexo ao Ato Declaratório Cofis36/07), o registro I051 não é obrigatório. É
um plano de contas, elaborado com base na DIPJ. As empresas em geral devem usar
o plano Publicado pela Receita Federal pelo Ato Declaratório Cofis 36/07. As
financeiras utilizam o Cosif e as seguradoras não precisam informar o registro I051.
Tem por finalidade estabelecer uma relação (um DE-PARA) entre as contas analíticas
do plano de contas da empresa e um padrão, possibilitando a eliminação de fichas da
DIPJ. O e-Lalur (Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real, um dos projetos do
SPED) importará dados da escrituração contábil digital e montará um ‘rascunho’
correspondente a várias das fichas hoje existentes na DIPJ.

Assim, quanto mais precisa for sua indicação dos códigos das contas referenciais no
registro I051, menor o trabalho no preenchimento do e-Lalur. Quaisquer equívocos na
sua indicação do plano de contas referencial poderão ser corrigidos no e-Lalur.”

Escrituração Fiscal Digital (EFD)

O terceiro pilar do SPED é a EFD, que foi instituída pelo Convênio ICMS no 143/2006,
de 20/12/2006.

Como não poderia deixar de ser, os arquivos da EFD devem ser assinados com
certificado digital do representante legal da empresa. A EFD tem o objetivo de
substituir diversas obrigações fiscais que as empresas devem apresentar ao fisco.

Obrigatoriedade

A obrigatoriedade da entrega da EFD para os contribuintes de ICMS e IPI foi adiada


para janeiro de 2009, conforme consta da publicação do Ato Cotepe/ICMS nº 20, de
27 de dezembro de 2007, que alterou o art. 3º do Ato Cotepe/ICMS 11/07, que dispõe
sobre as especificações técnicas para a geração de arquivos da EFD, produzindo
efeitos a partir de 1º de janeiro de 2009.
A EFD é extremamente detalhada. A tabela de registros possui mais de 100 tipos
diferentes dado o nível de exigência com relação às informações fiscais solicitadas.
O registro 0200, por exemplo, é o detalhamento do produto ou serviço. Nele, o
contribuinte deve informar o código NCM, Nomenclatura Comum do Mercosul de cada
item.

A EFD representa toda a movimentação de entrada, saída e inventário de mercadorias


e serviços, além da apuração de ICMS e IPI. Com o NCM, o fisco poderá rastrear toda
a cadeia produtiva, buscando indícios de fraudes ou sonegação. Além de conter todas
as notas fiscais de entrada e saída de uma empresa, o arquivo da EFD contém os
dados das faturas das notas fiscais, bem como os vencimentos das faturas. Ou seja, o
fisco terá praticamente todas as informações necessárias para projetar o fluxo de
caixa das empresas.

Ainda não há informações oficiais, mas espera-se que a EFD contemple, também, as
informações relativas à folha de pagamentos das empresas para substituir,
integralmente, no futuro, obrigações acessórias como o MANAD e a IN86.

Conclusão

É notório o esforço do fisco em acompanhar, cada vez mais de perto, os contribuintes.


Utilizando de alta tecnologia, as ferramentas de controle e cruzamento de informações
no âmbito nacional, chegam a estar entre as mais desenvolvidas do mundo.

Sabendo que o cruzamento de informações é um processo “lucrativo”, a tendência é


aumentar a fiscalização por meios eletrônicos. Escolhido por ser considerado um meio
de efetiva transparência, a fiscalização digital não é novidade para os contribuintes
brasileiros, porém, a cada etapa cumprida do processo, o governo tem as informações
de que necessita sem precisar se deslocar até o contribuinte.

O papel do contador nesse cenário nos leva a um só caminho: o de aprender com


essas mudanças. A função de guarda-livros (há muito já esquecida) tende a ficar cada
vez mais distante. É necessário absorver conhecimento em tecnologia da informação.
Contudo, como prima os comunicados e pareceres do CFC, somente o conhecimento
em informática não é necessário. A contabilidade está cada vez mais em primeiro
plano. Vide os livros contábeis inseridos na escrituração contábil digital e o
planejamento de um futuro e-Lalur. Definitivamente somente o software não fará tudo
isso.

De posse de todas essas informações, o profissional da contabilidade que negligenciar


as mudanças estará sem mercado, e portanto, ficará em segundo plano.
Bibliografia

http://www.tactus.com.br/?p=1098

http://www.administradores.com.br/artigos/sped_e_nota_fiscal_eletronica_um_sistema
_mais_rigoroso_de_fiscalizacao/31427/

http://www3.mastermaq.com.br/pdf/ebook.pdf

http://www.robertodiasduarte.com.br/?p=1956” 11

http://www1.receita.fazenda.gov.br/Sped/

http://www.fazenda.rj.gov.br/portal/index.portal?
_nfpb=true&_pageLabel=sistemaseletronicos&file=/informacao/sistemaseletronicos/nfe
/index.shtml

http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/
Anexo

Receita Federal aperta o cerco contra os contribuintes

Todos devem começar a acertar a sua situação com o leão, pois no próximo ano o
fisco começa a cruzar mais informações e no máximo em dois anos eles vão cruzar
tudo. As informações que envolvam o CPF ou CNPJ serão cruzadas on-line com:

CARTÓRIOS: Checar os Bens imóveis - terrenos, casas, aptos, sítios, construções;


DETRANS: Registro de propriedade de veículos, motos, barcos, jet-skis e etc.;
BANCOS: Cartões de crédito, débito, aplicações, movimentações, financiamentos;
EMPRESAS EM GERAL: Além das operações já rastreadas (Folha de pagamentos,
FGTS, INSS, IRR-F e etc), passam a ser cruzadas as operações de compra e venda
de mercadorias e Serviços em geral, incluídos os básicos (luz, água, telefone, saúde),
bem como os financiamentos em geral

Tudo isso nos âmbitos municipal, estadual e federal, amarrando pessoa física e
pessoa jurídica através destes cruzamentos e o pior, podem fiscalizar os últimos 5
anos.

Este sistema é um dos mais modernos e eficientes já construídos no mundo e logo


estará operando por inteiro. Só para se ter uma idéia, as operações relacionadas com
cartão de crédito e débito foram cruzadas em um pequeno grupo de empresas
varejistas no fim do ano passado, e a grande maioria deles sofreram autuações
enormes, pois as informações fornecidas pelas operadoras de cartões ao fisco (que
são obrigados a entregar a movimentação), não coincidiram com as declaradas pelos
lojistas.

Este cruzamento das informações deve, em breve, se estender o número muito maior
de contribuintes, pois o resultado foi ‘muito lucrativo’ para o governo. Sua empresa é
optante pelo SIMPLES? Veja esta curiosidade inquietante:

TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL: Maioria das empresas de grande porte.


Representam apenas 6% das empresas do Brasil e são responsáveis por 85% de toda
arrecadação nacional;
TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO: Maioria das empresas de pequeno e
médio porte. Representa 24% das empresas do Brasil e são responsáveis por 9% de
toda arrecadação nacional;
TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL: 70% das empresas do Brasil e
respondem por apenas 6% de toda arrecadação nacional.

Ou seja, é nas empresas do SIMPLES que o FISCO vai focar seus esforços, pois é
nela onde se concentra a maior parte da informalidade, leia-se, sonegação!!! Acredita-
se que muito em breve, a prática da informalidade tende a diminuir muito!!! A
recomendação é de que as empresas devem se esforçar cada vez mais no sentido de
ir acertando os detalhes que faltam para minimizar problemas com o FISCO.

A Receita Federal passou a contar com o T-Rex, um supercomputador que leva o


nome do devastador Tiranossauro Rex, e o software Harpia, ave de rapina mais
poderosa do país, que teria até a capacidade de aprender com o ‘comportamento’ dos
contribuintes para detectar irregularidades. O programa vai integrar as secretarias
estaduais da Fazenda, instituições financeiras, administradoras de cartões de crédito e
os cartórios. Com fundamento na Lei Complementar nº 105/2001 e em outros atos
normativos, o órgão arrecadador-fiscalizador apressou-se em publicar a Instrução
Normativa RFB nº 811/2008, criando a Declaração de Informações sobre
Movimentação Financeira (DIMOF), pela qual as instituições financeiras têm de
informar a movimentação de pessoas físicas, se a mesma superar a ínfima quantia de
R$ 5.000,00 no semestre, e das pessoas jurídicas, se a movimentação superar a
bagatela de R$ 10.000,00 no semestre. A primeira DIMOF será apresentada até 15 de
dezembro de 2008.

O acompanhamento e controle da vida fiscal dos indivíduos e das empresas ficará tão
aperfeiçoado que a Receita Federal passará a oferecer a declaração de Imposto de
renda já pronta, para validação do contribuinte, o que poderá ocorrer já daqui a dois
anos. Apenas para a primeira etapa da chamada Estratégia Nacional de Atuação da
Fiscalização da Receita Federal para o ano de 2008 foi estabelecida a meta de
fiscalização de 37 mil contribuintes, pessoas físicas e jurídicas, selecionados com
base em análise da CPMF, segundo publicado em órgãos da mídia de grande
circulação. O projeto prevê, também, a criação de um sistema nacional de informações
patrimoniais dos contribuintes, que poderia ser gerenciado pela Receita Federal e
integrado ao Banco Central, Detran, e outros órgãos. Para completar, já foi aprovado
um instrumento de penhora on line das contas correntes. Por força do artigo 655-A,
incorporado ao CPC pela Lei 11382/2006, poderá requerer ao juiz a decretação
instantânea, por meio eletrônico, da indisponibilidade de dinheiro ou Bens do
contribuinte submetido a processo de execução fiscal. Tendo em vista esse arsenal,
que vem sendo continuamente reforçado para aumentar o poder dos órgãos
fazendários, recomenda-se que o contribuinte promova revisão dos procedimentos e
controles contábeis e fiscais praticados nos últimos cinco anos. A Receita está
trabalhando mesmo.

Hoje a Receita Federal tem diversos meios (controles) para acompanhar a


movimentação financeira das pessoas. Além da DIMOF, temos a DIRPF, DIRPJ,
DACON. DCTF, DITR, DIPI, DIRF, RAIS, DIMOB, etc. etc. Ou seja, são varias fontes
de informações. Esse sistema HARPIA, já estava em teste há 2 dois anos, e agora
está trabalhando pra valer. Com a entrada em vigor da nota fiscal eletrônica e do
SPED, que vai começar pra valer em 2009, ai é que a situação vai piorar, ou melhor,
melhorar a arrecadação. Todo cuidado é pouco. A partir de agora todos devem ter
controle de todos os gastos no ano e verificar se os rendimentos ou outras fontes são
suficientes para comprovar os pagamentos, além das demais preocupações, como
lançar corretamente as receitas, bens, etc.

Texto publicado no site http://www.tactus.com.br/?p=1098

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