Você está na página 1de 7

Nome: Tiago de Abreu Alves de Souza, nº33 – 3º TA

Português - Sílvia

Poemas

1º Poema

VERBO SER

Que vai ser quando crescer? 


Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R. 
Que vou ser quando crescer? 
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo. 
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade

Antologia

Gosto muito dos poemas de Carlos Drummond de Andrade, me identifico com o


jeito de ser “só” mais “acompanhado” deste poeta brasileiro, assisti um
documentário sobre ele, e este dizia que Drummond sempre foi uma pessoa
solitária, vivia em hotéis e nunca escreveu uma vírgula se quer que não fosse dele
próprio,... ou seja todo o seu repertório está falando dele mesmo...Uma frase muito
bonita dele é mais ou menos assim: “Um poeta não lê outros poetas, mas sim o
jornais, os classificados, para assim entender mais as pessoas”

Identifico-me com ele, e de maneira singular com esse poema, “O verbo ser”!

O que seremos quando crescer? Sempre quando leio esse poema me sinto o
mesmo Tiago de 15 anos atrás, com sonhos, com planos e com a mesma pergunta:
o que eu vou ser quando crescer? Logo acordo e vejo que cresci, e como diz o
poema ”Já não sou?” “terei que mudar?” Mudei? Nunca deixei de ter sido a mesma
pessoa! Então aquela mesma pergunta na cabeça: o que você vai ser quando
crescer?

Ser, uma palavra tão pequena, mas com um enorme conteúdo, e acho que ele
chega a mesma conclusão, ser ou não ser, crescemos assim mesmo as vezes com a
sensação de não ter sido! Até que enfim esquecemos essa pergunta tonta “ o que
você vai ser quando crescer?” ... Posso dizer que a partir daí seremos! Outro poeta
chamado Pablo Neruda falava: “Não ser, é ser, sem que tu sejas...”Que diz que não
serei sem que minha amada seja também!!! Lindo, esse poema!

(Tiago de Abreu)
2º Poema

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:


Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes

Antologia

Outro Poema que me faz “sentir”, “refletir”! Um poema Triste, mas ao mesmo tempo
consolador. Para isso fomos feitos, resumidamente fomos feitos para enterrar nossos
mortos e depois morrer, e a morte seria a verdadeira vida, uma vida imensa como diz
Vinícius de Moraes.

Ele também fala que fomos feitos para participarmos desse milagre, ou melhor, termos
uma vida curta na esperança da eternidade... Esse poema fala da dor de quem fica e a
vida de quem parte... Para os que ficam nos resta as lembranças de quem partiu, partiu
e deixou corações doloridos pela saudade... Ele também diz que pelo motivo de termos
uma vida curta que se assemelha a uma canção sobre o berço e um simples verso de
amor, precisamos velar, ter esperança de que ao vermos a face da morte não mais
esperaremos e viveremos imensamente! Cara o Vinicius é fera!!!

(Tiago de Abreu)
3º Poema

Mude...

Mude...

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa, mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande
por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você
passa.
Tome outros ônibus.
Mude por um tempo o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente pela praia, ou no parque, e ouvir o
canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama… depois, procure dormir em outra cama.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais… leia outros tipos de
livros.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas
cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o
novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome um novo tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado… outra marca de sabonete, outro creme dental… tome
banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar outro emprego, uma
nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem
destino.Experimente coisas novas.
Troque novamente. Mude de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores de que as já
conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!

(Clarice Lispector)

Clarice Lispector

Antologia

Dizer não a rotina, ao ler esse poema vemos o quando estamos imersos no
rotineiro... das coisas mais simples as mais especiais!
É um convite ao novo, a uma qualidade de vida melhor... Embora eu acredite que
existem pessoas que amam a rotina... mas escolhi este poema porque me identifico
com ele...não que eu faça por querer essas coisas, mas a vida é que não me deixa
ser rotineiro... sempre acontece algo e nunca adquiro uma estabilidade... Hoje
vivemos em um mundo em que se almeja a estabilidade em todas as suas
formas... mas, me faz refletir... e ao ler, sinto na pele a rotina que as vezes me
bate a porta!

Aqui na terra acredito ter apenas uma chance de viver, depois como disse o poema
de Vinícius temos a morte e a vida eterna..então prefiro seguir os exemplos de
Clarisse Lispector... Viver a vida...Afinal só temos uma!!! É sei que é preciso
começar devagar...
4º Poema

Um dia

...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. 
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... 
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer
homem sofrer ... 
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... 
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... 
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom... 
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em
você... 
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas..." 
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos
valor a isso... 
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... 
Enfim... 
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é
suficiente para realizarmos 
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer
o que tem de ser dito... 
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou
lutamos para realizar todas 
as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Mário Quintana

Antologia

Esse cara eu tiro o chapéu! Meu Deus... descobrimos...percebemos... tudo isso mesmo!

Como prendemos, carregamos, armazenamos coisas, sentimentos, palavras, atitudes, medos,


vontades... durante nossa vida. E como existem pessoas que se conformam com isso e não tem
coragem de expor sua loucura interior! Eu chamo tudo isso de “Loucura interior”, a descoberta
do “Eu”, somos muito complexos e ao mesmo tempo simples, isso explica o 1º poema, aquele
de Drummond “o verbo ser”, guardamos tudo isso dentro de nossos corações... o poeta é um
louco colocando sua loucura para fora... e nós ao lermos essa loucura também temos uma
única certeza “Somos Loucos”...

Diria que isso é o arrepender-se do que não foi feito... isso é ruim... seria melhor se arrepender
do que foi feito... dói menos, claro que ao meu entendimento. E como Aprendemos com a
Vida, com o passar do tempo! Isso é óbvio! Por este motivo temos que aprender com os que já
aprenderam... ou seja os mais velhos, que nos dias de hoje são tão desvalorizados.
5º Poema

Os Pobres

Aí vêm pelos caminhos,


Descalços, de pés no chão,
Os pobres que andam sozinhos,
Implorando compaixão.
Vivem sem cama e sem teto,
Na fome e na solidão:
Pedem um pouco de afeto,
Pedem um pouco de pão.
São tímidos? São covardes?
Têm pejo? Têm confusão?
Parai quando os encontrardes,
E dai-lhes a vossa mão!
Guiai-lhe os tristes passos!
Dai-lhes, sem hesitação,
O apoio do vossos braços,
Metade de vosso pão!
Não receeis que, algum dia,
Vos assalte a ingratidão:
O prêmio está na alegria
Que tereis no coração.
Protegei os desgraçados,
Órfãos de toda a afeição:
E sereis abençoados
Por um pedaço de pão . . .

Olavo Bilac

Antologia

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos
para seus míseros problemas e pequenas dores. (Mário Quintana)

Começo com essa frase de Mário Quintana, acho que ela já diz tudo!!! Olavo Bilac tinha uma
grande sensibilidade com a sociedade pobre... e retrata aqui a realidade triste mais verdadeira
de pessoas de rua que precisam de nossa compaixão! Apenas isso... sem julgamentos...um
amor gratuito! Sem querer algo em troca...

Infelizmente vivemos em uma sociedade tratam seus cachorros como humanos e humanos
como cachorros... (essa frase é minha) Risos!!!

Grande Olavo Bilac!


DEFICIÊNCIAS - Mário Quintana. 
DEFICIÊNCIAS - Mário Quintana 

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da
sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. 
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui. 
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros
problemas e pequenas dores. 
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está
sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. 
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. 
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. 
"Diabético" é quem não consegue ser doce. 
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: 
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus. 

"A amizade é um amor que nunca morre. "

Você também pode gostar