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Volume 2 PDF
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Matemática A
NIUaleph 12
VOLUME 2
Jaime Carvalho e Silva
Joaquim Pinto
Vladimiro Machado
2012
Título
Autores
Capa e Design
Elisa Silva
Conceção Técnica
Vítor Teodoro
João Fernandes
Imagens e fontes
As imagens utilizadas neste manual pertencem ao domínio público ou, nas situações indicadas, aos
respetivos autores, sob as Licenças Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 http://creativecom-
mons.org/licenses/by-sa/3.0/) ou Creative Commons Attribution 3.0 http://creativecommons.org/li-
censes/by/3.0/
As fontes utilizadas neste manual pertencem às famílias Latin Modern e Latin Modern Math, desenvol-
vidas pela GUST http://www.gust.org.pl/projects/e-foundry/lm-math/index_html
ISBN
978-989-97839-0-4
Edição
1.ª edição/versão 1
Data
2012
© Este ficheiro é de distribuição livre mas os direitos permanecem com os respetivos autores. Não é
permitida a impressão deste ficheiro.
Índice geral
Volume 1
Volume 2
Volume 3
Volume 4
Arranjos completos 11
Arranjos simples 13
História(s) - Razões Indianas para se Estudar Matemática 16
Permutações 17
Modelo Binomial 22
Leitura(s) - Como escolher a namorada pelos horários do comboio suburbano 23
Síntese 24
Exercícios globais 26
Conselhos para os Exames – n.º 5 28
Itens de exame 30
Prova global 38
Binómio de Newton 45
História(s) - Origem da Análise Combinatória 47
História(s) - O Triângulo de Pascal é chinês 54
Leitura(s) - Ciência e Arte 55
Síntese 58
Exercícios globais 60
Conselhos para os Exames – n.º 6 61
Itens de exame 62
Prova global 64
Crescimento exponencial 70
Propriedades da função exponencial 74
História(s) - Thomas Malthus e a demografia 77
Leitura(s) - Evolução da População Humana 79
Síntese 81
Exercícios globais 83
Conselhos para os exames n.º 7 87
Itens de exame 87
Prova global 90
Crescimento logarítmico 95
Escalas logarítmicas 96
Propriedades da função logarítmica 100
História(s) - História dos logaritmos 103
Escala de Richter 104
Leitura(s) - ‘O que importa é a forma de refletir’ 107
Síntese 109
Exercícios globais 111
Conselhos para os exames n.º 8 114
Itens de exame 115
Prova global 120
Soluções 122
5. Análise Combinatória
“Quando estás zangado, conta até dez
antes de falares.
Se estás muito zangado conta até cem.”
Thomas Jefferson (1743-1826)
Contagem
Contagem maluca
assim ninguém viu,
um pouco difícil
chegamos a mil.
in ‘Site de poesias’, Nelson Moreira
Tr
Tarefa resolvida 1
No intervalo entre o turno da manhã e o da tarde, que é de 5 minutos, apenas podes colocar uma
música de entre as 5 músicas de bandas portuguesas e as 3 de bandas estrangeiras. De quantas for-
mas podes fazer a tua escolha?
Resolução
Claro que a resposta é , pois podes escolher qualquer das músicas e não existem músicas
comuns a ambos os conjuntos.
6 5. Análise Combinatória
A não esquecer
Quando tens de efetuar uma contagem que envolva apenas elementos de con-
juntos distintos que não têm elementos comuns, basta adicionares o número de
elementos de cada um.
T
Tarefa 2
Um restaurante oferece um menu especial formado apenas por água e um prato à escolha entre
dois tipos de pratos: de frango (F1 – frango assado, F2 – frango de caril) e de porco (P1 – porco
no espeto, P2 – Secredos de porco e P3 – Porco grelhado). De quantos modos diferentes podem ser
servidas estas refeições?
Vejamos agora o que se passa com umas condições diferentes.
Passemos à programação da rádio num intervalo entre duas aulas. Para isso tens ao teu dispor 5
músicas de bandas portuguesas e 3 músicas de ban-
das estrangeiras. Como o intervalo não é muito gran-
de só podes passar uma música de uma banda portu-
guesa seguida de uma de uma banda estrangeira. De
quantos maneiras o podes fazer?
Resolução
P1 P2 P3 P4 P5
E1 E2 E3 E1 E2 E3 E1 E2 E3 E1 E2 E3 E1 E2 E3
5. Análise Combinatória 7
Feita a contagem (“pelos dedos”) obtemos 15 maneiras de passar duas músicas no intervalo, sendo
a primeira uma das 5 músicas portuguesas e a segunda uma das 3 músicas estrangeiras.
Uma alternativa à construção do diagrama de árvore é a construção de uma tabela de dupla en-
trada, onde cada quadrículo representa uma possibilidade para a ordem de passagem das músicas:
Primeira
P1 P2 P3 P4 P5
Segunda
O que fizemos para pares ordenados podemos fazer para ternos ordenados:
8 5. Análise Combinatória
Princípio básico da Análise Combinatória
produto cartesiano
Tr
Tarefa resolvida 4
Quantos números diferentes de três algarismos podemos obter ao lançar três dados, com as faces
numeradas de 1 a 6, um verde, um azul e outro vermelho, sabendo que o dado verde corresponde
às centenas, o dado azul corresponde às dezenas e o dado vermelho às unidades do número a obter?
Resolução
Cada número obtido corresponde a um terno ordenado: o dígito das centenas é o primeiro elemento
do terno, o segundo dígito o segundo elemento do terno e o terceiro dígito é o terceiro elemento do
terno ordenado. Como cada um dos dados está numerado de 1 a 6, temos 6 hipóteses para cada
elemento do terno e assim o número total de resultados é resultados.
A não esquecer
5. Análise Combinatória 9
T
Tarefa 5
Um restaurante oferece um menu especial formado por duas sopas diferentes (S1 - sopa de legumes
e S2 - creme de marisco), e por três pratos principais (P1 - frango assado, P2 - febras de porco e
P3 - peixe grelhado). De quantos modos diferentes podem ser servidas estas refeições?
(adaptado de brochura “Probabilidades e Combinatória”, ME-DES, 1999)
Exercícios
1. A Joana tem no roupeiro, 6 blusas, 3 saias e 3 pares de ténis. De quantas maneiras
diferentes se pode vestir?
2. Existem 4 estradas diferentes que ligam as cidades A e B, 3 estradas diferentes que
ligam as cidades B e C e 2 estradas diferentes que ligam as cidades A e C. Todas as
estradas são distintas entre si.
2.1 De quantas formas diferentes se pode ir de A para C via B?
2.2 Quantas formas diferentes existem, no total, para ir de A para C?
2.3 Quantas formas diferentes existem para ir de A para C e voltar?
3. Num restaurante são servidas refeições, a preço fixo, constituídas por uma sopa, um
prato principal e uma sobremesa. A escolha pode ser feita entre 3 sopas, 4 pratos prin-
cipais e 2 sobremesa. De quantos modos diferentes posso escolher uma refeição?
10 5. Análise Combinatória
Arranjos completos
Vejamos agora um problema diferente com a Rádio Escola da Escola Secundária Anastácio da Cunha.
Tr
Tarefa resolvida 5
Num dos dias em que tinhas de gerir a música no intervalo tinhas só as 5 músicas de bandas portu-
guesas. Além do mais precisavas de ir à secretaria da escola
Resolução
Tr
Tarefa resolvida 6
Para desbloqueares o teu telemóvel necessitas de um número constituído por quatro algarismos.
a) Se te esqueceres da combinação qual o número máximo de tentativas que tens de realizar?
b) E se demorares 3 segundos a realizar cada uma das tentativas, qual será o tempo máximo gasto
5. Análise Combinatória 11
em horas minutos e segundos?
Resolução
a) Existem dez algarismos e temos de encontrar um conjunto de quatro deles sabendo que podem
ser repetidos os algarismos. Ou seja, estamos perante arranjos completos de 10 elementos esco-
lhidos 4 a 4. Donde , isto é, temos de no máximo realizar 10000 tentativas.
b) Demorando 3 segundos a testar cada uma das 10000 tentativas, o tempo gasto será de
3 × 10000 = 30000 segundos, ou seja, 8 horas e 20 minutos.
A não esquecer
T
Tarefa 7
Uma pessoa tem três possibilidades de ir para o trabalho: a pé, de metro ou de carro. De quantas
maneiras diferentes é que ela pode viajar durante os cinco dias da semana?
(adaptado de brochura “Probabilidades e Combinatória”, ME-DES, 1999)
Exercícios
4. Quantos números de 3 algarismos podemos escrever com os algarismos 2, 3, 5, 7 e 9?
5. Admitindo que a probabilidade de nascer uma criança do sexo masculino é igual à de
nascer uma criança do sexo feminino. Quantas são as possíveis composições de uma
família de 5 filhos?
6. Num teste existem 5 questões de escolha múltipla, cada uma delas com quatro possi-
bilidades de resposta. De quantas formas diferentes pode um aluno responder a esta
parte do teste, sabendo que responde a todas as questões?
12 5. Análise Combinatória
Arranjos simples
Vejamos outro problema com a Rádio Escola da Escola Secundária Anastácio da Cunha.
Tr
Tarefa resolvida 8
Continuemos a nossa tarefa de gerir a programação da Rádio Escola. Desta vez tens apenas as 5
músicas de bandas portuguesas, e só podes passar 3 dessas músicas durante o intervalo, sem repeti-
res músicas. De quantas escolhas distintas podes realizar o intervalo musical?
Resolução
Um modo de realizar esta contagem é através de um diagrama. Designemos as músicas por M1,
M2, M3, M4 e M5. Se a música M1 passar em primeiro lugar, a segunda música apenas pode ser
escolhida entre M2, M3, M4 ou M5. Se a música M1 passar em primeiro lugar e a música M2 passar
em segundo lugar, a terceira música apenas pode ser escolhida entre M3, M4 ou M5.
M5
M4
M3 M5
M4 M5
M2
M3 M4
M1 M2 M3
Assim, temos 5 escolhas para a primeira música, para cada uma dessas escolhas temos 4 escolhas
para a segunda música e para cada uma dessas escolhas temos 3 escolhas para a terceira música e
assim o número total de arranjos possíveis de músicas é de 5 × 4 × 3 = 60.
Claro que podemos pensar sem elaborar o diagrama. Para primeira música há 5 resultados possí-
veis. A segunda música já só tem 4 resultados possíveis e para terceira música só temos 3 resultados
possíveis. Assim, os resultados possíveis serão no total 5 × 4 × 3 = 60.
O que fizemos foi calcular o número de sequências de três músicas distintas de um conjunto de 5
músicas dadas, sem permitir repetições. Este tipo de contagem designa-se por arranjos simples
e representa-se por que se lê “arranjos simples de 5 elementos tomados três a três”.
Assim, obtemos a fórmula:
5. Análise Combinatória 13
Arranjos simples - Em geral dado um conjunto de n elementos o números
de arranjos simples (sem repetição) de p desses elementos é igual ao
produto dos p números naturais consecutivos, por ordem decrescente, a
partir de n. Assim, podemos escrever a fórmula:
Tr
Tarefa resolvida 9
Temos vários rolos de tecido cada um com uma das 7 cores do arco íris. Quantas bandeiras diferen-
tes de 3 faixas horizontais podemos fazer?
Portanto são .
No segundo caso de as faixas superior e inferior terem a mesma cor, claro que aqui a ordem da cor
da faixa central e da cor faixas superior e inferior conduzem as ter bandeiras diferentes. Assim,
trata-se de saber quantos conjuntos de duas cores se podem constituir em que a ordem interessa.
Portanto são .
O total de bandeiras que podemos fazer é
14 5. Análise Combinatória
A não esquecer
Para reconhecer que se trata de um arranjo simples é preciso descobrir que pre-
tendemos escolher um certo número de elementos, que podemos fazer essa esco-
lha de um conjunto com um número dado de elementos e que não são permitidas
repetições.
T
Tarefa 10
Numa turma com 20 alunos a Diretora de Turma quer escolher três para os três cargos de delegado,
sub-delegado e suplente. De quantas maneiras distintas é que ela pode fazer essa escolha?
(adaptado de brochura “Probabilidades e Combinatória”, ME-DES, 1999)
Exercícios
7. Numa turma com 24 alunos vão ser eleitos dois alunos, um para delegado e o outro
para subdelegado. Quantos são os resultados possíveis da eleição?
8. Numa prova de atletismo participam 6 atletas, que concorrem para as três medalhas
(ouro, prata e bronze). De quantas formas pode ser feita a distribuição das medalhas?
9. Com os algarismos do conjunto constituído pelos números 1,2,3,4,5 e 6, quantos núme-
ros de 3 algarismos diferentes podemos escrever?
5. Análise Combinatória 15
H
História(s)
16 5. Análise Combinatória
Permutações
Vejamos ainda outro problema com a Rádio Escola da Escola Secundária Anastácio da Cunha.
Tr
Resolução
.
Este caso é um caso particular dos arranjos simples pois trata-
mos de determinar todos os arranjos sem repetição de todas as
músicas disponíveis. A este tipo de cálculo, que envolve todos
os elementos de um conjunto dado, chamamos permutação dos
elementos do conjunto e representamos por que se lê permutações de 3 elementos. Assim,
.
Naturalmente que as permutações são sempre um caso particular dos arranjos simples em que estão
envolvidos todos os n elementos de um conjunto. Assim, temos que
.
A este último produto chama-se fatorial de n e escreve-se n!
Podemos dizer que o fatorial de n conta o número de maneiras de ordenar todos os elementos de
um conjunto com n elementos (sem repetições). Representa assim o número de permutações que é
possível fazer com n elementos distintos. Tem-se então .
5. Análise Combinatória 17
Permutações – Dado um conjunto de n elementos chamam-se permu-
tações dos n elementos aos arranjos desses elementos, n a n, o que se
escreve como
Tr
Tarefa resolvida 12
De um baralho de cartas retiram-se 3 reis, 2 damas e 4 valetes. De quantas maneiras podemos dispor
em fila as 9 cartas sabendo que as do mesmo tipo ficam sempre juntas?
Resolução
Os 3 reis podem ser dispostos de 3! maneiras, podemos dispor as damas de 2! maneiras e dispor os
valetes de 4! maneiras. Ou seja, para uma ordenação em que estejam primeiro os reis, seguidos das
damas e dos valetes temos 3! × 2! × 4! maneiras. Mas o conjunto dos reis, das damas e dos vale-
tes podem trocar de posição entre si de 3! maneiras (são permutações de 3 grupos), logo existem
3! × 2! × 4! × 3! = 1728 maneiras de dispor as 9 cartas em fila nas condições enunciadas.
A não esquecer
T
Tarefa 13
Numa turma com 20 alunos a Diretora de Turma quer escolher uma Comissão de festas com três
elementos. De quantas maneiras distintas é que ela pode fazer a escolha?
18 5. Análise Combinatória
Exercícios
10. De quantos modos se podem dispor em fila 5 pessoas para tirar uma fotografia?
11. De quantos modos podes colocar 4 pulseiras distintas no teu braço direito?
12. Quantos números de três algarismos podemos escrever com os algarismos do número
425?
Combinações
Voltemos mais uma vez à nossa Rádio Escola.
Tr
Tarefa resolvida 14
Desta vez tens um pedido dos teus colegas para que passes num dado intervalo quaisquer três mú-
sicas das 5 que tens de bandas portuguesas sem que lhes importe a ordem como as vais emitir. De
quantos modos o podes realizar?
Resolução
5. Análise Combinatória 19
Neste caso procurámos determinar todos os arranjos desordenados de todas as músicas disponíveis.
No essencial o que estivemos a fazer foi considerar sequências de 3 elementos escolhidos de um con-
junto de 5 em que não nos interessa a ordem.
Claro que encontrar um modo que nos facilite os cálculos é um aspeto a considerar; vejamos com o
que acabamos de verificar o que conseguimos obter. Temos que
Tr
Tarefa resolvida 15
No Euromilhões de 2010 cada aposta consistia em escolher 6 números dos primeiros 50 números e
duas estrelas de entre 9 numeradas de 1 a 9.
Quantas são as apostas possíveis?
Resolução
Dos 50 números temos de escolher 6; como não interessa a ordem temos que as escolhas são
20 5. Análise Combinatória
.
Para a escolha das estrelas, como também não interessa a ordem, as escolhas são
A não esquecer
T
Tarefa 16
Numa turma com 20 alunos a Directora de Turma quer escolher uma Comissão de festas com três
elementos. De quantas maneiras distintas é que ela pode fazer a escolha?
Exercícios
13. De quantos modos se pode escolher uma comissão de 3 alunos de uma turma de 24
alunos?
14. Com os números 2, 3, 5, 7 e 11 quantos produtos diferentes de três fatores diferentes
existem?
15. Considera sete pontos do plano, em que não há três pontos colineares. Quantas retas
ficam definidas por esses pontos?
5. Análise Combinatória 21
Modelo Binomial
No capítulo 4 quando estudámos a Distribuição Binomial vimos que se a variável aleatória X tem
Distribuição Binomial de parâmetros n e p, então
Não podíamos na altura apresentar uma fórmula simples para mas agora já podemos fazê-
-lo como aplicação do nosso estudo da Análise Combinatória. Este número representa o
números de vezes em que podemos formar um grupo com elementos a partir de n elementos; como
a ordem não interessa estamos em presença de combinações; será então
Tr
Tarefa resolvida 17
Sabe-se que numa determinada escola 70% dos estudantes votaram a favor da Associação de Es-
tudantes eleita, 5% votaram contra e 25% abstiveram-se. Qual a probabilidade de num grupo de 8
alunos, escolhidos ao acaso (a) 5 terem votado? (b) 2 terem-se abstido? (c) 5 terem votado a favor?
Resolução
Estamos em presença de distribuições binomais; em cada caso é preciso determinar uma probabili-
dade de sucesso e de insucesso do acontecimento pretendido.
a) Como queremos ver quem “votou” e quem “não votou”, temos que p = 0,75 e 1 � p = 0,25. A
distribuição de probabilidades neste caso será
pelo que
b)
c)
22 5. Análise Combinatória
Le
Letícia Lúcia
8h00 8h05
8h30 8h35
5. Análise Combinatória 23
Letícia Lúcia
9h00 9h05
9h30 9h35
COMBOIOS P/ ESQUERDA COMBOIOS P/ DIREITA
Desta forma, em qualquer intervalo de 30 minutos, a probabilidade de João tomar o comboio que
vai para a esquerda é de 25/30 e para a direita é de 5/30.
No amor como na guerra tudo vale..., até usar Matemática.
(adaptado de um texto de Manuel Henrique C. Botelho)
Síntese
O essencial passado em revista
.
Arranjos Completos
elementos escolhidos entre os n elementos dados. De acordo com o Princípio Básico da Análise
Combinatória temos a fórmula:
24 5. Análise Combinatória
Arranjos Simples
.
Permutações
Combinações
5. Análise Combinatória 25
Eg
Exercícios globais
Pratica ↑
1. Num saco há 6 bolas de cores distintas. Calcula de quantas maneiras podemos retirar duas
bolas se a extração se realiza:
1.1 De modo simultâneo
Pensa e Resolve ↑ ↑
26 5. Análise Combinatória
12. Quantos produtos distintos de três fatores diferentes se pode obter com os algarismos 2, 3,
5, 7 e 9?
13. Uma escola tem 23 turmas e 55 professores. Dos professores, 4 não podem ser diretores de
turma, e dos restantes, só 15 podem ser diretores de turma do secundário. Sabendo que exis-
tem 6 turmas do secundário, de quantos modos podem ser repartidas as direções de turma?
14. De quantas maneiras é possível tocar sucessivamente os 92 sinos dos dois carrilhões do Con-
Reflete ↑ ↑ ↑
19. Na sala do professor Eis Perto existem dez alunos. Certo dia, o professor resolveu escolher
três dos alunos para resolver um problema muito difícil. A pergunta é: De quantas maneiras
ele pode fazer isto?
5. Análise Combinatória 27
21. Determina uma expressão que permita determinar o número de diagonais de um polígono
http://www.flickr.com/photos/fdecomite/3603254667/
tem um dodecaedro regular?
23. O Pedro tem um certo número de amigos
e convida todas as noites, durante um ano
(365 noites), grupos diferentes de 4 amigos
para ir a sua casa.
Nestas questões, é essencial identificar se nas sequências de elementos que são pedidas a ordem
interessa ou não. Isto exige uma análise cuidada do problema enunciado. O enunciado deve por
isso ser lido e relido.
Nos problemas mais complexos pode ser necessário decompor o problema dado em vários pe-
quenos problemas. Em cada um destes problemas mais pequenos a situação pode variar muito,
podendo nuns interessar a ordem e noutros não.
Em qualquer caso, identificar se a ordem interessa ou não é a chave para a resolução do problema
proposto. Podemos ver isso no seguinte esquema:
Arranjos
Sim
A ordem interessa?
Não Combinações
Arranjos completos
Sim
Arranjos completos
Sim
Se podemos repetir os n elementos dados então estamos em presença de Arranjos Completos, caso
contrário serão Arranjos Simples (ou Permutações no caso em que n = p).
5. Análise Combinatória 29
Ie
Itens de exame
Escolha Múltipla
1. A Maria gravou nove CD, sete com música rock e dois com música popular, mas esqueceu-se
de identificar cada um deles.
Qual é a probabilidade de, ao escolher dois CD ao acaso, um ser de música rock e o outro
ser de música popular?
2. Admite que um estudante tem de realizar dois testes no mesmo dia. A probabilidade de ter
classificação positiva no primeiro teste é 0,7, a de ter classificação positiva no segundo teste
é 0,8, e a de ter classificação negativa em ambos os testes é 0,1.
Qual é a probabilidade de o estudante ter negativa no segundo teste, sabendo que teve ne-
gativa no primeiro teste?
1 1
(A) (B) (C) (D)
1 1
2 3 7 8
3. De um baralho com 40 cartas, repartidas por quatro naipes (Copas, Ouros, Espadas e Paus),
em que cada naipe contém um Ás, uma Dama, um Valete, um Rei e seis cartas (do Dois ao
Sete), foram dadas sucessivamente, ao acaso, seis cartas a um jogador, que as coloca na mão,
pela ordem que as recebe.
4. O código de acesso a uma conta de e-mail é constituído por quatro letras e três algarismos.
Sabe-se que um código tem quatro letras “a”, dois “5” e um “2”, como, por exemplo, o
código 2aa5a5a
30 5. Análise Combinatória
Qual é a probabilidade de o João e a Margarida não ficarem sentados um ao lado do outro?
6. Numa caixa com 12 compartimentos, pretende-se arrumar 10 copos, com tamanho e forma
iguais: sete brancos, um verde, um azul e um roxo. Em cada compartimento, pode ser arru-
mado apenas um copo.
Qual a probabilidade de o João acertar sempre no alvo, nas quatro vezes em que tem de
atirar?
Lança-se um dado cúbico perfeito, com as faces numeradas de 1 a 6. Se sair o número 5, tira-
-se uma bola da caixa A; caso contrário tira-se uma bola da caixa B.
Qual a probabilidade de a bola retirada ser verde, sabendo que saiu o número 5 no lança-
mento do dado?
10. Admite que a variável peso, expressa em gramas, das maçãs de um pomar é bem modelada
por uma distribuição normal N(60;5), em que 60 é o valor médio e 5 é o valor do desvio
padrão da distribuição.
5. Análise Combinatória 31
Retira-se, ao acaso, uma dessas maçãs.
Considere os acontecimentos:
0 1 2 3
2a a
0 1 2 3 4 5
2a a b b b
Sabe-se que:
Qual o valor de b?
32 5. Análise Combinatória
Resposta Aberta
⎝ ⎠ ( )
Mostra que P ⎛ A ∩ B B ⎞ = P A B
14. Considera as 13 cartas do naipe de copas: ás, três figuras (rei, dama e valete) e mais nove
cartas (do 2 ao 10).
14.1 As cartas vão ser dispostas, ao acaso, sobre uma mesa, lado a lado, de modo a forma-
rem uma sequência de 13 cartas.
14.2 Determina a probabilidade de, ao retirar, ao acaso, 4 das 13 cartas do naipe de copas,
obter pelo menos duas figuras.
Nota: Se o desejares, utiliza a igualdade referida em 15. Neste caso, deverás começar
por caraterizar claramente os acontecimentos A e B, no contexto da situação apresen-
tada; no entanto, podes optar por resolver o problema por outro processo.
16. Numa caixa temos três fichas com o número 1 e quatro fichas com o número 2, indistinguí-
veis ao tacto.
5. Análise Combinatória 33
Seja X a variável aleatória: “a soma dos números inscritos nas duas fichas”.
16.1 Constrói a tabela de distribuição de probabilidades da variável X.
16.2 Indica, justificando, o valor mais provável da variável X.
A numeração das rifas é uma sequência de três algarismos (como, por exemplo, 099),
iniciando em 000.
De entre as rifas, que foram todas vendidas, será sorteada uma, para atribuir um pré-
mio.
17.2 A turma é constituída por doze raparigas e dez rapazes, que pretendem formar uma
comissão organizadora da viagem. Sabe-se que a comissão terá obrigatoriamente três
raparigas e dois rapazes. A Ana e o Miguel, alunos da turma, não querem fazer parte
da comissão em simultâneo.
Explique, numa composição, que o número de comissões diferentes que se pode formar
é dado por:
Retira-se, ao acaso, uma bola da caixa A e coloca-se na caixa B. De seguida, retira-se, tam-
bém ao acaso, uma bola da caixa B.
Sabendo que a probabilidade de a bola retirada da caixa B ser azul é igual a , mostra que
a bola que foi retirada da caixa A e colocada na caixa B tinha cor verde.
19. Considera todos os números de três algarismos que se podem formar com os algarismos 1,
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
19.1 Escolhe-se, ao acaso, um desses números.
Sejam os acontecimentos:
34 5. Análise Combinatória
A: “O número escolhido é múltiplo de 5”;
De entre todos os números de três algarismos diferentes que se podem formar com os
algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, em quantos deles o produto dos seus algarismos é
um número par?
Dividiram-se as 16 cartas em dois grupos: um com os Ases e os Reis e outro com as Damas
e os Valetes.
Qual é a probabilidade de obter um conjunto formado por um Ás, um Rei, uma Dama e um
Valete, não necessariamente do mesmo naipe?
22. Considera um espaço de resultados finito, Ω , associado a uma certa experiência aleatória.
X e Y são independentes
22.1 Mostra que a probabilidade de que não ocorra X nem Y é igual a
5. Análise Combinatória 35
22.2 Num frigorífico, há um certo número de iogurtes e um certo número de sumos. Tiram-
-se do frigorífico, ao acaso, um iogurte e um sumo. Sabe-se que a probabilidade de o
23. Uma coluna com a forma de um prisma hexagonal regular está assente no chão de um jar-
dim. Dispomos de seis cores (amarelo, branco, castanho, dourado, encarnado e verde) para
pintar as sete faces visíveis ( as seis faces laterais e a base superior) desse prisma.
- duas faces que tenham uma aresta comum fiquem pintadas com cores diferentes.
- duas faces laterais que sejam opostas fiquem pintadas com a mesma cor.
23.2 Considera um prisma hexagonal regular num referencial o.n. Oxyz, de tal forma que
uma das suas bases está contida no plano de equação z = 2.
24. A figura seguinte representa, respetivamente, as planificações de dois dados cúbicos equili-
brados, A e B.
0 1
–1 0 –2 0 –1 1 1 1
0 1
A B
36 5. Análise Combinatória
Lançam-se, simultaneamente, os dois dados.
24.1 Seja X a variável aleatória “soma dos números saídos nas faces voltadas para cima, em
cada um dos dados”.
24.2 Considera que o número da face voltada para cima no dado A é a abcissa de um ponto
Q do referencial o.n. xOy, e que o número da face voltada para cima no dado B é a
ordenada desse ponto Q.
5. Análise Combinatória 37
Pg
Prova global
90 minutos
1. Um casal e os seus quatro filhos, ao posarem para uma fotografia, ficaram em pé, um ao
lado do outro. Qual é o número de modos em que eles se poderão dispor, se os pais ficarem
sempre juntos?
Supõe que a probabilidade de um casal ter um filho(a) com cabelos loiros é de . Se tiverem
1
5.
4
38 5. Análise Combinatória
8. Um saco tem 15 bolas numeradas de 1 a 15.
5. Análise Combinatória 39
6. Triângulo de Pascal e Binómio de Newton
“Normalmente ficamos mais facilmente convencidos
pelas razões que nós próprios encontrámos do que
por aquelas que ocorreram a outros.”
Blaise Pascal (1623-1662)
Álvaro de Campos
O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó — óóóóóóóóó — óóóóóóóóóóóóóóó
(O vento lá fora).
in ‘Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa:
Ática, 1944’
é bem conhecida. Fazendo os respetivos cálculos é fácil obter outras fórmulas para o cubo do binó-
mio
Desde há largas centenas de anos que estas e outras fórmulas levaram as pessoas a pensar que have-
ria qualquer regra por detrás dos coeficientes destes desenvolvimentos. Com efeito, ordenemos todos
os coeficientes obtidos da maneira seguinte:
Já consegues ver a lei de formação deste quadro e acrescentar-lhe mais algumas linhas? Já no século
XIII o matemático chinês Yang Hui tinha elaborado um tal triângulo e atribui a sua descoberta a
um outro matemático chinês; na realidade pensa-se que esse triângulo era conhecido muito antes e
em diversas civilizações. Num dos livros de Yang Hui aparece um esquema semelhante ao seguinte:
Este triângulo é muito curioso. Em particular tem uma propriedade notável: cada elemento do tri-
ângulo (diferente de 1) obtém-se somando os dois elementos imediatamente acima dele na linha de
cima. E com esta regra conseguiremos acrescentar ao triângulo qualquer número de novas linhas.
Este triângulo foi popularizado pelo filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662), pelo
que hoje é frequente chamar-lhe triângulo de Pascal, embora seja também conhecido por triân-
gulo de Tartaglia (matemático italiano do século XVI) ou por triângulo de Yang Hui.
e o mesmo para os restantes. Poderemos incluir também os 1? Para os incluir a regra pareceria que
deveria ser
Só há uma maneira de isso ser verdade que é a de admitir que 0!=1. Vamos tomar exatamente essa
igualdade como a definição de “zero fatorial”:
Lá atrás já vimos que cada elemento do triângulo de Pascal se obtém a partir da soma dos dois
elementos imediatamente acima na linha de cima. Mas se conseguíssemos traduzir esta propriedade
em termos de combinações seria uma propriedade curiosa para as combinações:
Será que se verifica sempre? Isto é, será que é sempre verdade que
Tr
Tarefa resolvida 1
Prova que
para todo o número natural n superior ou igual a 2 e todo o número natural k inferior a n.
Resolução
Temos que representa o número de grupos de k elementos que se podem formar a partir de n
elementos dados. Vamos fazer esta mesma contagem de outro modo: retiremos um elemento dos n
elementos, digamos o elemento A, ficando apenas com elementos. Os grupos de k elementos
que tínhamos originalmente ou são grupos que não incluem A ou são grupos que incluem A. Os
grupos que não incluem A são tantos quantas as combinações de elementos (deixando o A de
lado) tomados k a k, ou seja . Os grupos que incluem A são tantos quantos os grupos de
elementos que podemos formar apenas com elementos (deixando o A de lado), ou seja,
Outra propriedade do triângulo de Pascal que salta à vista mal olhamos para ele é a da simetria
relativamente ao eixo vertical. Podemos provar isso com facilidade.
Tr
Tarefa resolvida 2
Prova que
Resolução
Temos que
T
Tarefa 3
Um aluno que se apaixonou pelo triângulo de Pascal reproduziu muitas linhas num papel mas depois
três dos números desapareceram. Consegues ajudá-lo e dizer-lhe quais são os números que faltam?
Mas vimos que os coeficientes eram na realidade combinações pelo que podemos reescrever estes
desenvolvimentos das potências do binómio como
e assim sucessivamente.
Isto leva-nos a concluir que deverá haver uma fórmula geral, para todas as potências de um binómio,
envolvendo combinações. Com efeito essa fórmula existe e é essa a famosa fórmula do Binómio de
Newton:
Observemos que a soma dos expoentes de e de é sempre igual ao expoente . Podemos dizer
que todas as parcelas têm a forma
com k a variar de 0 a n.
Não há dúvida que esta fórmula tem uma grande beleza!
É esta fórmula também útil? É muito e muitas consequências se podem tirar dela.
Prova que
a)
b)
Resolução
a) Basta fazer e na fórmula do binómio de Newton.
b) Basta fazer na fórmula obtida na alínea anterior.
T
Tarefa 5
a)
b)
c)
Ainda não demonstrámos a famosa fórmula do Binómio de Newton. Apenas olhámos para os primei-
ros desenvolvimentos do binómio e “adivinhámos” que a fórmula funcionaria para todos os casos,
mas isso não chega para provar que é verdadeira para todos os valores de a, b e n. Conseguiremos
demonstrar esta fórmula?
Podemos verificar a fórmula para muitos casos de a, b e n, mas neste momento não temos maneira
de provar que é verdadeira para todos os valores naturais de n e todos os valores reais de a e b. Para
isso vamos precisar de introduzir um novo método de demonstração.
e, assim, suporemos que conhecia um método para calcular esse número. Não há fórmulas para nú-
Aplica simplesmente a regra a dois problemas: um acerca da combinação de gostos - como o fez o
seu predecessor - e outro acerca da combinação de jóias num colar, que podem ser diamantes, safi-
ras, esmeraldas, corais e pérolas.
Bhaskara, depois de, essencialmente, repetir a regra de Mahavira, observou ainda que “esta é uma
regra geral. Serve na poesia, para aqueles versados nela, para achar as variações da métrica; nas ar-
tes, para calcular as variações nas portas e janelas; . . . . em medicina, as combinações de diferentes
sabores.” Como exemplo de um cálculo, Bhaskara pergunta, “Num edifício espaçoso e elegan-
te, com oito portas, construído por um hábil arquiteto como palácio para o senhor da
terra, diz-me qual a combinação das portas tomadas uma a uma, duas a duas, três a
três, etc.”
(adaptado de “História da Matemática” de Victor J. Katz)
e por aí adiante até chegarmos (se tivermos paciência para tanto) a , caso em que obtemos
não é primo.
O modo de provar que algumas proposições, que dependem de um número natural, são verdadeiras
é usar o chamado Método de Indução Matemática. Podemos enunciá-lo do seguinte modo:
é verdadeira.
b) Passo Indutivo
também é verdadeira.
Por que razão funciona este método? Uma maneira de pensar no Método de Indução Matemática
Dominos por Philip taylor, http://www.flickr.com/photos/golden_ribbon/6825694281/
Poderemos fazer cair todos os dominós com um só toque? Podemos, se forem satisfeitas as duas
b) A distância entre dois dominós seguidos é tal que se um dominó cai então o seguinte também cai.
Tr
Tarefa resolvida 6
para todo o número natural n, ou seja, que a soma de qualquer quantidade de números ímpares
consecutivos a contar de 1 é sempre um quadrado perfeito.
Resolução
Designemos a igualdade a provar por . Pelo Método de Indução Matemática temos de provar
duas coisas:
a) é verdadeira.
Mas, pela hipótese do Passo Indutivo (também chamada Hipótese de Indução), temos que
A não esquecer
Tr
Tarefa resolvida 7
Resolução
Designemos a proposição a provar por . Pelo Método de Indução Matemática temos de provar
duas coisas:
a) é verdadeira.
Temos que
A não esquecer
Tr
Tarefa resolvida 8
Resolução
Designemos a igualdade a provar por . Vamos prová-la usando o Método de Indução Matemá-
tica em n, considerando que os números reais a e b são arbitrários mas fixos.
a) é verdadeira.
Para , temos
e .
b) Passo Indutivo.
Temos que
T
Tarefa 9
ou, então,
.
Neste caso reconhece-se que c = 4 satisfaz esta expressão como igualdade e, assim, a solução é
.
Jia observou que este processo de solução poderia ser generalizado para raízes de ordem n para
a partir do desenvolvimento do binómio . De facto, como relata Yang Hui, não
apenas escreveu o triângulo de Pascal dos coeficientes binomiais até à sexta linha, mas também
desenvolveu o método usual de construir o triângulo: “Some os dois números de cima para
obter o número no lugar em baixo”. Yang Hui explicou ainda como Jia usava os coeficientes
binomiais para achar raízes de ordem mais elevada por um método análogo ao que foi mostrado.
Evidentemente, Jia foi mesmo além disto. Viu que o seu método poderia ser usado para resolver
equações polinomiais arbitrárias, especialmente por estas aparecerem como parte do processo de
extração de raízes, mas seria mais simples, sobre a mesa de cálculo, gerar os vários múltiplos com os
coeficientes binomiais, passo a passo, em vez de recorrer à ajuda do próprio triângulo.
(adaptado de “História da Matemática” de Victor J. Katz)
Ciência e Arte
Foi este poema que tomei a liberdade de parafrasear no final do prefácio que escrevi em 1991 para
a primeira edição portuguesa (já há, desde há alguns anos, uma segunda edição) de “Objectos
2 1 1
1 1
3 1
1 2 1
6 4 1
1 3 3 1
10 5 1 1 4 6 4 1
20 15 6 1 1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
35 21 7 1
1 7 21 35 35 21 7 1
70 56 28 8 1
1 8 28 56 70 56 28 8 1
126 84 36 9 1 1 9 36 84 126 126 84 36 9 1
52 210 120 45 10 1 1 10 45 120 210 252 210 120 45 10 1
Fórmulas relevantes:
Seja uma proposição que depende do inteiro . Para provar que a proposição é verda-
deira qualquer que seja o basta provar as duas seguintes proposições:
a) Caso
é verdadeira.
b) Passo Indutivo
1.1
1.2
Pensa e Resolve ↑ ↑
6.1
6.2
7. Resolve a equação:
Reflete ↑ ↑ ↑
.
12. Quantas comissões com no mínimo 2 pessoas podemos formar com um grupo de 12 pessoas?
13. Mostra que:
Muitos alunos consideram as questões de escolha múltipla como sendo mais fáceis do que as ques-
tões de desenvolvimento (ditas questões abertas). Baseiam essa opinião normalmente em duas or-
dens de razões:
a) A resposta certa é garantidamente uma das apresentadas;
b) É possível acertar respondendo ao acaso.
Acontece que as estatísticas dos exames contrariam esta ideia pois os resultados médios da parte de
escolha múltipla são idênticos aos resultados médios das questões da parte aberta. Porque será? Se
é verdade que as duas razões acima são de algum modo facilitadoras, há que considerar duas outras
ordens de razões:
c) As questões de escolha múltipla abrangem mais capítulos da matéria do que o resto da prova;
assim obrigam à mobilização de mais conhecimentos do que as questões da parte aberta.
d) Acertar ao acaso não garante grande nota: respondendo totalmente ao acaso só permite obter
em média uma nota de 5 em 20, o que não serve para nada! É uma ilusão responder totalmente
ao acaso.
Que concluir desta situação? Por um lado o facto de serem questões de escolha múltipla não deve
impressionar muito. Deves tentar responder a cada questão normalmente, confirmando que depois
obténs uma das escolhas que é fornecida como alternativa.
Mas isso não quer dizer que não haja estratégias aconselháveis para responder a este tipo de ques-
tões:
a) Se tentas responder a uma questão e a resposta que obténs não é uma das alternativas forneci-
das, revê a tua resolução. Se depois da revisão continuas a obter a mesma resposta passa à questão
seguinte e volta mais tarde a ela (se tiveres tempo); como as questões de escolha múltipla valem
menos pontuação, não deves gastar demasiado tempo com elas.
b) Se não tens a certeza sobre a estratégia adequada para responder a uma questão tenta eliminar
algumas das alternativas fornecidas; se consegues eliminar todas as alternativas menos uma, está o
problema resolvido que a alternativa que sobra é a resposta correta. Mas se só sobram duas alter-
nativas e já não tens tempo para mais, então podes tentar responder ao acaso que a probabilidade
de acerto melhora para 50%.
3. Uma certa linha do Triângulo de Pascal é constituída por todos os elementos da forma .
Escolhido, ao acaso, um elemento dessa linha, qual é a probabilidade de ele ser o número 14?
Resposta aberta
10
⎛ 1⎞
4. Relativamente ao binómio ⎜ x + ⎟ .
⎝ x⎠
1. O segundo termo de uma linha do triângulo de Pascal tem o valor 17. Qual o valor do quarto
termo dessa linha?
1 8 28 56 r 56 s 8 1
(A) 210, 21, 1 (B) 171, 19, 1 (C) 1330, 210, 21 (D) 1023, 171,19
6. Tens 8 moedas (2 euros, 1 euro, 50 cêntimos, 20 cêntimos, 10 cêntimos, 5 cêntimos, 2 cênti-
mos, 1 cêntimo). Pedem-te um donativo e podes responder de várias formas: não dar nada,
dar uma moeda, dar duas moedas, ... ou dar todas. Quantas respostas possíveis há?
7. Determina o valor de k na equação:
O Nosso Infinito
Há ou não um infinito fora de nós? É ou não único, ima-
nente, permanente, esse infinito; necessariamente substancial
pois que é infinito, e que, se lhe faltasse a matéria, limitar-
se-ia àquilo; necessariamente inteligente, pois que é infinito,
e que, se lhe faltasse a inteligência, acabaria ali? Desperta ou
não em nós esse infinito a ideia de essência, ao passo que nós
não podemos atribuir a nós mesmos senão a ideia de existên-
cia? Por outras palavras, não é ele o Absoluto, cujo relativo
somos nós?
In “Os Miseráveis”, Victor Hugo (1802-1885)
A função exponencial é uma das mais importantes da matemática e das suas aplicações. Já encon-
trámos alguns casos particulares deste função em situações anteriores. Vejamos uma dessas situa-
ções.
Tr
Tarefa resolvida 1
As bactérias podem multiplicar-se a uma taxa alarmante visto que, em intervalos de tempo bastan-
te curtos, cada bactéria se pode dividir em duas outras bactérias mais pequenas que rapidamente
atingem as dimensões da bactéria mãe. Assim, o número de bactérias duplica em cada intervalo
de tempo. Supondo que esse intervalo de tempo é de 1 hora, podemos ver os números atingidos a
partir de uma só bactéria (supondo que os níveis de nutrientes das bactérias se mantêm uniformes):
7. Função exponencial 65
Resolução
Será que podemos definir uma nova função, desta vez tendo por domínio o conjunto dos números
reais? Tal é possível, embora a fundamentação teórica de tal construção esteja fora do programa.
Partimos então da seguinte definição:
Uma função exponencial é, por definição, toda a função real variável real
que satisfaz as seguintes condições:
a) O Domínio é e o Contradomínio é .
b) No ponto zero a função vale sempre 1.
c) A função é contínua.
d) O transformado da soma de dois números reais é igual ao produto dos
transformados desses dois números reais.
Todas as funções exponenciais são extensões ao conjunto dos números reais das sucessões ,
onde a é um número real positivo, pelo que se designam por
.
O número real a, que é sempre um número real positivo, é chamado a base da função exponencial.
A condição d) da definição tomada implica que
tendo-se ainda que , , que são generalizações das propriedades já conhecidas nos casos
em que o expoente é inteiro ou fracionário (e que já foram vistos em anos anteriores).
66 7. Função exponencial
Exercícios
Qual o gráfico duma função exponencial? Vamos estudar apenas o caso da função exponencial de
base superior a 1. Sendo , e recorrendo a uma calculadora ou computador podemos, por exem-
plo para a função exponencial de base 2 definida por , obter os seguintes gráficos:
y
y
100
20
80
15
60
10
40
5
20
x xx
x
–6 –4 –2 2 4 6 –10 –5 5 10
20
–5
para para
Observamos que a função parece ser estritamente crescente. Pode efetivamente provar-se que
assim é e que o mesmo acontece com toda a função exponencial de base superior a um. Como conse-
quência deste facto podemos concluir que é injetiva porque, sendo estritamente crescente, a valores
diferentes dos originais vão obviamente corresponder valores diferentes das imagens.
7. Função exponencial 67
Por observação do gráfico conjeturamos que
Pode ser provado que a mesma propriedade é válida para todas as funções exponenciais de base
superior a um.
estudadas em anos anteriores. Por exemplo basta fazer uma translação de 3 unidades
paralela ao eixo dos XX no sentido negativo:
y y
20 100
80
15
60
10
40
5
20
x x
–6 –4 –2 2 4 6 –10 –5 5 10
–20
–5
e para e para
T
Tarefa 2
68 7. Função exponencial
coordenadas dos pontos de intersecção.
c) Observando os gráficos das funções dadas, indica qual te parece ser o valor dos limites
e .
Exercícios
7. Função exponencial 69
Crescimento exponencial
Muitas variáveis em situações reais podem ser modeladas por uma função exponencial, isto é, uma
determinada função exponencial pode fornecer uma boa descrição aproximada do comportamento
dessa variável na situação real em causa (normalmente em função de outra variável que é o tempo
e por isso se costuma representar por t).
Uma dessas situações reais tem a ver com os aumentos salariais.
Tr
Tarefa resolvida 3
Suponhamos que determinada empresa dá aos seus empregados um aumento do salário mensal de
4% ao ano, o que é considerado muito bom pois a inflação nesse tempo era de 2% ao ano. Suponha-
mos que o salário mensal inicial era de 1000 euros.
Calcula o salário de um empregado ao fim de 4, 12 e 40 anos.
Ao fim de quantos anos o salário mensal será de 1 milhão de euros?
Se o salário mensal inicial é de 1000 euros no primeiro ano, no segundo ano será igual a
70 7. Função exponencial
Ao fim de 40 anos o salário teria um nível nada desprezável!...
b) Para responder a esta questão teríamos de determinar o valor de t tal que
S
2,0 ×106
1,5 ×106
1,0 ×106
500 000
0 t
0 50 100 150 200 250
Recorrendo a uma calculadora ou computador obtemos o valor aproximado de 176 anos, o que é
algo surpreendente. Não há empresa que resista a um aumento exponencial de salários caso tenha
empregados centenários!
T
Tarefa 4
a) Esboça o gráfico das seguintes funções definidas por:
Observa e descreve o modo como o parâmetro alterado influenciou os gráficos. Indica o domínio,
contradomínio, zeros e intervalos de monotonia de cada uma das funções.
b) Para que valores de x é que ? E para que valores de x é que ?
c) Esboça os gráficos das funções definidas por:
Observa e descreve o modo como o parâmetro alterado influenciou os gráficos. Indica o domínio,
contradomínio, zeros e intervalos de monotonia de cada uma das funções.
7. Função exponencial 71
d) Para que valores de é que ? Para que valores de é que ?
e) Estuda agora as famílias de funções definidas por:
T
Tarefa 5
Crescimento de pinheiros
Tall pine trees between two streams of water por Horia Varlan, http://www.flickr.com/photos/horiavarlan/5120753230/sizes/l/in/photostream/
com t expresso em anos. Determina:
a) Quantos pinheiros havia no início do estudo.
b) Quantos pinheiros haverá ao fim de 100 anos e de 200 anos.
c) Ao fim de quantos anos o número de pinheiros duplicará em relação ao valor inicial.
72 7. Função exponencial
T
Tarefa 6
Doce experiência
Despeja uma embalagem de M&M´s para um prato de papel de modo que as pastilhas não fiquem
umas por cima das outras. Retira todos os M&M´s em que o M esteja virado para cima (cuidado
com as amarelas porque o M é difícil de ver). Conta e regista o número das pastilhas removidas e o
número das que restam. Elimina as pastilhas removidas e despeja as restantes para um copo. Agita
o copo, despeja estas M&M´s outra vez para o prato e retira novamente aquelas em que o M apare-
ce. Regista o número das eliminadas e o número das que ficam. Continua a repetir este processo até
que todas as pastilhas sejam eliminadas. Completa a tabela com as informações recolhidas:
Na calculadora gráfica representa todos os pontos (x, y). Em seguida encontra uma função expo-
nencial que se adapte bem a estes dados. Embora não exista a resposta correta para o problema,
algumas funções são melhores do que outras. Tenta encontrar a melhor possível. Regista o tipo de
função que escolheste, a expressão analítica, o gráfico e a nuvem de pontos.
(adaptado da brochura “Funções 12”, ME, Lisboa, 1999)
O crescimento exponencial é muito rápido como se pode observar em todas estas tarefas. Mas, não
só se tem
para todas as funções exponenciais de base superior a um, como ainda se tem
para qualquer valor de p, o que significa que o crescimento da função exponencial de base superior
a um, quando a variável tende para +∞, é superior ao de qualquer função polinomial.
7. Função exponencial 73
Propriedades da função exponencial
Que propriedades importantes da função exponencial poderemos precisar no nosso estudo? Além
das já referidas no início, vamos precisar das seguintes:
a)
b)
c)
Tr
Tarefa resolvida 7
a) ;
b) ;
c) .
Resolução
a) O nosso objetivo será colocar duas exponenciais com a mesma base em cada lado da igualdade
pois a função exponencial, sendo injetiva, permite-nos dizer que, sendo as imagens das funções
exponenciais iguais os originais também o serão e assim poderemos igualar os expoentes. Temos
que
74 7. Função exponencial
Tal não parece possível mas podemos tentar passar tudo para o mesmo membro e tentar uma fato-
rização pondo em evidência :
Mas já vimos que a função exponencial é sempre positiva, pelo que a primeira igualdade é falsa para
todo o valor de x. Então a solução da equação dada é obtida de
A resolução da última equação vem mais uma vez do facto de a função exponencial ser injetiva.
c) Já temos duas estratégias para resolver equações exponenciais. Alguma resultará neste caso?
É difícil porque temos duas exponenciais diferentes e não é possível fatorizar de forma efi-
caz o membro da esquerda da equação. Mas a situação é fácil de abordar se observarmos que
.
Esta é uma equação do segundo grau em z de raízes 5 e 1. Então as soluções em x são
Tr
Tarefa resolvida 8
b) .
7. Função exponencial 75
Resolução
a) Vamos, tal como para as equações, tentar colocar duas exponenciais com a mesma base em cada
lado da desigualdade. Temos
800
600
400
200
x
–4 –2 0 2 4
76 7. Função exponencial
H
História(s)
Thomas Malthus e a demografia
O economista e demógrafo britânico Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela teoria segun-
do a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que se-
gundo ele torna necessário o controle da natalidade.Thomas Robert Malthus nasceu em 1766, em
Rookery, Surrey, Inglaterra. Em 1798, Malthus publicou ano-
nimamente o seu Essay on Population (Ensaio sobre a popu-
lação), no qual afirma que a população cresce em progressão
7. Função exponencial 77
T
Tarefa 9
78 7. Função exponencial
Le
Leitura(s)
7. Função exponencial 79
Para dar conta das situações em que há um limite máximo para a população que pode viver numa
região, Verhulst introduziu em 1836 um modelo que considera que à medida que uma população se
aproxima de um certo valor máximo, a taxa de crescimento da população (taxa de natalidade - taxa
de mortalidade) se reduz. Em termos da função este modelo exprime-se por
onde é uma constante positiva e é o número máximo de indivíduos suportado pela região.
Este modelo chama-se modelo logístico. Note-se que, se a taxa de crescimento da população é da
vai-se aproximando de zero. No caso de a população inicial exceder indivíduos a taxa de cresci-
mento torna-se negativa, o que leva a população a reduzir-se.
Não será feita aqui a determinação detalhada das funções que verificam a igualdade acima, mas é
fácil verificar que as funções do tipo
são soluções do modelo logístico. Pode agora ser interessante estudar qual a evolução da popula-
ção quando , e . Deve-se notar que a fase inicial de um crescimento
logístico partindo de um muito menor do que , é muito parecida com um crescimento ex-
ponencial.
Voltando agora à questão da população humana, pode-se pensar em aplicar este modelo. Se a
evolução da população humana for logística, então o crescimento da população deverá começar a
abrandar quando se aproximar do máximo suportado pela região em estudo. Pensando na Terra,
colocam-se agora algumas questões interessantes:
a) qual será o máximo de população que a Terra pode suportar?
b) será que esta capacidade máxima é constante ou irá variando com a evolução científica e tecnoló-
gica? (aqui há que ponderar recursos renováveis, recursos não renováveis e produção de resíduos)
c) nota-se nos países mais desenvolvidos uma clara tendência para a redução da taxa de crescimento
da população; será que nos aproximamos do equilíbrio logístico nessas regiões?
À volta destes temas podem ser discutidas questões sociais, ecológicas e éticas importantes. Um
sinal do impacto da Matemática na nossa sociedade é que muitos dos pareceres científicos e decisões
políticas (em economia, ambiente, etc.) são baseados em modelos matemáticos (que, embora mais
sofisticados do que estes, não deixam de ser apenas modelos matemáticos).
(adaptado da brochura “Funções 12”, ME, Lisboa, 1999)
80 7. Função exponencial
Síntese
O essencial passado em revista
a) O Domínio é e o Contradomínio é ,
b) ,
c) A função é contínua,
d) ,
e) ,
f) ,
y
20
15
10
x
–4 –2 0 2 4
j) ,
7. Função exponencial 81
k)
l)
m)
n)
82 7. Função exponencial
Eg
Exercícios globais
Pratica ↑
e de .
2. Resolve as equações:
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
2.7
2.8
2.9
3.1
3.2
3.3
3.4
7. Função exponencial 83
3.5
3.6
3.7
3.8
4.1
4.2
6.1
6.2
84 7. Função exponencial
7.4 Qual a quantidade depois de 2000 anos?
Pensa e Resolve ↑ ↑
11.1
11.2
11.3
12. Calcula os limites seguintes:
12.1
7. Função exponencial 85
12.2
12.3
12.4
12.5
Reflete ↑ ↑ ↑
13. Vimos que se uma empresa dá aos seus empregados um aumento do salário mensal de 4% ao
ano, com o salário mensal inicial de 1000 euros, a fórmula geral que descreve a evolução do
salário mensal S(t) em cada ano t é
13.1 Determina a fórmula que descreve a evolução do salário mensal quando o aumento é
de r% ao ano e o salário mensal inicial é de L.
13.2 Determina a fórmula que descreve a evolução do salário mensal quando o aumento é
de r% ao mês.
14. Usando uma calculadora gráfica ou computador esboça o gráfico das funções definidas por
e
no retângulo de visualização .
14.1 A partir deste gráfico identifica os valores onde
14.1.1
14.1.2
14.1.3
14.2 Quando , qual das funções cresce mais depressa?
15. Resolve a equação:
86 7. Função exponencial
Conselhos para os exames n.º 7
Como resolver equações exponenciais
Resolver uma equação exponencial é, no fundo, resolver uma equações polinomial do primeiro ou do
segundo grau (as únicas fáceis de resolver) como se a exponencial fosse a incógnita. Vê só o paralelo
entre os dois tipos de equações, onde :
Ou seja, pode ajudar a resolver uma equação exponencial substituindo logo por z. Poderá surgir
uma dificuldade se aparecer mais do que uma exponencial, mas aí terás de usar as propriedades da
exponencial de modo a ficares só com uma (ainda é muito cedo para resolveres equações com duas
variáveis...)
Ie
Itens de exame
Escolha Múltipla
Qual o valor de a?
y
4
f
3
x
–1.0 –0.5 0.0 0.5 1.0
7. Função exponencial 87
Na figura está parte do gráfico de uma função , de domínio e definida por
Resposta Aberta
As medidas de proteção a lobos fizeram com que o referido número aumentasse continuamen-
te. Os recursos do parque permitem que o número de lobos cresça até bastante perto de um
milhar, não permitindo que este valor seja ultrapassado.
Nestas condições, apenas uma das expressões seguintes pode definir a função P que dá o
número aproximado de lobos existentes no parque natural, t anos após o início das medidas
88 7. Função exponencial
de proteção:
Qual é a expressão correta? Numa composição, com cerca de dez linhas, explica as razões
que te levam a rejeitar as outras três expressões (apresenta três razões diferentes, uma
por cada expressão rejeitada).
Nota: poder-te-á ser útil recorrer às capacidades gráficas da tua calculadora. Se o fizeres,
deves reproduzir o(s) gráfico(s) obtido(s).
5. Numa pastelaria a temperatura ambiente é constante. Admite que a temperatura, em graus
Celsius, de um café servido nessa pastelaria t minutos após ter sido colocado na chávena, é
dado por:
.
6.1 Determina o domínio e o contradomínio de h.
7. Função exponencial 89
Pg
Prova global
45 minutos
1. Resolve, em , as equações:
1.1
1.2
90 7. Função exponencial
8. Função logarítmica
As árvores que crescem devagar dão o melhor fruto.
Molière (1622-1673)
Vimos no capítulo anterior que a função exponencial de base superior a 1 é uma função injetiva
(por ser estritamente crescente). Isto significa que se pode inverter a função exponencial e obter a
função inversa, uma nova função que vai permitir responder rapidamente a questões como: “Qual
o valor de A tal que
?”
A função exponencial é rica em propriedades: que propriedades passarão para a função inversa? E
o crescimento exponencial como se traduzirá na função inversa?
Dada a função exponencial de base a
(1.1)
e que
(1.2)
8. Função logarítmica 91
Estas são duas propriedades muito úteis, ligando exponenciais e logaritmos.
Os gráficos das duas funções são simétricos relativamente à reta y = x, a bissetriz dos quadrantes
ímpares, por as funções serem inversas uma da outra:
y
10
x
–10 –5 5 10
–5
–10
A primeira observação suscitada por este gráfico é que a função logaritmo também é crescente. Pode
não ser um crescimento exponencial, que não é, mas é um crescimento logarítmico. Mais tarde
voltaremos ao tema.
Que outras propriedades da função logarítmica nos sugere a definição da função logarítmica e o
respetivo gráfico? Temos:
a) O Domínio da função logarítmica é e o Contradomínio é .
b) .
Esta última propriedade merece alguma reflexão. Tínhamos visto para a função exponencial que
92 8. Função logarítmica
Mas, pela propriedade (1.2), podemos escrever esta igualdade como
Concluímos então que o logaritmo do produto de dois números reais (positivos) é igual à
soma dos logaritmos dos fatores. Esta propriedade tem uma consequência interessante quando
. Vem então
Daqui tiramos ainda outra propriedade importante. Tomando na igualdade inicial, vem:
Note-se que este igualdade, assim como as anteriores, só são válidas para números positivos,
pois os logaritmos só estão definidos para números positivos.
Por observação do gráfico conjeturamos que
,
Pode ser provado que esta mesma propriedade é válida para todas as funções logarítmicas de base
superior a um.
Quando a base for igual a 10, o logaritmo chama-se logaritmo decimal e designa-se apenas por
log, quando a base for o número de Euler e, designa-se por logaritmo natural e escreve-se simples-
mente ln.
8. Função logarítmica 93
T
Tarefa 1
a) Completa a tabela:
x -4 -2 -1 1 3
y = x 0,001 0,1 1 100 1000
O número a que temos que elevar 10 para obter, por exemplo, 0,01 é –2. Sabemos que isto é o mes-
mo que dizer que –2 é o logaritmo na base 10 de 0,01 e escrevemos ou simplesmen-
te . Tal poderá não será tão fácil de concluir para outros valores, mas se não o con-
seguires podes sempre obter uma aproximação recorrendo à calculadora.
b) Calcula o logaritmo de 40 na base 10, a menos de
T
Tarefa 2
a) Considera as funções
i) Representa-as graficamente.
i) ii) iii)
94 8. Função logarítmica
c) Quantas soluções tem a equação ?
T
Tarefa 3
a) ;
b) ;
Crescimento logarítmico
Muitas situações reais são bem modeladas usando funções logarítmicas. Por exemplo, a célebre es-
cala de Richter que mede a intensidade dos terramotos é construída usando logaritmos.
T
Tarefa 4
8. Função logarítmica 95
Copia a tabela para o teu caderno e completa-a. Compara a velocidade de crescimento de cada uma
das funções. Em cada caso, qual te parece ser o limite em ?
Frequentemente, precisamos de comparar a velocidade de crescimento de duas ou mais variáveis.
Essas comparações tornam-se mais fáceis quando sabemos comparar a velocidade de crescimento de
, , , etc.
Observa o quadro abaixo e indica qual parece ser o limite de quando x tende para .
Pode-se provar que o crescimento logarítmico é efetivamente muito lento, tão lento, tão lento, que
é inferior ao de qualquer polinómio. Pode-se provar que, para todo o real p,
ou seja, uma função logarítmica de base superior a um cresce para infinito mais lenta-
mente do que qualquer potência do seu argumento.
Escalas logarítmicas
A tabela seguinte dá-nos a distância ao Sol (em milhões de quilómetros) de vários planetas do Sis-
tema Solar, assim como da estrela mais próxima de nós (a estrela Alfa da constelação do Centauro),
de uma Galáxia e de um quasar.
96 8. Função logarítmica
Distância (milhões
Galex: The Andromeda Galaxy por GALEX, JPL Caltech e NASA, http://apod.nasa.gov/apod/ap120518.html
Objeto
de quilómetros)
Mercúrio 58
Vénus 108
Terra 149
Marte 228
Júpiter 778
Saturno 1426
Úrano 2869
Neptuno 4495
Plutão 5900
Alfa do Centauro
Galáxia Andrómeda
Quasar 3C 273
Vénus
Galáxia Andrómeda
Mercúrio Pl
Alfa do Centauro Terra
Plutão Quasar 3C 273
Neptuno
Etc.
Mercúrio distâncias, em milhões de quilómetros (106 km) logarit
0 2 ×1022 4 ×1022 6 × 1022 8 ×1022 1 × 1023 0
8. Função logarítmica 97
Se cada pixel (ponto no écran) representar 10 milhões de quilómetros, não conseguiremos repre-
sentar todos os objetos astronómicos referidos. Supondo que 1 cm são cerca de 100 pixels, 1 cm
representará 1000 milhões de quilómetros. Para representar o quasar precisaríamos então de uma
fita com cm, ou seja, quilómetros (muitos milhões de quilómetros... uma tarefa
um pouco difícil...)
Os logaritmos podem ajudar-nos na nossa tarefa. Em vez de representar as distâncias de forma
linear, representemos os logaritmos das distâncias. Retomemos a tabela
Mercúrio Plutão
Terra
Alfa do Centauro Galáxia Andrómeda Quasar 3C 273
Conseguimos representar todos os objetos, mas cuidado, não é uma representação numa escala line-
ar, mas sim uma escala logarítmica.
98 8. Função logarítmica
T
Tarefa 5
8. Função logarítmica 99
Propriedades da função logarítmica
Já vimos que
e .
Vamos usar estas igualdades para calcular o logaritmo de uma exponencial com bases diferentes.
Temos que
Esta é a chamada fórmula de mudança de base, pois permite passar duma base para outra:
Tr
Tarefa resolvida 6
a)
b)
Resolução
a)
b)
logaritmos: e .
Tr
Tarefa resolvida 7
Resolução
Pela propriedade que diz que o logaritmo do produto de dois números reais (positivos) é igual à
soma dos logaritmos dos fatores esta equação é equivalente a
(1.3)
Mas observemos que só temos equivalência se ambos os número originais x e 5 – x forem ambos
positivos como a propriedade exige; assim terá de ser
esta equação do 2º grau tem raízes 1 e 4 pelo que, como estão ambas entre 0 e 5, as soluções da
equação dada são exatamente 1 e 4.
A não esquecer
Como os logaritmos estão definidos apenas para quantidades positivas, nunca nos
podemos esquecer das restrições de aplicação das propriedades da função loga-
rítmica.
Resolução
Sabemos que a função está bem definida se o denominador não for nulo, se o radicando da raiz pre-
sente for positivo ou nulo e se o logaritmo está bem definido. Assim, conjugando as três condições,
terá de ser
Mas o logaritmo de base maior do que um de um número é positivo quando esse número for superior
à base. Assim terá de ser
e o conjunto solução é .
A não esquecer
Exercícios
1. Mostra que .
3. Resolve a equação .
onde A designa a amplitude máxima das ondas sísmicas num local, medida pelo sismógrafo, e A0
designa um valor de referência relativo ao mesmo local (que depende apenas da distância ao epi-
centro do terramoto). Assim é possível comparar facilmente sismos cujas amplitudes tenham ordem
de grandeza milhares de vezes superior a outros. Os logaritmos também são úteis para relacionar a
energia libertada por um sismo. A expressão
permite relacionar a quantidade aproximada de energia E, em ergs, libertada num sismo com a
magnitude M, medida na escala de Richter, do mesmo sismo.
Tr
Tarefa resolvida 9
Apesar de não haver registos sismográficos, estima-se que o terramoto que assolou a cidade de Lis-
boa no dia 1 de Novembro de 1755 e terá feito mais de 10 mil mortos, teve magnitude 9 na escala de
Richter. O terramoto que assolou a localidade de Loma Prieta perto de S. Francisco na Califórnia
no dia 18 de Outubro de 1989 e causou 63 mortos, feriu 3757 pessoas e deixou mais de 3000 pessoas
sem casa, teve magnitude 7,1. Determina quantas vezes o terramoto de Lisboa foi mais forte que o
terramoto de Loma Prieta.
e .
Como é dado que ML = 9 e MLP = 7,1 , podemos fazer a comparação entre as duas energias liber-
tadas:
Concluímos então que a energia libertada pelo terramoto de Lisboa foi mais de 700 vezes superior
à energia libertada pelo terramoto de Loma Prieta na Califórnia, EUA.
A não esquecer
Foi essencial na resolução desta tarefa a igualdade que permite determinar o lo-
garitmo de um quociente: .
Os cientistas estudam os terramotos para tentar prever quando ocorrem, o que é extremamente
difícil. Para ajudar nesse trabalho existem bases de dados de terramotos, para melhor estudar as
suas características. A “Global Significant Earthquake Database” contém dados de terramotos des-
de 2150 a.C.:
http://www.ngdc.noaa.gov/hazard/earthqk.shtml
a) Recorrendo a esta base de dados encontra dois terramotos que tenham 1 unidade de magnitude
a menos do que o terramoto que assolou a cidade de Lisboa no dia 1 de Novembro de 1755.
b) Mostra que a um aumento de uma unidade de magnitude na escala de Richter corresponde um
sismo em que a energia desenvolvida é cerca de 30 vezes maior.
c) Mostra que um sismo em que a energia é 10 vezes superior a outro tem um acréscimo de magni-
tude de apenas 0,67 na escala de Richter.
d) Usando o resultado da alínea anterior encontra na base de dados um terramoto que tenha liber-
tado 10 vezes mais energia do que o terramoto com a magnitude de 6,7 na escala de Richter que
assolou os Açores em 1980.
Aos 38 anos, Cédric Villani é considerado um dos maiores matemáticos da atualidade. Em 2010, ele
foi o vencedor da Medalha Fields - considerada como equivalente a um Prêmio Nobel da matemática
- por conta de sua pesquisa sobre amortecimento de Landau e equação de Boltzmann. Atualmente,
o francês estuda certas equações extremamente complexas. E é justamente por causa do extenso
currículo que inclui outros prêmios, como o Jacques Herbrand, concedido pela Academia de Ciências
da França, que Villani surpreende. O cientista em nada lembra a figura de um professor de mate-
mática clássico, sério e formal. Dono de um estilo original e excêntrico, o cientista costuma usar
lenços como gravata e está sempre com um misterioso broche de aranha, cujo significado ele não
revela. Nos últimos dias, os brasileiros tiveram a sorte de conhecer o matemático, pai de dois filhos,
que veio fazer conferências no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), na Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de São Paulo (USP).
Villani, que é diretor do Instituto Henri Poincaré e professor da Universidade de Lyon, na França,
viaja pelo mundo para divulgar o seu trabalho e contribuir para a popularização da ciência. E por
onde passa, costuma atrair um público variado. Para a sua palestra na UFRJ, realizada no dia 15
de Agosto de 2012, foi necessário mudar para um auditório mais espaçoso, por conta da quantidade
enorme de pessoas ansiosas para ouvir o famoso matemático. No final da apresentação, Villani foi
rodeado por estudantes que queriam cumprimentá-lo, fazer perguntas e tirar fotos com ele. “Di-
vulgar a ciência é importante para permitir que a população conheça mais, e eu trabalho nisso de
forma diversificada”, conta. “Faço apresentações em escolas de ensino básico e ensino secundário,
em universidades, comunico com todos os estudantes, publico livros voltados para todos os tipos de
público, dou entrevistas para a televisão, rádio, jornais. Tento tornar a minha ciência acessível para
todos através dos mais diversos meios.”
Além disso, Cédric Villani ressalta que a interdisciplinaridade tem um papel crucial atualmente.
“Vivemos um avanço tecnológico impressionante e isso acontece, em parte, graças à relação entre
todos os campos de estudo. Sem essa conexão entre as áreas da ciência, não conseguimos avançar
mais. Por exemplo, a criação desse iPod (Villani aponta para o aparelho da Apple sobre a mesa)
é fruto do trabalho de milhares de pessoas, entre elas engenheiros, físicos, tecnólogos, cientistas da
computação e até mesmo matemáticos. É importante que todos trabalhem juntos.”
O cientista francês comentou que a matemática é uma ciência que ampara as outras, oferecendo
uma base para seus estudos. Entretanto, muitas pessoas consideram, erradamente, que ela é uma
ciência “parada”, “finalizada”, que não envolve novas descobertas. “A matemática é um campo bas-
tante desconhecido para nós, pois ainda existem muitos problemas que não sabemos resolver - mais
do que aqueles que já conhecemos. Talvez até mesmo por causa disso, os estudantes tendem a ter
medo da matemática, o que acaba os afastando”, afirma Villani.
Ele diz que, por conta disso, é importante ensinar essa disciplina de uma maneira original e atra-
ente. Há também a questão de que a matemática ensinada nas escolas é muito antiga, tendo mais
de 200 anos. “Isso não é algo propriamente ruim, mas sempre há formas de atualizá-la. O fato é
que a matemática não é muito natural para o ser humano, e isso acaba distanciando um pouco os
estudantes dessa ciência. É preciso treinar esse pensamento lógico típico da matemática, pois ele
não é inerente a nós.”
Villani declara que o interessante na matemática é que ela não está tão vinculada à busca de resul-
tados - o que importa mais é a forma de refletir.
Além disso, nessa disciplina, é possível provar um teorema por si próprio. “Nas outras ciências em
geral, você tem que acreditar no que ouve. Em biologia, por exemplo, nós aprendemos sobre o que
é uma célula, mas nunca vimos uma de fato. Temos que crer que ela está lá. Na matemática, você
pode testar por conta própria tudo aquilo que o professor conta e comprovar, com os seus cálculos,
que se trata de uma verdade.”
In Academia Brasileira de Ciências, 16/08/2012
, .
b)
.
c)
y
10
x
–10 –5 5 10
–5
–10
g) O logaritmo do produto de dois números reais (positivos) é igual à soma dos logaritmos dos
fatores:
l) ,
m) Uma função logarítmica de base superior a um cresce para infinito mais lentamente do
que qualquer potência do seu argumento:
Quando a base for igual a 10, o logaritmo chama-se logaritmo decimal e designa-se apenas
por log, quando a base for o número de Euler e, designa-se por logaritmo natural e escreve-
-se simplesmente ln.
1.1
1.2
1.3
3.1
3.2
4. Considera a função .
4.1 calcula a imagem de ln 3.
Pensa e Resolve ↑ ↑
6.1
6.2
6.3
9. Determina o domínio de
11.1
11.2
12. A probabilidade, p, de uma pessoa responder a um anúncio pode ser modelada pela função
Reflete ↑ ↑ ↑
13.1
13.2
16.1
16.2
Os logaritmos têm propriedades totalmente novas em relação ao que é habitual. Por isso é mais
fácil errar as propriedades dos logaritmos ou, sob o stresse do exame, misturar os sinais todos. Que
cuidados é preciso ter? As propriedades mais úteis são as seguintes:
a) O logaritmo do produto de dois números reais (positivos) é igual à soma dos logaritmos dos
fatores:
Note-se que estas propriedades só são válidas se os logaritmos envolvidos estiverem bem definidos,
ou seja, se os respetivos argumentos forem positivos.
Mas qual será o valor de uma expressão como
?
É uma pena, mas não há fórmula especial para o logaritmo de uma soma! O stresse do exame pode
levar a confundir esta expressão com a fórmula da alínea a). Como ter a certeza para qual das ex-
pressões a fórmula é a correta? Uma das táticas consistem em experimentar alguns valores particu-
lares. Como, tomando z=w=a,
vê-se mais uma vez que não há fórmula simples para o logaritmo de uma soma.
Usa os mesmos argumentos para provar que não há fórmula especial para ou para provar que
- O é a origem do referencial;
- A é o ponto de ordenada 5;
Resposta Aberta
6. Para um certo valor real de k, admite que a quantidade de combustível, em litros, existente
no depósito de uma certa máquina agrícola, minutos após ter começado a funcionar, é
dada aproximadamente por:
Considera que essa máquina agrícola funcionou durante 20 minutos e que, nesse período
de tempo, consumiu 2 litros de combustível. Determina o valor de recorrendo a métodos
exclusivamente analíticos.
7. Na estufa de um certo jardim botânico, existem dois lagos aquecidos, o lago A e o lago B.
Às zero horas do dia 1 de Março de 2010, cada lago recebeu uma espécies diferente de nenú-
fares, a saber, Victoria amazonica e Victoria cruziana. é o número aproximado
de nenúfares existentes no lago A, t dias após as zero horas do dia 1 de Março de 2010. Esses
nenúfares são da espécie Victoria amazonica e desenvolvem-se segundo o modelo
do dia 1 de Março de 2010. Esses nenúfares são da espécie Victoria cruziana e desenvol-
vem-se segundo o modelo
9.2 Considera, num referencial o.n. xOy, os gráficos das funções e e o triângulo
[OAB]. Sabe-se que:
- O é a origem do referencial;
- assinalar os pontos A e B
e por .
- assinala, ainda, os pontos A e B, de interseção dos gráficos das duas funções, indican-
do as suas coordenadas, com aproximação às décimas.
12. Considera, num referencial ortonormado xOy, os gráficos das funções f e g, de domínio
- visualiza as curvas representativas dos gráficos das duas funções, no domínio indi-
cado;
- a origem O do referencial;
13. Seja a função, de domínio [1,5], definida por (ln designa logaritmo na base e).
Na figura está representado, em referencial ortonormado xOy, o gráfico da função f.
x
1 2 3 4 5 6
Considera que um ponto P se desloca ao longo do gráfico de . Para cada posição do ponto
P, considera o retângulo em que um dos lados está contido no eixo Ox, outro na reta de
equação e os outros dois nas retas vertical e horizontal que passam pelo ponto P.
Exprime a área do retângulo em função da abcissa de P, e, recorrendo à calculadora gráfica,
determina a abcissa de P (aproximada às centésimas) para a qual a área do retângulo é má-
xima. Apresenta os elementos recolhidos na utilização da calculadora:
- o gráfico obtido;
1. O valor de é:
4. 4. é o mesmo que:
Comenta a resolução.
9. Em 2000 a população da cidade de Ermesinde era de 40000 habitantes. Em 2010 havia 60000
habitantes. Assumindo que o número de habitantes em função do tempo, em anos, é dada
pela função onde e são constantes. Qual era a população em 2005? Em que
ano a população será de 80000 habitantes?
10. Uma secção muito sensível de uma fábrica de materiais de precisão, tem de manter uma
temperatura ambiente que oscile entre os 15 e os 25 graus centigrados para que a produção
mantenha a qualidade. Depois de estudar o problema, os engenheiros concluíram que havia
necessidade de manter em permanência pelo menos duas câmaras de refrigeração durante 24
horas e que, em laboração nestas condições, a temperatura ambiente se podia exprimir pelo
expressão:
T 14. 60
5
Eg
Tarefa 5 - p.10
Exercícios globais - p.26
6
Pratica ↑
Tarefa 7 - p.12
243 1.
6840 1.2 30
1140 3. 30
Tarefa 16 - p.21 4. 20
1140 5. 60 e 6
Exercícios - p. 10 6. 50
1. 54 7. 648
2. 8. 247
2.1 12 9. 9666048
2.2 14 10.
3. 24 10.2 21
1287
Exercícios - p. 19
17.1
10. 120
17.2 1716
11. 24
18. 230400
122 Soluções
Reflete ↑ ↑ ↑ 16.
18.
Ie
18.1 0,24
Itens de exame - p. 30
1. A 18.2 -
Soluções 123
P(X ∩Y ) = 3
8.2
23.1 = P(X ∪Y ) = 91
= 1 − P(X ∪Y ) =
9.
= 1 − P(X ) − P(Y ) + P(X ∩Y ) =
= 1 − P(X ) − P(Y ) + P(X ) × P(Y ) = 9.1 0,06
0,94
= 1−a −b +a ×b
9.2
0,1489
23.2 8
9.3
15
10. 0,0449
24.
24.2
1 T
11
Tarefa 3 - p. 44
25.
330; 792; 792
25.1
Tarefa 5 - p. 46
-3 -2 -1 0 1 a) x + 21x + 189x + 945x + 2835x +
7 6 5 4 3
Não tem
Pg Eg
Prova Global - p. 38 Exercícios globais - p. 60
1. C Pratica ↑
2. D
1.
3. D
1.1 x 5 + 5x 4 + 10x 3 + 10x 2 + 5x + 1
4. B
1.2 81a 4 − 108a 3 + 54a 2 − 12a + 1
5. B
2. 70a
6. 40
3. 70
7.
Pensa e Resolve ↑ ↑
7.1 0,35
7.2 0,16 4. 10
7.3 0,87 5. 36
8. 6.
6.1 1716
8.1 4
65 6.2 57
124 Soluções
7. 3 1. B
8. −210 2. C
9. 18 3. D
Tarefa 4 - p. 71
Ie
a) para todas as funções:
Itens de exame - p. 62 domínio:
1. D
contradomínio: +
2. B
zeros: não têm
3. B monotonia: são crescentes
Em + à medida que a base da potencia aumenta o
4.
gráfico aproxima-se do eixo Oy.
Em − quanto maior for a base mais próximo está o
4.1 x 12
4.2 252
gráfico do eixo Ox.
5. Trata-se escolher sem interessar a ordem o conjunto
de elementos de um conjunto com n elementos, b) 2x > 3x > 5x para x ∈ −
incluindo o conjunto vazio, ou seja,
C 0n + C 1n + ... + C nn 2x < 3x < 5x para x ∈ +
c) Para todas as funções:
mas, C 0n + C 1n + ... + C nn = (1 + 1)n = 2n Monotonia: são decrescentes
Em à medida que a base da potencia aumenta o gráfi-
5.1 10 co aproxima-se do eixo Ox.
Em quanto maior for a base mais próximo está o
gráfico do eixo Oy.
6.
6.2 495x 4
2x < 3x < 5x para x ∈ −
Pg e) fa (x) = a x e g (x) = a −x
a
Soluções 125
Contradomínio: + Exercícios - p. 67
1. 243
Zeros: não têm
Intersetam o eixo Oy no ponto (0,1) 2. 3
fa (x) = a x é crescente
3. Observando gráficos ou tabelas conjeturamos que
Para a > 1 quanto maior é o valor de a:
= 0 e o lim = +∞ .
f (x) g(x)
O gráfico aproxima-se em − mais do eixo Ox.
lim
x→+∞ g(x) x→+∞ f (x)
Para a > 1 quanto maior é o valor de a: 5. Translação de vetor (3,0) e uma translação de vetor
o gráfico aproxima-se em − mais do eixo Oy. (0,1).
−1
b) 2 × 1014 ; 5 × 1025
2.3
Tarefa 6 - p. 73 2.5 7
3
−
2.6 1
Tarefa 9 - p. 78
a) P(x) = 1, 02811x , A(x)= 1 + 0, 04 × x 2.7 −
5
b) 2,7% 2
()
⎛ 1⎞
1
muito rudimentar para a situação presente. 3.3 f x = ×⎜ ⎟
2 ⎝ 2⎠
126 Soluções
x Pensa e Resolve ↑ ↑
()
⎛ 1⎞
3.4 f x = 2×⎜ ⎟
⎝ 2⎠ 8. Ao fim de 1,3 segundos
9. 100 horas
x
()
⎛ 1⎞
3.5 f x = 4×⎜ ⎟ 10.
⎝ 2⎠
10.1 p(5) = 1 − e −0,047×5 21%
()
x
1 ⎛3 ⎞ 10.2 p(20) = 1 − e −0,047×20 61%
3.6 f x = × ⎜ 3⎟
27 ⎝ ⎠
10.3 p(90) = 1 − e −0,047×90 99%
x 11.
⎛ 1 ⎞
3.7 2×⎜ ⎟ 11.1 2
⎝ 2⎠
11.2 1
3.8 48
= 48 × 4 −1
0,5x −2
= 11.3
4 −0,5x +2
( )
0,5x −2
= 48 × 22 = 48 × 2x −4 = 12.
= 48 × 2−4 × 2x = 3 × 2x 12.1 +∞
4.
12.2 0
4.1 1 12.3 +∞
2
Reflete ↑ ↑ ↑
4.2 1
−
2 13.
14.1.2 2; 4
6 3125
5.3 a= ;c =
5 1296 14.1.3 ]2,4[
6. 14.2 A função g.
6.1 2; 3 15. −2
6.2 0
Ie
7.
Itens de exame - p. 87
7.1 60
1. A
7.2 30
2. A
7.3 15
3. C
7.4 3,75
Soluções 127
4. A opção correta é a B Tarefa 2 - p. 94
a)
i)
5.
5.1 70
5.2 20
6.
6.1 Dh =
CDh = ⎤ −∞,1⎡
⎦ ⎣
6.2 4
Pg
Prova global - p. 90
1.
1.1 3
2.
3. 220 euros
T
Tarefa 1 - p. 94
a)
x −4 −3 −2 −1 0 1 2 3
128 Soluções
ii)
Domínio Contradomínio Zeros
y1 + 1
y2 ] − 2, +∞[ -1
y3 \ 0{} -1 e 1
y4 \ {0} -1 e 1
y5 + 1
y6 ] − 2, +∞[ -1
y7 \ 0{} -1 e 1
y8 \ {0} -1 e 1
Tarefa 3 - p. 95
a) Não tem solução
b) Não tem solução
As funções não são idênticas porque não têm o mesmo
domínio.
Df =] − ∞, 0[∪]1, + ∞[
Dg =]1, + ∞[
Tarefa 4 - p. 95
Soluções 129
1010 10 1 0 1.
( )
denadas x, ln(y) em que x representa o acontecimento e y
3.1
47
4.
4.1 35
4.2 x ∈ ⎤⎦ −2,e ⎤⎦
5.
5.1 Df = ⎤1, +∞ ⎡
⎦ ⎣
5.2 3
5.3 7
5.4 x ∈ ⎤3, +∞ ⎡
⎦ ⎣
Pensa e Resolve ↑ ↑
Tarefa 10 - p. 106
6.
a) Dado que se estima que o Terramoto de Lisboa de 1755
teve magnitude 9, podemos apresentar como exemplos e
de dois terramotos que tiveram magnitude 8, podemos 6.1 x=
citar o ocorrido em 2007 no Peru: Ica, Pisco, Lima e o 5
ocorrido em 2009 nas Ilhas Samoa.
Exercícios - p. 102 16
6.2 x=
15
1. Não tem
6.3 x=5
9
2.
2 ln 10
7. x = −
9
3. 10 e 100
4. ] − ∞, 0[
7
8. x =
1 + e2
Eg
Exercícios globais - p. 111 ⎡ ⎡
9. ⎢ 1 , +∞ ⎢
Pratica ↑ ⎢⎣ 3 ⎢⎣
10. 39 m 51 s
130 Soluções
11.
N(t) = 8 log 4 (3t + 1)3 − 8 log 4 (3t + 1) =
3
11.1
8.1 ( )
= 8 log 4 (3t + 1)3 − log 4 (3t + 1) =
11.2 1e4 (3t + 1)
( )
3 2
= 8 log 4 = 8 log 4 3t + 1 =
12. (3t + 1)
0,209; 0,609; 0,985
12.1
= 16 log 4 (3t + 1)
8.1 2 horas e 20 minutos
12.2 Aproximadamente 29,496 ou seja passados
cerca de 29 dias e meio 9.
12.3 Como a probabilidade atinge 75% das pes- ⎛ ⎞
soas ao fim de cerca de 30 dias mas olhando
9.1 e x = 2 + 2 2 ⇔ x = ln ⎜ 2 + 2 2 ⎟
⎝ ⎠
para o gráfico da função se vê que cresce
cada vez menos, seria aconselhável fazer 9.2 2,2
novo anúncio nessa altura para tentar atin-
gir rapidamente todo o mercado ⎡ ⎡
10. ⎢ 5 ,2 ⎢
Reflete ↑ ↑ ↑ ⎢⎣ 3 ⎢⎣
11. 0, 1 e 2
13.
12. A área do triângulo [OAB] é 2
13.1 Não tem
13. 2,57
13.2 Não tem
5. B
Ie 6. log 0, 5 < 0
7. 1
Itens de exame - p. 115
1. A
8. 1,41 e 2
2. C
9. População de cerca de 48856 habitantes em 2005; Po-
3. C pulação de 80000 habitantes no ano 2017
4. D 10.
79 10.2 45,9�C
6. k =
400 10.3 2 horas e 37 minutos
7.
7.1 633
7.2 8 dias
8.
Soluções 131
Jaime Carvalho e Silva
Professor Associado do Departamento de Matemática da Faculdade de Ci-
ências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Licenciado e Doutorado
em Matemática pela Universidade de Coimbra, estudou na Universidade
de Paris 6. Foi professor visitante na Arizona State University (EUA) e
é Secretário-Geral da Comissão Internacional de Instrução Matemática
(2009-2012).
Joaquim Pinto
Professor de Matemática do Ensino Básico e Secundário há 20 anos, licen-
ciado em Matemática, ramo de formação Educacional, pelo Departamento
de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra e Mestre em Ensino da Matemática pelo Departamento de Mate-
mática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Vladimiro Machado
Professor de Matemática do Ensino Básico e Secundário há 30 anos, licen-
ciado em Matemática, ramo de formação Educacional, pelo Departamen-
to de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Obra em 4 volumes
Mestre em Ensino da Matemática pelo Departamento de Matemática da
(Não é permitida a venda em separado)
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Edição de autor