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Revisão das Normas Contabilísticas

PER 0115

Graça Azevedo e Jonas Oliveira

Outubro de 2015
Plano da Sessão

2.16 – Provisões

2.17 – Subsídios do Governo

2.18 – Imposto sobre o Rendimento

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Plano da Sessão

2.16 – Provisões

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Plano da Sessão

2.16 – Provisões
2.16.1 – SNC modelo geral: mensuração, reconhecimento e divulgação
2.16.1.1 – Reconhecimento
2.16.1.2 – Mensuração
2.16.1.3 – Alterações e uso das provisões
2.13.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e planos
de reestruturação
2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data do Balanço
2.16.1.6 – Matérias Ambientais
2.16.1.7 – Divulgações
2.16.2 – NCRF-PE e NC-ME: mensuração, reconhecimento e divulgação

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NCRF 21 – modelo geral

2.16 – Provisões

De acordo com a EC (§. 49) passivo “é uma obrigação presente da

entidade proveniente de acontecimentos passados, da liquidação

da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade

incorporando benefícios económicos”. Da definição ressaltam duas

condições essenciais: obrigação presente e proveniente de

acontecimentos passados.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16 – Provisões

Consoante a natureza dos acontecimentos e tipo de incerteza,

as demonstrações financeiras podem incluir quatro tipos

diferenciados de passivos:

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NCRF 21 – modelo geral

2.16 – Provisões

Passivo Natureza Quantia Vencimento Exemplos

Certo Conhecida e certa Conhecida Conhecido Contas a pagar


Certeza

Acréscimos e
Estimado Conhecida e certa Estimada Aproximado
Provisões

Razoavelmente Conhecimento
Provável Conhecida e provável Provisões
Incerteza

estimada aproximado
Conhecida e possível, Dificuldade em
Possível ou Conhecimento Passivos
mas ainda não estimar com
contingente incerto contingentes
manifestada fiabilidade

Fonte: Adaptado de Blanco Ibarra (1989) e Moneva Abadia (1990)

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1 – SNC modelo geral: reconhecimento, mensuração


e divulgação

objetivo

prescrever o tratamento contabilístico das provisões, dos


passivos contingentes e dos ativos contingentes.

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

As duas grandes questões relacionadas com a NCRF 21 são:

 Sabendo que a NCRF 21 restringe o conceito de contingência


a um conjunto de passivos e ativos, contingentes, que não são
reconhecidos nas demonstrações financeiras, até que ponto
conseguem satisfazer o conceito de passivo e ativo para
puderem ser divulgados?

 Em que medida a NCRF 21 trata as provisões, os passivos


contingentes e os ativos contingentes em termos de
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reconhecimento?
NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

Atente-se nos seguintes conceitos:

Passivo “é uma obrigação presente da entidade proveniente de


acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que
resulte um exfluxo de recursos da entidade incorporando
benefícios económicos” (EC §. 49).

Provisão “é um passivo de tempestividade ou quantia incerta” (NCRF 21,


§. 8).
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

Contingências são “passivos ou ativos (…) cuja sua existência


somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de
um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o
controlo da entidade” (NCRF 21, §. 11).

Ativo “é um recurso controlado por uma empresa como resultado de


acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a
entidade benefícios económicos futuros” (EC, §. 49).

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

Da análise destes conceitos pode-se retirar as seguintes


conclusões:

1. As contingências são suscetíveis de originarem ativos e

passivos, contingentes, na medida em que as definições

de ativo e passivo admitem a existência de incerteza na

informação financeira.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

2. O que determina o reconhecimento de um passivo deriva não só do


pressuposto jurídico (terceira pessoa que possa exigir a liquidação da
obrigação da entidade), quantia envolvida e vencimento da mesma,
como também da consideração de situações de incerteza de onde
poderão surgir:

 eventos produzidos no período e imputáveis a ele, mas sem se


conhecerem todos os seus dados; e

 eventos que sendo prováveis quanto à sua ocorrência, todavia apenas se


manifestarão no futuro. 13

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

3. O que determina o reconhecimento de um facto ou evento como


ativo deriva do controlo exercido pela entidade em detrimento da
propriedade, além de o termo “do qual se espera” dever ser
interpretado no sentido de que o desfecho final do evento
também está, ou poderá estar, sujeito a fatores incontroláveis
pela entidade, resultante das incertezas, originando
contingências.

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento
Uma provisão só deve ser reconhecida, quando cumulativamente:
 Uma entidade tenha uma obrigação presente, como resultado de um
acontecimento passado;

 Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios


económicos, será necessário para liquidar a obrigação; e

 Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Se estas condições não forem satisfeitas cumulativamente,


nenhuma provisão deve se reconhecida.

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

A obrigação presente pode tomar duas formas distintas (§. 8):

 Obrigação legal: quando um terceiro tenha um direito legal de forçar a


liquidação da obrigação, através de um contrato, ou diploma legal; ou

 Obrigação construtiva: quando embora não haja uma obrigação legal,


a empresa mesmo assim não tem qualquer liberdade de evitar um
dispêndio, uma vez que, publicamente perante terceiros, aceitou
assumir um conjunto de responsabilidades, tendo criado expectativas
válidas sobre o cumprimento dessas responsabilidades.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento

Note-se que:
 Se a possibilidade de um exfluxo de recursos incorporando benefícios
económicos for remota os passivos contingentes não são divulgados no
Anexo;
 Os ativos contingentes são divulgados no anexo, apenas se o influxo
de benefícios económicos for provável;
 Quando a realização de rendimento esteja virtualmente certa, já não se
está perante a figura do ativo contingente, mas sim perante um
verdadeiro ativo e, portanto, o seu reconhecimento é aconselhado. 17
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento
Condições de reconhecimento de provisões
A probabilidade de existir uma obrigação presente à data do balanço é…

Maior do que a Menor do que a


probabilidade de probabilidade de Remota?
ela não existir? ela não existir?

Reconhecer uma É um Passivo


provisão, Contingente que
Nada a fazer.
se os critérios deverá ser divulgado
forem satisfeitos no Anexo
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.1 – Reconhecimento
Condições de reconhecimento: Ativos Contingentes
O influxo de benefícios económicos futuros é…

Não Provável? Provável? Virtualmente certo?

O ativo não é reconhecido. Trata-se de um ativo Não


Não é exigida a sua Contingente, sendo o seu
divulgação. reconhecimento apropriado.

O ativo não é reconhecido.


É exigida a sua divulgação.

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.2 – Mensuração

Dos critérios de reconhecimento das provisões dos passivos


contingentes e ativos contingentes ressaltam duas condições que
são fundamentais na mensuração da quantia a provisionar ou a
divulgar (NCRF 21, §. 12, 13 e 33):

1. Exfluxo provável (ou meramente possível) de recursos que


incorporem benefícios económicos;

2. Estimativa fiável da quantia da obrigação.


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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.2 – Mensuração
A probabilidade está relacionada com o grau de incerteza da fluidez dos
benefícios. O reconhecimento ou não de um passivo envolto em incerteza,
depende das seguintes probabilidades (NCRF 21, §. 22):

1. Provável: se for mais provável que uma obrigação presente exista do que
não (PROVISÃO).

2. Possível: se for mais provável que uma obrigação presente não exista
(PASSIVO CONTINGENTE).

3. Remota: se for menos do que possível que uma obrigação presente não
exista (NÃO RECONHECE, NEM DIVULGA). 21

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.3 – Alterações e uso das provisões


As provisões devem ser revistas anualmente à data do balanço de
forma a averiguar a necessidade do seu reforço ou reversão (NCRF 21, §.
58).

O reforço das provisões corresponde a um lançamento contabilístico


similar ao lançamento da sua constituição. Existe o reconhecimento de
um gasto nos resultados (débito na conta 67 – Provisões do exercício)
por contrapartida do reconhecimento de um passivo (crédito na conta
29 – Provisões).
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.3 – Alterações e uso das provisões


A reversão das provisões corresponde a uma diminuição das quantias
reconhecidas anteriormente. Existe o reconhecimento de uma
diminuição de um passivo (débito na conta 29 – Provisões), por
contrapartida do reconhecimento de um rendimento (crédito na conta
763 – Reversões de provisões).

Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos
quais a provisão foi inicialmente constituída (NCRF 21, §. 60). A
utilização é feita diretamente na conta 29 – Provisões.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e


planos de reestruturação

Não devem ser reconhecidas provisões para perdas


operacionais futuras. Contudo, a expectativa da sua
ocorrência é indicação de que certos ativos possam estar em
imparidade (NCRF 21, §. 62, 63).

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e


planos de reestruturação

Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação


presente segundo o contrato deve ser reconhecida e mensurada
como provisão (por exemplo, rescisão de um contrato promessa de
compra e venda com cláusula indemnizatória) (NCRF 24, §. 64). Por
outro lado, os contratos executórios não originam o reconhecimento
de qualquer obrigação.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e


planos de reestruturação

Contrato oneroso “é um contrato em que os custos não evitáveis de


satisfazer as obrigações do contrato excedem os benefícios
económicos que se espera sejam recebidos ao abrigo do
mesmo” (NCRF 21, §. 8).

Contrato executório “é um contrato segundo o qual nenhuma das


partes tenha cumprido qualquer das suas obrigações ou
ambas as partes apenas tenham parcialmente cumprido as
suas obrigações em igual extensão” (NCRF 21, §. 8).
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e


planos de reestruturação

As provisões para reestruturação são reconhecidas quando exista


uma obrigação construtiva para reestruturar e que inclua a
divulgação de:

 Um plano formal detalhado para a reestruturação; e

 Crie uma expectativa válida em terceiros quanto à efetiva


implementação da reestruturação (NCRF 21, §. 70).
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e


planos de reestruturação

O plano formal detalhado para a reestruturação deve incluir


informação sobre:
 O negócio a que respeita,

 Os principais locais afetados;

 O número aproximado de colaboradores afetados;

 O gasto necessário para operar a reestruturação;

 A data em que o plano vai ser implementado.


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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.4 – Perdas operacionais futuras, contratos onerosos e


planos de reestruturação

A mensuração da provisão

Não devem ser incluídos


Inclui os dispêndios
dispêndios com formação e
necessariamente derivados da deslocalização de trabalhadores
reestruturação e que não sejam que permaneçam na entidade,
relacionados com as atividades comercialização e investimento
continuadas. em novos sistemas e redes de
distribuição.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço
Os acontecimentos após a data do balanço necessitam ser
avaliados entre duas datas que necessitam ser divulgadas aos
utilizadores das demonstrações financeiras. Estes acontecimentos
ocorrem entre:

 A data do balanço; e

 A data em que as demonstrações foram autorizadas para


emissão, pelo órgão de gestão. 30

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço
Entre estas duas datas podemos encontrar dois tipos diferenciados
de acontecimentos (NCRF 24, §§. 5-7):

 Acontecimentos que proporcionam prova de condições que existiam à


data do balanço e, portanto, originam ajustamentos nas demonstrações
financeiras;
 Acontecimentos que são indicativos de condições que surgiram após a
data do balanço que, não originam ajustamentos nas demonstrações
financeiras mas, se relevantes, devem ser divulgados no anexo. 31

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço
Alguns exemplos de acontecimentos que proporcionam prova de
condições existentes à data do balanço (NCRF 24, §§. 6, 11):
 A resolução, após a data do balanço, de um caso judicial que confirma que a
entidade tinha uma obrigação presente à data do balanço;
 Informação adicional que indique que um ativo à data do balanço estava em
imparidade (por exemplo, a falência de um cliente);
 A descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as demonstrações
financeiras estão erradas.
 Quebra do princípio da continuidade 32

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço
Alguns exemplos de acontecimentos que são indicativos de condições que
surgiram após a data do balanço (NCRF 24, §. 19):

 Declínio no valor de mercado de investimentos entre a data do balanço e a


data em que foi autorizada a emissão das demonstrações financeiras;

 Anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional;

 Anúncio de um processo de reestruturação;

 A destruição por incêndio de uma importante instalação de produção.

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço

A noção de contingência refere que a “sua existência somente será

confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais futuros

eventos incertos não totalmente sob o controlo da entidade”

(NCRF 21, §. 11).

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço
No que toca ao reconhecimento das provisões a “evidência de que
uma obrigação presente existe à data do balanço inclui qualquer
evidência proporcionada por acontecimentos após a data do
balanço. Com base em tal evidência a entidade:

a) Reconhece a provisão (…);

b) Divulga um passivo contingente (…)”

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.5 – A importância dos acontecimentos após a data


do balanço
A análise dos acontecimentos após a data do balanço pode
proporcionar provas essenciais que justifiquem:

O reconhecimento de uma provisão em vez da divulgação de um passivo contingente;

A divulgação de um passivo contingente ou ativo contingente ainda não identificado


anteriormente;

O reconhecimento de um ativo e um rendimento, por se considerar virtualmente certo a


ocorrência de um influxo de benefícios económicos.
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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.6 – Matérias Ambientais

O conteúdo da NCRF 26 “assenta em idênticos conceitos de

passivo, reconhecimento e mensuração, que apenas são ajustados

face à especificidade das questões ambientais”.

(Grenha et al., 2009, p. 163)

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.7 – Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a provisões,
passivos contingentes e ativos contingentes (NCRF 21, §§. 81-86):
“81. Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:
a) a quantia escriturada no começo e no fim do período;
b) as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões
existentes;
c) as quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o
período;
d) quantias não usadas revertidas durante o período; e
e) o aumento durante o período na quantia descontada proveniente da
passagem do tempo e o efeito de qualquer alteração na taxa de desconto.
Não é exigida informação comparativa. 38

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.7 – Divulgações
82. A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação seja remota,
uma entidade deve divulgar para cada classe de passivo contingente à data do
balanço uma breve descrição da natureza do passivo contingente e, quando
praticável:
a) uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurado segundo os parágrafos
35 a 52;
b) uma indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento
de ocorrência de qualquer exfluxo; e
c) possibilidade de qualquer reembolso.
83. Quando uma provisão e um passivo contingente surjam provenientes do mesmo
conjunto de circunstâncias, uma entidade faz as divulgações exigidas pelos
parágrafos 81 e 82 de uma maneira que eles mostrem a ligação entre a provisão
e o passivo contingente. 39

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NCRF 21 – modelo geral

2.16.1.7 – Divulgações

84. Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve
divulgar uma breve descrição da natureza dos ativos contingentes à data do
balanço e, quando praticável, uma estimativa do seu efeito financeiro,
mensurada usando os princípios estabelecidos para as provisões nos
parágrafos 35 a 52.

85. É importante que as divulgações de ativos contingentes evitem dar indicações


enganosas da probabilidade de surgirem rendimentos.

86. Quando qualquer da informação exigida pelos parágrafos 82 e 84 não estiver


divulgada porque não é praticável fazê-lo, esse facto deve ser declarado.”
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NCRF-PE e NC-ME

2.16.2 – NCRF-PE e NC-ME: reconhecimento, mensuração e


divulgação

No tratamento contabilístico das “Provisões, Passivos Contingentes

e Ativos Contingentes” a NCRF-PE trata esta matéria da mesma

forma que a NCRF 21. Quanto à NC-ME apenas prescreve o

tratamento das provisões e apenas exige divulgações sobre

provisões.
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Exercícios de Aplicação

Caso Prático I

A empresa ALFA, SA contratualizou com um seu cliente a venda e


a instalação de uma máquina de extrusão de plástico, num prazo
máximo de seis meses, no valor de 100.000 €. Para o efeito, o
cliente sinalizou 20% do valor do contrato.

Em caso de incumprimento por ALFA, SA terá que haver um


pagamento de uma indemnização de 40.000 €. Em caso de
renúncia do contrato por factos imputáveis ao cliente, este perde
o valor do sinal. 42

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Exercícios de Aplicação

ALFA não cumpriu os prazos de entrega. O cliente denunciou o


contrato e exigiu o pagamento do valor da cláusula indemnizatória
(40.000 €). Em 31 de dezembro o advogado de ALFA referiu que
seria muito provável que o tribunal decidisse em favor do cliente.
Em junho de N+1 a decisão do tribunal exigiu o pagamento de uma
indemnização de 35.000 €.

Pretende-se:

O tratamento contabilístico da situação.


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Exercícios de Aplicação

Resolução

Estamos perante um contrato oneroso. Neste caso a obrigação presente


segundo o contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma
provisão (NCRF 21, §. 64).

A quantificação de uma estimativa fiável tem que tomar em consideração


“a melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação
presente à data do balanço” (NCRF 21, 35). O termo “melhor
estimativa” corresponde à “quantia que uma entidade racionalmente
pagaria para liquidar a obrigação à data do balanço” (NCRF 21, §. 36).
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Exercícios de Aplicação

Valor da provisão em dez/N: 40.000 €

Valor liquidado (utilização da provisão) em N+1: 35.000 €

Reversão da provisão: 5.000 €

Lançamentos:

Pela constituição da provisão em N


67 Provisões do período
676 Contratos onerosos 40.000 €
a 29 Provisões
296 Contratos onerosos 40.000 €

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Exercícios de Aplicação

Pela utilização da provisão em N+1

29 Provisões
296 Contratos onerosos 35.000 €

a 12 Depósitos à ordem 35.000 €

Pela reversão da provisão em N+1


29 Provisões
296 Contratos onerosos 5.000 €

a 763 Reversões de provisões


7636 Contratos onerosos 5.000 €

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático II

A empresa ALFA, SA produz e vende automóveis, oferecendo uma


garantia por qualquer defeito de fabrico identificado. A empresa estima
que, por viatura, os custos totais de substituição/probabilidade de
ocorrência são:

Descrição Custo de substituição Probabilidade


ocorrência
Corrosão 500 € 3%
Motor 2.500 € 5%
Caixa de velocidades 750 € 10%
Travões 500 € 8%
Eletrónica 250 € 16%
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Exercícios de Aplicação

No ano N a empresa vendeu 1.000 automóveis. No ano N+1 foram


reparados automóveis, vendidos em N, tendo os custos de substituição
ascendido a 200.000 €. Durante o ano N+1 foram vendidos 800
automóveis.

De uma análise às anomalias identificadas verificou-se que a causa dos


defeitos relacionados com a corrosão residia na qualidade da tinta
utilizada. Em 31 de dezembro de N+1 celebrou-se um contrato com o
fornecedor de tintas onde ele suportaria 50% dos custos de substituição
relacionados com anomalias de corrosão.

Pretende-se o tratamento contabilístico em N e N+1. 48

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Exercícios de Aplicação

Resolução

No caso concreto estamos perante um obrigação presente a 31 de


dezembro de N, que deve ser reconhecida e mensurada como
uma provisão. Para estimar passivos que incluam um vasto
conjunto de relativamente pequenos, mas similares de itens,
deverá ser ponderada a probabilidade de ocorrência para
determinar a quantia esperada agregada (NCRF 21, §. 39).

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Exercícios de Aplicação

Valor esperado dos custos de substituição/viatura de N:


Descrição Custo de Probabilidade Valor esperado (custo
substituição ocorrência substituição)
Corrosão 500 € 3% 15 €
Motor 2.500 € 5% 125 €
Caixa de velocidades 750 € 10% 75 €
Travões 500 € 8% 40 €
Eletrónica 250 € 16% 40 €
Total 295 €

Valor da provisão em N: 295 € x 1.000 automóveis vendidos = 295.000 €


Pela constituição da provisão em N

67 Provisões do período
672 Garantias a clientes 295.000 €

a 29 Provisões
292 Garantias a clientes 295.000 €
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Exercícios de Aplicação

Em N+1 houve necessidade de utilizar a provisão. Uma provisão deve ser


usada somente para os dispêndios relativos aos quais a provisão foi
criada, sendo contrabalançados com a mesma (NCRF 21, §§. 60-61).
Pela utilização da provisão em N+1
29 Provisões
291 Garantias a clientes 200.000 €

a 12 Depósitos à ordem 200.000 €

Em dezembro de N+1 temos que reavaliar o risco relativo a garantias. Valor


esperado (custos de substituição) N+1: 295 € x 800 = 236.000 €

Valor da provisão a reforçar: 236.000 € - (295.000 € - 200.000 €) = 141.000 €

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Exercícios de Aplicação

Pela constituição da provisão em N+1


67 Provisões do período
672 Garantias a clientes 141.000 €

29 Provisões
292 Garantias a clientes 141.000 €

O acordo celebrado com o fornecedor das tintas é um reembolso, tal como


definido na NCRF 21 (§§. 53-57). Logo, o mesmo deve ser reconhecido
como ativo separado através da redução da provisão do período, não
devendo a quantia reconhecida exceder a quantia da provisão.

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Exercícios de Aplicação

Valor assumido pelo fornecedor: 15 € x 800 viaturas x 50% = 6.000 €

Note-se que a provisão (236.000 €) é superior ao reembolso (6.000 €)

Pelo valor assumido pelo fornecedor

29 Provisões
292 Garantias a clientes 6.000 €

a 67 Provisões
672 Garantias a clientes 6.000 €

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático III

A empresa CodFish Portugal, SA dedica-se à indústria e comercialização

de bacalhau salgado seco. Por imposição do Ministério da Agricultura, a

partir de janeiro do ano N, todas as empresas do setor têm que ter uma

ETAR para tratamento das águas residuais provenientes do processo

produtivo. Em março de N terminou a construção e instalação da ETAR

com um custo associado de 150.000 €. Foi estimado um período de

vida útil de 10 anos. 54

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Exercícios de Aplicação

Para o efeito, celebrou com o Sr. António Dias um contrato de


arrendamento do terreno contíguo às instalações da fábrica, por um
prazo de 5 anos, renovável por igual período. No final do contrato, a
empresa comprometeu-se com o senhorio a entregar o terreno
devidamente restaurado.

Consultada a empresa que instalou a ETAR obteve-se um orçamento


para a desmontagem e limpeza do local no montante de 30.000 €. A
taxa média de inflação anual esperada para os próximos 10 anos é de
2% e a taxa do custo médio do capital da entidade é de 6%.
55

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Exercícios de Aplicação

No ano N+9 os custos efetivos com o desmantelamento da ETAR e


restauro do terreno somaram 25.000 €.

Pretende-se

O tratamento contabilístico da situação descrita.

56

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Como a ETAR estava em construção e instalação os componentes


do seu custo estavam reconhecimento em “Investimentos em
curso”. Como em março de N a construção e instalação foram
terminadas há que proceder à transferência do ativo para “Ativos
Fixos Tangíveis”. De acordo com a NCRF 7 (§. 17) os custos de
desmantelamento e restauro do local de instalação de ativos
fixos tangíveis fazem parte do custo inicial do ativo.

57

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Exercícios de Aplicação

Contudo a mensuração desta estimativa deve seguir os critérios de


mensuração descritos na NCRF 21. Quando o efeito do valor temporal
do dinheiro for relevante, a quantia da provisão deve ser o valor
presente dos dispêndios que se espera que sejam necessários para
liquidar a obrigação (NCRF 21, §. 45).

Determinação do dispêndio previsto a suportar na data de


desmantelamento da ETAR em N+10, através da capitalização da taxa
de inflação:

30.000 / (1,02)10 = 36.570 €


58

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Exercícios de Aplicação

Valor presente do dispêndio futuro com o desmantelamento da ETAR:


36.570 € / (1,06)10 = 20.419 €
O quadro seguinte resume a informação:

59

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Exercícios de Aplicação
Valor da depreciação anual N: ((150.000 € + 20.419 €) / 10 anos) x 10/12 = 14.202 €

Restantes depreciações até N+3: 17.042 €

Lançamentos de N:

Pelo valor da construção da ETAR no ano N


43 Ativos fixos tangíveis
433 Equipamento básico 150.000 €

a 45 Investimentos em curso
453 Ativos fixos tangíveis 150.000 €

60

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Exercícios de Aplicação

Pela constituição da provisão para desmantelamento

43 Ativos fixos tangíveis


433 Equipamento básico 20.419 €

a 29 Provisões
295 Matérias ambientais 20.419 €

Pela depreciação do período


64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 14.202 €

a 43 Ativos fixos tangíveis


438 Depreciações acumuladas 14.202 €

61

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Exercícios de Aplicação

Pelo reforço da provisão


69 Gastos e perdas de financiamento
6988 Outros 1.225 €

a 29 Provisões
295 Matérias ambientais 1.225 €

62

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Exercícios de Aplicação

Lançamentos de depreciações e reforço de provisões de N+1 a 31 dez/N+9:


Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 153.337 €

a 43 Ativos fixos tangíveis


438 Depreciações acumuladas 153.337 €

Pelo reforço da provisão


69 Gastos e perdas de financiamento
6988 Outros 14.925 €

a 29 Provisões
295 Matérias ambientais 14.925 €

63

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Exercícios de Aplicação

Lançamentos em N+9:
Pela utilização da provisão
29 Provisões
295 Matérias ambientais 25.000 €

a 12 Depósitos à ordem 25.000 €

Pela reversão da provisão


29 Provisões
295 Matérias ambientais 5.000 €

a 763 Reversões de provisões


76 Matérias ambientais 5.000 €

64

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Plano da Sessão

2.17 – Subsídios do Governo

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Plano da Sessão

2.17 – Subsídios do Governo


2.17.1 - SNC modelo geral: mensuração reconhecimento e divulgação
2.17.1.1 – Mensuração
2.17.1.2 – Reconhecimento
2.17.1.2.1 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos
2.17.1.2.2 – Subsídios relacionados com rendimentos
2.17.1.2.3 – Subsídios não monetários
2.17.1.3 – Reembolso de Subsídios do Governo
2.17.1.4 – Divulgações
2.17.2 – NCRF-PE e NCRF-ME: mensuração reconhecimento e
divulgação

66

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1 – Mensuração, reconhecimento e divulgação

Esta norma tem por objetivo

prescrever os procedimentos que uma entidade


deve aplicar na contabilização e divulgação de
subsídios e apoios do Governo
(NCRF 22: §1)

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NCRF 22 – modelo geral

A NCRF 22 estabelece:

 Âmbito da sua aplicação

 Regras de apresentação dos subsídios

 Exigências de divulgação

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NCRF 22 – modelo geral

Esta Norma não trata:


 Os problemas especiais que surgem da contabilização dos
subsídios do Governo em demonstrações financeiras que reflitam
os efeitos das alterações de preços … ;

 O apoio do Governo que seja proporcionado a uma entidade na


forma de benefícios que ficam disponíveis ao determinar o
rendimento coletável … ;

 A participação do Governo na propriedade (capital) da entidade;

 Os subsídios do Governo cobertos pela NCRF 17 - Agricultura.

(NCRF 22, § 3)
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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.1 – Mensuração

Os subsídios do Governo são classificados de diversas


formas, sendo o tratamento contabilístico diferenciado
conforme o tipo de subsídio.

Os subsídios podem ser esquematicamente classificados


nos seguintes tipos:

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NCRF 22 – modelo geral

Subsídios
reembolsáveis
Tipos de Subsídios

Activos fixos
Relacionados tangíveis
com activos depreciáveis e
(ao investimento) intangíveis
amortizáveis

Subsídios não Activos fixos


monetários tangíveis não
Subsídios não depreciáveis e
reembolsáveis intangíveis não
amortizáveis

Relacionados
com
rendimentos
( à exploração)

Fonte: (Carvalho e Azevedo, 2010)


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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.2 – Reconhecimento

Relativamente ao reconhecimento inicial dos subsídios,


a NCRF 22 (§ 8) refere que os subsídios do Governo,
incluindo os não monetários pelo justo valor, só devem ser
reconhecidos após existir segurança de que:

a) a entidade cumprirá as condições a eles associadas; e

b) os subsídios serão recebidos.

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.2 – Reconhecimento

Um subsídio do Governo não é reconhecido, até que haja


segurança razoável de que a entidade cumprirá as condições
a ele associadas, e que o subsídio será recebido.

O recebimento de um subsídio não proporciona ele próprio


prova conclusiva de que as condições associadas ao subsídio
tenham sido ou serão cumpridas
(NCRF 22: §9)

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.2 – Reconhecimento

A maneira pela qual um subsídio é recebido não afeta o


método contabilístico a ser adotado com respeito ao subsídio.
Por conseguinte, um subsídio é contabilizado da mesma
maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como
redução de um passivo para com o Governo.
(NCRF 22: §10)

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.1 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos

Os Subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados


com ativos fixos tangíveis e intangíveis devem ser inicialmente
reconhecidos nos Capitais Próprios

subsequentemente

o tratamento dependerá do tipo de ativos a que o subsídio se


refere:
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
NCRF 22 – modelo geral

Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos

Referentes a ativos
fixos tangíveis Imputados numa base sistemática como
depreciáveis e rendimentos durante os períodos necessários
intangíveis com vida para balanceá-los com os gastos relacionados
útil definida que se pretende que eles compensem.

Referentes a ativos
fixos tangíveis não Mantidos nos Capitais Próprios, exceto se a
depreciáveis e respetiva quantia for necessária para
intangíveis com vida compensar qualquer perda por imparidade.
útil indefinida

Fonte: (Carvalho e Azevedo, 2010)


Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.1 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos

Os subsídios relacionados com ativos não depreciáveis,


os mesmos podem requerer o cumprimento de certas
obrigações.

Nestes casos, os subsídios serão reconhecidos como


rendimento durante os períodos que suportam o custo de
satisfazer as obrigações.
(NCRF 22: § 16)

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.1 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos

Exemplo:

Um subsídio para a aquisição de terrenos pode ser

condicionado pela construção de um edifício no local, podendo

ser apropriado reconhecê-lo como rendimento durante o

período de vida útil do edifício.

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NCRF 22 – modelo geral
Fonte: Adaptado de Gomes e Pires,
(2010: 604)
Subsídios do Governo não reembolsáveis
relacionados com ativos

Subsídios

Ativos Fixos Tangíveis Ativos Intangíveis

Depreciáveis Não depreciáveis Vida útil Vida útil


definida indefinida

Capital Próprio Capital Próprio

Imputação Compensação Imputação Compensação


sistemática a de perdas por sistemática a de perdas por
rendimentos imparidade rendimentos imparidade

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

No início de janeiro de N a empresa ArcoBela, Lda. adquiriu


uma máquina industrial por 650.000 €, para a qual obteve um
subsídio não reembolsável de 195.000 €.

Sabe-se que a máquina tem uma vida útil estimada de 10


anos e é depreciada usando o método da linha reta.

Pedido:

Registar as operações relativas a N, à luz da NCRF 22.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:
Janeiro do ano N
Pela aquisição da máquina
43 Ativos Fixos Tangíveis
433 Equipamento Básico
a 27 Outras Contas a Receber e a Pagar
271 Fornecedores de Investimentos
2711 Contas Gerais 650.000 €

Pelo recebimento do Subsídio


12 Depósitos à Ordem
a 59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios
5931 Não Reembolsável 195.000 €

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:
No final do ano N

Pela depreciação da máquina


64 Gastos de Depreciação e de Amortização
642 Ativos Fixos Tangíveis
a 43 Ativos Fixos Tangíveis
438 Depreciações Acumuladas 65.000 €*
(*) 650.000/10 = 65.000

O Subsídio como diz respeito a um ativo fixo tangível depreciável


deve ser imputado numa base sistemática como rendimentos
durante os períodos necessários para balanceá-lo com os gastos
relacionados que se pretende que ele compense.
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:

Resolução:

Assim, o registo contabilístico será:

Pela imputação do subsídio a rendimentos


59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios
5931 Não Reembolsável
a 78 Outros rendimentos e Ganhos
788 Outros
7883 Imputação de Subsídios para investimentos 19.500 €*
(*) 195.000/10 = 19.500

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.2 – Subsídios relacionados com rendimentos

Os subsídios do Governo relacionados com rendimentos (ou à


exploração) devem ser reconhecidos na DR

durante os períodos contabilísticos necessários para balanceá-


los com os gastos relacionados.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.2 – Subsídios relacionados com rendimentos

Os subsídios associados ao reconhecimento de gastos


específicos são reconhecidos

como rédito no mesmo período do gasto relacionado.

(NCRF 22, § 15)

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral

Subsídios relacionados com rendimentos

Gastos incorridos em
Reconhecer em rendimentos do período (conta 75).
períodos anteriores

Reconhecer a parte relacionada com os gastos já


Gastos parcialmente incorridos (período e anteriores) como rendimentos do
incorridos em períodos período (conta 75).
anteriores Reconhecer a parte dos gastos ainda não incorridos em
rendimentos a reconhecer (conta 282).

Gastos ainda não Registar em rendimentos a reconhecer (conta 282),


incorridos transferindo para resultados à medida da sua realização.

Fonte: (Carvalho e Azevedo, 2010)


Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:

A Empresa Mãos de Fada, Lda. recebeu um subsídio no


montante de 60.000 € para formação profissional. Um terço da
formação foi realizado no ano N-1, outro terço foi realizado no
corrente exercício e o último terço será realizado no próximo
exercício

Pedido:

Registar as operações enunciadas à luz da NCRF 22.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:

Como se trata de um subsídio referente a gastos já incorridos


e gastos a incorrer, teremos de reconhecer o valor do subsídio
recebido em:
 Reconhecer a parte relacionada com os gastos já incorridos
(período e períodos anteriores) como rendimentos do
período (conta 75).
 Reconhecer a parte dos gastos ainda não incorridos em
rendimentos a reconhecer (conta 282).

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:

Assim temos:

Pelo registo do subsídio:


12 Depósitos à Ordem 60.000 €
a 75 Subsídios à Exploração
751 Subsídios do estado e Outros Entes Públicos 40.000 €
a 28 Diferimentos
282 Rendimentos a Reconhecer 20.000 €

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NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.3 – Subsídios não monetários

Um subsídio do Governo pode tomar a forma de transferência


de um ativo não monetário, tal como terrenos ou outros
recursos, para uso da entidade.

Nestas circunstâncias é usual avaliar o justo valor do ativo


não monetário e contabilizar quer o subsídio quer o ativo
por esse justo valor.
(NCRF 22, § 21).

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NCRF 22 – modelo geral

Subsídios não monetários

Reconhecimento inicial do subsídio e do ativo pelo


justo valor. Caso o justo valor não possa ser fiavelmente
Subsídios determinado, o subsídio e o ativo são contabilizados pelo
não seu valor nominal.
Monetários
O subsídio é inicialmente reconhecido em Capitais
Próprios (conta 593) e, posteriormente, seguir o
tratamento dos subsídios para ativos.

Fonte: (Carvalho e Azevedo, 2010)

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

A Câmara Municipal de Castro Rude cedeu, no início do ano N,


um terreno à empresa TuboxPil, S.A., num parque industrial,
como forma de subsidiar a sua implementação no município.
A TuboxPil, S.A., pretende com este terreno construir um
pavilhão destinado à sua atividade laboral, tendo este um
período de vida útil de 50 anos.
Uma empresa vizinha adquiriu um terreno idêntico ao cedido à
TuboxPil, S.A., por 250.000 €.

Pedido:
Registar as operações relativas a N à luz da NCRF 22.
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:
Resolução:

No caso específico, a empresa TuboxPil, S.A., recebeu um


subsídio mediante a transferência de um ativo, o que significa
que o valor do subsídio será exatamente igual ao valor do ativo,
sendo o mesmo mensurado ao justo valor.
Sendo o justo valor do terreno de 250.000 € (valor do terreno
com idênticas condições), temos:
Pelo registo do Terreno:
43 Ativos Fixos Tangíveis
431 Terrenos e Recursos Naturais
a 59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios 250.000 €
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:
Resolução:

Como o subsídio é não reembolsável e está relacionado com

um ativo fixo tangível não depreciável, deve o mesmo ser

inicialmente reconhecido nos Capitais Próprios e,

subsequentemente, mantido nesta rubrica, exceto se a

respetiva quantia for necessária para compensar qualquer

perda por imparidade.


Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:
Resolução:

Contudo, como o terreno foi doado para a construção do

pavilhão e que este tem uma vida útil de 50 anos, vamos

imputar o valor do subsídio a rendimentos ao longo da vida útil

do referido pavilhão.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:
Resolução:

Assim, temos no final do ano N:

Pela e imputação do Subsídio a Rendimentos referente ao ano N:


59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios
a 78 Outros rendimentos e Ganhos
788 Outros
7883 Imputação de Subsídios para investimentos 5.000 €*
(*) 250.000 / 50 = 5.000 €

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.4 – Subsídios reembolsáveis

Os Subsídios do Governo reembolsáveis são


contabilizados como Passivos. No caso de estes subsídios se
destinarem a ativos e adquirirem a condição de não
reembolsáveis, deverão ser transferidos para Capitais
Próprios, de acordo com o tratamento já referido para os
subsídios do Governo não reembolsáveis.
(NCRF 22, § 13).

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


NCRF 22 – modelo geral
2.17.1.2.4 – Subsídios reembolsáveis

Um subsídio reembolsável não é mais do que um


financiamento obtido por parte do Governo, em geral, com
condições vantajosas como são o juro a uma taxa zero ou
bonificada, pelo que se enquadra no conceito de passivo
financeiro e, como tal, deverá se mensurado nos termos da
NCRF 27 – Instrumentos Financeiros.

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NCRF 22 – modelo geral

Subsídios reembolsáveis

Reconhecidos no passivo (ao custo ou custo


amortizado) (258).

Subsídios No caso de estes subsídios adquirirem a condição


Reembolsáveis de não reembolsáveis, deverão ser transferidos
para capitais próprios (593), de acordo com o
tratamento já referido para os subsídios do Governo
não reembolsáveis.

Fonte: (Carvalho e Azevedo, 2010)

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Exemplo:

A Empresa StorProf Lda. realizou, no início do ano N, um


investimento na aquisição de uma máquina industrial no valor
de 500.000€, com vida útil de 10 anos.

Para o efeito, recebeu um subsídio, no valor de 250.000 € sem


pagamento de juros e encargos e com amortizações
semestrais e postecipadas. O Subsídio tem o prazo de 6 anos
com 2 anos de carência.

Pedido:
Registar as operações relativas a N à luz da NCRF 22.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:
Resolução:

Como estamos perante um subsídio reembolsável, é


contabilizado como passivo – empréstimos obtidos.
Pela aquisição da máquina
43 Ativos Fixos Tangíveis
433 Equipamento Básico
a 27 Outras Contas a Receber e a Pagar
271 Fornecedores de Investimentos
2711 Contas Gerais 500.000 €
Pelo Recebimento do Subsídio
12 Depósitos à Ordem
a 25 Financiamentos Obtidos
258 Outros Financiadores 250.000 €

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Exemplo:
Resolução:

Pela depreciação da máquina no final do ano N:

Pela depreciação da máquina


64 Gastos de Depreciação e de Amortização
642 Ativos Fixos Tangíveis
a 43 Ativos Fixos Tangíveis
438 Depreciações Acumuladas 50.000 €*

(*) 500.000 / 10 = 50.000 €

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.3 – Reembolso de Subsídios do Governo

Um subsídio do Governo que se torne reembolsável deve

ser contabilizado como uma alteração de estimativa

contabilística (ver NCRF 4 - Políticas Contabilísticas,

Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros).

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.3 – Reembolso de Subsídios do Governo

O reembolso de um subsídio relacionado com rendimentos ou


relacionado com ativos deve ser aplicado em primeiro lugar em
contrapartida das componentes onde se encontrem refletidas as
importâncias ainda não imputadas como rendimento.

Na medida em que o reembolso exceda tais componentes, ou


quando estas não existam, o reembolso deve ser reconhecido
imediatamente como um gasto.
(NCRF 22, § 25)
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
NCRF 22 – modelo geral

Reembolso de subsídios do Governo


Débito da conta 593 - Subsídios;
Reembolso de Subsídios

Relacionados
com Se o reembolso exceder o saldo da conta 593 (ou
ativos este não existir), o reembolso será registado a
débito, ou da conta 296 (se existir) e/ou da conta
6888 – Outros não especificados.

Débito da conta 282 – Rendimentos a reconhecer


Relacionados
com  Se o reembolso exceder o saldo da conta 282 (ou
rendimentos este não existir), o reembolso será registado a
débito, ou da conta 296 (se existir) e/ou da conta
6888 – Outros não especificados.

Fonte: (Carvalho e Azevedo, 2010)

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.4 – Apoio do Governo

É considerado apoio do Governo a ação concebida pelo

Governo para proporcionar benefícios económicos específicos

a uma entidade, ou a uma categoria de entidades, que a eles

se propõem segundo certos critérios.

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.4 – Apoio do Governo

O apoio do Governo, não inclui os benefícios única e

indiretamente proporcionados através de ações que afetem as

condições comerciais gerais, tais como o fornecimento de

infraestruturas em áreas de desenvolvimento ou a imposição

de restrições comerciais sobre concorrentes.

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.4 – Apoio do Governo

Certas formas de apoio do Governo, que não possam ter um

valor razoavelmente atribuído, são excluídas da definição de

apoio do Governo, assim como as transações com o Governo

que não possam ser distinguidas das operações comerciais

normais da entidade
(NCRF 22, § 26).

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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.4 – Apoio do Governo

Os benefícios atribuídos que se enquadrem no conceito de

apoio do Governo não são, por regra, reconhecidos

contabilisticamente, devido, em especial, ao facto de serem

dificilmente quantificáveis e, como tal, não mensurados

fiavelmente.
(NCRF 22, § 31).
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NCRF 22 – modelo geral

2.17.1.5 – Divulgações
 A política contabilística adoptada para os subsídios do Governo,
incluindo os métodos de apresentação adoptados nas
demonstrações financeiras;
 A natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos
nas demonstrações financeiras e indicação de outras formas de
apoio do Governo de que a entidade tenha directamente
beneficiado; e
 Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao
apoio do Governo que tenham sido reconhecidas.
(NCRF 22, § 31)
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NCRF-PE e NCRF-ME

Tanto a NCRF-PE, como a NCRF-ME no que respeita aos

subsídios do Governo e divulgação de apoios do

Governo, contemplam no respetivo capítulo 14 o tratamento

contabilístico desta temática, o qual é muito similar ao da

NCRF 22.

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NCRF-PE e NCRF-ME

As únicas diferenças que poderemos aqui focar, prendem-se


com o menor desenvolvimento na redacção das políticas e
critérios de reconhecimento e de mensuração na NCRF-PE.

Um outro aspecto é o que se refere à exigência de


apresentação da compra de activos e do recebimento dos
subsídios, como itens separados na Demonstração de Fluxos de
Caixa.

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático I

A sociedade ChapaZar, Lda. concorreu a um subsídio governamental


que veio a receber no dia 1 de Julho do ano N. Esse subsídio
consistiu no recebimento de uma quinadeira utilizada na atividade
produtiva da entidade. O justo valor, naquela data, da quinadeira é
de 300.000 €, tendo-lhe sido atribuída uma vida útil de 20 anos.

Pedido:

Proceda ao registo contabilístico das operações descritas para o ano


N.
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Exercícios de Aplicação

Resolução:

De acordo com o § 8 da NCRF 22, os subsídios do Governo,


incluindo os subsídios não monetários pelo justo valor, só
devem ser reconhecidos após existir segurança de que:

– a entidade cumprirá as condições a eles associadas; e,

– os subsídios serão recebidos.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Como o Governo concedeu o subsídio mediante a atribuição


de um ativo, a quinadeira, aquele configura um subsídio não
monetário relacionado com ativos fixos tangíveis. Dado que o
justo valor da quinadeira foi fiavelmente determinado, e
ascende a 300.000 €, será esse o valor pelo qual, quer a
quinadeira, quer o correspondente subsídio, serão
reconhecidos.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

01/07/N – Pelo reconhecimento do ativo e do subsídio


43 Ativos Fixos Tangíveis
433 Equipamento básico
a 59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios 300.000 €

Posteriormente, o subsídio referente à quinadeira é imputado numa base


sistemática como rendimento durante os períodos necessários para
balanceá-lo com os gastos relacionados que se pretende que eles
compensem, ou seja, na proporção das correspondentes depreciações.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

À data do balanço do período N,

- Depreciação da quinadeira = [300.000 / 20 x (6 / 12)] = 7.500 €

31/12/N – Pela depreciação da quinadeira


64 Gastos de Depreciação e de Amortização
642 Ativos Fixos Tangíveis
a 43 Ativos Fixos Tangíveis
438 Depreciações Acumuladas 7.500 €

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

- Imputação proporcional do subsídio = [300.000 / 20 x (6 / 12)] = 7.500 €

31/12/N – Pelo reconhecimento parcial do subsídio em rendimentos


59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios
a 78 Outros Rendimentos e Ganhos
788 Outros
7883 Imputação de Subsídios para Investimentos 7.500 €

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático II

A sociedade EpsoCar, Lda., teve uma queda de 50% nas suas

vendas nos últimos 3 anos devido à crise financeira que se

instalou a nível mundial. Para fazer face à crise do setor, o

Governo concede subsídios reembolsáveis sem juro para

apoio à aquisição de equipamento básico.

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático II

A sociedade concorreu ao subsídio, tendo-lhe sido atribuído no


dia 1 de Junho. Nessa data a sociedade recebeu 450.000 € a
reembolsar em 4 prestações anuais e constantes.

Pedido:

Reconhecimento inicial do subsídio reembolsável.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Pelo exposto estamos perante um subsídio do Governo


reembolsável, pelo que será contabilizado como Passivo.

O subsídio reembolsável não é mais do que um financiamento


obtido, em geral, com condições vantajosas como são o juro a
uma taxa zero, pelo que se enquadra no conceito de passivo
financeiro e, como tal, deverá se mensurado nos termos da
NCRF 27 – Instrumentos Financeiros.
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Exercícios de Aplicação

Resolução:

01/06/N – Pelo recebimento de subsídio


12 Depósitos à Ordem
a 25 Financiamentos Obtidos
258 Outros Financiadores 450.000 €

A sociedade vai debitando em cada ano a conta 258 – Outros


Financiamentos por 37.500€, à medida que vai procedendo ao
reembolso do subsídio.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Cálculos:

Data Descrição Valor

1/06/N+1 1.º Reembolso 112.500€

1/06/N+2 2.º Reembolso 112.500€

1/06/N+3 3.º Reembolso 112.500€

1/06/N+4 4.º Reembolso 112.500€

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático III

A Sociedade AlfaLimas, S. A. adquiriu uma máquina de


limagem por 250.000€ no início do ano N, tendo recebido um
subsídio de 40%.

A vida útil estimada para o equipamento é de 10 anos, sendo


efetuada a depreciação do mesmo pelo método das quotas
constantes.

Pedido:

Como deve contabilizar esta operação.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

De acordo com o § 12 da NCRF 22, estamos perante um


subsídio do Governo não reembolsável relacionados com
ativos fixos tangíveis depreciáveis pelo que deve ser
inicialmente reconhecidos nos Capitais Próprios e,
subsequentemente imputado numa base sistemática como
rendimentos durante os períodos necessários para balanceá-lo
com os gastos relacionados que se pretende que ele
compense.
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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Desta forma, temos de efetuar a imputação dos subsídios a


rendimentos respeitando o pressuposto do acréscimo e não na
base dos respetivos recebimentos.

Assim, em termos de registo contabilístico vem:


Pelo reconhecimento do ativo
43 Ativos Fixos Tangíveis
433 Equipamento básico
a 12 Depósitos à Ordem 250.000 €

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Pelo reconhecimento do subsídio


12 Depósitos à Ordem
a 59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios 100.000 €

Pela depreciação da maquina


64 Gastos de Depreciação e de Amortização
642 Ativos Fixos Tangíveis
a 43 Ativos Fixos Tangíveis
438 Depreciações acumuladas 25.000 €*
(*) 250.000 € / 10 Anos = 25.000 €

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Pelo reconhecimento parcial do subsídio em rendimentos


59 Outras Variações no Capital Próprio
593 Subsídios
a 78 Outros Rendimentos e Ganhos
788 Outros
7883 Imputação de Subsídios para Investimentos 10.000 €*
(*) 25.000€ * 40% = 10.000 €

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Plano da Sessão

2.18 – Imposto sobre o Rendimento

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Plano da Sessão

2.18 – Imposto sobre o Rendimento


2.18.1 - SNC modelo geral: mensuração reconhecimento e divulgação
2.18.1.1 – Base Fiscal
2.18.1.2 – Mensuração
2.18.1.3 – Reconhecimento
2.18.1.4 – Divulgações
2.17.2 – NCRF-PE e NCRF-ME: mensuração reconhecimento e
divulgação

130

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

De acordo com Ribeiro e Sousa (2009), a contabilização dos


impostos sobre o rendimento das sociedades, insere-se no
âmbito da problemática contabilístico-fiscal e constitui um
dos casos a que se convencionou chamar, tratamento de
operações complexas.

Resultado contabilístico
Divergências entre:
Resultado fiscal

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Impostos diferidos

É uma matéria complexa, com conceitos e


perspetivas diferentes, que para se compreender é
absolutamente necessário:

“Aprender a pensar em termos de impostos diferidos”

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Problemática

Resultado Princípios
Contabilístico Contabilísticos

Lucro Regras
Tributável Fiscais

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Resultado Líquido do Exercício


+ Variações patrimoniais positivas
- Variações patrimoniais negativas

+/- Correções fiscais

= Lucro Tributável

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Lucro Tributável

- Prejuízos fiscais

- Benefícios fiscais

= Matéria coletável

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Existência de divergências entre:

A forma de reconhecimento e valorização de ativos, passivos,


rendimentos e gastos de acordo com as normas contabilísticas
e a legislação fiscal aplicável.

As Diferenças podem ser de dois tipos:

 Diferenças Definitivas
 Diferenças Temporárias

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Diferenças definitivas:

 não são suscetíveis de compensação noutros períodos;

 não decorram de reavaliações;

 não constituem compensação de períodos anteriores.

(sem relação, em termos de compensação, com períodos


anteriores ou posteriores).

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

1) Gastos e rendimentos incluídos no resultado


contabilístico mas não no lucro tributável;

2) Gastos e rendimentos incluídos no lucro tributável mas não


no resultado contabilístico; e

3) Outras variações patrimoniais que por força da


legislação fiscal devem ser reconhecidas como
integrantes desse mesmo resultado fiscal.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Provenientes de:

1) Gastos e rendimentos incluídos no resultado contabilístico


mas não no lucro tributável

Exemplos:

Multas, coimas e outros encargos pela prática de infrações, de


qualquer natureza, que não tenham origem contratual,
incluindo os juros compensatórios, mais-valias ou menos-
valias contabilísticas.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Provenientes de:

2) Gastos e rendimentos incluídos no lucro tributável mas não no


resultado contabilístico

Exemplos:

Donativos ao Estado e a outras entidades, dedutíveis em


percentagem superior ao seu valor contabilístico.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Provenientes de:

3) Outras variações patrimoniais que por força da legislação


fiscal devem ser reconhecidas como integrantes desse
mesmo resultado fiscal.

Exemplos:

Regularizações positivas ou negativas relativas à


correção de erros fundamentais, gratificações atribuídas a
titulo de participação nos resultados.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Conceitos:

 Base tributável/fiscal de ativos ou passivos – valor atribuído


para efeitos de tributação, quando o ativo for realizado (pelo
uso ou pela alienação), ou o passivo for liquidado.

 Valor contabilístico de ativos ou passivos – quantia por que


se espera realizar o ativo, ou pagar o passivo, e pela qual ele
se encontra contabilizado.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Diferenças temporárias:
As que são suscetíveis de compensação em períodos futuros
entre valores contabilísticos dos ativos e passivos e a sua base
tributável, incluindo as diferenças entre resultados fiscais e os
contabilísticos que têm origem num período e que sejam
revertidas num ou mais períodos subsequentes.
As diferenças temporárias podem ser:
 Tributáveis
 Dedutíveis
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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Diferenças temporárias tributáveis

São as diferenças temporárias de que resultam quantias


tributáveis na determinação do resultado fiscal de períodos
futuros, quando os correspondentes ativos ou passivos se
extinguirem.

Diferenças Passivos por


temporárias impostos
tributáveis diferidos

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

1) Rendimentos tributados após terem sido reconhecidos no


resultado contabilístico.

Exemplo:

Utilização do método da percentagem de acabamento nas


atividades de caráter plurianual, no caso da percentagem de
acabamento ser superior à percentagem de faturação.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

2) Gastos dedutíveis antes de terem sido reconhecidos como


tal no resultado contabilístico.

Exemplo:

A depreciação de um ativo que pode ser acelerada para efeitos


fiscais, mantém-se constante em termos contabilísticos. O valor
contabilístico do ativo será superior à sua base tributável,
dando origem a uma diferença temporária tributável.
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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

3) Ativos com valor contabilístico superior à sua base tributável


ou passivos com valor contabilístico inferior à sua base
tributável.

Exemplo:

Reavaliação dos ativos (com aumento do seu valor


contabilístico), não existindo qualquer ajustamento equivalente
a nível fiscal.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Diferenças temporárias dedutíveis

- São as diferenças temporárias de que resultam importâncias


que sejam dedutíveis na determinação do resultado fiscal de
períodos futuros, quando os respetivos ativos ou passivos se
extinguirem.

Diferenças Ativos por


temporárias impostos
dedutíveis diferidos

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

1) Rendimentos tributados antes de terem sido reconhecidos no


resultado contabilístico.

Exemplo:

Vendas de bens expedidos sob condições de instalação,


montagem e inspeção; lucros tributáveis imputados por CAE.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

2) Gastos dedutíveis depois de terem sido reconhecidos no


resultado contabilístico

Exemplo:

Provisão para garantias pós-venda; Em geral


provisões/ajustamentos não dedutíveis ou excessivas.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Podem ser provenientes de:

3) Ativos com valor contabilístico inferior à sua base tributável

ou passivos com valor superior à sua base tributável.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Esquematicamente:

Sinal Descrição
+/- Resultado contabilístico
+/- Diferenças definitivas
= Resultado contabilístico ajustado
(base do imposto do período)

+/- Diferenças temporárias


= Resultado fiscal
(base do imposto a pagar)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

Impostos diferidos
V.C. > V.F. V.C.< V.F.

ATIVOS Imposto diferido Imposto diferido


passivo ativo
PASSIVOS Imposto diferido Imposto diferido
ativo passivo

V.C. => valor contabilístico; V.F. => valor fiscal

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1 – Mensuração, reconhecimento e divulgação

Objetivo: prescrever o tratamento contabilístico dos impostos


sobre o rendimento e em especial no que respeita a:

 recuperação futura (liquidação) da quantia escriturada de


ativos (passivos) que sejam reconhecidos no balanço de
uma entidade; e
 transações e outros acontecimentos do período corrente
que sejam reconhecidos nas demonstrações financeiras
de uma entidade.
(NCRF 22: §1)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1 – Mensuração, reconhecimento e divulgação

Esta Norma não trata:

 dos métodos de contabilização dos subsídios do


Governo (NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do
Governo e Divulgação de Apoios do Governo), ou

 de créditos fiscais ao investimento.


(NCRF 22: §4)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.1 – Base Fiscal

Base fiscal de um ativo

é a quantia que será dedutível para finalidades fiscais

contra quaisquer benefícios económicos tributáveis que

fluirão para uma entidade quando ela recupere a quantia

escriturada do ativo.
(NCRF 22: §7)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.1 – Base Fiscal

Base fiscal de um passivo

é a quantia escriturada, menos qualquer quantia que será

dedutível para finalidades fiscais com respeito a esse

passivo em períodos futuros.


(NCRF 22: §8)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.2 – Mensuração

Os ativos e passivos por impostos correntes dos períodos


correntes e anteriores devem ser mensurados pela quantia
que se espera que seja paga (recuperada de) às autoridades
fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à
data do balanço .

(NCRF 22: §43)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.2 – Mensuração

Os ativos e passivos por impostos diferidos devem ser


mensurados pelas taxas fiscais que se espera que sejam de
aplicar no período quando seja realizado o ativo ou seja
liquidado o passivo, com base nas taxas fiscais (e leis fiscais)
que estejam aprovadas à data do balanço.

(NCRF 22: §44)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.2 – Mensuração

As diferenças temporárias são determinadas por referência à


quantia escriturada de um ativo ou um passivo.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.3 – Reconhecimento

A contabilização dos efeitos de impostos correntes e

diferidos de uma transação ou de outro acontecimento é

consistente com a contabilização da transação ou do

próprio acontecimento.
(NCRF 25, § 51)

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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.1 – Reconhecimento de passivos por impostos


correntes e de ativos por impostos correntes

 Os impostos correntes para períodos correntes e


anteriores devem, na medida em que não estejam pagos,
ser reconhecidos como passivos.

 Se a quantia já paga com respeito a períodos correntes e


anteriores exceder a quantia devida para esses períodos,
o excesso deve ser reconhecido como um ativo.
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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.3.1 – Reconhecimento de passivos por impostos


correntes e de ativos por impostos correntes

Os impostos correntes para períodos correntes e anteriores


devem, na medida em que não estejam pagos, ser
reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga com
respeito a períodos correntes e anteriores exceder a quantia
devida para esses períodos, o excesso deve ser
reconhecido como um ativo.
(NCRF 25, § 12)
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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.3.1 – Reconhecimento de passivos por impostos


correntes e de ativos por impostos correntes

O benefício relacionado com uma perda fiscal que possa ser

reportada para recuperar impostos correntes de um

período anterior deve ser reconhecido como um ativo .


(NCRF 25, § 12)

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.3.1 – Reconhecimento de passivos por impostos


correntes e de ativos por impostos correntes

Quando uma perda fiscal for usada para recuperar


impostos correntes de um período anterior, uma
entidade reconhece o benefício como um ativo do
período em que a perda fiscal ocorra porque é provável
que o benefício fluirá para a entidade e que o benefício
pode ser fiavelmente mensurado .
(NCRF 25, § 12)
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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos

 Passivo por imposto diferido - são as quantias de


imposto sobre o rendimento, pagáveis em períodos futuros
com respeito a diferenças temporárias tributáveis.

 Ativo por imposto diferido - são as quantias de imposto


sobre o rendimento, recuperável em períodos futuros.

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Imposto s/ Rendimento – modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos

Um passivo por impostos diferidos deve ser reconhecido para


todas as diferenças temporárias tributáveis, exceto até ao ponto
em que esse passivo por impostos diferidos resultar do:
 o reconhecimento inicial do goodwill, ou:
 o reconhecimento inicial de um ativo ou passivo numa transação
que:
(i) não seja uma concentração de atividades empresariais; e

(ii) não afete, no momento da transação, nem o lucro


contabilístico nem o lucro tributável (perda fiscal).
(NCRF 25, § 15)

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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos
Pressupostos de reconhecimento de ativos por impostos
diferidos:
 Expectativa da entidade ter lucros tributáveis futuros
suficientes;
 Existência de diferenças temporárias tributáveis em
montante igual ou superior;
 Prazo da reversão das diferenças temporárias tributáveis
igual ao da reversão das diferenças temporárias
dedutíveis.
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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos

Exemplo: Reconhecer um ativo por impostos diferidos relativo a:

 Prejuízos fiscais a deduzir a lucros futuros, ou


 Créditos fiscais, com dedução diferida para períodos
seguintes.

Se expectativas fundamentadas de obtenção de lucros tributáveis


ou
Se existir quantia > diferenças temporárias tributáveis
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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos
Deve-se reconhecer um ativo por impostos diferidos para toda as
diferenças temporárias dedutíveis, exceto quando provenham de:
 Trespasse (Goodwill) negativo tratado como proveito
diferido;
 Reconhecimento inicial de um ativo ou passivo que:
 Não seja uma concentração de empresas, e
 No momento da transação, não afete nem o resultado
contabilístico nem o resultado fiscal.

Se expectativa de existência de lucros fiscais no futuro


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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos
Independentemente da expectativa, reconhecer ativos por impostos
diferidos quando simultaneamente existirem passivos por impostos
diferidos decorrentes de diferenças temporárias tributáveis cuja
reversão se preveja tenha lugar:
 No mesmo período fiscal em que se preveja a reversão dos
ativos por impostos diferidos, ou
 Em períodos em que uma perda fiscal, decorrente de um ativo
por impostos diferidos, possa ser compensada com ganhos
posteriores.

Reconhecer ativo até ao limite dos passivos por impostos diferidos


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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos

Na data de encerramento das contas

Reapreciação de todas as situações em que não se


reconhecem ativos por impostos diferidos

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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.2 – Reconhecimento de passivos por impostos


diferidos e de ativos por impostos diferidos

Deve-se reconhecer um passivo por impostos diferidos para todas


as diferenças temporárias tributárias, exceto:

 reconhecimento inicial de Goodwill; ou


 reconhecimento inicial de um ativo ou passivo numa
transação que:
 Não seja uma concentração de empresas, e
 No momento da transação, não afete nem o resultado
contabilístico nem o resultado fiscal.
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Exemplo:

Em 01/01/N, a empresa “M” subscreveu e realizou uma


participação de 30% no capital da sociedade “F”, constituída com
um capital social de 10.000;

Em 31/12/N, a sociedade “F” apurou um lucro de 800 e no


decorrer do ano N+1 distribuiu dividendos no montante de 300.

Em 31/12/N+1, a sociedade “F” obteve um prejuízo de 400.

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Exemplo:

Pedido:

Admitindo que os dividendos estão sujeitos a tributação e o efeito


de impostos diferidos com base numa taxa de imposto sobre o
rendimento é de 25%, proceda à contabilização dos fatos
descritos considerando a hipótese da sociedade “M” contabilizar
as participações financeiras pelo método da equivalência
patrimonial.

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Exemplo:

Resolução:

Ano N:

Pela Subscrição
41 Investimentos Financeiros
411 Investimentos em Subsidiárias
4111 Método da equivalência Patrimonial
a 12 Depósitos à Ordem 3.000 €*
(*) 10.000 x 30 % = 3.000 €

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Exemplo:
Resolução:
Pelo Registo da quota parte do lucro
41 Investimentos Financeiros
411 Investimentos em Subsidiárias
4111 Método da equivalência Patrimonial
a 78 Outros Rendimentos e Ganhos
785 Rendimentos e Ganhos em Subsidiárias, Associadas…
7851 Método da equivalência Patrimonial 240 €*
(*) 800 x 30 % = 240 €

Pelo Registo do Passivo por Impostos Diferidos


81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido
a 27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2742 Passivos por Impostos Diferidos 60 €*
(*) 240 x 25 % = 60 €
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Exemplo:

Resolução:

Ano N+1:

Pelo Recebimento dos Dividendos


12 Depósitos à Ordem
a 41 Investimentos Financeiros
411 Investimentos em Subsidiárias
4111 Método da equivalência Patrimonial 90 €*
(*) 300 x 30 % = 90 €

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Exemplo:

Resolução:

Pelo Registo dos Impostos Diferidos


27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2742 Passivos por Impostos Diferidos 22,50 €
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 22,50 €*
(*) 90 x 25 % = 22,50 €

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:
Pelo Registo da Quota Parte do Prejuízo
68 Outros Gastos e Perdas
685 Gastos e Perdas em Subsidiárias, Associadas…
6852 Método da Equivalência Patrimonial
a 41 Investimentos Financeiros
411 Investimentos em Subsidiárias
4111 Método da equivalência Patrimonial 120 €*
(*) 400 x 30 % = 120 €
Pelo Registo dos Impostos Diferidos
27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 30 €
(*) 120 x 25 % = 30 €
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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.3 – Reconhecimento de imposto corrente diferido


Os impostos correntes e diferidos devem ser reconhecidos como
um rendimento ou como um gasto e incluídos no resultado líquido
do período, exceto até ao ponto em que o imposto provenha de
(NCRF 25, § 52):

 uma transação ou acontecimento que seja reconhecido, no


mesmo ou num diferente período, diretamente no capital
próprio; ou

 uma concentração de atividades empresariais).


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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.3 – Reconhecimento de imposto corrente diferido

A quantia escriturada dos ativos e passivos por impostos diferidos


pode alterar-se mesmo se não houver alteração na quantia das
diferenças temporárias relacionadas. Isto pode resultar de

 uma alteração nas taxas de tributação ou leis fiscais;

 uma reavaliação da recuperabilidade de ativos por impostos


diferidos; ou

 uma alteração da maneira esperada de recuperação de um

ativo. (NCRF 25, § 54)


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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.3 – Reconhecimento de imposto corrente diferido

O imposto diferido resultante é reconhecido na

demonstração dos resultados, exceto até ao ponto que

ele se relacione com itens previamente debitadas ou

creditadas ao capital próprio.

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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.3.3 – Reconhecimento de imposto corrente diferido

O imposto corrente ou imposto diferido deve ser debitado

ou creditado diretamente ao capital próprio se o imposto

se relacionar com itens que sejam creditados ou debitados,

no mesmo ou num diferente período, diretamente ao

capital próprio.
(NCRF 25, § 55)

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Exemplo:

Considere os seguintes elementos da empresa ORTIVOUGA,


S.A. relativos ao ano N:

a) Foi reconhecida uma perda por imparidade em dívidas a


receber no valor de 1.000 €, correspondente a 100% da
dívida de um cliente em mora há 7 meses.

b) Foram incorridas e contabilizadas em gastos, multas no


valor de 100 €, por violação do Código da Estrada.

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Exemplo:

c) Foram registadas em gastos do período despesas


confidenciais de 400 €.

d) Após o cálculo da depreciação do período de N, foi


efetuada uma revalorização permitida legalmente, pela
aplicação do coeficiente de 1,5 a um conjunto de máquinas
cujo custo de aquisição foi de 30.000 €. Estas máquinas
são depreciadas à taxa anual de 10% (aceite fiscalmente),
ascendendo as depreciações acumuladas em N a 12.000 €.

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Pedido:
Supondo que a taxa de IRC é de 25%, proceda aos registos
contabilísticos que considere pertinentes em N e N+1, de
modo a relevar os efeitos tributários das operações
apresentadas, sabendo que o Resultado Antes de Impostos é
de 4.000 € em N e de 6.000 € em N+1.

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Exemplo:

Resolução:

a)Art. 36.º CIRC - Perdas por imparidade em créditos as


perdas por imparidade em créditos não são aceites na totalidade
no momento em que são reconhecidas contabilisticamente como
gasto do período:
valor aceite em N: 25% x 1.000 = 250 €
valor não aceite = 750 €
Está-se, assim, perante uma diferença temporária de 750 €, a
qual dá origem a um Ativo por Impostos Diferidos = 750 € x 25%
= 187,5 €.
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:

Resolução:
b)Multas - Art. 45.º do CIRC - Encargos não dedutíveis para
efeitos fiscais:

1 - Não são dedutíveis para efeitos da determinação do lucro


tributável os seguintes encargos, mesmo quando contabilizados
como gastos do período de tributação: ….
d) As multas, coimas ….
Assim, os gastos contabilísticos nunca serão aceites fiscalmente,
pelo que estamos perante uma diferença permanente, a qual não
dá origem a impostos diferidos.
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Exemplo:

Resolução:

c)Despesas confidenciais - Art. 88.º do CIRC


1 - As despesas não documentadas são tributadas
autonomamente, à taxa de 50%, sem prejuízo da sua não
consideração como gastos nos termos do art.º 23.º do CIRC.
As despesas confidenciais, reconhecidas contabilisticamente
como gastos, nunca são aceites fiscalmente, pelo que estamos
perante uma diferença permanente.
Acresce, neste caso, que estas despesas estão sujeitas a uma
tributação autónoma de 50% (400 x 50% = 200 €).

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Exemplo:

Resolução:

d)Revalorizações ao abrigo de diplomas de carácter fiscal


- 15.º do DR n.º 25/2009

2 - a) Não é aceite como gasto, para efeitos fiscais, o


produto de 0,4 pela importância do aumento das
depreciações resultantes dessas reavaliações;

o excesso de depreciação não é totalmente aceite como custo


fiscal, ou seja, 40% não é aceite fiscalmente.

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Exemplo:

Resolução:

Cálculos:
Depreciação antes da revalorização (até N) = 10% x 30.000 = 3.000 €
Depreciação após a revalorização (N+1 e ss.)
 Custo de aquisição reavaliado = 30.000 x 1,5 = 45.000 €
 Depreciações acumuladas reavaliadas = 12.000 x 1,5 = 18.000 €
Quota anual de depreciação (N+1 e ss.) = (45.000 – 18.000) / (10 -
4) = 4.500 € (ou 45.000 x 10%)
Excesso de depreciação anual não aceite = (4.500 – 3.000) x 40%
= 600 (ACRESCER)

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Exemplo:

Resolução:

Determinação do Passivo por Impostos Diferidos (PID) a


reconhecer em N
Base Contabilística (BC) = 27.000 € (= 30.000 € x 1,5 - 12.000 € x 1,5)

Base Tributável (BT) = 23.400€ [= (Anterior quota de depreciação +


excesso depreciação aceite fiscalmente) x 6] = [3.000 + (4.500-3.000) x
60%] x 6

Diferença temporária tributável = 3.600 € (corresponde ao excesso de


revalorização não aceite: 9.000 € x 40%)

PID = Diferença temporária tributável x Taxa IRC = 3.600 x 25 % = 900 €

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:
Imposto corrente de N:

Ano N
R.A.I. + 4.000
Ajustamento de dívidas a receber + 750
Multas + 100
Despesas Confidenciais + 400
Lucro Tributável = Matéria coletável + 5.250
Taxa de IRC 25 %
Coleta + 1.312,5
Tributação Autónoma + 200
Imposto corrente de N + 1.512,5
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:
Resolução:
Registos Contabilísticos:
Pelo reconhecimento do AID – Perdas por imparidade em créditos
27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 187,50 €

Pelo reconhecimento do PID – Revalorização do AFT


58 Excedentes de Revalorização de AFT e AI
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais
5812 Impostos Diferidos
a 27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2742 Passivos por Impostos Diferidos 900 €
Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015
Exemplo:

Resolução:

Pelo reconhecimento do imposto Corrente de N


81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido
a 24 Estado e Outros Entes Públicos
Imposto Sobre o rendimento 1.512,5 €

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Exemplo:

Resolução:

Imposto Corrente de N+1:

Ajustamento de dívidas a receber – reversão AID

Ano N+1
R.A.I. + 6.000
Imparidade de dívidas a receber - 500
Excesso de depreciações não aceite + 600
Lucro Tributável = Matéria coletável + 6.100
Taxa de IRC 25 %
Coleta = Imposto corrente + 1.525

Revisão das Normas Contabilísticas © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS, 2015


Exemplo:

Resolução:

Uma entidade reconhece ativos por impostos diferidos


somente quando for provável que lucros tributáveis estarão
disponíveis, contra os quais as diferenças temporárias
dedutíveis possam ser utilizadas (§ 27 da NCRF 25).

Em N só foi aceite 25%, tendo sido acrescido, para efeitos de


determinação do lucro tributável, 75% do valor da dívida.

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Exemplo:

Resolução:

Deste modo, em N+1, mantendo-se a dívida em mora, há que


deduzir o montante que passou a ser fiscalmente aceite (75%
- 25%), ou seja, 50% x 1.000 = 500 €. Este facto resulta numa
diminuição do Ativo por Impostos Diferidos:

Reversão de AID = 500 x 25% = 125 €

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Exemplo:

Resolução:

Registos contabilísticos em N+1:


Pela Reversão do AID – Perdas por imparidade em créditos
81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido
a 27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos 125 €
Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e de amortização
624 Ativos Fixos Tangíveis
a 43 Ativos Fixos Tangíveis
438 Depreciação Acumulada 4.500 €

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Exemplo:

Resolução:
Pelo excedente de Revalorização – Realização parcial antes de imposto
58 Excedentes de Revalorização de AFT e AI
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais
5811 Antes de Imposto sobre o Rendimento
a 56 Resultados Transitados 1.500 €*
(*) 9.000 € / 6 anos = 1.500 €

Pelo excedente de Revalorização – Realização parcial do PID


56 Resultados Transitados
a 58 Excedentes de Revalorização de AFT e AI
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais
5812 Impostos Diferidos 150 €*
(*) (4.500 € - 3.000 €) x 40% x 25% = 600 x 25 % = 150 € (ou 900 € / 6 = 150 €)

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Exemplo:

Resolução:
Pela Reversão do PID – Excedente de Revalorização
27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2742 Passivos por Impostos Diferidos
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 150 €

Pelo reconhecimento do imposto Corrente de N+1


81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8121 Imposto Estimado para o Período
a 24 Estado e Outros Entes Públicos
241 Imposto Sobre o rendimento 1.525 €

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Imposto s/ Rendimento: modelo geral

2.18.1.4 – Divulgações

As divulgações exigidas pela NCRF 25 são relativamente

extensas e têm como objetivo facultar informação acerca da

relação entre o resultado contabilístico antes de impostos e

o resultado influenciado por esses mesmos impostos.

Podem consultar no ponto 2.18.1.4 as referidas divulgações.

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NCRF-PE e NCRF-ME

2.18.2 – mensuração, reconhecimento e divulgação

De acordo com o estipulado no capítulo 16 da NCRF-PE e

da NCRF-ME, o tratamento contabilístico dos impostos

sobre o rendimento é, salvo disposição específica, o

método do imposto a pagar.

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NCRF-PE e NCRF-ME

2.18.2 – mensuração, reconhecimento e divulgação

Os impostos correntes para períodos correntes e anteriores


devem, na medida em que não estejam pagos, ser
reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga com
respeito a períodos correntes e anteriores exceder a quantia
devida para esses períodos, o excesso deve ser
reconhecido como um ativo.
(NCRF-PE e NCRF-ME, § 16.3).

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NCRF-PE e NCRF-ME

2.18.2 – mensuração, reconhecimento e divulgação

A sua mensuração é efetuada pela quantia que se

espera que seja paga (recuperada de) às autoridades

fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas

à data do balanço.

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NCRF-PE e NCRF-ME

2.18.2 – mensuração, reconhecimento e divulgação

A contabilização dos efeitos de impostos correntes de

uma transação ou de outro acontecimento é consistente

com a contabilização da transação ou do próprio

acontecimento.

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NCRF-PE e NCRF-ME

2.18.2 – mensuração, reconhecimento e divulgação

Por sua vez a NCRF-ME refere no seu § 16.5 que as


quantias de imposto sobre o rendimento relacionadas
com as transações correntes ou com acontecimentos
geradores de imposto no período devem ser
contabilizadas como um gasto a afetar os resultados
do período.

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático I

A empresa AGRAS DO NORTE, S.A. evidencia, relativamente ao


período N, o resultado antes de impostos e o lucro tributável que a
seguir se apresentam:

Resultado antes de impostos 42.000 €


A acrescer:
Indemnizações por eventos seguráveis 3.500 €
A deduzir:
Reversão de perdas por imparidade de
Investimentos financeiros 1.750 €
Lucro tributável 43.750 €
Taxa de IRC 25%
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Exercícios de Aplicação

Pedido:

Sabendo que a sociedade reconheceu, em N, 1.750 € a título

de Provisões para garantias a clientes, contabilize o imposto

sobre o rendimento tendo por base a informação apresentada.

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Pela Reversão do AID – Perdas por Imparidade em Investimentos Financeiros


81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido
a 27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos 437,5 €*

(*) 1.750 € x 25% = 437,5 €

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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Pela Reversão do AID – Perdas por Imparidade em Investimentos Financeiros


81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido
a 24 Estado e Outros Entes Públicos
241 Imposto Sobre o Rendimento 10.937,5 €*
(*) 43.750 € x 25% = 10.937,5 €

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Exercícios de Aplicação

Caso Prático II

A MakinCostura, Lda. é uma entidade que se dedica à


fabricação de máquinas de costura.

No ano N, esta vendeu 2.000 máquinas, pelo valor unitário de


12.000 €, concedendo um período de garantia a clientes de 2
anos.

A entidade estimou que os custos totais de reparação, que se


espera que ocorram dentro do período da garantia, ascendem
a 180.000 €.
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Exercícios de Aplicação

Relativamente aos custos das reparações efetuadas sobre


aquelas máquinas em N+1 sabe-se que estas ascenderam a
120.000€ e que, da revisão das estimativas efetuadas à data
do balanço de N+1, espera-se que os dispêndios ainda a
incorrer até ao final do período da garantia daquelas 2.000
máquinas se cifrem nos 200.000€.

Pedido:

Proceda aos registos contabilísticos para o ano N e N+1.


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Exercícios de Aplicação

Resolução:

Neste exercício estamos perante o reconhecimento inicial

de provisões – Provisão para garantias a clientes, assim

como o uso de provisões – Alterações em provisões.

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Exercícios de Aplicação

Dados:

Período da garantia: 2 anos;

Ano em que o rédito da venda das máquinas, sobre as quais foi


concedido o período de garantia, foi reconhecido: ano N;

Dispêndio total inicialmente estimado para as reparações:


180.000€.

Antes de passarmos para a resolução prática do exercício, temos


de verificar se estão ou não reunidas a 31/12/N, todas as
condições para o reconhecimento de uma provisão para garantias
a clientes.
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Exercícios de Aplicação

Do enunciado retiramos que:

 Existe um acontecimento passado (a venda das máquinas de costura)


que gera uma obrigação presente de natureza legal, porquanto a
MakinCostura, Lda. está legalmente obrigada a conceder um período
mínimo de garantia de 2 anos.

 É provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios


económicos seja necessário para liquidar a obrigação. De facto, é
normal, no processo de venda e pós venda de produtos os clientes
reclamarem e solicitarem a reparação e/ou devolução dos produtos
quando estes estão no período de garantia.
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Exercícios de Aplicação

 Existe uma estimativa fiável da quantia da obrigação presente. Para a


mensuração das garantias a clientes, regra geral, a estimativa é
efetuada tendo por base o historial da empresa no que respeita a
reparações efetuadas no âmbito de garantias, procurando-se determinar
uma taxa média desses gastos sobre o volume de vendas dos produtos
objeto de garantia. No caso concreto, já nos é facultada a quantia
inicialmente estimada dos gastos futuros para o período da garantia, que
ascende a 180.000€.

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Exercícios de Aplicação

Logo, concluímos que estão cumpridos os critérios de reconhecimento


de uma provisão, neste caso concreto para garantias a clientes.

Por outro lado, e quanto ao momento do reconhecimento desta


obrigação, nos termos do § 19 da NCRF 20 – Rédito, os gastos,
incluindo os relativos a garantias a serem incorridas após a expedição
dos bens, devem ser reconhecidos no mesmo do período do respetivo
rédito.

Assim, o gasto da provisão deve ser reconhecido no ano da alienação


dos bens objeto de garantia, ou seja, no ano N.

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Exercícios de Aplicação

31/12/N – Pelo Reconhecimento da provisão para garantias a clientes


67 Provisões do Período
672 Garantias a Clientes
a 29 Provisões
292 Garantias a Clientes 180.000 €

31/12/N – Pelo reconhecimento do imposto diferido


27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 45.000 €*
(*) 180.000 € x 25% = 45.000 €

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Exercícios de Aplicação

Durante o ano N+1 – uso da provisão para garantias a


clientes

De acordo com o parágrafo 60 da NCRF 21, uma provisão só


deve ser usada para os dispêndios relativos aos quais a
provisão foi originalmente reconhecida.

As subcontas da conta 29 – provisões, devem ser utilizadas


diretamente pelos dispêndios para que foram reconhecidas,
sem prejuízo das reversões a que haja lugar (Nota de
enquadramento à conta 29).

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Exercícios de Aplicação

No caso concreto, os gastos com as reparações efetuadas no


âmbito da garantia a clientes ascenderam, durante o ano N+1,
a 120.000€.

31/12/N+1 – Pelo uso parcial da provisão para garantias a clientes


29 Provisões
292 Garantias a Clientes
a 12 Depósitos à Ordem 120.000 €

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Exercícios de Aplicação

31/12/N+1 – Pelo reconhecimento da reversão do imposto diferido


a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido
27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos 30.000 €*

(*) 120.000 € x 25% = 30.000 €

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Exercícios de Aplicação

31/12/N+1 – Alterações em provisões:


As provisões devem ser revistas à data de cada Balanço e
ajustadas para refletir a melhor estimativa.

Revisão da estimativa da provisão em 31/12/N+1:

- Montante da provisão por utilizar = 180.000€ - 120.000€ = 60.000€;


- Gastos estimados a incorrer em N+2 = 200.000€;
- Reforço da provisão = 200.000€ - 60.000€ = 140.000€.

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Exercícios de Aplicação

31/12/N+1 – Pelo Reforço da provisão para garantias a clientes


67 Provisões do Período
672 Garantias a Clientes
a 29 Provisões
292 Garantias a Clientes 140.000 €

31/12/N+1 – Pelo reconhecimento do imposto diferido


27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 35.000 €*
(*) 140.000 € x 25% = 35.000 €

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OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO!

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Revisão das Normas Contabilísticas
PER 0115

Graça Azevedo e Jonas Oliveira

Outubro de 2015

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