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2015

PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA E RESPOSTA À


OCORRÊNCIA DE MICROCEFALIA RELACIONADA À
INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA

Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Versão 1.2
Ministério da Saúde

Secretaria de Vigilância em Saúde

PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA E RESPOSTA À


OCORRÊNCIA DE MICROCEFALIA RELACIONADA À
INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA

Brasília – DF

Versão 1.2

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 2 | 70


GOVERNO FEDERAL
MINISTÉRIO DA SAÚDE

Marcelo Costa e Castro

Ministro da Saúde

José Agenor Álvares da Silva

Secretário Executivo

Antônio Carlos Figueiredo Nardi

Secretário de Vigilância em Saúde

Alberto Beltrame

Secretário de Atenção à Saúde

Eduardo de Azeredo Costa

Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

Lenir dos Santos

Secretária de Gestão Estratégica e Participativa

Antônio Alves De Souza

Secretário Especial de Saúde Indígena

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 3 | 70


Elaboração, distribuição e informações
2015 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da licença CreativeCommons – Atribuição – Não Comercial – Sem
Derivações 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a
fonte.
Tiragem: 1ª edição – 2015 – versão eletrônica

Elaboração, distribuição e informações


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
Coordenação-Geral do Programa de Controle da Dengue
Setor Comercial Sul–Quadra 4 Bloco A, 1º andar
CEP: 70.340-000 – Brasília/DF
Site: <www.saude.gov.br/svs>
E-mail: coes.microcefalias@saude.gov.br

Ministro da Saúde: Marcelo Castro


Secretário de Vigilância em Saúde: Antônio Nardi

Produção
Núcleo de Comunicação/SVS

Organização
Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques – SVS/MS Mariana Pastorello Verotti – SVS/MS
Giovanini Evelim Coelho – SVS/MS Wanderson Kleber de Oliveira – SVS/MS
Giovanny Vinícius Araújo de França – SVS/MS Wanessa Tenório Gonçalves Holanda De Oliveira – SVS/MS
Lívia Carla Vinhal – SVS/MS

Especialistas colaboradores
Adolfo Wenjaw Liao - USP Demócrito Miranda Filho – UPE Marly Cordeiro - Fiocruz/Ageu Magalhães
Adriana Oliveira Melo – IPPJAN/PB Enrique Vasquez- OPAS/BR Mônica Coentro Moraes – IMIP/PE
Akemi Suzuki - IAL/SP Expedito Albuquerque Luna - USP Paulo Germano de Frias - IMIP
Amílcar Tanuri - UFRJ George Santiago Dimech – SES/PE Pedro Fernando Vasconcelos – IEC/PA
Ana Maria Bispo de Filippis – Fiocruz/RJ Hélio Hehl Caiaffa Filho- IAL/SP Rafael Dhália - Fiocruz/Ageu Magalhães
Ana Van Der Linden – IMIP/PE João Bosco Siqueira Júnior – UFG Rafael França - Fiocruz/Ageu Magalhães
Anastácio Queiroz – UFCE Joelma Queiroz Andrade - USP Raimunda Socorro da S. Azevedo – IEC/PA
Carlois de Albuquerque e Melo – OPAS/BR Kleber Giovanni Luz – UFRN Regina Coeli Ferreira Ramos - UPE
Carlos Alexandre Brito - UFPE Laura Rodrigues – London School Ricardo Arraes Ximenes - UFPE
Carolina Alves Pinto Basto – IMIP/PE Lavínia Schuler-Faccini - SBGM Rodrigo G. Stabeli – Fiocruz/RJ
Celina Maria Turchi Martelli - Fiocruz Luciana Albuquerque Bezerra – SES/PE Rodrigo Nogueira Angerami - Unicamp
Claudia Duarte dos Santos – Fiocruz/PR Marcelo Nascimento Burattini - USP Romildo Siqueira de Assunção – SES/PE
Consuelo Oliveira – IEC/PA Marco Aurélio Horta – Fiocruz/RJ Suely Guerreiro Rodrigues – IEC/PA
Danielle Di Cavalcanti Cruz – IMIP Maria Ângela Wanderley Rocha - UPE Thalia Velho Barreto de Araujo - UFPE
Daphne Rattner – UnB Maria da Glória Teixeira – ISC/UFBA Vanessa Van der Linden – IMIP/PE

Colaboradores
Alexander Vargas – SVS/MS Gabriela Andrade de Carvalho – SVS/MS Maria Luiza Lawinsky Lodi – SVS/MS
Alexandre Fonseca Santos – SVS/MS Greice Madeleine do Carmo – SVS/MS Marília Lavocat Nunes – SVS/MS
Amanda De Sousa Delacio – SVS/MS Isabela Ornelas Pereira – SVS/MS Marly Maria Lopes Veiga – SVS/MS
Andrea Fernandes Dias – SVS/MS Isis Polianna Silva Ferreira – SVS/MS Matheus de Paula Cerroni – SVS/MS
Carla Domingues – SVS/MS Jadher Percio – SVS/MS Patricia Miyuki Ohara – SVS/MS
Cid Santos – SVS/MS Jaqueline Martins – SVS/MS Paula Maria Raia Eliazar – SVS/MS
Dácio de Lyra Neto – SVS/MS João Roberto C. Sampaio – SVS/MS Priscila Bochi – SVS/MS
Daniel Coradi de Freitas - ANVISA José Manoel de Souza Marques – SAS/MS Priscila Leal Leite – SVS/MS
Diana Oliveira – SAS/MS Juliana Souza da Silva – SVS/MS Rayana Castro da Paz – SVS/MS
Eduardo Hage Carmo - Anvisa Lucia Berto – SVS/MS Robson Bruniera de Oliveira – SVS/MS
Eduardo Saad – SVS/MS Marcelo Yoshito Wada – SVS/MS Suely Nilsa Sousa Esashika– SVS/MS
Elisete Duarte – SVS/MS Márcia Dieckmann Turcato – SVS/MS Synara Cordeiro – SVS/MS
Elizabeth David Santos – SVS/MS Marcus Quito – SVS/MS Tatiana F Portal – SVS/MS
Fabiana Malapina – SVS/MS Maria de Fatima Marinho – SVS/MS
Flávia Caselli Pacheco – SVS/MS Maria Inêz por Deus Gadelha – SAS/MS

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Revisão técnica
Antônio Carlos Figueiredo Nardi Marcos da Silveira Franco
Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques Wanderson Kleber de Oliveira
Giovanini Evelim Coelho

Agradecimentos
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa  Estudo Colaborativo Latino-Americano de Malformações
 Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Congênitas – Eclamc
Estaduais e Municipais (CIEVS - SES e SMS)  Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
 Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz  Instituto Evandro Chagas – IEC/SVS-PA
 Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde -  Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do
Conasems Adolescente Fernandes Figueira – IFF/Fiocruz
 Conselho Nacional de Secretários de Saúde - Conass  Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS
 Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública –  Secretaria Executiva – SE/MS
CGLAB/SVS-MS  Secretarias Estaduais de Saúde - SES
 Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências  Secretarias Municipais de Saúde - SMS
em Saúde Pública – CGVR/SVS-MS  Sociedade Brasileira de Genética Médica – SBGM
 Coordenação Geral do Programa de Controle de Dengue,
Chikungunya e Zika vírus – CGPNCD/SVS-MS

Editora responsável
MINISTÉRIO DA SAÚDE SIA, Trecho 4, lotes 540/610
Secretaria-Executiva CEP: 71.200-040 – Brasília/DF
Subsecretaria de Assuntos Administrativos Tels.: (61) 3315-7790 / 3315-7794
Coordenação-Geral de Documentação e Informação Site: <http://editora.saude.gov.br>
Coordenação de Gestão Editorial E-mail: <editora.ms@saude.gov.br>

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
55p. : il.
Modo de acesso: www.saude.gov.br/svs
ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x
1. Vírus Zika. 2. Plano. 3. Vigilância. I. Título.
CDU 616-002.5
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2014/0138

Títulos para indexação


Em inglês: Protocol for surveillance and response to the occurrence of microcephaly related to Zika virus infection
Em espanhol: Protocolo de vigilancia y respuesta a la ocurrencia de casos de microcefalia relacionada con la infección por el virus Zika
Sumário
Abreviaturas e siglas ____________________________________________________________________ 9
Apresentação _________________________________________________________________________ 10
Características gerais ___________________________________________________________________ 12
Descrição _____________________________________________________________________________________ 12
Microcefalia ___________________________________________________________________________________________ 12
Infecção pelo vírus Zika __________________________________________________________________________________ 13
Etiologia _____________________________________________________________________________________ 15
Microcefalia ___________________________________________________________________________________________ 15
Infecção pelo vírus Zika __________________________________________________________________________________ 17
Transmissão __________________________________________________________________________________ 18
Microcefalia ___________________________________________________________________________________________ 18
Infecção pelo vírus Zika __________________________________________________________________________________ 18
Suscetibilidade ________________________________________________________________________________ 18
Microcefalia ___________________________________________________________________________________________ 18
Infecção pelo vírus Zika __________________________________________________________________________________ 18

Manifestações clínicas __________________________________________________________________________ 19


Microcefalia ___________________________________________________________________________________________ 19
Infecção pelo vírus Zika __________________________________________________________________________________ 19

Tratamento ___________________________________________________________________________________ 21
Microcefalia ___________________________________________________________________________________________ 21
Infecção pelo vírus Zika __________________________________________________________________________________ 21

Vigilância epidemiológica _______________________________________________________________ 21


Objetivos _____________________________________________________________________________________ 21
Definições de casos ____________________________________________________________________ 22
Notificação ___________________________________________________________________________ 25
Registro de Eventos de Saúde Pública Referente às Microcefalias ______________________________________ 25
Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) __________________________________________________ 26
Declaração de Nascido Vivo ______________________________________________________________________________ 26
Análise dos dados do RESP-Microcefalia ___________________________________________________________ 28
Prevalência ___________________________________________________________________________________________ 28
Acesso à base de dados do RESP __________________________________________________________________________ 28

Investigação laboratorial _______________________________________________________________ 29


Diagnóstico Inespecífico ________________________________________________________________________ 29
Diagnóstico específico __________________________________________________________________________ 29
Instruções para coleta e encaminhamento de amostras para Diagnóstico Laboratorial _____________________ 30
Para diagnóstico sorológico ______________________________________________________________________________ 31
Para diagnóstico por RT-PCR (Reação da transcriptase reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase) _____________ 32
Instruções para coleta e encaminhamento de amostras para Diagnóstico Laboratorial (por RT-PCR e isolamento viral) de
Natimorto suspeito de Microcefalia ________________________________________________________________________ 33

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Instruções para coleta e encaminhamento de amostras para Diagnóstico Laboratorial (Histopatológico e Imuno-histoquímica)
de Natimorto suspeito de Microcefalia _____________________________________________________________________ 33
Sorologia e RT-PCR em tempo real – gestante sem exantema com feto com microcefalia ___________________ 34
Instruções para Teste Sorológico de gestantes e recém-nascidos com suspeita de infecção pelo vírus Zika _______________ 34
Instruções para teste de Biologia Molecular (RT-PCR) de gestantes e recém-nascidos com suspeita de infecção pelo vírus Zika
_____________________________________________________________________________________________________ 35
Algoritmo laboratorial para amostras suspeitas de Microcefalia _________________________________________________ 36
Quadro síntese de definições de casos suspeitos e tipo de exames. _____________________________________ 37
Investigação epidemiológica _____________________________________________________________ 39
Objetivos da Investigação Epidemiológica __________________________________________________________ 39
Geral ________________________________________________________________________________________________ 39
Específicos ____________________________________________________________________________________________ 39

Roteiro da investigação _________________________________________________________________________ 39


Entrevistas com as gestantes/puérperas ___________________________________________________________ 39
Monitoramento e Análise dos Dados ______________________________________________________ 40
Requisitos para acesso ao painel de monitoramento do RESP (Monitor RESP) ____________________________ 40
Acesso à internet_______________________________________________________________________________________ 40
Estação de trabalho ____________________________________________________________________________________ 40
Programas ____________________________________________________________________________________________ 40
Navegadores de internet ________________________________________________________________________________ 40

Medidas de prevenção e controle _________________________________________________________ 41


Manejo Integrado de Vetores (MIV) _______________________________________________________________ 41
Medidas de prevenção pessoal ___________________________________________________________________ 42
Sobre as vacinas incluídas no Calendário Nacional de Imunização ________________________________________________ 43
Sobre o uso de repelentes de inseto durante a gravidez _______________________________________________________ 44
Uso de repelentes ambientais para controle do mosquito da dengue e orientações sobre sua utilização por grávidas ______ 45
Educação em saúde, comunicação e mobilização social _______________________________________________ 46
Referências ___________________________________________________________________________ 47
Anexos ______________________________________________________________________________ 49
Anexo 1. Curvas de crescimento de Fenton para crianças (pré-termo) ___________________________________ 49
Anexo 4. Tabela de referência OMS simplificada, para medida do perímetro cefálico (em centímetros) de
meninos do nascimento até 2 anos de idade, por desvio padrão em relação. _____________________________ 50
Anexo 5. Formulário do RESP para impressão _______________________________________________________ 53
Anexo 6. Acesso ao Monitor RESP ________________________________________________________________ 55
Tela de entrada no Monitor RESP __________________________________________________________________________ 55
Acesso aos Dados ______________________________________________________________________________________ 55
Módulo I – Relatórios Compartilhados ______________________________________________________________________ 56

Anexo 7. Questionário de investigação para microcefalia _____________________________________________ 61

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Abreviaturas e siglas
AIH Autorização de Internação Hospitalar
CDC/EUA Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos da América
CDC/Europa Centro de Prevenção e Controle de Doenças da União Europeia
CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde -
Décima Revisão
CIEVS Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde
DATASUS Departamento de Informática do SUS
ESPII Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
ESPIN Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
RESP Registro de Eventos em Saúde Pública
RSI Regulamento Sanitário Internacional
SAS Secretaria de Atenção à Saúde
SIH Sistema de Informação Hospitalar
SIM Sistema de Informação de Mortalidade
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SINASC Sistema de Informação de Nascidos Vivos
SNC Sistema Nervoso Central
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde

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Apresentação
Este protocolo tem como objetivo prover a profissionais de saúde e áreas técnicas de vigilância em
saúde informações gerais, orientações técnicas e diretrizes relacionadas às ações de vigilância das
microcefalias em todo território nacional.

Deve ser ressaltado que as informações e recomendações aqui presentes e agora divulgadas foram
fundamentadas e estabelecidas a partir das discussões conduzidas entre áreas técnicas do Ministério da
Saúde do Brasil e especialistas de diversas áreas da medicina, epidemiologia, estatística, geografia e
laboratório, além de representantes das Secretarias de Saúde de Estados e Municípios afetados.

O Sistema Único de Saúde (SUS) concluiu a primeira etapa para elucidação desse evento, com
investigações realizadas desde outubro, quando o Ministério da Saúde recebeu as primeiras notificações da
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, até 28 de novembro de 2015, quando o Ministério da
Saúde reconheceu a relação entre a presença do vírus e a ocorrência de microcefalias e óbitos.

Esse reconhecimento é inédito na literatura nacional e internacional e só foi possível pelo empenho
de médicos, pesquisadores e instituições de todo o Brasil que se uniram em prol de um objetivo comum
que é a elucidação da causa da ocorrência dessas microcefalias.

Até o momento, foram consolidadas algumas importantes evidências que sustentam a decisão do
Ministério da Saúde no reconhecimento desta relação, como:

 Constatação de que os padrões de distribuição dos casos suspeitos de microcefalia pós-


infecciosa apresentam características de dispersão e não indicam concentração espacial;
 Constatação de que os primeiros meses de gestação das mulheres com crianças microcefálicas
correspondem ao período de maior circulação do vírus Zika na região Nordeste;
 Constatação, após investigação epidemiológica de prontuários e entrevistas com mais de 60
gestantes, que referiram doença exantemática na gestação e cujas crianças com microcefalia,
sem histórico de doença genética na família e/ou exames de imagem sugestivo de processo
infeccioso;
 Constatação de alteração no padrão de ocorrência de microcefalias no SINASC (Sistema de
Informação de Nascidos Vivos), apresentando um claro excesso no número de casos em várias
partes do Nordeste;
 Observações de especialistas em diversas áreas da medicina (infectologia, pediatria,
neuropediatria, ginecologia, genética, etc.) de que há alteração no padrão clínico individual
desses casos que apresentam características de comprometimento do Sistema Nervoso
Central, similar às infecções congênitas por arbovírus em animais, como descrito na literatura;
 Evidência na literatura de que o vírus Zika é neurotrópico, demostrado em modelo animal e
pelo aumento na frequência de quadros neurológicos relatados na Polinésia Francesa e no
Brasil após infecção por Zika e confirmado em Pernambuco, após isolamento do vírus em
paciente com síndrome neurológica aguda;
 Identificação de casos de microcefalia também na Polinésia Francesa após notificação do Brasil
à Organização Mundial da Saúde;

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 Constatação da relação de infecção pelo vírus Zika com quadros graves e óbitos a partir da
identificação de casos que evoluíram para óbito em estados diferentes e ambos com
identificação do RNA viral do Zika e resultados negativos para os demais vírus conhecidos,
como dengue, chikungunya entre outros;
 Identificação do vírus Zika em líquido amniótico de duas gestantes cujo feto apresentava
microcefalia, no interior da Paraíba;
 Identificação de óbitos de recém-nascidos com malformações e padrão sugestivo de infecção
no estado do Rio Grande do Norte e outros Estados;
 Identificação de recém-nascido, no estado do Ceará, com diagnóstico de microcefalia durante a
gestação e resultado positivo para o vírus Zika, tendo evoluído para óbito nos primeiros 5
minutos de vida.

Sabe-se que as malformações congênitas, dentre elas a microcefalia, têm etiologia complexa e
multifatorial, podendo ocorrer em decorrência de processos infecciosos durante a gestação. As evidências
disponíveis até o momento indicam fortemente que o vírus Zika está relacionado à ocorrência de
microcefalias. No entanto, não há como afirmar que a presença do vírus Zika durante a gestação leva,
inevitavelmente, ao desenvolvimento de microcefalia no feto. A exemplo de outras infecções congênitas, o
desenvolvimento dessas anomalias depende de diferentes fatores, que podem estar relacionados a carga
viral, fatores do hospedeiro, momento da infecção ou presença de outros fatores e condições
desconhecidos até o momento. Por isso, é fundamental continuar os estudos para descrever melhor a
história natural dessa doença.

Diante dessas evidências, esta é a principal hipótese e todos os esforços estão sendo feitos para
esclarecer essa situação, com mais fatos científicos que sustentem essa associação entre a infecção pelo
vírus Zika e a ocorrência de microcefalia pós infecciosa. Para isso, o Ministério da Saúde e as Secretarias de
Saúde dos Estados e Municípios contam com o apoio das instituições e especialistas nacionais, além da
participação direta da Rede Mundial de Alerta e Resposta aos Surtos da Organização Mundial da Saúde
(OMS), denominada GOARN (Global Outbreak Alert and Response Network). Esta rede coordenada pela
OMS é composta por especialistas de vários países e instituições, como o Centro de Prevenção e Controle
de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC/EUA).

Tendo em vista as várias lacunas ainda existentes no conhecimento acerca da infecção pelo vírus
Zika, sua patogenicidade, as características clínicas e potenciais complicações decorrentes da infecção
causada por esse agente, deve ser ressaltado que as informações e recomendações agora divulgadas são
passíveis de revisão e mudanças frente às eventuais incorporações de novos conhecimentos e outras
evidências, bem como da necessidade de adequações das ações de vigilância em cenários epidemiológicos
futuros. Para isso, solicitamos o apoio e empenho de todos os profissionais e instituições de saúde para que
notifiquem toda situação que se enquadrar nas definições de casos vigentes, assim como algum fato não
descrito que julgue relevante a ser considerado pela saúde pública.

Secretaria de Vigilância em Saúde

Ministério da Saúde

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Características gerais
Descrição
Microcefalia

As microcefalias, como as demais anomalias congênitas, são definidas como alterações de estrutura
ou função do corpo que estão presentes ao nascimento e são de origem pré-natal (1). Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS) e literatura científica internacional, a microcefalia é uma anomalia
em que o Perímetro Cefálico (PC) é menor que dois (2) ou mais desvios-padrão (DP) do que a referência
para o sexo, a idade ou tempo de gestação (1–7). A medida do PC é um dado clínico fundamental no
atendimento pediátrico, pois pode constituir-se na base do diagnóstico de um grande número de doenças
neurológicas e para isso os médicos e outros profissionais de saúde devem estar familiarizados com as
doenças mais frequentes que produzem a microcefalia e devem conhecer os padrões de normalidade para
o crescimento do crânio (3).

Em 22 de outubro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco notificou e solicitou apoio


do Ministério da Saúde para complementar as investigações iniciais de 26 casos de microcefalia, recebida
de diversos serviços de saúde nas semanas anteriores à notificação. Por se tratar de evento raro e
comparando com o perfil clínico e epidemiológico dessa doença no Estado, concluiu-se que se tratava de
evento de importância para a saúde pública estadual. Desde então, o Ministério da Saúde apoiou e
continua apoiando as investigações em Pernambuco e nos demais Estados da Região Nordeste, tendo
notificado a OMS em 23 de outubro de 2015, conforme fluxo do Regulamento Sanitário Internacional (RSI)
(8). Naquele momento, uma das principais hipóteses sob investigação era a infecção pelo vírus Zika,
potencializando a ocorrência de microcefalias e das demais causas conhecidas como outras infecções virais,
exposição a produtos físicos, químicos ou fatores genéticos.

Em 24 de novembro de 2015, foi publicada a “Avaliação Rápida de Risco – Microcefalia no Brasil


potencialmente relacionada à epidemia de vírus Zika”, realizada pelo Centro de Controle de Doenças da
União Europeia (ECDC). Neste documento, é relatado que a Polinésia Francesa notificou um aumento
incomum de pelo menos 17 casos de malformações do Sistema Nervoso Central em fetos e recém-nascidos
durante 2014-2015, coincidindo com o Surto de Zika vírus nas ilhas da Polinésia Francesa. Nenhuma das
gestantes relataram sinais de infecção pelo vírus Zika, mas em quatro testadas foram encontrados
anticorpos (IgG) para flavivírus em sorologia, sugerindo infecção assintomática. Do mesmo modo que no
Brasil, as autoridades de saúde da Polinésia Francesa também acreditam que o vírus Zika pode estar
associado às anomalias congênitas, caso as gestantes estivessem infectadas durante o primeiro ou segundo
trimestre de gestação (9).

Em 28 de novembro de 2015, com base nos resultados preliminares das investigações clínicas,
epidemiológicas e laboratoriais, além identificação do vírus em líquido amniótico de duas gestantes da
Paraíba com histórico de doença exantemática durante a gestação e fetos com microcefalia, identificação
de vírus Zika em tecido de recém-nascido com microcefalia que evoluiu para óbito no estado do Ceará, o
Ministério da Saúde reconheceu a relação entre o aumento na prevalência de microcefalias no Brasil com a
infecção pelo vírus Zika durante a gestação (8,10). No dia seguinte, 29 de outubro, mudou a classificação

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desse evento, no âmbito do RSI, para potencial Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
(ESPII) (8).

Infecção pelo vírus Zika

O vírus Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após
detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda
(11,12).

O Ministério da Saúde começou a receber notificações e monitorar casos de doença exantemática


sem causa definida na Região Nordeste a partir do final do mês de fevereiro de 2015, com relato de casos
nos estados da Bahia, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba, todos os casos
apresentando evolução benigna com regressão espontânea, mesmo sem intervenção clínica, com mais de
6.800 casos identificados até aquele momento (13). Em 29 de abril, pesquisadores da Universidade Federal
da Bahia anunciam a identificação do vírus Zika (14,15). Seguindo o fluxo de investigação laboratorial, os
achados foram validados pelo Laboratório de Referência Nacional para arbovírus, Instituto Evandro Chagas,
no estado do Pará, em 14 de maio de 2015 (16).

Embora a primeira evidência de infecção humana pelo vírus Zika tenha ocorrido em 1952, a
comunidade internacional somente passou a reconhecer o potencial epidêmico do vírus Zika a partir de
2005 e principalmente após o surto de 2007 na Oceania – Figura 1 (11,17,18).

Figura 1. Distribuição dos vírus Zika e Chikungunya antes de 2005 e sua expansão no mundo e na Oceania,
entre 2005 e 2015.

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No Brasil, a circulação de Zika vírus foi confirmada por meio de exames laboratoriais, em 18 unidades
da federação, distribuídas nas cinco regiões do país (Figura 4) - (19).

Figura 4 – Unidades da Federação com confirmação laboratorial de Zika vírus. Brasil, 2015.

Fonte: Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue (CGPNCD/DEVIT/SVS). Dados atualizados em 21/11/2015.

É impossível conhecer o número real de infecções pelo vírus Zika, pois é uma doença em que cerca
de 80% dos casos infectados não irão manifestar sinais ou sintomas da doença e grande parte dos doentes
não irá procurar serviços de saúde, dificultando ainda mais o conhecimento da magnitude dessa doença.
Além disso, até o momento não há teste sorológico (IgM e IgG) em qualidade e quantidade disponível,
restringindo-se apenas na identificação do vírus por isolamento ou PCR (Reação de cadeia de polimerase)
no quadro agudo da doença.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 14 | 70


Considerando todas as limitações, estimou-se o número de casos de infeções pelo vírus Zika a
partir dos casos descartados para dengue e projeção com base na literatura internacional. Deste modo, a
estimativa de casos de infecção pelo vírus Zika no Brasil, para 2015, possa estar entre 497.593 a 1.482.701
casos, considerando apenas os Estados com circulação autóctone do vírus Zika, confirmada por laboratório
de referência (Tabela 1). É importante destacar que a maior parte desses casos não irá procurar os serviços
médicos por apresentar quadro assintomático ou oligosintomáticos. Projeções mais precisas estão sendo
realizadas por institutos de pesquisa brasileiros.

Tabela 1 – Projeção de infecções pelo vírus Zika em estados com confirmação laboratorial para 2015.

Estimativas de infecções pelo Estimativas de infecções


Unidade vírus zika Unidade pelo vírus zika
Federada Limite Limite Federada Limite Limite
inferior superior inferior superior
Alagoas 4.023 29.066 Paraná 42.008 97.118
Amazonas 3.119 34.264 Pernambuco 34.579 81.303
Bahia 19.216 132.274 Piauí 3.237 27.875
Ceará 38.485 77.469 Rio de Janeiro 15.918 143.985
Espírito Santo 6.481 34.190 Rio Grande do Norte 4.761 29.947
Maranhão 1.481 60.067 Rondônia 2.911 15.383
Mato Grosso 8.202 28.410 Roraima 1.450 4.399
Pará 6.357 71.400 São Paulo 236.494 386.249
Paraíba 6.013 34.558 Tocantins 8.767 13.182
Brasil 443.502 1.301.140
Obs.: Os parâmetros utilizados para essa estimativa foram os casos descartados de dengue para o limite inferior e as proporções de
casos ocorridos na Polinésia Francesa com base na população de cada estado. Esses valores servem apenas para a reflexão sobre o
potencial de dispersão desse vírus que possui mais de 80% dos casos assintomáticos ou oligosintomáticos.

Etiologia
Microcefalia

A malformação congênita, dentre elas a microcefalia, têm etiologia complexa e multifatorial,


envolvendo fatores genéticos e ambientais, algumas das causas mais comuns estão descritas na Tabela 2.

A identificação da microcefalia se dá principalmente pela medição do Perímetro Cefálico (PC),


procedimento comum no acompanhamento clínico do recém-nascido, visando à identificação de doenças
neurológicas (2).

A medição do perímetro cefálico é feita com fita métrica não-extensível, na altura das arcadas
supraorbitárias, anteriormente, e da maior proeminência do osso occipital, posteriormente. Os valores
obtidos devem ser registrados em gráficos de crescimento craniano, o que permite a construção da curva
de cada criança e a comparação com os valores de referência. Mudanças súbitas no padrão de crescimento
e valores anormalmente pequenos para a idade e o peso (menor que dois desvios-padrão) devem ser
investigados. A medida do PC é importante nos primeiros dois anos de vida, refletindo, até certo ponto, o
crescimento cerebral (2).

Tabela 2. Etiologias mais comuns para ocorrência de microcefalia (congênita e pós-parto)

CONGÊNITA PÓS-PARTO
Genética Genética

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 15 | 70


Adquirida Adquirida

Traumas disruptivos Traumas disruptivos (como AVC);


Acidente Vascular Cerebral hemorrágico Lesão traumática no cérebro
Infecções Infecções
Sífilis Meningites
Toxoplasmose Encefalites
Rubéola Encefalopatia congênita pelo HIV
Citomegalovírus
Herpes simples
HIV
Outros vírus
Teratógeno Toxinas
Álcool Intoxicação por cobre
Radiação Falência renal crônica
Diabetes materna mal controlada
Fonte: adaptado de Practice parameter: Evaluation of the child with microcephaly (an evidence-based review):
report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology and the Practice Committee
of the Child Neurology Society. Neurology [Internet]. 2009 Sep 15 [cited 2015 Dec 6];73(11):887–97. Disponível em:
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2744281&tool=pmcentrez&rendertype=abstract

A microcefalia relacionada ao vírus Zika é uma doença nova que está sendo descrita pela primeira vez na
história e com base no surto que está ocorrendo no Brasil (20). No entanto, caracteriza-se pela ocorrência
de microcefalia com ou sem outras alterações no Sistema Nervoso Central (SNC) em crianças cuja mãe
tenha histórico de infecção pelo vírus Zika na gestação.

Apesar de o período embrionário ser considerado o de maior risco para múltiplas complicações
decorrentes de processo infeccioso, sabe-se que o sistema nervoso central permanece suscetível a
complicações durante toda a gestação (Figura 1). Assim, o perfil de gravidade das complicações da infecção
pelo vírus Zika na gestação dependerá de um conjunto de fatores, tais como: estágio de desenvolvimento
do concepto, relação dose-resposta, genótipo materno-fetal e mecanismo patogênico específico de cada
agente etiológico.

Figura 1 – Período de formação de órgãos e sistemas durante a gestação

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 16 | 70


Fonte: Manual de Obstetrícia de Williams - Complicações na Gestação - 23ª Ed. (2014)

Infecção pelo vírus Zika

O vírus Zika é um arbovírus do gênero Flavivírus, família Flaviviridae, cuja possível associação com a
ocorrência de microcefalia não havia sido identificada anteriormente. Até o momento, são conhecidas e
descritas duas linhagens do vírus Zika, uma africana e outra asiática (11,12). Esta última é a linhagem
identificada no Brasil e estudos publicados em 25 de novembro de 2015 indicam adaptação genética da
linhagem asiática (21).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 17 | 70


Transmissão
Microcefalia

A microcefalia não é uma doença transmissível. Sua ocorrência está relacionada a exposição a fatores
biológicos, químicos, físicos e genéticos (1,3,6).

Infecção pelo vírus Zika

O modo mais importante de transmissão do vírus Zika é por meio da picada do mosquito Aedes
aegypti, mesmo transmissor da dengue e chikungunya e o principal vetor urbano das três doenças (12,17).
O Aedes albopictus também apresenta potencial de transmissão do vírus Zika e, devido a ampla
distribuição, o combate ao vetor se configura a principal arma com a disseminação dessas doenças (12). Em
relação às demais vias de transmissão, a identificação do vírus em líquido amniótico é que tem a maior
importância devido ao risco de dano ao embrião.

A identificação do vírus na urina, leite materno, saliva e sêmen pode ter efeito prático apenas no
diagnóstico da doença. Por isso, não significa que essas vias sejam importantes para a transmissão do vírus
para outra pessoa. Estudos realizados na Polinésia Francesa não identificaram a replicação do vírus em
amostras do leite, indicando a presença de fragmentos do vírus que não seriam capazes de produzir
doença. No caso de identificação no sêmen, ocorreu apenas um caso descrito nos Estados Unidos da
América e a doença não pode ser classificada como sexualmente transmissível, e também não há descrição
de transmissão por saliva (10,22–24).

Suscetibilidade
Microcefalia

A microcefalia é um evento raro. Segundo Ashwal e colaboradores, se considerarmos que o


perímetro cefálico seja normalmente distribuído, significa que 2,3% das crianças poderiam ser classificadas
como microcefálicas. No entanto, estimativas publicadas para perímetro cefálico menor que dois (2)
desvios-padrão ao nascimento são muito baixos, entre 0,54-0,56%. A diferença pode ser explicada por uma
distribuição não-normal, desenvolvimento pós-natal de microcefalia, ou averiguação incompleta (5–7). Os
casos greves de microcefalia podem ser esperados em 0,1% das crianças e 0,14% dos neonatos, assumindo
distribuição normal (7).

Infecção pelo vírus Zika

Considerando que o vírus Zika possa ter sido introduzido no Brasil a partir da segunda metade de
2014 e ocasionando uma nova doença por não ter circulado anteriormente no país, considera-se que a
maior parte da população brasileira seja suscetível à infecção e não possua imunidade natural contra o
vírus Zika. Além disso, ainda não há vacina para prevenir contra infecção pelo vírus Zika. Até o momento,
não há evidência de que a imunidade conferida pela infecção natural do vírus Zika seja permanente. Afeta
todos os grupos etários e ambos os sexos.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 18 | 70


Manifestações clínicas
Microcefalia

A microcefalia pode ser acompanhada de epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento


no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição (7). Mais detalhes
podem ser obtidos no “Protocolo de atenção e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à
infecção pelo vírus zika”.

Infecção pelo vírus Zika

A infecção pelo vírus Zika, à luz do conhecimento atual, é uma doença febril aguda, autolimitada na
maioria dos casos e que, via de regra, não vinha sendo associada a complicações e que leva a uma baixa
taxa de hospitalização (17,25).

De modo geral, estima-se que apenas 20%, cerca 2 em cada 10, das pessoas infectadas com o vírus
Zika ficarão doentes, sendo a infecção assintomática mais frequente (17,25).

Desde que começou a circular no Brasil os especialistas observaram que o padrão da doença é
caracterizado por febre baixa (menor do que 38,5 oC) ou sem febre, durando cerca de 1 a 2 dias,
acompanhada de exantemas no primeiro ou segundo dia, dor muscular leve, dor nas articulações de
intensidade leve a moderada, frequente observação de edema nas articulações de intensidade leve,
prurido e conjuntivite não purulenta em grande parte dos casos – Tabela 3 (15).

Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem excepcionalmente evoluir para
óbito, como identificado no mês de novembro de 2015 pela primeira vez na história (10). Essas descrições
estão em fase de caracterização e publicação pelas Universidades Federais do Rio Grande do Norte e de
Pernambuco.

Os sinais e sintomas ocasionados pelo vírus Zika, em comparação aos de outras doenças
exantemáticas (dengue, chikungunya e sarampo), incluem um quadro exantemático mais acentuado e
hiperemia conjuntival, sem alteração significativa na contagem de leucócitos e plaquetas. Em geral, o
desaparecimento dos sintomas ocorre entre 3 e 7 dias após seu início. No entanto, em alguns pacientes, a
artralgia pode persistir por cerca de um mês (12).

Além da microcefalia, a infecção pelo vírus Zika também está relacionada a síndrome neurológica,
como a síndrome de Guillain-barré (9,12,15,17,20,26).

Na Micronésia, a incidência histórica média de SGB era de 5 casos por ano. Durante um surto do vírus
Zika naquela região, foram diagnosticados 40 casos de SGB, ou seja, um número 20 vezes maior do que o
normalmente observado. Situação semelhante foi observada na Polinésia (12,26).

No Brasil, a ocorrência de síndrome neurológica relacionada ao vírus Zika foi confirmada em julho de
2015, após investigações da Universidade Federal de Pernambuco, a partir da identificação do vírus em
amostra de seis (6) paciente com histórico de infecção de doença exantemática. Destes, 5 (cinco) foram
identificados em soro e 1 (um) em líquido cefalorraquidiano (LCR), sendo que 4 (quatro) tiveram
diagnóstico de síndrome de Guillain-Barré e 2 (dois) de encefalomielite aguda disseminada (ADEM).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 19 | 70


Metade dos casos eram do sexo feminino; idade variando de 2 a 57 anos. O tempo entre as manifestações
clínicas de Zika e o quadro neurológico variou de 4 a 19 dias. O padrão clínico-epidemiológico não diferiu
dos demais casos suspeitos que ainda estão sob investigação laboratorial.

Tabela 3. Frequência de sinais e sintomas mais comuns de infecção pelo vírus Zika em comparação com a
infecção pelos vírus da dengue e chikungunya, segundo observações da Universidade Federal de
Pernambuco, até dezembro de 2015.

Sinais/Sintomas Dengue Zika Chikungunya


Acima de 38°C Sem febre ou subfebril  Febre alta > 38°C
Febre (duração)
(4 a 7 dias) 38°C (1-2 dias subfebril) (2-3 dias)
Surge no primeiro ou
Manchas na pele Surge a partir do quarto Surge 2-5 dia
segundo dia
(Frequência) dia 30-50% dos casos 50% dos casos
90-100% dos casos
Dor nos músculos
+++/+++ ++/+++ +/+++
(Frequência)
Dor na articulação
+/+++ ++/+++ +++/+++
(frequência)
Intensidade da dor
Leve Leve/Moderada Moderada/Intensa
articular
Frequente e leve Frequente e de
Edema da articulação Raro
intensidade moderada a intenso

Conjuntivite Raro 50-90% dos casos 30%

Cefaleia (Frequência e
+++ ++ ++
intensidade)

Prurido Leve Moderada/Intensa Leve

Hipertrofia ganglionar
Leve Intensa Moderada
(frequência)
Discrasia hemorrágica
Moderada ausente Leve
(frequência)
Acometimento Mais frequente que Raro (predominante
Raro
Neurológico Dengue e Chikungunya em Neonatos)
Fonte: Carlos Brito – Professor da Universidade Federal de Pernambuco (atualização em dezembro/2015)

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 20 | 70


Tratamento
Microcefalia

Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no
desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único da
Saúde (SUS). Como cada criança desenvolve complicações diferentes entre elas respiratórias, neurológicas
e motoras o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem
comprometidas.

Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, os serviços de


exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar.

Com aumento de casos no ano de 2015, o Ministério da Saúde elaborou o Mais detalhes podem ser
obtidos no “Protocolo de atenção e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo
vírus zika”, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, um protocolo de atendimento
voltado a essas crianças. Este protocolo vai servir como base de orientação aos gestores locais para que
possam identificar e estabelecer os serviços de saúde de referência no tratamento dos pacientes, além de
determinar o fluxo desse atendimento.

Infecção pelo vírus Zika

Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika. O tratamento recomendado para os
casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre
e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados.

Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios, em função do risco


aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus.

Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade
conhecida.

Vigilância epidemiológica
Objetivos
 Monitorar a situação epidemiológica das complicações, envolvendo gestantes e recém-nascidos,
potencialmente associadas à infecção pelo vírus Zika no país.
 Detectar oportunamente a ocorrência de casos graves e óbitos potencialmente relacionados à infecção
pelo vírus Zika.
 Identificar grupos e fatores/condições de risco para complicações pela infecção pelo vírus Zika.
 Orientar a utilização das medidas de prevenção e controle disponíveis.
 Elaborar e divulgar informações epidemiológicas.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 21 | 70


Definições de casos
Visando aprimorar a vigilância da microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika, as definições de
casos foram ampliadas para identificação de outras situações durante a gestação e no pós-parto.

A partir da publicação desse protocolo, as vigilâncias dos estados e municípios deverão realizar a
detecção de casos de

1. Gestante com possível infecção pelo vírus zika durante a gestação


2. Feto com alterações do SNC possivelmente relacionada a infecção pelo vírus Zika durante a
gestação
3. Aborto espontâneo decorrente de possível associação com infecção pelo vírus Zika, durante a
gestação
4. Natimorto decorrente de possível infecção pelo vírus Zika durante a gestação
5. Recém-nascido vivo (RNV) com microcefalia possivelmente associada a infecção pelo vírus Zika,
durante a gestação
Essas definições foram baseadas em evidências científicas, na literatura internacional, em
parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), em análise das curvas de sensibilidade e
especificidades dos casos registrados até o momento e teve apoio de especialistas nas diversas áreas
médicas, da Sociedade Brasileira de Genética Médica, com o suporte da equipe do SIAT (Sistema Nacional
de Informação sobre Agentes Teratogênicos).

Essa modificação foi solicitada na tentativa de adequar o protocolo para avaliação de recém-nascidos
com microcefalia aos parâmetros da literatura internacional que define microcefalia como -2 desvios-
padrão e microcefalia grave como -3 desvios-padrão (3,5–7).

O ideal seria que sempre fosse usado o gráfico de perímetro cefálico de acordo com a idade
gestacional e sexo do paciente, mas sabemos que isso não acontece na prática dos berçários, então para
recém-nascidos a termo foi solicitado fixar o ponto de corte em 32 cm, o que é percentil 2.6 para meninos e
5.6 para meninas, tanto no gráfico de PC adotado pela OMS quanto pelo CDC, ou seja, um ponto de corte
mais adequado (aproximando a definição internacional de microcefalia).

No caso de usar 33 cm, isso é percentil 12,5 para recém-nascidos meninos e percentil 23 para
meninas, o que é completamente normal para um RN a termo, ou seja, muitas crianças serão triadas
desnecessariamente (e isso inclui a exposição de criança normal a radiação de uma tomografia
computadorizada), além de angústia desnecessária aos pais, devido a um ponto de corte adotado no início
das investigações.

É claro que a medida do PC deve ser acompanhada mensalmente após o nascimento e qualquer
desaceleração do PC que coloque a medida da criança com PC abaixo de -2 desvios-padrão também deve
levantar a suspeita e notificação do caso como deve ocorrer com qualquer lactente que mantém
puericultura.

Todos casos suspeitos notificados até a publicação desse documento que tiverem Perímetro Cefálico
entre 32.1 cm e 33 cm, conforme definição anterior, devem ser investigados e classificados.

Só poderão ser desconsiderados na vigilância de microcefalias relacionadas ao vírus Zika após


avaliação criteriosa das crianças, independente das definições vigentes.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 22 | 70


Considerando que microcefalia, independente da causa já é uma condição confirmada, as crianças
devem ser acolhidas e acompanhadas de acordo com o “Protocolo de atenção e resposta à ocorrência de
microcefalia relacionada à infecção pelo vírus zika”.

Serão excluídos para finalidade de vigilância, todos os casos que, após revisão da aferição das
medidas, dos exames ou do critério de enquadramento, não estejam contemplados nas
definições estabelecidas para relação com infecção pelo vírus Zika.

1) GESTANTE COM POSSÍVEL INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA DURANTE A GESTAÇÃO


 Caso suspeito
 Toda grávida, em qualquer idade gestacional, com doença exantemática aguda, excluídas outras
hipóteses de doenças infecciosas e causas não infecciosas conhecidas.
 Caso confirmado
 Toda grávida, em qualquer idade gestacional, com doença exantemática aguda, excluídas outras
hipóteses de doenças infecciosas e causas não infecciosas conhecidas, com diagnóstico laboratorial
conclusivo para vírus Zika
 Caso de diagnóstico descartado para vigilância
 Caso registrado de grávida, em qualquer idade gestacional, suspeita de infecção pelo vírus Zika, com
identificação da origem do exantema que não seja a infecção por vírus Zika.

2) FETO COM ALTERAÇÕES DO SNC POSSIVELMENTE RELACIONADA A INFECÇÃO PELO VÍRUS


ZIKA DURANTE A GESTAÇÃO
 Caso suspeito
 Achado ultrassonográfico de feto com circunferência craniana (CC) aferida menor que dois desvios
padrões (< 2 dp) abaixo da média para a idade gestacional acompanhada ou não de outras
alterações do Sistema Nervoso Central (SNC).
 Achado ultrassonográfico de feto com alteração SNC sugestivo de infecção congênita.
 Caso confirmado
 Achado ultrassonográfico de feto com circunferência craniana (CC) aferida menor que dois desvios
padrões (< 2 dp) abaixo da média para a idade gestacional acompanhada ou não de outras
alterações do SNC, excluídas outras possíveis causas infecciosas e não infecciosas ou com
diagnóstico laboratorial conclusivo para vírus Zika.
 Achado ultrassonográfico de feto com alteração no sistema nervoso central (SNC) sugestivo de
infecção congênita, com relato de exantema na mãe durante a gestação, excluídas outras possíveis
causas infecciosas e não infecciosas ou com diagnóstico laboratorial conclusivo para vírus Zika.
 Caso de diagnóstico descartado para vigilância
 Caso registrado de feto com suspeita de alterações do SNC que na investigação não apresente
informações de alterações no SNC; OU
 Caso registrado de feto com suspeita de alterações do SNC que apresente padrões normais ao
nascimento, caso não tenha sido possível descartar durante a gestação; OU
 Caso registrado de feto com suspeita de alterações do SNC que tenha confirmação de outra causa
de microcefalia, que não seja a infecção por vírus Zika.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 23 | 70


3) ABORTO ESPONTÂNEO DECORRENTE DE POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO COM INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA, DURANTE A

GESTAÇÃO

 Caso suspeito
 Aborto espontâneo de gestante com relato de exantema durante a gestação, sem outras causas
identificadas.
 Caso confirmado
 Aborto espontâneo de gestante com relato de exantema durante a gestação, sem outras causas
identificadas, com identificação do vírus Zika em tecido fetal ou na mãe.
 Caso de diagnóstico descartado para vigilância
 Caso registrado de aborto espontâneo de gestante com relato de exantema durante a gestação,
com outras causas identificadas, sendo excluída a infecção por vírus Zika na mãe e no tecido fetal.
4) NATIMORTO DECORRENTE DE POSSÍVEL INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA DURANTE A GESTAÇÃO
 Caso suspeito
 Natimorto de qualquer idade gestacional, de gestantes com relato de doença exantemática durante
a gestação.
 Caso confirmado
 Natimorto de qualquer idade gestacional, apresentando microcefalia ou outras alterações do SNC,
de gestantes com relato de doença exantemática durante a gestação, com identificação do vírus
Zika na mãe ou no tecido fetal.
 Caso de diagnóstico descartado para vigilância
 Caso registrado de natimorto de qualquer idade gestacional, de gestante com relato de doença
exantemática durante a gestação, com identificação de outras possíveis causas infecciosas e não
infecciosas na mãe ou no tecido fetal, sendo excluída a infecção por vírus Zika na mãe e no tecido
fetal.
5) RECÉM-NASCIDO VIVO (RNV) COM MICROCEFALIA POSSIVELMENTE ASSOCIADA A INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA,

DURANTE A GESTAÇÃO

 Caso suspeito
 Recém-nascido vivo com menos de 37 semanas de idade gestacional, apresentando medida do
perímetro cefálico abaixo do percentil 3, segundo a curva de Fenton, para o sexo.
 Recém-nascido vivo com 37 semanas ou mais de idade gestacional, apresentando medida do
perímetro cefálico menor ou igual a 32 cm, segundo as referências da OMS, para o sexo.
 Caso confirmado
 Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia
possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, em que tenha sido identificado o vírus Zika
em amostras do RNV ou da mãe (durante a gestação). OU
 Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia
possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, com microcefalia diagnosticada por qualquer
método de imagem, excluídas outras possíveis causas conhecidas.
 Caso de diagnóstico descartado para vigilância
 Caso registrado de recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso
suspeito de microcefalia possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, com confirmação
de causa específica, infecciosa ou não, que não seja a infecção pelo vírus Zika no recém-
nascido e na mãe.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 24 | 70


Notificação
A suspeita precoce, notificação adequada e registro oportuno de casos de microcefalia relacionados
ao vírus Zika é fundamental para desencadear o processo de investigação, visando classificar os casos
notificados (confirmar ou descartar), bem como subsidiar as ações de atenção à saúde e descrição dessa
nova doença.

Considerando que o surto de microcefalia relacionada ao vírus Zika é um evento, até então,
incomum/inesperado, que se trata de uma Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, dado o
seu potencial impacto em âmbito nacional, recomenda-se que todas as ações devem ser desencadeadas e
conduzidas em caráter de urgência e que o SINASC apresenta um tempo de atualização dos nascimentos de
até 90 dias, faz-se necessário que os casos suspeitos de microcefalia potencialmente relacionada à infecção
pelo vírus Zika sejam notificados imediatamente às autoridades de saúde e registrados em um instrumento
de registro específico e ágil, elaborado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de possibilitar a análise,
consolidação e caracterização do evento.

Registro de Eventos de Saúde Pública Referente às Microcefalias


Recomenda-se que todos os casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika, sejam
registrados no formulário de Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP – Microcefalias), online e
disponível no endereço eletrônico www.resp.saude.gov.br (Figura 2) pelos serviços públicos e privados
de saúde. Uma nova versão do sistema está sendo elaborada para adequação às novas definições de casos.

Figura 2 - Formulário eletrônico para envio das informações

Nota: disponível no endereço www.resp.saude.gov.br.

Este formulário é composto por uma série de perguntas relacionadas à gestante ou puérpera, recém-
nascido ou lactente, e contém informações sobre a gestação e parto, dados clínicos, epidemiológicos e local
de ocorrência do parto. Para facilitar o preenchimento, algumas orientações estão inseridas no formulário.
Além disso, informações detalhadas encontram-se no Instrucional de Preenchimento do Formulário (Anexo
I). Esse formulário foi baseado na ficha de registro de casos suspeitos de microcefalia do estado de
Pernambuco e adaptado pela equipe do Ministério da Saúde. Neste momento, não há orientação de
digitação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 25 | 70


A partir da notificação dos casos suspeitos no RESP-Microcefalia, as informações serão incluídas em
um banco de dados único, online, cujos dados poderão ser acessados somente pela Unidade Federada (UF)
do local de residência da gestante ou puérpera.

O RESP-Microcefalia tem como objetivo agregar as notificações em um único local de forma a


permitir a gestão adequada das informações relacionadas ao evento. No entanto, é importante destacar
que o referido banco de dados com as respectivas notificações não compõe um sistema de informação e
não substituem a investigação. Os dados poderão ser utilizados para melhor compreender a magnitude
do evento de saúde pública em cada Unidade Federada e subsidiar os gestores quanto aos aspectos
logísticos e operacionais da etapa de investigação dos casos. Esta deverá ser realizada utilizando-se outro
formulário.

Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC)


O SINASC é o sistema de informação oficial para registro de todos os casos identificados no pós-
parto. O Ministério da Saúde implantou o SINASC a partir de 1990, com o objetivo principal de fornecer
informações sobre as características dos nascidos vivos, fundamentais para o estabelecimento de
indicadores de saúde específicos.

Aos gestores do SINASC, orienta-se que:

 Não retenham arquivos de transferência (AT) do Sinasc gerados por municípios nas SES.
 Lancem no Sisnet todos os AT que tenham recebido dos municípios e os que venham a receber.
Sabemos que muitas SES trabalham com cronograma de envio para o nível Federal, mas neste
momento, pedimos que priorizem a agilidade.
 Intensifiquem o trabalho de aprimoramento do preenchimento das variáveis sobre anomalia
congênita presentes na DN (campo 6 e 41), orientando os profissionais dos serviços a
comunicarem todas as anomalias observadas em cada recém-nascido que apresente múltiplas
anomalias, e aos digitadores, que digitem no Sinasc todas as anomalias informadas na DN, sem
priorização e sem tentar substituir múltiplas anomalias em diagnósticos sindrômicos.

Declaração de Nascido Vivo

A Declaração de Nascido Vivo é um documento padrão de uso obrigatório em todo o território


nacional para a coleta dos dados sobre nascidos vivos e considerado documento hábil para a lavratura da
Certidão de Nascimento pelo Cartório de Registro Civil (Art. 11 da Portaria nº116 MS/SVS/2009 e Art. 51 da
Lei nº 6.015/1973). As variáveis sobre anomalias congênitas na DN devem ser informadas seguindo as
orientações do manual de preenchimento que serão destacadas a seguir.

Figura 3 - Identificação do recém-nascido na Declaração de Nascido Vivo

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 26 | 70


Campo 6 (Bloco I): “Detectada alguma anomalia congênita? ”

Assinalar com um “X” a quadrícula correspondente. Caso exista alguma anomalia congênita
detectável no momento do nascimento, informar sua presença neste campo e fazer uma descrição
completa no campo 41 do Bloco VI (Anomalia congênita).

Campo 41 (Bloco VI): “Descrever todas as anomalias congênitas observadas”

Este bloco, com apenas um campo e de natureza descritiva, será preenchido quando o campo 6 do
Bloco I tiver assinalada a opção “1. Sim”. Nele serão informadas as anomalias congênitas verificadas pelo
responsável pelo parto.

Compete ao médico diagnosticar as anomalias congênitas. Deve ser estimulado o registro de todas as
anomalias observadas, sem hierarquia ou tentativa de agrupá-las em síndromes.

Orienta-se priorizar a descrição e desestimular o uso de códigos, exceto se codificado por


neonatologistas, pediatras ou geneticistas. A codificação qualificada das anomalias descritas deverá ser
realizada preferencialmente em um segundo momento por pessoas capacitadas para esta função.
Portanto, quanto mais bem descrita(s), melhor será o trabalho de codificação.

Importante
A notificação do caso suspeito de microcefalia
no RESP não exclui a necessidade de se notificar
o mesmo caso no Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos (SINASC).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 27 | 70


Análise dos dados do RESP-Microcefalia
Prevalência

No âmbito da vigilância das microcefalias, a palavra “incidência” não é adequada para descrever a
ocorrência de anomalias congênitas, pois o termo se refere a todos os novos casos de anomalias
congênitas. No entanto, os abortos espontâneos não podem ser contados com acurácia. Deste modo,
segundo a OMS, o termo adequado para media da ocorrência é “prevalência de nascidos vivos”,
“prevalência de nascimentos” ou “prevalência total” (1).

No Brasil, as microcefalias são monitoradas por meio do Sistema de Informações sobre Nascidos
Vivos (SINASC), com o código Q.02. Análises recentes demostram que houve um grande aumento na
prevalência de microcefalia ao nascer em 2015, especialmente nos meses de outubro e novembro. Além
disso, foram consolidadas importantes evidências que corroboram para o reconhecimento da relação entre
a presença do vírus Zika e a ocorrência de microcefalias no país (19).

Acesso à base de dados do RESP

O acesso aos registros dos casos notificados no RESP-Microcefalia somente poderá ser realizado por
usuários cadastrados. O usuário deverá acessar o endereço eletrônico http://dw.saude.gov.br e inserir seus
dados de login e senha. Após essa etapa, deverá seguir os passos que estão descritos no Anexo.

Cada usuário será responsável pela realização das suas análises. Para melhorar a acurácia da
informação, é importante, previamente à análise dos dados, que seja avaliada a qualidade dos dados
inseridos e que se procedam devidas correções, como por exemplo, exclusão de duplicidades, identificação
e correção de variáveis incompletas.

Embora o Ministério da Saúde tenha acesso a todos os registros de casos do país, o RESP ainda não
contém todos os registros nacionais de casos suspeitos. Por esse motivo, somente serão considerados
aqueles dados informados oficialmente pelas SES. Por esse motivo, solicita-se que seja enviado diariamente
um resumo dos dados para o e-mail notifica@saude.gov.br, até às 16 horas (horário de Brasília). Até o
momento, os dados solicitados referem-se ao número acumulado de casos suspeitos de microcefalia por
UF e município. No entanto, dados adicionais poderão ser solicitados a qualquer momento. Estes dados
serão utilizados para, dentre outras finalidades, elaborar documentação para tomada de decisão.

De forma geral, o MS divulga os dados nacionais semanalmente, às terças-feiras, após a reunião do


COES, por meio de um informe epidemiológico. Entretanto, devido às características da emergência de
saúde pública, novas comunicações extraordinárias poderão ocorrer em qualquer momento.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 28 | 70


Investigação laboratorial
Diagnóstico Inespecífico
Os exames inespecíficos devem ser solicitados a fim de complementar a investigação e estadiamento
dos casos. Durante o curso da doença, poderão ser identificadas alterações em diversos exames
laboratoriais, tais como: discretas a moderadas leucopenia e trombocitopenia; e ligeira elevação da
desidrogenase láctica sérica, gama glutamiltransferase e de marcadores de atividade inflamatória (proteína
C reativa, fibrinogênio e ferritina). Por esse motivo, são recomendados os seguintes exames
complementares:

 Hemograma
 Dosagem sérica de AST/TGO e ALT/TGP
 Dosagem sérica de bilirrubinas direta/indireta
 Dosagem de ureia e creatinina
 Dosagem sérica de lactato desidrogenase e outros marcadores de atividade inflamatória (proteína
C reativa, ferritina)
 Ecocardiograma
 Avaliação oftalmológica com exame de fundo de olho
 Exame de emissão otoacústica
 Ultrassonografia de abdômen
 Tomografia de crânio computadorizada sem contraste

Diagnóstico específico
O diagnóstico laboratorial específico de vírus Zika baseia-se principalmente na detecção de RNA viral
a partir de espécimes clínicos. O período virêmico ainda não está completamente estabelecido, mas
acredita-se que seja de curta duração. Desta forma, seria possível a detecção direta do vírus em um
período de 4 a 7 dias após do início dos sintomas. Entretanto, recomenda-se que o exame do material seja
realizado, idealmente, até o 5º dia do aparecimento dos sintomas (Figura 4).

Figura 4 – Oportunidade de detecção do Zika vírus segundo técnica laboratorial (isolamento, reação em
cadeia da polimerase via transcriptase reversa – RT-PCR – e sorologia – IgM/IgG)

Fonte: Adaptado de Sullivan Nicolaides Pathology (2014).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 29 | 70


No Brasil, o exame preconizado para confirmação de vírus Zika é a reação em cadeia da polimerase
via transcriptase reversa (RT-PCR), realizada em laboratórios de referência da rede do Sistema Único de
Saúde (SUS). Até o momento, não existem ensaios sorológicos comerciais disponíveis para a detecção de
anticorpos específicos para o vírus Zika. Há, entretanto, um esforço coletivo dos laboratórios de referência
para o desenvolvimento de plataformas para realização de provas sorológicas específicas.

Instruções para coleta e encaminhamento de amostras para Diagnóstico


Laboratorial
Diante do contexto do aumento dos casos de microcefalia e da circulação do vírus Zika e da possível
associação entre eles, a Coordenação Geral de Laboratórios (CGLAB) da Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS), elaborou seu plano de ação para o fortalecimento do sistema de laboratórios (SISLAB) com o
fornecimento de insumos e equipamentos para realização dos exames, apoiando os laboratórios de
referência na capacitação de pessoal técnico e incorporação de novas tecnologias no diagnóstico de Zika
Vírus.

Dentro da rede de laboratórios temos atualmente: 22 Laboratórios Centrais (AC, AL, AP, AM, BA, CE,
DF, ES, GO, MS, MG, PA, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, SC, SP, SE) equipados para a realização da técnica de
biologia molecular para qualquer agravo, sendo 17 Laboratórios Centrais (AC, AL, AP, AM, CE, DF, ES, GO,
MS, MG, PA, PR, PE, RJ, RN, RS e SP) capacitados na técnica de RT-PCR em tempo real para realização do
diagnóstico de Dengue, 16 Laboratórios Centrais (AC, AM, BA, CE, DF, ES, MT, MS, MG, PA, PR, PE, PI, RJ, RR
e SP) capacitados na técnica de RT-PCR em tempo real para realização do diagnóstico de Chikungunya e 12
Laboratórios Centrais (AP, AM, DF, GO, PA, PR, PE, RN, BA, Al, SE SP) capacitados na técnica de RT-PCR em
tempo real para realização do diagnóstico de Zika vírus.

Nos dias 24 e 25 de novembro de 2015 ocorreu no Hotel San Marco, em Brasília, uma reunião com
especialistas em diagnóstico laboratorial de arbovírus, para definição e elaboração de um protocolo
laboratorial a ser adotado pelos laboratórios de referência que fazem parte da rede sentinela para Zika
vírus (Fiocruz/RJ, Fiocruz/PR, Fiocruz/PE, Instituto Evandro Chagas -IEC/PA e Instituto Adolfo Lutz - IAL/SP.

Atualmente, estes laboratórios já realizam 10 amostras semanais/unidade de cobertura, conforme


acordado com a área técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), para a sua rede
referenciada pactuada anteriormente, diante do contexto atual devido ao aumento de casos de
microcefalia, ficou acordado nessa reunião que os laboratórios da rede sentinela, realizarão a partir desta
data, um acréscimo de exames devido a sua capacidade instalada no momento, conforme abaixo.

 Fiocruz-PR: (10+10) 20 amostras semanais por UF de cobertura (PR, SC, RS);


 Fiocruz-RJ: (10+20)30 amostras semanais por UF de cobertura (RJ, ES e MG);
 Fiocruz-PE: 10 amostras semanais por UF de cobertura (PE, PB e RN);
 IAL-SP: (10 + 10) 20 amostras semanais por UF de cobertura (SP, MT, MS, GO E DF);
 IEC-PA: (10+10) 20 amostras semanais por UF de cobertura (AC, RR, RO, TO, AM, AP, PA, MA, PI, CE,
AL, SE, BA).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 30 | 70


Para diagnóstico sorológico
Tipo de Armazenamento e Acondicionamento e
Procedimento de coleta
Material conservação transporte1
Sangue Coletar cerca de 10 ml de sangue, Utilizar tubo plástico estéril Acondicionar em caixa
(Soro) sem anticoagulante, da mãe sendo com tampa de rosca e anel de transporte de
a 1ª coleta 3 a 5 dias após o início de vedação. Rotular o tubo amostra biológica
dos sintomas e a 2ª coleta após 2 a com o nome do paciente, (Categoria B UN/3373)
4 semanas. Separar no mínimo 2 a data da coleta e tipo de com gelo reciclável.
3 ml do soro, para sorologia. amostra.
No caso do RN, coletar 2 a 5 ml de Conservar em freezer a -
sangue (preferencialmente do 20ºC.
cordão umbilical), sem
anticoagulante, e separar 0,5 a 1,0
ml de soro para sorologia.
Sangue Coletar 2 a 5 ml de sangue, sem Utilizar tubo plástico estéril Acondicionar em caixa
(soro) de anticoagulante, do RN no momento com tampa de rosca e anel de transporte de
cordão do nascimento. de vedação. Rotular o tubo amostra biológica
umbilical com o nome do paciente, (Categoria B UN/3373)
data da coleta e tipo de com gelo reciclável.
amostra.
Conservar em freezer a -
20ºC.
Líquor Coletar 1 ml do RN no momento do Utilizar tubo plástico estéril Acondicionar em caixa
nascimento. com tampa de rosca e anel de transporte de
de vedação. Rotular o tubo amostra biológica
com o nome do paciente, (Categoria B UN/3373)
data da coleta e tipo de com gelo reciclável.
amostra.
Conservar em freezer a -
20ºC.
1
Incluir na remessa a(s) ficha(s) com dados clínicos e epidemiológicos do(s) paciente(s).

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 31 | 70


Para diagnóstico por RT-PCR (Reação da transcriptase reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase)
Tipo de Acondicionamento e
Procedimento de coleta Armazenamento e conservação
Material transporte1
Sangue/soro Coletar cerca de 10ml de sangue, sem Utilizar tubo plástico estéril, resistente à temperatura com tampa Acondicionar em caixa de
anticoagulante, da mãe até 3 a 5 dias após o de rosca e anel de vedação. Rotular o tubo com o nome do transporte de amostra
início dos sintomas. Separar no mínimo 2 a 3 paciente, data da coleta e tipo de amostra. biológica (Categoria B
ml do soro, para a RT-PCR. Conservar em freezer a -20 ou -70ºC (preferencialmente) até o UN/3373) com gelo seco.
No caso do RN, coletar 2 a 5 ml de sangue envio para o laboratório.
(preferencialmente do cordão umbilical), sem
anticoagulante, e separar 0,5 a 1,0 ml de soro
para a RT-PCR.
Sangue Coletar 2 a 5 ml de sangue, sem Utilizar tubo plástico estéril, com tampa de rosca e anel de Acondicionar em caixa de
(soro) de anticoagulante, do RN no momento do vedação. Rotular o tubo com o nome do paciente, data da coleta transporte de amostra
cordão nascimento. e tipo de amostra. biológica (Categoria B
umbilical Conservar em freezer a -20 ou -70ºC (preferencialmente) até o UN/3373) com gelo seco.
envio para o laboratório.
Líquor Coletar 1 ml do RN no momento do Utilizar tubo plástico estéril, resistente a temperatura, com Acondicionar em caixa de
nascimento. tampa de rosca e anel de vedação. Rotular o tubo com o nome transporte de amostra
do paciente, data da coleta e tipo de amostra. Conservar em biológica (Categoria B
freezer a -20 ou -70ºC (preferencialmente) até o envio para o UN/3373) com gelo seco.
laboratório.
Urina Coletar 10 ml até 8 dias após o início dos Utilizar tubo plástico estéril, resistente à temperatura, com Acondicionar em caixa de
(gestante sintomas. tampa de rosca e anel de vedação. Rotular o tubo com o nome transporte de amostra
com RASH) do paciente, data da coleta e tipo de amostra. biológica (Categoria B
Conservar em freezer a -20 ou -70ºC (preferencialmente) até o UN/3373) com gelo seco
envio para o laboratório.
Placenta Coletar 3x3 cm da placenta no momento do Obter 3 fragmentos de placenta (dimensões de 1cm3 cada), de Acondicionar em caixa de
nascimento. tecido não fixado e transferir para frasco estéril, resistente a transporte de amostra
temperatura, com tampa de rosca. Identificar o material biológica (Categoria B
(placenta) e rotular o frasco com o nome do paciente e data da UN/3373) com gelo seco.
coleta. Conservar em freezer a -20 ou -70ºC (preferencialmente)
até o envio para o laboratório.
1
Incluir na remessa a(s) ficha(s) com dados clínicos e epidemiológicos do(s) paciente(s).
Instruções para coleta e encaminhamento de amostras para Diagnóstico Laboratorial (por RT-PCR e
isolamento viral) de Natimorto suspeito de Microcefalia

Tipo de Procedimento Acondicionamento e


Armazenamento e conservação
Material de coleta transporte1
Vísceras Coletar 1cm3 Utilizar tubo plástico estéril sem NENHUM tipo Acondicionar em caixa de
de cérebro, de conservante (seco), resistente à temperatura transporte de amostra
fígado, ultra baixa com tampa de rosca e boa vedação. biológica (Categoria B
coração, Colocar o fragmento de cada víscera em tubos UN/3373) com gelo seco.
pulmão, rim e separados. Rotular os tubos com o nome do
baço do paciente, data de coleta e tipo de víscera.
natimorto
Conservar em freezer a -20 ou -70ºC
(preferencialmente) até o envio para o
laboratório.
1
Incluir na remessa a(s) ficha(s) com dados clínicos e epidemiológicos do(s) paciente(s).

Instruções para coleta e encaminhamento de amostras para Diagnóstico Laboratorial


(Histopatológico e Imuno-histoquímica) de Natimorto suspeito de Microcefalia

Tipo de Procedimento Acondicionamento e


Armazenamento e conservação
Material de coleta transporte1

Vísceras Coletar 1cm3 Utilizar frasco estéril, com tampa de rosca, Acondicionar em caixa de
de cérebro, contendo formalina tamponada a 10%. Rotular transporte de amostra
fígado, o frasco com o nome do paciente, data da biológica (Categoria B
coração, coleta e tipo de amostra. UN/3373) SEM GELO.
pulmão, rim e
Conservar em temperatura ambiente. Conservar em temperatura
baço do
ambiente.
natimorto
1
Incluir na remessa a(s) ficha(s) com dados clínicos e epidemiológicos do(s) paciente(s).
Sorologia e RT-PCR em tempo real – gestante sem exantema com feto com
microcefalia

Instruções para Teste Sorológico de gestantes e recém-nascidos com suspeita de infecção pelo
vírus Zika

GESTANTE SEM RASH GESTANTE COM RASH RECÉM-NASCIDO


COM FILHO COM OU SEM FILHO COM
MICROCEFÁLICO MICROCEFÁLICO MICROCEFALIA
SOROLOGIA (Amostras positivas no ELISA IgM serão submetidas ao PRNT)
PROCEDIMENTO 2 Coletas 2 Coletas 1 Coleta

Sangue (soro), Cordão


AMOSTRA Soro Soro
Umbilical, Líquor
3ml Sangue (soro),
VOLUME 2-3 ml 2-3 ml Cordão Umbilical e 1 ml
Líquor
1a COLETA:
1a COLETA:
Momento da
Até 3 a 5 dias após o
confirmação da
início dos sintomas
microcefalia do feto Momento do
TEMPO
nascimento
2a COLETA:
2a COLETA:
2 a 4 semanas após a 1ª
2 a 4 semanas após a 1ª
coleta
coleta

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 34 | 70


Instruções para teste de Biologia Molecular (RT-PCR) de gestantes e recém-nascidos com
suspeita de infecção pelo vírus Zika

GESTANTE SEM RASH GESTANTE COM RASH RECÉM-NASCIDO


COM FILHO COM OU SEM FILHO COM
MICROCEFÁLICO MICROCEFÁLICO MICROCEFALIA
Biologia Molecular (PCR real time)
PROCEDIMENTO 1 Coleta 1 Coleta 1 Coleta

Sangue* (soro), Cordão


AMOSTRA Soro Soro*e Urina Umbilical, Líquor e
Placenta

3 ml Sangue, Cordão
VOLUME 2-3 ml Soro 2-3 ml Soro e 10 ml Urina Umbilical e 1 ml Líquor
e Placenta

SORO: 0 a 5 dias após


Momento da
início dos sintomas Momento do
TEMPO confirmação da
URINA: até 8 dias após nascimento
microcefalia do feto
início dos sintomas

ABORTO OU NATIMORTO
Coletar 1cm3 de cérebro, fígado, coração, pulmão, rim e baço para
realização de RT-PCR e Imuno-histoquímico.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 35 | 70


Algoritmo laboratorial para amostras suspeitas de Microcefalia
Quadro síntese de definições de casos suspeitos e tipo de exames.
EXAME LABORATORIAL PARA
GRUPO EXAME LABORATORIAL ESPECÍFICO PARA DIAGNOSTICO DE VÍRUS ZIKA
OUTRAS CAUSAS INFECCIOSAS
Gestante com possível infecção pelo vírus zika durante a RT-PCR E Sorologia Sorologia ou PCR
gestação RT-PCR Dengue
 Toda grávida, em qualquer idade gestacional, com doença - Soro se for 0º-5º dia do início dos sintomas E Chikungunya
exantemática aguda, excluídas outras hipóteses de doenças - Urina se estiver até 8º dia do início dos sintomas STORCH
infecciosas e causas não infecciosas conhecidas. Sorologia
- Soro: 1ª. Coleta se estiver do 3º. – 5º. dia do início dos sintomas
- Soro: 2ª. Coleta após 2 a 4 semanas da primeira coleta
Feto com alterações do SNC possivelmente relacionada a Sorologia da gestante para Zika vírus: Sorologia da gestante
infecção pelo vírus zika durante a gestação - 1ª. Coleta: momento da confirmação da microcefalia do feto Dengue
 Achado ultrassonográfico de feto com circunferência - 2ª. Coleta: coletar soro da 2ª. a 4ª. semana após a primeira Chikungunya
craniana (CC) aferida menor que dois desvios padrões (< 2 coleta STORCH
dp) abaixo da média para a idade gestacional acompanhada No Parto: Coletar amostras do sangue do cordão umbilical, LCR e
ou não de outras alterações do Sistema Nervoso Central
(SNC). placenta
 Achado ultrassonográfico de feto com alteração SNC
sugestivo de infecção congênita.
Aborto espontâneo decorrente de possível associação com RT-PCR Sorologia da gestante
3
infecção pelo vírus zika, durante a gestação Coletar 1cm de cada órgão a seguir: cérebro, fígado, coração, Dengue
 Aborto espontâneo de gestante com relato de exantema pulmão, rim e baço E Chikungunya
3
durante a gestação, sem outras causas identificadas. Coletar 3cm de placenta STORCH
Imuno-histoquímico
Coletar 1cm3 de cada órgão a seguir: cérebro, fígado, coração,
pulmão, rim e baço

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 37 | 70


EXAME LABORATORIAL PARA
GRUPO EXAME LABORATORIAL ESPECÍFICO PARA DIAGNOSTICO DE VÍRUS ZIKA
OUTRAS CAUSAS INFECCIOSAS
Natimorto decorrente de possível infecção pelo vírus zika RT-PCR Sorologia da gestante
durante a gestação Coletar 1cm3 de cada órgão a seguir: cérebro, fígado, coração, Dengue
 Natimorto de qualquer idade gestacional, de gestantes pulmão, rim e baço E Chikungunya
3
com relato de doença exantemática durante a gestação. Coletar 3cm de placenta
STORCH
Imuno-histoquímico
Coletar 1cm3 de cada órgão a seguir: cérebro, fígado, coração,
pulmão, rim e baço
Recém-nascido vivo (RNV) com microcefalia possivelmente RT-PCR E Sorologia Sorologia da gestante
associada a infecção pelo vírus zika, durante a gestação RT-PCR Dengue
 Recém-nascido vivo com menos de 37 semanas de idade a) Placenta E Chikungunya
gestacional, apresentando medida do perímetro cefálico b) Sangue do cordão umbilical ou do bebê E STORCH
abaixo do percentil 3, segundo a curva de Fenton, para o c) Líquor do bebê
sexo. Sorologia
 Recém-nascido vivo com 37 semanas ou mais de idade a) Sangue do cordão umbilical OU do bebê E
gestacional, apresentando medida do perímetro cefálico b) Líquor do bebê
menor ou igual a 32 cm, segundo as referências da OMS,
para o sexo.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 38 | 70


Investigação epidemiológica
Objetivos da Investigação Epidemiológica
Geral

Avaliar e descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de microcefalia, conforme definição de
caso adotada.

Específicos

 Descrever os casos segundo características de tempo lugar e pessoa.


 Classificar os casos de acordo com o diagnóstico.
 Levantar hipóteses.
 Propor recomendações.

Roteiro da investigação
É importante relembrar que as variáveis contidas no RESP e SINASC precisam ser complementadas.
Por isso, recomenda-se que seja realizada a investigação domiciliar/hospitalar com a gestante/puérpera,
para todos os casos suspeitos de microcefalia, utilizando-se um instrumento padronizado.

O questionário adotado na investigação do surto em Pernambuco poderá ser utilizado para


investigação dos casos suspeitos (Anexo 7). O mesmo foi adaptado a partir dos instrumentos utilizados pelo
Estudo Colaborativo Latino-americano de Malformações Congênitas (ECLAMC).

Como se trata de agravo inusitado, sem padrão epidemiológico plenamente conhecido e sem
descrição na literatura, recomenda-se que todos os casos suspeitos sejam investigados. Como algumas
Unidades Federadas podem vir a apresentar um grande número de casos, pode-se iniciar a investigação
priorizando os casos residentes na capital ou no município que concentre o maior número de casos.

Outro critério para priorizar os casos a serem investigados é selecionar as gestantes/puérperas que
apresentarem histórico de exantema durante a gestação. Para isso, pode-se usar os dados do RESP ou,
quando não houver essa informação, pode-se realizar contato telefônico para obter esse dado antes de
realizar a visita domiciliar/hospitalar.

Para os municípios e Unidades Federadas que utilizarem o modelo de questionário sugerido, o MS


criou o questionário (máscara) para entrada dos dados no software Epi Info 7 (extensão .mdb). Para digitar
os dados, deve-se baixar o programa gratuitamente no link http://wwwn.cdc.gov/epiinfo/7/ e seguir as
instruções de instalação, digitação e transferência dos dados para o MS, que encontram-se disponíveis nos
anexos.

Entrevistas com as gestantes/puérperas


É importante que o entrevistador solicite os dados da Caderneta da Gestante e, se for o caso, a
Caderneta da Criança para consultar os dados sobre o pré-natal e nascimento registrados nesses
documentos. Outros documentos de registro também são válidos para consulta das informações, desde
que tenham sido preenchidos por profissionais de saúde ou emitidos por estabelecimentos de saúde como,

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 39 | 70


por exemplo, cartões de gestante de consultórios particulares, laudos de resultados de exames clínicos e de
imagem.

Orienta-se a coleta dos dados a partir de registros de serviços de saúde, como por exemplo,
prontuários médicos, laudos em serviços de diagnóstico, caso a gestante/puérpera não tenha os dados
necessários para preenchimento do questionário de investigação.

Monitoramento e Análise dos Dados


Requisitos para acesso ao painel de monitoramento do RESP (Monitor RESP)
Para garantir o desempenho adequado é necessário possuir as configurações mínimas de:

 Acesso à Internet
 Estação de trabalho
 Programas
 Browser

Acesso à internet

Para acessar o RESP, o computador ou a rede de computadores é necessário ter os seguintes


requisitos mínimos:

 Velocidade mínima recomendada para um computador — Banda larga entre 300 kbps a 600
kbps.
 Velocidade mínima recomendada para mais de um computador conectado em rede — Banda
larga superior a 600 kbps.

Estação de trabalho

 Microcomputador com CPU Pentium IV 2 GHz


 Sistema Operacional Windows XP/Professional ou mais recente — 1 GB de memória.

Programas

Os seguintes programas devem estar instalados na estação de trabalho para que seja possível
visualização dos relatórios e dos arquivos:

 Adobe Reader
 Microsoft Office Excel

Navegadores de internet

O Monitor RESP funciona sobre a plataforma de Inteligência de Negócios ou (BI – Business Inteligence) e foi
desenvolvido para ser utilizado no Internet Explorer, Firefox e Chrome, sendo necessárias as versões:

 Internet Explorer — Versão 8.0 ou superior


 Mozilla Firefox — 20 ou superior
 Chrome – 24 ou superior

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 40 | 70


Medidas de prevenção e controle
Manejo Integrado de Vetores (MIV)
Um programa operacional de controle efetivo para o vetor transmissor da dengue fornece as bases
para uma preparação adequada contra os vírus Zika e Chikungunya (CHIKV), uma vez que os três vírus são
transmitidos pelo mesmo mosquito o Aedes aegypti. Portanto, para responder à introdução e disseminação
do vírus Zika, Chikungunya e Dengue, recomenda-se utilizar e intensificar as ações integradas de vigilância e
controle do vetor desenvolvidas para a dengue, conforme preconizado nas Diretrizes Nacionais para a
Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (2009), que seguem os preceitos estabelecidos pela
Estratégia de Gestão Integrada da Dengue nas Américas (EGI-dengue).

Para garantir o êxito do componente de MIV, é fundamental contar com a participação e a


colaboração intersetorial em todos os níveis de governo e dos órgãos de saúde, educação, meio ambiente,
desenvolvimento social e turismo, entre outros. O MIV é baseado também na participação de organizações
não governamentais (ONGs) e organizações privadas, buscando-se a participação de toda a comunidade.
Ressalta-se a importância de fornecer informações claras e de qualidade sobre a doença por intermédio
dos meios de comunicação. Considerando a alta infestação por Aedes aegypti, bem como a presença do
Aedes albopictus no país, recomenda-se que as medidas de prevenção e controle sejam orientadas para
reduzir a densidade do vetor.

Portanto, é necessário:

 Intensificar as ações de controle do Aedes aegypti, principalmente a eliminação de criadouros do


vetor nos domicílios, pontos estratégicos (PE) e áreas comuns de bairros e cidades (por exemplo,
parques, escolas e prédios públicos);
 Organizar campanhas de limpeza urbana para eliminação de depósitos em áreas específicas em
que a coleta de lixo não é regular;
 Implementar medidas de controle nos locais de reprodução do vetor através da utilização dos
métodos preconizados nas diretrizes nacionais: eliminação e tratamento de depósitos,
envolvendo ativamente os moradores e a comunidade por intermédios de ações educativas;
 Definir as áreas de alta vulnerabilidade de transmissão e priorizar locais onde há concentração de
pessoas (por exemplo, escolas, terminais, hospitais, centros de saúde);
 Em áreas onde forem detectados casos de Zika vírus, chikungunya e dengue, sugere-se a
realização de bloqueio de casos com equipamentos portáteis de Ultrabaixo Volume (UBV) para
eliminação dos mosquitos adultos infectados, com o intuito de bloquear a propagação da
transmissão. Por se tratar do mesmo vetor do vírus Zika, estas ações poderão impactar a
transmissão desta doença. Deve-se considerar também a utilização de equipamentos montados
em veículos (UBV pesado) nas áreas com transmissão intensa. Ressalta-se que esta ação é
excepcional e só é eficaz quando executada com pessoal adequadamente capacitado e treinado
de acordo com as orientações técnicas do Ministério da Saúde. Além disso, a ação deve ser
realizada em conjunto com as demais atividades de controle preconizadas. Observação: o uso de
UBV tem maior eficiência quando utilizados equipamentos portáteis, incluindo a nebulização do
peri-domicílio;

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 41 | 70


 Escolher adequadamente o inseticida a ser utilizado, em concordância com as recomendações do
WHOPES/OMS, do Ministério da Saúde e dos dados relativos à resistência das populações de
mosquito aos inseticidas;
 Realizar a manutenção para o funcionamento adequado dos equipamentos, além de contar com
um estoque estratégico de inseticidas para realização da atividade;
 Intensificar as ações de supervisão do trabalho de campo, tanto do tratamento focal como das
atividades de nebulização espacial.

É importante ressaltar que a aplicação integral (simultânea ou coordenada) das ações de controle
vetorial – controle de adultos e larvas, capacitação de pessoal, ações de limpeza urbana e atividades de
mobilização social e comunicação com a comunidade – é essencial para obter um impacto maior no menor
tempo possível.

Diante da suspeita ou confirmação de casos de infecção pelo vírus Zika, declarar “alerta de potencial
ocorrência de casos de microcefalias”.

Medidas de prevenção pessoal


Considerando relação entre a ocorrência de microcefalia e a infecção pelo vírus Zika, recomenda-se
aos serviços e profissionais de saúde que informem a todas as gestantes e mulheres em idade fértil, com
possibilidade de engravidar, que:

 Atualizar as vacinas de acordo com o calendário vacinal do Programa Nacional de Imunização do


Ministério da Saúde:
o A rede pública do SUS oferece vacinas eficazes e gratuitas. Verifique quais são recomendadas
para sua faixa etária e idade gestacional;
o É importante lembrar que as vacinas geralmente têm um período que varia entre 10 dias e 6
semanas até atingir a proteção esperada. Por isso, devem ser aplicadas com a devida
antecedência;
 Informar à gestante sobre o risco relacionado ao uso de medicamentos com potencial
teratogênico;
 Orientar sobre a necessidade de atenção sobre a natureza e a qualidade daquilo que se ingere
(água, alimentos, medicamentos) ou tem contato, e o potencial desses produtos afetarem o
desenvolvimento do bebê;
 Proteger-se das picadas de insetos durante a gestação:
o Evite horários e lugares com presença de mosquitos;
o Sempre que possível utilize roupas que protejam partes expostas do corpo;
o Consulte o médico sobre o uso de repelentes e verifique atentamente no rótulo as orientações
quanto à concentração e frequência de uso recomendada para gestantes;
o Permanecer, principalmente no período entre o anoitecer e o amanhecer, em locais com
barreiras para entrada de insetos como: telas de proteção, mosquiteiros, ar-condicionado ou
outras disponíveis.
 Se houver qualquer alteração no seu estado de saúde, principalmente no período até o 4º mês de
gestação, ou na persistência de doença pré-existente nessa fase, comunique o fato aos

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 42 | 70


profissionais de saúde (médicos obstetras, médico ultrassonografista e demais componentes da
equipe de saúde) para que tomem as devidas providências para acompanhamento da gestação;
 Para minimizar o contato vetor-paciente, recomenda-se:
o A pessoa infectada repousar sob mosquiteiros impregnados ou não com inseticida;
o O paciente e os demais membros da família devem usar mangas compridas para cobrir as
extremidades;
o Usar telas protetoras nas portas e janelas.

Pessoas infectadas com os vírus Zika, Chikungunya ou Dengue são o reservatório de infecção para
outras pessoas, tanto em casa como na comunidade. Portanto, medidas de proteção pessoal para
minimizar a exposição dos pacientes aos mosquitos tornam-se imperativas para evitar a propagação do
vírus e, consequentemente, da doença.

É importante informar a pessoa infectada e outros membros da família e da comunidade sobre os


métodos para minimizar este risco, tanto por intermédio da redução da população do vetor como da
possibilidade de contato entre o vetor e as pessoas.

Sobre as vacinas incluídas no Calendário Nacional de Imunização

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é responsável pelo repasse aos Estados dos
imunobiológicos que fazem parte dos calendários de vacinação. As vacinas ofertadas pelo PNI são seguras e
não há evidência na literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia. Estão à
disposição em todos os postos de vacinação, sendo aplicadas por equipes de profissionais periodicamente
capacitados em relação às atividades de imunização normatizadas por meio de manuais e notas técnicas
que estão disponíveis em cada sala de vacina do Estado e do País.

Independente de todas essas precauções, assim como os medicamentos, nenhuma vacina está livre
totalmente de provocar eventos adversos. Porém, os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas
são muito menores do que os das doenças contra as quais elas protegem. Além disso, sabe-se que muitos
dos eventos adversos são meramente associações temporais, não se devendo ao uso das vacinas. A grande
frequência de quadros infecciosos e de natureza alérgica na população, bem como os quadros neurológicos
que eclodem inevitavelmente com ou sem vacinação, tornam comuns estas associações temporais,
especialmente em crianças.

A ocorrência de um evento adverso após imunização não prova que a vacina provocou os sinais ou
sintomas. As vacinas são aplicadas em lactentes e crianças durante um período de suas vidas em que certas
condições clínicas tornam-se manifestas com maior frequência (por exemplo, distúrbios neurológicos). Uma
vez que a associação de um evento adverso com o momento da administração de uma vacina específica
comumente ocorre ao acaso, a verdadeira associação causal requer que o evento ocorra numa taxa
significativamente maior em receptores da vacina do que em grupos não vacinados de idade e local de
residência semelhante. Acúmulo fora do habitual, em associação temporal, de um determinado evento
adverso com vacinação anterior, reforça a hipótese de associação causal.

Durante o procedimento de administração das vacinas, o usuário ou o seu responsável é orientado a


retornar ao serviço de saúde caso apresente eventos adversos pós-vacinais. Assim, quando eles ocorrem,
há necessidade de criteriosa investigação clínica e laboratorial desses casos, visando o diagnóstico

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diferencial e o tratamento com a finalidade de que o evento adverso, a sequela ou mesmo o óbito não
sejam atribuídos à vacina sem fundamentação científica. Muitos destes eventos são doenças intercorrentes
que ocorrem em associação temporal com a vacinação.

No Brasil, eventos adversos associados à vacinação são acompanhados através do Sistema de


Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação/SIAPV, que tem como objetivo avaliar de forma continuada a
relação de risco-benefício quanto ao uso dos imunobiológicos, bem como permitir o acompanhamento da
situação das notificações/investigações em tempo real nas três esferas de governo.

Importante
Até o momento, não existe na literatura médica nacional e
internacional evidências sobre a associação do uso de vacinas
com a microcefalia.

A vacina contra a influenza pode ser seguramente e efetivamente administrada a partir de seis meses
de idade e durante qualquer trimestre da gestação. Nenhum estudo até o momento demonstrou um risco
aumentado de complicações maternas ou desfechos fetais adversos (mortes fetais, malformação, etc.)
associados a ela. Além disso, não existe evidência científica de que as vacinas inativadas de influenza sejam
uma causa de eventos adversos entre crianças nascidas de mulheres que receberam esta vacina durante a
gestação.

Em relação ao componente rubéola, está incluído nas vacinas dupla viral (sarampo e rubéola) e
tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Estas vacinas são compostas por vírus vivos atenuados, sendo
contraindicadas na gestação, inclusive com a recomendação da pessoa não engravidar por um mês após a
vacinação.

Sobre o uso de repelentes de inseto durante a gravidez

Produtos repelentes de uso tópico podem ser utilizados por gestantes, desde que estejam
devidamente registrados na ANVISA e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo.

Estudos conduzidos em humanos durante o segundo e o terceiro trimestre de gestação e em animais


durante o primeiro trimestre indicam que o uso tópico de repelentes a base de n,n-Dietil-meta-toluamida
(DEET) por gestantes é seguro.

Produtos à base de DEET não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Em crianças entre 2
e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a 3 vezes por dia.
Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.

Além do DEET, no Brasil são utilizadas em cosméticos as substâncias repelentes Hydroxyethyl


isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou
IR3535), além de óleos essenciais, como Citronela. Embora não tenham sido encontrados estudos de
segurança realizados em gestantes, estes ingredientes são reconhecidamente seguros para uso em
produtos cosméticos conforme compêndios de ingredientes cosméticos internacionais.

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Nos Estados Unidos, os produtos repelentes são regularizados pela United States Enviromental
Protection Agency (EPA). As seguintes substâncias estão presentes em produtos regularizados pela EPA:
Catnip oil, Óleo de citronela; DEET; IR 3535; p-Menthane-3,8-diol e 2-undecanone ou methyl nonyl ketone.
Portanto, os ativos utilizados no Brasil estão dentre os utilizados nos Estados Unidos.

O Center for Disease Control e Prevention (CDC), também nos Estados Unidos, recomenda o uso de
produtos repelentes por gestantes, uma vez que a EPA não estabelece nenhuma restrição nesse sentido.
Entretanto, destaca que as recomendações de uso da rotulagem devem ser consideradas.

A consulta de cosméticos repelentes regularizados na ANVISA pode ser feita no endereço


http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_cosmetico.asp.

Uso de repelentes ambientais para controle do mosquito da dengue e orientações sobre sua
utilização por grávidas

Produtos saneantes repelentes e inseticidas podem ser utilizados em ambientes frequentados por
gestantes, desde que estejam devidamente registrados na ANVISA e que sejam seguidas as instruções de
uso descritas no rótulo.

A ANVISA não permite a utilização de substâncias que sejam comprovadamente carcinogênicas,


mutagênicas ou teratogênicas em produtos saneantes. Entretanto, como os produtos são destinados a
superfícies e ambientes, não são apresentados estudos com aplicação direta em pessoas, o que significa
que uma superexposição da gestante ao produto pode não ser segura. Dessa forma, a segurança para a
utilização desses produtos em ambientes frequentados por gestantes depende da estrita obediência a
todos os cuidados e precauções descritas nos rótulos dos produtos.

Um exemplo de restrição trazida no rótulo é: “Durante a aplicação não devem permanecer no local
pessoas ou animais domésticos".

Os produtos comumente utilizados no combate e/ou no controle da população do mosquito Aedes


aegypti são:

Inseticidas:

Indicados para matar os mosquitos adultos e são encontrados principalmente em spray e aerossol.
Os inseticidas possuem substâncias ativas que matam os mosquitos e componentes complementares, tais
como solubilizantes e conservantes.

Repelentes:

Apenas afastam os mosquitos do ambiente, podendo ser encontrados na forma de espirais, líquidos
e pastilhas utilizadas em aparelhos elétricos, por exemplo. Os repelentes utilizados em aparelhos elétricos
ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas
asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser utilizados em qualquer ambiente da casa desde que
estejam no mínimo a 2 metros de distância das pessoas;

Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem
comprovação de eficácia nem a aprovação pela ANVISA até o momento. Os produtos que se encontram
atualmente regularizados na ANVISA com tais componentes possuem sempre outra substância como

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princípio ativo. Portanto, todos os produtos apregoados como “naturais”, comumente comercializados
como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos que indicam propriedades repelentes de
insetos, não estão aprovados pela Agência e estão irregulares.

A consulta de produtos saneantes regularizados na ANVISA pode ser feita nos endereços abaixo:

 Registrados: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_saneante.asp
 Notificados: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Notificado/Saneantes/NotificadoSaneante.asp

Educação em saúde, comunicação e mobilização social


Recomenda-se a definição de um porta-voz para transmitir informações atualizadas e orientar a
população sobre:

 A eliminação de criadouros dos mosquitos;


 O ciclo do mosquito;
 Os depósitos predominantes do vetor e as localidades com maior concentração de mosquito
ou/casos da doença;
 Os sinais e sintomas da doença;
 Os perigos da automedicação, em especial o uso do ácido acetilsalicílico e seus derivados;
 A necessidade de procurar a unidade básica de saúde ao surgirem os primeiros sintomas.

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Referências
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Anexos
Anexo 1. Curvas de crescimento de Fenton para crianças (pré-termo)

Fonte: Fenton, Tanis R and Kim, Jae H. A systematic review and meta-analysis to revise the Fenton growth chart for preterm infants. BMC
Pediatric. 2013; 13: 59. Published online 2013 April 20. doi: 10.1186/1471-2431-13-59. http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1471-2431-13-
59.pdf

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Anexo 2. Tabela de referência OMS simplificada, para medida do perímetro cefálico (em centímetros) de meninos do
nascimento até 2 anos de idade, por desvio padrão em relação.

O Ministério adota o padrão da OMS, conforme Caderneta de Saúde da Criança, sendo considerado
padrão abaixo do esperado para a idade quando estiver abaixo de 2 (dois) desvios-padrão equivalente a 32
cm – em vermelho.

MENINOS COM MAIS DE 37 SEMANAS DE IDADE GESTACIONAL


Anos Meses DESVIO PADRÃO (EM CENTÍMETROS)
-3DP -2DP -1DP MEDIANA +1DP +2DP +3DP
Nascimento 0 30,7 31,9 33,2 34,5 35,7 37,0 38,3
< 1 ano 1 33,8 34,9 36,1 37,3 38,4 39,6 40,8
< 1 ano 2 35,6 36,8 38,0 39,1 40,3 41,5 42,6
< 1 ano 3 37,0 38,1 39,3 40,5 41,7 42,9 44,1
< 1 ano 4 38,0 39,2 40,4 41,6 42,8 44,0 45,2
< 1 ano 5 38,9 40,1 41,4 42,6 43,8 45,0 46,2
< 1 ano 6 39,7 40,9 42,1 43,3 44,6 45,8 47,0
< 1 ano 7 40,3 41,5 42,7 44,0 45,2 46,4 47,7
< 1 ano 8 40,8 42,0 43,3 44,5 45,8 47,0 48,3
< 1 ano 9 41,2 42,5 43,7 45,0 46,3 47,5 48,8
< 1 ano 10 41,6 42,9 44,1 45,4 46,7 47,9 49,2
< 1 ano 11 41,9 43,2 44,5 45,8 47,0 48,3 49,6
1 ano 12 42,2 43,5 44,8 46,1 47,4 48,6 49,9
1 ano 13 42,5 43,8 45,0 46,3 47,6 48,9 50,2
1 ano 14 42,7 44,0 45,3 46,6 47,9 49,2 50,5
1 ano 15 42,9 44,2 45,5 46,8 48,1 49,4 50,7
1 ano 16 43,1 44,4 45,7 47,0 48,3 49,6 51,0
1 ano 17 43,2 44,6 45,9 47,2 48,5 49,8 51,2
1 ano 18 43,4 44,7 46,0 47,4 48,7 50,0 51,4
1 ano 19 43,5 44,9 46,2 47,5 48,9 50,2 51,5
1 ano 20 43,7 45,0 46,4 47,7 49,0 50,4 51,7
1 ano 21 43,8 45,2 46,5 47,8 49,2 50,5 51,9
1 ano 22 43,9 45,3 46,6 48,0 49,3 50,7 52,0
1 ano 23 44,1 45,4 46,8 48,1 49,5 50,8 52,2
2 anos 24 44,2 45,5 46,9 48,3 49,6 51,0 52,3
Fonte: OMS - tabelas simplificadas -
http://www.who.int/childgrowth/standards/second_set/sft_hcfa_boys_z_0_5.pdf?ua=1
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf

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Anexo 3. Curvas de crescimento da OMS para meninas do nascimento até 13 semanas e até 2 anos, em percentis.

Fonte: OMS. Curvas de circuferência da cabeça por idade. http://www.who.int/childgrowth/standards/hc_for_age/en/

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 51 | 70


Anexo 4. Curvas de crescimento da OMS para meninos do nascimento até 13 semanas e até 2 anos, em percentis.

Fonte: OMS. Curvas de circuferência da cabeça por idade. http://www.who.int/childgrowth/standards/hc_for_age/en/

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 52 | 70


Anexo 5. Formulário do RESP para impressão

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Anexo 6. Acesso ao Monitor RESP

Para ter acesso ao Monitor RESP, o usuário deve realizar login previamente cadastrado junto ao
Datasus.

Tela de entrada no Monitor RESP

1. Para acessar a página, digite o endereço http://dw.saude.gov.br no navegador e tecle Enter. Surgirá a
tela:
a. Digite o usuário e a senha e, em seguida, clique em Login.

Figura 1. Acesso ao Monitor RESP

Acesso aos Dados

2. Clicar sobre o ícone MICROCEFALIA, conforme indicado na figura abaixo.

Figura 2. Acesso ao Projeto Microcefalia

3. Após clicar sobre o ícone MICROCEFALIA aparecerá a tela Home, conforme figura 3. São apresentadas as
seguintes funcionalidades:

 Procurar: Relatórios Compartilhados, Meus Relatórios e Lista de Históricos;


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 Analisar: Criar dashboard;
 Desenvolver: Criar relatório, Criar Documento e Criar Filtro.

Figura 3. Tela Home

Módulo I – Relatórios Compartilhados


Acesso aos Dados

4. Para acessar a base de dados, o usuário deve clicar na opção Relatórios Compartilhados no ícone (figura
4) ou no menu lateral esquerdo (figura 5) para ter acesso à planilha de dados.

Figura 4. Relatórios Compartilhados

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Figura 5. Relatórios Compartilhados

5. A tela seguinte apresenta os ícones Painel e Microcefalia. Para acesso aos dados, há duas opções: a
primeira é clicar no próprio ícone: Microcefalias (Figura 6).

Figura 6. Ícone para apresentação do Relatório de Microcefalia

Figura 7. Para exportar clique em Planilha

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Figura 8. Para exportar clique em exportar

Figura 9. Escolha o formato e configuração de sua preferência

Figura 10. Clique no botão Exportar

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Figura 11. Para abrir o arquivo exportado procure em sua área de download padrão ou clique no ícone do
arquivo em seu navegador.

Figura 12. Para abrir o Painel de Monitoramento para visualizar sem necessidade de download, clique em
Relatórios compartilhados

Figura 13. Para abrir o Painel de Monitoramento para visualizar sem necessidade de download, clique em
Relatórios compartilhados

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 59 | 70


Figura 14. Clique na opção Mapa

Figura 15. A partir desse momento, você poderá clicar nas opções do menu superior e navegar entre as
visualizações padronizadas.

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 60 | 70


Anexo 7. Questionário de investigação para microcefalia
Dados do serviço de saúde
Tipo: [ ] Hospital público [ ] Hospital particular [ ] Hospital filantrópico[ ] Domicílio [ ] Outros. Se outros,
especificar: ___________________________________________________________________________________
Identificação do serviço de saúde: _________________________________________________________________
Município de ocorrência: ________________________________________________________________________
Prontuário: ________________________________________

Dados do recém-nascido
Informações gerais
Data da ocorrência do parto: ___ / ___ / ______
Sexo: [ ] Masculino [ ] Feminino [ ] Indeterminado Idade gestacional: ________semanas ____ dias
Classificação quanto à idade gestacional: [ ] Pré-termo [ ] Termo [ ] Pós-termo
Gemelar: [ ] Sim [ ] Não. Se sim, especificar: [ ] 1º Gemelar [ ] 2º Gemelar [ ] 3º Gemelar
Tipo de parto: [ ] Normal (Vaginal) [ ] Fórceps [ ] Cesáreo
Ocorreu dano perinatal? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual: [ ] Anóxico [ ] Isquêmico [ ] hemorrágico [ ] traumático
[ ] outros, especificar: ________________________________________________________________________

Exame físico ao nascer


Peso (g): Estatura (cm): Perímetro cefálico (cm): Perímetro torácico (cm):

Índice de Apgar: 1º min: 5º min: 10º min:

Presença de outras malformações: [ ] Sim [ ] Não


Se sim, especificar:
[ ]Aparelho circulatório
[ ]Aparelho respiratório
[ ]Aparelho digestivo
[ ]Órgãos genitais
[ ]Aparelho osteomuscular
Descreva a malformação encontrada: ______________________________________________________________

Houve outros achados clínicos? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, especificar:


[ ] icterícia [ ] hidropsia [ ] petéquias
[ ] anemia [ ] rinite muco-sanguinolenta [ ] plaquetopenia
[ ] esplenomegalia [ ] hepatomegalia [ ] convulsões
[ ] alterações ósseas [ ] lesões cutâneas [ ] outras, especificar:
[ ] choro ao manuseio [ ] pseudoparalisia _________________________

Exames inespecíficos
Hemograma (considerar o primeiro): [ ] Sim [ ] Não - Data da realização: ___ /_ __ /__ ____
Hb Ht Leucócitos Bastonetes Segmentados Monócitos Linfócitos Plaquetas Glicose
(mg/dl) (%) (mm3) (%) (%) (%) (%) (mm3) (mg/dl)

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 61 | 70


Punção liquórica: [ ] Sim [ ] Não – Data da realização: ___ / ___ / ______
Aspecto: [ ] Límpido [ ] Purulento [ ] Hemorrágico [ ] Turvo [ ] Xantocrômico [ ] Outros [ ] Ignorado
Hemácias Leucócitos Bastonetes Segmentados Monócitos Linfócitos Proteínas Cloreto Glicose
3 3
(mm ) (mm ) (%) (%) (%) (%) (mg/dl) (mg/dl) (mg/dl)

Exames etiológicos
Atenção! Preencher os resultados conforme a legenda:
[1] Reagente/Positivo [2] Não reagente/Negativo [3] Inconclusivo [4] Não realizado
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Rubéola Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Citomegalovírus Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Herpes vírus Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Parvovírus Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Toxoplasmose Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta Resultado Titulação Treponêmico
Soro do RN 1:
Sífilis Líquor 1:
Urina 1:
Agente Amostra Data coleta Teste rápido Sorologia WB
HIV Soro do RN
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Zika vírus Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Chikungunya Líquor
Urina
Agente Amostra Data coleta IgM IgG PCR
Soro do RN
Dengue Líquor
Urina

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 62 | 70


Exames de imagem
Tomografia craniana: [ ] Sim [ ] Não [ ] Aguardando – Se sim, data da realização: __ / __ / ____
Resultado: [ ] Normal [ ] calcificações [ ] lisencefalia [ ] atrofia cerebral [ ] ventriculomegalia [ ]suturas calcificadas
[ ] outras, especificar:___________________________________________________________________

Ressonância magnética craniana: [ ] Sim [ ] Não[ ] Aguardando – Se sim, data da realização: __ / __ / ____
Resultado: [ ] Normal [ ] calcificações [ ] lisencefalia [ ] atrofia cerebral [ ] ventriculomegalia [ ]suturas calcificadas
[ ] outras, especificar:___________________________________________________________________

Ultrassom transfontanela: [ ] Sim [ ] Não[ ] Aguardando – Se sim, data da realização: __ / __ / ____


Resultado: [ ] Normal [ ] calcificações [ ] lisencefalia [ ] atrofia cerebral [ ] ventriculomegalia [ ]suturas calcificadas
[ ] outras, especificar:___________________________________________________________________

Ultrassom abdominal: [ ] Sim [ ] Não[ ] Aguardando – Se sim, data da realização: __ / __ / ____


Foi encontrada alguma alteração: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, especificar: _____________________________________

Ecocardiograma: [ ] Sim [ ] Não[ ] Aguardando – Se sim, data da realização: __ / __ / ____


Foi encontrada alguma alteração: [ ] Sim Não [ ] – Se sim, especificar: _____________________________________

Outros exames realizados


Fundo do olho: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data da realização: __ / __ / ____
Foi encontrada alguma alteração: [ ] Sim Não [ ] – Se sim, especificar: _____________________________________

Teste da orelhinha: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data da realização: __ / __ / ____


Foi encontrada alguma alteração: [ ] Sim Não [ ] – Se sim, especificar: _____________________________________

Entrevista com a mãe


Identificação e dados sociodemográficos
Nome:_________________________________________________________________________________________
Data de nascimento: ___ /___ /__ _____ Idade: _____ anos
Raça/Cor: [ ] Branca [ ] Preta [ ] Amarela [ ] Parda [ ] Indígena (Etnia: ___________________) [ ] Ignorado
Escolaridade (considerar o maior nível completo): [ ] Sem escolaridade [ ] Fundamental I [ ] Fundamental II
[ ] Médio [ ] Superior [ ] Ignorado
Estado civil: [ ] Solteira [ ] Casada [ ] Viúva [ ] Separada/Divorciada [ ] União estável [ ] Ignorado
Ocupação: ______________________________________________________________________________________
Quantas pessoas moram na sua casa: ____________
Qual é a renda familiar mensal: _________________ reais

Endereço atual
Estado: _____ Município: __________________________________________________________________________
Logradouro:____________________________________________________________________ Número:_________
Bairro: _________________________ Telefones: ______________________________________________________

Morou em outro endereço durante a gestação? [ ] Sim [ ] Não – Se sim:


Estado: _____ Município: _________________________________________________________________________
Logradouro:____________________________________________________________________ Número:_________
Bairro: _________________________
Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 63 | 70
Viajou durante a gestação? [ ] Sim [ ] Não – Se sim:
Data da Ida: ___ / ___ / ____ Data da Volta: ___ / ___ / ____ País: _________ Estado: ___ Município:___________
Data da Ida: ___ / ___ / ____ Data da Volta: ___ / ___ / ____ País: _________ Estado: ___ Município:___________

Antecedentes
Há algum grau de parentesco com o seu companheiro? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual: ________________________
Você possui alguma malformação congênita? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual (is): _____________________________
Há alguém na sua família, ou na do seu companheiro, que nasceu com microcefalia? [ ] Sim [ ] Não
Você fazia uso de algum medicamento de uso contínuo? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, Especificar: __________________

Teve diagnóstico de alguma doença pré-existente? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual (is):
[ ] Diabetes [ ] Outras doenças metabolicas [ ] Hipertensão arterial sistêmica [ ] Cardiopatia crônica [ ] Doença
renal crônica [ ] Pneumopatias crônicas [ ] Hemoglobinopatia [ ] Câncer [ ] Doença auto-imune [ ] Doença
neuroléptica [ ]Outras, especificar___________________________________________________________________

Teve diagnóstico ou recebeu tratamento para alguma doença sexualmente transmissível? [ ] Sim [ ] Não
Se sim, qual (is): [ ] HIV [ ] Sífilis [ ] Gonorreia [ ] Clamídia [ ] Hepatites B e/ou C [ ] Herpes simples
[ ] Outras, especificar:_____________________________________________________________________________

Histórico obstétrico/ginecológico
Primeira gestação? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, pular para dados da gestação. Se não, continuar:
Quantas vezes você já engravidou (considerar abortos e natimortos)? ______
Quantos filhos nasceram vivos? ______
Quantos filhos nasceram mortos? ______
Já teve algum aborto? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, quantos: ___________
Algum destes nasceu com alguma malformação congênita? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual (is):
_______________________________________________________________________________________________
Qual é a data de nascimento do seu último filho? ___ /___ /__ _____

Durante a gestação
Teve contato com pesticidas? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, especificar: ________________________________________
Teve contato com agrotóxicos? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, especificar: _______________________________________

Teve contato com algum produto químico? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, especificar: _____________________________
Realizou algum exame de raio-X? [ ] Sim [ ] Não – Se sim: [ ] 1º trimestre [ ] 2º trimestre [ ] 3º trimestre

Você fez uso de algum destes medicamentos?


Acido fólico: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data que iniciou o tratamento: __ / __ / ____
Ferro: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data que iniciou o tratamento: __ / __ / ____
Outros: [ ] Sim [ ] Não Se sim: Quais:
Medicamento 1: ____________________________________________ data que iniciou o tratamento: __ / __ / ____
Medicamento 2: ____________________________________________ data que iniciou o tratamento: __ / __ / ____
Medicamento 3: ____________________________________________ data que iniciou o tratamento: __ / __ / ____
Medicamento 4: ____________________________________________ data que iniciou o tratamento: __ / __ / ____

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 64 | 70


Você teve manchas vermelhas no corpo durante a gestação? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, continuar:

1º. Trimestre [ ] 2º. Trimestre [ ] 3º. Trimestre [ ]


Data do início do exantema: ___ /_ __ /_ ___ Data do início do exantema: ___ /_ __ /_ ___ Data do início do exantema: ___ /_ __ /_ ___
Durou por quantos dias? ______ Durou por quantos dias? ______ Durou por quantos dias? ______
Iniciou aonde? [ ] Cabeça/pescoço [ ] Tronco [ ] Iniciou aonde? [ ] Cabeça/pescoço [ ] Tronco [ ] Iniciou aonde? [ ] Cabeça/pescoço [ ] Tronco [ ]
MMSS [ ] MMII [ ] Difuso por todo corpo MMSS [ ] MMII [ ] Difuso por todo corpo MMSS [ ] MMII [ ] Difuso por todo corpo
Ela se espalhou? [ ] Sim [ ] Não Ela se espalhou? [ ] Sim [ ] Não Ela se espalhou? [ ] Sim [ ] Não
Se sim, para onde? [ ] Cabeça/pescoço [ ] Tronco [ Se sim, para onde? [ ] Cabeça/pescoço [ ] Tronco Se sim, para onde? [ ] Cabeça/pescoço [ ] Tronco
] MMSS [ ] MMII [ ] Difuso por todo corpo [ ] MMSS [ ] MMII [ ] Difuso por todo corpo [ ] MMSS [ ] MMII [ ] Difuso por todo corpo

Teve algum dos seguintes sinais e sintomas? Teve algum dos seguintes sinais e sintomas? Teve algum dos seguintes sinais e sintomas?
[ ] Febre - se sim, qual temperatura?________ [ ] Febre - se sim, qual temperatura?________ [ ] Febre - se sim, qual temperatura?________
[ ] Prurido [ ] Prurido [ ] Prurido
[ ] Tosse [ ] Tosse [ ] Tosse
[ ] Coriza [ ] Coriza [ ] Coriza
[ ] Cefaleia [ ] Cefaleia [ ] Cefaleia
[ ] Mialgia [ ] Mialgia [ ] Mialgia
[ ] Artralgia – se sim, quanto tempo?_______ [ ] Artralgia – se sim, quanto tempo?_______ [ ] Artralgia – se sim, quanto tempo?_______
[ ] Linfoadenopatia [ ] Linfoadenopatia [ ] Linfoadenopatia
[ ] Hiperemia conjuntival [ ] Hiperemia conjuntival [ ] Hiperemia conjuntival
[ ] Vômitos [ ] Vômitos [ ] Vômitos
[ ] Dor retroorbital [ ] Dor retroorbital [ ] Dor retroorbital
[ ] Outros, especificar:____________________ [ ] Outros, especificar:____________________ [ ] Outros, especificar:____________________
Se teve outros sintomas, Se teve outros sintomas, Se teve outros sintomas,
o rash surgiu: [ ] Primeiro [ ] Logo após [ ] Dias o rash surgiu: [ ] Primeiro [ ] Logo após [ ] Dias o rash surgiu: [ ] Primeiro [ ] Logo após [ ] Dias
após os outros sintomas após os outros sintomas após os outros sintomas
Teve atendimento médico? [ ] Sim [ ] Não Teve atendimento médico? [ ] Sim [ ] Não Teve atendimento médico? [ ] Sim [ ] Não
Se sim, qual hipótese diagnóstica? ___________ Se sim, qual hipótese diagnóstica? ___________ Se sim, qual hipótese diagnóstica? ___________
Tomou remédio? [ ] Sim [ ] Não Tomou remédio? [ ] Sim [ ] Não Tomou remédio? [ ] Sim [ ] Não
Se sim, qual? ____________________________ Se sim, qual? ____________________________ Se sim, qual? ____________________________

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 65 | 70


Hábitos durante a gestação

Álcool
Fez uso de bebida alcoólica durante a gestação?
[ ] Sim [ ] Não –Se não, pular para tabagismo. Se sim, continuar.
Com que frequência você utilizava bebidas alcoólicas por semana?
[ ] Uma [ ] duas [ ] três [ ] quatro [ ] cinco [ ] seis [ ] sete ou mais
Quantas doses ou drinks você costumava tomar nesses dias?
[ ] Uma [ ] duas [ ] três ou mais
Com que frequência tomava mais que três doses ou drinks na mesma ocasião?
[ ] Nunca [ ] mensalmente ou menos [ ] Mensalmente [ ] Semanalmente [ ] Diariamente [ ] Ignorada

Tabagismo
Em relação ao cigarro, você diria que:
[ ] Nunca fumei
[ ] Fumei no passado, mas na gestação não
[ ] Fumei de menos que 10 cigarros por dia
[ ] Fumei de 10 a 20 cigarros por dia
[ ] Fumei mais de 20 cigarros por dia
[ ] Não soube responder
Se fumante, há quantos anos fuma diariamente? ________
Se ex-fumante, parou de fumar há quanto tempo? _______ [ ] dias [ ] semanas [ ] meses [ ] anos

Drogas ilícitas
Agora nos vamos falar sobre o uso de substâncias estimulantes ou calmantes. Alguma vez você usou:
Maconha - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo menos [ ] mais
ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Cocaína cheirada - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo menos
[ ] mais ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Qualquer droga injetável - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo
menos [ ] mais ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Crack ou merla - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo menos [ ]
mais ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Lança-perfume, loló, cola, éter, solventes, esmalte, tinta, clorofórmio - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano
antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo menos [ ] mais ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

LSD - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo menos [ ] mais ou
menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Ecstasy - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma vez por mês pelo menos [ ] mais
ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 66 | 70


Anfetamina ou remédios para emagrecer - [ ] Nunca [ ] Nenhuma vez no último ano antes de ficar grávida [ ] uma
vez por mês pelo menos [ ] mais ou menos uma vez por semana [ ] todos os dias

Dados do pré-natal (cartão da gestante e outros registros)


Realizou pré-natal: [ ] Sim [ ] Não. Se sim, continuar:
Unidade de saúde que realizou pré-natal: ____________________________________________________________
Município de realização do pré-natal: _______________________________________________________________

Número de consultas: 1º trimestre:_____ 2º trimestre:_____ 3º trimestre:_____ Total: ______


Data da primeira consulta: ___ /___/______ Idade gestacional no momento da 1ª consulta:____ semanas
Peso no início da gestação (kg):______ _ Peso no final da gestação (kg): _______ Altura (m): _____________

Histórico vacinal
Imunobiológico Tomou vacina? Nº Doses Data 1º Dose Data2º Dose Data 3º Dose
Influenza [ ] Sim [ ] Não
dT [ ] Sim [ ] Não
DTPa
Hepatite B [ ] Sim [ ] Não
Tríplice viral [ ] Sim [ ] Não

Desenvolveu alguma complicação durante a gestação? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual:


[ ] Infecção do trato urinário
[ ] Anemia
[ ] Diabetes gestacional
[ ] Hipertensão arterial sistêmica gestacional
[ ] Pré-eclampsia
[ ] Placenta prévia
[ ] Oligoidrâmnio
[ ] Polidrâmnio
[ ] Insuficiência do colo uterino
[ ] Hiperemese gravídica
[ ] Anomalias anatômicas do útero
[ ] Deslocamento de placenta
[ ] Crescimento intrauterino restrito
[ ] Incisura
[ ] Outras – Especificar ____________________________________________________________________________

Exames de ultrassonografia
Data Idade Perímetro
Microcefalia Calcificações Ventriculomegalia Outros achados
realização gestacional cefálico (cm)
/ / Semanas [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não
/ / Semanas [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não
/ / Semanas [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não
/ / Semanas [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não
/ / Semanas [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não
/ / Semanas [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não [ ] Sim [ ] Não

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 67 | 70


Exames realizados
Exame 1° Trimestre 2° trimestre 3º trimestre
Realizado Data Resultado Realizado Data Resultado Realizado Data Resultado
Hemoglobina Sim ( ) __/__/___ _____(d/dL) Sim ( ) __/__/___ _____(d/dL) Sim ( ) __/__/___ _____(d/dL)
Não ( ) Não ( ) Não ( )
Hematócrito Sim ( ) __/__/___ _____(%) Sim ( ) __/__/___ _____(%) Sim ( ) __/__/___ _____(%)
Não ( ) Não ( ) Não ( )
Glicose Sim ( ) __/__/___ _____(mg/dL) Sim ( ) __/__/___ _____(mg/dL) Sim ( ) __/__/___ _____(mg/dL)
Não ( ) Não ( ) Não ( )
Anti-HIV Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente
Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
Rubéola Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente
Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não
reagente reagente reagente
( )Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
( )IgG reagente ( )IgG reagente ( )IgG reagente
( )IgG não ( )IgG não ( )IgG não
reagente reagente reagente
( )Inconclusivo
HBsAg Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente
Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
Anti-HCV Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente
Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
Toxoplasmo- Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente
se Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
( )IgG reagente ( )IgG reagente ( )IgG reagente
( )IgG não ( )IgG não ( )IgG não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo
Sífilis (VDRL) Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente Sim ( ) __/__/___ ( ) Reagente
Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente Não ( ) ( ) Não reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
Exame 1° Trimestre 2° trimestre 3º trimestre
Realizado Data Resultado Realizado Data Resultado Realizado Data Resultado

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 68 | 70


Citomegaloví- Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente
rus Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não
reagente reagente reagente
( )Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
( )IgG reagente ( )IgG reagente ( )IgG reagente
( )IgG não ( )IgG não ( )IgG não
reagente reagente reagente
( )Inconclusivo
Herpes Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente
simples Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
( )IgG reagente ( )IgG reagente ( )IgG reagente
( )IgG não ( )IgG não ( )IgG não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo
Outros Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente
Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
( )IgG reagente ( )IgG reagente ( )IgG reagente
( )IgG não ( )IgG não ( )IgG não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo
Outros Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente Sim ( ) __/__/___ ( )IgM reagente
Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não Não ( ) ( )IgM não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo ( ) Inconclusivo
( )IgG reagente ( )IgG reagente ( )IgG reagente
( )IgG não ( )IgG não ( )IgG não
reagente reagente reagente
( ) Inconclusivo

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 69 | 70


Diagnóstico laboratorial de alguma doença infecciosa? [ ] Sim [ ] Não – Se sim, qual:
1º. Trimestre [ ] 2º. Trimestre [ ] 3º. Trimestre [ ]
[ ] Toxoplasmose [ ] Toxoplasmose [ ] Toxoplasmose
[ ] Rubéola [ ] Rubéola [ ] Rubéola
[ ] Citomegalovírus [ ] Citomegalovírus [ ] Citomegalovírus
[ ] Sífilis [ ] Sífilis [ ] Sífilis
[ ] Herpes simples [ ] Herpes simples [ ] Herpes simples
[ ] Parvovírus [ ] Parvovírus [ ] Parvovírus
[ ] HIV [ ] HIV [ ] HIV
[ ] Dengue [ ] Dengue [ ] Dengue
[ ] Chikungunya [ ] Chikungunya [ ] Chikungunya
[ ] Zika vírus [ ] Zika vírus [ ] Zika vírus
[ ] Outras. Especificar: [ ] Outras. Especificar: [ ] Outras. Especificar:

Se sífilis reagente:
1) Título 1:__________, recebeu tratamento: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data do início do tratamento: __ /
__ / ____, parceiro tratado concomitante: [ ] Sim [ ] Não
2) Título 1:__________, recebeu tratamento: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data do início do tratamento: __ /
__ / ____, parceiro tratado concomitante: [ ] Sim [ ] Não
3) Título 1:__________, recebeu tratamento: [ ] Sim [ ] Não – Se sim, data do início do tratamento: __ /
__ / ____, parceiro tratado concomitante: [ ] Sim [ ] Não

Encerramento do caso

Investigação concluída? [ ] Sim [ ] Não. Se não, especificar: [ ] Recusa [ ] Perda [ ] Em investigação


Classificação final: [ ] Suspeito [ ] provável [ ] confirmado [ ] descartado [ ] inconclusivo
Etiologia provável: [ ] infecciosa [ ] genética/cromossômica [ ] ambiental (fármacos, toxicológicas,
radiações ionizantes, outras) [ ] inconclusiva.
Se infecciosa, qual HD relacionada: _____________________________________
Evolução: [ ] alta [ ] óbito [ ] Ignorado – Data da evolução: ___ /_ __ /__ ____

Observações
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

Dados do investigador
Início da investigação: ___ / ___ / ____
Nome do investigador:___________________________________________
Fim da investigação: ___ / ___ / ____
Nome do investigador:___________________________________________

Atualização: 09/12/2015 09:52 P á g i n a 70 | 70

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