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logarítmicas 5
Em muitos problemas aplicados, estudamos fenômenos que apresentam um cresci-
Antes de ler o capítulo
mento ou decrescimento que não pode ser representado por uma função polinomial
A leitura desse capítulo exige o
ou racional. Problemas cuja modelagem exige o emprego de uma função exponen-
domínio de vários tópicos já vis-
tos ao longo do livro, incluindo
cial, o tema central desse capítulo, ocorrem em áreas tão distintas como a economia
potências (Seção 1.8), equações (cálculo de juros de investimentos e dívidas bancárias), a biologia (determinação da
(Seções 2.1 e 2.4), sistemas (Se- população de bactérias) e química (decaimento de material radioativo).
ção 2.5), e funções (Seções 3.5 a As funções logarítmicas, por sua vez, desempenham o papel contrário, permitindo-
3.9). nos, por exemplo, determinar o instante em que uma função exponencial atinge um
valor preestabelecido. Para compreender essa relação entre funções exponenciais e
logarítmicas, vamos iniciar o capítulo pelo estudo de funções inversas.
Nos capítulos anteriores, toda vez que quisemos descobrir para que valor de x uma
função f valia c, foi preciso resolver uma equação na forma f (x) = c. Nessa seção,
veremos como obter o mesmo resultado determinando a função inversa de f . Para
que fique clara para o leitor a relevância desse tema, começaremos apresentando um
exemplo.
Como a contagem dos anos começa em 2010, concluímos que a população da cidade
chegou à marca de 13.000 habitantes em 2010 + 4, ou seja, em 2014.
450 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
12000 + 240t = p
240t = p − 12000
p − 12000
t= .
240
Pronto! Uma vez que t foi isolada, podemos definir a função
p − 12000
t(p) =
240
e, a partir dela, calcular facilmente os instantes em que a população atinge 13.000,
15.000 e 20.000 habitantes.
13000 − 12000 1000
t(13000) = = ≈ 4,167.
240 240
15000 − 12000 3000
t(15000) = = = 12,5.
240 240
20000 − 12000 8000
t(20000) = = ≈ 33,333.
240 240
Observe que esses valores são compatíves com aqueles encontrados acima, resolvendo
as equações. Dizemos, nesse caso, que t(p) é a função inversa de p(t).
Solução.
y = x3 − 1.
Agora, precisamos resolver essa equação com relação a x, ou seja, obter uma equação
em que x esteja isolado:
y = x3 − 1 Equação original.
O gráfico da inversa de f (x) pode ser obtido trocando-se as posições dos eixos
x e y, isto é, desenhando-se o eixo-x na vertical e o eixo-y na horizontal. Essa
troca é equivalente à reflexão do gráfico em torno da reta y = x.
452 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
√
(a) f (x) = x3 − 1 (b) g(y) = 3
y+1
Essa relação entre a inversão de uma função e a troca de posição dos eixos x e y é
essencial para o estabelecimento de condições de existência da função inversa, como
veremos na próxima seção.
∎ Funções injetoras
O Exemplo 1 mostrou como encontrar a inversa de uma função afim na forma f (x) =
mx + b, com m ≠ 0. Entretanto, nem toda função possui inversa, como ocorre com
f (x) = c, em que c é uma constante real. Além disso, há muitos casos em que a
inversa só pode ser definida quando restringimos o domínio de f . Para discutirmos as
condições necessárias para que uma função tenha inversa, devemos analisar sob que
circunstâncias uma equação define uma função.
Segundo o roteiro apresentado acima, a obtenção da inversa inclui a transformação
Seção 5.1. Função inversa 453
Como vimos no Capítulo 3, para que essa última equação defina uma função, é
necessário que seu gráfico no plano Cartesiano satisfaça o teste da reta vertical, o que
significa que nenhuma reta vertical pode interceptar o gráfico da equação em mais de
um ponto.
Suponha, por exemplo, que queiramos inverter a função f (x) = x2 . Nesse caso, o
procedimento padrão consiste em fazer
y = x2 Equação na forma y = f (x).
√
± y =x Eliminando a raiz quadrada.
√
x =± y Invertendo os termos.
ela não define uma função de y, já que, para y = 2, por exemplo, temos dois valores
distintos de x, que são √ √
√ x= 2 e x = − 2.
Figura 5.3: x = ± y não repre-
De fato, como mostra a Figura 5.3 – na qual os eixos x e y estão trocados – é fácil
senta uma função. √
encontrar uma reta vertical que cruza o gráfico da equação x = ± y em dois pontos,
o que indica que a curva não corresponde ao gráfico de uma função.
Entretanto, não é muito prático analisar se f (x) = x2 possui inversa traçando
√
o gráfico de x = ± y e verificando se a curva assim obtida satisfaz o teste da reta
vertical. Seria mais conveniente se pudéssemos chegar à mesma conclusão observando
diretamente o gráfico de f . Felizmente, isso não é difícil, como ficará claro a seguir.
√
Já vimos que a curva verde da Figura 5.3, que representa a equação x = ± y, pode
ser obtida trocando-se de lugar os eixos x e y da Figura 5.4, que mostra em vermelho
o gráfico de f (x) = x2 . Adotando o mesmo procedimento, podemos converter a reta
vertical mostrada na Figura 5.3 na reta horizontal apresentada na Figura 5.4.
Constatamos, então, que a função f não terá inversa se o seu gráfico (Figura 5.4)
puder ser cortado mais de uma vez por uma reta horizontal, pois isso fará com que a
Figura 5.4: Curva que não repre- curva resultante da troca de posição dos eixos (Figura 5.3) deixe de satisfazer o teste
senta o gráfico de uma função in- da reta vertical. Esse resultado está resumido no quadro abaixo.
versível.
Solução.
Figura 5.5: Gráfico da função do Como vemos na Figura 5.6a, a função não tem inversa, pois encontramos uma reta
Problema 3. horizontal que cruza seu gráfico em mais de um ponto (três, nesse caso).
454 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
(a) Pontos com o mesmo valor de f (b) Gráfico com os eixos trocados
Figura 5.6: Exemplo em que a função não satisfaz o teste da reta horizontal.
Uma função cujo gráfico satisfaz o teste da reta horizontal é denominada injetora.
Função injetora
Uma função f , definida em um domínio D, é injetora quando, dados quais-
quer valores reais x1 , x2 ∈ D,
A função mostrada na Figura 5.7 não é injetora, pois f (x1 ) = f (x2 ), embora
x1 ≠ x2 . Note que o gráfico viola o teste da reta horizontal.
Figura 5.7: Gráfico de uma função Exemplo 4. Determinando se uma função é injetora
que não é injetora.
Uma maneira prática de determinar algebricamente se uma função é injetora con-
siste verificar se é possível invertê-la. Essa estratégia, que foi usada acima para a
função f (x) = x2 , é útil quando é fácil isolar x na equação y = f (x).
Tomemos como exemplo a função
3
f (x) = ,
5x − 2
3
y = Equação na forma y = f (x).
5x − 2
y(5x − 2) = 3 Multiplicando os dois lados por (5x − 2).
3
5x − 2 = Dividindo os dois lados por y.
y
Seção 5.1. Função inversa 455
3
5x = +2 Somando 2 a ambos os lados.
y
3 2
x = + Dividindo os dois lados por 5.
5y 5
Como, nesse caso, para cada valor de y (salvo y = 0) temos um único valor de x,
a função possui uma inversa g, que é dada por
3 2
g(y) = + .
5y 5
O domínio de g é Dg = {y ∈ R ∣ y ≠ 0}.
Agora, tente o Exercício 1.
f (x) = x2 + x − 2,
cujo domínio é o conjunto de todos os números reais. Para verificar se uma função
desse tipo é injetora, devemos usar uma estratégia um pouco mais complicada.
Sabemos que f não será injetora se existirem valores x1 e x2 pertencentes ao seu
domínio, com x1 ≠ x2 , tais que f (x1 ) = f (x2 ), ou seja, se
x21 + x1 − 2 = x22 + x2 − 2
c=0 ou − 2x1 − c − 1 = 0.
Conferindo a resposta Escolhendo, por exemplo, x1 = 4, e usando a fórmula acima para obter x2 , ou seja,
tomando
f (4) = 42 + 4 − 2 x2 = −x1 − 1 = −4 − 1 = −5,
= 16 + 4 − 2 = 18, deduzimos que f (4) = f (−5), de modo que f não é injetora.
f (−5) = (−5)2 + (−5) − 2
= 25 − 5 − 2 = 18.
Exemplo 6. Determinando se uma função é injetora
Tentemos aplicar a estratégia que envolve escrever x2 = x1 + c para determinar,
mais uma vez, se a função do Exemplo 4 é injetora. Como o leitor deve se lembrar, a
função em questão era
3
f (x) = ,
5x − 2
que estava definida em Df = {x ∈ R ∣ x ≠ 52 }. Igualando, então f (x1 ) a f (x2 ), obtemos
3 3
= .
5x1 − 2 5x2 − 2
3 3
= Equação f (x1 ) = f (x2 ).
5x1 − 2 5(x1 + c) − 2
3[5(x1 + c) − 2] = 3(5x1 − 2) Efetuando o produto cruzado.
x2 = x1 + c ⇒ x2 = x1 + 0 ⇒ x2 = x1 .
O Exemplo 6 ilustra uma propriedade bastante importante, que pode ser deduzida
facilmente da definição de função injetora. Essa propriedade será útil na resolução de
equações exponenciais e logarítmicas.
Função inversa
Seja f uma função injetora em um domínio A, com conjunto imagem B. A
inversa de f , representada por f −1 , é a função com domínio B e conjunto
imagem A definida por
Solução.
Solução.
A função f só não está definida para os valores de x que fazem com que o deno-
minador seja igual a zero. Assim, temos
−3 3
3 − 8x ≠ 0 ⇒ −8x ≠ −3 ⇒ x≠ ⇒ x≠ ,
−8 8
o que nos permite concluir que o domínio da função é
3
D(f ) = {x ∣ x ≠ }.
8
Tentemos, agora, encontrar a inversa de f seguindo o roteiro estabelecido no início
dessa seção:
2 − 5x
y = Equação na forma y = f (x).
8x − 3
(8x − 3)y = 2 − 5x Multiplicando os dois lados por 8x − 3.
2 + 3y
x = Dividindo os dois lados por 8y + 5.
8y + 5
Observando essa última equação, é fácil perceber que há apenas um valor de x
para cada valor de y. Desse modo, f possui inversa, que é definida por
2 + 3y
f −1 (y) = .
8y + 5
Além disso, como o denominador dessa função não pode ser igual a zero, temos
5
8y + 5 ≠ 0 ⇒ 8y ≠ −5 ⇒ y≠− .
8
Assim, o domínio de f −1 é
5
D(f −1 ) = {y ∣ y ≠ − } .
8
p − 12000
t = Equação associada à função t(p).
240
240t = p − 12000 Multiplicando ambos os lados por 240.
Observe que essa era a nossa função original, da qual t(p) era a inversa. Logo, a
inversa da inversa da função definida por p(t) é a própria função p. Esse resultado
está resumido no quadro a seguir.
Exercícios 5.1
1. Determine se as funções são injetoras. 4. Dados os gráficos abaixo, determine se as funções cor-
respondentes possuem inversa.
a) f (x) = 6 − 5x e) f (x) = x2
b) f (x) = x2 − 1 f) f (x) = x3 + x a) c)
√
c) f (x) = x − 4 g) f (x) = x2x+1
d) f (x) = 1 − x2 h) f (x) = x2 − 5, para x ≥ 0
cliente ainda tem uma redução de R$ 900,00 sobre o 9. A numeração dos sapatos varia de acordo com o país.
preço do carro. Para converter o número de um sapato feminino bra-
a) Escreva uma função P (x) que forneça o valor que o sileiro para a numeração americana, podemos usar a
cliente pagará pelo carro, nessa semana, em relação função a(b) = 0,733b − 19, em que b é a medida no Bra-
ao preço de tabela, x. sil.
b) Determine a função inversa de P e indique o que a) Determine a função inversa de a.
essa função representa. b) Usando a inversa, determine o número, no sistema
c) Se você tem exatamente R$ 27.000,00, determine o brasileiro, do sapato de uma senhora americana que
preço de tabela do carro mais caro que você conse- calça 6 e 21 em seu país de origem.
gue comprar à vista. c) Esboce o gráfico da inversa de a.
d) Esboce o gráfico da função inversa de P . 10. Comprei uma árvore frutífera com 1,5 m de altura. Sa-
6. Uma piscina com 10 m de comprimento, 5 m de lar- bendo que a árvore cresce 60 cm por ano,
gura e 2 m de profundidade contém apenas 10 m3 de a) Escreva uma função A(t) que forneça a altura da
água. Uma bomba com vazão de 2,5 m3 /h é usada para árvore em relação ao número de anos (t) decorridos
encher a piscina. desde sua compra.
a) Escreva a função v(h) que fornece o volume da pis- b) Determine a inversa de A(t) e indique o que essa
cina (em m3 ), em relação à altura do nível d’água inversa representa.
(em m). Lembre-se que o volume de um prisma c) Trace o gráfico da inversa.
retangular reto com dimensões x, y e z é dado por
d) Usando a inversa, determine o tempo necessário
xyz.
para que a árvore alcance 12 m.
b) Escreva a inversa da função do item acima, ou seja,
a função h(v) que fornece a altura do nível d’água 11. Dada a tabela abaixo, esboce o gráfico da inversa de
(em m) em relação ao volume de água da piscina, f(x).
v (em m3 ).
x −1 0 1 2 3 4
c) Escreva a função v(t) que fornece o volume da pis-
f (x) −1 1,5 4 6,5 9 11,5
cina em relação ao tempo, em horas, contado a
partir do momento em que a bomba é ligada.
12. Para cada função abaixo, restrinja o domínio de modo
d) Escreva a função h(t) que fornece o nível d’água da que a função seja injetora. Determine, então, a inversa
piscina em relação ao tempo. da função para o domínio escolhido.
e) Determine o instante em que a piscina estará sufi-
cientemente cheia, o que ocorrerá quando seu nível a) f (x) = (x − 2)2 b) f (x) = ∣x∣
d’água atingir 1,8 m.
7. Para converter uma temperatura dada em graus Fah- 13. Use a propriedade das funções inversas para mostrar
renheit (F ) para graus Celsius (C), usamos a fórmula que g é a inversa de f e vice-versa.
C = 59 (F − 32).
a) f (x) = 3x−1
5
e g(y) = 5y+1
3
a) Escreva uma função F (C) que converta para Fah- √
b) f (x) = 3 x e g(y) = y 3
renheit, uma temperatura C em graus Celsius.
c) f (x) = x1 e g(y) = y1
b) Trace o gráfico de C(F ) para F entre −50 e 250. No √
mesmo plano coordenado, trace o gráfico de F (C) d) f (x) = 2 − x5 e g(y) = 5 2 − y
2x−5 8y+5
para C entre −50 e 120. e) f (x) = 8−3x e g(y) = 3y+2
√
c) Determine em que temperatura a medida em Cel- 2
f) f (x) = xx2 +1 e g(y) = 1−y y
, com x ≥ 0 e 0 ≤ y < 1
sius e Fahrenheit é a mesma. (Dica: determine o
valor C tal que F (C) = C.) Mostre esse ponto no 14. Pelo aluguel de um determinado modelo de carro, uma
gráfico de F (C). locadora de automóveis cobra R$ 50,00 por dia, além
8. Como empregado de uma loja de roupas, você ganha de R$ 0,50 por quilômetro rodado.
R$ 50,00 por dia, além de uma comissão de cinco cen- a) Escreva a função C(x) que fornece o custo diário
tavos para cada real que consegue vender. Assim, seu do aluguel para quem pretende percorrer x km em
rendimento diário é dado pela função f (x) = 50 + 0,05x. um dia.
a) Determine a inversa de f e descreva o que a inversa b) Determine a função inversa de C. O que essa fun-
representa. ção representa?
b) Determine quantos reais você deve vender em um c) Usando a função inversa, determine quantos quilô-
único dia para receber R$ 80,00 de remuneração metros é possível rodar em um mesmo dia com
pelo trabalho desse dia. R$ 175,00 e com R$ 350,00.
Seção 5.1. Função inversa 461
15. Uma loja possui um programa de recompensa para cli- a) Determine a expressão de f (x).
entes fiéis. A cada real gasto em compras, o cliente b) Determine a inversa de f .
ganha 10 pontos do programa de fidelidade. Depois de
juntar muitos pontos, é possível trocá-los por mercado- 19. A figura abaixo mostra o gráfico de f . Sobre o mesmo
rias da própria loja. Suponha que Marta já tenha 2000 sistema de eixos Cartesianos, trace o gráfico de f −1 .
pontos.
a) Escreva uma função B(x) que forneça o número
de pontos de Marta, em relação ao valor x, que
corresponde a seu gasto na loja a partir de hoje.
b) Determine a função inversa de B(x). Indique o que
essa função representa.
c) Determine quanto Marta ainda precisa gastar na
loja para poder levar uma calça que vale 10000 pon-
tos.
16. Quando uma fábrica produz x unidades de um carrinho
metálico, o custo médio por unidade é dado pela função
c(x) = 1500+12x
x
.
a) Determine a função inversa de c e indique seu do-
mínio.
b) Usando a inversa, determine quantas unidades do 20. A figura abaixo mostra o gráfico de f . Sobre o mesmo
carrinho devem ser produzidas para que o custo por sistema de eixos Cartesianos, trace o gráfico de f −1 .
unidade seja igual a R$ 15,00.
17. Quando está a uma altura h (em km) acima do solo,
um vigia consegue
√ enxergar pessoas a uma distância de
d(h) = 112,88 h km.
a) Determine a função inversa de d e indique seu do-
mínio.
b) Usando a inversa, determine que altura deve ter a
torre de observação de um forte, para que seu vigia
enxergue pessoas a 10 km de distância.
18. A figura abaixo mostra o gráfico de y = f (x).
a) f (x) = x
− 1. c) f (x) = x2 .
√
2
b) f (x) = x + 2. d) f (x) = x3 − 2.
√ m) f −1 (y) = 4+6y
d) f −1 (y) = y 3 − 4 i) f −1 (y) = y − 1 2y+3
D(f ) = R D(f −1 ) = R D(f ) = {x ∣ x ≥ 0} D(f ) = {x ∣ x ≠ 3}
462 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
o) f −1 (y) = 80y−400
2y−25
D(f ) = {x ∣ x ≠ 40}
D(f ) = {y ∣ y ≠ 25
−1
2 }
2y 2
p) f −1 (y) = 3y 2 −1
D(f ) = {x ∣ x ≤ 0 ou x > 2
}
√
3
D(f −1 ) = {y ∣ y ≥ 0 e y ≠ 3}
1
4. a) V b) F c) V d) F 11.
√
12. a) D(f ) = {x ∣ x ≥ 2}; f −1 (y) = y+2
b) D(f ) = {x ∣ x ≥ 0}; f −1 (y) = y
b) D(f −1 ) = {y ∣ y ≥ 0},
13. ... Im(f −1 ) = {x ∣ x ≥ −2}
14. a) C(x) = 50 + 0,5x
b) C −1 (y) = 2y − 100. Essa função for-
d) R$ 31.000,00. nece a distância que se pode percor-
rer, por dia, com y reais.
6. a) v(h) = 50h d) h(t) = 10+2,5t
50
c) C −1 (175) = 250; C −1 (300) = 500
b) h(v) = v/50
15. a) B(x) = 2000 + 10x
c) v(t) = 10 + 2,5t e) 32 horas
b) B −1 (y) = 10
y
− 200. A função fornece
o quanto Marta deve gastar na loja
7. a) F (C) = 9
5C + 32 para conseguir y pontos do programa
b) de fidelidade.
c) B −1 (10000) = 800 reais
18. a) f (x) = 2 − 2x
3 b) f −1 (y) = 3− 3y
2
c) −40○ C = −40○ F
8. a) f −1 (y) = 20y − 1000. Essa função for-
nece o quanto você deve vender por 19. O gráfico de f −1 aparece em verde na figura
dia (em reais) para que seu rendi- a seguir.
mento diário seja igual a y.
b) R$ 600,00 d) D(f −1 ) = Im(f −1 ) = R
9. a) b(a) = (a + 19)/0,733
b) 35
c)
Seguindo o padrão adotado nesse capítulo, vamos iniciar a seção sobre funções expo-
nenciais apresentando um exemplo aplicado.
6
1000 + 1000 × 100
= 1000 + 1000 × 0,06 6% de 1000 é o mesmo que 0,06 × 1000.
Como, a cada mês, a taxa de juros incide sobre todo o valor devido, e não apenas
sobre os 1000 reais iniciais, temos
Mais precisamente, a função do O exemplo acima mostra que, em certas aplicações matemáticas, é preciso usar
Exemplo 1 tem a forma uma função na forma
f (x) = ax ,
f (x) = b ⋅ ax ,
em que a é uma constante real, e a variável x aparece no expoente.
em que b = 1000 e a = 1,06. Esse tipo
Embora tenhamos empregado 1,06x , com x inteiro, no cálculo dos juros de Heloísa,
de função será tratado à página 468.
podemos definir uma função mais geral, na qual x pode assumir qualquer valor real.
Função exponencial
A função exponencial com base a é definida por
f (x) = ax .
Observe que
• exigimos que a constante a fosse positiva, para garantir que√a função estivesse
definida para todo x real (lembre-se de que, por exemplo, a = a1/2 não está
definida para a negativo);
Uma ressalva que precisa ser feita sobre a função exponencial diz respeito às
potências com expoentes irracionais. Embora tenhamos considerado apenas expoentes
racionais ao definirmos potências no Capítulo 1, é possível estender esse conceito para
o caso em que o expoente é qualquer número real, bastando para isso que aproximemos
um expoente irracional por um número racional. √
3
Como exemplo, vamos calcular valores
√ aproximados da potência 2 usando apro-
ximações decimais diferentes para 3 ≈ 1,7320508075688772935:
Solução.
Os comandos acima não são válidos para todas as calculadoras, já que, em algumas
delas, a tecla de potência é ∧ , em lugar de yx . Além disso, para escrever −1
√
pode ser necessário digitar 1 +/− , e para calcular 3 pode ser necessário digitar
√
3 .
Verifique como usar as teclas de sua calculadora e confira se os valores que você
obteve para as funções dos itens (b) e (c) são os mesmos dados nas Tabelas 5.1a e
5.1b, respectivamente.
Como é de praxe, nosso primeiro passo será montar uma lista de pares na forma
(x, f (x)), que nos auxiliarão no traçado do gráfico. Essa lista é mostrada na Tabela
5.2.
x −3 −2 −1 0 1 2 3
1 1 1
f (x) = 2
x
8 4 2
1 2 4 8
x −3 −2 −1 0 1 2 3
g(x) = ( 21 )x 8 4 2 1 1
2
1
4
1
8
1 x 1x 1
( ) = x = x = 2−x .
2 2 2
Logo,
g(x) = 2−x = f (−x).
Lembrando, então, aquilo que foi visto na Seção 3.8, que trata de transformações de
funções, concluímos que o gráfico de g(x) = f (−x) é a reflexão do gráfico de f (x) com
relação ao eixo-y.
O quadro abaixo resume as principais características do gráfico de f (x) = ax ,
destacando as semelhanças e diferenças associadas ao valor da base a.
Seção 5.2. Função exponencial 467
• O gráfico é contínuo.
• O domínio é (−∞, ∞) e o conjunto imagem é (0, ∞).
• O intercepto-y é 1 e não há intercepto-x.
Além disso,
Assíntota horizontal
A reta y = b é uma assintota horizontal do gráfico da função f se
f (x) → b quando x → −∞ ou x → ∞.
x −10 −5 −2 −1 0 1 2 5 10
f (x) = 2 x
0,0009765 0,03125 0,25 0,5 1 2 4 32 1024
g(x) = x2 100 25 4 1 0 1 4 25 100
1. g(x) = f (x) + a.
g(x) = 4 ⋅ 2x = 22 ⋅ 2x = 2x+2 .
A troca de sinal de f (x) provoca uma reflexão de seu gráfico em torno do eixo-x.
Assim, o gráfico de g(x) = −2x , mostrado na Figura 5.13c, é uma reflexão do
gráfico de f (x) = 2x , mantendo o eixo-x como assíntota.
4. g(x) = f (−x).
5. g(x) = f (cx)
Naturalmente, f (x) pode ser vista como a composição g(h(x)), em que g(z) =
Figura 5.15: Gráfico de f (x) = 0,285ez e h(x) = − (x−24,4)
2
. Essa composição faz com que o gráfico de f se pareça
3,92
28,5e−(x−24,4) /3,92 .
2
com um sino, como mostra a Figura 5.15. Note que, em lugar de ser estritamente
crescente ou decrescente, a curva vermelha atinge seu máximo em x = 24,4, e tem
como assíntota horizontal a reta y = 0.
Picocurie por litro, ou pCi/l, é uma a) Em uma medição feita hoje, uma amostra de água contaminada apresentou 50
unidade de medida de concentração pCi/l de Iodo 131. Escreva a função que fornece a concentração de 131 I em função
radioativa. de t, o tempo (em dias) contado a partir da data em que a concentração foi medida.
b) Trace o gráfico da concentração de Iodo 131 nessa amostra de água para um período
de 40 dias, contados a partir de hoje.
Solução.
131
a) Segundo o enunciado do problema, a concentração inicial de I é P0 = 50 pCi/l.
Substituindo esse valor em nossa função, obtemos
P (t) = 50 ⋅ 2−bt .
2−8b = 25
50
Dividindo os dois lados por 50.
2−8b = 1
2
Simplificando o lado direito.
Portanto,
P (t) = 50 ⋅ 2−t/8 .
472 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
b) Para traçar o gráfico de P , é preciso montar uma tabela de pares (t,P (t)). Aprovei-
tando o fato de que P (t) cai pela metade a cada 8 dias, adotamos esse espaçamento
para os valores de t, como mostrado na Tabela 5.5. Em seguida, usando os pontos
da tabela, desenhamos a curva da Figura 5.16.
t P(t)
0 50
8 25
16 12,5
24 6,25
32 3,125
40 1,5625
Resolvendo exatamente a equação c) Observe que a concentração de 131 I decresce e se aproxima o eixo-x, sem nunca
usando técnicas que serão vistas adi- tocá-lo (a concentração nunca será zero). Segundo a Figura 5.16, a água estará
ante nesse capítulo, obtemos t ≈ 32,5 própria para o consumo humano no instante correspondente ao ponto de interseção
da curva com a reta P = 3, ou seja, daqui a cerca de 32 dias (ponto verde no gráfico).
Solução.
2. O gráfico de p é dado na Figura 5.17. Note que, nesse caso, a função é crescente.
Seção 5.2. Função exponencial 473
Exercícios 5.2
x x
1. Sem usar calculadora, determine o valor de cada função c) f (x) = ( 23 ) e g(x) = ( 31 )
abaixo nos pontos indicados. d) f (x) = 22x e g(x) = 4x
a) f (x) = 4 ; f (0),f (−1),f (1),f (0,5),f (2).
x x −x
e) f (x) = ( 53 ) e g(x) = ( 35 )
b) f (x) = 3−x ; f (0),f (−1),f (1),f (0,5),f (2).
x 6. Relacione o gráfico à função.
c) f (x) = ( 13 ) ; f (0),f (−1),f (1),f (0,5),f (2).
d) f (x) = 12 ⋅ 2x ; f (0),f (0,5),f (1),f (2),f (3). a) c)
e) f (x) = 2x−1 ; f (0),f (0,5),f (1),f (2),f (3).
f) f (x) = 2x−3 + 12 ; f (0),f (−1),f (6).
g) f (x) = 5−x ; f (−2),f (−0,5),f (3).
−x
h) f (x) = ( 14 ) ; f (0),f (−2),f (0,5),f (2).
2. Você notou alguma semelhança nos valores encontra-
dos nos itens (b) e (c) do Exercício 1? Explique o que
ocorre. Faça o mesmo com os itens (d) e (e) do exercí-
cio. b) d)
3. Usando uma calculadora, determine o valor de cada fun-
ção abaixo nos pontos indicados.
a) f (x) = ex ; f (−1),f (1),f (0,5),f (2).
b) f (x) = e−3x ; f (−1),f (1),f (0,5),f (2).
c) f (x) = ex/2 ; f (−1),f (1),f (0,5),f (2).
x
d) f (x) = ( 25 ) ; f (−1,5),f (0,5),f (3,2).
x−3 √
e) f (x) = ( 54 ) ; f (−4,5),f ( 2),f (π).
f) f (x) = 2,40,7x ; f (−1,2),f (0,7),f (2,4). (I) f1 (x) = 3x + 1. (III) f3 (x) = 4−x .
4. Esboce o gráfico das funções dos itens (a), (b) e (d) do (II) f2 (x) = 4x−1 . (IV) f4 (x) = 2x .
Exercício 1.
5. Em um mesmo plano Cartesiano, esboce os gráficos das 7. Lício pegou um empréstimo bancário de R$ 2500,00, a
funções f e g dadas abaixo. uma taxa de 5% ao mês.
a) f (x) = 1,5x e g(x) = 1,5−x a) Escreva a função que fornece o quanto Lício deve
b) f (x) = 1,2x e g(x) = 1,8x em um determinado mês t, contado a partir da data
474 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
do empréstimo, supondo que ele não tenha condi- b) Trace um gráfico da população para t ∈ [0,30].
ções de saldar nem mesmo parte da dívida. c) Determine de que valor a população se aproxima à
b) Determine a dívida acumulada após 12 meses da medida que o tempo avança. Escreva a assíntota
data do empréstimo. horizontal associada a esse limite superior.
8. Em uma placa de Petri, uma cientista criou uma cul- 11. O decaimento radioativo do estrôncio 90 (Sr-90) é des-
tura de bactérias que contava inicialmente com 600 bac- crito pela função P (t) = P0 ⋅2−bt , em que t é um instante
térias. Observando a cultura, a cientista notou que o de tempo, medido em anos, b é uma constante real e P0
número de bactérias crescia 50% a cada hora. é a concentração inicial de Sr-90, ou seja, a concentra-
a) Escreva a função que fornece o número de bactérias ção no instante t = 0.
em função do tempo t, em horas, decorrido desde a) Determine o valor da constante b sabendo que a
a criação da cultura. meia-vida do Sr-90 é de 29 anos (ou seja, a concen-
b) Determine a população de bactérias após 3, 6 e 12 tração de Sr-90 cai pela metade em 29 anos).
horas. b) Foram detectados 570 becquerels de Sr-90 por kg
9. Em uma xícara que já contém certa quantidade de açú- de solo na região da usina de Fukushima, no Japão,
car, despeja-se café. A curva abaixo representa a função em abril de 2011 (valor que corresponde a cerca de
exponencial M (t) = M0 ⋅ 2bt , que fornece a quantidade 130 vezes a concentração normal do solo daquela
de açúcar não dissolvido (em gramas), t minutos após região). Determine qual será a concentração de Sr-
o café ser despejado. Determine a expressão de M (t). 90 daqui a 100 anos.
12. A concentração de CO2 na atmosfera vem sendo me-
dida desde 1958 pelo Observatório de Mauna Loa, no
Havaí. Os dados coletados mostram que, nos últimos
anos, essa concentração aumentou, em média, 0,5% por
ano. É razoável supor que essa taxa anual de cresci-
mento da concentração de CO2 irá se manter constante
nos próximos anos.
a) Escreva uma função C(t) que forneça a concentra-
ção de CO2 na atmosfera em relação ao tempo t,
10. O crescimento populacional de algumas espécies de- dado em anos. Considere como instante inicial –
pende das limitações impostas pelo meio ambiente. En- ou seja, aquele em que t = 0 – o ano de 2004, no
quanto há espaço e comida em abundância, a população qual foi observada uma concentração de 377,4 ppm
cresce rapidamente. Quando a concorrência por espaço de CO2 na atmosfera.
e comida aumenta, a população tende a crescer mais b) Determine a concentração de CO2 em 2010.
devagar, até se aproximar de um patamar. Nesse caso, 13. O sistema de ar condicionado de um ônibus quebrou
o número de indivíduos da espécie é descrito pela curva durante uma viagem. A função que descreve a tempera-
logística, ou curva "S", definida por tura (em graus Celsius) no interior do ônibus em função
A de t, o tempo transcorrido, em horas, desde a quebra
P (t) = , do ar condicionado, é T (t) = (T0 − Text ) ⋅ 10−t/4 + Text ,
b + ce−dt
em que T0 é a temperatura interna do ônibus enquanto
em que A, b, c e d são constantes reais. Para uma espé- a refrigeração funcionava, e Text é a temperatura ex-
cie de anfíbio introduzida nas cercanias de uma lagoa, terna (que supomos constante durante toda a viagem).
observou-se que o tamanho da população era dado pela Sabendo que T0 = 21○ C e Text = 30○ C,
função abaixo, na qual t é o tempo, em meses, decorrido
desde a introdução dos animais. a) escreva a expressão de T (t) para esse problema;
b) calcule a temperatura no interior do ônibus trans-
1600 corridas 4 horas desde a quebra do sistema de ar
P (t) = .
1 + 15e−t/4 condicionado;
a) Determine a população inicial de anfíbios. c) esboçe o gráfico de T (t).
4. a)
b)
6. a) III b) IV c) II d) I
Solução.
x = f −1 (y).
Função logarítmica
Seja a uma constante real tal que a > 0 e a ≠ 1. Se x > 0, então dizemos que
Como exemplo, sabendo que log3 (81) = 4, dizemos que o logaritmo de 81 na base
3 é 4.
Solução.
Como se percebe, loga (x) é o expoente ao qual é preciso elevar a para se obter x.
Tendo isso em mente, é fácil estabelecer algumas propriedades para os logaritmos.
que é equivalente à Propriedade 3. Por sua vez, a Propriedade 4 pode ser obtida se
substituirmos y por loga (x) na equação x = ay :
x = ay ⇒ x = aloga (x) .
Outra propriedade importante da função logarítmica, decorrente do fato de ela ser
injetora, é apresentada abaixo.
Solução.
Para lidar com esse tipo de expressão, precisamos recorre a algumas propriedades
dos logaritmos, além daquelas apresentadas acima, que decorrem diretamente da de-
finição. As três principais propriedades relacionadas à operação com logaritmos são
apresentadas no quadro a seguir.
Propriedade Exemplo
5. Logaritmo do produto
loga (xy) = loga (x) + loga (y) log10 (3x) = log10 (3) + log10 (x)
6. Logaritmo do quociente
x x
loga ( ) = loga (x) − loga (y) log3 ( ) = log3 (x) − log3 (5)
y 5
7. Logaritmo da potência
loga (xc ) = c loga (x) log5 (x2 ) = 2 log5 (x)
aloga (x) = ar ⇒ x = ar
Seção 5.3. Função logarítmica 479
e
aloga (y) = as ⇒ y = as .
De posse dessas relações, podemos passar à demonstração de cada propriedade em
separado.
=r+s Propriedade 3.
= cr Propriedade 3.
calcule
√
a) log10 (14) c) log10 (3/2) e) log10 ( 27)
b) log10 (1/3) d) log10 (63)
Solução.
a)
log10 (14) = log10 (2 ⋅ 7) Fatoração de 14.
b)
log10 (1/3) = log10 (3−1 ) Propriedade das potências.
c)
log10 (3/2) = log10 (3) − log10 (2) Propriedade 6.
d)
log10 (63) = log10 (32 ⋅ 7) Fatoração de 63.
e)
√ √
log10 ( 27) = log10 ( 33 ) Fatoração de 27.
3
= log10 (3) Propriedade 7.
2
3
= ⋅ 0,477 Cálculo do logaritmo.
2
= 0,716 Simplificação do resultado;
Solução.
a)
log8 (2) + log8 (4) = log8 (2 ⋅ 4) Propriedade 5.
=1 Propriedade 2.
b)
√ √
3 log5 ( 3 125) = log5 (( 3 125)3 ) Propriedade 7.
=3 Propriedade 3.
Seção 5.3. Função logarítmica 481
c)
2 log2 (12) − log2 (9) = log2 (122 ) − log2 (9) Propriedade 7.
=4 Propriedade 3.
Logaritmos usuais
Os logaritmos mais comumente empregados possuem uma notação particular,
para facilitar seu uso. São eles:
y = log(x) ⇔ 10y = x.
y = ln(x) ⇔ ey = x.
Suponha que queiramos determinar y = loga (x), em que a é uma base qualquer,
mas que só saibamos calcular logb (x), com b ≠ a. Nesse caso, recorrendo à definição
de logaritmo, escrevemos
y = loga (x) ⇔ x = ay .
Aplicando o logaritmo na base b a ambos os lados dessa última equação, obtemos
x = ay Equação original.
logb (x)
=y Isolando y no lado direito.
logb (a)
logb (x)
y = Invertendo a equação.
logb (a)
logb (x)
loga (x) = Substituindo y = loga (x).
logb (a)
Assim, podemos calcular loga (x) aplicando duas vezes o logaritmo na base b.
Mudança de base
Sejam a, b e x números reais maiores que zero, e suponha que a ≠ 1 e b ≠ 1.
Nesse caso,
logb (x)
loga (x) = .
logb (a)
Solução.
Na calculadora
a) Usando o logaritmo na base 10 e uma calculadora, obtemos
Para obter log2 (12) em sua cal-
culadora, pressione
log(12) 1,07918
÷ log2 (12) = ≈ ≈ 3,58496.
log 1 2 log 2 = log(2) 0,30103
b) Nesse caso, como os números 8 e 4 são potências de 2, podemos converter os
logaritmos à base 2, em lugar de usar a base 10 ou e. Assim, nem precisamos de
uma calculadora para obter o resultado (embora possamos usá-la, caso desejemos):
log2 (8) log2 (23 ) 3
log4 (8) = = = .
log2 (4) log2 (22 ) 2
Solução.
1,06x = 2.
1000 ⋅ 1,0612 = 2012,20 Logo, em 12 meses Heloísa já deverá mais que o dobro do valor do empréstimo.
3x = 10log10 (3 )
x
Propriedade 4.
O gráfico de f (x) = log2 (x) também poderia ser obtido a partir do gráfico de
g(x) = 2x . Para tanto, bastaria lembrar que o gráfico da inversa de uma função g é a
reflexão do gráfico de g com relação à reta y = x.
A Figura 5.18b mostra os gráficos de g e de f = g −1 . Observe que g(x) = 2x tem
domínio A = R e conjunto imagem B = (0,∞), enquanto f (x) = log2 (x) tem domínio
B = (0,∞) e conjunto imagem A = R.
Tabela 5.6
x log2 (x)
1/8 −3
1/4 −2
1/2 −1
1 0
2 1
4 2
8 3
(a) Gráfico de f (x) = log2 (x) (b) Gráficos de f (x) = log2 (x) e g(x) = 2x
Tabela 5.7
x log 12 (x)
1/8 3
1/4 2
1/2 1
1 0
2 −1
4 −2
8 −3
(a) Gráfico de f (x) = log1/2 (x) (b) Gráficos de f (x) = log 1 (x) e g(x) = ( 12 )x
2
Como vimos, só é possível calcular loga (x) se x > 0, não importando se a > 1 ou se
0 < a < 1. Essas e outras características do gráfico de f (x) = loga (x) estão resumidas
no quadro abaixo.
Seção 5.3. Função logarítmica 485
• é contínuo;
• tem domínio (0, ∞) e conjunto imagem é R;
• tem intercepto-x em (1,0) e não tem intercepto-y.
Além disso,
Assíntota vertical
A reta x = b é uma assintota vertical do gráfico da função f se
de modo que g(x) também pode ser definida na forma g(x) = loga (cx), em que
c = ab . Ou seja, é equivalente escrever
2. g(x) = f (x + b).
A Figura 5.20b mostra o gráfico de g(x) = log2 (x − 2) (curva verde), bem como
o gráfico de f (x) = log2 (x) (curva tracejada). Note que o domínio de g(x) é
(2,∞).
3. g(x) = cf (x)
É importante notar que a multiplicação de loga (x) por uma constante é equiva-
lente a uma mudança de base da função logarítmica. Para mostrar essa relação
vamos supor que queiramos converter a função logarítmica na base b para uma
outra base a. Nesse caso, escrevemos simplesmente
loga (x)
logb (x) = = c loga (x),
loga (b)
em que c = 1/ loga (b) é constante. Assim, para converter f (x) = log3 (x) à base
2, fazemos
log2 (x)
log3 (x) = ≈ 0,63093 log2 (x).
log2 (3)
Figura 5.21: Gráfico de y =
3 log2 (x).
Logo, f (x) ≈ 0,63093 log2 (x).
A Figura 5.22 mostra os gráficos de loga (x) para vários valores da base a.
Seção 5.3. Função logarítmica 487
(a) Gráficos de y = log2 (x), y = log3 (x) e y = (b) Gráficos de y = log1/2 (x), y = log1/3 (x) e
log10 (x). y = log1/10 (x).
Solução.
a) Para que possamos calcular ln(w), é preciso que w > 0. Assim, f (x) = ln(x + 1) só
está definida para
x+1>0 ⇒ x > −1.
Portanto, Df = {x ∈ R ∣ x > −1}. O gráfico de f pode ser obtido deslocando-se
a curva y = ln(x) uma unidade para a esquerda. O resultado é apresentado na
Figura 5.23a.
b) Para calcularmos a função composta log3 (9 − x2 ), devemos exigir que 9 − x2 > 0.
Se você não se lembra como resolver Para descobrir os valores de x que satisfazem essa condição, escrevemos
esse tipo de desigualdade, consulte as
9 − x2 > 0 ⇒ x2 < 9 ⇒ −3 < x < 3.
Seções 2.11 e 4.1.
Logo, Df = {x ∈ R ∣ − 3 < x < 3}. O gráfico de f é mostrado na Figura 5.23b.
Solução.
Exercícios 5.3
1. Sabemos que, se log4 (4096) = 6, então 46 = 4096. 3. Usando uma calculadora, determine
Usando essa ideia, reescreva as identidades abaixo na √
forma exponencial. a) log(2) d) log( 21 ) g) log( 3)
b) log(20) e) log(0,2) h) log(5,7)
a) log5 (125) = 3 e) log256 (4) = 14 c) log(200) f) log(0,02) i) log(1 + 47 )
b) log8 (32768) = 5 f) log7 (1) = 0
1 4. Usando uma calculadora, determine
c) log9 (81) = 2 g) log( 100 ) = −2
d) log2 ( 18 ) = −3 h) log27 (3) = 1
3 a) ln(3) c) ln(302 ) e) ln(0,03)
b) ln(30) d) log( 31 ) f) ln(2,7183)
2. Sabemos que, se 34 = 81, então log3 (81) = 4. Usando
essa ideia, reescreva as identidades abaixo na forma lo-
5. Sem usar calculadora, determine
garítmica.
a) log(5) + log(20)
√
9
a) 2 = 512 d) ( 14 )3
= 1
64
g) ( 2)8 = 16 b) log2 (96) + log2 (1/3)
b) 65 = 7776 0
e) 135 = 1 c) log3 (45) − log3 (5)
c) 10−3 = 1000
1
f) 7291/6 = 3 h) 1251/3 = 5 d) log5 (15) − log5 (75)
Seção 5.3. Função logarítmica 489
e) log1/6 (1/3) + log1/6 (1/12) 14. Em um mesmo plano, esboce os gráficos de f (x) =
f) log√3 (18) − log√3 (2) ln(x), g(x) = ln(x − 2) e h(x) = ln(1/x).
g) loge (e5 ) + loge (e2 ) 15. Um aparelho que mede ruídos indica a intensidade do
h) loge (e5 ) ⋅ loge (e2 ) som em decibéis (dB). Para relacionar uma medida β,
em decibéis, à intensidade I, dada em W/m2 , usamos
i) log2 (85 )
a função
j) log2 ( 413 ) I
β(I) = 10 log ( −12 ) .
k) log3 (811/5 ) 10
6. Sem usar calculadora, determine a) Determine a função inversa de β.
b) Usando a inversa, calcule a intensidade de um som
a) log2 (1) h)log3 (81) o) log8 (2) de 20 dB.
b) log1/5 (1) log2 (1/8)
i) p) log√3 (3) 16. Hemácias de um animal foram colocadas em meio de
c) log5 (5) j)log2 (0,25) cultura em vários frascos contendo diferentes concen-
√ q) 2 log2 (5)
d) log1/2 (1/2) k)log3 ( 3) trações das substâncias A e B, marcadas com isótopo
√ r) 10log(7)
e) log5 (53 ) log3 ( 4 3)
l) de hidrogênio. Dessa forma os pesquisadores puderam
√
f) log4 (4−1/3 ) m) log3 ( 33 )
5
s) eloge (8) acompanhar a entrada dessas substâncias nas hemácias,
como mostrado no gráfico abaixo.
g) log2 (32) n) log4 (2) t) eloge (1/3)
a) 2x na base 10 d) 4x na base e
b) 10x na base 5 e) ex na base 10
c) 54x na base 2 f) ( 21 )x na base 3 Seja x a concentração de substância B no meio extrace-
lular e y a velocidade de transporte. Observando-se o
formato da curva B e os valores de x e y em determina-
9. Mostre, com um exemplo, que
dos pontos, podemos concluir que a função que melhor
a) log(a + b) ≠ log(a) + log(b) relaciona essas duas grandezas é
b) log(a − b) ≠ log(a) − log(b)
4+log (x)
10. Supondo que logx (2) = a, logx (3) = b e logx (7) = c, a) y = 2
2
c) y = 38 (1 − 2−2x )
escreva logx (756) em função de a, b e c. b) y = 1 − log2 (x + 1) d) y = 3x − 1
11. Determine o domínio e trace o gráfico das funções 8
abaixo. 17. Sejam dadas as funções f (x) = 42x
e g(x) = 4x .
a) Represente a curva y = f (x) em um gráfico no qual
a) f (x) = 2 log(x − 1) c) f (x) = − log(x + 1) o eixo vertical fornece log2 (y).
b) f (x) = log(x + 2) d) f (x) = log(1 − x) b) Determine os valores de y e z que resolvem o sis-
tema de equações
12. Determine o domínio das funções abaixo.
f (z) = g(y)
a) f (x) = log2 (2x − 5)
b) f (x) = log(15 − 4x2 ) f (y)
=1
c) f (x) = ln(−x2 + 2x + 3) g(z)
13. Trace, em um mesmo plano, os gráficos de f (x) = 3x e Dica: converta o sistema acima em um sistema li-
g(x) = log3 (x). near equivalente.
490 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
b)
3. a) 0,30103 f) −1,69897
b) 1,30103 g) 0,238561
c) 2,30103
h) 0,755875 14.
d) −0,30103
e) −0,69897 i) 0,196295
4. a) 1,09861 d) −1,09861
b) 3,4012 e) −3,50656
c) 6,80239 f) 1,00001
5. a) 2 d) −1 g) 7 j) −6
c)
b) 5 e) 2 h) 10
c) 2 f) 4 i) 15 k) 4
5
7. a) 1,58496 f) 1,23476
b) 0,430677 g) −2 d)
c) 1,52832
d) −1,38685 h) 4.64386
e) −1,89279 i) −1.20412
8. a) 100,3010x d) e1,3863x
b) 51,4307x e) 100,4343x
c) 29,2878x f) 3−0,6309x
9. a) Basta usar a = 1 e b = 1.
b) Basta usar a = 2 e b = 1. 12. a) x > 5
2
√ √
10. 2a + 3b + c b) − 15
2 <x< 15
2 b) y = 1/2 e z = 1/2
Nessa seção, vamos resolver equações que envolvem funções logarítmicas e exponen-
ciais. Entretanto, antes de começarmos, veremos como usar as propriedades dos
logaritmos para manipular expressões.
Solução.
a)
log2 (8x) = log2 (8) + log2 (x) Propriedade 5.
b)
log(7x5 y 2 ) = log(7) + log(x5 ) + log(y 2 ) Propriedade 5.
c)
√
log2 ( 2x) = log2 ((2x)1/2 ) Propriedade das raízes.
1
= log2 (2x) Propriedade 7.
2
1
= [log2 (2) + log2 (x)] Propriedade 5.
2
log2 (2) log2 (x)
= + Propriedade distributiva.
2 2
1 log2 (x)
= + Propriedade 2.
2 2
d) √
3 2/3
log ( x2
4
) = log ( x 4 ) Propriedade das raízes.
2
= log(x) − log(4) Propriedade 7.
3
e)
1 x6 1
ln ( 4 ) = [ln(x6 ) − ln(y 4 )] Propriedade 6.
2 y 2
6 ln(x) 4 ln(y)
= − Propriedade 7.
2 2
= 3 ln(x) − 2 ln(y) Simplificação do resultado.
Solução.
a)
3 log(x + 5) − 2 log(x) = log((x + 5)3 ) − log(x2 ) Propriedade 7.
(x + 5)3
= log ( ) Propriedade 6.
x2
b) x⋅2
Nesse caso, podemos fazer a simpli-
log3 (x) − log3 (4x) + log3 (2) = log3 ( ) Propriedades 5 e 6.
ficação xx = 1 pois, como a expres- 4x
são original inclui log3 (x), já supo-
1
mos que x ≠ 0. = log3 ( ) Simplificação do resultado.
2
c) 1 1
[ln(x − 2) + ln(x + 2)] = [ln((x − 2)(x + 2)]) Propriedade 5.
2 2
1
= [ln(x2 − 4)] Produto notável.
2
= ln[(x2 − 4)1/2 ] Propriedade 7.
√
= ln( x2 − 4) Simplificação do resultado.
d)
(x − 1)2
= log ( ) Propriedade 6.
x2 − 1
Como a expressão original inclui (x − 1)(x − 1)
= log ( ) Produto notável.
log(x − 1), podemos fazer a simpli- (x − 1)(x + 1)
x−1
ficação, x−1 = 1, pois supomos que
x−1
(x − 1) ≠ 0. = log ( ) Simplificação do resultado.
x+1
e) log2 (x)
log2 (6) + log8 (x) = log2 (6) + Mudança de base.
log2 (8)
log2 (x)
= log2 (6) + Cálculo do logaritmo.
3
= log2 (6) + log2 (x1/3 ) Propriedade 7.
√
= log2 (6 3 x) Propriedade 5.
∎ Equações exponenciais
A solução de equações exponenciais e logarítmicas envolve a combinação
1. do fato de loga (x) ser a inversa de ax , e vice versa, de modo que as seguintes
propriedades dos logaritmos são válidas:
Dica a) loga (ax ) = x (Propriedade 3);
A Propriedade 3 é o caso parti-
cular da Propriedade 7 no qual b) aloga (x) = x (Propriedade 4);
b = a. c) loga (bx ) = x loga (b) (Propriedade 7);
2. do fato de loga (x) e ax serem injetoras, ou seja,
a) loga (x) = loga (y) se e somente se x = y;
b) ax = ay se e somente se x = y;
3. das demais propriedades dos logaritmos e das potências.
O item 2(a) indica que podemos aplicar o logaritmo aos dois lados de uma equação,
sem alterar a sua solução. Essa ideia é utilizada no quadro a seguir, no qual apre-
sentamos uma estratégia que permite a resolução de um grande número de equações
exponenciais.
Solução.
a)
Lembrete
Há várias maneiras de se resol- 4x = 5 Equação original.
ver uma mesma equação expo-
log4 (4x ) = log4 (5) Aplicando log4 aos dois lados.
nencial. A sequência de passos
mostrada aqui é apenas uma x = log4 (5) Propriedade 3 do logaritmo.
das muitas alternativas. O lei-
tor deve sentir-se livre para in- log(5)
x = Mudando para a base 10.
vestigar outros caminhos para a log(4)
obtenção da solução.
x = 1,16096 Calculando o lado direito.
b)
6x−1 + 3 = 7 Equação original.
log(4)
x−1 = Dividindo os dois lados por log(6).
log(6)
log(4)
x =1+ Isolando x.
log(6)
x = 1,77371 Calculando o lado direito.
c)
6e5x = 12 Equação original.
ln(2)
x = Dividindo os dois lados por 5.
5
x = 0,13863 Calculando o lado direito.
d)
+5
+ 24 = 144
2
2x Equação original.
4
Note que 2 é um número real inde- +5
= 144 − 24
2
pendente de x.
2x Isolando a função exponencial.
2
+5
2x = 128 Simplificando 144 − 24 .
2
+5
log2 (2x ) = log2 (128) Aplicando log2 aos dois lados.
e)
35x+1 = 52 ⋅ 3x Equação original.
log3 (25) 1
x = − Dividindo os dois lados por 4.
4 4
log(25) 1
x = − Mudando para a base 10.
4 log(3) 4
x = 0,48249 Calculando o lado direito.
f)
23x−2 − 4x+6 = 0 Equação original.
3x − 2 = 2x + 12 Propriedade distributiva.
x = 14 Isolando x.
g)
45−2x = 3x Equação original.
5 log(4)
x = Isolando x
2 log(4) + log(3)
x = 1,79052 Calculando o lado direito.
Infelizmente, nem todas as equações que envolvem funções exponenciais podem ser
2x = x + 3
resolvidas usando o roteiro apresentado à Página 493. Se a equação original fosse, por
2x = 2log2 (x+3) exemplo, 2x = x+3, conseguiríamos convertê-la à forma descrita no Passo 1 do quadro,
x = log2 (x + 3). (E agora?) mas não haveria como obter sua solução com o auxílio dos métodos apresentados nesse
capítulo, como se vê ao lado.
496 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
O problema a seguir mostra uma equação que pode ser resolvida recorrendo-se a
outros artifícios algébricos.
Solução.
Para resolver essa equação, vamos substituir ex por uma variável temporária y.
Nesse caso,
e2x = (ex )2 = y 2 ,
de modo que nossa equação pode ser rescrita como
y 2 + 2y − 8 = 0.
Aplicando a fórmula de Bháskara, com ∆ = 22 − 4 ⋅ 1 ⋅ (−8) = 36, obtemos
√
−2 ± 36 −2 ± 6
y= = .
2⋅1 2
Logo, as raízes da equação em y são
−2 + 6 −2 − 6
y1 = =2 e y2 = = −4.
2 2
Lembrando, então, que y = ex , temos duas possibilidades.
a) Para y1 = 2:
ex = 2 ⇒ ex = eln(2) ⇒ x = ln(2).
b) Para y2 = −4:
ex = −4, Impossível, pois ex > 0.
Portanto, a única solução da equação é x = ln(2) ≈ 0,69315.
∎ Equações logarítmicas
Para resolvermos equações logarítmicas, usamos uma estratégia semelhante àquela
empregada para as equações exponenciais, lembrando que, em virtude de a função
exponencial ser injetora, ay = az se e somente se y = z. Além disso, usamos a Propri-
edade 4 do logaritmo, que estabelece que aloga (y) = y, como se vê a seguir.
A conferência das soluções (passo 5) é feita para assegurar que não estamos, por
exemplo, aplicando o logaritmo a um número menor ou igual a zero. Como opção
a essa verificação, podemos determinar o domínio da equação original e eliminar os
valores de x que dele não fazem parte.
O problema 5 mostra como aplicar esse roteiro a problemas práticos. Natural-
mente, há vários caminhos para a obtenção da solução de uma equação logarítmica,
de modo que estimulamos o leitor a resolver de outras maneiras as equações apresen-
tadas.
Solução.
a)
log2 (x) = 3/2 Equação original.
Conferindo a resposta
2log2 (x) = 23/2 Elevando 2 a cada um dos lados.
log2 (2,82843) ≈ 1,5 Ok!
x = 23/2 Propriedade 4 do logaritmo.
b)
log2 (5x) + 3 = 8 Equação original.
Conferindo a resposta
log2 (5x) = 5 Isolando o logaritmo.
log2 (5 ⋅ 32/5) + 3 = 8
2log2 (5x) = 25 Elevando 2 a cada um dos lados.
log2 (32) + 3 = 8
5+3=8 Ok! 5x = 32 Propriedade 4 do logaritmo.
c)
log(2x + 100) = 3 Equação original.
d)
log2 (4x) − log2 (12) = 5 Equação original.
x = 96 Simplificando o resultado.
e)
ln(5x − 8) = ln(x + 4) Equação original.
5x − 8 = x + 4 Propriedade 4 do logaritmo.
ln(5 ⋅ 3 − 8) = ln(3 + 4)
ln(7) = ln(7) Ok! 4x = 12 Reescrevendo a equação.
f)
log(4 − 8x)
=6 Equação original.
log(2)
log(4 − 8x) = 6 log(2) Multiplicando os dois lados por log(2).
Conferindo a resposta
log(4 − 8x) = log(26 ) Propriedade 7 do logaritmo.
log(4 − 8 ⋅ (−15/2))
=6 )
10log(4−8x) = 10log(2
6
log(2) Elevando 10 a cada um dos lados.
log(64)
=6 4 − 8x = 26 Propriedade 4 do logaritmo.
log(2)
log2 (64) = 6 Ok! −8x = 60 Subtraindo 4 de ambos os lados.
g)
log3 (3x + 1) − 3 = log3 (x − 4) + 1 Equação original.
h)
log (2x2 − 4) = log(7x) Equação original.
−4)
10log(2x = 10log(7x)
2
Elevando 10 a cada um dos lados.
x = 4.
Alternativa
Solução.
a)
b)
2 log(x) = log(3x) + log(x − 4) Equação original.
)
10log(x = 10log(3x(x−4))
2
Elevando 10 a cada um dos lados.
Como o produto de dois fatores só é zero se um deles for zero, concluímos que
x=0 ou 2x − 12 = 0.
Seção 5.4. Equações exponenciais e logarítmicas 501
2x − 12 = 0 ⇒ 2x = 12 ⇒ x = 6.
x1 = 6 e x2 = 0.
c)
log2 (8x) = 6 log8 (2x) + 2 Equação original.
log2 (2x)
log2 (8x) = 6 +2 Mudando para a base 2.
log2 (8)
log2 (2x)
log2 (8x) = 6 +2 Calculando log2 (8).
3
log2 (8x) = 2 log2 (2x) + 2 Simplificando o lado direito.
log(x + 5) = log(x) + log(5) Não há propriedade para logc (a + b) log(x) + log(5) = log(5x)
log(x) log(x)
log(x − 8) = Não há propriedade para logc (a − b) = log8 (x)
log(8) log(8)
log(3) ⋅ log(x) = log(3x) logc (a) ⋅ logc (b) = logc (blogc (a) ) log(3) ⋅ log(x) = log(xlog(3) )
log(3x) = log(3) + log(x)
2log2 (x)+3 = 2log2 (x+3) = x + 3 logc (a) + b ≠ logc (a + b) 2log2 (x)+3 = 2log2 (x) ⋅ 23 = 8x
Esses mesmos erros podem aparecer de forma mais sutil, como mostra o exemplo
abaixo.
Exercícios 5.4
1. Usando as propriedades dos logaritmos, expanda as ex- 4. Resolva as equações.
pressões abaixo. Suponha sempre que as variáveis per-
tençam ao domínio das expressões. a) 3−x = 811 x
n) ( 13 ) = 27
3x−1
√ b) e = 100 o) 52x−7 = 125
a) log(4x) k) log2 ( xy) 3x+2
c) 4 = 5x−1 p) 3x+1 = 22x−3
b) log2 (16x3 ) l) log5 ( √x+2 ) d) 3 2x−1
= 4x+2 20
q) =5
log3 (yx3 ) √x +1
2
c) e) 100
= 20
10+2x
m) log3 (x x) 1+23−x/2 r) 32x−1
= 5x
d) log2 (2(x + 1)(x − 12 )) √ 3x+4
n) log3 ( x2 w)
3 f) 3 = 272x−2 s) 162
=2
e) log (x−2 (x − 4)) g) 50
=2
33x−7
√ 1+3⋅2x t) 42x−1 = 5x+1
f) ln( xe ) o) ln ( 3 y/w4 ) h) 4 2x−1
= 83x+2
√ u) 24x−5 = 81−2x
g) log2 ( x82 ) i) 52x+3 = 50
p) log (6/ x2 ) v) 35x−2 = 94
3
7. A Tabela 5.8 mostrou erros comuns na aplicação dos lo- 8. A equação 2x−3 = 2x −23 não é válida para todo valor de
garitmos. Apresentamos abaixo algumas equações que x. Trace os gráficos de 2x−3 e de 2x − 23 para x ∈ [0,5]
não são verdadeiras para todo x e a (ou seja, que não e descubra o valor aproximado da única solução real
são identidades). Descubra para que valores de x cada dessa equação.
equação é satisfeita. Em seguida, determine a solução
9. As populações de duas cidades, A e B, são dadas
específica para o valor de a fornecido.
em milhares de habitantes por A(t) = log8 (1 + t)6 e
a) log(x + a) = log(x) + log(a), a=5 B(t) = log2 (t + 1) + 2, em que a variável t representa o
b) log(x − a) = log(x) − log(a), a=3 tempo em anos contado a partir do último censo. De-
c) ln(ax) = ln(a) ln(x), a = e2 termine o instante em que a população de uma cidade
d) [log(x)]2 = 2 log(x) é igual à população da outra.
1. a) log(4) + log(x) 4. a) x = 4 i) x = 3
b) 4 + 3 log2 (x) b) x=
1+ln(100)
≈ 1,8684 j) x = − 79
3
c) log3 (y) + 3 log3 (x) c) x ≈ −1,71882 k) x = − 12
d) 1 + log2 (x + 1) + log2 (x − 21 ) d) x ≈ 4,77378 l) x = −1 ou x = 4
e) log(x − 4) − 2 log(x) e) x=2 m) x = 94
f) ln(x) − 1 f) x = 10/3 6. a) x = 1024
g) 3 − 2 log2 (x) g) x=3 b) x=3
h) log(x + 3) − log(x − 2) h) x = −8/5
c) x=7
i) log2 (x) − 5 log2 (w) − 3 log2 (z) i) x = −1 + 12 log5 (10)
d) x=4
j) 2 log(x)
3
j) 2 + log4 (3)
e) x = 12
k)
log2 (x)+log2 (y)
2
k) log2 (9) − 4 √
log (3) f) x = 1+ 9+4e
l) log5 (x + 2) −
log5 (x2 +1) l) x = − 1−log
2 2
2 2 (3) 5 log(3) log(4)
m) 3
log3 (x) m) x = −7 g) x= 10 log(3)+log(4)
2
n) 2
log3 (x) + 1
log3 (w) n) x = −3 h) x = 12
3 3
o) x = 5 i) x=3
o) 1
3 ln(y) − 4
3 ln(w)
p) x =
−1−3 log3 (2) j) x=2
p) log(6) − 2
log(x) 1−2 log3 (2)
3
k) x=4
q) 1
log2 (x) + 1
log2 (x + 1) q) Não há solução.
2 2
log(3) l) x=9
r) log5 (x) + 1
− 1
log5 (y) r) x =
2 2 2 log(3)−log(5) m) x=4
s) x = 11
2 √x 3 7. a) x = a−1 ,
a
x = 54
2. a) log2 (x/y) k) log2 ( y 3√ ) 2 log(2)+log(5)
z t) x = 2
b) log2 (25x3 ) √
4 log(2)−log(5)
b) x = a−1 ,
a
x = 92
3 (x−1)4 u) x = 4
c) log(9x2 (x+1)) l) log2 ( ) 5
c) x = a , x = e2
1/(ln(a)−1)
√ x+1
v) x = 2
d) log2 ( x/z 3 ) √ log(6)−log(2) d) x = 1 ou x = 100
(2x+3)3 w) x =
e) log4 (1/x2 ) m) log2 ( ) 2 log(3)+log(6)
8. x ≈ 3,19
√ x+2
x) x = 10
f) log2 ( 3 x) 9
n) 8 x )
ln( 27 3
g) log2 ( √x )
6−x
y) x =
3(log(3)+log(5))
7 log(3)+8 log(5)
h) log2 (x − 1)
2
o) log ( xz4y ) z) x = 3
4
i) log(5x3 ) 5. a) 1,999
√ 4(x+3)2
j) log( x2)
p) log ( √ 7 ) b) x = (1 + e2 )/3 ≈ 2,79635
x
√ c) x = 1/4
3. a) log2 ( x
2) f) log2 ( x) d) x = 13
√
b) 1 + log(x) g)
3
log( x2 ) e) x = 5/2
c) 4 + log3 (x) h) log3 (5x) f) x = 5/4
√
d) log5 ( x) i) log(x) g) x = 5 ou x = −1/2
e) log(e) j) 1 h) x = 40/11 9. 3 anos
∎ Inequações exponenciais
Solução.
Supondo que nenhum dos dois amigos conseguirá saldar sequer parcialmente sua
dívida nos próximos meses, os valores devidos por Priscila e Fernando no mês t,
contado a partir da data de empréstimo, serão dados, respectivamente, por
Observe que, como p e f envolvem bases maiores que 1, as duas funções são
crescentes. Além disso, como a taxa de juros de Fernando é maior, sua divida crescerá
mais rapidamente. A Figura 5.25 mostra os gráficos das funções p e f . Segundo a
figura, a curva verde, que corresponde à função de Fernando, supera a curva associada
Figura 5.25: Gráficos das funções à função de Priscila a partir de cerca de 25 meses.
do Problema 1.
No Problema 1, se quisermos determinar exatamente em que período Fernando
deverá mais que Priscila, devemos resolver a inequação
• Quando a > 1,
se y ≤ z, então loga (y) ≤ loga (z);
• Quando 0 < a < 1,
se y ≤ z, então loga (y) ≥ loga (z).
Solução.
a)
3x+1 ≤ 243 Inequação original.
x ≤ 4 Isolando x.
b)
5x > 4 ⋅ 5x/2+6 Inequação original.
log5 (5x ) > log5 (4 ⋅ 5x/2+6 ) Aplicando log5 aos dois lados.
x
x > log5 (4) + +6 Propriedade 7 do logaritmo.
2
x
> log5 (4) + 6 Reorganizando a inequação.
2
x > 2 log5 (4) + 12 Multiplicando os dois lados por 2.
2 log(4)
x > + 12 Mudando para a base 10.
log(5)
x > 13,7227 Calculando o lado direito.
c)
1 2x−1 1
( ) ≥ Inequação original.
2 16
1 2x−1 1
log 12 (( ) ) ≤ log 12 ( ) Aplicando log 1 aos dois lados.
2 16 2
1 2x−1 1 4
log 12 (( ) ) ≤ log 12 (( ) ) Reescrevendo o lado direito.
2 2
2x − 1 ≤ 4 Propriedade 7 do logaritmo.
2x ≤ 5 Reorganizando a inequação.
d)
3000 ⋅ 1,078t > 5000 ⋅ 1,056t Inequação original.
5
1,078t > 3
⋅ 1,056t Dividindo os dois lados por 3000.
e)
1 4−x 1 x
( ) ≤ ( ) Inequação original.
3 5
1 4−x 1 x
log (( ) ) ≤ log (( ) ) Aplicando log10 aos dois lados.
3 5
1 1
(4 − x) log ( ) ≤ x log ( ) Propriedade 7 do logaritmo.
3 5
(4 − x) log(3−1 ) ≤ x ⋅ log(5−1 ) Convertendo frações em potências.
4 log(3)
x ≤ Isolando x.
log(3) + log(5)
x ≤ 1,62274 Calculando o lado direito.
f)
−5
e4x
2
ex ≤ Inequação original.
−5
ln(e4x )
2
ln(ex ) ≤ Aplicando ln aos dois lados.
x2 − 5 ≤ 4x Propriedade 7 do logaritmo.
x2 − 4x − 5 ≤ 0 Reorganizando a inequação.
∎ Inequações logarítmicas
Para resolver inequações logarítmicas, usamos um roteiro semelhante ao das equações
logarítmicas, o qual apresentamos à Página 496.
Solução.
a)
log4 (5x) ≥ 3 Inequação original.
5x ≥ 43 Propriedade 4 do logaritmo.
5x > 0 ⇒ x > 0.
3log3 ( 2 −10)
x
≤ 36 Elevando 3 a cada um dos lados.
x
− 10 ≤ 36 Propriedade 4 do logaritmo.
2
x
≤ 739 Reorganizando a inequação.
2
x ≤ 1478 Multiplicando ambos os lados por 2.
{x ∈ R ∣ 20 < x ≤ 1478} .
c)
ln(3 − 2x)
≤ 2 Inequação original.
ln(5)
Observe que ln(5) > 0. ln(3 − 2x) ≤ 2 ln(5) Multiplicando os dois lados por ln(5).
)
eln(3−2x) eln(5
2
≤ Elevando e a cada um dos lados.
3 − 2x ≤ 52 Propriedade 4 do logaritmo.
Note a inversão do sinal da desigual- x ≥ −11 Dividindo os dois lados por −2.
dade.
Nesse problema, o domínio da inequação original é dado por
{x ∈ R ∣ − 11 ≤ x < 3/2} .
510 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
d)
log2 (5x − 1) + 5 ≥ log2 (4x) + 3 Inequação original.
e
4x > 0 ⇒ x > 0,
o que implica que D = {x ∈ R ∣ x > 1/5}. Finalmente, como mostra a Figura 5.27,
a interseção do domínio com a solução encontrada fornece
e)
log1/2 (x + 8) ≤ log1/2 (6x − 12) Inequação original.
x+8>0 ⇒ x > −8
e
6x − 12 > 0 ⇒ 6x > 12 ⇒ x > 2,
de modo que D = {x ∈ R ∣ x > 2}. A interseção desse domínio com a solução
encontrada fornece a solução do problema, que é
{x ∈ R ∣ 2 < x ≤ 4} .
f)
log(x) + log(2x + 4) ≥ log(11x − 3) Inequação original.
Figura 5.29 3 1
S = {x ∈ R ∣ <x≤ ou x ≥ 3 } .
11 2
Agora, tente o Exercício 5.
Exercícios 5.5
1. Resolva as inequações. 4. Resolva as inequações.
s) log3 (4x + 7) ≥ 4 log9 (x + 4) − 1 8. Uma equipe de cientistas criou culturas de duas espé-
t) log4 (x2 − 8) ≥ log4 (2x) cies de bactérias. A população da espécie A é regida
pela função PA (t) = 500et/3 , em que t é o tempo trans-
u) log1/3 (x2 − 2) ≥ log1/3 (3x) + 1
corrido, em dias, desde a criação da cultura. Já a po-
v) log(x − 5) ≥ 1 − log(x − 2) pulação da espécie B é regida por PB (t) = 100et/2+1 .
w) log2 (x − 3) ≤ 3 − log2 (x + 4) Supondo que as duas colônias de bactérias tenham sido
x) log(x − 1) + log(x + 3) ≤ log(2x + 1) criadas no mesmo momento, determine em que inter-
y) log1/8 ( x2 ) + log1/8 (2x − 6) ≥ log1/8 (3x − 5) valo de tempo a população da espécie A foi maior que
a da espécie A.
6. Resolva as inequações.
9. Quando uma dose de 0,3 mg/ml de certo remédio é
a) 1 ≤ log2 (8x − 12) ≤ 5 1
c) ≤ log9 (2x + 1) ≤ 2 administrada por via intravenosa em um paciente, a
2
concentração de remédio (em mg/ml) em sua corrente
b) 2 ≤ log1/2 ( 14 − x) ≤ 3 d) −2 ≤ log1/3 (x − 2) ≤ −1
sanguínea é regida pela função
7. Resolva as inequações. C(t) = 0,3 ⋅ 2−t/5 ,
a) [log2 (x)]2 + 6 ≥ 5 log2 (x)
em que t é o tempo, em horas, transcorrido desde a ad-
b) [log1/3 (x)]2 − log1/3 (x) ≤ 2
ministração da droga. Determine em que intervalo de
c) 2[log4 (x)]2 ≥ 3 log4 (x) + 2 tempo a concentração de remédio no sangle é maior ou
d) [log1/2 (x)]2 ≥ 2 log1/2 (x) igual a 0,15 e menor ou igual a 0,2 mg/ml.
g) −16 < x ≤ 48 s) −1 ≤ x ≤ 5
p) − 21 ≤ x ≤ 1
h) x ≥ − 15 t) x ≥ 4
q) x≤5 2 √
r) x ≥ − 32 i) x ≤ 5
2
u) 2<x≤2
s) x ≤ −3 ou x ≥ 3 j) x ≥ − 45 v) x ≥ 7
t) x ≥ 3 + 23 ln(5) k) 3
<x≤ 17 w) 3 < x ≤ 4
2 2
u) x ≤ 6 − log2 (3) l) − 31 ≤ x < 32 x) 1 < x ≤ 2
log3 (2)
v) x ≥ 4 − 1
2 m) 4 ≤ x < 12 y) 3 < x ≤ 5
Solução.
1
=b Dividindo ambos os lados por 1,25.
1,25
1
Assim, b = 1,25
= 0,8, de modo que
P (t) = 20 ⋅ 20,8t .
log(100)
t = Dividindo ambos os lados por 0,8 log(2).
0,8 log(2)
t = 8,3 Calculando a expressão do lado direito.
514 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
Logo, a colônia terá 2000 microrganismos 8,3h (ou 8h18) após o instante de início
da observação.
C(t) = C0 abt .
Também nesse problema, podería-
mos ter optado por definir uma fun- Nessa expressão, C(t) representa a quantidade da substância no instante t, C0 é
ção na forma a quantidade inicial (ou seja, no instante t = 0), b é uma constante que depende do
isótopo e a é a base que escolhemos para a função exponencial.
C(t) = C0 ⋅ dt ,
A meia-vida de um elemento radioativo é o intervalo de tempo necessário para que
em que C0 e d são constantes por de- a concentração do elemento decaia para a metade do valor encontrado em um dado
terminar, com d > 0 e d ≠ 1. instante inicial. Sabendo que a meia-vida do carbono 14 é de 5730 anos,
b) determine a idade de uma múmia egípcia que tem 70% da concentração de carbono
14 encontrada nos seres vivos atualmente.
Solução.
C0 C0
C0 ⋅ 2b⋅5730 = Equação C(5730) = .
2 2
1
2b⋅5730 = Dividindo os dois lados por C0 .
2
2b⋅5730 = 2−1 Reescrevendo o lado direito.
1
b =− Dividindo ambos os lados por 5730.
5730
Logo,
C(t) = C0 ⋅ 2−t/5730 .
t
− log(2) = log(0,7) Propriedade 7 do logaritmo.
5730
log(0,7) 5730
t = −5730 Multiplicando ambos os lados por − .
log(2) log(2)
Solução.
Logo,
T (t) = 5 + 20 ⋅ 2−t/2 .
b) De posse da expressão de T , montamos a Tabela 5.9, composta pelos pares (t, T (t)).
Com base nos pontos da tabela, traçamos o gráfico mostrado na Figura 5.30. Note
a presença de uma assíntota horizontal em T = 5○ C, indicando que a temperatura
da lata não pode ser menor que a temperatura da geladeira.
516 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
t T(t)
0 25
2 15
4 10
6 7,5
8 6,25
10 5,625
Solução.
5 ⋅ 10−1
β(5 ⋅ 10−1 ) = 10 log ( )
10−12
= 10 log(5 ⋅ 1011 )
= 10[log(5) + log(1011 )]
= 10[log(5) + 11]
≈ 117 dB
I
10 log ( ) = 40 Equação β(I) = 40.
10−12
I
log ( ) =4 Dividindo ambos os lados por 10.
10−12
log( 10−12
I
)
10 = 104 Elevando 10 a cada um dos lados.
I
= 104 Propriedade 4 do logaritmo.
10−12
I = 104 ⋅ 10−12 Multiplicando os dois lados por 10−12 .
2
Assim, a intensidade da conversa é igual a 10−8 W/m .
2
M (E) = log(E) − 2,93.
3
a) Qual a energia liberada por um terremoto que atingiu magnitude 7,5 na escala
Richter?
Solução.
2
log(E) − 2,93 = 7,5 Equação M (E) = 7,5.
3
2
log(E) = 10,43 Somando 2,93 aos dois lados.
3
3
log(E) = 15,645 Multiplicando os dois lados por .
2
M (E1 ) = M (E2 ) + 1.
Logo,
518 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
2 2
log(E1 ) − 2,93 = log(E2 ) − 2,93 + 1 Equação M (E1 ) = M (E2 ) + 1.
3 3
2 2
log(E1 ) = log(E2 ) + 1 Somando 2,93 aos dois lados.
3 3
2 2 2
log(E1 ) − log(E2 ) = 1 Subtraindo log(E2 ) dos dois lados.
3 3 3
2 2
[log(E1 ) − log(E2 )] = 1 Pondo em evidência.
3 3
2 E1
log ( ) = 1 Propriedade 6 do logaritmo.
3 E2
E1 3 3
log ( ) = Multiplicando ambos os lados por .
E2 2 2
E1
= 103/2 Propriedade 4 do logaritmo.
E2
E1
= 31,6 Cálculo da potência de 10.
E2
A razão entre as intensidades é 31,6. Assim, a intensidade do primeiro terremoto
é igual a 31,6 vezes a intensidade do segundo, ou seja,
E1 = 31,6E2 .
Agora, tente o Exercício 10.
x 1 2 3 4 5 6 7 8 9
log(x) 0,000 0,301 0,477 0,602 0,699 0,778 0,845 0,903 0,954
x 10 20 30 40 50 60 70 80 90
log(x) 1,000 1,301 1,477 1,602 1,699 1,778 1,845 1,903 1,954
x 100 200 300 400 500 600 700 800 900
log(x) 2,000 2,301 2,477 2,602 2,699 2,778 2,845 2,903 2,954
De posse dos logaritmos, devemos marcar os valores de x sobre o eixo, usando uma
régua. A Figura 5.31 mostra como fazer essa marcação usando uma régua de 3 dm,
Seção 5.6. Problemas com funções exponenciais e logarítmicas 519
ou seja, uma régua comum de 30 cm, já que 1 dm = 10 cm. Observe que o número
1 foi associado ao zero da régua, e os demais valores de x foram marcados sobre os
pontos da régua correspondentes a seus logaritmos.
Figura 5.31: Usando uma régua com escala linear para traçar um eixo em escala
logarítmica.
As frequências das notas do piano não são igualmente espaçadas. De fato, para
determinar a frequência da tecla de número n, usamos a função
Você sabia? f (n) = 27,5 ⋅ 2(n−1)/12 .
a
A 49 tecla do piano é o lá4 ,
que serve como referência para Assim, a 49a tecla tem frequência igual a f (49) = 440 Hz.
a afinação das demais teclas, se- Quando marcamos as frequências das notas do piano sobre um eixo linear, o
gundo a norma ISO 16. espaçamento entre os pontos é muito pequeno do lado esquerdo, tornando-se maior à
medida que os valores da frequência crescem, como mostra a Figura 5.33a. Por outro
lado, usando a escala logarítmica, as notas se distribuem perfeitamente ao longo do
eixo, como se vê na Figura 5.33b.
Figura 5.33: Frequências das notas do piano sobre eixos com diferentes escalas.
das notas, em Hertz, apresentadas em escala logarítmica. Por sua vez, o eixo vertical
mostra a magnitude da resposta de cada frequência, em decibéis.
Para que uma caixa acústica reproduza corretamente uma música interpretada ao
piano, é preciso que as notas possuam uma resposta de frequência similar, pois isso
fará com que todas sejam reproduzidas com igual magnitude. Quando a resposta
varia muito, algumas notas se destacam e temos uma percepção distorcida da música.
Observando a Figura 5.34, notamos que as frequências superiores a 40 Hz têm
uma resposta similar, próxima de 0 dB, enquanto frequências inferiores a 40 Hz têm
uma resposta mais fraca. Dessa forma, a caixa acústica reproduzirá bem as notas do
piano, com exceção das sete teclas mais graves, que possuem frequência entre 27,5 e
38,9 Hz.
(a) Eixo-y com escala linear (b) Eixo-y com escala logarítmica
De fato, quando o eixo-y está em escala logarítmica e o eixo-x tem escala linear,
o gráfico de uma função exponencial na forma f (x) = a ⋅ bx corresponde a uma reta.
Veremos na Seção 5.7 como aproveitar essa característica para determinar se uma
função exponencial aproxima bem um conjunto de pontos do plano, ou seja, para
fazer um ajuste de curva exponencial, a exemplo daqueles apresentados para funções
polinomiais na Seção 4.7.
As funções potência na forma f (x) = a ⋅ xb também são representadas por retas
quando aplicamos a escala logarítmica tanto ao eixo-x como ao eixo-y.
Como exemplo, considere a função f (x) = x2,75 , cujo gráfico com eixos em escala
linear é mostrado na Figura 5.36a. Convertendo os dois eixos para a escala logarít-
mica, obtemos a reta apresentada na Figura 5.36b.
(a) Eixos com escala linear (b) Eixos com escala logarítmica
Mais uma vez, deixaremos para a Seção 5.7 a descrição de como empregar essa
ideia para efetuar ajustes de curvas.
Exercícios 5.6
1. Você acaba de contrair uma dívida no cheque especial, período, para o modelo antigo (ou seja, o valor obtido
pagando uma taxa de 8% ao mês. Supondo que você empregando-se a função P (T ) do exercício acima). De-
não terá como saldar nem mesmo parcialmente essa dí- termine, nesse caso, o valor da constante c.
vida nos próximos meses, determine em quanto tempo 4. A escala de um aparelho de medir ruídos é definida
ela dobrará de valor. como R(I) = 120 + 10 log(I), em que R é a medida do
2. Para certo modelo de computadores produzidos por ruído, em decibéis (dB), e I é a intensidade sonora,
uma empresa, o percentual dos processadores que apre- em W/m2 . O ruído dos motores de um avião a jato
sentam falhas após t anos de uso é dado pela função equivale a 160 dB, enquanto o tráfego em uma esquina
P (t) = 100(1 − 2−0,1t ). Em quanto tempo 75% dos pro- movimentada de uma grande cidade atinge 80 dB, que
cessadores de um lote desse modelo de computadores é o limite a partir do qual o ruído passa a ser nocivo ao
terão apresentado falhas? ouvido humano.
a) Determine as intensidades sonoras do motor de um
3. Os novos computadores da empresa do exercício ante-
avião a jato e do tráfego em uma esquina movimen-
rior vêm com um processador menos suscetível a fa-
tada de uma grande cidade.
lhas. Para o modelo mais recente, embora o percentual
de processadores que apresentam falhas também seja b) Calcule a razão entre essas intensidades, ou seja,
dado por uma função na forma Q(t) = 100(1 − 2−ct ), calcule quantas vezes o ruído do avião é maior que
o percentual de processadores defeituosos após 10 anos o do tráfego.
de uso equivale a 1/4 do valor observado, nesse mesmo 5. Segundo a lei de Moore, o número de transistores em
522 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
um “chip” de computador dobra a cada dois anos. En- 11. Suponha que o preço de um automóvel tenha uma des-
tre 1971 e 2014, o número de transistores, N , em um valorização média de 19% ao ano sobre o preço do ano
chip foi dado por N (t) = 2300 ⋅ 2(t−1971)/2 , em que t anterior. Se F representa o preço inicial (preço de fá-
representa o ano. brica) e p(t) o preço do automóvel após t anos,
a) Determine o número aproximado de transistores a) determine a expressão de p(t);
em um chip de 2001. b) determine o tempo mínimo necessário, em número
b) Determine em que ano o número de transistores inteiro de anos, após a saída da fábrica, para que
atingiu 2.300.000.000. um automóvel venha a valer menos que 5% do valor
6. Dada a função f (x) = log ( 2x+4 ), determine para que inicial.
3x
valores de x tem-se f (x) < 1. 12. Suponha que tenham sido introduzidos, em um lago,
7. A população brasileira era de cerca de 170 milhões de 100 peixes de uma mesma espécie. Um estudo
habitantes em 2000 e atingiu os 190 milhões de habi- ecológico-matemático determinou que a população
tantes em 2010. dessa espécie de peixes nesse lago é dada pela fórmula
a) Considerando que t = 0 no ano 2000, determine 1000
P (t) =
a função exponencial P (t) = aebt que fornece o nú- 1 + Ae−kt
mero aproximado de habitantes do país, em relação em que t é o tempo decorrido, em meses, desde que os
ao ano. primeiros peixes foram postos no lago.
b) Usando seu modelo matemático, estime a popula- a) Determine a função P (t), sabendo que, passados 3
ção brasileira em 2020. meses da introdução dos peixes, a população atin-
8. O nível de iluminação, em luxes, de um objeto situado giu 250 cabeças.
a x metros de uma lâmpada é fornecido por uma função b) Suponha que a pesca no lago será liberada assim
na forma L(x) = aebx . que a população atingir 900 peixes. Determine em
a) Calcule os valores numéricos das constantes a e b, quantos meses isso ocorrerá.
sabendo que um objeto a 1 metro de distância da 13. O processo de resfriamento de um determinado corpo é
lâmpada recebe 60 luxes e que um objeto a 2 metros descrito por T (t) = TA +a⋅3bt , em que T (t) é a tempera-
de distância recebe 30 luxes. tura do corpo (em graus Celsius) no instante t (dado em
b) Considerando que um objeto recebe 15 luxes, cal- minutos), TA é a temperatura ambiente, suposta cons-
cule a distância entre a lâmpada e esse objeto. tante, e a e b são constantes. O referido corpo foi co-
c) Trace o gráfico de L(x) para x entre 0 e 5 metros. locado em um congelador com temperatura de −18○ C.
9. Imediatamente após a aplicação de um medicamento, Um termômetro no corpo indicou que ele atingiu 0○ C
sua concentração no sangue era de 400 mg/ml. Após após 90 minutos e chegou a −16○ C após 270 minutos.
2 horas, essa concentração havia baixado para 200 a) Encontre os valores numéricos das constantes a e
mg/ml. Supondo que a concentração do medicamento b.
seja descrita por c(t) = a ⋅ 2bt , em que t representa o b) Determine o valor de t para o qual a temperatura
tempo em horas desde sua aplicação, do corpo no congelador é apenas ( 32 )○ C superior à
a) determine as constantes a e b; temperatura ambiente.
b) determine em que instante, t, a droga deverá ser re- 14. Uma bateria perde permanentemente sua capacidade
aplicada, o que ocorrerá quando sua concentração ao longo dos anos. Essa perda varia de acordo com
baixar para 20 mg/ml. a temperatura de operação e armazenamento da bate-
10. O pH de uma substância indica se ela é ácida (pH < ria. A função que fornece o percentual de perda anual
7), neutra (pH = 7), ou básica (pH > 7). O pH está de capacidade de uma bateria, de acordo com a tem-
associado à concentração de íons de hidrogênio ([H+ ]), peratura de armazenamento, T (em ○ C), tem a forma
dada em mol/l, através da fórmula P (T ) = a ⋅ 10bT , em que a e b são constantes reais posi-
tivas. A tabela abaixo fornece, para duas temperaturas
pH = − log[H+ ]. específicas, o percentual de perda de uma determinada
bateria de íons de Lítio.
a) Determine a concentração de íons de hidrogênio do
leite de magnésia, cujo pH é 10,5. Temperatura Perda anual de
b) Determinou-se que o suco de um determinado limão (○ C) capacidade (%)
tinha pH 2,2 e o suco de uma certa laranja tinha 0 1,6
pH 3,5. Qual dos dois tinha a maior concentração 55 20,0
de íons de hidrogênio?
c) Calcule o pH do vinagre ([H+ ] = 3 ⋅ 10−4 ) e do san- Com base na expressão de P (T ) e nos dados da tabela,
gue arterial ([H+ ] = 3,9 ⋅ 10−8 ), e indique se essas a) esboce a curva que representa a função P(T), exi-
substâncias são ácidas ou básicas. bindo o percentual exato para T = 0 e T = 55;
Seção 5.6. Problemas com funções exponenciais e logarítmicas 523
c) Em 32 dias.
9. a) a = 400, b = −1/2 17. a) a = 1024 e b = 1/5
b) 15 anos 21. a = 80, b ≈ 0,04875
b) Em 8,64 h
c(20) = 157,2 mil m2
c)
10. a) [H ] = 3,162 × 10
+
mol/l−11
22. a = 1500 e b = 15
b) O suco de limão.
c) Vinagre: pH = 3,52 (ácido) 23. a) 70,4 cm
Sangue: pH = 7,41 (básico)
b) 17 meses
11. a) p(t) = F ⋅ (0,81) t
Já tratamos do ajuste de curvas por polinômios na Seção 4.7. Agora, veremos como
usar uma função potência ou exponencial para aproximar um conjunto de pontos.
Felizmente, como veremos, esses novos tipos de ajuste também podem ser obtidos
com o auxílio das linhas de tendência fornecidas pelas planilhas eletrônicas usuais, de
modo que suporemos que o usuário irá acompanhar o texto usando os recursos de sua
planilha preferida.
Seção 5.7. Novos ajustes de curvas 525
d) Exiba no gráfico a expressão da função N (t) = a ⋅ ebt usada para definir a linha de
tendência, bem como o coeficiente de determinação R2 .
Solução.
Após transferir os dados da Tabela 5.11 para uma planilha, como ilustrado na
Figura 5.37, traçamos o gráfico de dispersão mostrado na Figura 5.38.
Supondo, então, que seja possível aproximar adequadamente os pontos por uma
função exponencial, incluímos no gráfico uma linha de tendência desse tipo, e exibimos
a equação de ajuste e o coeficiente de determinação, conforme se vê na Figura 5.39.
N (t) = 32,592e0,3408t
fornece uma boa aproximação para o ajuste. Usando essa função, é possível estimar
que, transcorridas 8 horas da criação da colônia, o número de bactérias atingiu
em que a e b são constantes reais. Esse tipo de função também é usado na prática para
I (A) V (V) aproximar conjuntos de pares ordenados (xi ,yi ), i = 1, . . . ,n, como ilustra o exemplo
0,5 18,3 abaixo.
1,0 30,0
1,8 50,0 Problema 2. Relação entre tensão e corrente em um varistor
3,5 80,0
Um varistor é um componente eletrônico no qual a resistência elétrica varia de
7,0 130,0
acordo com a tensão aplicada. Por possuir essa característica, o varistor é ligado em
13,0 220,0
paralelo aos circuitos elétricos, para protegê-los contra transientes de tensão.
24,0 340,0
A Tabela 5.12 fornece os valores medidos da corrente I (em amperes) e da tensão
30,0 400,0
V (em volts) para um determinado tipo de varistor. Siga os passos abaixo para
38,0 480,0
determinar a função potência que melhor se ajusta a esses dados.
Seção 5.7. Novos ajustes de curvas 527
Solução.
A Figura 5.40 mostra os pontos e a linha de tendência gerada por uma planilha
eletrônica, a partir dos dados da Tabela 5.12. Observe que a função de ajuste obtida
tem a forma
V (I) = 30,877 I 0,7551 ,
para a qual o coeficiente de determinação é excelente, atingindo 0,9996.
Usando essa função, descobrimos que, quando o varistor é sujeito a uma corrente
de 18 A, a tensão entre seus terminais é de 273,8 V.
∎ Linearização do ajuste
Nos exemplos acima, sugerimos diretamente a função de ajuste, de modo que o todo o
trabalho consistiu em usar uma planilha para traçar os pontos e a linha de tendência
previamente escolhida. Entretanto, quando nos deparamos com um problema prático,
a determinação do tipo de função que melhor se adéqua aos dados nem sempre é óbvia.
Felizmente, há uma forma fácil de detectar quando os pontos podem ser aproxi-
mados por uma função exponencial ou potência. Nesses casos, uma boa estratégia
consiste em mudar um ou mais eixos para a escala logarítmica, como foi feito na
Seção 5.6. Se os pontos nesse novo gráfico estiverem alinhados, o ajuste escolhido é
satisfatório. Caso contrário, ou seja, se os pontos não parecerem fazer parte de uma
reta, devemos escolher outra tipo de função de ajuste.
528 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
Observando essa figura, notamos que os pontos parecem quase alinhados, algo
bem distinto do que vimos na Figura 5.38, que sugeria uma curva exponencial.
Quando há um alinhamento dos pontos de um gráfico no qual o eixo-x está em
escala linear e o eixo-y está em escala logarítmica, o ajuste de curva mais indicado é
aquele que envolve uma função exponencial.
Para mostrar porque isso acontece, vamos aplicar as regras de conversão de equa-
ções exponenciais apresentadas na Seção 5.4 à nossa função de ajuste, que represen-
tamos por
N = aebt .
Extraindo, então, o logaritmo natural dos dois lados dessa equação, obtemos:
Observe que a equação obtida ao final dessa transformação estabelece uma relação
linear entre t e y = ln(N ). Suponha, então, que tenhamos um conjunto de pontos
(ti ,Ni ) que pertençam ao gráfico de uma função exponencial, e que convertamos esses
pontos nos pares ordenados (ti ,yi ) e os tracemos no plano Cartesiano. Nesse caso, os
pontos obtidos pertencerão a uma mesma uma reta.
Seção 5.7. Novos ajustes de curvas 529
Acompanhe a ideia analisando a Tabela 5.13, que mostra o que ocorre quando
aplicamos o logaritmo natural a N = 3e2t . Note que os valores de N crescem expo-
nencialmente, enquanto os valores de y variam linearmente.
Tabela 5.13: Conversão dos pares (ti ,Ni ) nos pares (ti ,yi ) para N = 3e2t .
t N = 3e2t t y = ln(N )
0 3,00000 0 1,09861
1 22,1672 1 3,09861
2 163,794 Ô⇒ 2 5,09861
3 1210,29 3 7,09861
4 8942,87 4 9,09861
5 66079,4 5 11,09861
A relação acima indica que marcar os pontos (ti ,Ni ) em um gráfico no qual o
eixo-y tem escala logarítmica é o mesmo que traçar os valores de (ti , ln(Ni )) no plano
Cartesiano usual. Em casos assim, é comum adotar a mudança de escala.
Voltando ao nosso problema, a Figura 5.42 mostra a linha de tendência exponencial
obtida a partir dos pontos da Figura 5.41. Note que, apesar de a função de ajuste ser
N (t) = 32,592e0,3408t ,
a curva mostrada é uma reta, já que o eixo-y está em escala logarítmica.
V (I) = aI b .
Figura 5.43: Gráfico de dispersão no qual os dois eixos têm escala logarítmica.
Observe que, nesse exemplo, os pontos estão quase alinhados, um indício de que
o ajuste mais adequado é aquele no qual se usa uma função potência. Para explicar
porque esse é o melhor tipo de ajuste, vamos recorrer, mais uma vez, ao uso de
logaritmos.
Suponha, então, que a nossa função de ajuste possa ser representada por V = aI b .
Aplicando o logaritmo natural aos dois lados dessa equação, obtemos:
Observe que, ao final dessa transformação, a equação obtida estabelece uma rela-
ção linear entre x = ln(I) e y = ln(V ). Sendo assim, supondo que os pontos (Ii ,Vi )
pertençam ao gráfico de uma função exponencial, se os convertermos nos pontos
(xi ,yi ) e traçarmos esses últimos no plano Cartesiano, eles pertencerão a uma mesma
reta.
Na prática, marcar os pontos (Ii ,Vi ) em um gráfico no qual os dois eixos têm escala
logarítmica é o mesmo que traçar os valores de (ln(Ii ), ln(Vi )) no plano Cartesiano
usual, motivo pelo qual adotamos a mudança de escala.
A Figura 5.44 mostra a linha de tendência exponencial obtida a partir dos pontos
da Figura 5.43. Note que, apesar de a função de ajuste ser
a curva mostrada é uma reta, já que os dois eixos estão em escala logarítmica.
Seção 5.7. Novos ajustes de curvas 531
Exercícios 5.7
1. Em um laboratório, mediu-se a massa M (em gramas) anos. O primeiro valor da tabela corresponde ao preço
de um material radioativo no instante t (em dias, con- do carro novo.
tados a partir do início do experimento), obtendo–se a
t (anos) 0 1 2 3 4 5
tabela a seguir.
V (R$ mil) 71,0 65,8 60,9 56,7 53,1 49,5
t (d) 2 3 4 5 6 7
Após transferir os dados da tabela para uma planilha,
M (g) 3,16 2,38 1,75 1,34 1,00 0,74 a) Trace um gráfico Tempo x Preço.
Após transferir os dados da tabela para uma planilha, b) Usando uma linha de tendência exponencial, apro-
xime os pontos do gráfico por uma função na forma
a) Trace um gráfico Tempo × Massa. V (t) = aebt .
b) Aproxime os pontos do gráfico por uma função na c) Determine quanto o carro custará quando tiver 6
forma M (t) = aebt . anos.
c) Determine em que instante a massa foi reduzida a 4. Quando penetra na água, a luz é absorvida e refratada,
0,01 g. de modo que sua intensidade é significativamente redu-
2. A tabela abaixo fornece a população de bactérias pre- zida à medida que a profundidade aumenta. A tabela
sente em uma cultura de laboratório. abaixo mostra como a intensidade da luz incidente em
um determinado ponto da superfície do oceano é redu-
t (horas) 0 1 2 3 4 5 zida em função da profundidade, x, em metros.
População 323 469 757 1125 1687 2641
x (m) 0,5 2 5 10 15
Após transferir os dados da tabela para uma planilha, I (%) 77 63 49 30 17
a) Trace um gráfico Tempo × População, adotando a Após transferir os dados da tabela para uma planilha,
escala logarítmica no eixo vertical.
a) Trace um gráfico x × I.
b) Aproxime os pontos do gráfico por uma função na
b) Usando uma linha de tendência exponencial, apro-
forma P (t) = aebt .
xime os pontos do gráfico por uma função na forma
c) Determine em que instante a população atingirá I(x) = aebx .
5000 bactérias. c) Determine a que profundidade a intensidade da luz
3. A tabela abaixo fornece o valor de um certo modelo de equivale a apenas 10% do valor presente na super-
carro, em milhares de reais, em função de sua idade, em fície.
532 Capítulo 5. Funções exponenciais e logarítmicas
5. O período, T (em segundos), e o comprimento de um d) Aproxime os pontos do gráfico por uma função na
pêndulo, x (em metros), estão relacionados pela função forma V (t) = aebt .
e) Defina T (t) = Tamb + V (t).
T (x) = a ⋅ xb .
f) Usando a função que você obteve, determine em
Em uma experiência de laboratório, um estudante de que instante a temperatura chegou a 30○ C, mo-
física variou o comprimento de um pêndulo e anotou o mento em que a cozinheira serviu o bolo.
período correspondente, obtendo os valores mostrados 7. Uma montadora de automóveis fez um teste de acele-
na tabela a seguir. ração com seu novo modelo de carro. A tabela abaixo
fornece a velocidade máxima que o carro atingiu em
x (m) 0,125 0,25 0,5 1 2 4
um determinado instante de tempo, contado a partir
T (s) 0,73 1,09 1,52 2,03 2,76 3,91 do momento em que o motorista pisou no acelerador.
Após transferir os dados da tabela para uma planilha, t (s) 3 6 9 12 15 18
a) Trace um gráfico x × T , adotando a escala logarít- V (km/h) 43 82 99 119 128 137
mica em ambos os eixos.
b) Usando uma linha de tendência na forma de potên- Após transferir os dados da tabela para uma planilha,
cia, aproxime os pontos do gráfico por uma função a) Trace um gráfico Tempo × Velocidade.
do tipo T (x) = axb . b) Usando uma linha de tendência logarítmica, apro-
c) Calcule o valor aproximado do período de um pên- xime os pontos do gráfico por uma função na forma
dulo de 6 m. V (t) = a + b ln(t).
6. Quando um objeto resfria, sua temperatura (T ) varia c) Determine em que instante o carro atingiu
com o tempo (t) de acordo com a função 110 km/h.
8. Após transferir os dados da tabela abaixo para uma
T (t) = Tamb + aebt ,
planilha,
em que Tamb é a temperatura ambiente. a) Trace um gráfico x × y, adotando a escala logarít-
Após retirar um bolo do forno, uma cozinheira deixou- mica no eixo vertical.
o em um ambiente a 25○ C. Para descobrir como o b) Usando uma linha de tendência exponencial, apro-
bolo resfriava, a cozinheira anotou sua temperatura a xime os pontos do gráfico por uma função na forma
cada 5 minutos, obtendo os valores mostrados na tabela y(x) = aebx .
abaixo.
t (min) 0 5 10 15 20 25 x 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0
A cozinheira pretendia determinar a função T que for- 9. Após transferir os dados da tabela abaixo para uma
nece a temperatura aproximada do bolo ao longo do planilha,
tempo. Entretanto, ela não conseguiu fazê-lo usando a) Trace um gráfico x × y, adotando a escala logarít-
uma planilha para aproximar diretamente os dados da mica em ambos os eixos.
tabela, pois a linha de tendência exponencial da plani- b) Usando uma linha de tendência em forma de potên-
lha corresponde a uma função de ajuste na forma aebt , cia, aproxime os pontos do gráfico por uma função
que é ligeiramente diferente da definição dada a T . na forma y(x) = axb .
Felizmente, a cozinheira percebeu que, se usasse a fun-
ção x 2 4 8 16 32 64
V (t) = T (t) − Tamb ,
y 1,54 8,96 40,25 237,6 1562,3 8154,9
então seria possível fazer o ajuste exponencial, já que,
nesse caso, 10. Após transferir os dados da tabela abaixo para uma
V (t) = aebt . planilha,
Aplique a ideia da cozinheira e determine a função de a) Trace um gráfico x × y.
resfriamento do bolo, seguindo os passos abaixo. b) Usando uma linha de tendência logarítmica, apro-
a) Crie uma tabela com os dados de t e V , ou seja, xime os pontos do gráfico por uma função na forma
mantenha inalterada a linha de t e subtraia Tamb y(x) = a + b ln(x).
dos valores de T .
b) Transfira os dados para uma planilha. x 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
c) Trace um gráfico t × V . y -2,6 -0,8 -0,3 0,5 1,0 1,2
Seção 5.7. Novos ajustes de curvas 533
5. a)
b) M (t) = 5,6414e−0,289t
c) 21,9 dias b) V (t) = 52,54 ln(t) − 14,001
2. a) c) 10,6 segundos
8. a)
b) T (x) = 2,034x0,4727
c) 4,74 segundos
6. a)
t T
b) P (t) = 318,11e0,4212t (min) (○ C)
c) 6,54 horas 0 160 b) y(x) = 3,3343e0,5002x
3. a) 5 92
10 48 9. a)
15 30
20 15
25 9
b) ...
c)
d) V (t) = 160,64e−0,116t
e) T (t) = 25 + 160,64e−0,116t
f) Cerca de 30 minutos b) y(x) = 2,1249 ln(x) − 1,0238