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Objetivos
• Compreender o contexto em que se desenvolveu o canto coral no Brasil.
• Conhecer os diversos tipos de grupos vocais e suas formações.
• Apresentar as possibilidades de aplicação do canto coral na sociedade.
• Conhecer os campos de atuação do educador que trabalha com o canto
como ferramenta musicalizadora.
Conteúdos
• Canto coral no Brasil.
• Canto orfeônico no Brasil.
• Grupos vocais.
• Canto coral como ferramenta socializadora.
• Coro infantil.
• Coro de idosos.
• Coro empresarial.
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UNIDADE 4 – O CANTO CORAL E SUA APLICABILIDADE EM DIFERENTES AMBIENTES
2) Assista aos vídeos propostos, pois eles são fundamentais para o entendi-
mento da unidade.
1. INTRODUÇÃO
Até o presente momento, você pôde ver que o canto coral
é uma prática musical exercida e difundida nas mais diferentes
culturas. Para desenvolvê-la, necessitamos de diversos saberes
estudados nas unidades anteriores.
Como vimos, nascemos carregando um instrumento musi-
cal, que é a nossa voz. Desse modo, todos que tenham um apare-
lho fonador saudável podem cantar – ou seja, fazer música – sem
que precisem comprar um instrumento musical. Isso, por si só,
torna a prática do canto coral acessível, o que motiva empresas,
escolas, centros comunitários e igrejas a escolherem essa prática
para ser desenvolvida em seu meio. Outra questão é que, por
ser um instrumento natural, as pessoas já têm uma familiaridade
com o canto, o que facilita a formação de coros amadores.
Além dessas facilidades, o canto coral é uma ferramenta de
integração, motivação e desenvolvimento de múltiplas habilida-
des e competências.
Nesta quarta e última unidade, você terá a oportunidade
de compreender o canto coral exercendo diferentes papéis, em
diferentes espaços. Verá que temos coros profissionais, mas que
também é uma prática muito utilizada em empresas, escolas
etc., por se apresentar como um trabalho em grupo que não só
desenvolve a capacidade vocal, mas também privilegia a intera-
ção, a convivência, a inclusão social e as relações interpessoais
em um grupo social.
Desse modo, você aprenderá, nesta unidade, sobre as di-
versas possibilidades de grupos vocais e, também, as possibilida-
des de aplicação do canto coral na sociedade.
Canto orfeônico–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre o canto orfeônico utilizado por
Villa-Lobos.
REYES, A.; MÉSCOLI, B. E.; ROMERO; S. Canto a los niños del mundo.
Intérpretes: Programa de Formación de Coros Escolares, Fundación Gran
Cantoría Puerto Cabello, Quadrivium Coro de Cámara e Orquesta Sinfóni-
ca de Carabobo. Carabobo: 2005. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=W79PgOWe-gU>. Acesso em: 14 nov. 2014.
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Em 1931, Villa-Lobos iniciou uma turnê pelo Brasil junta-
mente com sua esposa, que era pianista, e diversos amigos mú-
sicos, a fim de divulgar não só a música brasileira, mas os ideais
do canto orfeônico. Também foi feita uma divulgação maciça por
meio de panfletos nas escolas, prospectos lançados por aviões
e, também, divulgação na imprensa. O resultado de toda essa
divulgação foi a realização de um concerto vocal que reuniu mais
Coros –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Assista aos vídeos dos diferentes tipos de coros:
Vozes mistas
AGUIAR, E. Salmo 150. Intérprete: MS Baptist All-State Youth Choir & Orches-
tra. 2009. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=gngvjwa5KbM>.
Acesso em: 17 nov. 2014.
Vozes masculinas
JANEQUIN, C. Le Chant Des Oiseaux. Intérprete: San Beda College Chorale.
2002. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=LPAswUqtG-8>.
Acesso em: 17 nov. 2014.
Vozes femininas
MENDES, G. Vila Socó Meu Amor. Intérprete: Madrigal Ars Viva. Disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=Umh9H3-yDAs>. Acesso em: 17 nov.
2014.
Vozes infantis
HASSLER, H. L. Ihr Musici, Frisch Auf. Intérprete: Vesna Children’s Choir.
2007. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=RteKz7pI9LU&featu
re=related>. Acesso em: 17 nov. 2014.
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O coro ou grupo vocal também pode ser ligado a algum
tipo de instituição. Normalmente, esses coros não são profissio-
Corais de empenho
São grupos corais que pertencem a instituições que não
exercem como função principal a música. Nessa categoria de co-
ros, estão os grupos, profissionais ou não, ligados a alguma em-
presa e grupos de estabelecimentos educacionais que não sejam
de música especificamente (JUNKER, 1999). Esse é um campo de
atuação que vem crescendo dia após dia.
Hoje, buscando oferecer melhor qualidade de vida aos fun-
cionários, muitas empresas estão oferecendo atividades extras,
com o objetivo de aliviar o estresse causado pelo trabalho. As-
sim, o coro ligado a uma empresa pode servir tanto como peça
de marketing externo da empresa quanto como elemento de
marketing interno, tendo a função de aumentar o envolvimento
Coral de idosos
Na sociedade contemporânea, as pessoas estão vivendo
mais, o que nos leva a presenciar o número crescente da popu-
lação de idosos.
A essa parcela de pessoas com mais de 60 anos damos o
nome de idosos ou de pessoas na terceira idade; a autora Ecléa
Bosi os nomeia simplesmente como velhos (BOSI, 1994).
A autora atribui aos velhos a importante função de manu-
tenção da cultura, por meio de suas memórias e histórias trans-
mitidas aos mais jovens, especialmente às crianças. Ao mesmo
tempo, expõe a problemática da falta de convívio social, isola-
mento e abandono a que muitos dos idosos são expostos, por
não mais estarem inseridos no mercado de trabalho, deixando
de exercer suas antigas funções na sociedade (BOSI, 1994).
Partindo dessa nova realidade de uma população cada
vez mais idosa e compreendendo a importância da população
de terceira idade na sociedade, muito se tem pensado em como
preservar a qualidade de vida dessas pessoas e como promover
um envelhecimento bem-sucedido. Entende-se como “envelhe-
cimento bem-sucedido” o processo no qual os idosos mantêm
o funcionamento efetivo da sua parte física e mental (ROWE;
KAHN, 1999).
Nesse sentido, a educação musical pode contribuir para
um envelhecimento com qualidade de vida, pois possibilita a in-
serção social desses idosos, além de trazer benefícios neurológi-
cos. Aprender algo novo é muito importante para a manutenção
das funções mentais do idoso.
que ele serve; sabe para que serve a sua contribuição pessoal;
não tende a descarregar sobre os outros as suas próprias res-
ponsabilidades. A disciplina provém do empenho pessoal, da
atração exercida pelo líder, da adesão à missão, da dedicação
ao trabalho, da fé, da generosidade, da participação na “brinca-
deira” (DE MASI, 2003, p. 675-6).
O canto em conjunto desvela-se assim como uma extraordi-
nária ferramenta para estabelecer uma densa rede de confi-
gurações sócio-culturais com os elos da valorização da própria
individualidade, da individualidade do outro e do respeito das
relações interpessoais, em um comprometimento de solidarie-
dade e cooperação (FUCCI AMATO, 2007, p. 81).
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Villa-Lobos foi um importante compositor brasileiro. Quanto à ação edu-
cativa do compositor, assinale a alternativa correta.
a) O compositor somente compôs música instrumental sinfônica, consi-
derando a música popular uma categoria abaixo da música erudita.
b) Foi um grande compositor e deu muito valor à música folclórica brasi-
leira, mas não teve uma ação significativa na educação musical.
c) Implantou no Brasil o canto orfeônico durante o governo Vargas.
d) Nenhuma das alternativas é verdadeira.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) d.
3) c.
4) d.
5) a.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos o estudo da última unidade e esperamos que
você seja capaz de visualizar as possibilidades de aplicação do con-
teúdo aprendido neste material em seu campo de atuação profis-
sional. Mais do que conhecer os campos de atuação, esperamos
que você possa refletir sobre as peculiaridades dos diferentes am-
bientes e as necessidades de cada público com que terá contato
como educador musical atuando na prática do canto coral.
Além disso, é fundamental que você reconheça a impor-
tância da sua atuação futura na educação global dos seres hu-
manos, que poderá levar a processos educativos de conscien-
tização, ou seja, você deve compreender que sua ferramenta
musical é o canto, mas, por meio dela, você poderá atuar como
agente transformador.
Mais uma vez, ressaltamos a importância de um aprofun-
damento dos temas abordados no Conteúdo Digital Integrador
apresentado neste material.
Com isso, finalizamos o estudo de Canto Coral e Técnica
Vocal. Esperamos que você tenha compreendido a importância
dos temas discutidos e como eles estão ligados diretamente com
a sua futura prática como educador musical.
Você tomou conhecimento da evolução do canto no decor-
rer da história, compreendendo, assim, como a prática da música
vocal foi importante para o desenvolvimento da música no de-
correr da história. Nessa trajetória, você pôde analisar gêneros
vocais e a evolução dos grupos.
Buscamos, também, oferecer subsídios sobre os principais
procedimentos de técnica vocal, e mais do que isso, deixar cla-
ra a importância da preservação da saúde vocal. Ainda, visando
6. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
JUNKER, D. O movimento do canto coral no Brasil: breve perspectiva administrativa
e histórica. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-
GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 12, Salvador, out. 1999. Anais... 1999. Disponível em:
<http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_1999/ANPPOM%20
99/CONFEREN/DJUNKER.PDF>. Acesso em: 17 nov. 2014.
SOUZA, S. L. Educação musical com idosos. Textos Envelhecimento, Rio de Janeiro, v. 8,
n. 3, 2005. Disponível em: <http://revista.unati.uerj.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S151759282005000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 16 jun. 2014.
Lista de figuras
Figura 1 Villa-Lobos no estádio São Januário. Disponível em: <http://www.
gazetadopovo.com.br/blogs/falando-de-musica/2012/11/>. Acesso em: 14 nov. 2014.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARES, S. L. A. 500 anos de educação musical no Brasil: aspectos históricos. In:
ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM
MÚSICA, 12, 1999, Salvador. Anais… Salvador: Anppom, 2000.
ARAÑEDA, R. T. Teoria da biodança: coletânea de textos. [S. l.] Associação Latino-
Americana de Biodança, t. I-III, 1991.
BOSI, E. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. São Paulo, Companhia das
Letras, 1994.
BRITO, T. A. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical. 2.
ed. São Paulo: Peirópolis, 2011.
DE MASI, D. Criatividade e grupos criativos. Trad. Lea Manzi e Yadyr Figueiredo. Rio de
Janeiro: Sextante, 2003.
DIAS, L. M. M. Pedagogia musical em coros de adultos: dois estudos de caso. In:
CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM
MÚSICA, 18, Salvador, 2008. Anais… Salvador: Anppom, 2008, p. 231-234.
FUCCI AMATO, R. O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musical. Opus,
Goiânia, v. 1, n. 1, p. 75-96, jun. 2007.
GALON, M. et al. Por uma educação musical humanizadora. In: CONGRESSO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 23, Natal,
2013. Anais... Natal, 2013, p 1-8.
KOELLREUTTER, H. J. Educação musical hoje e, quiçá, amanhã. In: LIMA, S. (Org.).
Educadores musicais de São Paulo: encontro e reflexões. São Paulo: Nacional, 1998,
p. 39-45.
LEIS do Brasil. (1927, 1852, 1891). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.