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Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria
http://www.geocities.com/Athens/Bridge/3039
Responsável: Dawson Campos de Lima
E-mail: dawson@samnet.com.br
Relacionamento Pessoal
O que um pai mais gostaria de ouvir de seus filhos? Eu tenho dois. Para mim –
embora eu seja bastante limitado em minhas percepções -, não é muito difícil saber o
que eles necessitam. Principalmente, quando se trata de coisas materiais. Como pai, não
lhes nego tudo aquilo que é possível e que julgo necessário para o seu desenvolvimento
físico, mental, social, e espiritual. No entanto, o que eu mais gostaria de ver neles – e
estou certo de que é também o que eles mais procuram em mim, embora nem sempre
demonstremos isto – é uma relação pessoal de amizade, amor, respeito e aceitação. Se
nós, que somos pais, sabemos do que nossos filhos necessitam e temos o maior prazer
em atender, nosso Pai celeste com toda a certeza também sabe o que precisamos, o que
é melhor para nós, e tem muito mais prazer em responder aos anseios dos seus filhos.
Mas o que o Pai do céu busca são filhos que o procuram, não pelo que Ele pode e
tem para oferecer, mas por quem Ele é e pelo prazer de estarem com Ele em comunhão
e amizade. Deus sabe o que necessitamos. Se nós o conhecemos como um Pai que nos
ama e que se preocupa com cada detalhe da nossa vida, sabemos que podemos
descansar em seu amor e providência, e, conseqüentemente, aquilo que necessitamos
deixa de ocupar o primeiro lugar na agenda dos nossos encontros e conversas com
Deus. Como pai, o que mais gostaria de ouvir dos meus filhos não é a lista de itens que
precisam – muitos deles legítimos, outros nem tanto, e, quem sabe, a maioria
absolutamente supérflua – mas de estar com eles, poder amá-los e ser amado, gozar de
uma amizade intensa, íntima e pessoal.
Quando Jesus afirma que o nosso Pai sabe o que necessitamos, Ele muda
radicalmente todo o conceito utilitário que temos da oração. Ele demonstra, com tais
palavras, que nossas necessidades fazem parte da agenda e cuidado de Deus antes
mesmo que tenhamos consciência delas. Jesus aponta para um novo modelo de relação a
partir da oração. A pauta das nossas orações não somos mais nós e nossas necessidades,
mas Deus e nossa comunhão com Ele. Oramos, não para reivindicar nossas
necessidades, mas para demonstrar amor e afeto por nosso Pai.
Vãs Repetições
Página Textos da Reforma
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Censurando a forma como os gentios e hipócritas oravam, Jesus disse: “Orando, não
useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que, pelo seu muito falar,
serão ouvidos.” O problema das repetições não está na nossa necessidade de suplicar e
até mesmo insistir por nossas necessidades diante de Deus, mas no conceito falso de que
é a nossa insistência que abre os ouvidos de Deus. Quando agimos assim, colocamos na
oração um poder que não lhe pertence. Achamos que é a repetição que torna a súplica
favorável diante de Deus, e não a mediação soberana de Jesus Cristo.
O povo insistiu para ter um rei e Deus lhes deu Saul. No entanto, esta insistência os
levou a trocar o governo justo de Deus por um governo humano limitado, frágil e
injusto. A insistência fez com que rompessem as relações pessoais que haviam sido
construídas pela aliança que Deus havia estabelecido por uma relação institucional e
impessoal com o imperador. Quando substituímos Deus, com seu imenso amor e
cuidado paterno, pela insistência vã e repetitiva, transformamos a oração num fim e
Deus apenas no meio para alcançarmos o que a nossa vaidade busca. Deus, e somente
Deus, é o motivo e a razão da nossa oração.
Talvez o que nós mais necessitemos seja redescobrir Deus como nosso Pai. Não na
perspectiva das lembranças e memórias que temos dos nossos pais, mas a partir da
relação que o próprio Filho Jesus teve com o Pai. É ele quem nos revela o Pai com seu
cuidado amoroso e terno. Jesus mesmo nunca precisou usar o recurso das vãs repetições
para conseguir qualquer vantagem, mas sempre se ofereceu em completa obediência e
temor ao Pai, na certeza de guia-los pelos caminhos que determinou.
Orar é entrar nesta relação única que Jesus, o Filho, nutriu com o Pai. Buscar a
vontade do Pai, oferecendo-nos em submissão e obediência para que Ele seja o princípio
e o fim de toda a nossa existência. Deus sabe o que necessitamos. Basta reconhece-lo
como Pai para termos certeza disso. A oração não existe para informar a Deus o que Ele
já sabe a respeito de nossas necessidades, mas para gozar da alegria de experimentar sua
vontade justa e soberana; e, no mais, as outras coisas nos serão acrescentadas.
“Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília”. (na época em que o texto
foi publicado)
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