Você está na página 1de 10

INSCRIÇÃO NA ORDEM:

Para inscrever-se na OAB, necessário de faz: capacidade civil; diploma ou certidão de graduação
em Direito em instituição oficialmente autorizada; título de eleitor e quitação do serviço militar,
se brasileiro; aprovação no exame da OAB; não exercer atividade incompatível com a advocacia;
idoneidade moral, prestar compromisso perante o Conselho.
O exame da ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB. O estrangeiro
ou brasileiro quando graduado em direito em outro país, deverá fazer prova de título de graduação,
obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos
previstos neste artigo.
A idoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que
obtenha 2/3 dos votos de todos os membros do Conselho competente, em procedimento que
observe os termos do processo disciplinar. Não atende ao requisito idoneidade moral aquele que
tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.
A inscrição PRINCIPAL de advogado deve ser feita no Conselho Seccional, em cujo território
pretende estabelecer o seu domicilio profissional, na forma do Regulamento Geral.
Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade da advocacia, prevalecendo, na
dúvida da pessoa física do advogado.
Além da inscrição principal, deverá promover inscrição SUPLEMENTAR nos Conselhos
Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão, ou seja, quando
exceder a 5 causas por ano naquele local. No caso de mudança definitiva para outro Estado, deverá
requerer a transferência da inscrição para o Conselho Seccional correspondente. Este Conselho
poderá suspender o pedido de transferência ou de inscrição suplementar quando verificar vício ou
ilegalidade na inscrição principal, contra ela representando o Conselho Federal.
DISPENSA DO EXAME DE ORDEM:
Advogados portugueses: Todo advogado português em situação regular na Ordem dos
Advogados Portugueses pode se inscrever nos quadros da OAB, ficando sujeito ao Estatuto
da Advocacia (Lei 8.906/1994). Embora haja dispensa do Exame, todos os demais
documentos exigidos devem ser apresentados no original ou em fotocópia autenticada com
firma reconhecida e legalização feita pelo Consulado do Brasil em Portugal. Importante
observar que o Provimento não se aplica às sociedades de advogados. Provimento 129/2008,
que regulamenta a inscrição de advogados de nacionalidade portuguesa na OAB.

Magistrados e representantes do ministério público não precisam prestar o exame de


ordem: O Provimento 144 de 2011 regulamenta o Exame de Ordem que está previsto no
inciso IV do artigo 8.º da Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB) e que, além de dispor que a
aprovação no exame é obrigatória, traz em seu parágrafo único o seguinte:
"Parágrafo único. Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da
Magistratura e do Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7.º da Resolução
n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB."
Portanto, aqueles que integraram a magistratura (juízes e desembargadores) ou que
pertençam ao Ministério Público (promotor, procurador de justiça, procurador da
república...) são dispensados de prestar o Exame, devendo apenas preencher os demais
requisitos do artigo 8.º do Estatuto, que seriam:
"I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada;
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o Conselho."

A Resolução n° 02/1994, foi publicada in Diário de Justiça, de 14/09/1994, p. 24.141, Seção


I, e estabeleceu as disposições transitórias relativas à aplicabilidade do novo Estatuto da
Advocacia, Lei Federal 8906/1994, dispondo no artigo 7 sobre aqueles que ficaram
dispensados de prestar o Exame de Ordem para inscrição no quadro de advogados da OAB.
O Exame de Ordem é uma exigência prevista no inciso IV, do artigo 8°, da referida Lei
estatutária da OAB e da advocacia.

CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO
A inscrição profissional será CANCELADA quando for requerida pelo advogado, quando sofrer
penalidade de exclusão, falecer, passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível
com a advocacia ou perder um dos requisitos necessários para inscrição. No caso de sofrer
penalidade de exclusão, falecimento ou exercício, em caráter definitivo, de atividade
incompatível, o cancelamento deverá ser promovido, de OFÍCIO, pelo Conselho competente ou
em virtude de comunicação por qualquer pessoa.
NOVO PEDIDO DE INSCRIÇÃO
Na hipótese de novo pedido de inscrição que NÃO RESTAURA O NÚMERO DE INSCRIÇÃO
ANTERIOR, deve o interessado fazer prova de capacidade civil, não exercer atividade
incompatível com a advocacia, possuir idoneidade moral, além prestar compromisso perante o
Conselho. Na hipótese de sofrer penalidade de exclusão, o novo pedido de inscrição também deve
ser acompanhado de provas de reabilitação.
LICENÇA PROFISSIONAL
Licencia-se o profissional que assim requerer, por motivo justificado, passar exercer, em caráter
temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia ou sofrer doença mental
considerada curável.
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestação de serviço de advocacia, na forma
disciplinada no Estatuto da OAB e no Regulamento Geral. A sociedade de advogados adquire
personalidade jurídica com registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional
da OAB, em cuja base territorial tiver sede. Aplica-se à sociedade de advogados o Código e Ética
e Disciplina, no que couber.
As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de
que façam parte.
Não poderá o advogado integrar em mais de uma sociedade de advogados, com sede ou filiar na
mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. O ato de constituição de filiar dever ser
averbado no registro da sociedade e arquivado junto ao Conselho Seccional onde se instalar,
fincando os sócios obrigados à inscrição suplementar.
Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo
clientes de interesses opostos.
Não poderão ser admitidos os registros, nem podem funcionar, as sociedades que apresentem
forma ou características MERCANTIS, que adotem denominação de fantasia, que realizem
atividades estranhas à advocacia, que incluam sócios não inscritos como advogado ou totalmente
proibido de advogar.
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
A INCOMPATIBILIDADE determina a proibição TOTAL, e o IMPEDIMENTO, a proibição
PARCIAL de exercício da advocacia.
INCOMPATIBILIDADE (proibição TOTAL)
A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria com as atividades de Chefe do Poder
Executivo; membros da mesa do Poder Legislativo; membros do Poder Judiciário; membros da
Administração Pública direta ou indireta, salvo os que não detenham poder de decisão relevante
sobre os interesses de terceiros, a juízo do Conselho competente da OAB, bem como a
administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico; ocupantes de cargos ou
funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem
serviços notariais e de registro; membros da atividade policial de qualquer natureza; militares da
ativa; ocupantes de funções de direção e gerenciamento de instituições financeiras, inclusive
privadas. A incompatibilidade persiste mesmo que deixe de exercer a função temporariamente.
Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos
jurídicos da Administração Pública direta indireta e fundacional são EXCLUSIVAMENTE
legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o
período da investidura.
IMPEDIMENTO (proibição PARCIAL)
São impedidos os servidores da administração direta, indireta ou fundacional, CONTRA a
Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada à entidade empregadora; os membros
do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, CONTRA ou a FAVOR das pessoas jurídicas de
direito público, empresa públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades
paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Não incluem os
docentes de cursos jurídicos.
SANÇÕES
CENSURA; SUSPENSÃO; EXCLUSÃO; MULTA.
As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da decisão,
não podendo ser objeto de publicidade a de censura.
1. CENSURA
A censura é aplicada nos casos de exercer a profissão quando impedido ou facilitar o exercício
dos não inscritos, impedidos ou proibidos; manter sociedade profissional fora das normas e
preceitos estabelecidos no Estatuto da OAB; valer-se de gerenciador de causa, mediante
participação nos honorários a receber; angariar ou captar causas, com ou sem intervenção de
terceiros; assinar quando não colaborou no processo; advogar de má-fé; violar, sem justa causa,
sigilo profissional; estabelecer acordo com a parte contrária sem permissão do cliente; prejudicar,
por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; acarretar, conscientemente, por ato próprio,
a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; abandonar a causa, sem justa causa, antes
dos 10 dias da comunicação da renúncia; recusar-se a presta, sem justo motivo, assistência
jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; fazer publicar na
imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;
deturpar o teor da lei; imputar crime a terceiro, sem autorização do cliente; praticar o estagiário,
ato excedente de sua habilitação; violação a preceito do Código de Ética e Disciplina; violação a
preceito do Estatuto da OAB, quando para infração não se tenha estabelecido sanção mais grave.
A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos
assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante.
SUSPENSÃO
A suspensão é aplicável nos casos de solicitar ou receber qualquer importância para aplicação
ilícita ou desonesta; receber valores da parte contrária ou de terceiro sem autorização do cliente;
recusar-se a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiro por conta dele; reter
ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; deixar de pagar as contribuições, multas
e preços de serviços devidos a OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; incidir em erros
reiterados que evidenciem inépcia profissional; manter conduta incompatível com a advocacia; e
quando reincidente em infração disciplinar.
A suspensão acarreta ao infrator do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo
prazo de 30 dias a 12 meses, de acordo com os critérios de individualização previstos neste
capítulo.
Nos casos de recusar-se a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiro por
conta dele; reter ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; deixar de pagar as
contribuições, multas e preços de serviços devidos a OAB, depois de regularmente notificado a
fazê-lo, a suspensão perdurará até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção
monetária. Na hipótese de incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional a
suspensão perdura até que preste novas provas de habilitação.

A exclusão é aplicável nos casos de aplicação por 3 vezes de suspensão; Nos casos de fazer falsa
prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; tornar-se moralmente inidôneo para o
exercício da advocacia; praticar crime infamante. Para a aplicação da sanção disciplinar de
exclusão é necessária a manifestação favorável de 2/3 dos membros do Conselho Seccional
competente.
MULTA
A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de 1 anuidade e o máximo de seu
décuplo (10), é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo
circunstâncias agravantes.

Na aplicação das sanções disciplinares são consideradas, para fins de ATENUAÇÃO, as seguintes
circunstâncias: falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; ausência de punição
disciplinar anterior; exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da
OAB; prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.
Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revela, as
circunstâncias e as consequências da infração são consideradas para fim de decidir: sobre a
conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar; sobre o tempo de
suspensão e o valor da multa aplicáveis.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:

Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na


OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por
arbitramento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de


juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria
Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários
fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da
OAB, e pagos pelo Estado.

§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por


arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o
valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos
estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido


no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o
restante no final.

§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários


antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz
deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da
quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os
pagou.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato


outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou
omissão praticada no exercício da profissão.

O caput do artigo assegura aos advogados inscritos na OAB o recebimento de honorários pelos
serviços prestados. O referido não se aplica aos estagiários tendo em vista que não prestam
serviços profissionais.
As três formas de honorários estipulados pelo Estatuto da Ordem são: os convencionais, os
fixados por arbitramento judicial e os de sucumbência.
Os honorários convencionais são de livre ajuste entre as partes, os fixados por arbitramento
judicial e os de sucumbência devem observar os valores mínimos estipulados na tabela de
honorários fixada pelo conselho seccional da OAB.
Os honorários convencionais, portanto, são os pactuados entre cliente e advogado, verbalmente
ou por escrito.
Os honorários fixados por arbitramento judicial, aplicam-se aos casos em que não houve
estipulação contratual ou as partes não chegaram a um acordo a respeito dos valores devidos.
Os honorários de sucumbência são os previstos no código de processo civil, pagos pela parte
vencida ao advogado da parte vencedora.
O advogado passa a ter direito ao recebimento dos honorários a partir da efetiva prestação de
serviço. Do mesmo modo, inexistindo previsão contrária, também garante o recebimento de
honorários proporcionais aos serviços prestados em casos como por exemplo, de rescisão
antecipada do contrato de honorários advocatícios. O recebimento de honorários sem a devida
prestação dos serviços contratados enseja falta ético-disciplinar por locupletamento ilícito.
Caberá ao Estado o pagamento de honorários quando houver patrocínio de causa a juridicamente
necessitado. Para tanto deve ser observado três requisitos: Que a nomeação do causídico tenha se
dado por indicação do magistrado e não pro contratação entre partes; que a parte considerada
juridicamente necessitada preencha os requisitos da Lei n° 10.060/50 ( Estabelece normas para a
concessão de assistência judiciária aos necessitados); que a defensoria pública não tenha sido
instalado no local da prestação de serviço ou se instalada, esteja impossibilitada de atender o caso,
não interessando para tanto o local da residência do juridicamente necessitado ou o endereço
profissional do advogado.

Súmula Vinculante nº 47 do Supremo Tribunal Federal: Os honorários


advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante
principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar
cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de
pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa
natureza.
O direito aos honorários advocatícios ganha importância ainda maior dada a natureza alimentar
desses, que lhe assegura a preferência típica dos créditos dessa natureza. Possibilita ao advogado
resguardar seus direitos contra eventuais penhoras que o cliente possa vir a sofrer sobre os créditos
decorrentes dos autos assegurando-lhe, assim, o devido pagamento ao final da ação.
Para a fixação dos honorários deve ser utilizada a tabela de honorários do conselho seccional
como referencial mínimo para arbitramento dos honorários, podendo ser fixados em patamares
superiores de acordo com os serviços prestados e o valor econômico da questão. Para tanto deve
se valer do artigo 36 do Código de Ética.
Art. 36. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação,
atendidos os elementos seguintes:
I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões
versadas;
II – o trabalho e o tempo necessários;
III – a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros
casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros;
IV – o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para
ele resultante do serviço profissional;
V – o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente
avulso, habitual ou permanente;
VI – o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domicílio do
advogado;
VII – a competência e o renome do profissional;
VIII – a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
O artigo 23 faculta ao advogado que a execução seja promovida nos próprios autos. Direito
autônomo para executar a sentença. A possibilidade é de cumprimento autônomo de sentença.
Cliente e advogado formam, no cumprimento de sentença um litisconsórcio ativo facultativo pois
poderia promover a execução autonomamente.
IMPEDIMENTO E INCOMPATIBILIDADE:
A liberdade de trabalho, de ofício e de profissão é inserida entre os direitos e garantias individuais
resguardados na Constituição Federal (CF), mas o seu exercício é condicionado à qualificação
profissional exigida por lei federal208, como determina a mesma CF. No caso da advocacia, as
condições para o seu exercício são disciplinadas pelo EAOAB (art. 8º), que também contempla
um arcabouço de proteção (art. 27 a 30), para evitar que a advocacia possa ser usada em
desprestígio do interesse da coletividade mediante práticas como tráfico de influência e captação
indevida de clientela.
Esse sistema de proteção tem dois graus distintos: incompatibilidades e impedimentos. A
motivação legislativa às regras total ou parcialmente proibitivas à advocacia são justificadas tanto
pela ótica do interesse público, já que visam evitar a confusão ou mistura de interesses pela quebra
da regularidade, imparcialidade e generalidade de serviços públicos, quanto pela proteção da
própria advocacia.
De fato, compatibilidade e impedimento, decorrem de condição pessoal do bacharel, mas são
situações perfeitamente distintas entre si.

INCOMPATIBILIDADES:
O exercício de qualquer das atividades consideradas incompatíveis pelo EAOAB é impeditivo da
advocacia, ou seja, impede a inscrição do bacharel como advogado (art. 8º, V do EAOAB). Se
superveniente à inscrição, a situação de incompatibilidade gera efeitos automáticos prejudiciais à
continuidade da mesma, que podem ser de duas ordens:
a) se a atividade incompatível tiver caráter efetivo ou definitivo (nomeação em cargo de juiz de
direito, por exemplo), opera-se o cancelamento da inscrição (art. 11, IV EAOAB) e,
b) se a atividade incompatível tiver caráter temporário (nomeação para um cargo comissionado
de Secretário municipal, por exemplo), opera-se o licenciamento da inscrição (art. 12, II
EAOAB), o que implica numa espécie de suspensão temporária da inscrição
A incompatibilidade pessoal do bacharel com a advocacia é sempre total e absoluta, iniciando na
data da assunção do cargo ou função (posse ou diplomação), permanecendo hígida mesmo nos
afastamentos temporários (licenças, férias, disponibilidade administrativa), cessando apenas
quando da efetiva cessação do vínculo mantido com o cargo ou função incompatível (por
exoneração, demissão, aposentadoria, término do mantado, por exemplo). O descumprimento de
incompatibilidade tipifica exercício irregular de profissão, que é contravenção penal.
1.Presidente da República, Governador do Estado, Prefeito e seus vices + Membros
da Mesa do Poder Legislativo.;

2.Juiz de Direito, Juiz do Trabalho, Juiz Federal, Juiz de Paz. CUIDADO: O juiz
eleitoral era incompatível mas deixou de ser (Adin 1127-8).
A ADIn 1127-8 foi ajuizada pela AMB, e o STF passou a entender que o juiz eleitoral
pode advogar. Não existe concurso para juiz eleitoral. Os tribunais da justiça
eleitoral são compostos por juízes de direito que cumulam as atividades. Mas no
TRE e no TSE também há vagas paga advogados. Enquanto esse advogado for juiz
eleitoral ele vai poder sim advogar. Portanto, não é todo juiz eleitoral que pode
advogar, mas só aqueles que entraram nos tribunais como advogados.

3.Membros do Ministério Público e dos Tribunais e Conselhos de Contas;

4. Funcionário Público com cargo ou função de direção;

5. Funcionários do Poder Judiciário, Cartório de Notas e Registros;

6.Atividade policial (direta ou indireta), civil/militar, federal/estadual/municipal; o


perito criminal e o médico legista.

7.Militares (marinha, exército ou aeronáutica), na ativa. OBS: se tiver aposentado


não está mais incompatível!

Obs. APOSENTADORIA cessa a INCOMPATIBILIDADE.


8. L.A.F. TRIBUTOS – ocupantes de cargos/funções que tenham competência
Lançar, Arrecadar ou Fiscalizar TRIBUTOS /CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS;

9.Diretor e gerente de instituição financeira pública ou privada. Ex. Diretor do Itaú,


Gerente do Banco do Brasil.

Obs. A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo deixe de


exercê-lo temporariamente.
Obs. NÃO SERÁ INCOMPATÍVEL O DIRETOR DE CURSO DE DIREITO DE
INSTITUIÇÃO DE ENSINO PÚBLICA (art. 28, §2º)
IMPEDIMENTOS:
Impedimentos (art. 29 e art. 30) como vedações impostas a advogados que ocupem cargos ou
exerçam funções na administração pública, seja como agentes políticos; como advogados
públicos, de carreira ou não; como servidores ou empregados públicos da administração direta ou
indireta.

Diferentemente das incompatibilidades, os impedimentos não afetam a inscrição na OAB;


tampouco a condição de advogado, apenas impõem restrições ou limitações ao exercício da
advocacia, diminuindo o âmbito em que ela pode ser exercida

Matéria de ordem pública, impedimentos e incompatibilidades devem ser anotados pela


respectiva Secional da OAB a qualquer tempo (art. 11, IV e art. 12, II), retroagindo seus efeitos à
época respectiva.
Juiz leigo de Juizado Especial. Função privativa de advogado com mais de cinco anos de
experiência forense. Impedimento. Inteligência do art. 7º, parágrafo único, da Lei 9.099/95 e do
art. 8º do Regulamento Geral EOAB. O exercício, sem caráter permanente, de funções de juiz
leigo em Juizado Especial, por serem privativas de advogado, não gera a incompatibilidade
prevista no art. 28, IV, do EOAB, mas, apenas, impedimento para exercer a advocacia na área
daqueles juizados. Conciliador de Juizado Especial. Por não se tratar de função privativa de
advogado, mas que deve ser cometida, preferencialmente, a bacharel em direito, implica
incompatibilidade e não apenas impedimento.

1. Funcionário público (em geral) é IMP “CONTRA” a Fazenda Pública que o remunere ou
a qual esteja vinculado.
Lembre-se: FP X FP. Aqui é o funcionário público que não tem cargo ou função de direção,
ok?
A PEGADINHA é essa: FP com cargo ou função de direção -> INCOMPATÍVEL. FP sem
cargo ou função de direção -> IMPEDIDO.
Ex. Diretor do Procon -> INCOMPATÍVEL. Assistente administrativo do Procon ->
IMPEDIDO.

2. Membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, são IMP “CONTRA OU A


FAVOR” do serviço público em geral.
A PEGADINHA é essa: membros do Legislativo que estão na MESA -> INCOMPATÍVEIS.
Os que não estão na mesa -> IMPEDIDO.
Ex. Presidente do Senado Federal -> INCOMPATÍVEL. Senador Federal -> IMPEDIDO.
EXCEÇÃO DO IMPEDIMENTO: Os docentes dos cursos jurídicos de Universidades
Públicas seriam impedidos ..., mas não são!!! art. 30, p.ú.
ATIVIDADE EXCLUSIVA: os Procuradores-Gerais, os Advogados-Gerais, Defensores-
Gerais seriam incompatíveis (art. 28, III) mas não são!!!
Eles são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que
exerçam, durante o período da investidura.
PRERROGATIVAS DO ADVOGADO:
A imunidade profissional do advogado permanece em relação aos crimes de injúria e
difamação, quando praticados no exercício da profissão. O desacato foi considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, na ADI nº 1127. nÃO podem constituir
injúria, mas podem configurar desacato punível. Isso porque o advogado tem imunidade
profissional, nos termos do Art. 7º, § 2º, do Estatuto da OAB, mas esta, de acordo com o
Supremo Tribunal Federal, não compreende o desacato, sob pena de conflitar com a
autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional.

Você também pode gostar