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VECTRA - PROJETOS E CONSULTORIA HIDRÁULICA E ELÉTRICA

MEMORIAL DESCRITIVO

SISTEMA PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

TRT 4ª REGIÃO - NOVO HAMBURGO RS

Curitiba – 24 de Outubro de 2016


VECTRA - PROJETOS E CONSULTORIA HIDRÁULICA E ELÉTRICA

Sumário
1. Generalidades .......................................................................................................................1
1.1. Condições gerais ..............................................................................................................1
1.2. Filosofia para concepção de projeto .................................................................................2
1.3. Nível de proteção .............................................................................................................2
2. Avaliação do risco de exposição ..........................................................................................3
2.1. Cálculo da área de exposição ............................................................................................3
2.2. Cálculo da frequência média anual previsível de descargas atmosféricas .........................5
2.3. Avaliação geral do risco ...................................................................................................5
2.3.1. Fatores de ponderação anexo B ............................................................................6
2.4. Nível de proteção .............................................................................................................6
3. Dados técnicos do projeto ....................................................................................................7
3.1. Método de proteção ..........................................................................................................7
3.2. Captores ...........................................................................................................................7
3.3. Descidas ...........................................................................................................................7
3.4. Aterramento......................................................................................................................7
Anexo ...........................................................................................................................................8
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1. Generalidades

O presente memorial refere-se à elaboração de Projeto de Sistema de Proteção


Contra Descargas Atmosféricas (SPDA) e tem por objetivo estabelecer condições e
características técnicas para execução dos serviços relativos ao TRT da 4ª Região,
localizado entre as ruas Bento Golçalves, rua 3 de outubro e rua Jahu, na cidade de
Novo Hamburgo-RS.
Instalação de Sistema de proteção contra descarga atmosféricas (SPDA) de
acordo com a norma NBR 5419/2015.

1.1. Condições gerais

A fim de se evitar falsas expectativas sobre o sistema de proteção, é necessário


realizar os seguintes esclarecimentos:
1 - A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamente
imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas características elétricas (intensidade de
corrente, tempo de duração, etc), como em relação aos efeitos destruidores decorrentes
de sua incidência sobre as edificações.
2 - Nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a "queda" de uma descarga
em determinada região. Não existe "atração" a longas distâncias, sendo os sistemas
prioritariamente receptores. Assim sendo, as soluções internacionalmente aplicadas
buscam tão somente minimizar os efeitos destruidores a partir da colocação de pontos
preferenciais de captação e condução segura da descarga para a terra.
3 - A implantação e manutenção de sistemas de proteção (pára-raios) é normalizada
internacionalmente pela IEC (International Eletrotecnical Comission) e em cada país
por entidades próprias como a ABNT (Brasil), NFPA (Estados Unidos) e BSI
(Inglaterra).
4 - Somente os projetos elaborados com base em disposições destas normas podem
assegurar uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca
atingirá os 100 % estando, mesmo estas instalações, sujeitas à falhas de proteção. As
mais comuns são a destruição de pequenos trechos do revestimento das fachadas de
edifícios ou de quinas da edificação ou ainda de trechos de telhados.
5 - Não é função do sistema de pára-raios proteger equipamentos eletroeletrônicos
(comando de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas,

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subestações, etc), pois mesmo uma descarga captada e conduzida a terra com segurança,
produz forte interferência eletromagnética, capaz de danificar estes equipamentos. Para
sua proteção, deverá ser contratado um projeto adicional, específico para instalação de
supressores de surto individuais (protetores de linha).
6 - Os sistemas implantados de acordo com a Norma visam à proteção da estrutura das
edificações contra as descargas que a atinjam de forma direta, tendo a NBR-5419 da
ABNT como norma básica.
7 - É de fundamental importância que após a instalação haja uma manutenção periódica
anual a fim de se garantir a confiabilidade do sistema. São também recomendadas
vistorias preventivas após reformas que possam alterar o sistema e toda vez que a
edificação for atingida por descarga direta.
8 – A execução deste projeto devera ser feito por pessoal especializado.

1.2. Filosofia para concepção de projeto


Apesar da norma NBR-5419 evidenciar a necessidade da instalação de sistema
de proteção contra descargas atmosféricas em locais de grande afluência de público,
locais que prestam serviços públicos essenciais e áreas com alta densidade de descargas
atmosféricas, o projeto será elaborado considerando o método de determinação de
exigência de SPDA conforme as NBR-5419 e NBR-5410, considerando a avaliação de
risco de exposição e os fatores de ponderações conforme a NBR-5419.

1.3. Nível de proteção


O nível de proteção a ser adotado segundo a NBR 5419 irá considerar as
características das estruturas em função do tipo da estrutura, tipo de ocupação da
estrutura, tipo de construção da estrutura, conteúdo da estrutura e efeitos das descargas
atmosféricas, localidade da estrutura, e ainda considerar a topografia da região e o
índice ceráunico da região.

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2. Avaliação do risco de exposição


O risco de exposição é calculado considerando a probabilidade de uma estrutura
ser atingida por um raio em um ano é o produto da densidade de descargas atmosféricas
para a terra pela área de exposição equivalente da estrutura, conforme equação a seguir:
(1)
Onde:
Ng: É a densidade de descargas atmosféricas para a terra, que representa o
número de raios para a terra por km² por ano;
Ae: É a área de exposição equivalente da edificação.
Consultando o grupo de eletricidade atmosférica na página do instituto nacional
de pesquisas espaciais – INPE, o valor de Ng para a cidade de Novo Hamburgo é 7,31
descagas/(ano.km²).

2.1. Cálculo da área de exposição


A área de exposição Ae para o edifício pode ser calculada através da equação 2 a
seguir:
(2)
Onde,
C=comprimento;
L=Largura;
H=Altura.

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A figura 1 abaixo mostra as dimensões para o edifício a ser utilizada no cálculo


da área de exposição. Para simplificação, a área de exposição do edifício foi
representado retangular e foi considerada a altura de 9,02 metros na projeção ao longo
de suas dimensões retangulares, conforme pode ver na representação tracejada.

Figura 1 - Área de exposição

O cálculo da área de exposição é:


C= 45,63m
L= 31,15m
H= 9,02m
Portanto,

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2.2. Cálculo da frequência média anual previsível de descargas atmosféricas


Calculado Ng e Ae, será então calculada a frequência média anual previsível (N)
em cada estrutura, que é estimada através da equação 1 listada anteriormente.

2.3. Avaliação geral do risco

Segundo a NBR 5419, em seguida ao cálculo de N, deve-se multiplica-lo pelos


fatores de ponderação A a E apresentados a seguir. Os respectivos valores podem ser
consultados nas tabelas B.1 a B.5 do anexo B.
 Fator A: Faz referência ao tipo de ocupação da estrutura;
 Fator B: Faz referência ao tipo de construção da estrutura;
 Fator C: Faz referência ao conteúdo da estrutura e efeitos das descargas
atmosféricas;
 Fator D: Faz referência à localização da estrutura;
 Fator E: Faz referência à topografia da região.

A análise final se há a necessidade de instalação de proteção contra descargas


atmosféricas será realizado em função da probabilidade de descargas na estrutura no
período de um ano considerando os fatores de ponderação. A expressão de N corrigido
pelos fatores é dada pela equação 3 a seguir:
(4)

Conforme sugere a norma NBR 5419, após calcular N’, deve-se comparar com
os valores de frequência admissíveis de danos (Nc). Para análise, será considerado o
valor de Nc de (1 dano ocorrido na estrutura a cada 1.000 descargas), que é o
limite superior de riscos aceitáveis.
 Fator A=1,2
 Fator B=1,0
 Fator C=1,7
 Fator D=1,0
 Fator E=0,3
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Portanto,

Como N’ é superior ao valor limite de Nc, portanto, a instalação de proteção


contra descargas atmosféricas é obrigatória.

2.3.1. Fatores de ponderação anexo B

 Tipo de ocupação da estrutura: De acordo com a tabela B.1, o tipo de ocupação é


classificado em edifícios de escritórios;
 Tipo de construção da estrutura: Estrutura de alvenaria com cobertura não
metálica;
 Conteúdo da estrutura e efeitos das descargas atmosféricas: Segundo a tabela
B.3, a estrutura classifica-se como locais de afluência de público;
 Localização da estrutura: De acordo com a tabela B.4, a localidade da estrutura é
caracterizada como estrutura localizada em uma área contendo poucas
estruturas ou árvores de altura similar;
 Topografia da região: A topografia é classificada como planícies;

2.4. Nível de proteção


Segundo o anexo B.6 da NBR-5419, a estrutura do TRT 4ª Região pode ser
considerada como “Estruturas Comuns”, “Bancos, companhias de seguro, companhias
comercias, e outros”. Segundo essa classificação, deve ser considerado nível de
proteção II.

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3. Dados técnicos do projeto


3.1. Método de proteção
Será implementado o método de proteção tipo Gaiola de Faraday.

3.2. Captores
a) Serão instaladas barra chatas de alumínio com dimensões Ø7/8"x1/8"x3,00m ao
longo do perímetro sobre a platibanda da cobertura;
b) Complementarmente, serão instalados a cada 7,5 metros captores tipo terminal
aéreo em barra chata de alumínio com dimensões h=0,60m x 3/4" x 3/16".

3.3. Descidas
a) Constituída de descida tipo externa em barra chata de alumínio com dimensões
Ø7/8"x1/8"x3,00m;
b) Número de descidas: 20;
c) Espaçamento aproximado: 10 a 14 metros
d) Proteção através de eletroduto de PVC com dimensões 1" x 3m;
e) Em todas as descidas serão instalados terminais de compressão em cobre
estanhado com 1 furo p/ cabo de cobre seção 50,0mm² para transição/inspeção entre
a barra chata de alumínio proveniente da descidas externa e o cabo de cobre seção
50,0mm² para a conexão com a malha de aterramento.

3.4. Aterramento
a) Aterramento composto por eletrodos não naturais (cobre nú e haste de
aterramento) instalados enterrados a uma profundidade de 60,0cm em forma de
anel na região perimetral do edifício;
b) Tipo do cabo de aterramento: cobre nú seção 50,0mm²;
c) Tipo de Haste: Copperweld, Ø 5/8" x 3,0m, 254 micras;
d) Número de Hastes: 01 para cada descida;
e) Caixa de inspeção em alvenaria medindo (30x30x40)cm com tampa de concreto
e dreno;
f) Resistência ôhmica máxima esperada: 10 OHMS.

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Anexo

Tabela B.1 – FATOR A: TIPO DE OCUPAÇÃO DA ESTRUTURA

Fonte: NBR 5419

Tabela B.2 – FATOR B: TIPO DE CONSTRUÇÃO DA ESTRUTURA

Fonte: NBR 5419

Tabela B.3 – FATOR C: CONTEÚDO DA ESTRUTURA E EFEITOS INDIRETOS


DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Fonte: NBR 5419

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Tabela B.4 – FATOR D: LOCALIZAÇÃO DA ESTRUTURA

Fonte: NBR 5419

Tabela B.5 - FATOR E: TOPOGRAFIA DA REGIÃO

Fonte: NBR 5419

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