Assedio 1ed PDF

Assédio
Atualizada até março de 2016

Assédio
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2015 – 2016
Senador Renan Calheiros

PRESIDENTE
Senador Jorge Viana

PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE
Senador Romero Jucá

SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Vicentinho Alves

PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Zeze Perrella

SEGUNDO-SECRETÁRIO
Senador Gladson Cameli

TERCEIRO-SECRETÁRIO
Senadora Ângela Portela

QUARTA-SECRETÁRIA
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Sérgio Petecão
Senador João Alberto Souza
Senador Elmano Férrer
Senador Douglas Cintra
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Assédio
Brasília – 2016
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações

Diretor: Florian Augusto Coutinho Madruga
Produzida na Coordenação de Edições Técnicas

Coordenadora: Denise Zaiden Santos
Organização: Tatiana Arruda

Revisão técnica: Marcelo Larroyed
Revisão de provas: Walfrido Vianna
Editoração eletrônica: Letícia Costa
Ficha catalográfica: Bianca Rossi
Capa e ilustrações: Daniel Marques
Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Campos
Atualizada até março de 2016.
Assédio. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.

74 p.
Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Normas correlatas

– Atos internacionais ratificados pelo Brasil – Ato internacional não ratificado
pelo Brasil.
ISBN: 978-85-7018-712-3
1. Assédio moral, aspectos constitucionais, Brasil. 2. Assédio sexual,

Brasil.
CDDir 341.55234

Via N2, Secretaria de Editoração e Publicações, Bloco 2, 1o Pavimento
CEP: 70165-900 – Brasília, DF
E-mail: livros@senado.leg.br
Alô Senado: 0800 61 2211

Sumário
7 Apresentação
Dispositivos constitucionais pertinentes

10 Constituição da República Federativa do Brasil
Normas correlatas
14 Lei no 13.185/2015
16 Lei no 10.406/2002
18 Lei no 9.029/1995
19 Lei no 8.213/1991
20 Lei no 8.112/1990
25 Decreto no 7.037/2009
30 Decreto no 6.029/2007
33 Decreto no 3.048/1999
36 Decreto no 1.171/1994
40 Decreto-Lei no 5.452/1943
Atos internacionais ratificados pelo Brasil

44 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher
54 Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra a Mulher
60 Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher – “Convenção de Belém do Pará”
66 Convenção Concernente à Discriminação em Matéria de Emprego e Profissão
Ato internacional não ratificado pelo Brasil

70 Declaração Universal dos Direitos Humanos
As notas de rodapé indicadas ao fim do caput dos artigos apresentam as normas modificadoras
de seus dispositivos. Consta ainda nas notas referência às normas que regulamentam ou
complementam a legislação compilada.
Apresentação
As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão

à legislação em vigor relativa a temas específicos de interesse público.
Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais

sobre o tema, além de normas correlatas e acordos internacionais relevantes,
a depender do assunto. Por meio de compilação atualizada e fidedigna,
apresenta-se ao leitor um painel consistente para estudo e consulta.
Notas de rodapé trazem a referência das normas que alteram ou regulamentam

leis e decretos, permitindo ao leitor aprofundar seus conhecimentos. O termo
“Ver” remete a normas conexas.
O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,

tornando fácil e rápida a consulta a dispositivos de interesse mais pontual.
Na Livraria Virtual do Senado (www.senado.leg.br/livraria), além das obras

impressas disponíveis para compra direta, o leitor encontra e-books para
download imediato e gratuito.
Sugestões e críticas podem ser registradas na página da Livraria e certamente

contribuirão para o aprimoramento de nossos livros e periódicos.
Apresentação
7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
��
X – são invioláveis a intimidade, a vida priva-
TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais da, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou
Art. 1 o A República Federativa do Brasil, moral decorrente de sua violação;
formada pela união indissolúvel dos Estados e ��
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se XXXV – a lei não excluirá da apreciação do
em Estado Democrático de Direito e tem como Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
fundamentos: ��
�� LIV – ninguém será privado da liberdade
III – a dignidade da pessoa humana; ou de seus bens sem o devido processo legal;
�� LV – aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da assegurados o contraditório e a ampla defesa,
República Federativa do Brasil: com os meios e recursos a ela inerentes;
I – construir uma sociedade livre, justa e ��
solidária;
�� CAPÍTULO II – Dos Direitos Sociais
IV – promover o bem de todos, sem pre- ��
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação. Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos
�� e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias ��
Fundamentais XXVIII – seguro contra acidentes de tra-
CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres balho, a cargo do empregador, sem excluir a
Individuais e Coletivos indenização a que este está obrigado, quando
incorrer em dolo ou culpa;
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- ��
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, ��
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: CAPÍTULO III – Do Poder Judiciário
I – homens e mulheres são iguais em direitos ��
e obrigações, nos termos desta Constituição;
�� SEÇÃO V – Dos Tribunais e Juízes do
III – ninguém será submetido a tortura nem Trabalho
a tratamento desumano ou degradante; ��
��
Assédio
V – é assegurado o direito de resposta, pro- Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho pro-

porcional ao agravo, além da indenização por cessar e julgar:
10 dano material, moral ou à imagem; ��
VI – as ações de indenização por dano ��
moral ou patrimonial, decorrentes da relação
de trabalho; CAPÍTULO VII – Da Família, da Criança,
do Adolescente, do Jovem e do Idoso
��
TÍTULO VIII – Da Ordem Social
�� Art. 227. É dever da família, da sociedade e
do Estado assegurar à criança, ao adolescente
CAPÍTULO III – Da Educação, da Cultura e e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
do Desporto vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la-
SEÇÃO I – Da Educação zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
Art. 205. A educação, direito de todos e de- e comunitária, além de colocá-los a salvo de
ver do Estado e da Família, será promovida e toda forma de negligência, discriminação,
incentivada com a colaboração da sociedade, exploração, violência, crueldade e opressão.
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, ��
seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Dispositivos constitucionais pertinentes
11
Normas correlatas
Lei no 13.185/2015
Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA o intuito de criar meios de constrangimento

psicossocial.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 3o A intimidação sistemática (bullying)
pode ser classificada, conforme as ações pra-
Art. 1o Fica instituído o Programa de Combate ticadas, como:
à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o I – verbal: insultar, xingar e apelidar pejo-
território nacional. rativamente;
§ 1o No contexto e para os fins desta Lei, II – moral: difamar, caluniar, disseminar
considera-se intimidação sistemática (bullying) rumores;
todo ato de violência física ou psicológica, in- III – sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
tencional e repetitivo que ocorre sem motivação IV – social: ignorar, isolar e excluir;
evidente, praticado por indivíduo ou grupo, V – psicológica: perseguir, amedrontar,
contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de aterrorizar, intimidar, dominar, manipular,
intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angús- chantagear e infernizar;
tia à vítima, em uma relação de desequilíbrio VI – físico: socar, chutar, bater;
de poder entre as partes envolvidas. VII – material: furtar, roubar, destruir per-
§ 2o O Programa instituído no caput poderá tences de outrem;
fundamentar as ações do Ministério da Edu- VIII – virtual: depreciar, enviar mensagens
cação e das Secretarias Estaduais e Municipais intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar
de Educação, bem como de outros órgãos, aos fotos e dados pessoais que resultem em so-
quais a matéria diz respeito. frimento ou com o intuito de criar meios de
constrangimento psicológico e social.
Art. 2o Caracteriza-se a intimidação sistemá-
tica (bullying) quando há violência física ou Art. 4o Constituem objetivos do Programa
psicológica em atos de intimidação, humilhação referido no caput do art. 1o:
ou discriminação e, ainda: I – prevenir e combater a prática da intimida-
I – ataques físicos; ção sistemática (bullying) em toda a sociedade;
II – insultos pessoais; II – capacitar docentes e equipes pedagógicas
III – comentários sistemáticos e apelidos para a implementação das ações de discussão,
pejorativos; prevenção, orientação e solução do problema;
IV – ameaças por quaisquer meios; III – implementar e disseminar campanhas
V – grafites depreciativos; de educação, conscientização e informação;
VI – expressões preconceituosas; IV – instituir práticas de conduta e orienta-
VII – isolamento social consciente e pre- ção de pais, familiares e responsáveis diante da
meditado; identificação de vítimas e agressores;
VIII – pilhérias. V – dar assistência psicológica, social e jurí-
Parágrafo único. Há intimidação sistemá- dica às vítimas e aos agressores;
tica na rede mundial de computadores (cyber- VI – integrar os meios de comunicação de
bullying), quando se usarem os instrumentos massa com as escolas e a sociedade, como forma
Assédio
que lhe são próprios para depreciar, incitar a de identificação e conscientização do problema
violência, adulterar fotos e dados pessoais com e forma de preveni-lo e combatê-lo;
14
VII – promover a cidadania, a capacidade Art. 6o Serão produzidos e publicados relató-
empática e o respeito a terceiros, nos marcos de rios bimestrais das ocorrências de intimidação
uma cultura de paz e tolerância mútua; sistemática (bullying) nos Estados e Municípios
VIII – evitar, tanto quanto possível, a puni- para planejamento das ações.
ção dos agressores, privilegiando mecanismos
e instrumentos alternativos que promovam Art. 7o Os entes federados poderão firmar
a efetiva responsabilização e a mudança de convênios e estabelecer parcerias para a imple-
comportamento hostil; mentação e a correta execução dos objetivos e
IX – promover medidas de conscientiza- diretrizes do Programa instituído por esta Lei.
ção, prevenção e combate a todos os tipos
de violência, com ênfase nas práticas recor- Art. 8o Esta Lei entra em vigor após decorridos
rentes de intimidação sistemática (bullying), 90 (noventa) dias da data de sua publicação
ou constrangimento físico e psicológico, oficial.
cometidas por alunos, professores e outros
profissionais integrantes de escola e de co- Brasília, 6 de novembro de 2015; 194o da Inde-
munidade escolar. pendência e 127o da República.
Art. 5o É dever do estabelecimento de ensino, DILMA ROUSSEFF – Luiz Cláudio Costa –

dos clubes e das agremiações recreativas asse- Nilma Lino Gomes
gurar medidas de conscientização, prevenção,
diagnose e combate à violência e à intimidação Promulgada em 6/11/2015 e publicada no DOU de
sistemática (bullying). 9/11/2015.
Normas correlatas
15
Lei no 10.406/2002
Institui o Código Civil.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Parágrafo único. Se houver excessiva despro-

porção entre a gravidade da culpa e o dano, pode-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e rá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
eu sanciono a seguinte Lei: ��
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à

PARTE GERAL saúde, o ofensor indenizará o ofendido das des-
�� pesas do tratamento e dos lucros cessantes até
ao fim da convalescença, além de algum outro
LIVRO III – Dos Fatos Jurídicos prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
��
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo
TÍTULO III – Dos Atos Ilícitos qual o ofendido não possa exercer o seu ofício
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão de trabalho, a indenização, além das despesas
voluntária, negligência ou imprudência, violar do tratamento e lucros cessantes até ao fim da
direito e causar dano a outrem, ainda que exclu- convalescença, incluirá pensão correspondente
sivamente moral, comete ato ilícito. à importância do trabalho para que se inabilitou,
�� ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir,
PARTE ESPECIAL poderá exigir que a indenização seja arbitrada e
LIVRO I – Do Direito das Obrigações paga de uma só vez.
��
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950
TÍTULO IX – Da Responsabilidade Civil aplica-se ainda no caso de indenização devi-
CAPÍTULO I – Da Obrigação de Indenizar da por aquele que, no exercício de atividade
profissional, por negligência, imprudência ou
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 imperícia, causar a morte do paciente, agravar-
e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a -lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para
repará-lo. o trabalho.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar ��
o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1
normalmente desenvolvida pelo autor do dano (um) ano após a sua publicação.
implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem. Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de
�� janeiro de 1916 – Código Civil e a Parte Primeira
do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho
CAPÍTULO II – Da Indenização de 1850.
Assédio
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão Art. 2.046. Todas as remissões, em diplomas

do dano. legislativos, aos Códigos referidos no artigo
16
antecedente, consideram-se feitas às disposi- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
ções correspondentes deste Código. Aloysio Nunes Ferreira Filho
Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181o da Inde- Promulgada em 10/1/2002 e publicada no DOU de

pendência e 114o da República. 11/1/2002.
Normas correlatas
17
Lei no 9.029/1995
Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, e outras práticas discriminatórias, para
efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte lei: Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o des-
ta Lei e nos dispositivos legais que tipificam os
Art. 1 o É proibida a adoção de qualquer crimes resultantes de preconceito de etnia, raça,
prática discriminatória e limitativa para efeito cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta
de acesso à relação de trabalho, ou de sua ma- Lei são passíveis das seguintes cominações:2
nutenção, por motivo de sexo, origem, raça, I – multa administrativa de dez vezes o valor
cor, estado civil, situação familiar, deficiência, do maior salário pago pelo empregador, elevado
reabilitação profissional, idade, entre outros, em cinquenta por cento em caso de reincidência;
ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção II – proibição de obter empréstimo ou finan-
à criança e ao adolescente previstas no inciso ciamento junto a instituições financeiras oficiais.
XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.1
Art. 4o O rompimento da relação de trabalho
Art. 2 Constituem crime as seguintes práticas
o
por ato discriminatório, nos moldes desta Lei,
discriminatórias: além do direito à reparação pelo dano moral,
I – a exigência de teste, exame, perícia, laudo, faculta ao empregado optar entre:3
atestado, declaração ou qualquer outro proce- I – a reintegração com ressarcimento integral
dimento relativo à esterilização ou a estado de de todo o período de afastamento, mediante pa-
gravidez; gamento das remunerações devidas, corrigidas
II – a adoção de quaisquer medidas, de ini- monetariamente e acrescidas de juros legais;
ciativa do empregador, que configurem: II – a percepção, em dobro, da remuneração
a) indução ou instigamento à esterilização do período de afastamento, corrigida moneta-
genética; riamente e acrescida dos juros legais.
b) promoção do controle de natalidade, as-
sim não considerado o oferecimento de serviços Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua
e de aconselhamento ou planejamento familiar, publicação.
realizados através de instituições públicas ou
privadas, submetidas às normas do Sistema Art. 6o Revogam-se as disposições em con-
Único de Saúde – SUS. trário.
Pena: detenção de um a dois anos e multa.
Parágrafo único. São sujeitos ativos dos cri- Brasília, 13 de abril de 1995; 174o da Indepen-
mes a que se refere este artigo: dência e 107o da República.
I – a pessoa física empregadora;
II – o representante legal do empregador, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo Paiva
como definido na legislação trabalhista;
III – o dirigente, direto ou por delegação, Promulgada em 13/4/1995 e publicada no DOU de
de órgãos públicos e entidades das administra-
Assédio
17/4/1995.
ções públicas direta, indireta e fundacional de
Leis nos 13.146/2015 e 12.288/2010.
2
18 1
Lei n 13.146/2015.
o
Leis nos 13.146/2015 e 12.288/2010.
3
Lei no 8.213/1991
Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 21. Equiparam-se também ao acidente

do trabalho, para efeitos desta Lei:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta I – o acidente ligado ao trabalho que, em-
e eu sanciono a seguinte Lei: bora não tenha sido a causa única, haja contri-
buído diretamente para a morte do segurado,
para redução ou perda da sua capacidade para o
TÍTULO I – Da Finalidade e dos Princípios trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
Básicos da Previdência Social médica para a sua recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no
Art. 1o A Previdência Social, mediante contri- local e no horário do trabalho, em consequ-
buição, tem por fim assegurar aos seus bene- ência de:
ficiários meios indispensáveis de manutenção, a) ato de agressão, sabotagem ou terroris-
por motivo de incapacidade, desemprego mo praticado por terceiro ou companheiro de
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, trabalho;
encargos familiares e prisão ou morte daqueles b) ofensa física intencional, inclusive de
de quem dependiam economicamente. terceiro, por motivo de disputa relacionada
�� ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou
TÍTULO III – Do Regime Geral de de imperícia de terceiro ou de companheiro
Previdência Social de trabalho;
�� d) ato de pessoa privada do uso da razão;
��
CAPÍTULO II – Das Prestações em Geral
SEÇÃO I – Das Espécies de Prestações Art. 154. O Poder Executivo regulamentará
��. esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias a partir
da data da sua publicação.
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço de empresa Art. 155. Esta Lei entra em vigor na data de
ou de empregador doméstico ou pelo exercício sua publicação.
do trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão Art. 156. Revogam-se as disposições em
corporal ou perturbação funcional que cause contrário.
a morte ou a perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho.1 Brasília, em 24 de julho de 1991; 170o da Inde-
§ 1o A empresa é responsável pela adoção pendência e 103o da República.
e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador. FERNANDO COLLOR – Antonio Magri
Normas correlatas
§ 2o Constitui contravenção penal, punível

com multa, deixar a empresa de cumprir as Promulgada em 24/7/1991, publicada no DOU de
normas de segurança e higiene do trabalho. 25/7/1991, republicada no DOU de 11/4/1996 e no
�� DOU de 14/8/1998.
1
Lei Complementar no 150/2015. 19
Lei no 8.112/1990
Dispõe sobre o regime jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 130. A suspensão será aplicada em caso

de reincidência das faltas punidas com adver-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta tência e de violação das demais proibições que
e eu sanciono a seguinte Lei: não tipifiquem infração sujeita a penalidade
�� de demissão, não podendo exceder de 90 (no-
venta) dias.
TÍTULO IV – Do Regime Disciplinar § 1o Será punido com suspensão de até 15
CAPÍTULO I – Dos Deveres (quinze) dias o servidor que, injustificada-
mente, recusar-se a ser submetido a inspeção
Art. 116. São deveres do servidor: médica determinada pela autoridade compe-
�� tente, cessando os efeitos da penalidade uma
XII – representar contra ilegalidade, omis- vez cumprida a determinação.
são ou abuso de poder. § 2o Quando houver conveniência para o
Parágrafo único.A representação de que serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
trata o inciso XII será encaminhada pela convertida em multa, na base de 50% (cin-
via hierárquica e apreciada pela autoridade quenta por cento) por dia de vencimento ou
superior àquela contra a qual é formulada, remuneração, ficando o servidor obrigado a
assegurando-se ao representando ampla defesa. permanecer em serviço.
��
CAPÍTULO V – Das Penalidades Art. 132. A demissão será aplicada nos se-

guintes casos:
Art. 127. São penalidades disciplinares: ��
I – advertência; IV – improbidade administrativa;
II – suspensão; V – incontinência pública e conduta escan-
III – demissão; dalosa, na repartição;
IV – cassação de aposentadoria ou dispo- ��
nibilidade;
V – destituição do cargo em comissão; TÍTULO V – Do Processo Administrativo
VI – destituição de função comissionada. Disciplinar
�� CAPÍTULO I – Disposições Gerais
Art. 129. A advertência será aplicada por Art. 143. A autoridade que tiver ciência de
escrito, nos casos de violação de proibição irregularidade no serviço público é obrigada a
constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e promover a sua apuração imediata, mediante
de inobservância de dever funcional previsto sindicância ou processo administrativo disci-
em lei, regulamentação ou norma interna, plinar, assegurada ao acusado ampla defesa.2
que não justifique imposição de penalidade § 1o (Revogado)
mais grave.1 § 2o (Revogado)
Assédio
1
Lei no 9.527/1997. 2
Leis nos 11.204/2005 e 9.527/1997.
20
§ 3o A apuração de que trata o caput, por contraprovas e formular quesitos, quando se
solicitação da autoridade a que se refere, po- tratar de prova pericial.
derá ser promovida por autoridade de órgão § 1 o O presidente da comissão poderá
ou entidade diverso daquele em que tenha denegar pedidos considerados impertinentes,
ocorrido a irregularidade, mediante compe- meramente protelatórios, ou de nenhum inte-
tência específica para tal finalidade, delegada resse para o esclarecimento dos fatos.
em caráter permanente ou temporário pelo § 2o Será indeferido o pedido de prova
Presidente da República, pelos presidentes pericial, quando a comprovação do fato inde-
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais pender de conhecimento especial de perito.
Federais e pelo Procurador-Geral da Repúbli-
ca, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou Art. 157. As testemunhas serão intimadas
entidade, preservadas as competências para o a depor mediante mandado expedido pelo
julgamento que se seguir à apuração. presidente da comissão, devendo a segunda
�� via, com o ciente do interessado, ser anexada
aos autos.
CAPÍTULO III – Do Processo Disciplinar Parágrafo único. Se a testemunha for
servidor público, a expedição do mandado
Art. 148. O processo disciplinar é o instru- será imediatamente comunicada ao chefe da
mento destinado a apurar responsabilidade de repartição onde serve, com a indicação do dia
servidor por infração praticada no exercício e hora marcados para inquirição.
de suas atribuições, ou que tenha relação com
as atribuições do cargo em que se encontre Art. 158. O depoimento será prestado oral-
investido. mente e reduzido a termo, não sendo lícito à
�� testemunha trazê-lo por escrito.
§ 1o As testemunhas serão inquiridas se-
SEÇÃO I – Do Inquérito paradamente.
�� § 2o Na hipótese de depoimentos contra-
ditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão acareação entre os depoentes.
o processo disciplinar, como peça informativa
da instrução. Art. 159. Concluída a inquirição das teste-
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório munhas, a comissão promoverá o interrogató-
da sindicância concluir que a infração está rio do acusado, observados os procedimentos
capitulada como ilícito penal, a autoridade previstos nos arts. 157 e 158.
competente encaminhará cópia dos autos ao § 1o No caso de mais de um acusado, cada
Ministério Público, independentemente da um deles será ouvido separadamente, e sempre
imediata instauração do processo disciplinar. que divergirem em suas declarações sobre fatos
ou circunstâncias, será promovida a acareação
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão entre eles.
promoverá a tomada de depoimentos, acarea- § 2o O procurador do acusado poderá as-
ções, investigações e diligências cabíveis, obje- sistir ao interrogatório, bem como à inquirição
tivando a coleta de prova, recorrendo, quando das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir
necessário, a técnicos e peritos, de modo a nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe,
permitir a completa elucidação dos fatos. porém, reinquiri-las, por intermédio do pre-
Normas correlatas
sidente da comissão.
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito
de acompanhar o processo pessoalmente Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sani-
ou por intermédio de procurador, arrolar e dade mental do acusado, a comissão proporá à
reinquirir testemunhas, produzir provas e autoridade competente que ele seja submetido a
21
exame por junta médica oficial, da qual partici- § 2o Para defender o indiciado revel, a au-
pe pelo menos um médico psiquiatra. toridade instauradora do processo designará
Parágrafo único. O incidente de sanidade um servidor como defensor dativo, que deverá
mental será processado em auto apartado e ser ocupante de cargo efetivo superior ou de
apenso ao processo principal, após a expedição mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual
do laudo pericial. ou superior ao do indiciado.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão

será formulada a indiciação do servidor, com elaborará relatório minucioso, onde resumirá
a especificação dos fatos a ele imputados e das as peças principais dos autos e mencionará as
respectivas provas. provas em que se baseou para formar a sua
§ 1o O indiciado será citado por mandado convicção.
expedido pelo presidente da comissão para § 1o O relatório será sempre conclusivo
apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) quanto à inocência ou à responsabilidade do
dias, assegurando-se-lhe vista do processo na servidor.
repartição. § 2o Reconhecida a responsabilidade do
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o servidor, a comissão indicará o dispositivo legal
prazo será comum e de 20 (vinte) dias. ou regulamentar transgredido, bem como as
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorro- circunstâncias agravantes ou atenuantes.
gado pelo dobro, para diligências reputadas
indispensáveis. Art. 166. O processo disciplinar, com o
§ 4o No caso de recusa do indiciado em relatório da comissão, será remetido à autori-
apor o ciente na cópia da citação, o prazo dade que determinou a sua instauração, para
para defesa contar-se-á da data declarada, julgamento.
em termo próprio, pelo membro da comissão
que fez a citação, com a assinatura de (2) duas
testemunhas. SEÇÃO II – Do Julgamento
Art. 162. O indiciado que mudar de residên- Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, conta-
cia fica obrigado a comunicar à comissão o dos do recebimento do processo, a autoridade
lugar onde poderá ser encontrado. julgadora proferirá a sua decisão.4
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar alçada da autoridade instauradora do processo,
incerto e não sabido, será citado por edital, pu- este será encaminhado à autoridade competen-
blicado no Diário Oficial da União e em jornal te, que decidirá em igual prazo.
de grande circulação na localidade do último § 2o Havendo mais de um indiciado e di-
domicílio conhecido, para apresentar defesa. versidade de sanções, o julgamento caberá à
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, autoridade competente para a imposição da
o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a pena mais grave.
partir da última publicação do edital. § 3o Se a penalidade prevista for a demissão
ou cassação de aposentadoria ou disponibili-
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado dade, o julgamento caberá às autoridades de
que, regularmente citado, não apresentar de- que trata o inciso I do art. 141.
fesa no prazo legal.3 § 4o Reconhecida pela comissão a inocência
§ 1o A revelia será declarada, por termo, do servidor, a autoridade instauradora do pro-
nos autos do processo e devolverá o prazo cesso determinará o seu arquivamento, salvo
para a defesa. se flagrantemente contrária à prova dos autos.
Assédio
3
Lei no 9.527/1997. Lei no 9.527/1997.
4
22
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da II – aos membros da comissão e ao secre-
comissão, salvo quando contrário às provas tário, quando obrigados a se deslocarem da
dos autos. sede dos trabalhos para a realização de missão
Parágrafo único. Quando o relatório da essencial ao esclarecimento dos fatos.
comissão contrariar as provas dos autos, a
autoridade julgadora poderá, motivadamente,
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou SEÇÃO III – Da Revisão do Processo
isentar o servidor de responsabilidade.
Art. 174. O processo disciplinar poderá
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insa- ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou
nável, a autoridade que determinou a instaura- de ofício, quando se aduzirem fatos novos
ção do processo ou outra de hierarquia superior ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
declarará a sua nulidade, total ou parcial, e inocência do punido ou a inadequação da
ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra penalidade aplicada.
comissão para instauração de novo processo.5 § 1 o Em caso de falecimento, ausência
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não ou desaparecimento do servidor, qualquer
implica nulidade do processo. pessoa da família poderá requerer a revisão
§ 2o A autoridade julgadora que der causa do processo.
à prescrição de que trata o art. 142, § 2o, será § 2o No caso de incapacidade mental do
responsabilizada na forma do Capítulo IV do servidor, a revisão será requerida pelo respec-
Título IV. tivo curador.
Art. 170. Extinta a punibilidade pela pres- Art. 175. No processo revisional, o ônus da

crição, a autoridade julgadora determinará o prova cabe ao requerente.
registro do fato nos assentamentos individuais
do servidor. Art. 176. A simples alegação de injustiça da
penalidade não constitui fundamento para a
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada revisão, que requer elementos novos, ainda não
como crime, o processo disciplinar será reme- apreciados no processo originário.
tido ao Ministério Público para instauração da
ação penal, ficando trasladado na repartição. Art. 177. O requerimento de revisão do
processo será dirigido ao Ministro de Estado
Art. 172. O servidor que responder a pro- ou autoridade equivalente, que, se autorizar a
cesso disciplinar só poderá ser exonerado a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do
pedido, ou aposentado voluntariamente, após órgão ou entidade onde se originou o processo
a conclusão do processo e o cumprimento da disciplinar.
penalidade, acaso aplicada. Parágrafo único. Deferida a petição, a auto-
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de ridade competente providenciará a constitui-
que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, ção de comissão, na forma do art. 149.
o ato será convertido em demissão, se for o caso.
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao
Art. 173. Serão assegurados transporte e processo originário.
diárias: Parágrafo único. Na petição inicial, o re-
I – ao servidor convocado para prestar querente pedirá dia e hora para a produção
Normas correlatas
depoimento fora da sede de sua repartição, de provas e inquirição das testemunhas que
na condição de testemunha, denunciado ou arrolar.
indiciado;
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessen-
5
Lei no 9.527/1997. ta) dias para a conclusão dos trabalhos.
23
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comis- TÍTULO IX
são revisora, no que couber, as normas e pro- CAPÍTULO ÚNICO – Das disposições
cedimentos próprios da comissão do processo Transitórias Finais
disciplinar. ��
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de
que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141. sua publicação, com efeitos financeiros a partir
Parágrafo único. O prazo para julgamento do primeiro dia do mês subsequente.
será de 20 (vinte) dias, contados do recebimen- ��
to do processo, no curso do qual a autoridade
julgadora poderá determinar diligências. Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Inde-
pendência e 102o da República.
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
declarada sem efeito a penalidade aplicada, FERNANDO COLLOR – Jarbas Passarinho
restabelecendo-se todos os direitos do servidor,
exceto em relação à destituição do cargo em Promulgada em 11/12/1990, publicada no DOU de
comissão, que será convertida em exoneração. 12/12/1990 e republicada no DOU de 18/3/1998.
Parágrafo único. Da revisão do processo não
poderá resultar agravamento de penalidade.
Assédio
24
Decreto no 7.037/2009
Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3 e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3o As metas, prazos e recursos necessá-

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, rios para a implementação do PNDH-3 serão
alínea “a”, da Constituição, definidos e aprovados em Planos de Ação de
Direitos Humanos bianuais.
DECRETA:
Art. 4o Fica instituído o Comitê de Acompa-
Art. 1 Fica aprovado o Programa Nacional de
o
nhamento e Monitoramento do PNDH-3, com
Direitos Humanos – PNDH-3, em consonância a finalidade de:
com as diretrizes, objetivos estratégicos e ações I – promover a articulação entre os órgãos
programáticas estabelecidos, na forma do Ane- e entidades envolvidos na implementação das
xo deste Decreto. suas ações programáticas;
II – elaborar os Planos de Ação dos Direitos
Art. 2o O PNDH-3 será implementado de Humanos;
acordo com os seguintes eixos orientadores e III – estabelecer indicadores para o acom-
suas respectivas diretrizes: panhamento, monitoramento e avaliação dos
�� Planos de Ação dos Direitos Humanos;
III – Eixo Orientador III: Universalizar direi- IV – acompanhar a implementação das
tos em um contexto de desigualdades: ações e recomendações; e
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Huma- V – elaborar e aprovar seu regimento interno.
nos de forma universal, indivisível e interde- § 1 o O Comitê de Acompanhamento e
pendente, assegurando a cidadania plena; Monitoramento do PNDH-3 será integrado
�� por um representante e respectivo suplente de
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades cada órgão a seguir descrito, indicados pelos
estruturais; e respectivos titulares:
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na I – Secretaria Especial dos Direitos Humanos
diversidade; da Presidência da República, que o coordenará;
IV – Eixo Orientador IV: Segurança Pública, II – Secretaria Especial de Políticas para as
Acesso à Justiça e Combate à Violência: Mulheres da Presidência da República;
�� III – Secretaria Especial de Políticas de
d) Diretriz 14: Combate à violência institu- Promoção da Igualdade Racial da Presidência
cional, com ênfase na erradicação da tortura e da República;
na redução da letalidade policial e carcerária; IV – Secretaria-Geral da Presidência da
�� República;
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de V – Ministério da Cultura;
justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o VI – Ministério da Educação;
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos; VII – Ministério da Justiça;
�� VIII – Ministério da Pesca e Aquicultura;
Normas correlatas
Parágrafo único. A implementação do IX – Ministério da Previdência Social;

PNDH-3, além dos responsáveis nele indicados, X – Ministério da Saúde;
envolve parcerias com outros órgãos federais XI – Ministério das Cidades;
relacionados com os temas tratados nos eixos XII – Ministério das Comunicações;
orientadores e suas diretrizes. XIII – Ministério das Relações Exteriores;
25
XIV – Ministério do Desenvolvimento Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data
Agrário; de sua publicação.
XV – Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome; Art. 7o Fica revogado o Decreto no 4.229, de
XVI – Ministério do Esporte; 13 de maio de 2002.
XVII – Ministério do Meio Ambiente;
XVIII – Ministério do Trabalho e Emprego; Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188o da In-
XIX – Ministério do Turismo; dependência e 121o da República.
XX – Ministério da Ciência e Tecnologia; e
XXI – Ministério de Minas e Energia. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Tarso Genro
§ 2o O Secretário Especial dos Direitos Hu- – Celso Luiz Nunes Amorim – Guido Mantega
manos da Presidência da República designará – Alfredo Nascimento – José Geraldo Fontelles
os representantes do Comitê de Acompanha- – Fernando Haddad – André Peixoto Figueiredo
mento e Monitoramento do PNDH-3. Lima – José Gomes Temporão – Miguel Jorge –
§ 3 o O Comitê de Acompanhamento e Edison Lobão – Paulo Bernardo Silva – Hélio
Monitoramento do PNDH-3 poderá constituir Costa – José Pimentel – Patrus Ananias – João
subcomitês temáticos para a execução de suas Luiz Silva Ferreira – Sérgio Machado Rezende
atividades, que poderão contar com a partici- – Carlos Minc – Orlando Silva de Jesus Junior
pação de representantes de outros órgãos do – Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho – Geddel
Governo Federal. Vieira Lima – Guilherme Cassel – Márcio Fortes
§ 4o O Comitê convidará representantes dos de Almeida – Altemir Gregolin – Dilma Rousseff
demais Poderes, da sociedade civil e dos entes – Luiz Soares Dulci – Alexandre Rocha Santos
federados para participarem de suas reuniões Padilha – Samuel Pinheiro Guimarães Neto –
e atividades. Edson Santos
Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Decretado em 21/12/2009 e publicado no DOU de

Municípios e os órgãos do Poder Legislativo, 22/12/2009.
do Poder Judiciário e do Ministério Público,
serão convidados a aderir ao PNDH-3.
Anexo
�� Estados signatários, identificou-se a necessida-

de de reconhecer as diversidades e diferenças
EIXO ORIENTADOR III – Universalizar para concretização do princípio da igualdade.
direitos em um contexto de desigualdades
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os
A Declaração Universal dos Direitos Humanos Direitos Humanos passaram a ocupar uma
afirma em seu preâmbulo que o “reconhecimen- posição de destaque no ordenamento jurídico.
to da dignidade inerente a todos os membros da O País avançou decisivamente na proteção e
família humana e de seus direitos iguais e inalie- promoção do direito às diferenças. Porém, o
náveis é o fundamento da liberdade, da justiça e peso negativo do passado continua a projetar
Assédio
da paz no mundo”. No entanto, nas vicissitudes no presente uma situação de profunda iniqui-
ocorridas no cumprimento da Declaração pelos dade social.
26
O acesso aos direitos fundamentais continua sob a forma de violência contra sujeitos que são
enfrentando barreiras estruturais, resquícios histórica e estruturalmente vulnerabilizados.
de um processo histórico, até secular, marcado ��
pelo genocídio indígena, pela escravidão e por
períodos ditatoriais, práticas que continuam a Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas
ecoar em comportamentos, leis e na realidade que devem ser efetivadas para reconhecer e pro-
social. teger os indivíduos como iguais na diferença,
ou seja, para valorizar a diversidade presente
O PNDH-3 assimila os grandes avanços con- na população brasileira para estabelecer acesso
quistados ao longo destes últimos anos, tanto igualitário aos direitos fundamentais. Trata-se
nas políticas de erradicação da miséria e da de reforçar os programas de governo e as resolu-
fome, quanto na preocupação com a moradia e ções pactuadas nas diversas conferências nacio-
saúde, e aponta para a continuidade e ampliação nais temáticas, sempre sob o foco dos Direitos
do acesso a tais políticas, fundamentais para Humanos, com a preocupação de assegurar o
garantir o respeito à dignidade humana. respeito às diferenças e o combate às desigual-
dades, para o efetivo acesso aos direitos.
Os objetivos estratégicos direcionados à pro-
moção da cidadania plena preconizam a uni- Por fim, em respeito à primazia constitucional
versalidade, indivisibilidade e interdependência de proteção e promoção da infância, do adoles-
dos Direitos Humanos, condições para sua cente e da juventude, o capítulo aponta suas di-
efetivação integral e igualitária. O acesso aos retrizes para o respeito e a garantia das gerações
direitos de registro civil, alimentação adequada, futuras. Como sujeitos de direitos, as crianças,
terra e moradia, trabalho decente, educação, os adolescentes e os jovens são frequentemente
participação política, cultura, lazer, esporte e subestimadas em sua participação política e
saúde, deve considerar a pessoa humana em em sua capacidade decisória. Preconiza-se o
suas múltiplas dimensões de ator social e sujeito dever de assegurar-lhes, desde cedo, o direito
de cidadania. de opinião e participação.
À luz da história dos movimentos sociais e de Marcadas pelas diferenças e por sua fragili-
programas de governo, o PNDH-3 orienta-se dade temporal, as crianças, os adolescentes
pela transversalidade, para que a implementa- e os jovens estão sujeitos a discriminações e
ção dos direitos civis e políticos transitem pelas violências. As ações programáticas promovem
diversas dimensões dos direitos econômicos, a garantia de espaços e investimentos que
sociais, culturais e ambientais. Caso contrário, assegurem proteção contra qualquer forma de
grupos sociais afetados pela pobreza, pelo racis- violência e discriminação, bem como a promo-
mo estrutural e pela discriminação dificilmente ção da articulação
terão acesso a tais direitos. ��
As ações programáticas formuladas visam en- OBJETIVO ESTRATÉGICO VI – Garantia

frentar o desafio de eliminar as desigualdades, do trabalho decente, adequadamente
levando em conta as dimensões de gênero e raça remunerado, exercido em condições de
nas políticas públicas, desde o planejamento equidade e segurança
até a sua concretização e avaliação. Há, neste
sentido, propostas de criação de indicadores Ações programáticas:
Normas correlatas
que possam mensurar a efetivação progressiva ��

dos direitos.
j) Elaborar diagnósticos com base em ações
Às desigualdades soma-se a persistência da judiciais que envolvam atos de assédio mo-
discriminação, que muitas vezes se manifesta ral, sexual e psicológico, com apuração de
27
denúncias de desrespeito aos direitos das tra- pela pesquisa e pela experiência de reforma das
balhadoras e trabalhadores, visando orientar polícias no mundo era a mesma que expressava
ações de combate à discriminação e abuso nas nostalgia de um passado de ausência de garan-
relações de trabalho. tias individuais, e que identificava na ideia dos
Direitos Humanos não a mais generosa entre
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Empre- as promessas construídas pela modernidade,
go; Secretaria Especial de Políticas de Promoção mas uma verdadeira ameaça.
da Igualdade Racial da Presidência da República;
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Estavam postas as condições históricas, polí-
da Presidência da República; Secretaria Espe- ticas e culturais para que houvesse um fosso
cial dos Direitos Humanos da Presidência da aparentemente intransponível entre os temas
República da segurança pública e os Direitos Humanos.
��
DIRETRIZ 10 – Garantia da igualdade na As propostas elencadas neste eixo orientador

diversidade do PNDH-3 articulam-se com tal processo
�� histórico de transformação e exigem muito
mais do que já foi alcançado. Para tanto, parte-
EIXO ORIENTADOR IV – Segurança -se do pressuposto de que a realidade brasileira
Pública, Acesso à Justiça e Combate à segue sendo gravemente marcada pela violência
Violência e por severos impasses estruturais na área da
segurança pública.
Por muito tempo, alguns segmentos da mili-
tância em Direitos Humanos mantiveram-se Problemas antigos, como a ausência de diag-
distantes do debate sobre as políticas públicas nósticos, de planejamento e de definição formal
de segurança no Brasil. No processo de conso- de metas, a desvalorização profissional dos
lidação da democracia, por diferentes razões, policiais e dos agentes penitenciários, o desper-
movimentos sociais e entidades manifestaram dício de recursos e a consagração de privilégios
dificuldade no tratamento do tema. Na base dentro das instituições, as práticas de abuso
dessa dificuldade, estavam a memória dos de autoridade e de violência policial contra
enfrentamentos com o aparato repressivo ao grupos vulneráveis e a corrupção dos agentes
longo de duas décadas de regime ditatorial, de segurança pública, demandam reformas tão
a postura violenta vigente, muitas vezes, em urgentes quanto profundas.
órgãos de segurança pública, a percepção do
crime e da violência como meros subprodutos As propostas sistematizadas no PNDH-3 agre-
de uma ordem social injusta a ser transformada gam, nesse contexto, as contribuições oferecidas
em seus próprios fundamentos. pelo processo da 11a Conferência Nacional dos
Direitos Humanos e avançam também sobre
Distanciamento análogo ocorreu nas univer- temas que não foram objeto de debate, trazendo
sidades, que, com poucas exceções, não se para o PNDH-3 parte do acúmulo crítico que
debruçaram sobre o modelo de polícia legado tem sido proposto ao País pelos especialistas e
ou sobre os desafios da segurança pública. As pesquisadores da área.
polícias brasileiras, nos termos de sua tradição ��
institucional, pouco aproveitaram da reflexão
teórica e dos aportes oferecidos pela crimi- Com ênfase na erradicação da tortura e na
nologia moderna e demais ciências sociais, já redução da letalidade policial e carcerária,
disponíveis há algumas décadas às polícias e confere atenção especial ao estabelecimento de
Assédio
aos gestores de países desenvolvidos. A cultura procedimentos operacionais padronizados, que

arraigada de rejeitar as evidências acumuladas previnam as ocorrências de abuso de autoridade
28
e de violência institucional, e confiram maior do aprimoramento do arcabouço de sanções
segurança a policiais e agentes penitenciários. administrativas.
Reafirma a necessidade de criação de ouvi-
dorias independentes em âmbito federal e, Responsáveis: Secretaria Especial dos Direi-
inspirado em tendências mais modernas de tos Humanos da Presidência da República;
policiamento, estimula as iniciativas orientadas Ministério da Saúde; Ministério da Justiça;
por resultados, o desenvolvimento do policia- Ministério do Trabalho e Emprego
mento comunitário e voltado para a solução de
problemas, elencando medidas que promovam c) Ampliar equipes de fiscalização sobre viola-
a valorização dos trabalhadores em segurança ções dos Direitos Humanos, em parceria com
pública. a sociedade civil.
��
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria
O PNDH-3 apresenta neste eixo, fundamen- Especial dos Direitos Humanos da Presidência
talmente, propostas para que o Poder Público da República
se aperfeiçoe no desenvolvimento de políticas
públicas de prevenção ao crime e à violência, d) Propor projeto de lei buscando ampliar a
reforçando a noção de acesso universal à Justiça utilização das ações coletivas para proteção
como direito fundamental, e sustentando que dos interesses difusos, coletivos e individu-
a democracia, os processos de participação e ais homogêneos, garantindo a consolidação
transparência, aliados ao uso de ferramentas de instrumentos coletivos de resolução de
científicas e à profissionalização das instituições conflitos.
e trabalhadores da segurança, assinalam os ro-
teiros mais promissores para que o Brasil possa Responsável: Ministério da Justiça
avançar no caminho da paz pública.
�� e) Propor projetos de lei para simplificar o
processamento e julgamento das ações judi-
DIRETRIZ 17 – Promoção de sistema de ciais; coibir os atos protelatórios; restringir
justiça mais acessível, ágil e efetivo, para as hipóteses de recurso ex officio e reduzir
o conhecimento, a garantia e a defesa dos recursos e desjudicializar conflitos.
direitos
�� Responsável: Ministério da Justiça
OBJETIVO ESTRATÉGICO II – Garantia f) Aperfeiçoar a legislação trabalhista, vi-

do aperfeiçoamento e monitoramento das sando ampliar novas tutelas de proteção das
normas jurídicas para proteção dos Direitos relações do trabalho e as medidas de combate
Humanos à discriminação e ao abuso moral no trabalho.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério do Trabalho e

�� Emprego; Ministério da Justiça; Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres da
b) Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de Presidência da República.
violações aos Direitos Humanos, por meio ��
Normas correlatas
29
Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da anos, não coincidentes, permitida uma única

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, recondução.
alínea “a”, da Constituição, ��
DECRETA: Art. 4o À CEP compete:

��
Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão II – administrar a aplicação do Código
da Ética do Poder Executivo Federal com a de Conduta da Alta Administração Federal,
finalidade de promover atividades que dispõem devendo:
sobre a conduta ética no âmbito do Executivo ��
Federal, competindo-lhe:1 b) dirimir dúvidas a respeito de interpre-
I – integrar os órgãos, programas e ações tação de suas normas, deliberando sobre casos
relacionadas com a ética pública; omissos;
II – contribuir para a implementação de po- c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício,
líticas públicas tendo a transparência e o acesso condutas em desacordo com as normas nele
à informação como instrumentos fundamentais previstas, quando praticadas pelas autoridades
para o exercício de gestão da ética pública; a ele submetidas;
III – promover, com apoio dos segmentos III – dirimir dúvidas de interpretação sobre
pertinentes, a compatibilização e interação de as normas do Código de Ética Profissional do
normas, procedimentos técnicos e de gestão Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
relativos à ética pública; deral de que trata o Decreto no 1.171, de 1994;
IV – articular ações com vistas a estabelecer ��
e efetivar procedimentos de incentivo e incre-
mento ao desempenho institucional na gestão Art. 5o Cada Comissão de Ética de que trata
da ética pública do Estado brasileiro. o Decreto no 1.171, de 1994, será integrada
por três membros titulares e três suplentes,
Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética escolhidos entre servidores e empregados do
do Poder Executivo Federal: seu quadro permanente, e designados pelo diri-
I – a Comissão de Ética Pública – CEP, gente máximo da respectiva entidade ou órgão,
instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999; para mandatos não coincidentes de três anos.
II – as Comissões de Ética de que trata o
Decreto no 1.171, de 1994; Art. 6o É dever do titular de entidade ou ór-
�� gão da Administração Pública Federal, direta
e indireta:
Art. 3o A CEP será integrada por sete brasilei- I – assegurar as condições de trabalho para
ros que preencham os requisitos de idoneidade que as Comissões de Ética cumpram suas
moral, reputação ilibada e notória experiência funções, inclusive para que do exercício das
em administração pública, designados pelo atribuições de seus integrantes não lhes resulte
Presidente da República, para mandatos de três qualquer prejuízo ou dano;
II – conduzir em seu âmbito a avaliação da
Assédio
Ver Resolução no 10, de 29 de setembro de 2009, da

1 gestão da ética conforme processo coordenado
Comissão de Ética Pública da Presidência da República. pela Comissão de Ética Pública.
30
Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que Art. 12. O processo de apuração de prática de
tratam os incisos II e III do art. 2o: ato em desrespeito ao preceituado no Código
I – atuar como instância consultiva de diri- de Conduta da Alta Administração Federal e
gentes e servidores no âmbito de seu respectivo no Código de Ética Profissional do Servidor
órgão ou entidade; Público Civil do Poder Executivo Federal será
II – aplicar o Código de Ética Profissional instaurado, de ofício ou em razão de denúncia
do Servidor Público Civil do Poder Executivo fundamentada, respeitando-se, sempre, as ga-
Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, rantias do contraditório e da ampla defesa, pela
devendo: Comissão de Ética Pública ou Comissões de
�� Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o,
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conforme o caso, que notificará o investigado
conduta em desacordo com as normas éticas para manifestar-se, por escrito, no prazo de
pertinentes; e dez dias.
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no ��
âmbito do órgão ou entidade a que estiver vin- § 2o As Comissões de Ética poderão requisi-
culada, o desenvolvimento de ações objetivan- tar os documentos que entenderem necessários
do a disseminação, capacitação e treinamento à instrução probatória e, também, promover
sobre as normas de ética e disciplina; diligências e solicitar parecer de especialista.
�� § 3o Na hipótese de serem juntados aos
autos da investigação, após a manifestação re-
Art. 8o Compete às instâncias superiores dos ferida no caput deste artigo, novos elementos de
órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, prova, o investigado será notificado para nova
abrangendo a administração direta e indireta: manifestação, no prazo de dez dias.
I – observar e fazer observar as normas de § 4o Concluída a instrução processual, as
ética e disciplina; Comissões de Ética proferirão decisão conclu-
II – constituir Comissão de Ética; siva e fundamentada.
�� § 5o Se a conclusão for pela existência de
falta ética, além das providências previstas no
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Código de Conduta da Alta Administração
Comissões de Ética devem ser desenvolvidos Federal e no Código de Ética Profissional do
com celeridade e observância dos seguintes Servidor Público Civil do Poder Executivo
princípios: Federal, as Comissões de Ética tomarão as
I – proteção à honra e à imagem da pessoa seguintes providências, no que couber:
investigada; I – encaminhamento de sugestão de exone-
II – proteção à identidade do denunciante, ração de cargo ou função de confiança à auto-
que deverá ser mantida sob reserva, se este ridade hierarquicamente superior ou devolução
assim o desejar; e ao órgão de origem, conforme o caso;
III – independência e imparcialidade dos II – encaminhamento, conforme o caso,
seus membros na apuração dos fatos, com as para a Controladoria-Geral da União ou uni-
garantias asseguradas neste Decreto. dade específica do Sistema de Correição do
Poder Executivo Federal de que trata o Decreto
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, no 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de
pessoa jurídica de direito privado, associa- eventuais transgressões disciplinares; e
ção ou entidade de classe poderá provocar III – recomendação de abertura de pro-
Normas correlatas
a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, cedimento administrativo, se a gravidade da

visando à apuração de infração ética imputada conduta assim o exigir.
a agente público, órgão ou setor específico de
ente estatal. Art. 13. Será mantido com a chancela de
�� “reservado”, até que esteja concluído, qualquer
31
procedimento instaurado para apuração de órgãos e entidades que integram o Executivo
prática em desrespeito às normas éticas. Federal, bem como pelos cidadãos e servidores
§ 1o Concluída a investigação e após a de- que venham a ser indicados para ocupar cargo
liberação da CEP ou da Comissão de Ética do ou função abrangida pelo Código de Conduta
órgão ou entidade, os autos do procedimento da Alta Administração Federal.
deixarão de ser reservados.
�� Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que
constatarem a possível ocorrência de ilícitos
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão penais, civis, de improbidade administrativa
escusar-se de proferir decisão sobre matéria de ou de infração disciplinar, encaminharão
sua competência alegando omissão do Código cópia dos autos às autoridades competentes
de Conduta da Alta Administração Federal, para apuração de tais fatos, sem prejuízo das
do Código de Ética Profissional do Servidor medidas de sua competência.
Público Civil do Poder Executivo Federal ou ��
do Código de Ética do órgão ou entidade,
que, se existente, será suprida pela analogia Brasília, 1o de fevereiro de 2007; 186o da Inde-
e invocação aos princípios da legalidade, pendência e 119o da República.
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Dilma
�� Rousseff
§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas
sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas Decretado em 1o/2/2007 e publicado no DOU de
pelas demais Comissões de Ética e pelos 2/2/2007.
Assédio
32
Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso DECRETA:

da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição Federal, e de acordo com Art. 1o O Regulamento da Previdência Social
a Emenda Constitucional no 20, de 1998, as passa a vigorar na forma do texto apenso ao
Leis Complementares nos 70, de 30 de dezem- presente Decreto, com seus anexos.
bro de 1991, e 84, de 18 de janeiro de 1996, e
as Leis nos 8.138, de 28 de dezembro de 1990, Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data
8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de de sua publicação.
julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991,
8.383, de 30 de dezembro de 1991, 8.398, de Art. 3 o Ficam revogados os Decretos
7 de janeiro de 1992, 8.436, de 25 de junho nos 33.335, de 20 de julho de 1953, 36.911,
de 1992, 8.444, de 20 de julho de 1992, 8.540, de 15 de fevereiro de 1955, 65.106, de 5 de
de 22 de dezembro de 1992, 8.542, de 23 de setembro de 1969, 69.382, de 19 de outubro
dezembro de 1992, 8.619, de 5 de janeiro de de 1971, 72.771, de 6 de setembro de 1973,
1993, 8.620, de 5 de janeiro de 1993, 8.630 73.617, de 12 de fevereiro de 1974,73.833, de 13
de 25 de fevereiro de 1993, 8.647, de 13 de de março de 1974, 74.661, de 7 de outubro de
abril de 1993, 8.742, de 7 de dezembro de 1974, 75.478, de 14 de março de 1975, 75.706,
1993, 8.745, de 9 de dezembro de 1993, de 8 de maio de 1975, 75.884, de 19 de junho
8.861, de 25 de março de 1994, 8.864, de 28 de 1975, 76.326, de 23 de setembro de 1975,
de março de 1994, 8.870, de 15 de abril de 77.210, de 20 de fevereiro de 1976, 79.037,
1994, 8.880, de 27 de maio de 1994, 8.935, de 24 de dezembro de 1976, 79.575, de 26 de
de 18 de novembro de 1994, 8.981, de 20 de abril de 1977, 79.789, de 7 de junho de 1977,
janeiro de 1995, 9.032, de 28 de abril de 1995, 83.080, de 24 de janeiro de 1979, 83.081, de 24
9.063, de 14 de junho de 1995, 9.065, de 20 de de janeiro de 1979, 85.745, de 23 de fevereiro
junho de 1995, 9.069, de 29 de junho de 1995, de 1981, 85.850, de 30 de março 1981, 86.512,
9.129, de 20 de novembro de 1995, 9.249, de 29 de outubro de 1981, 87.374, de 8 de julho
de 26 de dezembro de 1995, 9.250, de 26 de de 1982, 87.430, de 28 de julho de 1982, 88.353,
dezembro de 1995, 9.317, de 5 de dezembro de 6 de junho de 1983, 88.367, de 7 de junho de
de 1996, 9.429, de 26 de dezembro de 1996, 1983, 88.443, de 29 de junho de 1983, 89.167,
9.476, de 23 de julho de 1997, 9.506, de 30 de de 9 de dezembro de 1983, 89.312, de 23 de
outubro de 1997, 9.528, de 10 de dezembro janeiro de 1984, 90.038, de 9 de agosto de 1984,
de 1997, 9.601, de 21 de janeiro de 1998, 90.195, de 12 de setembro de 1984, 90.817, de
9.615, de 24 de março de 1998, 9.639, de 25 17 de janeiro de 1985, 91.406, de 5 de julho de
de maio de 1998, 9.649, de 27 de maio de 1985, 92.588, de 25 de abril de 1986, 92.700, de
1998, 9.676, de 30 de junho de 1998, 9.703, 21 de maio de 1986, 92.702, de 21 de maio de
de 17 de novembro de 1998, 9.711, de 21 de 1986, 92.769, de 10 de junho de 1986, 92.770,
novembro de 1998, 9.717, de 27 de novembro de 10 de junho de 1986, 92.976, de 22 de ju-
Normas correlatas
de 1998, 9.718, de 27 de novembro de 1998, lho de 1986, 94.512, de 24 de junho de 1987,

9.719, de 27 de novembro de 1998, 9.720, de 96.543, de 22 de agosto de 1988, 96.595, de 25
30 de novembro de 1998, e 9.732, de 11 de de agosto de 1988, 98.376, de 7 de novembro de
dezembro de 1998. 1989, 99.301, de 15 de junho de 1990, 99.351,
33
de 27 de junho 1990, 1.197, de 14 de julho de Brasília, 6 de maio de 1999; 178o da Indepen-
1994, 1.514, de 5 de junho de 1995, 1.826, de 29 dência e 111o da República.
de fevereiro de 1996, 1.843, de 25 de março de
1996, 2.172, de 5 de março de 1997, 2.173, de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
5 de março de 1997, 2.342, de 9 de outubro de Waldeck Ornélas
1997, 2.664, de 10 de julho de 1998, 2.782, de 14
de setembro de 1998, 2.803, de 20 de outubro Decretado em 6/5/1999, publicado no DOU de
de 1998, 2.924, de 5 de janeiro de 1999, e 3.039, 7/5/1999, republicado no DOU de 12/5/1999, retificado
de 28 de abril de 1999. no DOU de 18/6/1999 e no DOU de 21/6/1999.
Regulamento da Previdência Social
LIVRO I – Da Finalidade e dos Princípios Básicos

��
TÍTULO II – Da Saúde
Art. 2o A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
��
Regulamento da Previdência Social – Anexo II
��
Lista B1
Nota: 1. As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional
listados são exemplificativos e complementares.
��
Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho

(Grupo V da CID-10)
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE

DOENÇAS
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
��
VI – Transtornos mentais e comportamentais 1. Problemas relacionados com o emprego e com o
devidos ao uso do álcool: Alcoolismo Crôni- desemprego: Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
co (Relacionado com o Trabalho)(F10.2) 2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
Assédio
1
Decreto no 6.957/2009.
34
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
DOENÇAS
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
��
VIII – Reações ao “Stress” Grave e Transtor- 1. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas
nos de Adaptação (F43.-): Estado de “Stress” com o trabalho: reação após acidente do trabalho grave
Pós-Traumático (F43.1) ou catastrófico, ou após assalto no trabalho (Z56.6)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
��
X – Outros transtornos neuróticos especifica- Problemas relacionados com o emprego e com o
dos (Inclui “Neurose Profissional”)(F48.8) desemprego (Z56.-): Desemprego (Z56.0); Mudança
de emprego (Z56.1); Ameaça de perda de emprego
(Z56.2); Ritmo de trabalho penoso (Z56.3); Desacordo
com patrão e colegas de trabalho (Condições difíceis de
trabalho)(Z56.5); Outras dificuldades físicas e mentais
relacionadas com o trabalho (Z56.6)
XI – Transtorno do Ciclo Vigília-Sono Devi- 1. Problemas relacionados com o emprego e com o
do a Fatores Não-Orgânicos (F51.2) desemprego: Má adaptação à organização do horário de
trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno)
(Z56.6)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
XII – Sensação de Estar Acabado (“Síndrome 1. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
de Burn-Out”, “Síndrome do Esgotamento 2. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas
Profissional”)(Z73.0) com o trabalho (Z56.)
Normas correlatas
35
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das Comissão de Ética, integrada por três servido-
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e res ou empregados titulares de cargo efetivo ou
VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 emprego permanente.
da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 Parágrafo único. A constituição da Co-
da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, missão de Ética será comunicada à Secretaria
e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei no 8.429, de 2 de da Administração Federal da Presidência da
junho de 1992, República, com a indicação dos respectivos
membros titulares e suplentes.
DECRETA:
Art. 3o Este decreto entra em vigor na data de
Art. 1 Fica aprovado o Código de Ética Pro-
o
sua publicação.
fissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal, que com este baixa. Brasília, 22 de junho de 1994, 173o da Indepen-
dência e 106o da República.
Art. 2o Os órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Federal direta e indireta imple- ITAMAR FRANCO – Romildo Canhim
mentarão, em sessenta dias, as providências
necessárias à plena vigência do Código de Ética, Decretado em 22/6/1994 e publicado no DOU de
inclusive mediante a Constituição da respectiva 23/6/1994.
Anexo
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I II – O servidor público não poderá jamais

SEÇÃO I – Das Regras Deontológicas desprezar o elemento ético de sua conduta. As-
sim, não terá que decidir somente entre o legal
I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
e a consciência dos princípios morais são pri- inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
mados maiores que devem nortear o servidor principalmente entre o honesto e o desonesto,
público, seja no exercício do cargo ou função, consoante as regras contidas no art. 37, caput,
ou fora dele, já que refletirá o exercício da e § 4o, da Constituição Federal.
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, III – A moralidade da Administração Pú-
comportamentos e atitudes serão direcionados blica não se limita à distinção entre o bem e
para a preservação da honra e da tradição dos o mal, devendo ser acrescida da ideia de que
Assédio
serviços públicos. o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio
36
entre a legalidade e a finalidade, na conduta deteriorando-o, por descuido ou má vontade,
do servidor público, é que poderá consolidar a não constitui apenas uma ofensa ao equipamen-
moralidade do ato administrativo. to e às instalações ou ao Estado, mas a todos
IV – A remuneração do servidor público é os homens de boa vontade que dedicaram sua
custeada pelos tributos pagos direta ou indire- inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
tamente por todos, até por ele próprio, e por isso esforços para construí-los.
se exige, como contrapartida, que a moralidade X – Deixar o servidor público qualquer
administrativa se integre no Direito, como ele- pessoa à espera de solução que compete ao
mento indissociável de sua aplicação e de sua setor em que exerça suas funções, permitindo
finalidade, erigindo-se, como consequência, em a formação de longas filas, ou qualquer outra
fator de legalidade. espécie de atraso na prestação do serviço, não
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato
público perante a comunidade deve ser entende desumanidade, mas principalmente grave
dido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, dano moral aos usuários dos serviços públicos.
já que, como cidadão, integrante da sociedade, XI – O servidor deve prestar toda a sua aten-
o êxito desse trabalho pode ser considerado ção às ordens legais de seus superiores, velando
como seu maior patrimônio. atentamente por seu cumprimento, e, assim,
VI – A função pública deve ser tida como evitando a conduta negligente. Os repetidos er-
exercício profissional e, portanto, se integra na ros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-
vida particular de cada servidor público. Assim, -se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam
os fatos e atos verificados na conduta do dia a até mesmo imprudência no desempenho da
dia em sua vida privada poderão acrescer ou função pública.
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. XII – Toda ausência injustificada do servidor
VII – Salvo os casos de segurança nacional, de seu local de trabalho é fator de desmorali-
investigações policiais ou interesse superior do zação do serviço público, o que quase sempre
Estado e da Administração Pública, a serem conduz à desordem nas relações humanas.
preservados em processo previamente declara- XIII – O servidor que trabalha em harmonia
do sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de com a estrutura organizacional, respeitando
qualquer ato administrativo constitui requisito seus colegas e cada concidadão, colabora e de
de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão todos pode receber colaboração, pois sua ati-
comprometimento ético contra o bem comum, vidade pública é a grande oportunidade para
imputável a quem a negar. o crescimento e o engrandecimento da Nação.
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O
servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda
que contrária aos interesses da própria pessoa SEÇÃO II – Dos Principais Deveres do
interessada ou da Administração Pública. Servidor Público
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se
sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da XIV – São deveres fundamentais do servidor
opressão ou da mentira, que sempre aniquilam público:
até mesmo a dignidade humana quanto mais a) desempenhar, a tempo, as atribuições
a de uma Nação. do cargo, função ou emprego público de que
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado seja titular;
e o tempo dedicados ao serviço público ca- b) exercer suas atribuições com rapidez,
racterizam o esforço pela disciplina. Tratar perfeição e rendimento, pondo fim ou pro-
Normas correlatas
mal uma pessoa que paga seus tributos direta curando prioritariamente resolver situações
ou indiretamente significa causar-lhe dano procrastinatórias, principalmente diante de
moral. Da mesma forma, causar dano a qual- filas ou de qualquer outra espécie de atraso
quer bem pertencente ao patrimônio público, na prestação dos serviços pelo setor em que
37
exerça suas atribuições, com o fim de evitar p) apresentar-se ao trabalho com vestimen-
dano moral ao usuário; tas adequadas ao exercício da função;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando q) manter-se atualizado com as instruções,
toda a integridade do seu caráter, escolhendo as normas de serviço e a legislação pertinentes
sempre, quando estiver diante de duas opções, ao órgão onde exerce suas funções;
a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; r) cumprir, de acordo com as normas do
d) jamais retardar qualquer prestação de serviço e as instruções superiores, as tarefas
contas, condição essencial da gestão dos bens, de seu cargo ou função, tanto quanto possível,
direitos e serviços da coletividade a seu cargo; com critério, segurança e rapidez, mantendo
e) tratar cuidadosamente os usuários dos tudo sempre em boa ordem;
serviços aperfeiçoando o processo de comuni- s) facilitar a fiscalização de todos atos ou
cação e contato com o público; serviços por quem de direito;
f) ter consciência de que seu trabalho é re- t) exercer com estrita moderação as prer-
gido por princípios éticos que se materializam rogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
na adequada prestação dos serviços públicos; abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibi- legítimos interesses dos usuários do serviço
lidade e atenção, respeitando a capacidade e público e dos jurisdicionados administrativos;
as limitações individuais de todos os usuários u) abster-se, de forma absoluta, de exercer
do serviço público, sem qualquer espécie de sua função, poder ou autoridade com finali-
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacio- dade estranha ao interesse público, mesmo
nalidade, cor, idade, religião, cunho político e que observando as formalidades legais e não
posição social, abstendo-se, dessa forma, de cometendo qualquer violação expressa à lei;
causar-lhes dano moral; v) divulgar e informar a todos os integrantes
h) ter respeito à hierarquia, porém sem da sua classe sobre a existência deste Código de
nenhum temor de representar contra qualquer Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores SEÇÃO III – Das Vedações ao Servidor
hierárquicos, de contratantes, interessados e ou- Público
tros que visem obter quaisquer favores, benes-
ses ou vantagens indevidas em decorrência de XV – É vedado ao servidor público:
ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; a) o uso do cargo ou função, facilidades,
j) zelar, no exercício do direito de greve, amizades, tempo, posição e influências, para
pelas exigências específicas da defesa da vida e obter qualquer favorecimento, para si ou para
da segurança coletiva; outrem;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na b) prejudicar deliberadamente a reputação
certeza de que sua ausência provoca danos ao de outros servidores ou de cidadãos que deles
trabalho ordenado, refletindo negativamente dependam;
em todo o sistema; c) ser, em função de seu espírito de solida-
m) comunicar imediatamente a seus superio- riedade, conivente com erro ou infração a este
res todo e qualquer ato ou fato contrário ao inte- Código de Ética ou ao Código de Ética de sua
resse público, exigindo as providências cabíveis; profissão;
n) manter limpo e em perfeita ordem o d) usar de artifícios para procrastinar ou
local de trabalho, seguindo os métodos mais dificultar o exercício regular de direito por
adequados à sua organização e distribuição; qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou
o) participar dos movimentos e estudos que material;
se relacionem com a melhoria do exercício de e) deixar de utilizar os avanços técnicos e
Assédio
suas funções, tendo por escopo a realização do científicos ao seu alcance ou do seu conheci-
bem comum; mento para atendimento do seu mister;
38
f) permitir que perseguições, simpatias, XVII – (Revogado)1
antipatias, caprichos, paixões ou interesses de XVIII – À Comissão de Ética incumbe
ordem pessoal interfiram no trato com o pú- fornecer, aos organismos encarregados da exe-
blico, com os jurisdicionados administrativos cução do quadro de carreira dos servidores, os
ou com colegas hierarquicamente superiores registros sobre sua conduta ética, para o efeito
ou inferiores; de instruir e fundamentar promoções e para
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou todos os demais procedimentos próprios da
receber qualquer tipo de ajuda financeira, carreira do servidor público.
gratificação, prêmio, comissão, doação ou van- XIX – (Revogado)2
tagem de qualquer espécie, para si, familiares XX – (Revogado)3
ou qualquer pessoa, para o cumprimento da XXI – (Revogado)4
sua missão ou para influenciar outro servidor XXII – A pena aplicável ao servidor público
para o mesmo fim; pela Comissão de Ética é a de censura e sua
h) alterar ou deturpar o teor de documentos fundamentação constará do respectivo parecer,
que deva encaminhar para providências; assinado por todos os seus integrantes, com
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que ciência do faltoso.
necessite do atendimento em serviços públicos; XXIII – (Revogado)5
j) desviar servidor público para atendimen- XXIV – Para fins de apuração do comprome-
to a interesse particular; timento ético, entende-se por servidor público
l) retirar da repartição pública, sem estar todo aquele que, por força de lei, contrato ou
legalmente autorizado, qualquer documento, li- de qualquer ato jurídico, preste serviços de na-
vro ou bem pertencente ao patrimônio público; tureza permanente, temporária ou excepcional,
m) fazer uso de informações privilegiadas ainda que sem retribuição financeira, desde
obtidas no âmbito interno de seu serviço, em que ligado direta ou indiretamente a qualquer
benefício próprio, de parentes, de amigos ou órgão do poder estatal, como as autarquias, as
de terceiros; fundações públicas, as entidades paraestatais, as
n) apresentar-se embriagado no serviço ou empresas públicas e as sociedades de economia
fora dele habitualmente; mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
o) dar o seu concurso a qualquer instituição interesse do Estado.
que atente contra a moral, a honestidade ou a XXV – (Revogado)6
dignidade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou
ligar o seu nome a empreendimentos de cunho
duvidoso.
CAPÍTULO II – Das Comissões de Ética
XVI – Em todos os órgãos e entidades da

Administração Pública Federal direta, indireta
autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão
ou entidade que exerça atribuições delegadas
pelo poder público, deverá ser criada uma
Comissão de Ética, encarregada de orientar 1
Normas correlatas
e aconselhar sobre a ética profissional do ser- 2

vidor, no tratamento com as pessoas e com o 3
patrimônio público, competindo-lhe conhecer 4
concretamente de imputação ou de procedi- 5
mento susceptível de censura. 6
39
Decreto-Lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando Art. 2o O presente decreto-lei entrará em

da atribuição que lhe confere o art. 180 da vigor em 10 de novembro de 1943.
Constituição,
Rio de Janeiro, 1o de maio de 1943, 122o da
DECRETA: Independência e 55o da República.
Art. 1o Fica aprovada a Consolidação das Leis GETÚLIO VARGAS – Alexandre Marcondes
do Trabalho, que a este decreto-lei acompanha, Filho
com as alterações por ela introduzidas na le-
gislação vigente. Decretado em 1o/5/1943, publicado no DOU de
Parágrafo único. Continuam em vigor as 9/8/1943 e retificado no DOU de 21/3/1944 e no
disposições legais transitórias ou de emergên- DOU de 11/9/1946.
cia, bem como as que não tenham aplicação
em todo o território nacional.
Consolidação das Leis do Trabalho
TÍTULO I – Introdução b) for tratado pelo empregador ou por

seus superiores hierárquicos com rigor ex-
Art. 1o – Esta Consolidação estatui as nor- cessivo;
mas que regulam as relações individuais e c) correr perigo manifesto de mal consi-
coletivas de trabalho, nela previstas. derável;
��
TÍTULO IV – Do Contrato Individual do TÍTULO X – Do Processo Judiciário do

Trabalho Trabalho
��
CAPÍTULO V – Da Rescisão CAPÍTULO II – Do Processo Em Geral

��
Art. 483. O empregado poderá considerar SEÇÃO IX – Das Provas

rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando: Art. 818. A prova das alegações incumbe à
a) forem exigidos serviços superiores às parte que as fizer.
Assédio
suas forças, defesos por lei, contrários aos ��

bons costumes, ou alheios ao contrato;
40
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.1
O Presidente da República, usando da atribui- Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da

ção que lhe confere o artigo 180 da Constitui- Independência e 54o da República.
ção, decreta:1
�� GETÚLIO VARGAS – Alexandre Marcondes
Filho – Oswaldo Aranha
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos
fins sociais a que ela se dirige e às exigências do Decretado em 4/9/1942, publicado no DOU de
bem comum. 9/9/1942 e retificado no DOU de 8/10/1942 e no
�� DOU de 17/6/1943.
Normas correlatas
1
Lei no 12.376/2010.
41
Código Penal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da Art. 146. Constranger alguém, mediante

atribuição que lhe confere o art. 180 da Cons- violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
tituição, decreta a seguinte Lei: haver reduzido, por qualquer outro meio, a
�� capacidade de resistência, a não fazer o que
a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
PARTE ESPECIAL Pena – detenção, de três meses a um ano,
TÍTULO I – Dos Crimes contra a Pessoa ou multa.
��
CAPÍTULO III – Da Periclitação da Vida e TÍTULO VI – Dos Crimes contra a

da Saúde Dignidade Sexual2
�� CAPÍTULO I – Dos Crimes contra a
Liberdade Sexual3
Maus-tratos ��
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de Assédio sexual4

pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilân-
cia, para fim de educação, ensino, tratamento Art. 216-A. Constranger alguém com o intui-
ou custódia, quer privando-a de alimentação to de obter vantagem ou favorecimento sexual,
ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando- prevalecendo-se o agente da sua condição de
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer superior hierárquico ou ascendência inerentes
abusando de meios de correção ou disciplina:1 ao exercício de emprego, cargo ou função:5
Pena – detenção, de dois meses a um ano, Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
ou multa. Parágrafo único. (Vetado)
§ 1o – Se do fato resulta lesão corporal de § 2o A pena é aumentada em até um terço
natureza grave: se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
Pena – reclusão, de um a quatro anos. ��
§ 2o – Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119o da
§ 3o – Aumenta-se a pena de um terço, se o Independência e 52o da República.
crime é praticado contra pessoa menor de 14
(catorze) anos. GETÚLIO VARGAS – Francisco Campos
��
Decretado em 7/12/1940, publicado no DOU de
CAPÍTULO VI – Dos Crimes contra a 30/12/1940 e retificado no DOU de 3/1/1941.
Liberdade Individual
SEÇÃO I – Dos Crimes contra a Liberdade
Pessoal
Constrangimento ilegal Lei no 12.015/2009.

Assédio
3
Lei no 12.015/2009.
4
Lei no 10.224/2001.
42 1
Lei no 8.069/1990. 5
Leis nos 12.015/2009 e 10.224/2001.
Atos internacionais
ratificados pelo Brasil
Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra a
Mulher
Os Estados-Partes na presente convenção, Relembrando que a discriminação contra a

mulher viola os princípios da igualdade de
Considerando que a Carta das Nações Unidas direitos e do respeito da dignidade humana,
reafirma a fé nos direitos fundamentais do dificulta a participação da mulher, nas mesmas
homem, na dignidade e no valor da pessoa condições que o homem, na vida política, so-
humana e na igualdade de direitos do homem cial, econômica e cultural de seu país, constitui
e da mulher, um obstáculo ao aumento do bem-estar da
sociedade e da família e dificulta o pleno de-
Considerando que a Declaração Universal dos senvolvimento das potencialidades da mulher
Direitos Humanos reafirma o princípio da não para prestar serviço a seu país e à humanidade,
discriminação e proclama que todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade Preocupados com o fato de que, em situações
e direitos e que toda pessoa pode invocar todos de pobreza, a mulher tem um acesso mínimo à
os direitos e liberdades proclamados nessa alimentação, à saúde, à educação, à capacitação
Declaração, sem distinção alguma, inclusive e às oportunidades de emprego, assim como à
de sexo, satisfação de outras necessidades,
Considerando que os Estados-Partes nas Convencidos de que o estabelecimento da Nova

Convenções Internacionais sobre Direitos Ordem Econômica Internacional baseada na
Humanos tem a obrigação de garantir ao ho- equidade e na justiça contribuirá significati-
mem e à mulher a igualdade de gozo de todos vamente para a promoção da igualdade entre
os direitos econômicos, sociais, culturais, civis o homem e a mulher,
e políticos,
Salientando que a eliminação do apartheid,
Observando as convenções internacionais de todas as formas de racismo, discriminação
concluídas sob os auspícios das Nações Uni- racial, colonialismo, neocolonialismo, agressão,
das e dos organismos especializados em favor ocupação estrangeira e dominação e inter-
da igualdade de direitos entre o homem e a ferência nos assuntos internos dos Estados é
mulher, essencial para o pleno exercício dos direitos
do homem e da mulher,
Observando, ainda, as resoluções, declarações
e recomendações aprovadas pelas Nações Afirmando que o fortalecimento da paz e da
Unidas e pelas Agências Especializadas para segurança internacionais, o alívio da tensão in-
favorecer a igualdade de direitos entre o ho- ternacional, a cooperação mútua entre todos os
mem e a mulher, Estados, independentemente de seus sistemas
econômicos e sociais, o desarmamento geral
Preocupados, contudo, com o fato de que, ape- e completo, e em particular o desarmamen-
Assédio
sar destes diversos instrumentos, a mulher con- to nuclear sob um estrito e efetivo controle
tinue sendo objeto de grandes discriminações, internacional, a afirmação dos princípios de
44
justiça, igualdade e proveito mútuo nas relações significará toda a distinção, exclusão ou
entre países e a realização do direito dos povos restrição baseada no sexo e que tenha por
submetidos a dominação colonial e estrangeira objeto ou resultado prejudicar ou anular
e a ocupação estrangeira, à autodeterminação o reconhecimento, gozo ou exercício pela
e independência, bem como o respeito da so- mulher, independentemente de seu estado
berania nacional e da integridade territorial, civil, com base na igualdade do homem e da
promoverão o progresso e o desenvolvimento mulher, dos direitos humanos e liberdades
sociais, e, em consequência, contribuirão para fundamentais nos campos político, econô-
a realização da plena igualdade entre o homem mico, social, cultural e civil ou em qualquer
e a mulher, outro campo.
Convencidos de que a participação máxima da ARTIGO 2

mulher, em igualdade de condições com o ho-
mem, em todos os campos, é indispensável para Os Estados-Partes condenam a discriminação
o desenvolvimento pleno e completo de um contra a mulher em todas as suas formas, con-
país, o bem-estar do mundo e a causa da paz, cordam em seguir, por todos os meios apro-
priados e sem dilações, uma política destinada
Tendo presente a grande contribuição da mulher a eliminar a discriminação contra a mulher, e
ao bem-estar da família e ao desenvolvimento com tal objetivo se comprometem a:
da sociedade, até agora não plenamente reco-
nhecida, a importância social da maternidade e a) Consagrar, se ainda não o tiverem feito,
a função dos pais na família e na educação dos em suas constituições nacionais ou em outra
filhos, e conscientes de que o papel da mulher legislação apropriada o princípio da igualdade
na procriação não deve ser causa de discrimi- do homem e da mulher e assegurar por lei
nação mas sim que a educação dos filhos exige outros meios apropriados a realização prática
a responsabilidade compartilhada entre homens desse princípio;
e mulheres e a sociedade como um conjunto,
b) Adotar medidas adequadas, legislativas e
Reconhecendo que para alcançar a plena igual- de outro caráter, com as sanções cabíveis e que
dade entre o homem e a mulher é necessário proíbam toda discriminação contra a mulher;
modificar o papel tradicional tanto do homem
como da mulher na sociedade e na família, c) Estabelecer a proteção jurídica dos direitos
da mulher numa base de igualdade com os
Resolvidos a aplicar os princípios enunciados do homem e garantir, por meio dos tribunais
na Declaração sobre a Eliminação da Discri- nacionais competentes e de outras instituições
minação contra a Mulher e, para isto, a adotar públicas, a proteção efetiva da mulher contra
as medidas necessárias a fim de suprimir essa todo ato de discriminação;
discriminação em todas as suas formas e ma-
nifestações, d) Abster-se de incorrer em todo ato ou prática

de discriminação contra a mulher e zelar para
Concordaram no seguinte: que as autoridades e instituições públicas atuem
em conformidade com esta obrigação;
PARTE I e) Tomar as medidas apropriadas para eliminar

a discriminação contra a mulher praticada por
ARTIGO 1 qualquer pessoa, organização ou empresa;
Para os fins da presente Convenção, a ex- f) Adotar todas as medidas adequadas, inclu-
pressão “discriminação contra a mulher” sive de caráter legislativo, para modificar ou
45
derrogar leis, regulamentos, usos e práticas b) Garantir que a educação familiar inclua uma
que constituam discriminação contra a mulher; compreensão adequada da maternidade como
função social e o reconhecimento da responsa-
g) Derrogar todas as disposições penais na- bilidade comum de homens e mulheres no que
cionais que constituam discriminação contra diz respeito à educação e ao desenvolvimento
a mulher. de seus filhos, entendendo-se que o interesse
dos filhos constituirá a consideração primordial
ARTIGO 3 em todos os casos.
Os Estados-Partes tomarão, em todas as esferas ARTIGO 6

e, em particular, nas esferas política, social,
econômica e cultural, todas as medidas apro- Os Estados-Partes tomarão todas as medidas
priadas, inclusive de caráter legislativo, para apropriadas, inclusive de caráter legislativo,
assegurar o pleno desenvolvimento e progresso para suprimir todas as formas de tráfico de mu-
da mulher, com o objetivo de garantir-lhe o lheres e exploração da prostituição da mulher.
exercício e gozo dos direitos humanos e liber-
dades fundamentais em igualdade de condições
com o homem. PARTE II
ARTIGO 4 ARTIGO 7
1. A adoção pelos Estados-Partes de medidas Os Estados-Partes tomarão todas as medidas

especiais de caráter temporário destinadas a apropriadas para eliminar a discriminação
acelerar a igualdade de fato entre o homem contra a mulher na vida política e pública do
e a mulher não se considerará discriminação país e, em particular, garantirão, em igualdade
na forma definida nesta Convenção, mas de de condições com os homens, o direito a:
nenhuma maneira implicará, como consequ-
ência, a manutenção de normas desiguais ou a) Votar em todas as eleições e referenda pú-
separadas; essas medidas cessarão quando os blicos e ser elegível para todos os órgãos cujos
objetivos de igualdade de oportunidade e tra- membros sejam objeto de eleições públicas;
tamento houverem sido alcançados.
b) Participar na formulação de políticas gover-
2. A adoção pelos Estados-Partes de medidas namentais e na execução destas, e ocupar cargos
especiais, inclusive as contidas na presente Con- públicos e exercer todas as funções públicas em
venção, destinadas a proteger a maternidade, todos os planos governamentais;
não se considerará discriminatória.
c) Participar em organizações e associações
ARTIGO 5 não governamentais que se ocupem da vida
pública e política do país.
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas
apropriadas para: ARTIGO 8
a) Modificar os padrões socioculturais de Os Estados-Partes tomarão todas as medi-

conduta de homens e mulheres, com vistas a das apropriadas para garantir, à mulher, em
alcançar a eliminação dos preconceitos e práti- igualdade de condições com o homem e sem
cas consuetudinárias e de qualquer outra índole discriminação alguma, a oportunidade de re-
que estejam baseados na ideia da inferioridade presentar seu governo no plano internacional
Assédio
ou superioridade de qualquer dos sexos ou em e de participar no trabalho das organizações

funções estereotipadas de homens e mulheres; internacionais.
46
ARTIGO 9 este objetivo e, em particular, mediante a mo-
dificação dos livros e programas escolares e
1. Os Estados-Partes outorgarão às mulheres adaptação dos métodos de ensino;
direitos iguais aos dos homens para adquirir,
mudar ou conservar sua nacionalidade. Ga- d) As mesmas oportunidades para obtenção
rantirão, em particular, que nem o casamento de bolsas de estudo e outras subvenções para
com um estrangeiro, nem a mudança de na- estudos;
cionalidade do marido durante o casamento,
modifiquem automaticamente a nacionali- e) As mesmas oportunidades de acesso aos
dade da esposa, convertam-na em apátrida programas de educação supletiva, incluídos
ou a obriguem a adotar a nacionalidade do os programas de alfabetização funcional e de
cônjuge. adultos, com vistas a reduzir, com a maior bre-
vidade possível, a diferença de conhecimentos
2. Os Estados-Partes outorgarão à mulher os existentes entre o homem e a mulher;
mesmos direitos que ao homem no que diz
respeito à nacionalidade dos filhos. f) A redução da taxa de abandono feminino
dos estudos e a organização de programas para
aquelas jovens e mulheres que tenham deixado
PARTE III os estudos prematuramente;
ARTIGO 10 g) As mesmas oportunidades para participar

ativamente nos esportes e na educação física;
Os Estados-Partes adotarão todas as medidas
apropriadas para eliminar a discriminação con- h) Acesso a material informativo específico
tra a mulher, a fim de assegurar-lhe a igualdade que contribua para assegurar a saúde e o bem-
de direitos com o homem na esfera da educação -estar da família, incluída a informação e o
e em particular para assegurarem condições de assessoramento sobre planejamento da família.
igualdade entre homens e mulheres:
ARTIGO 11
a) As mesmas condições de orientação em
matéria de carreiras e capacitação profissional, 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medi-
acesso aos estudos e obtenção de diplomas nas das apropriadas para eliminar a discriminação
instituições de ensino de todas as categorias, contra a mulher na esfera do emprego a fim
tanto em zonas rurais como urbanas; essa igual- de assegurar, em condições de igualdade entre
dade deverá ser assegurada na educação pré- homens e mulheres, os mesmos direitos, em
-escolar, geral, técnica e profissional, incluída particular:
a educação técnica superior, assim como todos
os tipos de capacitação profissional; a) O direito ao trabalho como direito inalie-
nável de todo ser humano;

b) Acesso aos mesmos currículos e mesmos
exames, pessoal docente do mesmo nível b) O direito às mesmas oportunidades de
profissional, instalações e material escolar da emprego, inclusive a aplicação dos mesmos
mesma qualidade; critérios de seleção em questões de emprego;
c) A eliminação de todo conceito estereotipado c) O direito de escolher livremente profissão e
dos papéis masculino e feminino em todos os emprego, o direito à promoção e à estabilidade
níveis e em todas as formas de ensino mediante no emprego e a todos os benefícios e outras
o estímulo à educação mista e a outros tipos condições de serviço, e o direito ao acesso à for-
de educação que contribuam para alcançar mação e à atualização profissionais, incluindo
47
aprendizagem, formação profissional superior examinada periodicamente à luz dos conhe-
e treinamento periódico; cimentos científicos e tecnológicos e será
revista, derrogada ou ampliada conforme as
d) O direito a igual remuneração, inclusive necessidades.
benefícios, e igualdade de tratamento relativa
a um trabalho de igual valor, assim como igual- ARTIGO 12
dade de tratamento com respeito à avaliação da
qualidade do trabalho; 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medi-
das apropriadas para eliminar a discriminação
e) O direito à seguridade social, em particular contra a mulher na esfera dos cuidados médicos
em casos de aposentadoria, desemprego, doen- a fim de assegurar, em condições de igualdade
ça, invalidez, velhice ou outra incapacidade para entre homens e mulheres, o acesso a serviços
trabalhar, bem como o direito de férias pagas; médicos, inclusive os referentes ao planeja-
mento familiar.
f) O direito à proteção da saúde e à segurança
nas condições de trabalho, inclusive a salva- 2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1o, os
guarda da função de reprodução. Estados-Partes garantirão à mulher assistência
apropriadas em relação à gravidez, ao parto e
2. A fim de impedir a discriminação contra a ao período posterior ao parto, proporcionando
mulher por razões de casamento ou materni- assistência gratuita quando assim for necessá-
dade e assegurar a efetividade de seu direito a rio, e lhe assegurarão uma nutrição adequada
trabalhar, os Estados-Partes tomarão as medi- durante a gravidez e a lactância.
das adequadas para:
ARTIGO 13
a) Proibir, sob sanções, a demissão por moti-
vo de gravidez ou licença de maternidade e a Os Estados-Partes adotarão todas as medidas
discriminação nas demissões motivadas pelo apropriadas para eliminar a discriminação
estado civil; contra a mulher em outras esferas da vida
econômica e social a fim de assegurar, em con-
b) Implantar a licença de maternidade, com dições de igualdade entre homens e mulheres,
salário pago ou benefícios sociais comparáveis, os mesmos direitos, em particular:
sem perda do emprego anterior, antiguidade ou
benefícios sociais; a) O direito a benefícios familiares;
c) Estimular o fornecimento de serviços sociais b) O direito a obter empréstimos bancários,
de apoio necessários para permitir que os pais hipotecas e outras formas de crédito finan-
combinem as obrigações para com a família ceiro;
com as responsabilidades do trabalho e a par-
ticipação na vida pública, especialmente me- c) O direito a participar em atividades de
diante fomento da criação e desenvolvimento recreação, esportes e em todos os aspectos da
de uma rede de serviços destinados ao cuidado vida cultural.
das crianças;
ARTIGO 14
d) Dar proteção especial às mulheres durante
a gravidez nos tipos de trabalho comprovada- 1. Os Estados-Partes levarão em conside-
mente prejudiciais para elas. ração os problemas específicos enfrentados
pela mulher rural e o importante papel que
Assédio
3. A legislação protetora relacionada com desempenha na subsistência econômica de sua

as questões compreendidas neste artigo será família, incluído seu trabalho em setores não
48
monetários da economia, e tomarão todas as PARTE IV
medidas apropriadas para assegurar a aplicação
dos dispositivos desta Convenção à mulher das ARTIGO 15
zonas rurais.
1. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher a
2. Os Estados-Partes adotarão todas as medi- igualdade com o homem perante a lei.
das apropriadas para eliminar a discriminação
contra a mulher nas zonas rurais a fim de 2. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher,
assegurar, em condições de igualdade entre em matérias civis, uma capacidade jurídica
homens e mulheres, que elas participem no idêntica do homem e as mesmas oportu-
desenvolvimento rural e dele se beneficiem, nidades para o exercício dessa capacidade.
e em particular assegurar-lhes-ão o direito a: Em particular, reconhecerão à mulher iguais
direitos para firmar contratos e administrar
a) Participar da elaboração e execução dos bens e dispensar-lhe-ão um tratamento igual
planos de desenvolvimento em todos os níveis; em todas as etapas do processo nas cortes de
justiça e nos tribunais.
b) Ter acesso a serviços médicos adequados,
inclusive informação, aconselhamento e ser- 3. Os Estados-Partes convêm em que todo
viços em matéria de planejamento familiar; contrato ou outro instrumento privado de efeito
jurídico que tenda a restringir a capacidade
c) Beneficiar-se diretamente dos programas de jurídica da mulher será considerado nulo.
seguridade social;
4. Os Estados-Partes concederão ao homem e
d) Obter todos os tipos de educação e de for- à mulher os mesmos direitos no que respeita à
mação, acadêmica e não acadêmica, inclusive legislação relativa ao direito das pessoas à liber-
os relacionados à alfabetização funcional, bem dade de movimento e à liberdade de escolha de
como, entre outros, os benefícios de todos os residência e domicílio.
serviços comunitário e de extensão a fim de
aumentar sua capacidade técnica; ARTIGO 16
e) Organizar grupos de autoajuda e coope- 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medi-
rativas a fim de obter igualdade de acesso às das adequadas para eliminar a discriminação
oportunidades econômicas mediante emprego contra a mulher em todos os assuntos relativos
ou trabalho por conta própria; ao casamento e às relações familiares e, em par-
ticular, com base na igualdade entre homens e
f) Participar de todas as atividades comuni- mulheres, assegurarão:
tárias;
a) O mesmo direito de contrair matrimônio;
g) Ter acesso aos créditos e empréstimos

agrícolas, aos serviços de comercialização e às b) O mesmo direito de escolher livremente o
tecnologias apropriadas, e receber um trata- cônjuge e de contrair matrimônio somente com
mento igual nos projetos de reforma agrária e livre e pleno consentimento;
de reestabelecimentos;
c) Os mesmos direitos e responsabilidades
h) Gozar de condições de vida adequadas, durante o casamento e por ocasião de sua
particularmente nas esferas da habitação, dissolução;
dos serviços sanitários, da eletricidade e do
abastecimento de água, do transporte e das d) Os mesmos direitos e responsabilidades
comunicações. como pais, qualquer que seja seu estado civil,
49
em matérias pertinentes aos filhos. Em todos exercerão suas funções a Título pessoal; será
os casos, os interesses dos filhos serão a consi- levada em conta uma repartição geográfica
deração primordial; equitativa e a representação das formas diver-
sas de civilização assim como dos principais
e) Os mesmos direitos de decidir livre e res- sistemas jurídicos.
ponsavelmente sobre o número de seus filhos
e sobre o intervalo entre os nascimentos e a ter 2. Os membros do Comitê serão eleitos em
acesso à informação, à educação e aos meios escrutínio secreto de uma lista de pessoas
que lhes permitam exercer esses direitos; indicadas pelos Estados-Partes. Cada um dos
Estados-Partes poderá indicar uma pessoa
f) Os mesmos direitos e responsabilidades com entre seus próprios nacionais.
respeito à tutela, curatela, guarda e adoção dos
filhos, ou institutos análogos, quando esses 3. A eleição inicial realizar-se-á seis meses após
conceitos existirem na legislação nacional. Em a data de entrada em vigor desta Convenção.
todos os casos os interesses dos filhos serão a Pelo menos três meses antes da data de cada
consideração primordial; eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas
dirigirá uma carta aos Estados-Partes convi-
g) Os mesmos direitos pessoais como marido dando-os a apresentar suas candidaturas, no
e mulher, inclusive o direito de escolher sobre- prazo de dois meses. O Secretário-Geral prepa-
nome, profissão e ocupação; rará uma lista, por ordem alfabética de todos os
candidatos assim apresentados, com indicação
h) Os mesmos direitos a ambos os cônjuges dos Estados-Partes que os tenham apresentado
em matéria de propriedade, aquisição, gestão, e comunicá-la-á aos Estados-Partes.
administração, gozo e disposição dos bens,
tanto a título gratuito quanto a título oneroso. 4. Os membros do Comitê serão eleitos du-
rante uma reunião dos Estados-Partes convo-
2. Os esponsais e o casamento de uma criança cada pelo Secretário-Geral na sede das Nações
não terão efeito legal e todas as medidas neces- Unidas. Nessa reunião, em que o quórum será
sárias, inclusive as de caráter legislativo, serão alcançado com dois terços dos Estados-Partes,
adotadas para estabelecer uma idade mínima serão eleitos membros do Comitê os candidatos
para o casamento e para tornar obrigatória a que obtiverem o maior número de votos e a
inscrição de casamentos em registro oficial. maioria absoluta de votos dos representantes
dos Estados-Partes presentes e votantes.
PARTE V 5. Os membros do Comitê serão eleitos para

um mandato de quatro anos. Entretanto, o
ARTIGO 17 mandato de nove dos membros eleitos na
primeira eleição expirará ao fim de dois anos;
1. Com o fim de examinar os progressos al- imediatamente após a primeira eleição os no-
cançados na aplicação desta Convenção, será mes desses nove membros serão escolhidos, por
estabelecido um Comitê sobre a Eliminação da sorteio, pelo Presidente do Comitê.
Discriminação contra a Mulher (doravante de-
nominado o Comitê) composto, no momento 6. A eleição dos cinco membros adicionais do
da entrada em vigor da Convenção, de dezoito Comitê realizar-se-á em conformidade com o
e, após sua ratificação ou adesão pelo trigésimo disposto nos parágrafos 2, 3 e 4 deste Artigo,
quinto Estado-Parte, de vinte e três peritos de após o depósito do trigésimo quinto instru-
grande prestígio moral e competência na área mento de ratificação ou adesão. O mandato
Assédio
abarcada pela Convenção. Os peritos serão elei- de dois dos membros adicionais eleitos nessa
tos pelos Estados-Partes entre seus nacionais e ocasião, cujos nomes serão escolhidos, por
50
sorteio, pelo Presidente do Comitê, expirará ARTIGO 20
ao fim de dois anos.
1. O Comitê se reunirá normalmente todos
7. Para preencher as vagas fortuitas, o Estado- os anos por um período não superior a duas
-Parte cujo perito tenha deixado de exercer semanas para examinar os relatórios que lhe
suas funções de membro do Comitê nomeará sejam submetidos em conformidade com o
outro perito entre seus nacionais, sob reserva Artigo 18 desta Convenção.
da aprovação do Comitê.
2. As reuniões do Comitê realizar-se-ão nor-
8. Os membros do Comitê, mediante aprova- malmente na sede das Nações Unidas ou em
ção da Assembleia Geral, receberão remunera- qualquer outro lugar que o Comitê determine.
ção dos recursos das Nações Unidas, na forma
e condições que a Assembleia Geral decidir, ARTIGO 21
tendo em vista a importância das funções do
Comitê. 1. O Comitê, através do Conselho Econômico
e Social das Nações Unidas, informará anual-
9. O Secretário-Geral das Nações Unidas mente a Assembleia Geral das Nações Unidas
proporcionará o pessoal e os serviços necessá- de suas atividades e poderá apresentar sugestões
rios para o desempenho eficaz das funções do e recomendações de caráter geral baseadas
Comitê em conformidade com esta Convenção. no exame dos relatórios e em informações
recebidas dos Estados-Partes. Essas sugestões
ARTIGO 18 e recomendações de caráter geral serão inclu-
ídas no relatório do Comitê juntamente com
1. Os Estados-Partes comprometem-se a sub- as observações que os Estados-Partes tenham
meter ao Secretário-Geral das Nações Unidas, porventura formulado.
para exame do Comitê, um relatório sobre as
medidas legislativas, judiciárias, administra- 2. O Secretário-Geral transmitirá, para infor-
tivas ou outras que adotarem para tornarem mação, os relatórios do Comitê à Comissão
efetivas as disposições desta Convenção e sobre sobre a Condição da Mulher.
os progressos alcançados a esse respeito:
ARTIGO 22
a) No prazo de um ano a partir da entrada
em vigor da Convenção para o Estado inte- As Agências Especializadas terão direito a estar
ressado; e representadas no exame da aplicação das disposi-
ções desta Convenção que correspondam à esfera
b) Posteriormente, pelo menos cada quatro de suas atividades. O Comitê poderá convidar as
anos e toda vez que o Comitê a solicitar. Agências Especializadas a apresentar relatórios
sobre a aplicação da Convenção nas áreas que
2. Os relatórios poderão indicar fatores e correspondam à esfera de suas atividades.

dificuldades que influam no grau de cumpri-
mento das obrigações estabelecidos por esta
Convenção. PARTE VI
ARTIGO 19 ARTIGO 23
1. O Comitê adotará seu próprio regulamento. Nada do disposto nesta Convenção prejudicará
qualquer disposição que seja mais propícia à
2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período obtenção da igualdade entre homens e mulhe-
de dois anos. res e que seja contida:
51
a) Na legislação de um Estado-Parte; ou vigésimo instrumento de ratificação ou adesão,
a Convenção entrará em vigor no trigésimo
b) Em qualquer outra convenção, tratado ou dia após o depósito de seu instrumento de
acordo internacional vigente nesse Estado. ratificação ou adesão.
ARTIGO 24 ARTIGO 28
Os Estados-Partes comprometem-se a adotar 1. O Secretário-Geral das Nações Unidas

todas as medidas necessárias em âmbito nacio- receberá e enviará a todos os Estados o texto
nal para alcançar a plena realização dos direitos das reservas feitas pelos Estados no momento
reconhecidos nesta Convenção. da ratificação ou adesão.
ARTIGO 25 2. Não será permitida uma reserva incom-

patível com o objeto e o propósito desta
1. Esta Convenção estará aberta à assinatura Convenção.
de todos os Estados.
3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica momento por uma notificação endereçada com
designado depositário desta Convenção. esse objetivo ao Secretário-Geral das Nações
Unidas, que informará a todos os Estados a
3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os respeito. A notificação surtirá efeito na data
instrumentos de ratificação serão depositados de seu recebimento.
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
ARTIGO 29
4. Esta Convenção estará aberta à adesão de
todos os Estados. A adesão efetuar-se-á atra- 1. Qualquer controvérsia entre dois ou mais
vés do depósito de um instrumento de adesão Estados-Partes relativa à interpretação ou
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. aplicação desta Convenção e que não for
resolvida por negociações será, a pedido de
ARTIGO 26 qualquer das Partes na controvérsia, subme-
tida a arbitragem. Se no prazo de seis meses
1. Qualquer Estado-Parte poderá, em qualquer a partir da data do pedido de arbitragem as
momento, formular pedido de revisão desta Partes não acordarem sobre a forma da arbi-
Convenção, mediante notificação escrita diri- tragem, qualquer das Partes poderá submeter
gida ao Secretário-Geral das Nações Unidas. a controvérsia à Corte Internacional de Justiça
mediante pedido em conformidade com o
2. A Assembleia Geral das Nações Unidas Estatuto da Corte.
decidirá sobre as medidas a serem tomadas, se
for o caso, com respeito a esse pedido. 2. Qualquer Estado-Parte, no momento da
assinatura ou ratificação desta Convenção ou
ARTIGO 27 de adesão a ela, poderá declarar que não se
considera obrigado pelo parágrafo anterior.
1. Esta Convenção entrará em vigor no trigési- Os demais Estados-Partes não estarão obriga-
mo dia a partir da data do depósito do vigésimo dos pelo parágrafo anterior perante nenhum
instrumento de ratificação ou adesão junto ao Estado-Parte que tenha formulado essa reserva.
Secretário-Geral das Nações Unidas.
3. Qualquer Estado-Parte que tenha formu-
Assédio
2. Para cada Estado que ratificar a presente lado a reserva prevista no parágrafo anterior
Convenção ou a ela aderir após o depósito do poderá retirá-la em qualquer momento por
52
meio de notificação ao Secretário-Geral das Em testemunho do que, os abaixo-assinados
Nações Unidas. devidamente autorizados, assinaram esta
Convenção.
ARTIGO 30
Aprovada pelo Decreto Legislativo no 26, de 22 de
Esta convenção, cujos textos em árabe, chinês, junho de 1994, publicado no DOU de 23/6/1994,
espanhol, francês, inglês e russo são igualmente e promulgada pelo Decreto no 4.377, de 13 de
autênticos, será depositada junto ao Secretário- setembro de 2002, publicado no DOU de 16/9/2002.
-Geral das Nações Unidas. Assinaturas não incluídas.
53
Protocolo Facultativo à Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher
A Assembleia Geral, e procedimentos dispostos no Protocolo e

cooperar com o Comitê para a Eliminação da
Reafirmando a Declaração e Programa de Ação Discriminação contra a Mulher em todos os
de Viena e a Declaração e Plataforma de Ação estágios de suas ações no âmbito do Protocolo;
de Pequim,
4. Enfatiza também que, em cumprimento de
Lembrando que a Plataforma de Ação de Pe- seu mandato, bem como de suas funções no
quim, em seguimento à Declaração e Programa âmbito do Protocolo, o Comitê deve continuar
de Ação de Viena, apoiou o processo iniciado a ser pautado pelos princípios de não seletivi-
pela Comissão sobre a Situação da Mulher com dade, imparcialidade e objetividade;
vistas à elaboração de minuta de protocolo
facultativo à Convenção sobre a Eliminação 5. Solicita ao Comitê que realize reuniões para
de Todas as Formas de Discriminação contra exercer suas funções no âmbito do Protocolo
a Mulher que pudesse entrar em vigor tão logo após sua entrada em vigor, além das reuniões
possível, em procedimento de direito a petição, realizadas segundo o Artigo 20 da Convenção;
a duração dessas reuniões será determinada e,
Observando que a Plataforma de Ação de Pe- se necessário, reexaminada, por reunião dos
quim exortou todos os Estados que não haviam Estados Partes do Protocolo, sujeita à aprovação
ainda ratificado ou aderido à Convenção a que da Assembleia Geral;
o fizessem tão logo possível, de modo que a
ratificação universal da Convenção pudesse ser 6. Solicita ao Secretário-Geral que forneça
alcançada até o ano 2000, o pessoal e as instalações necessárias para o
desempenho efetivo das funções do Comitê
1. Adota e abre a assinatura, ratificação e ade- segundo o Protocolo após sua entrada em vigor;
são o Protocolo Facultativo à Convenção, cujo
texto encontra-se anexo à presente resolução; 7. Solicita, ainda, ao Secretário-Geral que
inclua informações sobre a situação do Pro-
2. Exorta todos os Estados que assinaram, rati- tocolo em seus relatórios regulares apresen-
ficaram ou aderiram à Convenção a assinar e ra- tados à Assembleia Geral sobre a situação da
tificar ou aderir ao Protocolo tão logo possível, Convenção.
3. Enfatiza que os Estados Partes do Protocolo

devem comprometer-se a respeitar os direitos 28a Reunião Plenária, em 6 de outubro de 1999.
Assédio
54
Anexo
Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação contra a Mulher
Os Estados Partes do presente Protocolo, a competência do Comitê sobre a Eliminação

da Discriminação contra a Mulher (doravante
Observando que na Carta das Nações Unidas denominado “o Comitê”) para receber e con-
se reafirma a fé nos direitos humanos funda- siderar comunicações apresentadas de acordo
mentais, na dignidade e no valor da pessoa hu- com o Artigo 2 deste Protocolo.
mana e na igualdade de direitos entre homens
e mulheres, ARTIGO 2
Observando, ainda, que a Declaração Universal As comunicações podem ser apresentadas por
dos Direitos Humanos proclama que todos os indivíduos ou grupos de indivíduos, que se
seres humanos nascem livres e iguais em dig- encontrem sob a jurisdição do Estado Parte e
nidade e direitos e que cada pessoa tem todos aleguem ser vítimas de violação de quaisquer
os direitos e liberdades nela proclamados, sem dos direitos estabelecidos na Convenção por
qualquer tipo de distinção, incluindo distinção aquele Estado Parte, ou em nome desses indi-
baseada em sexo, víduos ou grupos de indivíduos. Sempre que
for apresentada em nome de indivíduos ou
Lembrando que as Convenções Internacionais grupos de indivíduos, a comunicação deverá
de Direitos Humanos e outros instrumentos contar com seu consentimento, a menos que
internacionais de direitos humanos proíbem a o autor possa justificar estar agindo em nome
discriminação baseada em sexo, deles sem o seu consentimento.
Lembrando, ainda, a Convenção sobre a Elimi- ARTIGO 3

nação de Todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher (doravante denominada “a As comunicações deverão ser feitas por es-
Convenção”), na qual os Estados Partes con- crito e não poderão ser anônimas. Nenhuma
denam a discriminação contra a mulher em comunicação relacionada a um Estado Parte
todas as suas formas e concordam em buscar, da Convenção que não seja parte do presente
de todas as maneiras apropriadas e sem demora, Protocolo será recebida pelo Comitê.
uma política de eliminação da discriminação
contra a mulher, ARTIGO 4
Reafirmando sua determinação de assegurar o 1. O Comitê não considerará a comunicação,

pleno e equitativo gozo pelas mulheres de todos exceto se tiver reconhecido que todos os recur-
os direitos e liberdades fundamentais e de agir sos da jurisdição interna foram esgotados ou
de forma efetiva para evitar violações desses que a utilização desses recursos estaria sendo
direitos e liberdades, protelada além do razoável ou deixaria dúvida
quanto a produzir o efetivo amparo.
Concordaram com o que se segue:
2. O Comitê declarará inadmissível toda co-
ARTIGO 1 municação que:
Cada Estado Parte do presente Protocolo (do- (a) se referir a assunto que já tiver sido exami-
ravante denominado “Estado Parte”) reconhece nado pelo Comitê ou tiver sido ou estiver sendo
55
examinado sob outro procedimento internacio- explicações ou declarações por escrito escla-
nal de investigação ou solução de controvérsias; recendo o assunto e o remédio, se houver, que
possa ter sido aplicado pelo Estado Parte.
(b) for incompatível com as disposições da
Convenção; ARTIGO 7
(c) estiver manifestamente mal fundamentada 1. O Comitê considerará as comunicações re-
ou não suficientemente consubstanciada; cebidas segundo o presente Protocolo à luz das
informações que vier a receber de indivíduos ou
(d) constituir abuso do direito de submeter grupos de indivíduos, ou em nome destes, ou
comunicação; do Estado Parte em questão, desde que essa in-
formação seja transmitida às partes em questão.
(e) tiver como objeto fatos que tenham ocor-
rido antes da entrada em vigor do presente 2. O Comitê realizará reuniões fechadas ao
Protocolo para o Estado Parte em questão, a não examinar as comunicações no âmbito do pre-
ser no caso de tais fatos terem tido continuidade sente Protocolo.
após aquela data.
3. Após examinar a comunicação, o Comitê
ARTIGO 5 transmitirá suas opiniões a respeito, juntamente
com sua recomendação, se houver, às partes
1. A qualquer momento após o recebimento de em questão.
comunicação e antes que tenha sido alcançada
determinação sobre o mérito da questão, o 4. O Estado Parte dará a devida considera-
Comitê poderá transmitir ao Estado Parte em ção às opiniões do Comitê, juntamente com
questão, para urgente consideração, solicita- as recomendações deste último, se houver, e
ção no sentido de que o Estado Parte tome as apresentará ao Comitê, dentro de seis meses,
medidas antecipatórias necessárias para evitar resposta por escrito incluindo informações so-
possíveis danos irreparáveis à vítima ou vítimas bre quaisquer ações realizadas à luz das opiniões
da alegada violação. e recomendações do Comitê.
2. Sempre que o Comitê exercer seu arbítrio 5. O Comitê poderá convidar o Estado Parte a
segundo o parágrafo 1 deste Artigo, tal fato não apresentar informações adicionais sobre quais-
implica determinação sobre a admissibilidade quer medidas que o Estado Parte tenha tomado
ou mérito da comunicação. em resposta às opiniões e recomendações do
Comitê, se houver, incluindo, quando o Comitê
ARTIGO 6 julgar apropriado, informações que passem a
constar de relatórios subsequentes do Estado
1. A menos que o Comitê considere que a co- Parte segundo o Artigo 18 da Convenção.
municação seja inadmissível sem referência ou
Estado Parte em questão, e desde que o indiví- ARTIGO 8
duo ou indivíduos consintam na divulgação de
sua identidade ao Estado Parte, o Comitê levará 1. Caso o Comitê receba informação fidedigna
confidencialmente à atenção do Estado Parte indicando graves ou sistemáticas violações por
em questão a comunicação por ele recebida no um Estado Parte dos direitos estabelecidos na
âmbito do presente Protocolo. Convenção, o Comitê convidará o Estado Parte
a cooperar no exame da informação e, para
2. Dentro de seis meses, o Estado Parte que esse fim, a apresentar observações quanto à
Assédio
receber a comunicação apresentará ao Comitê informação em questão.
56
2. Levando em conta quaisquer observações 2. O Estado Parte que fizer a declaração de acor-
que possam ter sido apresentadas pelo Estado do com o Parágrafo 1 deste Artigo 10 poderá,
Parte em questão, bem como outras informa- a qualquer momento, retirar essa declaração
ções fidedignas das quais disponha, o Comitê através de notificação ao Secretário-Geral.
poderá designar um ou mais de seus membros
para conduzir uma investigação e apresentar ARTIGO 11
relatório urgentemente ao Comitê. Sempre que
justificado, e com o consentimento do Estado Os Estados Partes devem tomar todas as medi-
Parte, a investigação poderá incluir visita ao das apropriadas para assegurar que os indiví-
território deste último. duos sob sua jurisdição não fiquem sujeitos a
maus tratos ou intimidação como consequência
3. Após examinar os resultados da investigação, de sua comunicação com o Comitê nos termos
o Comitê os transmitirá ao Estado Parte em do presente Protocolo.
questão juntamente com quaisquer comentários
e recomendações. ARTIGO 12
4. O Estado Parte em questão deverá, dentro O Comitê incluirá em seu relatório anual,
de seis meses do recebimento dos resultados, segundo o Artigo 21 da Convenção, um resu-
comentários e recomendações do Comitê, apre- mo de suas atividades nos termos do presente
sentar suas observações ao Comitê. Protocolo.
5. Tal investigação será conduzida em caráter ARTIGO 13

confidencial e a cooperação do Estado Parte
será buscada em todos os estágios dos proce- Cada Estado Parte compromete-se a tornar
dimentos. públicos e amplamente conhecidos a Convenção
e o presente Protocolo e a facilitar o acesso à in-
ARTIGO 9 formação acerca das opiniões e recomendações
do Comitê, em particular sobre as questões que
1. O Comitê poderá convidar o Estado Parte digam respeito ao próprio Estado Parte.
em questão a incluir em seu relatório, segun-
do o Artigo 18 da Convenção, pormenores ARTIGO 14
de qualquer medida tomada em resposta à
investigação conduzida segundo o Artigo 18 O Comitê elaborará suas próprias regras de
deste Protocolo. procedimento a serem seguidas no exercício
das funções que lhe são conferidas no presente
2. O Comitê poderá, caso necessário, após o Protocolo.
término do período de seis meses mencionado
no Artigo 8.4 deste Protocolo, convidar o Estado ARTIGO 15
Parte a informá-lo das medidas tomadas em

resposta à mencionada investigação. 1. O presente Protocolo estará aberto à assina-
tura por qualquer Estado que tenha ratificado
ARTIGO 10 ou aderido à Convenção.
1. Cada Estado Parte poderá, no momento da 2. O presente Protocolo estará sujeito à ratifi-
assinatura ou ratificação do presente Protocolo cação por qualquer Estado que tenha ratificado
ou no momento em que a este aderir, declarar ou aderido à Convenção. Os instrumentos de
que não reconhece a competência do Comitê ratificação deverão ser depositados junto ao
disposta nos Artigos 8 e 9 deste Protocolo. Secretário-Geral das Nações Unidas.
57
3. O presente Protocolo estará aberto à adesão terços dos Estados Partes do presente Protoco-
por qualquer Estado que tenha ratificado ou lo, de acordo com seus respectivos processos
aderido à Convenção. constitucionais.
4. A adesão será efetivada pelo depósito de ins- 3. Sempre que as emendas entrarem em vigor,
trumento de adesão junto ao Secretário-Geral obrigarão os Estados Partes que as tenham acei-
das Nações Unidas. tado, ficando os outros Estados Partes obrigados
pelas disposições do presente Protocolo e quais-
ARTIGO 16 quer emendas anteriores que tiverem aceitado.
1. O presente Protocolo entrará em vigor ARTIGO 19

três meses após a data do depósito junto ao
Secretário-Geral das Nações Unidas do décimo 1. Qualquer Estado Parte poderá denunciar o
instrumento de ratificação ou adesão. presente Protocolo a qualquer momento por
meio de notificação por escrito endereçada ao
2. Para cada Estado que ratifique o presente Secretário-Geral das Nações Unidas. A denún-
Protocolo ou a ele venha a aderir após sua en- cia terá efeito seis meses após a data do rece-
trada em vigor, o presente Protocolo entrará em bimento da notificação pelo Secretário-Geral.
vigor três meses após a data do depósito de seu
próprio instrumento de ratificação ou adesão. 2. A denúncia não prejudicará a continuida-
de da aplicação das disposições do presente
ARTIGO 17 Protocolo em relação a qualquer comunicação
apresentada segundo o Artigo 2 deste Protocolo
Não serão permitidas reservas ao presente e a qualquer investigação iniciada segundo o
Protocolo. Artigo 8 deste Protocolo antes da data de vi-
gência da denúncia.
ARTIGO 18
ARTIGO 20
1. Qualquer Estado Parte poderá propor
emendas ao presente Protocolo e dar entrada a O Secretário-Geral das Nações Unidas infor-
proposta de emendas junto ao Secretário-Geral mará a todos os Estados sobre:
das Nações Unidas. O Secretário-Geral deverá,
nessa ocasião, comunicar as emendas propostas (a) Assinaturas, ratificações e adesões ao pre-
aos Estados Partes juntamente com solicitação sente Protocolo;
de que o notifiquem caso sejam favoráveis a uma
conferência de Estados Partes com o propósito (b) Data de entrada em vigor do presente Pro-
de avaliar e votar a proposta. Se ao menos um tocolo e de qualquer emenda feita nos termos
terço dos Estados Partes for favorável à confe- do Artigo 18 deste Protocolo;
rência, o Secretário-Geral deverá convocá-la
sob os auspícios das Nações Unidas. Qualquer (c) Qualquer denúncia feita segundo o Artigo
emenda adotada pela maioria dos Estados 19 deste Protocolo.
Partes presentes e votantes na conferência será
submetida à Assembleia-Geral das Nações ARTIGO 21
Unidas para aprovação.
1. O presente Protocolo, do qual as versões em
2. As emendas entrarão em vigor tão logo árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol
tenham sido aprovadas pela Assembleia-Geral são igualmente autênticas, será depositado
Assédio
das Nações Unidas e aceitas por maioria de dois junto aos arquivos das Nações Unidas.
58
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas Aprovado pelo Decreto Legislativo no 107, de 6 de
transmitirá cópias autenticadas do presente junho de 2002, publicado no DOU de 7/6/2002, e
Protocolo a todos os estados mencionados no promulgado pelo Decreto no 4.316, de 30 de julho
Artigo 25 da Convenção. de 2002, publicado no DOU de 31/7/2002.
59
Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher – “Convenção de Belém do Pará”
Os Estados Partes nesta Convenção, Organização dos Estados Americanos, constitui

positiva contribuição no sentido de proteger os
Reconhecendo que o respeito irrestrito aos direitos da mulher e eliminar as situações de
direitos humanos foi consagrado na Declaração violência contra ela,
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e
na Declaração Universal dos Direitos Humanos Convieram no seguinte:
e reafirmando em outros instrumentos interna-
cionais e regionais;
CAPÍTULO I – Definição e Âmbito de
Afirmando que a violência contra a mulher Aplicação
constitui violação dos direitos humanos e
liberdades fundamentais e limita todas ou par- ARTIGO 1
cialmente a observância, gozo e exercício de tais
direitos e liberdades; Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á
por violência contra a mulher qualquer ato ou
Preocupados porque a violência contra a mu- conduta baseada no gênero, que cause morte,
lher constitui ofensa contra a dignidade humana dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológi-
e é manifestação das relações de poder histori- co à mulher, tanto na esfera pública como na
camente desiguais entre mulheres e homens; esfera privada.
Recordando a Declaração para a Erradicação da ARTIGO 2

Violência contra a Mulher, aprovada na Vigési-
ma Quinta Assembleia de Delegadas da Comis- Entende-se que a violência contra a mulher
são Interamericana de Mulheres, e afirmando abrange a violência física, sexual e psicológica:
que a violência contra a mulher permeia todos
os setores da sociedade, independentemente a) ocorrida no âmbito da família ou unidade
de classe, raça ou grupo étnico, renda, cultura, doméstica ou em qualquer relação interpessoal,
idade ou religião, e afeta negativamente suas quer o agressor compartilhe, tenha comparti-
próprias bases; lhado ou não a sua residência, incluindo-se,
entre outras formas, o estupro, maus-tratos e
Convencidos de que a eliminação da violência abuso sexual;
contra a mulher é condição indispensável para
seu desenvolvimento individual e social e sua b) ocorrida na comunidade e cometida por
plena e igualitária participação em todas as qualquer pessoa, incluindo, entre outras for-
esferas de vida; e mas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico
de mulheres, prostituição forçada, sequestro e
Convencidos de que a adoção de uma conven- assédio sexual no local de trabalho, bem como
Assédio
ção para prevenir e erradicar todas as formas em instituições educacionais, serviços de saúde
de violência contra a mulher, no âmbito da ou qualquer outro local; e
60
c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus ARTIGO 5
agentes, onde quer que ocorra.
Toda mulher poderá exercer livre e plenamente
seus direitos civis, políticos, econômicos, so-
CAPÍTULO II – Direitos Protegidos ciais e culturais, e contará com total proteção
desses direitos consagrados nos instrumentos
ARTIGO 3 regionais e internacionais sobre direitos hu-
manos. Os Estados Partes reconhecem que a
Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência contra a mulher impede e anula o
violência, tanto na esfera pública como na exercício desses direitos.
esfera privada.
ARTIGO 6
ARTIGO 4
O direito de toda mulher a ser livre de violência
Toda mulher tem direito ao reconhecimento, abrange, entre outros:
desfrute, exercício e proteção de todos os direi-
tos humanos e liberdades consagradas em to- a) o direito da mulher a ser livre de todas as
dos os instrumentos regionais e internacionais formas de discriminação; e
relativos aos direitos humanos. Estes direitos
abrangem, entre outros: b) o direito da mulher a ser valorizada e
educada livre de padrões estereotipados de
a) direitos a que se respeite sua vida; comportamento e costumes sociais e culturais
baseados em conceitos de inferioridade ou
b) direitos a que se respeite sua integridade subordinação.
física, mental e moral;
c) direitos à liberdade e à segurança pessoais; CAPÍTULO III – Deveres dos Estados
d) direito a não ser submetida a tortura; ARTIGO 7
e) direito a que se respeite a dignidade inerente Os Estados Partes condenam todas as formas
à sua pessoa e a que se proteja sua família; de violência contra a mulher e convêm em
adotar, por todos os meios apropriados e sem
f) direito a igual proteção perante a lei e da lei; demora, políticas destinadas a prevenir, punir
e erradicar tal violência e a empenhar-se em:
g) direito a recurso simples e rápido perante
tribunal competente que a proteja contra atos a) abster-se de qualquer ato ou prática de
que violem seus direitos; violência contra a mulher e velar por que as
autoridades, seus funcionários e pessoal, bem

h) direito de livre associação; como agentes e instruções públicos ajam de
conformidade com essa obrigação;
i) direito à liberdade de professar a própria
religião e as próprias crenças, de acordo com b) agir com o devido zelo para prevenir, inves-
a lei; e tigar e punir a violência contra mulher;
j) direito a ter igualdade de acesso às funções c) incorporar na sua legislação interna normas
públicas de seu próprio país e a participar nos penais, civis, administrativas e de outra nature-
assuntos públicos, inclusive na tomada de za, que sejam necessárias para prevenir, punir e
decisões. erradicar a violência contra mulher, bem como
61
adotar as medidas administrativas adequadas premissa da inferioridade ou superioridade de
que forem aplicáveis; qualquer dos gêneros ou nos papéis estereoti-
pados para o homem e a mulher, que legitimem
d) adotar medidas jurídicas que exijam do ou exacerbem a violência contra a mulher;
agressor que se abstenha de perseguir, inti-
midar e ameaçar a mulher ou de fazer uso de c) promover a educação e treinamento de
qualquer método que danifique ou ponha em todo pessoal judiciário e policial e demais
perigo sua vida ou integridade ou danifique funcionários responsáveis pela aplicação da lei,
sua propriedade; bem como do pessoal encarregado da imple-
mentação de políticas de prevenção, punição e
e) tomar todas as medidas adequadas, inclu- erradicação da violência contra a mulher;
sive legislativas, para modificar ou abolir leis
e regulamentos vigentes ou modificar práticas d) prestar serviços especializados apropriados
jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a à mulher sujeita a violência, por intermédio de
persistência e a tolerância da violência contra entidades dos setores público e privado, inclu-
a mulher; sive abrigos, serviços de orientação familiar,
quando for o caso, e atendimento e custódia
f) estabelecer procedimentos jurídicos justos dos menores afetados;
e eficazes para a mulher sujeita a violência,
inclusive, entre outros, medidas de proteção, e) promover e apoiar programas de educa-
juízo oportuno e efetivo acesso a tais processos; ção governamentais e privados, destinados a
conscientizar o público para os problemas da
g) estabelecer mecanismos judiciais e admi- violência contra a mulher, recursos jurídicos
nistrativos necessários para assegurar que a e reparação relacionadas com essa violência;
mulher sujeita a violência tenha efetivo acesso
a restituição, reparação do dano e outros meios f) proporcionar à mulher sujeita a violência
de compensação justos e eficazes; acesso a programas eficazes de recuperação
e treinamento que lhe permitam participar
h) adotar as medidas legislativas ou de outra plenamente da vida pública, privada e social;
natureza necessárias à vigência desta Conven-
ção. g) incentivar os meios de comunicação a que
formulem diretrizes adequadas, de divulgação
ARTIGO 8 que contribuam para a erradicação da violên-
cia contra a mulher em todas as suas formas e
Os Estados Partes convêm em adotar, pro- enalteçam o respeito pela dignidade da mulher;
gressivamente, medidas específicas, inclusive
programas destinados a: h) assegurar a pesquisa e coleta de estatísticas e
outras informações relevantes concernentes às
a) promover o conhecimento e a observância causas, consequências e frequência da violência
do direito da mulher a uma vida livre de vio- contra a mulher, a fim de avaliar a eficiência
lência e o direito da mulher a que se respeitem das medidas tomadas para prevenir, punir e
e protejam seus direitos humanos; erradicar a violência contra a mulher, bem
como formular e implementar as mudanças
b) modificar os padrões sociais e culturais necessárias; e
de conduta de homens e mulheres, inclusive
a formação de programas formais e não for- i) promover a cooperação internacional para o
mais adequados a todos os níveis do processo intercâmbio de ideias e experiências, bem como
Assédio
educacional, a fim de combater preconceitos e a execução de programas destinados à proteção

costumes e todas as outras práticas baseadas na da mulher sujeitada a violência.
62
ARTIGO 9 Estado Parte, devendo a Comissão considerar
tais petições de acordo com as normas e pro-
Para a adoção das medidas a que se refere cedimentos estabelecidos na Convenção Ame-
este Capítulo, os Estados Partes levarão es- ricana sobre Direitos Humanos e no Estatuto
pecialmente em conta a situação da mulher e Regulamento da Comissão Interamericana
vulnerável à violência por sua raça, origem de Direitos Humanos, para a apresentação e
étnica ou condição de migrante, de refugia- consideração de petições.
da ou de deslocada, entre outros motivos.
Também será considerada violência a mulher
gestante, deficiente, menor, idosa ou em situa- CAPÍTULO V – Disposições Gerais
ção socioeconômica desfavorável, afetada por
situações de conflito armado ou de privação ARTIGO 13
da liberdade.
Nenhuma das disposições desta Convenção
poderá ser interpretada no sentido de restrin-
CAPÍTULO IV – Mecanismos gir ou limitar a legislação interna dos Estados
Interamericanos de Proteção Partes que ofereçam proteções e garantias
iguais ou maiores para os direitos da mulher,
ARTIGO 10 bem como salvaguardas para prevenir e erra-
dicar a violência contra a mulher.
A fim de proteger o direito de toda mulher a
uma vida livre de violência, os Estados Partes ARTIGO 14
deverão incluir nos relatórios nacionais à Co-
missão Interamericana de Mulheres informa- Nenhuma das disposições desta Convenção
ções sobre as medidas adotadas para prevenir poderá ser interpretada no sentido de regis-
e erradicar a violência contra a mulher, para trar ou limitar as da Convenção Americana
prestar assistência à mulher afetada pela vio- sobre Direitos Humanos ou de qualquer outra
lência, bem como sobre as dificuldades que Convenção internacional que ofereça proteção
observarem na aplicação das mesmas e os igual ou maior nesta matéria.
fatores que contribuam para violência contra
a mulher. ARTIGO 15
ARTIGO 11 Esta Convenção fica aberta à assinatura de

todos os Estados membros da Organização
Os Estados Partes nesta Convenção e a Co- dos Estados Americanos.
missão Internacional de Mulheres poderão
solicitar à Corte Interamericana de Direitos ARTIGO 16
Humanos parecer sobre a interpretação desta
Convenção. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os

instrumentos de ratificação serão depositados
ARTIGO 12 na Secretaria-Geral da Organização dos Esta-
dos Americanos.
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou
qualquer entidade não governamental juridi- ARTIGO 17
camente reconhecida em um ou mais Estados
membros da Organização, poderá apresentar à Esta Convenção fica aberta à adesão de qual-
Comissão Internacional de Direitos Humanos quer outro Estado. Os instrumentos de adesão
petições referentes a denúncias ou queixas de serão depositados na Secretaria-Geral da
violação do Artigo 7 desta Convenção por um Organização dos Estados Americanos.
63
ARTIGO 18 ARTIGO 21
Os Estados poderão formular reservas a Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo

esta Convenção no momento de aprová-la, dia a partir da data em que for depositado
assiná‑la, ratificá-la ou a ela aderir, desde que o segundo instrumento de ratificação. Para
tais reservas: cada Estado que ratificar a Convenção ou a ela
aderir após haver sido depositado o segundo
a) não sejam incompatíveis com o objetivo e instrumento de ratificação, entrará em vigor
propósito da Convenção; no trigésimo dia a partir da data em que esse
Estado houver depositado seu instrumento de
b) não sejam de caráter geral e se refiram ratificação ou adesão.
especialmente a uma ou mais de suas dispo-
sições. ARTIGO 22
ARTIGO 19 O Secretário-Geral informará a todos os Es-

tados membros da Organização dos Estados
Qualquer Estado Parte poderá apresentar à Americanos a entrada em vigor da Convenção.
Assembleia Geral, por intermédio da Comis-
são Interamericana de Mulheres, propostas de ARTIGO 23
emenda a esta Convenção.
O Secretário-Geral da Organização dos Esta-
As emendas entrarão em vigor para os Estados dos Americanos apresentará um relógio anual
ratificantes das mesmas na data em que dois aos Estados membros da Organização sobre
terços dos Estados Partes tenham depositado a situação desta Convenção, inclusive sobre
seus respectivos instrumentos de ratificação. as assinaturas e depósitos de instrumentos de
Para os demais Estados Partes, entrarão em ratificação, adesão e declaração, bem como
vigor na data em que depositarem seus res- sobre as reservas que Estados Partes tiveram
pectivos instrumentos de ratificação. apresentado e, conforme o caso, um relatório
sobre as mesmas.
ARTIGO 20
ARTIGO 24
Os Estados Partes que tenham duas ou mais
unidades territoriais em que vigorem siste- Esta Convenção vigorará por prazo indefinido,
mas jurídicos diferentes relacionados com as mas qualquer Estado Parte poderá denunciá-
questões de que trata esta Convenção poderão -la mediante o depósito na Secretaria-Geral
declarar, no momento de assiná-la, de ratificá- da Organização dos Estados Americanos de
-la ou de a ela aderir, que a Convenção se instrumento que tenha essa finalidade. Um
aplicará a todas as suas unidades territoriais ano após a data do depósito do instrumento de
ou somente a uma ou mais delas. denúncia, cessarão os efeitos da convenção para
o Estado denunciante, mas subsistirão para os
Tal declaração poderá ser modificada, em demais, cassarão os efeitos da Convenção para
qualquer momento, mediante declarações o Estado denunciante, mas subsistirão para os
ulteriores, que indicarão expressamente a demais Estados Partes.
unidade ou as unidades territoriais a que se
aplicará esta Convenção. Essas declarações ul- ARTIGO 25
teriores serão transmitidas à Secretaria-Geral
da Organização dos Estados Americanos e en- O instrumento original desta Convenção, cujos
Assédio
trarão em vigor trinta dias depois de recebidas. textos em português, espanhol, francês e inglês
64
são igualmente autênticos, será depositado na para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
Secretária-Geral da Organização dos Estados contra a Mulher “Convenção de Belém do Pará”.
Americanos, que enviará cópia autenticada de
seu texto à Secretaria das Nações Unidas para Expedida na Cidade de Belém do Pará, Brasil,
registro e publicação, de acordo com o artigo no dia nove de junho de mil novecentos e no-
102 da Carta das Nações Unidas. venta e quatro.
Em fé do que os Plenipotenciários infra- Aprovada pelo Decreto Legislativo no 107, de 31 de

-assinados, devidamente autorizados por seus agosto de 1995, publicado no DOU de 1o/9/1995, e
respectivos Governos, assinam esta Convenção, promulgada pelo Decreto no 1.973, de 1o de agosto
que se denominará Convenção Interamericana de 1996, publicado no DOU de 2/8/1996.
65
Convenção Concernente à Discriminação
em Matéria de Emprego e Profissão
Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho.
A Conferência Geral da Organização Interna- política, ascendência nacional ou origem so-

cional do Trabalho, cial, que tenha por efeito destruir ou alterar a
igualdade de oportunidades ou de tratamento
Convocada em Genebra pelo Conselho de em matéria de emprego ou profissão;
Administração da Repartição Internacional do
Trabalho e reunida a 4 de junho de 1958, em b) Qualquer outra distinção, exclusão ou prefe-
sua quadragésima segunda sessão; rência que tenha por efeito destruir ou alterar a
igualdade de oportunidades ou tratamento em
Após ter decidido adotar diversas disposições matéria de emprego ou profissão, que poderá
relativas à discriminação em matéria de empre- ser especificada pelo Membro Interessado de-
go e profissão, assunto que constitui o quarto pois de consultadas as organizações representa-
ponto da ordem do dia da sessão; tivas de empregadores e trabalhadores, quando
estas existam, e outros organismos adequados.
Após ter decidido que essas disposições toma-
riam a forma de uma convenção internacional; 2. As distinções, exclusões ou preferências
fundadas em qualificações exigidas para um
Considerando que a declaração de Filadélfia determinado emprego não são consideradas
afirma que todos os seres humanos, seja qual for como discriminação.
a raça, credo ou sexo têm direito ao progresso
material e desenvolvimento espiritual em liber- 3. Para os fins da presente convenção as palavras
dade e dignidade, em segurança econômica e “emprego” e “profissão” incluem o acesso à for-
com oportunidades iguais; mação profissional, ao emprego e às diferentes
profissões, bem como as condições de emprego.
Considerando, por outro lado, que a discri-
minação constitui uma violação dos direitos ARTIGO 2o
enunciados na Declaração Universal dos Di-
reitos do Homem, adota neste vigésimo quinto Qualquer Membro para o qual a presente con-
dia de junho de mil novecentos e cinquenta e venção se encontre em vigor compromete-se a
oito, a convenção abaixo transcrita que será formular e aplicar uma política nacional que
denominada Convenção sobre a discriminação tenha por fim promover, por métodos adequa-
(emprego e profissão), 1958. dos às circunstâncias e aos usos nacionais, a
igualdade de oportunidade e de tratamento em
ARTIGO 1o matéria de emprego e profissão, com objetivo
de eliminar toda discriminação nessa matéria.
1. Para fins da presente convenção, o termo
“discriminação” compreende: ARTIGO 3o
Assédio
a) Toda distinção, exclusão ou preferência Qualquer Membro para o qual a presente
fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião convenção se encontre em vigor deve, por
66
métodos adequados às circunstâncias e os usos Internacional do Trabalho não são considera-
nacionais: das como discriminação.
a) Esforçar-se por obter a colaboração das or- 2. Qualquer Membro pode, depois de consul-
ganizações de empregadores e trabalhadores e tadas às organizações representativas de empre-
de outros organismos apropriados, com o fim de gadores e trabalhadores, quando estas existam,
favorecer a aceitação e aplicação desta política; definir como não discriminatórias quaisquer
outras medidas especiais que tenham por fim
b) Promulgar leis e encorajar os programas de salvaguardar as necessidades particulares de
educação próprios a assegurar esta aceitação e pessoas em relação às quais a atribuição de uma
esta aplicação; proteção ou assistência especial seja de uma
maneira geral, reconhecida como necessária,
c) Revogar todas as disposições legislativas por razões tais como o sexo, a invalidez, os
e modificar todas as disposições ou práticas encargos de família ou o nível social ou cultural.
administrativas que sejam incompatíveis com
a referida política; ARTIGO 6o
d) Seguir a referida política no que diz respeito Qualquer membro que ratificar a presente
a empregos dependentes do controle direto de convenção compromete-se a aplicá-la aos ter-
uma autoridade nacional; ritórios não metropolitanos, de acordo com as
disposições da Constituição da Organização
e) Assegurar a aplicação da referida política Internacional do Trabalho.
nas atividades dos serviços de orientação pro-
fissional, formação profissional e colocação ARTIGO 7o
dependentes do controle de uma autoridade
nacional; As ratificações formais da presente convenção
serão comunicadas ao Diretor-Geral da Re-
f) Indicar, nos seus relatórios anuais sobre a partição Internacional do Trabalho e por ele
aplicação da convenção, as medidas tomadas registradas.
em conformidade com esta política e os resul-
tados obtidos. ARTIGO 8o
ARTIGO 4o 1. A presente convenção somente vinculará

Membros da Organização Internacional do
Não são consideradas como discriminação Trabalho cuja ratificação tiver sido registrada
quaisquer medidas tomadas em relação a uma pelo Diretor-Geral.
pessoa que, individualmente, seja objeto de
uma suspeita legítima de se entregar a uma 2. A convenção entrará em vigor doze meses
atividade prejudicial à segurança do Estado após registradas pelo Diretor-Geral as ratifica-

ou cuja atividade se encontre realmente com- ções de dois dos Membros.
provada, desde que a referida pessoa tenha o
direito de recorrer a uma instância competente, 3. Em seguida, esta convenção entrará em vi-
estabelecida de acordo com a prática nacional. gor, para cada Membro, doze meses após a data
do registro da respectiva ratificação.
ARTIGO 5o
ARTIGO 9o
1. As medidas especiais de proteção ou de
assistência previstas em outras convenções 1. Qualquer Membro que tiver ratificado
ou recomendações adotadas pela Conferência a presente convenção pode denunciá-la no
67
término de um período de dez anos após a data Trabalho apresentará à Conferência Geral um
da entrada em vigor inicial da convenção por relatório sobre a aplicação da presente conven-
ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição ção e decidirá da oportunidade de inscrever na
Internacional do Trabalho e por ele registrado. ordem do dia da Conferência a questão da sua
revisão total ou parcial.
A denúncia só produzirá efeito um ano após
ter sido registrada. ARTIGO 13
2. Qualquer Membro que tiver ratificado a 1. No caso de a Conferência adotar uma nova
presente convenção que, no prazo de um ano, convenção que implique em revisão total ou
depois de expirado o período de dez anos parcial da presente convenção e salvo disposi-
mencionados no parágrafo anterior, e que não ção em contrário da nova convenção:
fizer uso da faculdade de denúncia prevista no
presente artigo, ficará vinculado por um novo a) A ratificação da nova convenção de revisão
período de dez anos, e, em seguida, poderá por um Membro implicará ipso jure a denúncia
denunciar a presente convenção no término imediata da presente convenção, não obstante
de cada período de dez anos, observadas as o disposto no artigo 9o, e sob reserva de que a
condições estabelecidas no presente artigo. nova convenção de revisão tenha entrada em
vigor;
ARTIGO 10
b) A partir da data da entrada em vigor da nova
O Diretor-Geral da Repartição Internacional convenção, a presente convenção deixa de estar
do Trabalho notificará a todos os Membros aberta à ratificação dos Membros.
da Organização Internacional do Trabalho o
registro de todas as ratificações e denúncias 2. A presente convenção continuará, todavia,
que lhe forem comunicadas pelos Membros em vigor na sua forma e conteúdo para os
da Organização. Membros que a tiverem ratificado, e que não
ratificarem a convenção de revisão.
2. Ao notificar aos Membros da Organização
o registro da segunda ratificação que lhe tiver ARTIGO 14
sido comunicada o Diretor-Geral chamará a
atenção para a data em que a presente conven- As versões francesa e inglesa do texto da pre-
ção entrará em vigor. sente convenção fazem igualmente fé.
ARTIGO 11 O texto que precede é o texto autêntico da

convenção devidamente adotada pela Confe-
O Diretor-Geral da Repartição Internacional do rência Geral da Organização Internacional do
Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das Trabalho, em sua quadragésima segunda sessão,
Nações Unidas para efeitos de registro de acordo que se reuniu em Genebra e que foi encerrada
com o artigo 102o da Carta das Nações Unidas, a 26 de junho de 1958.
informações completas a respeito de todas as ra-
tificações e todos os atos de denúncia, que tiver Em fé do que, assinaram a 5 de julho de 1958.
registrado, nos termos dos artigos precedentes.
Aprovada pelo Decreto Legislativo no 104, de 24
ARTIGO 12 de novembro de 1964, publicado no DOU de
30/11/1964, e promulgada pelo Decreto no 62.150,
Sempre que o julgar necessário, o Conselho de
Assédio
de 19 de janeiro de 1968, publicado no DOU de

Administração da Repartição Internacional do 23/1/1968. Signatários não incluídos.
68
Ato internacional
não ratificado pelo Brasil
Declaração Universal
dos Direitos Humanos
PREÂMBULO Considerando que uma compreensão comum

desses direitos e liberdades é da mais alta
Considerando que o reconhecimento da digni- importância para o pleno cumprimento desse
dade inerente a todos os membros da família compromisso,
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis
é o fundamento da liberdade, da justiça e da Agora portanto
paz no mundo,
A ASSEMBLEIA GERAL
Considerando que o desprezo e o desrespeito
pelos direitos humanos resultaram em atos proclama
bárbaros que ultrajaram a consciência da
Humanidade e que o advento de um mundo A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL
em que todos gozem de liberdade de palavra, DOS DIREITOS HUMANOS
de crença e da liberdade de viverem a salvo do
temor e da necessidade foi proclamado como como o ideal comum a ser atingido por todos
a mais alta aspiração do ser humano comum, os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade,
Considerando ser essencial que os direitos tendo sempre em mente esta Declaração, se
humanos sejam protegidos pelo império da esforce, através do ensino e da educação, por
lei, para que o ser humano não seja compelido, promover o respeito a esses direitos e liberda-
como último recurso, à rebelião contra a tirania des, e, pela adoção de medidas progressivas de
e a opressão, caráter nacional e internacional, por assegurar
o seu reconhecimento e a sua observância
Considerando ser essencial promover o de- universal e efetiva, tanto entre os povos dos
senvolvimento de relações amistosas entre as próprios Estados-Membros, quanto entre os
nações, povos dos territórios sob sua jurisdição.
Considerando que os povos das Nações Unidas ARTIGO I

reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direi-
tos humanos fundamentais, na dignidade e no Todos os seres humanos nascem livres e iguais
valor do ser humano e na igualdade de direitos em dignidade e direitos. São dotados de razão
entre homens e mulheres, e que decidiram pro- e consciência e devem agir em relação uns aos
mover o progresso social e melhores condições outros com espírito de fraternidade.
de vida em uma liberdade mais ampla,
ARTIGO II
Considerando que os Estados-Membros se
comprometeram a promover, em cooperação 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar
com as Nações Unidas, o respeito universal aos os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
direitos e liberdades humanas fundamentais e a Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
Assédio
observância desses direitos e liberdades, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião
70
política ou de outra natureza, origem nacional efetivo para os atos que violem os direitos
ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
outra condição. constituição ou pela lei.
2. Não será também feita nenhuma distinção ARTIGO IX

fundada na condição política, jurídica ou in-
ternacional do país ou território a que pertença Ninguém será arbitrariamente preso, detido
uma pessoa, quer se trate de um território ou exilado.
independente, sob tutela, sem governo pró-
prio, quer sujeito a qualquer outra limitação ARTIGO X
de soberania.
Todo ser humano tem direito, em plena igual-
ARTIGO III dade, a uma justa e pública audiência por parte
de um tribunal independente e imparcial, para
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade decidir sobre seus direitos e deveres ou do
e à segurança pessoal. fundamento de qualquer acusação criminal
contra ele.
ARTIGO IV
ARTIGO XI
Ninguém será mantido em escravidão ou ser-
vidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão 1. Todo ser humano acusado de um ato deli-
proibidos em todas as suas formas. tuoso tem o direito de ser presumido inocente
até que a sua culpabilidade tenha sido provada
ARTIGO V de acordo com a lei, em julgamento público
no qual lhe tenham sido asseguradas todas as
Ninguém será submetido à tortura nem a garantias necessárias à sua defesa.
tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer
ação ou omissão que, no momento, não cons-
ARTIGO VI tituíam delito perante o direito nacional ou
internacional. Também não será imposta pena
Todo ser humano tem o direito de ser, em mais forte do que aquela que, no momento da
todos os lugares, reconhecido como pessoa prática, era aplicável ao ato delituoso.
perante a lei.
ARTIGO XII
ARTIGO VII
Ninguém será sujeito à interferência em sua Ato internacional não ratificado pelo Brasil
Todos são iguais perante a lei e têm direito, vida privada, em sua família, em seu lar ou em
sem qualquer distinção, a igual proteção da sua correspondência, nem a ataque à sua honra
lei. Todos têm direito a igual proteção contra e reputação. Todo ser humano tem direito à
qualquer discriminação que viole a presente proteção da lei contra tais interferências ou
Declaração e contra qualquer incitamento a ataques.
tal discriminação.
ARTIGO XIII
ARTIGO VIII
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
Todo ser humano tem direito a receber dos locomoção e residência dentro das fronteiras
tribunais nacionais competentes remédio de cada Estado.
71
2. Todo ser humano tem o direito de deixar ARTIGO XVIII
qualquer país, inclusive o próprio, e a este
regressar. Todo ser humano tem direito à liberdade de
pensamento, consciência e religião; este direi-
ARTIGO XIV to inclui a liberdade de mudar de religião ou
crença e a liberdade de manifestar essa religião
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
tem o direito de procurar e de gozar asilo em pela observância, em público ou em particular.
outros países.
ARTIGO XIX
2. Este direito não pode ser invocado em caso
de perseguição legitimamente motivada por Todo ser humano tem direito à liberdade de
crimes de direito comum ou por atos con- opinião e expressão; este direito inclui a liber-
trários aos objetivos e princípios das Nações dade de, sem interferência, ter opiniões e de
Unidas. procurar, receber e transmitir informações e
ideias por quaisquer meios e independente-
ARTIGO XV mente de fronteiras.
1. Todo homem tem direito a uma naciona- ARTIGO XX

lidade.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de
2. Ninguém será arbitrariamente privado de reunião e associação pacífica.
sua nacionalidade, nem do direito de mudar
de nacionalidade. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de
uma associação.
ARTIGO XVI
ARTIGO XXI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem
qualquer restrição de raça, nacionalidade ou 1. Todo ser humano tem o direito de fazer
religião, têm o direito de contrair matrimônio parte no governo de seu país diretamente ou
e fundar uma família. Gozam de iguais direitos por intermédio de representantes livremente
em relação ao casamento, sua duração e sua escolhidos.
dissolução.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso
2. O casamento não será válido senão com ao serviço público do seu país.
o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A vontade do povo será a base da autoridade
3. A família é o núcleo natural e fundamental do governo; esta vontade será expressa em
da sociedade e tem direito à proteção da so- eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
ciedade e do Estado. universal, por voto secreto ou processo equi-
valente que assegure a liberdade de voto.
ARTIGO XVII
ARTIGO XXII
1. Todo ser humano tem direito à propriedade,
só ou em sociedade com outros. Todo ser humano, como membro da sociedade,
tem direito à segurança social, à realização pelo
2. Ninguém será arbitrariamente privado de esforço nacional, pela cooperação internacio-
Assédio
sua propriedade. nal e de acordo com a organização e recursos de
72
cada Estado, dos direitos econômicos, sociais ARTIGO XXVI
e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
livre desenvolvimento da sua personalidade. 1. Todo ser humano tem direito à instrução.
A instrução será gratuita, pelo menos nos
ARTIGO XXIII graus elementares e fundamentais. A instru-
ção elementar será obrigatória. A instrução
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, técnico-profissional será acessível a todos,
à livre escolha de emprego, a condições justas bem como a instrução superior, esta baseada
e favoráveis de trabalho e à proteção contra no mérito.
o desemprego.
2. A instrução será orientada no sentido do
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, pleno desenvolvimento da personalidade
tem direito a igual remuneração por igual humana e do fortalecimento do respeito
trabalho. pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a
3. Todo ser humano que trabalha tem direito compreensão, a tolerância e a amizade entre
a uma remuneração justa e satisfatória, que todas as nações e grupos raciais ou religiosos,
lhe assegure, assim como à sua família, uma e coadjuvará as atividades das Nações Unidas
existência compatível com a dignidade hu- em prol da manutenção da paz.
mana e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha
do gênero de instrução que será ministrada
4. Todo ser humano tem direito a organizar a seus filhos.
sindicatos e a neles ingressar para proteção
de seus interesses. ARTIGO XXVII
ARTIGO XXIV 1. Todo ser humano tem o direito de parti-

cipar livremente da vida cultural da comu-
Todo ser humano tem direito a repouso e nidade, de fruir das artes e de participar do
lazer, inclusive a limitação razoável das horas progresso científico e de seus benefícios.
de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
2. Todo ser humano tem direito à proteção
ARTIGO XXV dos interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica literária ou
1. Todo ser humano tem direito a um padrão artística da qual seja autor.
de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família,
saúde e bem-estar, inclusive alimentação, ARTIGO XXVIII Ato internacional não ratificado pelo Brasil
vestuário, habitação, cuidados médicos e os
serviços sociais indispensáveis, e direito à Todo ser humano tem direito a uma ordem
segurança em caso de desemprego, doença, social e internacional em que os direitos e
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de liberdades estabelecidos na presente Decla-
perda dos meios de subsistência em circuns- ração possam ser plenamente realizados.
tâncias fora de seu controle.
ARTIGO XXIX
2. A maternidade e a infância têm direito
a cuidados e assistência especiais. Todas as 1. Todo ser humano tem deveres para com a
crianças, nascidas dentro ou fora do matri- comunidade, na qual o livre e pleno desen-
mônio gozarão da mesma proteção social. volvimento de sua personalidade é possível.
73
2. No exercício de seus direitos e liberdades, ARTIGO XXX
todo ser humano estará sujeito apenas às limita-
ções determinadas pela lei, exclusivamente com Nenhuma disposição da presente Declaração
o fim de assegurar o devido reconhecimento e pode ser interpretada como o reconhecimento a
respeito dos direitos e liberdades de outrem e qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
de satisfazer as justas exigências da moral, da exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
ordem pública e do bem-estar de uma socie- ato destinado à destruição de quaisquer dos
dade democrática. direitos e liberdades aqui estabelecidos.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em Adotada e proclamada pela Resolução no 217 A (III)
hipótese alguma, ser exercidos contraria- da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de
mente aos objetivos e princípios das Nações dezembro de 1948. Disponível em: <http://www.onu.org.
Unidas. br/img/2014/09/DUDH.pdf>. Acesso em: 2 out. 2014.
Assédio
74
Conheça outras obras publicadas pela
www.senado.leg.br/livraria
Neste volume, apresentam-se mais de dez normas relativas a assédio moral e sexual.
Além dos dispositivos constitucionais concernentes ao tema, figuram na obra quatro atos
internacionais ratificados pelo Brasil, entre os quais estão a Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher e a Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – “Convenção de Belém do Pará”.
Entre as normas correlatas, o leitor encontra a Lei no 13.185/2015, que criou o Programa de
Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) e os Decretos nos 7.037/2009 (que aprovou o
Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3) e 6.029/2007 (que instituiu o Sistema
de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal).

Assedio 1ed PDF

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Assedio 1ed PDF

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Assédio

Atualizada até março de 2016

Senador Renan Calheiros

Senador Jorge Viana

Senador Romero Jucá

Senador Vicentinho Alves

Senador Zeze Perrella

Senador Gladson Cameli

Senadora Ângela Portela

Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações

Produzida na Coordenação de Edições Técnicas

Organização: Tatiana Arruda

Atualizada até março de 2016.

Assédio. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.

Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Normas correlatas

1. Assédio moral, aspectos constitucionais, Brasil. 2. Assédio sexual,

Coordenação de Edições Técnicas

Alô Senado: 0800 61 2211

Dispositivos constitucionais pertinentes

Atos internacionais ratificados pelo Brasil

Ato internacional não ratificado pelo Brasil

As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão

Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais

Notas de rodapé trazem a referência das normas que alteram ou regulamentam

O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,

Na Livraria Virtual do Senado (www.senado.leg.br/livraria), além das obras

Sugestões e críticas podem ser registradas na página da Livraria e certamente

V – é assegurado o direito de resposta, pro- Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho pro-

Dispositivos constitucionais pertinentes

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA o intuito de criar meios de constrangimento

Art. 5o É dever do estabelecimento de ensino, DILMA ROUSSEFF – Luiz Cláudio Costa –

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Parágrafo único. Se houver excessiva despro-

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão Art. 2.046. Todas as remissões, em diplomas

Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181o da Inde- Promulgada em 10/1/2002 e publicada no DOU de

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 21. Equiparam-se também ao acidente

§ 2o Constitui contravenção penal, punível

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 130. A suspensão será aplicada em caso

CAPÍTULO V – Das Penalidades Art. 132. A demissão será aplicada nos se-

Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão

Art. 170. Extinta a punibilidade pela pres- Art. 175. No processo revisional, o ônus da

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3o As metas, prazos e recursos necessá-

Parágrafo único. A implementação do IX – Ministério da Previdência Social;

Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Decretado em 21/12/2009 e publicado no DOU de

������������������������������������������������������������������������������� Estados signatários, identificou-se a necessida-

As ações programáticas formuladas visam en- OBJETIVO ESTRATÉGICO VI – Garantia

que possam mensurar a efetivação progressiva �������������������������������������������������������������������������������

DIRETRIZ 10 – Garantia da igualdade na As propostas elencadas neste eixo orientador

aos gestores de países desenvolvidos. A cultura procedimentos operacionais padronizados, que

OBJETIVO ESTRATÉGICO II – Garantia f) Aperfeiçoar a legislação trabalhista, vi-

Ações programáticas: Responsáveis: Ministério do Trabalho e

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da anos, não coincidentes, permitida uma única

DECRETA: Art. 4o À CEP compete:

Ver Resolução no 10, de 29 de setembro de 2009, da

a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, cedimento administrativo, se a gravidade da

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso DECRETA:

de 1998, 9.718, de 27 de novembro de 1998, lho de 1986, 94.512, de 24 de junho de 1987,

Regulamento da Previdência Social

LIVRO I – Da Finalidade e dos Princípios Básicos

Regulamento da Previdência Social – Anexo II

Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE

�� Estados signatários, identificou-se a necessida-

que possam mensurar a efetivação progressiva ��

suas forças, defesos por lei, contrários aos ��