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18/10/2016 A fórmula do BDI | Blogs Pini

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Engenharia de custos
Aldo Dórea Mattos

Blogs PINI   Arquiteturas Avançadas   Engenharia Legal   Legislação e Tributos   Engenharia de Custos   Tecnologia e Sustentabilidade

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26/Março/2015
Engenharia de custos
A fórmula do BDI Este blog é um espaço
Aldo Dórea Mattos para discussões,
comentários e opiniões
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  sobre a Engenharia de
Custos no Brasil. O
O roteiro da orçamentação de uma obra passa por várias etapas, cada uma blogueiro, profissional de
requerendo do engenheiro de custos um tipo de trabalho diferente. Primeiro faz­se a referência nas áreas de
planejamento e orçamento
leitura atenta dos projetos e do edital. Depois parte­se para o levantamento do
de obras, com vários livros
quantitativos e, enfim, à montagem de uma composição de custos para cada serviço publicados, pretende
identificado. Isto totaliza o custo direto da obra.  apontar e oferecer aos
internautas temas de
Feito isto, o orçamentista compõe o custo indireto da obra, que é o custo relativo relevância para o
aprimoramento no
à administração, manutenção e suporte das equipes de campo. No indireto levantamento de custos de
encaixam­se, portanto, todos os itens que não foram computados nas composições engenharia.
de custo direto. 
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parcelas que não são necessariamente serviços, mas que inevitavelmente ocorrem e Como dimensionar a mão de obra indireta

precisam estar aprovisionadas no orçamento (batizei­as de custos acessórios): a 29/06/2016

administração central (rateio do custo da sede entre as obras da construtora), o Como dimensionar a mão de obra de segurança do
trabalho
custo financeiro (recomposição do dinheiro pelo fato de a medição ser paga após
a realização do serviço) e riscos/eventuais/imprevistos/contingências
(provisão para eventos imprevisíveis ou de difícil quantificação precisa). 
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Pois bem, até agora só se falou de custo. Porém, considerando­se que a obra em
análise será feita para um cliente externo, mediante uma negociação econômica, o
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construtor terá que levar em conta também o lucro que espera auferir na execução

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia­custos/a­formula­do­bdi­341256­1.aspx 1/7
18/10/2016 A fórmula do BDI | Blogs Pini

da obra e os impostos que incidirão sobre as faturas (notas fiscais) que emitir. Esta é
a maneira de se passar de custo para preço (de venda). 

Vamos recorrer a um exemplo simples. Seja uma obra hipotética composta de
apenas 4 serviços, aos quais o construtor terá que apresentar preços e participar de
uma licitação: 

O engenheiro montou uma composição de custos para cada item e chegou ao custo
direto total da obra: 

O montante de R$ 5.000,00 não é ainda o preço de venda; é apenas o custo direto.
Falta somar a ele o custo indireto, os custos acessórios (administração central, custo
financeiro, riscos/eventuais), o lucro e os impostos. Suponha que estes outros itens
tenham os seguintes valores:   

Para chegar ao preço de venda, a conta é: 

A razão implícita nesta fórmula é que tudo aquilo que incide sobre o preço de venda
deverá estar no denominador da fórmula, pois de outra forma a conta não fecha.
Verifiquemos se nossa conta fecha: 

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia­custos/a­formula­do­bdi­341256­1.aspx 2/7
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Primeira pergunta: por que não fazer primeiro a aplicação do lucro e depois dos
impostos, ou vice­versa? A resposta é: a conta não vai fechar. Se o construtor quer,
por premissa, computar os impostos e o lucro sobre o preço de venda, esses dois
percentuais devem seguir juntos, somados. 

Bom, voltando ao exemplo, se desejamos participar da licitação com uma proposta
de R$7.000,00 e só há espaço para informar preço dos quatro serviços da obra,
teremos que diluir sobre o custo direto da obra todas as outras rubricas do
orçamento. Em outras palavras, temos que distribuir na planilha o custo dos itens
que não figuram explicitamente na planilha. 

Como fazer isto? É simples: se o custo direto é R$ 5.000 e queremos chegar a um
preço de venda de R$ 7.000, temos que aplicar um coeficiente majorador sobre os
custos diretos. O tal coeficiente é: 

O fator 1,40 corresponde a um acréscimo de 40% sobre cada custo direto para se ter
o preço unitário de venda de cada serviço. 

Ao referido percentual dá­se o nome de Bonificação e Despesas Indiretas
(BDI), que também aparece na literatura como LDI (lucro e despesas indiretas).
Alguns autores referem­se ao B como benefícios, mas é tudo uma questão de
semântica. O importante é que você já entendeu do que se trata. 

Então, a planilha de venda da obra será: 

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia­custos/a­formula­do­bdi­341256­1.aspx 3/7
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Sintetizando o aprendizado, 

Entendido o conceito, vejamos a fórmula paramétrica do BDI segundo algumas
fontes bastante consultadas. 

Instituto de Engenharia 

O ilustre eng. Maçahiko Tisaka, ex­presidente do Instituto de Engenharia de São
Paulo, elaborou um louvável trabalho intitulado “Metodologia de cálculo da taxa do
BDI e custos diretos para a elaboração do orçamento na construção civil”, que o
leitor pode baixar (eu mudei algumas letrinhas da fórmula abaixo apenas para
facilitar a comparação com a fórmula do TCU mostrada mais adiante): 

Onde:

I = taxa de administração central (inclui o indireto)

R = taxa de risco do empreendimento;

CF = taxa de custo financeiro do capital de giro;

TF = taxa de tributos federais;

TM = taxa de tributo municipal – ISS;

C = taxa de despesas de comercialização (*);

L = lucro ou remuneração líquida da empresa. 

(*) Compra de editais de licitação, preparação de propostas de habilitação e
técnicas, custos de caução e seguros de participação, reconhecimento de firmas e
autenticações, cópias,  emolumentos, despesas cartoriais, despesas com acervos
técnico, anuidades/mensalidades de CREA, SINDUSCON e associações de classe,
despesas com visitas técnicas, viagens comerciais, assessorias técnicas  e jurídicas
especializadas, almoços e jantares com clientes potenciais, propaganda
institucional, brindes, cartões e folhetos de propaganda, comissão de
representantes comerciais, placas de obra não apropriadas como custos. 

Livro “Novo Conceito de BDI” (Eng. Paulo Roberto Vilela Dias) 

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia­custos/a­formula­do­bdi­341256­1.aspx 4/7
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A visão desse livro é a defendida pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos
(IBEC):

Onde:

AC = administração central;

CF = custo financeiro;

S = seguros;

G = garantias;

MI = margem de incerteza;

TM = tributos municipais;

TE = tributos estaduais;

TF = tributos federais;

MBC = margem bruta de contribuição. 

Livro “Como Preparar Orçamentos de Obras” (Eng. Aldo Dórea Mattos) 

Em nosso livro, a maneira que preconizamos o cálculo do BDI é: 

Onde:

CI% = custo indireto (em % sobre o custo direto);

AC% = administração central (em % sobre custo direto mais indireto);

CF% = custo financeiro (em % sobre custo direto mais indireto);

IC% = imprevistos e contingências (em % sobre custo direto mais indireto);

LO% = lucro operacional (em % sobre o preço de venda);

I% = impostos (em % sobre o preço de venda). 

Tribunal de Contas da União 

O Tribunal de Contas da União (TCU) propõe uma metodologia própria de cálculo
do BDI no Acórdão 2.369/2011. 

Onde:

AC = taxa representativa das despesas de rateio da administração central;

R = taxa representativa de riscos;

S = taxa representativa de seguros;

G = taxa representativa de garantias;

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia­custos/a­formula­do­bdi­341256­1.aspx 5/7
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DF = taxa representativa das despesas financeiras;

L = taxa representativa do lucro/remuneração; e

T = taxa representativa da incidência de tributos. 

Algumas considerações:

1)      Todas as fórmulas incluem os impostos no denominador, pois eles incidem
sobre o preço de venda e não sobre o custo da obra;

2)      Nas fórmulas que não contêm explicitamente seguros e garantias, estas
presumem­se incluídas no custo indireto da obra;

3)      O método do IE assume uma aplicação sucessiva de administração central,
riscos e custo financeiro. Particularmente acho minha fórmula e a do IBEC mais
realistas, pois adota percentuais sobre CD+CI, devendo os percentuais ser somados
(é assim que funciona a cabeça de quem faz orçamento);

4)      O TCU é o único a incluir o lucro no numerador, ou seja, definido sobre custo e
não sobre venda. As demais fontes usam um percentual de lucro aplicado sobre o
valor do contrato (preço de venda). Considero a maneira advogada pelo TCU ilógica,
porém não incorreta. Ilógica porque na totalidade das construtoras que conheço o
percentual de lucro é determinado pela diretoria da empresa como um percentual
sobre o valor contratado e não sobre o custo (o número que o empresário tem na
cabeça é “espero 10% de lucro numa obra de R$1 milhão, ou seja, R$100 mil”).
Contudo, a forma do TCU não é errada porque é tudo uma questão de conta: um
lucro de 8% sobre a venda corresponderá, por exemplo, a 10% sobre o custo — o
problema aí passa a ser as faixas de aceitabilidade do lucro, mas isso é assunto para
outro post.

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Luiz Rossi Neto · Ingénieur civil em James Poffo Engenharia
ótimo esclarecimento de BDI.
Curtir · Responder ·  3 · 26 de março de 2015 22:50

Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
Obrigado!
Curtir · Responder ·  2 · 27 de março de 2015 14:53

Jonatan Sampaio · Fortaleza
Aldo Mattos Isso pode ser aplicado em uma produção de bloquetes de
concreto pre moldados?
Curtir · Responder · 2 de maio de 2016 14:40

Irlan Leonard L. Nascimento · Sócio Proprietário em IL Engenharia
Parabéns e Obrigado Prof. Aldo. Muito esclarecedor.
Curtir · Responder ·  1 · 1 de abril de 2015 06:29

Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
Obrigado. Valeu!
Curtir · Responder · 2 de abril de 2015 13:39

Marcos Francisco · Tecnico de usina em QUANTA GERAÇÃO
muito bom.
Curtir · Responder ·  1 · 2 de abril de 2015 22:09

Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia­custos/a­formula­do­bdi­341256­1.aspx 6/7
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Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
Valeu! Abraço.
Curtir · Responder · 7 de abril de 2015 12:17

Suellington Alcantara · UFAL
Muito bom Parabéns!!!
Curtir · Responder ·  1 · 2 de abril de 2015 22:28

Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
Valeu! Abraço.
Curtir · Responder · 7 de abril de 2015 12:16

Juan Carlos Berindoague Erquicia · Universidad Autónoma Tomás Frías
muy buena orientacion para los que trabajamos con orcamentos gracias
Curtir · Responder ·  1 · 5 de abril de 2015 13:57

Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
Muchas gracias, Juan Carlos. Cordiales saludos.
Curtir · Responder · 7 de abril de 2015 12:17

Marcelo Dahan · Belém
Essas fórmulas poderão ser aplicadas a qualquer tipo de serviço ? por exemplo:
montagem de tubulações, projetos elétricos ?
Curtir · Responder ·  1 · 30 de abril de 2015 09:32

Aldo Mattos · Trabalha na empresa Aldo Mattos Consultoria
Sim, podem.
Curtir · Responder · 10 de maio de 2015 16:33

Messias Melo · Instituto Militar de Engenharia
Muito bom! O fato que esse assunto possibilita vários debates.
Curtir · Responder · 26 de junho de 2015 23:57

Arthur Fontenele · Consultor de negócios imobiliários em BrasilBrokers MG
Excelente!
Curtir · Responder · 1 de julho de 2015 10:13

Stephanie Zucoloto · Ifes ­ Instituto Federal do Espírito Santo
Parabéns! Muito claro e objetivo, sua didática é ótima.
Curtir · Responder · 5 de julho de 2015 18:47

Thiago Matias · CEPEP ­ Escola Técnica
Show, muito bom o post.
Curtir · Responder · 9 de julho de 2015 17:44

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