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OAB – 2ª FASE – REVISÃO DE VÉSPERA

DIREITO PENAL PARTE GERAL


1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
1.1. No Espaço
a) Regra: só aplico a lei penal brasileira se o crime for praticado em território brasileiro –
Princípio da Territorialidade.
b) Exceção: casos de extraterritorialidade, as hipóteses são taxativas no art. 7º, do CP; e a
art. 2º, da lei 9.455/97 – lei de tortura, se um brasileiro sofrer tortura em outro país, a lei
brasileira pode ser aplicada.
1.2.No Tempo
a) Regra: o tempo rege o ato
b) Exceção: a novatio legis retroage se for em favor do réu
Obs.:
- Art. 3º, CP: lei excepcional ou temporária
- Súmula 611 e 711, STF

2. TEORIA DO DELITO
2.1. Conceito Analítico de Crime
Crime enquanto fato típico, antijurídico e culpável
a) Fato Típico: conduta humana + resultado + nexo causal + tipo legal
Faltando um desses elementos não se tem crime.
- Conduta humana: caso fortuito; coação física, atos reflexos, estados de inconsciência
- Tipo legal: princípio da insignificância; princípio da adequação social; erros de tipo
- Nexo causal: elo de ligação entre a conduta e o resultado. Do nexo causal surge as
concausas, se houver rompimento do nexo causal o sujeito responde só pelo que ele fez, se
não houver rompimento do nexo causal o sujeito responde pelo todo

b) Ilicitude / Antijuridicidade: há causas de exclusão da ilicitude


- Causas Legais de afastamento: art. 23 – estado de necessidade, legítima defesa, etc;
- Causa Supralegal de afastamento: consentimento do ofendido

c) Culpabilidade: é o juízo de reprovação, para isso é necessário o sujeito ter:


- Imputabilidade: se afasta com a menoridade; doença mental; desenvolvimento mental
incompleto; embriaguez completa e acidental (art. 26 a 28, CP)
- Potencial Consciente: se afasta com o erro de proibição (art. 21, CP)
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- Exigibilidade de conduta diversa: coação moral e irresistível e obediência hierárquica (art.


22, CP)

2.2 Erro de Tipo e Erro de Proibição (art. 20 e 21, CP)


- O sujeito erra sobre o fato. O erro de proibição é quanto ao alcance da ilicitude
- Erro de tipo: o agente não sabe o que ele está fazendo
- Erro de proibição: o sujeito sabe o que faz, mas não sabe que é ilícito
- Não é qualquer erro de tipo ou de proibição que afasta a tipicidade
- O erro de tipo pode ser acidental (não afasta a tipicidade) ou essencial afasta a tipicidade,
que pode ser vencível (afasta o dolo), invencível (afasta o dolo e a culpa, logo a conduta é
atípica)
- O erro de proibição pode ser evitável (não afasta a culpabilidade) ou inevitável (afasta a
culpabilidade).

3. INTERCRIMINIS
- O direito penal vai interver quando inicia a execução
- O crime pode existir forma tentada ou consumada
- Art. 14, 15, 16 e 17

4. CONCURSO DE AGENTES
- Art. 29 e 30

5. CONCURSO DE CRIMES
- Art. 69, 70 e 71

DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL


1. CRIMES CONTRA A VIDA
- Feminicídio: quando uma pessoa mata uma mulher e essa morte é derivada de uma relação
afetiva. Não existindo essa relação afetiva não caracteriza feminicídio, vai ser homicídio
simples, qualificado por outro motivo.
- Homicídio doloso desclassificar para culposo: o sujeito matou a pessoa por ser descuidado,
sem querer. Se tiver na direção de veículo automotor vai ser no CTB, art. 302 e não CP.
- Infanticídio: é uma mãe que mata o filho sobre influência do estado puerperal. Sem estado
puerperal não há infanticídio. Mulher que mata o filho de terceiro pensando que era o seu,
tese de defesa é o erro sobre a pessoa, nesse caso não se leva em consideração as
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características da pessoa que morreu, e sim da pessoa que queria matar, então essa mãe
responde por infanticídio.
- Aborto: mata o feto até o ultimo segundo antes do parto. Se já começado as contrações, o
trabalho de parto será caracterizado infanticídio.

2. CRIMES CONTRA HONRA


- Calúnia: tem que ter um fato, um acontecimento criminoso. O propalador é o fofoqueiro, vai
espalhar a calúnia, e ele só vai responder pelo crime se ele tiver certeza da falsidade da
calúnia que ele está espalhando (art. 138, §1º)
- Difamação: é a imputação de um fato que denigre a honra de um terceiro, mas esse fato não
é criminoso e esse fato não precisa ser falso. Por mais que seja verdade a pessoa se ofende
é difamação.
- Injúria: etiquetinha do mal que você coloca em alguém para detonar a pessoa. A injúria racial
você utiliza elementos de raça, cor, etnia, para ofender a pessoa; a injúria racial é ação penal
pública condicionada ao contrário das outras hipóteses que via de regra são ação penal
privada.

3. CRIMES PATRIMONIAIS
- Furto: subtração de coisa móvel alheia.
- Furto privilegiado, o réu tem que ser primário não reincidente, além disso a coisa tem que
ser de coisa de pequeno valor (até um salário mínimo), aplica-se como tese de defesa a
absolvição pelo princípio da insignificância, pedindo a atipicidade material da conduta e como
tese subsidiária pedir a desclassificação para o furto privilegiado.
- Furto qualificado privilegiado, todas as qualificadoras podem ser privilegiadas, com exceção
de duas, fraude e abuso de confiança.
- Furto com fraude: há o emprego da fraude que faz a vítima reduzir a vigilância e o sujeito
pega o bem. Diferença para o estelionato, é que no estelionato é a vítima que entrega o bem.
- Estelionato: usar documento falso para praticar estelionato, segundo a sumula 17, do STJ,
o estelionato vai absorver o uso do documento falso. O estelionato com uso de cheque, se o
cheque for falsificado será estelionato previsto no caput, o estelionato com uso de cheque, o
cheque é verdadeiro e o sujeito emite o cheque sabendo que ele é sem fundos.

4. IMUNIDADE PENAL
- Imunidade penal NÃO torna atípica a conduta. O crime existe, a conduta é típica, mas o
sujeito não pode ser punido.
- Separação de fato ainda caracteriza a imunidade penal. A imunidade penal só é excluída
quando há o divórcio no papel.
- Hipóteses que não cabe imunidade penal: art. 183, CP.
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5. CRIMES SEXUAIS
- Estupro: vítimas com 14 anos ou mais. Pode haver erro de tipo essencial, onde a conduta
do sujeito é atípica.
- Estupro de vulnerável: vítimas menores de 14 anos, inimputáveis que não sabem o que tão
fazendo e pessoa que não tem capacidade de resistência. Para haver esse crime o sujeito
tem que saber que a pessoa é vulnerável. A tese de defesa cabível é erro de tipo essencial,
onde a conduta do sujeito será atípica.

6. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
- Três pessoas ou mais unidas ou vinculadas em caráter estável ou permanente com a
finalidade de praticar crimes.
- Não é necessário praticar o crime. A punição é pela associação.
- Se associarem e praticar o crime, serão punidos pelos dois crimes.
- Associação criminosa é diferente de associação eventual ou concurso de pessoas, pois tem
que haver a associação em caráter estável e permanente. Devem ser absolvidos pelo crime
de associação criminosa.

7. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
- Há uma hierarquia, regras, funções definidas, estatuto, diferente do que ocorre na
associação criminosa.
- Na organização criminosa é necessário quatro pessoas ou mais.

8. SONEGAÇÃO FISCAL
- É uma espécie de estelionato, mas com o fisco.
- Se usar documentos falsos para empregar a sonegação fiscal, o crime de sonegação
absorve o crime de falsificação de documentos.
- Só haverá ação penal após o término do processo administrativo.

9. TRÁFICO DE DROGAS
- O sujeito tem drogas para a venda.
- Tráfico privilegiado: súmula 512, do STJ – o tráfico privilegiado ainda é crime hediondo.
- Súmula vinculante 26: o art. 2º, §1º da lei de crimes hediondos é inconstitucional, pois fere
o princípio da individualização da pena
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DIREITO PROCESSUAL PENAL

1. QUEIXA-CRIME
- Art. 100, ..., do CP e 41, CPP
1 – Advogado do Ofendido
2 – Ação privada ou subsidiária da pública
3 – Já tenho provas de quem é o autor
4 – Não tem ação penal

2. DEFESA PRELIMINAR
DENÚNCIA + NOTIFICAÇÃO = DEFESA PRELIMINAR
- Crime de drogas e de funcionário público
- Art. 55, §1º
- Função: rejeição da denúncia – art. 395, CPP.

3. RESPOSTA À ACUSAÇÃO
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA + CITAÇÃO = REPOSTA À ACUSAÇÃO
- Art. 396 e 396-A, do CPP
- Função: absolvição sumária – art. 397, CPP

4. MEMORIAIS
AUDIÊNCIA + MANIFESTAÇÃO DO MP = ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
- Art. 403, §3º ou 404, §ú, do CPP
- Função: absolvição – art. 386, CPP

5. RECURSO DE APELAÇÃO
ALEGAÇÕES FINAIS + SENTENÇA CAI = APELAÇÃO
- Art. 593 e 600, do CPP
- Apelação CAI
- DUAS peças: interposição (art. 593, CPP) e razão (art. 600, CPP)
- Prazo: 5 dias interposição e 8 dias razões; jecrim – prazo de 10 dias
- Endereçamento: interposição – juiz da sentença; razões – tribunal
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6. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


ALEGAÇÕES FINAIS + PRONÚNCIA = RSE
- Art. 581, IV, do CPP
- DUAS peças
- Função: PUTA DIA.

7. AGRAVO EM EXECUÇÃO
EXECUÇÃO PENAL + PEDIDO NEGADO PELO JUIZ = AGRAVO EM EXECUÇÃO
- Art. 197, LEP
- DUAS peças: interposição + retratação e razões

8. EMBARGOS INFRINGESTES E DE NULIDADES


RECURSO + ACÓRDÃO NÃO UNÂNIME DESFAVORÁVEL = EMBARGOS INFRINGESTES
OU NULIDADES
- Art. 609, §ú, do CPP
- DUAS peças
- Endereçamento:

9. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
ACÓRDÃO ou SENTENÇA + OBSCURIDADE, ETC = EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

10. RECURSO ORDINÁRIO EM HC


HABEAS CORPUS 2ª INST. + ACORDÃO DENEGATÓRIO = RO-HC
Endereçamento: interposição – presidente do tribunal; razões: STJ ou STF
Prazo: 5 dias

11. RECURSO ESPECIAL


RECURSO + ACÓRDÃO UNÂNIME FAV. COM VIOLAÇÃO DA LEI FEDERAL = R. Esp.
- DUAS peças
- Admissibilidade: prequestionamento + hipótese de cabimento
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12. RECURSO EXTRAORDINÁRIO


RECURSO + ACÓRDÃO UNÂNIME FAV. COM VIOLAÇÃO DA CF. = R. Ext.
- DUAS peças
- Admissibilidade: prequestionamento + hipótese de cabimento + repercussão geral

13. PRISÕES ILEGAL


PRISÃO ILEGAL = RELAXAMENTO DA PRISÃO (Flagrante – Preventiva – Temporária)
- Art. 5, LXV, CF

14. PRISÃO LEGAL


PRISÃO EM FLAGRANTE LEGAL = LIBERDADE PROVISÓRIA
- Função: demonstrar que não tem necessidade de converter a prisão em flagrante em
preventiva.
PRISÃO PREVENTIVA LEGAL + DESNECESSIDADE = REVOGAÇÃO DA PRISÃO
Função: demonstrar o desaparecimento dos motivos da prisão

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