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Professora Cowley
PORT 322
30 de Setembro 2017
Sobrinhas e surpresas
Em agosto eu fui a Houston visitar uma das minhas irmãs. Ela diria que eu estava aí
somente para ajudá-la com a vida normal; eu diria que estava para visitar minhas duas sobrinhas.
Porém, é verdade que ela precisava—e talvez ainda precise—ajuda. Seu marido está estudando
medicina e ela começou a trabalhar na piscina local, ensinando crianças a nadar. Eu sabia quando
eu cheguei em Houston que eu não estava aí de férias. Sabia que eu não ia dormir muito e sabia
que ia trabalhar demais, mas quando cheguei havia uma coisa que eu não esperava.
Minha irmã tem duas filhas. A mais velha se chama Ezra e tem três anos. A outra,
Evelyn, tem um ano e meio. As duas são loiras mas têm personalidades completamente
diferentes. Ezra é magra, extrovertida, fala demais sobre qualquer coisa e sempre está correndo
de um lado para o outro. Evelyn é gordinha e quase nunca fala, mas dá para ver nos seus olhos
que está entendendo e julgando as pessoas que não conhece. O que não esperava foi o seguinte:
Ela me evitava e recusava falar comigo ou mesmo olhar para mim. Quando eu cheguei no
apartamento pequeno de minha irmã, foi difícil evitar as outras pessoas morando lá—mas Evelyn
o conseguiu. Cada vez que eu olhei para ela, Evelyn correu para o outro quarto. Quando ela caiu
e se machucou, ela chorou até chegar um dos seus pais. Ela somente interagia comigo se eu tinha
Evelyn), cozinhando, e dormindo o máximo possível (que não foi muito). O dia antes que sai eu
estava fazendo rabanada para o jantar. Minhas sobrinhas queriam estar na cozinha quando
cozinhava para que elas soubessem dos acontecimentos da rabanada. Eu comecei a ficar um
pouco chateada; foi difícil encontrar qualquer coisa na cozinha pequena com as duas loiras
brincando no chão. Quando eu finalmente tinha todas as coisas que precisava eu parei por um
segundo. Percebi que Ezra tinha sumido, mas Evelyn ainda estava na cozinha, com uma
expressão que nunca tinha visto na cara dela. Ela estava de pé com os braços estendidos e suas
mãos agarrando o ar acima dela. Por um momento eu não sabia o que fazer—o que podia ser que
ela queria? Era quase a hora para começar a jantar, então não lhe ia dar comida. Também não
tinha nada nas minhas mãos, então ela não queria algo que eu estava usando e ela não estava
Finalmente eu percebi que ela queria que eu pegasse nela. Hesitei por mais um momento
antes de pegar nela. Parei, esperando que ela chorasse. Passou um minuto; dois minutos, ela não
chorou. Devagar eu comecei a fazer a rabanada com minha mão direita com ela no braço
devagar mergulhei o pão nos ovos, com cuidado cozinhei sem queimar nem minha sobrinha nem
o pão.
E o tempo todo ela não chorou. Não sei se ela chorará a próxima vez que eu a veja, mas