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2016

Relatório de Introdução
ao Projeto – Versão
intermédia

REDUTOR DE ENGRENHAGENS CILINDRICAS E ENGRENAGENS CONICAS


TRABALHO Nº 17/2015-16

Autor

FÁBIO FERNANDES – EM11178@FE.UP.PT

MIEM – IP Fábio Fernandes Iniciação ao Projeto


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Conteúdos
Lista de figuras .............................................................................................................................. 3
Índice de tabelas ........................................................................................................................... 4
Glossário ........................................................................................................................................ 5
1. Introdução ............................................................................................................................. 6
2. Descrição do trabalho ........................................................................................................... 7
2.1. Motor elétrico de 4 polos e 5,5 kW............................................................................... 7
2.2. Velocidade das saídas S1 e S2 ....................................................................................... 8
2.3. Representação inicial do redutor .................................................................................. 9
3. Dimensionamento das engrenagens................................................................................... 10
3.1. Equilibragem dos escorregamentos específicos ......................................................... 10
4. Cálculo de Potências ........................................................................................................... 14
4.1. Calculo das potencias pelo critério da rutura ............................................................. 14
4.2. Calculo das potencias pelo critério da tensão superficial ........................................... 17
4.3. Calculo de potencias para engrenagens cónicas......................................................... 19
4.3.1. Critério da rutura................................................................................................. 19
4.3.2. Critério da tensão superficial .............................................................................. 20
4.4. Resultados obtidos para as diversas engrenagens ..................................................... 21
5. Dimensionamento dos veios ............................................................................................... 24
6. Dimensionamento de chavetas ........................................................................................... 26

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Lista de figuras
Figura 1 - Esquema de funcionamento ......................................................................................... 7
Figura 2 - Tabela de motores Bonfiglioli ....................................................................................... 8
Figura 3 - Primeiro desenho grosseiro .......................................................................................... 9
Figura 4 - Gráfico que relaciona a tensão de rutura com a tensão limite de rutura de base. .... 15
Figura 5 - Gráfico para obtenção do fator de montagem ........................................................... 16
Figura 6 - Gráfico que relaciona a dureza com a tensão superficial de base. ............................. 18
Figura 7 - Dimensões dos veios ................................................................................................... 25
Figura 8 - Solução construtiva veio-chaveta ............................................................................... 26

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Índice de tabelas
Tabela 1 - Parâmetros de correção de dentado e geométricos para Z1 e Z2 ............................. 12
Tabela 2 - Parâmetros de correção de dentado e geométricos para Z1=Z3 e Z4 ....................... 12
Tabela 3 - Parâmetros de correção de dentado e geométricos para Z5 e Z6 ............................. 13
Tabela 4 - Propriedades mecânicas do aço G12 ......................................................................... 14
Tabela 5 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de rutura ..................................... 21
Tabela 6 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de tensão superficial .................. 21
Tabela 7 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de rutura ..................................... 22
Tabela 8 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de tensão superficial .................. 22
Tabela 9 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de rutura ..................................... 23
Tabela 10 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de tensão superficial ................ 23
Tabela 11 - Informações sobre os veios e soluções construtivas ............................................... 24
Tabela 12 - Calculo de chavetas com valores normalizados ....................................................... 26

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Glossário
β: ângulo de hélice primitiva;
α: ângulo de pressão real;
M: Momento torsor;
n: velocidade de rotação;
dv: diâmetro do veio;
P: Potência;
σrot: tensão de rotura
τadm: tensão tangencial máxima admissível
Z: número de dentes da engrenagem
i: razão de transmissão
m: módulo real
b: largura da engrenagem
a: entre eixo teórico
a’: entre eixo de funcionamento
Zv: numero de dentes virtual
mt: módulo aparente
αt: ângulo de pressão aparente
βb: ângulo de inclinação da base
ra: raio addendum ou de cabeça
rb: raio deddendum ou de pé
ϒ: escorregamento específico
h: altura total do dente
hf: altura de deddendum ou de pé
ha: altura de addendum ou de cabeça
Kv: fator de velocidade
vt: velocidade tangencial
Kbl: fator de duração
Km: fator de montagem
Ka: fator de serviço
Yε: fator de condução
εα: razão condução

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1.Introdução
Este trabalho consiste no desenvolvimento de um redutor de engrenagens com diversas
características que foram impostas, como potencia a transmitir, razão de condução e disposição
dos veios. Tem como objetivo justificar os aspetos mais relevantes da solução proposta ao
projeto. Neste relatório estão descritos todos os processos utilizados para a elaboração do
redutor, desde soluções construtivas adotadas bem como os principais cálculos utilizados para
obter essas soluções.

Para a elaboração de todos os cálculos iterativos de maneira a tornar o processo mais rápido foi
escolhido o software Microsoft Office Excel. Foram usadas também outras ferramentas de
software, tais como Solidworks 2015 e Autocad 2015.

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2.Descrição do trabalho
O objetivo deste trabalho é então o de projetar um redutor, constituído por dois pares de
engrenagens cilíndricas e dois pares de engrenagens cónicas. A figura abaixo representa o
esquema de funcionamento.

Figura 1 - Esquema de funcionamento

Os dados do problema que foram fornecidos são:

 Acionamento por motor elétrico de 4 polos e 5,5 kW;


 Velocidade á saída S1 de 400 rpm;
 Velocidade á saída S2 de 170 rpm;
 Entrada e saída horizontais;

2.1. Motor elétrico de 4 polos e 5,5 kW


De acordo com os dados do problema, o redutor será acionado por um motor elétrico de 4 polos
e 5,5 kW de potencia. Através da consulta de um catalogo da Bonfiglioli foi escolhido o motor a
utilizar neste projeto, de acordo com a próxima figura, o motor escolhido foi o BN 132S com
1440 rpm.

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Figura 2 - Tabela de motores Bonfiglioli

2.2. Velocidade das saídas S1 e S2


De acordo com os dados iniciais do redutor, este terá de apresentar uma velocidade á saída S1
de 400 rpm e á saída S2 de 170 rpm. Como vimos na alínea 2.1 o motor escolhido apresenta uma
velocidade de 1440 rpm, pelo que será esse o valor de entrada no redutor.

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2.3. Representação inicial do redutor


Numa fase inicial foi necessário realizar um desenho grosseiro de como irá ser o redutor e de
que maneira é que os diversos componentes estão orientados, apresenta-se em seguida uma
imagem do 1º desenho grosseiro:

Figura 3 - Primeiro desenho grosseiro

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3.Dimensionamento das engrenagens.


Para realizar o dimensionamento das engrenagens foi necessário ter em conta algumas
considerações:

 O angulo de pressão α utilizado é de 20°, que é o valor mais utilizado em aplicações


gerais.
 O angulo da helicoidal β utilizado é de 30° escolhido por ser o valor mais comum
utilizado nestas aplicações, podendo variar entre 15 e 25°.
 De acordo com os apontamentos fornecidos a soma do numero de dentes do pinhao Z1
e da roda Z2 deve ser maior ou igual a 60, para poder ter entre eixos de funcionamento
de funcionamento e teórico iguais.
 De acordo com os apontamentos fornecidos o numero de dentes do pinhao Z1 deve ser
maior ou igual a 17, visto ser o numero de dentes mínimo para um angulo de 20° para
que o engrenamento aconteça sem interferências.
 A largura dos dentes deve estar compreendida entre 8 a 10 vezes o valor do modulo m.
 O calculo utilizado para a escolha do modulo é feito através da expressão:
3 40736 𝑃[𝑘𝑊]
 𝑚≥√ 𝑧
× 𝑛[𝑅𝑃𝑀]
 O rendimento do conjunto das rodas dentadas será considerado 100%.

3.1. Equilibragem dos escorregamentos específicos

Depois de escolher os paramentos a utilizados no pinhão e na roda (z, m, β, α) é necessário


calcular os escorregamentos específicos entre as engrenagens. Este processo serve para se obter
um aproveitamento máximo das engrenagens de modo a que o desgaste entre elas seja o
mínimo possível e idêntico.

Para calcular os escorregamentos específicos foi necessário recorrer a diversas expressões de


calculo, tais como:

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Os cálculos das correções das rodas e pinhões foram efetuados com recurso a uma folha de
calculo, recorrendo para isso ao software Office Excel 2016, utilizando a ferramenta Solver,
através da igualdade ϒ1 = ϒ2 recorrendo á seguinte imposição, ϒ1 − ϒ2 = 0 e fazendo variar
os parâmetros X1 e X2.

Os resultados dos parâmetros geométricos para o pinhão e roda foram obtidos utilizando as
seguintes expressões:

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Os resultados obtidos foram:

 Engrenamento entre pinhão de entrada (Z1) e a roda Z2.

m 2 Rb1 21,29016144
Z1 20 Rb2 76,6445812
Z2 72 cos(αa1) 0,831806277
α 20 cos(αa2) 0,905564476
β 30 u1 0,473014576
a' 106,23245 u2 0,473014556
a 106,23245 gama1 0,89758569
p 6,28319 gama2 0,897585619
Pb 5,90426 x1 0,250542575
razão condução 0,85977 x2 -0,250542341
tg(α) 0,36397 x1+x2 2,34554E-07
cos(β) 0,86603 r'p1 23,09401
tg(αt) 0,42028 h1 4,5
αt 0,39786 rf1 21,0951
α't 0,39786 h'a1 2,501085
Bv 0,00000 h'f1 1,998915
B 0,00000 r'p2 83,13843913
K 0,00000 h2 4,5
βb 0,48912 rf2 80,13735408
Ra1 25,59509592 h'a2 1,498914951
Ra2 84,63735408 h'f2 3,001085049

Tabela 1 - Parâmetros de correção de dentado e geométricos para Z1 e Z2

 Engrenamento entre pinhão de entrada (Z1=Z3) e a roda Z4.

m 2 Rb1 21,29016144 B 0,00000


Z1 20 Rb4 72,38654891 K 0,00000
Z4 68 cos(αa1) 0,832150038 βb 0,48912
α 20 cos(αa2) 0,904502539 Ra1 25,5845226
β 30 u1 0,477968435 Ra4 80,0291274
a' 101,61365 U4 0,477968416 r'p4 78,51963864
a 101,61365 gama1 0,915592977 h4 4,5
p 6,28319 gama2 0,915592908 rf4 75,5291274
Pb 5,90426 x1 0,245255915 h'a4 1,509488766
razão condução 0,89157 x4 -0,245254604 h'f4 2,990511234
tg(α) 0,36397 x1+x4 1,31131E-06 α't 0,39786
cos(β) 0,86603 r'p1 23,09401 Bv 0,00000
tg(αt) 0,42028 h1 4,5 h'a1 2,490511
αt 0,39786 rf1 21,08452 h'f1 2,009489
Tabela 2 - Parâmetros de correção de dentado e geométricos para Z1=Z3 e Z4

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 Engrenamento entre pinhão e roda das engrenagens cónicas Z5 e Z6

m 2 Bv 0,00000
Mm 1.66667 h'a2 1,663600477
Z1 26 h'f2 2,836399523
Z2 65 B 0,00000
α 20 K 0,00000
β 30 βb 0,48912
a' 105,0778 Ra1 32,358614
a 105.078 Ra2 76,719136
sen(σ1) 0,371391 Rb1 27,67721
sen(σ2) 0,928477 Rb2 69,193025
r'p1 30,02221429 cos(αa1) 0,8553274
h1 4,5 cos(αa2) 0,9019005
rf1 27,85861381 u1 0,4286129
h'a1 2,336399523 u2 0,4286129
h'f1 2,163600477 gama1 (ɣ1) 0,7501271
r'p2 75,05553571 gama2 (ɣ2) 0,750127
h2 4,5 x1 0,16820
rf2 72,21913619 x2 -0,16820
h'a2 1,663600477 x1+x2 5,04E-07
h'f2 2,836399523

Tabela 3 - Parâmetros de correção de dentado e geométricos para Z5 e Z6

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4.Cálculo de Potências
De forma a determinar a potencia máxima que o redutor é capaz de transmitir é necessário
assegurar que as engrenagens suportam os esforços criados durante o engrenamento. Para tal
é necessário verificar se as engrenagens respeitam o critério de rutura e o critério do desgaste.
Para calcular estes critérios foram utilizadas expressões grosseiras retiradas dos apontamentos
fornecidas nesta unidade curricular.

Para proceder aos cálculos de potencias foi primeiro necessário escolher o material a utilizar,
neste caso iremos utilizar um aço de construção de roda dentas, o Aço G12, que foi escolhido
recorrendo ao catalogo digital da F.Ramada.

Aço G12 - 30 CrNiMo 8


Tensão de Rutura (σrot) 92 kg/mm2
Dureza (HB) 415 HB
Tabela 4 - Propriedades mecânicas do aço G12

4.1. Calculo das potencias pelo critério da rutura


A expressão que foi fornecida para a potencia máxima admissível segundo o critério da rutura
é a seguinte:

 Para o pinhão:

 Para a roda:

Sendo as variáveis usadas:

P1 – Potência máxima admissível do pinhão [kW];

P2 – Potência máxima admissível da roda [kW];

σb1,lim – Tensão limite de rutura de base do pinhão [hbar];

σb2,lim – Tensão limite de rutura de base da roda [hbar];

b – Largura do dente [mm];

m – Módulo [mm];

β – Ângulo do dente;

n1 – Velocidade de rotação do pinhão [rpm];

n2 – Velocidade de rotação da roda [rpm];

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Z1 – Número de dentes do pinhão;

Z2 – Número de dentes da roda;

Kv – Fator de velocidade;

KM – Fator de montagem;

Kbl – Fator de duração;

KA – Fator de serviço;

Yɛ – Fator de condução;

Yβ – Fator de inclinação;

YF – Fator de forma.

 A tensão limite de rutura de base σb1,lim/b2,lim pode ser obtida através do seguinte
gráfico fornecido nos apontamentos da unidade curricular:

Figura 4 - Gráfico que relaciona a tensão de rutura com a tensão limite de rutura de base.

 O fator de velocidade Kv é obtido recorrendo ás seguintes expressões:

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6
 𝐾𝑣 =
6+√𝑣𝑡
2∗𝑟 ∗𝜋∗𝑛
 𝑣𝑡 = 1 [𝑚/𝑠]
60000
𝑧1 +𝑚
 𝑟1 = 2∗𝑐𝑜𝑠𝛽 [𝑚𝑚]
 O fator de montagem (Km) é de novo obtido recorrendo á consulta de um gráfico
fornecido nos apontamentos da unidade curricular:

Figura 5 - Gráfico para obtenção do fator de montagem

𝑏
Como a relação < 1 o Km irá ser igual a 1.
𝑑1

 O fator de serviço considerado para um funcionamento sem choque até 12 horas por
dia foi KA=1 de acordo com os apontamentos fornecidos nesta unidade curricular.

 O fator de duração Kbl é obtido através da seguinte expressão:


0.1
107
𝐾𝑏𝑙 = ( ) 𝑁1,2 = 𝑛º𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 ∗ 𝑛1,2 ∗ 60 [𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠]
𝑁

Onde foi estimado que o redutor trabalharia durante 10 anos cerca de 8h por dia, o que
corresponde a cerca de 20000 horas de funcionamento.

 O fator de condução Yε foi obtido recorrendo ás seguintes expressões:


1
1 1+
𝑁1,2
𝑈1,2 = ∗
𝜋 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝛼𝑡
𝑠𝑒𝑛𝛼𝑡 𝑠𝑒𝑛2 α𝑡 1 1
+√ + 2 +
2 4 𝑁1,2 𝑁1,2

𝜀𝛼 = 𝑦1 𝑈1 + 𝑦2 𝑈2
ℎ𝑎1 ℎ𝑎2
𝑦1 = 𝑦2 =
𝑚𝑡 𝑚𝑡
𝑍1 𝑍2
𝑁1 = 𝑁2 =
𝑦1 𝑦2
𝑚
𝑚𝑡 = [𝑚𝑚]
𝑐𝑜𝑠𝛽

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1
𝑌𝜀 =
𝜀𝛼

 O fator de inclinação foi obtido através da seguinte expressão:

𝑌𝛽 = 0.0002619 ∗ 𝛽 2 − 0.0162143𝛽 ∗ +1

 Por fim para obter o fator de forma foi utilizada a seguinte expressão:
𝑍
𝑍𝑣 =
𝑐𝑜𝑠 2 𝛽

4.2. Calculo das potencias pelo critério da tensão


superficial
Os valores para calculo das potencias máximas admissíveis recorrendo ao critério da tensão
superficial, foram obtidos recorrendo ás seguintes expressões:

10−6 2 𝐾𝑉 . 𝐾𝐻𝐿1,2. 𝐾𝑀. 𝐾𝐴


𝑃1,2 𝑎𝑑𝑚 = . 𝜎𝐻1,2𝑙𝑖𝑚 . 𝑏. 𝑑12 . 𝑐𝑟 . 𝑛1 .
1.96 𝑍𝐸2 . 𝑍𝛽2 . 𝑍𝑐2

Sendo as variáveis usadas:

P1,2adm – Potência máxima admissível do Pinhão/Roda [kW];

σH1,lim/H2,lim – Tensão limite superficial de base do Pinhão/Roda;

b – Largura do dente;

Cr- Fator de Relação;

n1,2- Velocidade de rotação do Pinhão/Roda [rpm];

KV- Fator de velocidade;

KHL- Fator de duração;

KM- Fator de Montagem;

KA- Fator de serviço;

ZE- Fator de material;

Zβ- Fator de comprimento de contacto;

ZC- Fator de genérico;

d1- Diâmetro primitivo [mm].

O índice 1 e 2 correspondem ao pinhão e á roda respetivamente.

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 A tensão superficial de base σH1,lim/H2,lim pode ser obtida através do seguinte gráfico
fornecido nos apontamentos da unidade curricular:

Figura 6 - Gráfico que relaciona a dureza com a tensão superficial de base.

 O fator de relação para engrenagens exteriores foi obtido usando a seguinte relação:
𝑖
𝐶𝑟 =
𝑖+1
 O fator de duração foi obtido usando a seguinte expressão:
1
107 6
𝐾𝐻𝐿1,2 =( )
𝑁1,2

𝑁1,2 = 𝑛º𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 ∗ 𝑛1,2 ∗ 60 [𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠]

𝐾𝐻𝐿𝑚𝑖𝑛 = 0.5

 O fator do material foi obtido recorrendo á seguinte expressão:

2. 𝐸1 𝐸2
𝑍𝐸 = √0.35 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 𝑒𝑚 𝑎ç𝑜 𝑍𝐸 = 87
𝐸1 + 𝐸2

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 O fator de comprimento de contacto foi obtido recorrendo á seguinte expressão:

1
𝑍𝛽 = √ 𝑠𝑒 𝜖 > 1
𝜖𝛼

4 − 𝜖𝛼 𝜖𝛼
𝑍𝛽 = √ (1 − 𝜖𝛽 ) + 𝑠𝑒 𝜖𝛽 ≤ 1
3 𝜖𝛼

𝑏. 𝑡𝑎𝑛𝛽
𝜖𝛽 =
𝜋. 𝑚𝑡

 O fator geométrico foi obtido recorrendo á seguinte expressão:

𝑐𝑜𝑠𝛽𝑏
𝑍𝐶 = √
𝑠𝑒𝑛𝛼𝑡′ 𝑐𝑜𝑠𝛼𝑡′

tan 𝛼𝑡
𝛼𝑡 ← 𝑡𝑎𝑛𝛼𝑡 =
𝑐𝑜𝑠𝛽
𝑚 𝑍1 + 𝑍2
𝑎= ( )
𝑐𝑜𝑠𝛽 2
𝛽𝑏 ← 𝑡𝑎𝑛𝛽𝑏 = 𝑡𝑎𝑛𝛽. 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑡
𝑐𝑜𝑠𝛼𝑡
𝛼𝑡′ ← 𝑎′ = 𝑎
𝑐𝑜𝑠𝛼𝑡′

4.3. Calculo de potencias para engrenagens cónicas


As formulas de calculo da potencia transmitida por um par de engrenagens cónicas são idênticas
ás das engrenagens cilíndricas, pelo que só se vai referir os parâmetros diferentes ou com um
processo de calculo diferente.

4.3.1. Critério da rutura


 As expressões que diferente para o calculo da potencia das engrenagens cilíndricas para
as engrenagens cónicas segundo o critério da rutura são as seguintes:

10−6 𝑛2 𝐾𝑉 . 𝐾𝑏𝐿1,2 . 𝐾𝑀 𝐾𝐴 𝑅 − 𝑏
𝑃1,2 = . 𝜎𝑏1,2𝑙𝑖𝑚 . 𝑏. 𝑛1 𝑍1 ( )
1.96 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑌𝜖 . 𝑌𝐹1,2 . 𝑌𝛽 𝑅
𝑑1 𝑑2
𝑅= =
2. 𝑠𝑒𝑛𝛿1 2. 𝑠𝑒𝑛𝛿2
𝑍1
𝑡𝑎𝑛𝛿1 =
𝑍2
𝑍2
𝑡𝑎𝑛𝛿2 =
𝑍1
𝑏
𝑅−2
𝑚𝑚 (𝑚𝑜𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜) = 𝑚.
𝑅

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𝑅
𝑏≈
3

 No calculo do fator de velocidade as expressões usadas para este tipo de engrenagens


são:

0.9 ≤ 𝐾𝑀 ≤ 1 𝑠𝑒 𝑛𝑒𝑛ℎ𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠𝑜


0.8 ≤ 𝐾𝑀 ≤ 0.9 𝑠𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠𝑜
0.7 ≤ 𝐾𝑀 ≤ 0.8 𝑠𝑒 𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠𝑜

 No calculo do fator de condução, o valor de εα no calculo de N1 e N2 vamos usar ZV1 e ZV2


em vez de Z1 e Z2. As expressões para obter ZV1 e ZV2 são:
𝑍1
𝑍𝑉1 =
𝑐𝑜𝑠𝛿1
𝑍2
𝑍𝑉2 =
𝑐𝑜𝑠𝛿2

 No calculo do fator de forma (YF), o Z1 e Z2 são substituídos por ZV1 e ZV2, cuja expressão
para obter se encontra descrita no tópico anterior.

4.3.2. Critério da tensão superficial


 No calculo do critério da tensão superficial para engrenagens cónicas apenas a
expressão para obter a potencia máxima é que difere relativamente às engrenagens
cilíndricas, pelo que se apresenta em baixo a expressão que nos permite determinar a
potencia:

10−6 2 𝐾𝑉 . 𝐾𝐻𝐿1,2 . 𝐾𝑀 . 𝐾𝐴 𝑅 − 𝑏
𝑃1,2 = . 𝜎 𝐻1,2𝑙𝑖𝑚 . 𝑏. 𝑑12 . 𝐶𝑟 . 𝑛1 . ( )
1.96 𝑍 2 𝜖 . 𝑍 2 𝐶 . 𝑍 2𝛽 𝑅

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4.4. Resultados obtidos para as diversas engrenagens


 Engrenagem Z1-Z2
o Critério da rutura

n1 (RPM) 1440
n2(RPM) 400
Tensão limite de base σb,lim 24
velocidade tangencial Vt 3,48249479
fator de duração (Kbl1) 0,65
fator de duração (Kbl2) 0,67900954 Klb1,2 min 0,65
N1 ciclos 1728000000
N2 ciclos 480000000
Nº Horas 20000
KM 1 se Km<1 Km=1
KA 1
Relação condução εα 1,34517321
Fator de velocidade Kv 0,76276251
Yε 0,74339869
Zn1 30,7920144
Zn2 110,851252
fator de forma Yf1 2,21
fator de forma Yf2 2,2
Yβ 0,749281
P1 (kW) 10,49641
P2 (kW) 11,01471
Tabela 5 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de rutura

o Critério da tensão superficial

Pressão superficial de base σH,lim 95


fator de relação Cr 0,782609
fator de duração Khl1 0,5
fator de duração Khl2 0,524558
fator do Material 87
fator de Comprimento de
contacto 0,862206
εβ 1,27324
fator Geométrico Zc 1,572068
E1 240 GPa
E2 240 GPa
P1 (kW) 4,8577328
P2 (kW) 5,09632066
Tabela 6 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de tensão superficial

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 Engrenagens Z1-Z3
o Critério da rutura

n1 (RPM) 1440
n2 (RPM) 423,5294
Tensão limite de base σb,lim 24
velocidade tangencial Vt 3,48249487
fator de duração (Kbl1) 0,65
fator de duração (Kbl2) 0,6751395
N1 (ciclos) 1728000000
N2 (ciclos) 508235294
Nº Horas 20000
KM 1
KA 1
Relação condução εα 1,33776669
Fator de velocidade KV 0,76276251
Yε 0,7475145
Zn1 30,7920144
Zn2 104,692849
fator de forma Yf1 2,21
fator de forma Yf2 2,2
Yβ 0,749281
P1 (kW) 10,43862
P2 (kW) 10,89163
Tabela 7 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de rutura

o Critério da tensão superficial

Pressão superficial de base σH,lim 95


fator de relação Cr 0,772727
fator de duração Khl1 0,5
fator de duração Khl2 0,519584
fator do Material 87
fator de Comprimento de contacto 0,864589
εβ 1,27324
fator Geométrico Zc 1,572068
E1 240 GPa
E2 240 GPa
P1 (kW) 4,769989498
P2 (kW) 5,956821522
Tabela 8 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de tensão superficial

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 Engrenagens Z4-Z5 – Engrenagens Cónicas


o Critério da rutura

n1 (RPM) 423,5294
n2 (RPM) 169,4118
Tensão limite de base σb,lim 24
velocidade tangencial Vt 1,33154213
fator de duração (Kbl1) 0,6751395
fator de duração (Kbl2) 0,73992469
N1 508235292
N2 203294117
Nº Horas 20000
KM 1
KA 1
Relação condução εα 1,40193212
Fator de velocidade KV 0,83870047
Yε 0,7133013
Zn1 40,0296187
Zn2 100,074047
fator de forma Yf1 2,21
fator de forma Yf2 2,2
Yβ 0,749281
P1 (kW) 3,184642
P2 (kW) 3,506099
Tabela 9 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de rutura

o Critério da tensão superficial

Pressão superficial de base σH,lim 95


fator de relação Cr 0,714286
fator de duração Khl1 0,519584
fator de duração Khl2 0,605312
fator do Material 87
fator de Comprimento de contacto 0,844572
εβ 1,27324
fator Geométrico Zc 1,572068
E1 240 GPa
E2 240 GPa
P1 (kW) 1,749563234
P2 (kW) 2,038229009
Tabela 10 - Tabela com os resultados dos cálculos do critério de tensão superficial

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5. Dimensionamento dos veios


Para o dimensionamento dos veios foi necessário recorrer a expressões grosseiras de modo a
conseguir obter um diâmetro pelo qual fosse possível ter uma ideia geral dos diâmetros com
que iriamos lidar.

Para este tipo de dimensionamentos existem dois critérios pelos quais nos podemos guiar, o
critério da rigidez (a usar em veios longos) e o critério da tensão máxima (a usar em veios curtos).
Devido a questões de estabilidade bem com á geometria dos veios optou-se por utilizar o critério
da rigidez, para veios longos.

De acordo com o critério da rigidez:

𝑃[𝑘𝑊]
𝑑𝑣 = √
𝑁[𝑟𝑝𝑚]

Após calcularmos o diâmetro para cada um dos veios existentes no redutor, teremos que
analisar a solução construtiva a adotar, ou seja se a roda seria talhada no próprio veio ou por
chaveta. Para isso iremos recorrer ás seguintes expressões:

 Transmissão com chaveta:


𝑑𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜
≥ 1,5
𝑑𝑣𝑒𝑖𝑜

 Roda talhada no veio:


𝑑𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜
1,2 ≤ ≤ 1,5
𝑑𝑣𝑒𝑖𝑜
Com estas ferramentas foi possível concluir que:

n[rpm] P[kW] dv[mm] dv norm. dp/dv Solução construtiva


[mm]
Veio 1 (Z1) 1440 5,5 29 30 1,54 Chaveta
Veio 2 (Z2) 400 5,5 39,94 40 4,15 Chaveta
Veio 3 (Z3) 423,5 5,5 39,67 40 3,9 Chaveta
Veio 3 (Z4) 423,5 5,5 39,67 40 1,5 Chaveta
Veio 4 (Z5) 169,4 5,5 49,47 50 3 Chaveta
Tabela 11 - Informações sobre os veios e soluções construtivas

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Foi também necessário fazer um esquema com as dimensões grosseiras esperadas dos veios, de
modo a ter uma ideia das dimensões de forma a poder realizar o calculo dos esforços numa fase
mais adianta do trabalho. Em seguida apresenta-se um esboço das dimensões dos veios:

Figura 7 - Dimensões dos veios

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6.Dimensionamento de chavetas
Para dimensionar as chavetas a utilizar nos veios do redutor é necessário recorrer a dois critérios
diferentes, ao corte e ao esmagamento. Para proceder a este dimensionamento começamos por
escolher o material a utilizar, para isso foi necessário recorrer novamente ao catalogo da
F.Ramada e conclui-se que o aço que se utiliza tipicamente nestas aplicações é o C3 Norma DIN
(CK 45 K). A tensão de cedência deste aço é de aproximadamente 300MPa.

Figura 8 - Solução construtiva veio-chaveta

 Para o dimensionamento ao corte recorremos á seguinte expressão:


2𝑀𝑡
𝑙𝑚𝑖𝑛 = 𝑐𝑜𝑚 𝜏𝑎𝑑𝑚=𝜎𝑐𝑒𝑑
𝑑. 𝑏. 𝜏𝑎𝑑𝑚 √3

 Para o dimensionamento ao esmagamento:


2𝑀𝑡
𝑙𝑚𝑖𝑛 = 𝑐𝑜𝑚 𝜎𝑎𝑑𝑚=𝜎𝑐𝑒𝑑 𝑐𝑜𝑚 𝑁 = 2,5
𝑑. (ℎ − 𝑡1 ). 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑁

Recorrendo as expressões acima mencionadas e á tabela fornecida no inicio na unidade


curricular com a norma DIN 6885 foi possível obter o comprimento normalizado das chavetas
como podemos verificar na seguinte tabela:

Calculo de Chavetas
chabetas 1 2 3 4 5
Mt 36,47569 131,3125 124,0172 124,0172 310,0649 N.m
D 30 40 40 40 50
b 8 12 12 12 14
h 7 8 8 8 9
t1 4 5 5 5 5,5
l min Corte 4,476882 8,058387 7,610688 7,610688 13,04782
l min Esmagamento 6,89261 18,61005 17,57613 17,57613 30,13265

l normalizado 18 28 28 28 36
Tabela 12 - Calculo de chavetas com valores normalizados

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