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O GLOBO. Entrevista com Andreas Huyssen. 24/05/2014 por Guilherme Freitas.

http://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/usos-abusos-da-memoria-entrevista-com-andreas-
huyssen-536931.html

Em seu livro mais recente, passados-presentes, o autor alemão trabalha questões em torno da
memória, da arte e dos direitos humanos.
Defende, de forma mais abrangente que os estudos da memória precisam se alinhar às temáticas dos
direitos humanos. Mas faz críticas, aos abusos da memória, tanto aos discursos nacionalistas de um
passado mítico e ufanista, com das modas retrôs.
De que forma os discursos sobre a memória resurgem ou surgem no brasil após o pós-colonialismo
africano, os movimentos pan-africanista e negritude?
Huyssen diz que a memória é um tema amplamente evocado hoje, no Brasil temos recentemente
uma grande discussão e debate sobre as memórias em torna do tráfico, da escravidão e da abolição.
Comissão da verdade e da escravidão negra, o cais do Valongo, a proposta de um museu da
escravidão..
comissão da verdade e da reconciliação na Africa do Sul, que virou um modelo de ação.
O que demonstram que esses debates estão interligados e não mais são apenas locais e regionais.
Huyssen alerta para o fato de que nem sempre a memória é boa, como muitos pensam, uma vez que
ela é antídoto para o esquecimento, o silêncio e a repressão. Mas existe manipulações que são para
legitimação de violências, racismo, limpeza étnica, como a Iugoslávia.
A memoria está sujeita a abusos políticos e econômicos, o autor diz haver uma máquina de memória
na indústria cultural.
E para o autor a internet nos possibilita o acesso a uma cultura do passado, antes jamais possível.
Ele questiona se isso produz apenas memória ou também produz amnésia?
Novas formas de tratamento da memória surgem das ruínas do modernismo, o que nos ajuda a
reforçar a ideia de que a modernidade não é um fenômeno apenas do Atlântico norte

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