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REFLEXAO TRANSPARENTE SOBRE O ESTADO-DA-ARTE DE PROJETOS DE FUNDACOES EXEMPLOS SIMPLES DE FUNDAGOES POR SAPATAS E ESTACARIAS CRAVADAS Rua das Madressivas, 43 Brookin So Paulo 04704070 oJ Brasil Tol: (011) 533 503 fax (011) 533 9601 ‘e-mail: vmelo7 @ibm.net VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. 1, INTRODUCAO, Com todo o respeito pelo passado, que nos trouxe as competéncias patentes e Presentes, submeto que o enobrecemos mais pela emulagao de sua coragem creativa primordial, do que pela persisténcia desapercebida de laboriosa subjugagao as receitas ¢ regras que nos levaram a becos sem saida. Onde se separam o futuro, do passado, no desafio continuo de escolher, ajustar, Promover, descartar, ¢ periodicamente parar para refletir em retrospecto renovado ? A qual dos dois devemos maior lealdade, ao futuro ¢ a busca pela verdade aprimorada, ou ao passado e a verdade transitoria que nos assistiu ? Curiosamente € no assunto de FUNDACOES que encontramos uma das maiores necessidades de reapreciagSo. Possivelmente a explicag20 seja limpida. Terzaghi (1923) e Terzaghi-Peck (1948) ofereceram ha 75 e 50 anos, © melhor que podiam de bases tedricas e praticas para as fundagdes diretas, Obviamente, toda receita tem que ser cautelosa ¢ superabundante, Particularmente na inffncia de um campo tecnologico, e destinada a aplicagao mundialmente, em fator minimo comum perante diversidade de condigées. E, assim foi 0 inicio da pratica mais sistemética da Geotecnia das Fundagdes Diretas. Entraram as Normas ¢ Cédigos, lamentavelmente restritivos perante temores, ao invés de serem meramente de utilidade como referencial, para aquilatar condigées comparativas, desimpedidas de avangar as fronteiras do conhecimento sem risco. E assim por um lado, para a fundago mais comum e mais barata, desprovida de padrinho por ser de todos, ficou a pritica profissional limitada a condigdes timidas antieconémicas. Por outro lado, o temor por recalques, € a impressdo (por vezes iluséria) de que aprofundando 0 apoio 0 comportamento resulta mais garantido, impetiu o inestimavel e louvavel desenvolvimento das Fundagdes Profundas, sob invengdes, patentes, pesados investimentos, e mercadologia inescapavelmente patrocinados. Aumentaram os custos das fundagdes, e ainda mais com progressivos avangos, felizmente um tanto diluidos pela multiplicagao no ciclo mercadolégico. O grau de erraticidade do conhecimento permaneceu surpreendente, mas, por serem as fundagdes muito mais exigentes (e ipso facto, mais caras) do que necessério, deixou de existir a pressio pelo avango do conhecimento. Sé paga, desapercebidamente, a Sociedade, e 0 custo de vida do “bem-estar”. Resultou nefasto encarecedor, também, o divércio entre a pratica ¢ a renovagio te6rico-desenvolvimentista académica: a primeira, nas fundagdes rasas VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. relegada a semi-leigos, e, nos casos das fundagdes profundas, concentrada em ‘empresas executoras patrocinadoras especificas; a segunda, sem 0 minimo acesso a qualquer das duas realidades, e esvaindo-se em anélises computacionais de idealizagdes de escritorio e mente, £ nesta condigdo real atual que nos cabe exemplificar (a) a necessidade (b) os caminhos disponiveis, para uma reapreciagdo profunda ¢ fecunda, de alta relagdio beneficio/custo no assunto FUNDAGOES, de aplicagao na maioria silenciosa dos milhares de casos do dia-a-dia que realmente condicionam o “pio nosso”. Exemplificaremos a tese com base em casos recentes pertencentes a condigdes das mais favoraveis ¢ simples disponiveis dentro da gama de situagdes profissionais: e como serdo, estatisticamente as diversas condigdes da realidade profissional ? © fato € que foram necessarias decisdes de (a) retomar ao passado respeitado, para dele expurgar os visiveis defeitos ¢ impedimentos (b) propor os novos caminhos a seguir, minimamente exemplificados ¢ justificados (c) passar agora a concitar a0 apoio ao movimento renovador, com tantos dados quanto possiveis, a serem estatistica/probabilisticamente analisados. 2. RESUMO, CONCLUSOES, RECOMENDAGOES. 2.1 Ja em Agosto de 1993, em minha conferéncia de diminuta homenagem a0 gigante executor Odair Grillo!, mostrei que o Edificio Maria Flavia, Praga Carlos Gomes, que era para ter estacas Franki de 17m, foi projetado em sapatas a 4,5kg/cm”; com sucesso an6nimo inquestionavel. 2.2 O “progresso” massificado, conquanto singularizadamente otimizado, chegou A bifurcagio de duas rotinas, ambas encarecedoras, ambas demonstrativas da lamentavel conseqiéncia da conjugaglio de desconhecimentos, desconhecimento do desconhecimento, e esterilizagdo por receitas, normas ¢ cédigos. Fundag6es diretas mais temerosas, ¢ fundagdes profundas especializadas (desejosas de “apoiar no firme”, profundo), ambas almejando zerar o recalque, para disfargar a meta de zerar 0 desconhecimento. 2.3 Exemplifica-se com 0 dado local do Edificio R (1992), em terreno “duplamente melhor” projetado a taxa 10% menor, alcangando recalques de * Conferéncia Odsir Grillo, Revista Solos e Rochas, 18, 2, Agosto 1995, pg. 75-92. VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. poucos milimetros. 24 © grau de desconhecimento para sapatas é diagnosticado como fundamentalmente devido a grande incapacidade de comesar por avaliar (determinar) a Capacidade de Carga (taxa de ruptura), por motivo das coincidéncias felizes/infelizes de (a) Terzaghi ter usado a muleta da Teoria de Plasticidade (dos metais); (b) todos os ilustres contribuintes ulteriores terem seguido a mesma trilha s6 buscando aperfeigod-la em mais idealizagoes Em seguimento definigao insatisfatéria da capacidade de carga, resultam significativas incertezas e disperses na estimativa dos recalques, porque estes variam muito (em proporgdes da ordem de 20:1) dependendo do Fator de ‘Seguranga FS. 24.1 Emprega-se 0 caso recente (ASCE, 1994) de desafio internacional de previs6es para comportamentos carga-recalque de 5 sapatas sobre areia pura, ensaiada a nivel incomparavel, para expor o espantoso gran de desconhecimento. 24.2 Propée-se a seqiiéncia légica, de solugio em dois passos, primeiro por melhor avaliagdio da capacidade de carga por equilibrio limite, segundo, com cdlculo de recalque por aplicago de médulo nominal de elasticidade ajustado ao FS. 2.4.3 Analisando publicagdes das mais categorizadas recentes, recomendadas para previsdes sobre sapatas em areias, demonstra-se as notaveis melhoras que se conseguem para as previsdes de projeto, empregando os ajustes acima, sobre as 2 centenas de provas de carga empregadas nas publicagdes em aprego. 2.5 No caso das e: cravadas, reconhecidas como das melhor controlaveis, inclusive deterministicamente ajustaveis durante a propria execugdo, ‘empregam-se dois casos bem documentados, estatisticamente analisados, para mostrar a irracionalidade de mui elevados FS a que levaram as Normas e Cédigos (dos anos 1946-55) decorrentes precipuamente de estacas de diametros pequenos. Conquanto correlagdes diretas entre pardmetros-complexos.razoavelmente andlogos provejam os melhores meios de previsdo, resulta indispensavel aplicar corregdes de acordo com as contribuigdes diferenciadas de atrito e de ponta. VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. 2.6 Perante a capacidade de previsto de comportamentos carga-recalque de tipos diferentes de estacas, ficam claramente expostos (a) os grandes “efeitos de instalagao” que ironizam os esforgos académicos de definir mais ¢ mais meticulosamente as propriedades in situ dos estratos (b) os enormes FS desapercebidamente incorporados. 27 Em resumo e sintese: um estudo revisionista meticuloso ¢ profundo ¢ indispensdvel, com enormes perspectivas de relago beneficio/custo. A tinica medida valida ¢ a de comportamentos do produto acabado, A amizade reinante nesta nossa profissao entusiéstica, realizadora, faculta-nos condiga0 impar de tal reapreciagao em todos os tipos de fundagdes ¢ solos, tanto os ideais dos estudos académicos, como os genéricos de nossa realidade da pratica profissional 3. FUNDACOES POR SAPATAS. EXEMPLOS. 3.1 Dois edificios altos em Sao Paulo. Uma coincidéncia curiosa favoreceu certas comparagées do decorrer de 40 anos, mostrando a importéncia da experiéncia enquanto a teorizagao era incipiente, e 0 quanto pode resultar insuficiente a proliferago de ensaios (meios) enquanto nao é corrigida a iteragao teoria-ensaio-experiéncia a favor da deciso, segura e econémica. © Cliente do edificio MF. de 22 andares procurou uma altemativa menos conerosa do que as estacas Franki de 17m do projeto jé elaborado; e Grillo sem hesitago resolveu usar sapatas a 4,0 kgf/cm’! Referindo-me a Terzaghi-Peck, ‘inico apoio disponivel naqueles dias pioneiros, eu s6 conseguia concluir que com SPT = 13 a respectiva argila rija ndo poderia aceitar mais do que 1.0-2.0 kg/om?, Seguiram-se noites de insOnia durante as quais eu calculava com todas as variagdes imaginaveis, inclusive conferindo “presses _liquidas” (descontando escavagdes, ¢ acrescentando peso da sapata, cf. Taylor, 1948) e timidamente expus ao Dr. Grillo que a pressao limite estipulada seria excedida, chegando a 4,5 kg/cm?, No intimo confesso que nutria premincios apavorantes de que minha primeira responsabilidade séria de fundagao, projetada por um geotécnico D.Sc. do M.LT. em vias de ser desmascarado, acabaria com um orgulhoso edificio reduzindo-o a uma pilha de escombros! Grillo cagoou da diferenga de 10% e confortou-me dizendo que 0 Cliente economizaria tanto que consentiria prazerosamente a que fizéssemos duas provas de carga diretas, ‘complementadas por uma série de ensaios especiais (hoje convencionais) sobre VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. amostras indeformadas em bloco. Foi o suficiente para me aliviar dos temores, principalmente porque os ensaios, e os calculos pseudo-tedricos empregados na época plenamente justificaram a decis4o confiante do Grillo. Por sinal, assinale-se que a execugo de provas de carga de placa conforme instalada no Brasil incorporou uma mistura respeitosa do Cédigo de Boston, com o ensinamento absorvido da preferéncia por placas maiores, para diminuir erros. Ora, cabe assim refletir, ab initio, que tais iniciativas, corretamente intencionadas, de nossos primérdios, automaticamente resultaram num conservadorismo maior (do que 0 de Boston), no tocante as taxas admissiveis em fungo de recalques, pela tendéncia a recalques da ordem de 2 vezes maiores para a placa de 0,8m do que para a de 0,3 x 0,3m (em fungao do maior bulbo de pressio) enquanto foi mantido o limite de 10mm de recalque daquele Cédigo para fixagdo da taxa admissivel’. Para ndo nos estendermos, resumimos que no comentario supra sobre nosso Cédigo esté ineorporado um conservadorismo complementar pela adogdo idealizada, simplificadora, da proporcionalidade de recalques as dimensGes das sapatas respectivas (presumido um material homogéneo elistico): na quase totalidade dos solos existe uma melhora com profundidade, que reduz. um tanto a proporgio dos recalques das sapatas maiores, e, ainda mais, uma melhora do E nominal por redugdo do FS (Fig. 10). Na Fig. 1 estdo resumidos os dados basicos dos subsolos dos dois edificios, dados tipicos com que se resolvem quase todas as fundagdes importantes de Sao Paulo, ¢ do Brasil. Na Fig.2 resumem-se as curvas pressto-recalque ‘comparativas, e, bem assim os poucos ensaios convencionais pertinentes. Cabe notar que 0 subsolo melhor do edificio R (1992) refletido nos valores SPT € confirmado na comparagao dos ensaios edométricos. Lamentavelmente a adogdo da placa maior conjuntamente com 0 recalque menor codificado, provocou a contrapartida desfavordvel na nossa pratica de fundagées rasas, de quase nunca pesquisarmos nem passarmos a conhecer a taxa de ruptura da placa (dado de inestimavel valia). Veja-se na Fig.2 que as provas do Edificio MF com placa de 0,8m se limitaram a recalques inferiores a 1% da dimensio da base: ha quarentena de anos (¢ especialmente desde 0 Simpésio LARGE-BORED PILES, Londres 1960) ficou razoavelmente estabelecido que 0 Gnge Se define correspondente a recalques da ordem de 8 a 10% do diametro 2 fem contraposig#0, como os limites codifcados decorrem da experiéncia, cabe lembrar que (1) aé aquela é90 Fer-se uma tentativa de acompanhar as tensdes na base do pilar mediante strain-gages, mas sem sucesso, Por curiosidade comemtamos : em quantos edificios, e quais, foram jamais confirmadas por medidas fmaomvelivente de-igaas os careganonioe mus cin compernao com on Ghdoe poke edculoe doe ‘engenheiros estruturais ? VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. A) Curvas tensdo — deformagao adimensionais By Gama Para AuUSTE DO COMPORTAMENTO REAL 30 50 cm] EDIFICIO R TENSAO (kg/em*) PLACAS EDIFICIO MF1—— EDOMETRO- 0 2 4 6 8 % RECALQUE OU DEFORMAGAO ESPECIFICA B) Edificio R - Gama de deformabilidade de resultados. ‘20000: ‘2 ENSAIOS DE PLACA *(EXPANCELL) ™ cINCOPRESSOES SUCESSIVAS, COM PRESSAO DA SAPATA = 2 kg/cm? ‘cROSS- HOLE 1s000\ 10000: E (kg/em?) Soot Ooor OO at 10 DESLOCAMENTO (%) * EXPANCELL = Célula expansiva hidrodinamica. Fig, 3 - Ataques pratico vs. via pesquisa tensio - deformagao fortemente associada a valores FS presumidos: se forem baixos, ocorrem fissuras ¢ rachaduras, e, se forem demasiado altos surge a busca por melhoras, economias. As solugdes de capacidade de carga em principio tem que ser to corretas quanto possivel, enquanto inquestionavelmente seguras: a seguranga VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. dominou os primeiros passos, deixando 0 desafio da “veracidade” como busca perene. Verdade medida e calculada como? E em que passos parciais, disponiveis para melhoramento Progresivo, especialmente a luz dos avangos exponenciais de capacidade computacional Em retrospecto, cabe reconhecer que a realidade “fisica” de uma ruptura de sapata, “ecalque incessante” sem incremento de pressio, tem algo de nebuloso, indefinido. Enquanto isto, era limpido 0 conceito (estrutural) da estética do corpo sélido no espaco, ¢, natural a percepgo dos escorregamentos de taludes e macigos arrimados, levando a solugdo do equilibrio estatico do corpo sélido ideal, rigido, isolado. Na comparagdo com as solugdes mais teérico-matematicas do equilibrio “plistico do sélido ideal” Prandtl, 1921, Frohlich 1934, etc...) a solugdo assimétrica de ruptura de base de Wilson (1941), mesmo que restrita ao equilibrio-limite de superficie circular de Fellenius, merece interesse. Considerando que as solugdes de capacidade de carga, ¢ de estabilidade de taludes, desde cedo bifurcaram em caminhos diferentes, parece proveitoso um pequeno preambulo: (A) A condigdo 3-dimensional (3D) comparada com a 2D, ocorre em ambos os problemas, embora mais acentuadamente nas fundagdes. Através de décadas as solugdes de equilibrio-limite progrediram em 2D; os ajustes para casos 3D. comegaram a ser implementados mais recentemente. Enquanto isto as solugdes de teoria de plasticidade de capacidade de carga buscaram fatores de forma 3D desde 0 comego. (B) Possivelmente a realidade da necessidade de calcular muito maior nimero de casos (edificios, e, em cada, muitas sapatas com dimensdes diferentes) induziu preferéncia por solugdes da teoria de plasticidade, mais propicias a0 provimento de tabelas e abacos dos fatores complexos (©) Possivelmente a sedugao das teorias de plasticidade pode ter decorrido de uma coincidéncia historica de sineronismo. A solugio de Prandtl (1921) exata ¢ nica‘ para uma sapata corrida lisa (sem atrito de base), conjugada com um material Mohr-Coulomb (c,p) puro (embora sem peso) deve ter constituido uma dadiva irresistivel para as necessidades de Terzaghi. Os movimentos “ simuttancamente de limite terico superior ¢ inferior, segundo conceitos e andlisesulteiores. VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. instabilizantes de corpo rigido-plistico eram a regra em todas as analises também de estabilidade de taludes, de empuxos sobre muros etc... No havia questionamento (antecipado) dos postulados ulteriores Drucker-Prager (1952) de regras de movimentos associados e ndo-associados, postulados de normalidade, campos estética e cinematicamente admissiveis, campos de velocidades, etc. Os dois problemas assinalados, de base lisa e solo sem peso pareciam atendiveis por expedientes de engenharia correntes na época’. Assim, resulta convidativo inferir que foi aberta uma avenida principal para uma multiplicidade de publicagdes respeitaveis sobre solugdes da capacidade de carea via Teoria da Plasticidade, com todos os seus refinamentos idealizados. (D) Meus questionamentos relativos a tais assuntos infelizmente repetem o apelo cAndido j4 remoto (de Mello 1969). Concisamente, observa-se que na pritica os engenheiros de fundagdes retomam as raizes, essencialmente Terzaghi, no obstante as simplificagdes justificadas dos primeiros passos. A favor de uma perspectiva de progresso, com iteragdo entre os académicos ¢ os priticos de fundagdes, apelo para que corajosamente abandonemos ab limine as solugées via teoria da plasticidade ¢ seus postulados e resultados matematicos’. Solusdes via Equilibrio Limite, formulas e fatores de capacidade de carga, andlises numéricas por elementos finitos levando a solucdes de equilibrio-limite. Para comecar, é irtefutdvel que todos os casos de rupturas de fundagdes mais largas (tanques, silos, estoques, etc...) sempre foram assimétricos (N.B. constitue um erro frequente nos circulos intelectuais, respeitar a verdade como matematica e simétrica®). Tais casos, ¢ 08 de aterros sobre solos moles, sempre foram analisados por equilibrios limite. As deficiéncias iniciais que contiuavam —persistindo foram —_sendo progressivamente diagnosticadas e corrigidas: por sinal, mais cedo, melhor, € convincentemente, do que no caso paralelo da teoria de plasticidade “Impurezas teéricas” tem sido questionadas, limitadas a faixas reconheciveis, € sistematicamente ajustadas e removidas. So tantas as obras geotécnicas que dependem confiantemente destas andlises, que cabe expressar a estranheza 5 1.6. com micro-deformagées, por obrigagdes mateméticas, de AV = 0 através das massas em deslocamentos cisathantes, ¢ implicando no ingulo de Hvorslev ge respectvo. Tas como a transferéncia de eixo de Caquot, a aplicagio de sobrecarga na superficie, ¢ mudando as formas das cunhas ¢ diregtes das tensées principais para respeitar 0 Angulo entre tenses principais € de rupture {De verdad, sfo as cis determinisicas que tm qu se adapar ans solos, ¢ no o avers. simétrica de bases ocorre quando as colunas (acima do terreno, ot estacas) suficientemente ee ee ee ct fe pin 2 toe o se go an pees ie ‘semelhanga as sempre-presentes pequenas diferencas materiais dos solos. u VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. quanto a permanéneia da prioridade dada a capacidade de carga de sapatas via plasticidade: cabem algumas perguntas incisivas: (a) as realidades razodveis de andlises 3D vs. 2D” ; (b) a dissociagao de fases de deformagio progressiva, das andlises de ruptura final’® ; (c)a grande desproporpdo de tensdes aplicadas para com as iniciais do terreno. Isto concita a uma aten¢So muito especial, por priorizar solugdes condizentes ‘com maior flexibilidade de pardmetros, e andlises sucessivas por degraus. (@) capacidades computacionais aumentaram exponencialmente; 0 que poderia favorecer qualquer linha de ataque, porém, tende a seduzir mais a favor de sofisticagdes. A erudigo percebida ¢ admirivel (conquanto quiga negligenciada pelas simplicidades da Natureza), mas admiragdo reverente pode ser atrofiadora. Qualquer que seja a andlise, geomecanicamente razodvel, que se adote, € 0 grau de sofisticagio a que chegue, reconhegamos humildemente que nunca obviaremos aos fatores de ajuste estatisticos teoria-d-pratica. Portanto quanto mais se dirijam os esforgos na diregdo de aperfeigoamentos cientificos © matematicos sobre solos ideais, mais postergamos encarar a realidade. Decorridos 25 a 20 anos de que Terzaghi (1943) ¢ Terzaghi-Peck (1948) ofereceram as avidamente desejadas recomendagdes que me ajudaram em ‘meus proprios primeiros passos, profundamente preocupados, para sapatas de edificios-torres, .coube-me submeter (México 1969) umas preocupagdes profissionais que persistem: (1) 08 interesses ¢ necessidades da pritica profissional abundam nos “solos genéricos” de parémetros c, @ continuamente variantes nominalmente linearizados, e de deformabilidades grandemente variantes em resposta a velocidades de carregamentos. Todavia, até o presente, a maioria dos desafios ° ste problema ocorre, em graus diferentes, em muitos casos, com diferentes “solugées de intermediago ‘engenhosa”: nio faltam avangos, Para andlises 3D de estabilidade de taludes refirase por exemplo, a Lam ¢ Fredtund, 1993. "© este problema ¢ tio velho quanto o “pecado original” da beneficiéncia de Terzaghi com sua solugo para “ruptura local” (analogamente seguida por Vesic com seu “indice de rigidez” para fundagSes profundas). ‘Ocorre em todas as andlises até o presente, sendo recentemente abordado por elementos finites evoluindo as ‘andlises-limite (ex Frydman e Burd, 1997) VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. tericos (teoria da plasticidade) e experimentais ( de modelos e de campo, bem raros) quanto a previsio-comportamento, sistematicamente se esquivaram de qualquer solo salvo os ‘“puros”, areias de c = 0, e argilas de @ = 0. (2) Em 1969 relembrou-se que nos primérdios era compreensivel ¢ perdoavel admitir uma equagdo unica t-c+o tg @''. Em todas as derivagées da teoria da plasticidade esta hipétese continua inalterada (inalteravel 7) a despeito de 50 anos de reconhecimento que ela nio é defensdvel. Serd que estamos menosprezando as responsabilidades de nossos colegas, e/ou nossa propria credibilidade ? Permita-se deixar de lado os problemas viscerais adicionais, longe de serem aplicaveis na pratica, de se extrair pardmetros de segunda ordem a partir dos ensaios correntes de laboratério (ex. Angulo de dilatincia, etc...cf ASCE WORKSHOP na McGill Univ., 1980). A adverténcia de 1969 era de que nas derivagdes originais dos fatores Nc, Nq, Ny da capacidade de carga, intervinham simultaneamente os trés tipos convencionais de ensaios, ¢ isto ‘em proporgdes diferentes dependendo de dimensdes e de diferentes gamas de pressdes: 0 “verdadeiro” Angulo @* de pressdes efetivas em determinar ( via geometria inocente da teoria de plasticidade) a forma da superficie de ruptura; algumas envoltorias “apropriadas” adensadas-rapidas (de condigdes variadas ao longo da superficie deslizante) influenciando o ds/dy‘z de resisténcia a0 cisalhamento com profundidade; e as equagdes répidas-répidas para diferentes elementos de solo, definindo as resistencias ds/dq afetadas pelo nivel de presses da sobrecarga e do proprio incremento de pressio devido & sapata (prudentemente tomado como rapido, ndo-drenado, para _materiais compressiveis, pelo menos perante as cargas vivas). Cabe aqui mencionar que para um material ideal ja houve um passo parcial na diregao acima resumida. Foi o desenvolvimento por de Beer (1963) do realismo 1 Bm vista da accitaglo generalizada da unicidade da envoltéria em presses efetivas (como figurad, cf Fig, ao longo da maior parte da gama de pressées nos dados da Argila de Londres, Ashford Common Shaft, Geotechnique 1965, 3) lembramos que para uso de tal envoltéria € indispensivel que s3 assim associado a compressio pseudo-eléstica como dominante) Empregando aproximagdes de primeiro grau extraidas dos ciclos de carga- n VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. descarga, das 5 provas de carga confirma-se (desconsiderando, por enquanto 08 inevitiveis efeitos de tempo) os efeitos geotécnicos esperados (Fig. 10) para a relago EVE, dos médulos nominais da recompressio comparada com a compresso virgem incremental (a) que variam muito com 0 FS (b) so muito maiores com os mais baixos valores de FS que provocam maiores acomodagdes cisalhantes irreversiveis, (c) foram maiores (ex. 8-10) para FS2 5 do que o valor de 3 prudentemente adotado. Os dados de Burbidge 1982 s&io resumidos na Fig.11 com regresso para a influéncia do tamanho. Nao é um grifico para c constante, como empregado por Bjerrum-Eggestad, mas para uma relacéo constante p/c, pressio aplicada adotada para recalque “aceitofobservado”. Os grupos de compacidades das areias déo uma tendéncia razodvel de recalques aumentando (aproximadamente 20-30 vezes nos limites) em progredindo de muito compacto, compacto, compacidade média, pouco compacto, a fofo. Assim a propor de 20 30 se aplica ou a presses para um mesmo recalque, ou a0 inverso de recalque sob uma mesma pressfo, em areias desde muito compactas a fofas. & interessante observar 0 paralelismo bem proximo para as diferentes, . Aparentemente todos os FSs (desconhecidos) eram suficientemente altos para comportamentos nominais pseudo-elasticos (FS> 5), Ahtchi-Ali e Santamaria, 1994, incorporaram “todos” os dados anteriormente publicados. A regressao geral resultante relativamente pobre (Fig. 12) convidou inclusio da forte influéncia do FS. As freqténcias dos valores FS (presumidamente envolvidos) foram tomadas com relagao a hipotese de 10 14 18 Fs 22 26 30 Fig. 10 - Relagdes de médulos nominais, na recompressZo vs. na gema virgem de tensdes. B VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. 1000 100 p/o<100 (mu/kN/m?) Fig. 11 - Dados de Burbidge 1982, reanalisados estatisticamente a) globalmente (correlagdo fraca), b) subdivididas em grupos (algo melhor). primeira-aproximagdo da aplicabilidade do on ¢m 0,1B da equagao de Plantema. Os dados, assim separados por grupos de FS, dio regressdes separadas bastante sugestivas. Por sinal, mesmo as variagdes de ? parecem sugestivas, sendo menores nas extremidades (a) quando mais proximas de rupturas (b) quando incorporando uma gama maior de FSs altos. Uma breve referéncia final tem que ser feita com relagao as questdes peculiares de recalques de rastejo, abordadas tanto por Burbidge (1982) como pelo concurso Briaud-Gibbens 1994 seus dados. O grifico log-log oferecido por Burbidge (Fig. 13) incorpora demasiadas variaveis e resultados demasiado dispersos, embora tenham sido subdivididos em trés faixas de compacidades comparativas. As velocidades de recalques sfio dadas em mm/ano x pressdo, € as magnitudes variam desde cerca de 20cm/ano para It/m? até cerca de 10° -vezes aquela velocidade. A regressdo geral (Fig. 14) eivada de questionamentos implicitos, sugeriria um recalque de rastejo de 9mm em 30 anos sob uma pressdo de 0,1 m2 (1KN/m”); um comportamento que extrapolaria para 9cm para It/m?, que parece altamente irrealistico. Com velocidades tipicamente muito menores 0 comportamento passa a ser uma parte inexoravel da vida, especialmente se todas as sapatas estéo sob a mesma pressio o € niio VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. 10000 3 [SmvB= 0,10] ° eo Recalque medido (mm) 3 \ XA-105,0 40,75) a1 srs re ol 1 Largura da sapata (m) '0 100 Fig. 12 - Pressdes de ruptura tomadas a recalques de = 10%B. Valores de FS correspondentes estimados baseado na equago de Plantema. diferenciadas por tamanho FS, assim presumidamente comportando-se muito semelhante. A maioria dos materiais de construgdo nao soffe, de velocidades de deformagao (total, e diferencial menor) facilmente acomodaveis por suas redistribuigdes de tensdes-deformagdes. Aceitando os dados tais como disponiveis, inquestionaveis e ndo-melhordveis, passamos a pesquisar regressées separadas para as diferentes compacidades: tendéncias de diferenciagdes plausiveis comegam a transparecer. A critica instintiva conceitual se faz sentir de que as 5 provas de carga de sapatas tenham nominalmente (codificado?) aceito que os recalques de 1 a 30min jé pertengam ao fendmeno de “rastejo secular”. Nao se pode extrair conclusdes de precisdes de gramas com pesagens em balangas de kgs. Medigdes precisas e graficos de fragdes de mms. ao longo de fragdes de minutos comegariio a permitir diferenciagdes de “deformasées nio-instantineas das massas”, em comparago com as ulteriores microdeformagées de rearranjos da estrutura granular. O caminho a partir do grosseiro e codificado, para o preciso, pesquisado, no tem proveito salvo sendo invertido. VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. mov m4 s.000 5 200 g 100 5 soil Sm 6 00 gS eile ol. [2 al Stow ' s 8 Zz 37 $ 1 ge 3s i ea on os on oor 2 $2 30100200 300-1000 20005006 toes F000 tempo ~ + (dias) —_ so ie ne ona aelT ag tempo - / (anos) —_ Fig. 13 - Grifico para estimar tentativamente a importincia relativa de recalques em areias, dependentes do tempo. Emprego para projeto restrito a sapatas de 10 - 30 m de largura. 26 VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. ° ° g = 0,84 Gera: | _[e=0,73] Fofo: * = 0,92} | Mecte. Compacto:|_—*» F=061 ft | oFoi = | | gfe cnet | 4 Me C || >Compacto AMuito Compecto | Tano 2ence 8 | ‘Veloc. de recalque (mm/ano x KN/m*) 2 1 10 100 1000 10000 ‘Tempo (dias) Fig. 14 - Dados de Burbidge 1982 sobre recalques retardados (Fig.13), admitidos como de "rastejo", reanalisados quanto a velocidades. 3.4 Efeito de tamanho, e de forma, sobre capacidade de carga de sapatas sobre areias. Acrescento esta meng4o porque por coincidéncia chegou-me no escritério a 16/Dez/98 0 iltimo mimero da Revista SOILS and FOUNDATIONS, Vol.38, 3, Set.98, da Soc. Japonesa de Geotecnia com um artigo intitulado “Prediction of ultimate bearing capacity of surface footings with regard to size effects”. A inode justifica os estudos com a seguinte afirmago, que pouco difere de minhas afirmagdes: “While Terzaghi’s bearing capacity formula has contributed remarkably to the practical design of foundations, the lack of consideration of scale effects has prevented an appropriate design and led to inflated construction costs." Emprega andlises por Elementos Finitos'’ com equagdes ndo-lineares de resisténcia, ¢ estabelece equagdes simplificadas levando em conta os niveis médios das tenses: finaliza comparando suas previsdes aproximadas com 0s resultados de algumas séries de ensaios. As séries de ensaios incluiram sapatas corridas, circulares, ¢ quadradas, e, num caso, trés diferentes compacidades Relativas Dr: foram quase todos ensaios em modelo centrifugo; num caso "6 Relativas ds quai repito minhas reservas enfiticas, por admitir a rupeurasimétrica passando pelo meio da ‘spota, superficial 27 VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. incluiram-se ensaios sobre placas quadradas de larguras variando de 0,3 x 0,3ma 1,3 x 1.3m. Muito resumidamente aproveito para enfatizar: 1) © assunto volta a ser considerado de suma importancia, inclusive ‘econémica. 2) Pela Fig. 15 fica bem caracterizada: (2.1) a grande influéncia da Compacidade Relativa Dr. Para determinadas larguras (sapatas corridas) a relago de ge adimensionalizadas chega a variar da ordem de 2 a 2,5 vezes variando Dr entre 88% e 58%. Largura adimensionalizada yB/oa: Giug adimensionalizada 2 Onyq/yB — 2 ug / YB ‘yBlo, | Dr= 58% 74% 88% 0,003 215 351 534 0,03 123 187 285 04 70 100 147 (2.2) nota-se, porém, que os pontos experimentais para'a areia pouco compacta Dr = 58% em sua maioria caem bastante (a cerca de 65%) abaixo da previséo. 3) Nas Figs. 16 ¢ 17 fica patente a grande queda do Gg adimensionalizado com 0 aumento da dimensao: proporgdes da ordem de 70 a 80% na gama de variagdo de larguras adimensionalizadas de 0,003 a 0,4 (fig. 16) e 0,02 a 018g. 17). 4) As Figs. 16 ¢ 17 indicam um acentuado efeito (presumido) de forma, porquanto as sapatas circulares Fig. 16 todas dio Grp da ordem de 60% maiores do que previsto, enquanto as sapatas quadradas Fig. 17 indicariam Gage da ordem de 65% menores do que previsto. 4, BREVES ANOTACOES SOBRE ESTACARIAS, CONFORME JA EXPOSTAS EM PUBLICACAO ANTERIOR. Enquanto aqui se expde (a) 0 quanto se pode e deve aprimorar os conhecimentos de comportamentos de sapatas, mesmo em solos ideais (b) a fortiori, quanto faltara complementar para solos genéricos (c) o quanto os 28 VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. T T —o—:TS-1 D,=88%, 7kNIn? SERIES TS 50 | AREIA TOYOURA SAPATASCORRIOAS —Okahara el al_(1900)_/ 0,001 oT ), LARGURA DA SAPATA ADIMENSIONALIZADA, y8 /c, Fig. 15 - Comparagio de capacidades de carga previstas e medidas nas séries TS-1, 2, 3 de ensaios de modelo centrifugo. Sapatas corridas. allie 2kNin g TANI 500 | 7G g Sa @s Be : s : mH Stool Ug ess 8 i 6 1 cme LINO ILI) er Pa ine SAPATAS CIRCULARES. g a= 16.5 kN elton Kusakabo ot al. (1991) | D+= 80% 2 ae So et og Es 100 3 8 é 50 0.901 0.0% 04 1 LARGURA DA SAPATA ADIMENSIONALIZADA, 78 / oa. Fig.16 - Comparagio de ony previsto e medido, Séries IC: sapatas circulares, ensaios em modelo centrifugo. desconhecimentos atuais representam de énus liminar, inflacionério, de aumento de custo de vida e de redugdo da qualidade de vida (d) 0 como é l6gico e promissor 0 avanco dos conhecimentos no setor : em contraposigio, reconhecendo 0 encarecimento representado por alternativas de fundagdes profundas, merecem ser reproduzidas apenas 29 VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. SERIES oa g SHIRATA ESCORIA § Sheatas CuaonADAs 3 10000 + ~~ S + 5 £ 5000 3S 3 a 6 + —rrevsr0 + :Kusakabe et al.(1992) 1000 4 0.01 0.05, 0.1 Fig.17 - Comparagao de capacidades de carga, previstas e medidas, séries SQ sapatas quadradas, prova de carga de placas in-situ. algumas conclusdes impactantes de um estudo passado recente (conferéncia Odair Grillo) sobre estacas, demonstrando 0 quanto estas incorporam FSs ¢ custos ainda maiores 4.1 As. formulas-receitas AOKI-VELLOSO e DECOURT-QUARESMA parecem dar resultados bem semelhantes (Fig. 18), representando comprimento de penetracdo de estacas cravadas garantidas de proverem resistencia nitidamente maior do que necesséria (pela Norma). Essencialmente refletem limites de penetrabilidade sem dano. Pouquissimos dos dados (de per si relativamente poucos) se aproximaram de rupturas efetivas, particularmente para maiores diimetros. Sobredimensionam. Comprovam validez de correlagées diretas de pardmetros complexos globais de fenomenologias analogas, SPT +> Penetragdo da Estaca. Merecem, e conclamam a, bons reforgos de dados estatisticos. 4.2 As provas de carga dinamicas PCD compreensivelmente funcionam bem nas gamas de pequenas deformag6es (Fig. 18). Frize-se que a Norma Brasileira desapercebidamente também se fixou em pequends deformagoes, desfavoravelmente aos grandes didmetros. Também passaram ¢ passaro a consagrar decisdes conservadoras. 4.3 Numa estacaria de > 700 estacas pré-moldadas de concreto (Fig. 19 20) apenas 4% das estacas dariam carga de projeto (com FS = 2) menor do que a VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. A) CARGA - LIMITE PREVISTA 240 'SONDAGENS, TOMADAS A ESMO- 200 CALCULADO PARA FROFS. a | BoeseeS = 160: B | son=oecoumt 8 tm a z. a 2 120 100 240 300 DECOURT & QUARESMA (t) B) EXPERIENCIA MUITO DIVULGADA, SEMELHANCAS DE DLT (DINAMICA) E SLT (ESTATICA), a “Tt T a 7 = DINAMICO DMX 8 of ‘ a i 7 s = 3 sonesf x z N s . : = sem str B |_| pin een || —_\ g L= 12m 3 QR = 539 1 & # | o 20 a0 oO 3 Wo CCARGA: RMX / OR (34) oe) ESTATICO vs, MAX. CARGA DINAMICA D) DADOS- [QR = CARGA NOMINAL RUPTURA/“ 2 7 = [Rtoxcoonince siren, wt Le S |necenasrusuicnoas «67 ad z4 Se | 7 s i = ve 3, Doreen © |ospensto 20% : - ne ze * a Z £ we g LR oe a4 4 ore | “| \ Sor (OR MEDIO NOMINAL (1) MAX CARGA ALCANGADA NO OLT(*) Fig. 18 - Dados de estacas cravadas validando correlagées - indice com SPT, € provas de carga dinémicas DLT. 31 VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. ranaue-1 ATeRRo coMPACTADO DeEAMIOESTRADN (e) 2 eee & ee "ARGILA MARINHA. , : uate atone uae ere Bw oe are 8 eres" ZB 2* PARRA ARENOSA” le 5 rears Arena suosa 2 ols (cot SEIER rol ARCA SLTOSA wemrr ‘gersen Fig. 19 - Dois casos de grande nimero (>700) de estacas cravadas de conereto, bem documentados. DADOS DO TANQUE DISTRIBUICAO_ REAL DOS DADOS ONTOS DENTRO DA, DISPERSAO < 5%. 100: MELHOR GAUSSIANA CARGA DE PROJETO DA ESTACA (0) ESTRUTURAL 255 ATRITO NEGATIVO 170 TOTAL, 25 CRITERIO DE REJEICAO SOBRE ‘CARGA DE PROJETO POR QUE FS=2? Fs=2 PROBABILIDADES CUMULATIVAS 90 130 170 2i0 (CARGA MOBILIZADA - Qe (0) . DADOSOOATERRO E 2 DarmBugko woman 7S, 250 TRIAL POR ESTA OE EXTREMOS fecaune ‘COnSTANCIA APARENTE INEANCADA cocouermco scone anaivas| ae sare OMERO DE ESTACAS —eittocgimaeh: I. * 1 escna da POF iontagtomatematca hpi) a npacaba, apron [NUMERO DE ESTACAS 2 Antes scastvas poo Bayesian, fovrecando ects sca person, © sacho PROBAB. (%) FS < PROBAB. (ih) FS<10 causa not Fig, 20 - Estacarias de T e E: exemplos de andlises estatisticas, e conclusbes 32 VICTOR F. B. DE MELLO & ASSOCIADOS LTDA. especificada. Como justificar para um tanque (pressio conhecida, invariavel) o desejo de FS maior do que, digamos, 1,3? Codificago de FS fixo é um contrasenso. Estacas criteriosa/deterministicamente controladas na cravagdo resultam em FSs min. e max. de 2,5 ¢ 2,9 respectivamente (Fig. 20) na mediana. 4.4 Inquiricdo sobre pontos usuais especificos de normas, e da Norma Brasileira. Valemo-nos da coincidéncia de contar com um segundo caso, E, também de > 700 estacas cravadas, ambos com ponta apoiada sobre saprolitos densos de granito-gnaisse, sabidamente de notoria erraticidade de densidades de ponto a ponto, incluindo matacées residuais. (a) Em primeiro lugar, estatisticamente € necessério testar qual a fungao de distribuigao mais aplicavel. Testaram-se sé duas, Gaussiana e Log-Gumbel: neste caso a segunda resultou mais fértil. (b) Normas costumam exigir provas de carga num mimero minimo de estacas (p.ex. 1% Norma Brasileira), na Fig. 20 esto indicados os resultados de umas andlises de tipo Bayesiano (sem admitir qualquer aplicagao de raciocinios de decis4o) para conferir que mimero de estacas cravadas alcangariam uma conclusio constante (p.ex. de menos de 1% das estacas terem risco de FS < 1%). Admitiram-se duas formas de condug%0 do trabalho da estacaria, avangando geometricamente, ou randomicamente. Concluiu-se (via a distribuigaéo Log-Gumbel) que apés 160 estacas (geometricamente) ou 340 (randomicamente) a conclusdo alcanga a consténcia, (©) Ainda com estacas individuais, na Fig. 21 pesquisou-se qual seria a conseq{iéncia, em recalques, se a carga estrutural sobre a estaca dobrasse (ref. FS = 2), e/ou a estacaria fosse reduzida a ~ 60%. Note-se a significativa economia. O incremento de recalque, sem contar com efeitos de grupos, € redistribuigdes, seria de apenas 9mm. (d) Admitindo grupos (de até 9 estacas) com carga média aritmética respectiva, na Fig. 22 vemos que as probabilidades de rupturas diminuiriam para menos de um-décimo da probabilidade atribuivel a cada estaca individual probabilisticamente. 3

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