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Health Belief Model ou Modelo das Crenças da Saúde, criado por Estes modelos ignoram que nem todas

modelos ignoram que nem todas as pessoas têm capacidade para Os teóricos desta geração postulam que a aprendizagem ocorre quando as
Rosenstock e seus colaboradores nos anos 60 do século passado, compreender a informação, e esta só tem interesse quando o sujeito lhe pessoas interatuam com o mundo reorganizado. Esta concepção se centra
Teoria da Autopoiesis, criada por Humberto Maturana e Francisco Varela encontra significado); e nem todas têm recursos (culturais, sociais, na percepção, na forma como cada indivíduo interpreta a informação que
nos anos 70 do século XX./A educação para a saúde (tida desde Ottawa, psicológicos ou materiais) para pôr em prática as recomendações. Como recebe.A aprendizagem se insere, pois, em processos e esquemas de
1986, como necessária para a promoção da saúde) é uma área que tem afirma Kemm (1991, cit in NAVARRO, 2000, p. 16), na realidade está conhecimento pré-existentes que quanto mais organizados estiverem,
sofrido influência de vários campos: Pedagogia, a Psicologia, a Sociologia, a perfeitamente demonstrado que a informação, por si só, não é geradora de melhor acomodação proporcionarão...A terceira geração, “crítica”, que
Biologia, a Antropologia, a História, a Comunicação, o Marketing, a atitudes e que os comportamentos relacionados com a saúde dependem de corresponde ao “foco integral” surgiu na sequência das lacunas
Medicina, a Enfermagem, a Epidemiologia até à Estatística um grande conjunto de atitudes de vária ordem. manifestadas pelas abordagens anteriores e, aposta num cariz de
Está alicerçada num conceito positivo de saúde (Alma-Ata, 1978), em que Na segunda geração, “centrada no comportamento” que corresponde ao promoção da saúde. Associada a uma cultura social e democrática, esta
a busca de bem-estar passa por aspetos físico, mental, ambiental, “foco comportamental” , a informação perde protagonismo, passando a perspectiva procura relacionar a morbidade e mortalidade à estrutura
emocional, sociológico, ecológico e espiritual, ou seja, pelas diversas ser o elo que permite obter comportamentos saudáveis. Esta abordagem socioeconómica, propondo alternativas de mudanças sociais, na tentativa
dimensões do indivíduo. A educação para a saúde, porém, passou por se desenvolveu devido à necessidade de encontrar respostas para a de reduzir as desigualdades e potenciar a participação comunitária
fases que se expressam, em três gerações de modelos coincidentes com morbidade elevada de origem cardiovascular e oncológica associada a Segundo esta abordagem, é a aprendizagem que está na base dos
as próprias mudanças sócio-económicas e a evolução dos fatores de risco. estilos de vida não saudáveisA saúde, tida como objetivo final, resulta do comportamentos, pelo que se torna necessário implicar as pessoas no
A primeira geração de modelos, “educação para a saúde informativa” ou comportamento do indivíduo (respostas observáveis), determinado por processo de transformação de fatores que incidem sobre a saúde (como
“informativo-comunicacional” na terminologia de Moreira (2001), estímulos do meio no qual se insere. Esta perspectiva foi influenciada pelas por exemplo, desenvolver competências sociais, capacidade de
corresponde ao “foco divulgativo” (SANTOS, 2000) e se baseia no modelo teorias da aprendizagemEsta abordagem, com orientação preventiva e autocuidado e estratégias de resistência à pressão dos pares), com vista a
biomédico, em que a saúde é determinada pela prevenção e tratamento individual, é adaptativa, já que se pretende conseguir a melhor adequação reduzir as desigualdades e a potenciar o desenvolvimento individual e a
da doença, que resulta de hábitos e comportamentos de risco em virtude possível ao meio mas sem implicar as pessoas na modificação desse meio. participação comunitária...A saúde é tida como um recurso vital, como um
da falta de informação. A educação para a saúde se baseia na transmissão Esta perspectiva negligencia as outras dimensões humanas e não construto coletivo onde se conjugam ações individuais e práticas
de conhecimentos e de informação (tida como neutra) de forma expositiva considera o sujeito como sendo capaz de determinar os resultados da comunitárias. Esta perspectiva foi influenciada: correntes humanistas,
e unidirecional, com caráter prescritivo, numa concepção bancária de aprendizagem, e continua a vê-lo como sujeito passivo face ao psicologia de grupo, psicologia cognitivista, teoria crítica de ensino e
educação, (Paulo Freire), e o ensinar é visto como o processo de conhecimento. Por outro lado, se utiliza uma comunicação do tipo modelo dialógico de Paulo Freire (processos de interação entre o indivíduo
comunicação de conhecimentos. Aqui, o conceito de saúde subjacente é persuasivo, com o objetivo de criar culpabilidade na vítima. É nesta e o meio).
muito redutor (baseado quase exclusivamente nos aspetos biológicos geração de modelos que se integra o Modelo de Crenças da Saúde ou Se inserem nesta geração os modelos de educação para a saúde de
da doença) e negativo (entendido como a “ausência de doença”) Health Belief Model investigação-ação participativa, os modelos críticos e participativos, o
(MARTINEZ, CARRERAS & HARO, 2000). modelo radical e o modelo de empowerment

Os conceitos de saúde e de doença evoluíram com a história do homem . Desta forma, o MCS é um modelo psicossocial, cognitivo (já que são as
Numa descrição genérica desta evolução, podem considerar-se cinco suas representações mentais que determinam a sua atuação) e que se As pistas de ação, que podem ser internas (como os sintomas) ou externas (como a
informação recebida pela imprensa, televisão, amigos, professores, profissionais de saúde
grandes períodos: 1 . Um primeiro período pré-científico ou pré- enquadra na segunda geração de modelos de educação para a saúde. ou a doença de familiares ou amigos), são fatores que, apesar de poderem despoletar o
cartesiano, até ao século XVII; 2 . Um período científico ou de início de Rosenstock e a sua equipa perceberam que um indivíduo adota um comportamento, não lhes tinham sido, até então, atribuído muito valor. Os fatores de
desenvolvimento do modelo biomédico, que se começou a instalar com a comportamento saudável (preventivo), modificação do comportamento estão relacionados com as diferentes populações onde
implementação do pensamento científico e o Iluminismo; 3 . A primeira a) se considerar suscetível a determinada doença (percepção da se intervém, já que podem alterar a perceção dos indivíduos face à saúde e incluem
revolução da saúde, com o desenvolvimento da saúde pública no século vulnerabilidade),b) se considerar que a doença é grave (percepção da variáveis demográficas (como idade, sexo, raça, etnia), psico-sociais (como a
personalidade ou a classe social) e estruturais (como o conhecimento que possui sobre a
XIX; 4 . A segunda revolução da saúde, iniciada na década de 1970, com a severidade que pode ser avaliada pela perturbação emocional ao pensar doença, os contatos prévios com a doença e a própria motivação)
evidência da multicausalidade associada às principais causas de nas consequências da doença),c) se considerar que da adoção desse A noção de “auto-eficácia” foi introduzida com vista a aumentar a probabilidade de
morbilidade e de mortalidade, e à importância que o comportamento comportamento podem advir consequências positivas (percepção dos mudança do comportamentos de risco mais complexos e que exigem um longo período
desempenha nessas causas;. A terceira revolução da saúde, associada à benefícios) e d) se considerar que os benefícios suplantam os custos na de tempo e, deste modo, tornar o MCS um modelo mais robusto. Para ajudar a construir
necessidade da redução dos custos e ao aumento de um novo padrão de adoção desse comportamento (percepção das barreiras) a auto-eficácia, é necessário encorajar o indivíduo a definir objetivos a curto-prazo, que
são geralmente mais fáceis de atingir e de receber reforço positivo do que objetivos a
doenças, as doenças crônicas no idoso . A ênfase anterior no princípio de Ao longo dos anos, vários autores têm contribuído para a clarificação deste longo prazo que podem não se realizar em meses ou em anos.
que todos os sistemas corporais funcionavam como um todo, foi modelo. É o caso dos trabalhos de Kirscht (1974) sobre os o elemento-chave do MCS é evitar uma consequência negativa para a saúde que, é
substituída pela tendência de reduzir os sistemas a pequenas partes, comportamentos dos indivíduos face a diversos sintomas e dos de Becker, considerada como o objetivo final.Segundo Rosenstock et al (1994) a adoção de um
podendo cada uma delas ser considerada separadamente; 2 . Drachman e Kirscht (1974) sobre os seus comportamentos perante comportamento saudável resulta da conjugação dos fatores modificadores do
Simultaneamente, o indivíduo, com as suas características particulares e doenças diagnosticadas. Estes trabalhos vieram mostrar que as diversas comportamento, da percepção individual e da ação. Porém, a disposição para a ação
(atitude do indivíduo perante a possibilidade de fazer qualquer ação a favor da sua saúde)
idiossincráticas, deixou de ser o centro da atenção médica, sendo percepções referidas podiam ser influenciadas por muitos outros fatores. não está somente ligada às variáveis anteriormente explicitadasPor um lado, está ligada a
substituído pelas características universais de cada doença; 3 . Um forte Assim, a estas variáveis psicológicas foram acrescentadas novas variáveis importância atribuída à sua saúde, já que o indivíduo pode perceber os benefícios, os
materialismo substituiu a tendência anterior de considerar significativos que contribuem apara a adoção de determinado comportamento: as pistas custos, a sua suscetibilidade e a gravidade da doença mas, se atribui pouco valor à saúde,
os fatores não materiais (morais, sociais, comportamentais); 4 . O para a ação, osfatores de modificação e a auto-eficácia o grau de adesão a uma ação pode ser baixa ou mesmo inexistente. Por outro lado, está
enfoque no corpo (no organismo e suas partes) menosprezava o meio ligada ao locus de controlo das crenças, isto é, a assunção de que a saúde é controlada
por fatores internos, outras forças influentes às quais o indivíduo atribui importância ou à
ambiente e as emoções . Esta nova maneira de pensar, consequência das sorte. Assim, a importância atribuída à saúde e o locus de control
mudanças políticas, econômicas e sociais, exprime um avanço da ciência
tal como ela ainda hoje é, frequentemente, entendida no mundo
ocidental . Esta grande revolução no modo de pensar as doenças ficou
conhecida por Primeira Revolução da Saúde .
O MCS foi um dos primeiros modelos que ajustaram a teoria das ciências do Nesse sentido, e apesar das interações que estabelece, cada ser vivo é umorganismo Segundo estes autores, os seres vivos são determinados pela sua estrutura, o mesmo é
comportamento a problemas de saúde, tendo sido aplicado a uma variedade de tópicos autónomo, isto é, auto-produtor ou autopoiético. A autopoiesis (ou na linguagem dizer pela forma como os seus componentes interagem para que a sua organização
de educação para a saúde, e tem sido, nas últimas décadas, o mais utilizado para batesoniana, o padrão auto-organizativo) é, assim, para estes autores, o “centro da funcione (isto é, a sua configuração que, não tendo materialização física, também
compreender os comportamentos dos indivíduos em relação à saúde. Diversas teorias dinâmica constitutiva dos seres vivos”. Significa, portanto que cada organismo é capaz de carateriza o ser vivo e, por isso, a autopoiesis). Assim, o que acontece a um indivíduo num
contribuíram de diferentes formas para o desenvolvimento deste modelo - a Teoria da se produzir continuamente a si mesmo pelo que se constitui simultaneamente como determinado instante depende da sua estrutura nesse instante (determinismo estrutural).
Aprendizagem Social (TAS) proposta por Bandura (1977).O MCS enfatiza a produtor e produto da sua própria produção. Daí que, para Maturana e Varela, os Esta caraterística não significa pré-determinismo (previsibilidade), já que a estrutura do
responsabilidade pessoal, o que pode levar as pessoas a se sentirem culpadas se não sistemas autopoiéticos funcionem em circularidade produtiva, onde os fenómenos ser vivo sofre constantes modificações, mas mantendo a sua organização, o que indicia
conseguirem resolver os seus problemas. Além disso, usa “mensagens baseadas no receio resultam de interações causais múltiplas, mantendo a sua unidade (organização). adaptação às próprias alterações contínuas do ambiente. Na realidade, é a dimensão
de”, de modo a facilitar a perceção da suscetibilidade e da severidade. Por isso, é Por oposição, os autores afirmam que os sistemas ou máquinas alopoiéticas não são estrutural dos seres vivos que lhes confere a capacidade criativa (poiesis), de mudança e
necessário se ter o cuidado de não ultrapassar os níveis desejados, porque quando os autónomos (que produzem algo diferente delas mesmas), possuem uma identidade de não estagnação, enquanto dimensão organizacional remete mais para a homeostasia
níveis de medo e de ansiedade são muito altos, os indivíduos se sentem inseguros.É dependente do observador que fixa os seus limites a partir das superfícies de entrada e e, por isso, tende a ser conservadora. Desta forma, os organismos são considerados
também necessário não "culpar a vítima" e ter presente que os problemas de saúde são de saída, determinando o que é pertinente para o seu funcionamento (MATURANA & abertos em termos estruturais e fechados em termos organizacionais
muitas vezes muito complexos e podem ser causados por fatores sobre os quais o VARELA, 2002). No fundo, as máquinas alopoiéticas são sistemas que funcionam por A estrutura dos sistemas vivos e a do meio mudam em conjunto numa relação dinâmica
indivíduo detém pouco controle.Trabalhos realizados por diversos autores têm mostrado, combinação interna de informação produzida por outrem (OLIVEIRA, 2004, p. 33). circular de constante congruência estrutural a que Maturana e Varela chamam de
ainda, que a pressão social (obrigações legais, exigências do emprego), os hábitos Para poderem exercer a sua capacidade autopoiética, os seres vivos precisam interagir acopulamento estrutural: O resultado será uma história de mudanças estruturais mútuas
adquiridos, os fatores não relacionados com a saúde (aprovação social, beleza), os fatores com o meio o que gera a ambivalência autonomia-dependência. Este aparente contra- e concordantes, até que a unidade e o meio se desintegrem: haverá acop[u]lamento
ambientais ou circunstanciais (poluição, condições de trabalho), a perceção de controlo, o senso não pode ser entendido por um pensamento linear, traduzido vulgarmente em estrutural (MATURANA & VARELA, 2003, p. 87). Assim, os sistemas vivos não se adaptam
valor percebido do comportamento, o comportamento anterior ou atitudes e normas dicotomias, que analisa o todo como a soma das partes. Este aparente paradoxo só pode ao ambiente, mas existem nele e a forma do seu acopulamento estrutural pode estar em
sociais são também fatores que podem ser considerados responsáveis por ser entendido por um pensamento complexo (tal como definiu Edgar Morin, 1992) que constante alteração.Esta interação sujeito nichos,criando unidades compostas,
comportamentos relacionados com a saúde, mas igualmente não tidos em conta neste consegue compreender que os fenómenos decorrem de interações contínuas desencadeia mudanças estruturais que, por uma questão de manutenção da unidade
modelo.O MAO e a Teoria da Autopoiesis, relação entre vida e conhecimento, A Teoria erecorrentes a simultaneo entre qualquer indivíduo e comunidade. A comunidade autopoiética do indivíduo, leva à conservação da sua organização, ou seja a “aprender”.
da Autopoiesis surgiu neste contexto, na década de 70 do século XX, na tentativa de é,assim, constituída pelos indivíduos com objetivos e projetos comuns onde cada Por outras palavras, podemos afirmar que é nesta interação com o meio, que o indivíduo
explicar os seres vivos não a partir do somatório dos seus processos internos, mas em indivíduo constrói a sua autopoiesis e, com ela, contribui para a construção de micro vive no conhecimento e conhece no viver, isto é, que o fenómeno “conhecer” é o
termos das interações com o ambiente onde estão os demais seres vivos (MATURANA mundos comuns. fenómeno “viver” ou, como afirmam Maturana e Varela (2003, p.32), todo fazer é um
& VARELA, 2003). No fundo, estes autores procuraram explicar qual o padrão comum • A Teoria da Autopoiesis, ao ser holista, assume a existência das diversas conhecer e todo conhecer é um fazer. Neste sentido, o ato de conhecer é, em primeira
que une todos os seres vivos. dimensões da existência humana, como as dimensões emotiva, afetiva, instância, um ato solitário.
sensorial, psicológica, volitiva, racional, ética, espiritual, comunitária,
social e ecológica.

Daqui emerge o primeiro princípio desta teoria, “aprender é viver”. A esta capacidade O mundo em que o observador vive é o mundo que construiu a partir do que a sua Assim sendo, facilmente se depreende que modelos baseados nesta teoria são,
inata de aprender (daí os sistemas autopoiéticos serem auto-referenciais) ou a esta estrutura permitiu. Por isso, o mundo do observador é a sua visão do mundo. Se a epistemologicamente, holistas. Já o MCS, sendo um modelo que se centra na perceção,
capacidade de identificar diferenças se auto-regulando face a elas e criando níveis de realidade que o observador percebe depende da sua estrutura, então existem tantas isto é, na forma como cada indivíduo interpreta a informação que recebe de acordo com
complexidade superior, Bateson designou por ser “mental”. Significa, portanto, que esta realidades quantos observadores (MARIOTTI, 1999). Desta forma, o observador não é as crenças que possui, pressupõe que essa informação vai sendo assimilada e acomodada
capacidade de aprender, não dirigida por outrem, se constitui como outra das separado dos fenómenos que observa (entre observador e observado não há separação nessas estruturas préexistentes, tornando-as cada vez mais coerentes e, por isso,
caraterísticas dos sistemas vivos ou autopoiéticosSe todo o conhecimento é algo de novo mas antes circularidade) e, portanto, não há conhecimento objetivo. A pretensa equilibradas. Assim, a relação do indivíduo com o meio ocorre de forma sequencial e por
para aquele que conhece, ou seja, se todo o conhecimento depende da estrutura daquele objetividade, a visão do mundo que julgamos ser igual para todos, gera uma visão do etapas dialéticas, pelo que este modelo se liga epistemologicamente ao construtivismo.
que conhece (sistema perturbado), então o indivíduo não se constitui como uma “caixa mundo fragmentada e restrita. Maturana e Varela (2003) ilustram esta situação com o De fato, quer para o MCS quer para a Teoria da Autopoiesis, a aprendizagem ocorre por
vazia”, com entradas e saídas (em que mais input gera mais output), mero receptor de chamado ponto cego da retina, mostrando como o olho do ser humano é capaz de ‘não alteração das estruturas existentes. Porém, enquanto no modelo essa aprendizagem
qualquer informação tida como neutra ou isenta, como o faziam crer as teorias da ver’. Se a observação se funda em padrões auto-organizativos do observador fruto das ocorre pelas referidas etapas sequenciais e dialéticas de assimilação, acomodação e
informação. A informação é na realidade uma perturbação, já que o meio, outro ser suas propensões genéticas de toda a sua história de vida, então a observação se equilíbrio, na Teoria da Autopoiesis essa aprendizagem ocorre por mudanças estruturais.
vivo ou até o próprio indivíduo, não são fonte de instruções mas antes de perturbações subordina à aprendizagem o mesmo é dizer que o 2.º princípio se encontra subordinado É a interação contínua e recorrente a simultaneo entre o sujeito e a comunidade que
que, ao desafiarem a dimensão poiética (criativa) do indivíduo, provocam a flexibilização ao 1.º. Se o conhecimento é ativamente construído pelo ser vivo na sua interação com o desencadeia perturbações que originam mudanças estruturais. Desta forma, enquanto
da unidade autopoiética e a complexificação, isto é, a aprendizagem. Como as mundo, ter em consideração apenas o que é observado passa, tal como já foi referido, a para a referida teoria, a aprendizagem advém de um fator perturbador, o MCS chama-lhe
perturbações ocorrem num continuum, a aprendizagem ocorre ininterruptamente ao ser muito limitativo.Porém, se do ponto de vista dos indivíduos só existem estados informaçãoTodavia, se analisarmos atentamente, verificamos que, na realidade, essa
longo de toda a existência do ser vivo. Assim, se todo o agente que incide sobre essas internos, do ponto de vista observacional existem estados internos e externos: não se informação é uma perturbação, porque o indivíduo vai, à luz das suas crenças, rejeitá-la
estruturas não faz mais do que desencadear mudanças determinadas nas próprias pode tomar o fenômeno do conhecer como se houvesse ‘fatos’ ou objetos lá fora, que ou aceitá-la, o que significa que nem a informação é isenta, nem o indivíduo é uma caixa
estruturas, então o organismo tem capacidade de seleccionar perturbações, aceitando as alguém capta e introduz na cabeça. A experiência de qualquer coisa lá fora é validada de vazia. Acresce ainda que, se a perturbação que está a ser introduzida for extremamente
que podem fazê-lo passar para níveis de aprendizagem superior e rejeitando aquelas que, uma maneira particular pela estrutura humana que torna possível ‘a coisa’ que surge na ruidosa para o sujeito, isto é, se for contra as suas crenças, o seu primeiro impulso será
sendo de tal forma ruidosas,podem por em causa a autopoiesis individual. Desta forma, descriçãoNesse contexto, se a aprendizagem é inerente ao próprio indivíduo, o ato rejeitá-la, não ocorrendo, desta forma, qualquer tipo de aprendizagem
ao longo da sua ontogeniaComo enfatiza Maturana (2001), quando escutamos alguém, o educativo é observacionalmente externo. Assim, o educador se constitui simultaneamente O modelo ignora que as mensagens baseadas no “receio de”, caso sejam aceites pelo
que ouvimos não é o que o outro diz mas um acontecer interno a nós próprios, ainda que como (auto)observador e como perturbador: enquanto observador, vê o educando de indivíduo, podem criar-lhe elevados níveis de medo, ansiedade ou sentimentos de culpa,
desencadeado por quem estamos a ouvir. Daqui emerge o 2.ºprincípio da teoria acordo com ‘o seu mundo’ criado pelo que a sua estrutura permitiu. Apesar de limitativa, ou seja, podem desestruturar-lhe a unidade autopoiética. Claro que é esta
autopoiética “tudo o que é dito, é dito por um (auto)observador” esta observação apenas se torna comprometedora quando tida como objetiva ou como desestruturação que leva à flexibilização do padrão e à sua complexificação, isto é, a
3. O Modelo de Crenças da Saúde e a Teoria da Autopoiesis: uma articulação possível verdade. Como fonte de perturbações que geram aprendizagem, o educador tem de se aprender. Nestes casos, se houver aprendizagem, o sujeito pode mudar as suas crenças e,
Tal como foi referido, na terminologia de Moreno et al (2000), o MCS se integra na constituir como fazendo parte do nicho do educando estabelecendo com ele por inerência as suas perceções o que se refletirá no seu comportamento. Se
segunda geração de modelos de educação para a saúde, já que a saúde (ou a falta dela) é acopulamento estrutural. Para isso, tem de se estabelecer uma relação baseada na considerarmos, tal como afirma Oliveira (2004, p. 46) que a educação para a saúde possui
função do comportamento (causalidade linear). Por isso mesmo, este modelo se insere confiança, que implica dádiva, generosidade, autenticidade, humildade e auto-exposição. um vetor intencional e planificador face a um grupo ou problema específico, enquanto a
no que Santos (2000) designou por “foco comportamental”. Todavia, modelos de Nos modelos desta geração, o objetivo é implicar o indivíduo no processo de promoção da saúde se dirige aos contextos político e sócioeconómicos, então podemos
educação para a saúde baseados na Teoria da Autopoiesis se integram na terceira transformação dos determinantes da saúde, independentemente da sua origem. Desta considerar que, quer o MCS quer os modelos assentes na Teoria da Autopoiesis se
geração (MORENO et al, 2000) já que a saúde é analisada em função de diversos fato forma, se trabalham as várias dimensões do indivíduo, que é visto enquanto pertencendo integram na educação para a saúde. As crenças estão ligadas à literacia do indivíduo,
a uma comunidade, de tal forma que se constrói com ela e contribui para a sua ao paradigma no qual estudou, à sua ligação espiritual e religiosa, à cultura à qual
construção, se constituindo um no outro. Significa, portanto, que entre o indivíduo e o pertence ou à comunidade onde cresceu. No fundo, as crenças do indivíduo são fruto da
meio ocorre uma relação contínua, recorrente e a simultaneo, pelo que o indivíduo é sua história de vida e viver, implica se mover em diversas, senão todas, as dimensões da
visto num perspetiva integral, como um todo, muito mais do que o somatório das partes existência humana.
O conceito q u al id ade de vida ( QV) é um term o utilizado em CONSIDERAÇÕES FINAIS Críticas à Psicologia da Saúde Marks (2002) referindo-se ao Reino mpacto da enfermidade ou do agra vo na qualidade de vida.
duas ve rtentes: (1) na linguagem cotidiana, por pessoas da Pelo exposto, podemos dizer que o trabalho da psicologia é mais Unido, explica que se desenvolveram quatro abordagens à Mais tarde, clarificou-se o âmbito da Psicologia Clínica, mais
população em gera l , j o rn a l i s t a s, políticos, profissionais de reconhecido onde predomina o modelo biopsicossocial. No Psicologia da Saúde . Uma denominada “Psicologia Clínica da concretamente em 1949, em Boulder, Colorado, nos EUA, na
dive r s a s á reas e gestores ligados às políticas públicas; (2) no entanto, não se pode deixar de lado o modelo biomédico e tratá- Saúde” foca a intervenção no sistema de cuidados de saúde e reunião promovida por David Shakow onde se definiu o modelo
contexto da pesquisa científica, em diferentes campos do saber, lo como um obstáculo no trabalho. Espera-se então, que o inspira-se no modelo biopsicossocial . Considera este autor que é de formação conhecido por Boulder Model (renovado,
como economia, soc i ologia, educação, medicina, enfermagem, psicólogo seja crítico o suficiente para destacar a especificidade um tipo de intervenção semelhante ao da Psicologia Clínica . A atualizado ou modificado, consoante a perspectiva, em 1973,
psicologia e demais especialidades da saúde 1 , 2. Na área da de sua atuação como também avaliar quando é pertinente segunda abordagem denomina-a de “psicologia da saúde pelo Vail Model) . A Psicologia Clínica começava a afastar-se do
saúde, o interesse pelo conceito QV é re l a t i vamente recente e aceitar a argumentação dos outros profissionais. pública” . Interessa-se pala saúde pública, e é uma atividade que era a sua zona de segurança - a avaliação psicológica - e
decorre, em part e, dos novos paradigmas que têm influenciado Viabilizar um trabalho em equipe, desenvolvendo-se critérios multidisciplinar que envolve estudos epidemiológicos, avaliação começava a desenvolver e a implementar modelos de
as políticas e as práticas do setor nas últimas d é c a d a s. Os reais, tentando-se amenizar as hierarquias salariais considerando e intervenção psicológica na promoção da saúde e na educação intervenção baseados na ciência psicológica . A Psicologia
determinantes e condicionantes do processo saúde-doença são que todos os profissionais tem responsabilidades e valores para a saúde . Uma terceira abordagem é a “psicologia da saúde começava realmente a aplicar o que verdadeiramente se pode
multifatoriais e c o m p l e xo s. Assim, saúde e doença configura equivalentes, e tentar ainda superar a visão antropocêntrica e comunitária” foca a investigação comunitária e a intervenção chamar o método clínico e o raciocínio clínico . Segundo
m pr ocessos compreendidos como um co n ti n u u m, individualista do modelo atual considerando que o profissional social . A quarta abordagem é a “psicologia da saúde crítica Isselbacher, Adams, Brawnwald, Petersdorf e Wilson (1980), o
relacionados aos aspectos econômicos, socioc u l t u ra i s, à de saúde deveria ser mais humilde, escutando, tendo um diálogo analítica”, que foca como os processos macrossociais e método clínico é idêntico ao método científico, começando com
experiência pessoal e estilos de vida. Consoante essa mudança com o paciente e não apenas uma imposição de receitas é o que econômicos e o poder influenciam a saúde, os cuidados de dados de observação que sugerem uma série de hipóteses que
de paradigma, a m e l h o ria da QV passou a ser um dos re s u l t se propõe alcançar nos últimos anos, para que verdadeiramente saúde, e a sua influência na teoria e na prática da Psicologia da depois são examinadas à luz de novas observações, algumas das
a d o s es p e r ad o s , tanto das práticas assistenciais q u a nto possa haver tanto uma atenção física da doença, como também Saúde . As exigências que passaram a ser feitas ao profissional quais são feitas na clínica e outras no laboratório . Finalmente,
das políticas públicas para o setor nos campos da promoção da uma atenção aos aspectos psicológicos e sociais envolvidos no denominado “Psicólogo Clínico” provocaram alterações em chega-se a uma conclusão de que em ciência se denomina teoria
saúde e da pre venção de doenças 3. A mudança do perfil de processo do adoecer, isto tudo podendo ser realizado por uma todos os domínios epistemológicos que davam acesso a esta e em medicina diagnóstico operacional.
morbimort a l i d a d e, tendência universal também nos países equipe interdisciplinar. especialidade profissional, aproximando os seus objetos . Para Definição de quem é o cliente Não se trata realmente de um
em des e n vo l v i m e n t o, indica o aumento da pre va l ê ncia Neste trabalho buscou-se compreender a perspectiva do modelo ultrapassar a dualidade instituída entre o mental e o físico, nasce aspecto novo . Nos hospitais psiquiátricos tradicionais, esta
das doenças crônico-degenerat i v as . Os a va nços nos biomédico e do modelo biopsicossocial e como esses modelos assim o que alguns denominaram “Psicologia Clínica da Saúde”, questão já existia . No entanto, ela existia ao nível dos “psi’s” e
tratamentos e as possibilidades efeti contribuem para a promoção da saúde e o estilo de vida de inicialmente definida como a aplicação dos conhecimentos e era, provavelmente, mais fácil de resolver . Lembramos que
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE 5 8 1 pacientes, assim como, a distinção de como esses modelos vêem métodos de todos os campos práticos da Psicologia, na etimologicamente a palavra “cliente” qualifica aquele que pede
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):580-588, mar- a b r, o processo do adoecer distinguindo os conceitos de saúde e promoção e proteção da saúde física e mental do indivíduo e na ajuda . Quando alguém se dirige ao gabinete do psicólogo a
2004 doença e o foco dado a cada um deles. prevenção, avaliação e tratamento de todas as formas de pedir ajuda na resolução de um problema, não há dúvidas acerca
vas de controle dessas enfermidades têm acarretado o aumento Contudo, ficou claro que a proposta do modelo biopsicossocial perturbação mental e física, nas quais as influências psicológicas de quem é o cliente . ferência de Arden House salientou os
da sobrevida e/ou a vida l o nga das pessoas acometidas por necessita da integração com o modelo biomédico para que podem ser usadas ou podem contribuir para aliviar o mau seguintes aspectos que deviam ser considerados na formação da
esses agra vo s. A p ropósito disso, Fleck et al. 4 ( p. 20) possa haver uma forma de humanização dos paradigmas funcionamento ou distress (BELLAR et al ., 1987, MILLON, 1982) especialidade em Psicologia da Saúde, nomeadamente: o
assinalaram que “a oncologia foi a especialidade que, por exc e l expostos pelo modelo que assumem atualmente a forma de psicólogo da saúde deve funcionar como um cientista prático; a
ê n c i a ,se viu confrontada com a necessidade de avaliar as profissionalização dos estudantes da área de saúde. Vimos que o a estes contextos frequentados por populações mais vulneráveis; formação em Psicologia é um requisito essencial para o exercício
condições de vida dos pacientes que tinham sua sobrevida método mecanicista ainda prepara muitos de seus alunos com a formação em Psicologia da Saúde requer tempo e recursos e da Psicologia da Saúde; o domínio de conhecimento é
aumentada devido aos tratamentos re a l i z a d o s , já que, m u teorias e práticas incompatíveis com a demanda da realidade deve ser feita com programas flexíveis que facilitem a promoção interdisciplinar e o vocabulário médico e o conhecimento do
itas ve ze s , na busca de acrescentar anos à vida, e ra deixada de social, deixando-os sem habilidades para lidar com o sofrimento da criatividade e o desenvolvimento do conhecimento; sistema de saúde são essenciais para trabalhar em vários
lado a necessidade de acre s c e ntar vida aos anos”. físico sobreposto salientam, finalmente, a estreita relação com a Psicologia Clínica contextos de investigação e de prática; deve dominar perícias
interpessoais básicas fundamentais para a intervenção nestes
contextos, quer com utentes quer com outros profissionais; deve
dominar os aspectos éticos e legais inerentes
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.
Pe s q u i s a d o res alertam que os termos qualidade de vida e Formalmente, a Psicologia da Saúde começa em 1973, nos Ou t ra tendência evidenciada na litera t u ra , s o b retudo em No Brasil, igualmente, vem crescendo o interesse pelo tema
estado de saúde aparecem na litera t u ra muitas vezes quase Estados Unidos da América . Neste país, no seio da American relação à construção de instrumentos específicos, é a adaptação qualidade de vida no campo da s a ú d e. Alguns trabalhos
como sinônimos 1 9 , 2 7. In t e ressados na clarificação desses Psychological Association (APA) foi criada uma Task Force on de question á rios ou escalas construídos ori g i n a l m e n t e p a publicados no Bra s i l f o ram considerados tendo em vista a sua
conc e i t o s, Smith et al. 1 9, inve s t i g a ram a import â ncia de Health Research, com o intuito de estudar "a natureza e a ra determinada enferm i d a d e, ou mesmo de caráter genéri c o, cont ribuição para o avanço das pesquisas sobre QV no país e
três grandes dimensões – saúde mental, funcionamento físico e extensão da contribuição dos psicólogos para a investigação que são modificados para a d e q u a r-se à avaliação da QV em por sua consonância com as tendências históricas observadas no
funcionamento social – s o b re a percepção da QV e do estado básica e aplicada dos aspectos comportamentais nas doenças pessoas com o u t ro tipo de agra vo. Pode-se citar o exemplo do contexto int e rn a c i o n a l . Um trabalho pioneiro
de saúde---Pe s q u i s a d o res alertam que os termos qualidade físicas e na manutenção da saúde... A primeira definição de Med ical Outcome St u d y (MOS), instru m e nto usado em disponibilizou um i n s t rumento genérico de avaliação da QV, o
de vida e estado de saúde aparecem na litera t u ra muitas vezes Psicologia da Saúde deve-se a Stone, em 1979, que, num dos relação a enfermidades dive r s a s q u e, testado junto a SF36; utilizando os procedimentos canônicos de t radução re
quase como sinônimos 1 9 , 2 7. In t e ressados na clarificação primeiros livros que tinha no título a expressão “Psicologia da amostras de pessoas sorop o s i t i va s, passou a denominar-se versa e adaptação tra n s c u l t u ral para uma amostra de
desses conc e i t o s, Smith et al. 1 9, inve s t i g a ram a import â Saúde”, dizia que esta é, qualquer aplicação científica ou MOS-HIV, ficando específico para esta clientela 2 5. Tra t a - s e cinqüenta pacientes com a rt rite re u m a t ó i d e, permitiu
ncia de três grandes dimensões – saúde mental, funcionamento profissional de conceitos e métodos psicológicos, a todas as de uma tendência que indica a urgência e o p ragmatismo para a evidenciar a utilidade de medidas gerais para a investigação de
físico e funcionamento social – s o b re a percepção da QV e do situações próprias do campo da saúde, não apenas nos cuidados obtenção de instru m e n t o s de medida em curto espaço de impacto da doença crônica sobre a vida das pessoas acometidas
estado de saúde/A natureza multidimensional do constru t o foi de saúde mas também na saúde pública, educação para a saúde, tempo, em especial para a utilização na clínica, ou mesmo em 3 0. Po s t e ri o rm e n t e, o des e n volvimento do WHOQOL-
validada, de modo empíri c o, a partir da e m e rgência de quatro planificação da saúde, financiamento, legislação, etc . Deu pesquisa. Nesse contexto, o desenvolvimento de medidas da QV 100 para a língua p o rtuguesa 4 e o estudo para a validação das
grandes dimensões ou f a t o res: (a) física – percepção do origem à definição clássica de Matarazzo, (1980; 1982) que para uso em pesquisa e na prática clínica já permite algumas versões completa e bre ve 3 1 , 3 2, perm i t i ram a utilização
indivíduo sob re sua condição física; (b) psicológica – percepção afirmava que a Psicologia da Saúde consiste no domínio da conclusões, conforme evidenciado por Gill et al. 1 0 e Gladis et abrangente desse instrumento por p e s q u i s a d o res bra s i l e
do indivíduo sobre sua condição afetiva e cognitiva; (c) do Psicologia que recorre aos conhecimentos provenientes das al. 2 3, que identificaram algumas deficiências nos i n s t i ros no campo da saúde. Fo ram encontrados trabalhos sobre
relacionamento social – p e rcepção do indivíduo sobre os re l a c diversas áreas da Psicologia com vista à promoção e proteção da rumentos de QV e fize ram re c o m e n d a ç õ e s p a ra nortear QV em d i f e rentes especialidades médicas, por exemp l o, nas
i o n am e ntos sociais e os papéis sociais adotados na vida; (d) saúde, à prevenção e tratamento das doenças, à identificação da estudos na área, sintetizadas a seg u i r: (a) necessidade de áreas de psiquiatria 3 3, neurologia 3 4 , 3 5, oftalmologia 3 6,
do ambiente – percepção do indivíduo sob re aspectos diversos etiologia e diagnósticos relacionados com a saúde, com as apresentação da definição do conceito ou do significado de oncologia 3 7 e ginecologia 3 8. Na psicologia, destaca-se a
relacionados ao ambiente onde vive. Como explicam Pais Ribeiro doenças e disfunções associadas, à análise e melhoria do sistema qualidade de vida que orienta o tra b a l h o, a pesquisa ou a construção do Inve nt ário de Qualidade de Vi d a 3 9 utilizado
e Leal (1996), a preocupação dos pioneiros da Psicologia Clínica de cuidados de saúde, e ao aperfeiçoamento da política de intervenção; (b) explicitação das ra z õ e s t e ó rico- em pesquisa e em intervenção relacionadas ao m anejo do estre
visava predominantemente às crianças com atrasos de saúde . Subitamente, na década de 80, verifica-se uma explosão metodológicas que leva ram à escolha dos instrumentos s s e. Um trabalho de revisão imp o rt a n t e, pela abrangência
desenvolvimento . Já dentro do século XX, a Psicologia foi-se do interesse dos psicólogos pela área . O que é que aconteceu selecionados; (c) import â ncia da utilização de medidas não re d da análise de cont ribuições e desafios do conceito para o setor s
generalizando a outras disfunções, nomeadamente às dos que provocou tal mudança? enumeram algumas das razões u c i o n i s t a s ou simplistas, baseadas em itens únicos ou fo a ú d e, em especial para a saúde pública, foi realizado por Mi n a
indivíduos com ferimentos cerebrais . Entre a primeira e segunda possíveis para este interesse: a) Fracasso do modelo biomédico Seidl EMF, Zannon CMLC5 8 6 yo et al. 4 0. O que se ver no modelo biomédico é que se deu ao médico uma
guerras mundiais, o desenvolvimento de técnicas de avaliação na explicação das doenças e da saúde; b) Crescimento da Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):580-588, mar- a b r, posição privilegiada dentro da equipe, a multidisciplinaridade encontra seu
espaço neste tipo de modelo, porém o diálogo interdisciplinar que promoveria
psicológica, e a afirmação dos psicólogos como os grandes, aliás, preocupação com a qualidade de vida e com a prevenção das 2004
uma visão clínica e integrada do ser que adoece termina não acontecendo.
os únicos, especialistas nessa função, arrastou os psicólogos para doenças; c) Mudança da atenção dos profissionais de saúde das calizadas apenas nos sintomas; (d) nos casos de medidas padro n Dessa forma, deve haver uma mudança que precisa se iniciar já na formação
a área de sua maior competência, a avaliação psicológica que, doenças infecciosas para as doenças crônicas, com o i z a d a s, inclusão de itens a b e rt o s, adicionados ao final do acadêmica. E no caso da psicologia nota-se que ela vem nos últimos anos lutando
para os menos informados, por vezes se tende a identificar com reconhecimento do papel fundamental que o estilo de vida tinha instru m e n t o p a ra respostas suplementares ou combinação
a função principal do psicólogo . naquelas; d) Maturidade da investigação nas ciências de métodos qualitativo s, visando a abarcar out ros aspectos
comportamentais; e) Aumento dos custos dos cuidados de saúde eventualmente não considera d o s nesse tipo de instru m e n t
e procura de alternativas aos cuidados de saúde tradicionais . o.
Com base no estado da arte da definição e das medidas do conhecimento na INTRODUÇÃO Para Barros (2002), o sucesso desse modelo se deu dentro de um Atenção à doença x Atenção biopsicossocial
construto qualidade de vida é p o s s í vel concluir, no entanto, Em épocas atrás poderia se definir a saúde como “ausência de espírito cartesiano que associava os organismos patogênicos
A necessidade de se construir um modelo biopsicossocial de atendimento em
que este pare c e c o n s o l i d a r-se como uma va ri á vel import doença”, o que para Albuquerque e Oliveira (2000), é uma específicos às suas respectivas doenças fomentando e dando contraposição ao biomédico amplamente utilizado nas instituições de saúde dos
a n t e na prática clínica e na produção de conhecimento na área definição não esclarecedora, de principio redutor, que rege a base para intervenção e a necessidade de combater esses últimos anos, vem sendo debatida desde o início do século XX (DE MARCO,
de saúde. Não obstante as cont rovérsias existentes sobre a sua percepção da doença e da saúde apenas como estado de organismos para assim combater as epidemias. 2006). O desejo de interagir propostas mais humanizadas ao modelo biomédico é
o que está movendo vários profissionais de saúde e, em especial os psicólogos,
conceituação e as estratégias de mensura ç ã o, os esforços desconforto físico, desconsiderando componentes emocionais e Foi, portanto, a partir desse modelo e da teoria dos germes,
na busca por uma atenção mais completa da pessoa e de sua doença.
teórico-metodológicos têm contribuído para a clarificação do sociais que circundam o processo do adoecer. depois estendida aos neoplasmas, às toxinas, etc., que nos Segundo De Marco (2006), o modelo biomédico é amplamente utilizado pelos
conceito e sua re l a t i va maturi d a d e. Seu desenvolvimento Correia (2006) considera que definições mais flexíveis para saúde meados do século XIX se desenvolveu medidas de saúde pública profissionais da medicina, que têm como referência a técnica e a prática das
poderá resultar em mudanças nas práticas assistenciais e na e doença surgiram após a Segunda Revolução da Saúde, quando que visava o combate às doenças evitando a proliferação de biociências, onde na maioria das vezes os aspectos psicossociais do paciente não
são levados em consideração, impossibilitando desta forma, a compreensão do
consolidação de novos paradigmas do pro c e s s o saúde- o modo de se conceber saúde e doença sofreu uma grande germes causadores, revelando uma medida eficaz no combate a
individuo de forma plena e adequada. Já a proposta do modelo biopsicossocial
doença, o que pode ser de grande va l i a p a ra a superação de mudança ainda durante o século XX, onde se verificou fortes morbidade e mortalidade, sendo denominada de Primeira está crescendo intensamente, pois tem por base a compreensão integral do
modelos de atendimento eminentemente biomédicos, que alterações nos padrões de morbidade e mortalidade observando Revolução da Saúde. (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2000; CORREIA, paciente, bem como do adoecer, contemplando assim, não apenas as dimensões
negligenciam aspectos socioeconômicos, psicológicos e cult u que os organismos patogênicos já não eram mais os principais 2006; BARROS, 2002). físicas, mas as psicológicas e sociais.
O modelo Biomédico/Mecanicista é reducionista e, devido a este fato é
rais importantes nas ações de pro m o ç ã o, preve n ç ã o, causadores das doenças, estando essas associadas ao A Segunda Revolução da Saúde denominada por Julius Richmond
fortemente marcado pelo processo da medicalização, que de acordo com Barros
tratamento e reabilitação em saúde. Assim, sendo qualidade de comportamento humano (fumar, stress, vida sedentária, etc.). (1979, apud CORREIA, 2006) desloca seu foco da doença para a e Barros (2002) é o crescimento e a alta dependência tanto dos indivíduos,
vida um constru t o eminentemente interd i s c i p l i n a r, a Essa concepção quebra com o paradigma causa - linear ou causa saúde com o preceito de que se o individuo se mantiver saudável quanto da sociedade de produtos e serviços médico-assistencias com o consumo
contri b u i ç ã o de diferentes áreas do conhecimento pode ser – efeito que tem seus princípios meta-teóricos advindos do dificilmente estará sujeito a doença ou a transmissão desta, cada vez mais se intensificando.
Um exemplo super interessante dessa medicalização é o entendimento da
de fato valiosa e mesmo indispensáveFi n a l m e n t e, um século XVII e ainda continua atualmente como modelo de preconizando o retorno da perspectiva ecológica. Como já se
gravidez e do parto como sendo uma “doença”, e como conseqüência, há um
comentário sobre o desafio que se coloca para os pesquisadores intervenção em várias unidades de pronto atendimento. relatou, a Segunda Revolução da Saúde foi oriunda da mudança forte necessidade de atenção e aparatos médicos, que de acordo com Barros
bra s i l e iro s. O uso de instrumentos de avaliação da QV no O modelo biomédico parte de um paradigma epistemológico de identidade dos causadores principais das doenças, uma (2002) é um claro exemplo de algo fisiológico que é medicalizado.
campo da saúde colocaria os trabalhos des e n volvidos no país “corpo máquina”, incorporado da visão reducionista e multiplicidade de fatores causais e não um único fator. Diferentemente do modelo biomédico, o biopsicossocial entende a importância
de uma comunicação efetiva dos profissionais de saúde com os pacientes, na
em consonância com a g e ndas internacionais para o avanço mecanicista do Homem e da Natureza vista por filósofos como Albuquerque e Oliveira (2000) destacam que esse foi o momento
intenção de criar vínculos mais adequados, onde os primeiros tentam passar para
teórico e metodológico na área. Há, no entanto, dois desafios Galileu, Descartes, Newton entre outros que propunham ideais em que a Psicologia entrou como área de investigação e os pacientes que seus problemas são entendidos por quem lhes oferece
colocados nessas agendas: as conclusões a c e rca da de uma visão do mundo como uma máquina (ALBUQUERQUE; atuação, argumentando a necessidade de ver o ser humano cuidados, bem como, tentam deixar claro para estas pessoas que todas as
generalidade-especificidade do c o n st ruto de qualidade de vida OLIVEIRA, 2000), e se instaurou como eficaz durante o século como sistemas complexos, propondo uma abordagem informações importantes do tratamento serão sempre repassadas da melhor
maneira possível (DE MARCO, 2006). Então, o foco neste modelo não é apenas a
e a confiabilidade de comparações entre os achados em XIX, no decorrer da Revolução Industrial, quando vários biopsicossocial de saúde, como traz Correia (2006) em seu
doença em si e o tratamento delas, mas todos os aspectos que estariam
condições diversas relacionadas à saúde e aos diferentes problemas de saúde emergiram, necessitando da intervenção artigo. diretamente relacionados ao fenômeno do adoecer, sejam eles fisiológicos,
contextos sociocultura i s. No caso do Brasil, um país marcado médica que combatia a doença evitando a proliferação de A inovação na concepção de saúde regida pela criação de um psicológicos, sociais, ambientais, dentre outros, os quais também devem ser
por fortes difere n ç a s regionais e cultura i s, o uso disseminado organismos patogênicos causadores das enfermidades novo modelo, o biopsicossocial deixa clara as limitações do considerados para que o tratamento seja eficaz.
Para De Marco (2006), a comunicação tanto da fala quanto da escuta dos dois
e sistemático de versões bra s i l e i ras de instru m e ntos (CORREIA, 2006). modelo biomédico, onde suas explicações voltadas para o
lados envolvidos é de extrema importância, pois os pacientes tem suas próprias
genéricos como o SF-36 e o WHOQOL, o ri e ntado por agendas A saúde não depende apenas de questões orgânicas, ela depende também das paradigma causa-efeito inibe a percepção de outros fatores maneiras de interpretar o que acontece nos seus corpos, sendo assim,
características da sociedade, o que implica a cultura, crença e outras questões
planejadas de pesquisa, perm i t i ria acumular evidências sobre subjacentes à saúde e à doença. Castro e Bornholdt (2004) e comunicação efetiva faz com que os médicos possam perceber as interpretações
que a definem como sociedade, como também da época em que o individuo está
a qualidade p s i c o m é t rica desses instru m e n t o s. Na Correia (2006) relatam que no contexto sócio-econômico, as equivocadas dos pacientes, e quando necessário tem o dever de corrigi-las.
vivendo, outros fenômenos da existência dependem desses fatores como é o
Ainda segundo esse autor, outro fato que diferencia o modelo biomédico do
medida em que muitos estudos bra s i l e i ros são ori e n t ados caso da própria doença, da morte, do sofrimento, da alegria, das emoções. E condições de trabalho, o ambiente, entre outros, são fatores que
biopsicossocial, é que este tenta amenizar as ansiedades dos pacientes que se
por conveniência de pesquisadores que atuam na assistência a como a doença constitui um evento freqüente na vida das pessoas, elas tendem para o modelo biopsicossocial fundamenta o trabalho na submeterão a procedimentos médicos, dando-os informações sobre os
a pensar em saúde como ausência de doença. O que de acordo com Traverso-
pessoas acometidas por e n f e rmidades dive r s a s, há ainda a promoção e educação para saúde. procedimentos, as reações que poderão ser experimentadas, melhores maneiras
Yépez (2001) essa prática ainda fortalece a indústria farmacêutica e a de
considerar o desafio de estabelecer uma rotina de ava l i a ç ã o A partir do anteriormente exposto este trabalho Por meio de de reduzir os desconfortos, entre outras informações que são relevantes para
equipamentos médicos super sofisticados, que são maiores fontes de lucro no
amenizar o estresse do paciente. Quanto ao tratamento, o modelo
de QV que atenda aos interesses práticos de s e rviços mundo. Este processo gera o aumento nas despesas com saúde, dando ênfase uma revisão bibliográfica feita em revistas e artigos online
biopsicossocial tenta oferecer ao paciente escolha para o melhor método a ser
assistenciais, o que inclui demonstra r a utilidade desses apenas na cura e “medicalização da vida” ao invés de também levar em objetivou-se construir um conhecimento a cerca da história do utilizado e os médicos podem considerar as preferências dos pacientes, o que é
consideração a prevenção das doenças.
instrumentos para apri m orar processos diagnósticos e para a modelo Biomédico em contraposição ao modelo Biopsicossocial, visto como uma forma de também amenizar as ansiedades e depressões destas
O modelo biomédico esteve presente na maioria das práticas de saúde durante o
ava l i a ç ã o sistemática de resultados de tra t a m e n t o. em seu âmbito de atuação e de evolução para um melhor pessoas (DE MARCO, 2006).
século passado, e mesmo as questões psicológicas, sociais e ambientais
Mesmo a abordagem do modelo biomédico sendo útil ao sistema médico, ela Nesta perspectiva se evidencia a necessidade de resgate da dimensão subjetiva
influenciarem tanto a origem, a manutenção, evolução e prognóstico do aprimoramento das medidas de intervenção e cuidado doentes,
desvaloriza a experiência subjetiva do paciente, não reconhecendo que o do ser que adoece. Isso implica, na perspectiva paradigmática do modelo
processo do adoecer, estes são reconhecidos, pois se considera que a doença é em virtude de uma boa promoção de saúde e estilo de vida.
paciente tem seus recursos positivos, de enfrentamento, que poderiam lhe biopsicossocial, considerando as interfaces entre psicologia social e da saúde.
um problema do corpo, vendo-se apenas os seus aspectos orgânicos (TRAVERSO-
ajudar em seu próprio processo de recuperação da saúde. E, além disso, a De acordo com o Serviço de Atenção Psicossocial Integrada a
YÉPEZ, 2001).
comunicação profissional/paciente-cliente torna-se insatisfatória, pois além do Saúde (SAPIS) o modelo biopsicossocial proporciona uma visão Psicologia Social e da Saúde: avanços e limitações
A inserção e a prática do psicólogo no campo da saúde ainda é muito limitada. O
paciente não estar envolvido nas decisões sobre os seus próprios cuidados, a psicólogo fica restrito ao mental e a atividade clínica individual. Esse profissional integral das dimensões física, psicológica e social, se
informação recebida nem sempre é compreendida. E também acontece um Ainda existem dificuldades para a psicologia se inserir como campo
tende ao isolamento pela divisão cartesiana corpo-mente. incorporando ao modelo de ensino e formação dos promotores
direcionamento na relação médico/paciente, pois o médico é considerado o interdisciplinar de intervenção na área de saúde. Mesmo se falando tanto do
para definir um papel mais amplo na área da saúde. No entanto, a formação se
agente principal nos cuidados com a saúde, não permitindo a inserção de outros de saúde que ainda está voltando ao aprendizado mecanicista. modelo biopsicossocial nota-se que ainda há uma preferência pelo modelo
restringe muito ao campo da saúde mental e da prática clínica individual.
profissionais nesses cuidados, o que vem mudando nos últimos anos. Bem como, De Marco (2005) traz em seu estudo, a cerca das biologicista, que acaba por esquecer a relevância dos aspectos sociais e
Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas,
As pessoas muitas vezes procuram o serviço de saúde até com problemas psicológicos que medeiam o processo saúde-doença. No sistema vigente, o
nutricionistas, deveriam compartilhar suas experiências desde a graduação e ter características do processo de educação permanente, a
menores, e com sintomas evidentes de estarem precisando falar sobre seus modelo biomédico ainda é hegemônico, apesar da visão individualista,
uma base na concepção sistêmico-ecológica da vida humana. Deveria haver um necessidade de incorporar os aspectos psicossociais ao modelo
problemas pessoais. E a maioria dos profissionais, que tem uma visão fragmentada e descontextualizada daquilo que são os comportamentos humanos
espaço com o objetivo de uma perspectiva interdisciplinar, onde pudessem
fragmentada e organicista do modelo biomédico, ou até mesmo, por limitações biomédico para o ensino de formação superior através dos que estão relacionados à saúde e à doença (TRAVERSO-YÉPEZ, 2001 ao
discutir pontos para lidar com o processo saúde-doença.
de tempo e espaço, procuram definir o diagnóstico de uma patologia física que interesses atuais de humanização. sofrimento psíquico, fome, violência e injustiça social. Tal forma de ensino reflete
Neste processo de reflexão crítica em torno da inserção do psicólogo no contexto
possa abranger os sintomas do paciente, não dando importância aos problemas no pouco conhecimento dos alunos acerca da saúde pública e movimentos
da promoção da saúde, faz-se necessária uma breve discussão em torno da via É com base nesse modelo que a Psicologia da Saúde se insere
psicológicos e sociais que estão inerentes ao processo do adoecer dessas sanitários do país.
de entrada deste profissional, nesta área, o que se deve a partir do seu ingresso como área de atuação e promoção da saúde utilizando
pessoas. São poucos os casos em que o médico escuta o paciente, reconhecendo Sabe-se que a psicologia da saúde vem crescendo e se desenvolvendo, no
nas instituições hospitalares. O que mais uma vez nos leva ao modelo biomédico
essa necessidade, o que faz parte das práticas de prevenção e promoção da conhecimentos das ciências biomédicas, Psicologia Clínica e entanto, nota-se que ainda existem obstáculos a serem ultrapassados. Apesar de
que tem a instituição hospitalar como centro. Tal fato conduz a ênfase nas ações
saúde e que, no entanto, deveriam ser práticas constantes. É óbvio que isso viria Psicologia Social-comunitária. Como diz Castro e Bornholdt o modelo biopsicossocial e o modelo biomédico compartilharem dos mesmos
em nível secundário e terciário, ficando a verdadeira promoção da saúde em um
a implicar no reconhecimento da necessidade da participação de outros pressupostos que o paradigma moderno de cientificidade requer, faz-se
segundo plano. indivíduo pode também ajudar em sua recuperação e, não (2004), o psicólogo deve exercer sua função objetivando intervir
profissionais, como é o caso do psicólogo e do assistente social, que são mais necessário que se dê uma maior importância ao modelo biopsicossocial, pois
apenas ser passivo nas decisões dos médicos. na população em seu contexto cotidiano buscando prevenir o
preparados para esse tipo de atendimento, o que poderia ser considerado um acreditamos que é onde a psicologia é mais bem compreendida, considerando
humanizadas de saúde.
empecilho para um trabalho interdisciplinar verdadeiro e práticas mais risco de proliferação ou manifestação de problemas de âmbito que esse modelo compreende o indivíduo como um todo, desde seus aspectos
sanitário, enfatizando o trabalho nas intervenções sociais. psicológicos, até mesmo os biológicos e sociais. De acordo com esse modelo o

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