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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
USINAGEM DOS MATERIAIS

REBOLOS

Alice Casagrande Cesconetto


Fernando Paupitz Matczak
Thiago Dickmann

Florianópolis, 2009
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Alice Casagrande Cesconetto


Fernando Paupitz Matczak
Thiago Dickmann

REBOLOS

Relatório do seminário referente à


disciplina de Usinagem dos Materiais, do
curso de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal de Santa Catarina,
orientado pelo professor Lourival Boehs,
com objetivo de ampliar os conhecimentos
dos alunos com relação à ferramenta de
usinagem rebolo.

Florianópolis, 2009
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RESUMO

Este trabalho é a parte textual que engloba a apresentação de um seminário


em sala de aula, sobre rebolos, que são ferramentas de corte de geometria não
definida, para a disciplina de Usinagem dos Materiais, da Universidade Federal de
Santa Catarina. Em princípio objetiva-se o esclarecimento sobre a história e a
evolução dos rebolos e seus materiais constituintes, evidenciando que desde o
homem pré-histórico já se usa o princípio da abrasão, mas que somente após a
revolução industrial houve um desenvolvimento significativo no estudo e produção
da ferramenta de corte em questão. Com isso definido, pode-se demonstrar e definir
as operações que requerem o uso dos rebolos, dentro da retificação: desbaste
grosseiro, acabamento e afiação. Posteriormente enumeram-se e explicam-se os
diferentes tipos de rebolos, levando em consideração suas características principais,
seus abrasivos e ligantes, suas condições de uso e de trabalho, seus defeitos e
maneiras de fabricação. Por fim define-se como agir sabiamente na escolha de um
rebolo. Pode-se inferir, com esses estudos, a real necessidade de se conhecer os
rebolos e seus usos, sendo que a ausência desses aprendizados pode acarretar
uma lacuna nos conhecimentos sobre usinagem.

Palavras chave: Rebolos. Revolução industrial. Ferramentas de corte com


geometria não definida. Abrasão. Ligantes. Abrasivos. Retificação. Usinagem.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 6
2 HISTÓRICO ............................................................................................... 8
2.1 Pré-história ............................................................................................. 8
2.2 Evolução do rebolo e primeiros materiais .......................................... 10
3 RETIFICAÇÃO – OPERAÇÕES QUE USAM REBOLOS ..................... 13
3.1 Desbaste ............................................................................................... 16
3.2 Acabamento .............................................................................................. 16
3.3 Afiação ...................................................................................................... 17
4 CONSTITUIÇÃO DO REBOLO ................................................................. 18
4.1 Abrasivo .................................................................................................... 19
4.2 Ligante ...................................................................................................... 19
4.3 Poros ......................................................................................................... 20
5 CARACTERÍSTICAS DO REBOLO .......................................................... 21
5.1 Tipos de Abrasivos ................................................................................. 21
5.1.1 Naturais .................................................................................................... 21
5.1.2 Sintéticos ................................................................................................. 24
5.2 Granulometria .......................................................................................... 27
5.3 Ligante ...................................................................................................... 28
5.3.1 Inorgânicos .............................................................................................. 29
5.3.2 Orgânicos ................................................................................................. 30
5.4 Dureza do rebolo ..................................................................................... 32
5.5 Estrutura – Espaçamento entre os grãos .............................................. 33
5.5.1 Fechada ..................................................................................................... 34
5.5.2 Aberta ........................................................................................................ 34
6 FORMA DOS REBOLOS E PERFIL DOS BORDOS ................................ 36
6.1 Rebolos perfilados – retificação de roscas ........................................... 39
7 ESPECIFICAÇÃO DOS REBOLOS – NORMALIZAÇÃO ........................ 40
8 REFRIGERAÇÃO NO USO DE REBOLOS............................................... 42
9 DEFEITOS NO USO DE REBOLOS ......................................................... 46
10 CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO E MONTAGEM DOS REBOLOS ............. 49
5

11 RETIFICAÇÃO DOS REBOLOS ............................................................... 52


11.1 Perfilamento (Truening) .......................................................................... 55
11.2 Dressamento (Dressing) .......................................................................... 57
12 FABRICAÇÃO DE REBOLOS ............................................................... 59
12.1 Com óxidos de alumínio ou carboneto de silício ................................. 59
12.2 Com diamante ou nitreto cúbico de boro .......................................... 61
13 SELEÇÃO DE REBOLOS ......................................................................... 64
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 69
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho visa abordar todos os principais aspectos do rebolo: ferramenta


de corte de geometria não definida. Sua utilização e importância abrangem diversas
áreas de processos de fabricação que são evidenciadas neste trabalho.
Os rebolos são ferramentas conhecidas há muitos anos. Já na pré-história o
homem esfregava seus utensílios em pedras, a fim de provocar abrasão e afiar ou
dar forma aos seus objetos. Inevitavelmente, o primeiro rebolo também foi feito de
rocha, e usado por muitos anos até os nossos dias. Em muitas propriedades rurais
encontramos a pedra de amolar, utilizada para a afiação das ferramentas do campo.
Com os anos, o rebolo manteve seu formato cilíndrico e foi alterando apenas sua
constituição, com a utilização de diferentes materiais.
Atualmente o rebolo é, de modo geral, utilizado em operações de retificação.
Neste trabalho optou-se por subdividir esse processo em outros três: desbaste
grosso, acabamento e afiação. Assim pode-se ter uma visão mais ampla de todas as
aplicações dessa ferramenta.
Os rebolos possuem três constituintes principais: o abrasivo, o ligante e os
poros. Ao se misturar uniformemente um ligante com algum tipo de abrasivo, e dar a
forma adequada, temos um rebolo, que é classificado de acordo com parâmetros
resultantes desse processo.
Os parâmetros importantes para se avaliar um rebolo são o tipo de abrasivo
(natural ou sintético), o ligante (influencia em diversas propriedades do rebolo e
pode ser orgânico ou inorgânico), a granulometria (diz respeito ao tamanho dos
grãos usados), a dureza (referente ao desgaste da ferramenta), e a estrutura (indica
a porosidade do rebolo). Cada variação desses parâmetros se adéqua melhor ou
pior a uma aplicação.
Depois de avaliada a constituição do rebolo, também é importante saber suas
formas básicas, e assim entender a amplitude de sua aplicação. Normas técnicas
definem a forma, dimensão e bordos que os rebolos têm.
Com a informação dos parâmetros, forma e bordos do rebolo, pode-se
especificar totalmente o rebolo e padronizar sua comercialização. Todas essas
7

informações de abrasivo, ligante, estrutura, etc., devem vir especificadas sobre a


ferramenta.
Tal quais outras ferramentas, o rebolo também sofre desgaste e perde sua
forma ideal. Algumas precauções podem e devem ser tomados para se garantir o
bom uso do rebolo. A refrigeração e uso de fluidos de corte também se aplica para
essa ferramenta. Além disso, também temos a retificação dos rebolos, que visa
recuperar o rebolo. Dois processos de recuperação são abordados: dressamento,
para renovar a superfície, e perfilamento para afiação do rebolo.
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2 HISTÓRICO

2.1 Pré-história

O homem pré-histórico já conhecia a forma de afiar sua ferramenta, sua arma,


trabalhando-a primeiro e esfregando-a com uma pedra depois, para obter um melhor
acabamento. Podemos considerar os machados pré-históricos do período Paleolítico
(pedra lascada) e do Neolítico (pedra polida) como dois exemplos disto.

Figura 1: HOMO habilis – Idade da pedra lascada. 1 ilustração.


Fonte: disponível em: <http://historia-interactiva.blogspot.com/2008/10/homo-
habilis.html>. Acesso em: 1 jun. 2009.

Para trabalhar suas ferramentas, os homens pré-históricos usavam sempre o


mesmo lugar e acabaram criando, o que hoje chamamos de oficinas líticas. Esses
eram lugares onde as populações pré-históricas preparavam e aperfeiçoavam suas
ferramentas e instrumentos de caça, de pesca e de coleta. As oficinas líticas são
formações de depressões na rocha, sejam sulcos, frisos, pratos ou bacias que
serviam para amolar, afiar e polir as ferramentas de pedra. Elas são encontradas
com muita frequência no litoral, pois os povos já conheciam o poder abrasivo da
combinação de areia e água.
9

Figura 2: OFICINAS Líticas da Praia dos Ingleses. 1 fotografia, color.


Fonte: disponível em: <www.flickr.com/photos/patsetubal/2568638905/>. Acesso em:
1 abr. 2009

O fenômeno predominante nesses processos rudimentares de usinagem é a


abrasão. “Abrasão é definida como a operação de arrancar partículas de um material
por esfregamento contra outro material que será quase sempre mais duro do que o
primeiro. Esta ação de esfregar uma peça contra outra para modificar a sua forma
geométrica, ou afiá-la, pertence ao instinto do homem primitivo. O conhecimento
adquirido permitiu ao homem aprimorar constantemente a forma de usar meios
Abrasivos. Há 4.000 anos a.C. já era usado pelos egípcios um processo para corte
de grandes blocos de pedra, de forma similar ao usado hoje nas marmorarias para o
corte de grandes blocos de granito com fios de aço e pó de diamante.

Figura 3: FERRAMENTAS de pedra lascada. 1 figura.


10

Fonte: disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/desvendando-


arqueologia-vi.htm>. Acesso em: 1 br.

A areia, a pedra de sílex em tempos pré-históricos, o esmeril usado


principalmente na ilha de Naxos no mar Egeu e na Austrália e mais tarde o garnet
são os abrasivos historicamente mais representativos. O diamante já era usado na
Índia como pó polidor em 800 a.C.
Em 2.000 anos a.C. no Egito já era trabalhado o bronze com uma máquina
rudimentar similar a um torno. Provavelmente esta foi a primeira retífica.

2.2 Evolução do rebolo e primeiros materiais

Os abrasivos sempre estiveram ligados ao desenvolvimento industrial, porém,


foi só nos últimos 80 anos que eles apresentaram o máximo crescimento. De acordo
com Nussbaum (1988), os fatos mais importantes ocorridos desde o século XIV
seriam:
1500 - Máquina de afiar (ou amolar) usando um rebolo de pedra talhada a mão
(Leonardo da Vinci);
1825 - Primeiros rebolos de esmeril e pó de diamante, ligados provavelmente com
laca (Índia);
1837 - Gaudin (Francês) obteve os primeiros cristais de Alumina;
1850 - Primeiros rebolos com liga mineral, oxicloreto de Mg (Magnesita);
1857 - Primeiros rebolos ligados com borracha;
1860 - Primeira máquina retificadora cilíndrica (Brown-Sharp);
1864 - Primeiros rebolos com liga cerâmica (Inglaterra);
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Figura 4: ALMEIDA JUNIOR, J. F. Amolação interrompida. 1985. 1 pintura.

1877 - Frémy e Fiel obtiveram grãos de alumina,* úteis para serem usados como
abrasivos;
1891 - Moissan (Francês) e o Dr. Acheson (norte-americano) obtiveram, ao mesmo
tempo, durante pesquisas para obter diamante artificial, o SiC - Carbeto de Silício;
1893 - Primeiros rebolos com Carbeto de Silício.

Figura 5: CARBETO de Silício em pó. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.poligemas.com.br>. Acesso em: 1 abr. 2009.
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A partir da Revolução Industrial, na Segunda metade do século passado, os


progressos foram muito rápidos. Especialmente nos últimos 60 anos, devido aos
grandes esforços industriais das Guerras Mundiais, que forçaram as pesquisas,
tanto na Europa como nos EUA e Japão. A necessidade de fabricar peças de
reposição motivou o aparecimento das tolerâncias dimensionais e criou condições
ótimas para o desenvolvimento técnico da indústria dos abrasivos. O crescimento da
indústria de automóvel foi um dos grandes propulsores deste desenvolvimento.
Em 1927 apareceram os primeiros rebolos fabricados com resinas sintéticas
como ligante.
Novos abrasivos surgiram nos anos seguintes. O Óxido de Alumínio branco, o
rosa, o rubino e o modificado com Óxido de Vanádio, todos eles para trabalhos em
aços especiais e em determinadas operações.
Em 1934 apareceu o carbureto de boro que apresentou alguns problemas no
seu uso para fabricação de rebolos, embora fosse um produto sintético de altíssima
dureza.
Em 1957 apareceu no mercado o diamante sintético, produzido pela General
Electric Co.(EUA) através de um processo que envolve altíssima pressão e
temperatura, da mesma forma que a natureza o faz.
Em 1983, o diamante já havia conquistado mais de 30% do mercado industrial
Norte-Americano em termos de valor financeiro. E isso que na época o custo
comparativo do diamante com o Óxido de Alumínio e Carbureto de Silício era em
torno de umas 2500 vezes mais caro. Por outro lado, os novos abrasivos
apresentam algumas limitações técnicas. Por exemplo, nas lixas, cujo campo de
aplicação principal é na área da madeira e aí não há necessidade de grãos
abrasivos superiores. E, além disso, a afinidade química do diamante pelas ligas
ferrosas de cobalto e níquel, no ponto quente de contato rebolo/peça, é uma
limitação para mantê-lo fora do grande mercado onde imperam o Corindon e o
Carbureto de Silício.
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3 RETIFICAÇÃO – OPERAÇÕES QUE USAM REBOLO

O princípio de funcionamento do rebolo está no desgaste ocasionado pela


penetração superficial de grãos abrasivos, que remove as partículas do material.

Figura 6: EFEITO abrasivo do rebolo arrancando cavacos. 1 fotografia, color.


Fonte: disponível em: <http://sharpcosweepershoes.com/Grinding%202.JPG
>. Acesso em 1 abr. 2009.

Os grãos funcionam como micro-ferramentas que induzem o mesmo


mecanismo de formação de cavaco que as ferramentas de geometria definida
apresentam. Desta forma, os grãos abrasivos também perdem a sua capacidade de
corte, exigindo maior pressão na área de contato entre a peça e o rebolo, para
quebrar ou arrancar os grãos gastos, criando continuamente, novas arestas de
corte. Esta característica faz do rebolo a única ferramenta de corte com auto-
afiação.
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Figura 7: Tipos de retificação.


Fonte: AGOSTINHO, O. L. et al. Processos de fabricação e planejamento
de processos. 2004. 98 p., il. Trabalho da disciplina de Introdução à Engenharia de
Fabricação. Disponível em: <www.ebah.com.br/apostila-pdf-pdf-a873.html>. Acesso em: 1
abr. 2009
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Figura 7 (continuação): Tipos de retificação.


Fonte: AGOSTINHO, O. L. et al. Processos de fabricação e planejamento
de processos. 2004. 98 p., il. Trabalho da disciplina de Introdução à Engenharia de
Fabricação. Disponível em: <www.ebah.com.br/apostila-pdf-pdf-a873.html>. Acesso em: 1
abr. 2009

De modo geral, as operações que utilizam rebolos são denomiadas


retificações. Dentro da retificação podemos ainda classificar em:
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3.1 Desbaste

Nessa operação efetua-se a remoção simples de material, sem a exigência de


precisão, como por exemplo, o rebarbamento de peças fundidas, forjadas ou
estampadas. A granulação do rebolo utilizado aqui é geralmente grosseira, pois não
se está preocupado com o acabamento do processo.

Figura 8: REBARBAÇÃO de peça forjada. Fundição Bom Sucesso. 2007. 1


fotografia, color.
Fonte: Disponível em: <http://www.metalsul.ind.br> Acesso em 1 abr. 2009.

3.2 Acabamento

Operação com finalidade de se obter superfícies lisas e precisas. A


preocupação aqui é com o acabamento das peças, por isso uma granulação mais
fina pode ser usada. Esse acabamento se aplica não só à rugosidade da superfície,
como também a melhoria de dimensões e geometrias.
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Figura 9: ACABAMENTO feito com rebolo.


Fonte: Retificação cilíndrica. 5 p., il. Aula da USP. Disponível em:
<www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009.

3.3 Afiação

Regeneração ou criação do fio de corte de outra ferramenta, através do


aprimoramento dos ângulos característicos de saída. Nessa operação se quer criar
uma geometria com ângulos e dimensões muito precisos e importantes, que vão
caracterizar o gume de uma ferramenta. Além disso, uma vez que as ferramentas já
são feitas de materiais que precisam suportar o desgaste, é preciso uma ferramenta
superior para efetuar essa usinagem.
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Figura 10: STOETERAU, R. L. et al. Processos de usinagem de roscas. 52


p., il. Disponível em: <http://www.hlam.com.br/Usinagem%20de%20Roscas.pdf>.
Acesso em: 26 mai. 2009
4 CONSTITUIÇÃO DO REBOLO

O rebolo se caracteriza por ser um aglomerado. Ou seja, ele é formado por


grãos abrasivos dispersos em uma matriz de ligante. Independente de o rebolo ser
de origem natural (rochas) ou artificial, essa é sua constituição básica. Isso porque
em um rebolo não é todo o material da ferramenta que irá causar a remoção de
material, mas apenas os grãos que possuem gumes afiados. “Dessa forma, são
ferramentas consideradas policortantes [...]” (ROSSI, 1970), cujas lâminas,
numerosas e unidas, são constituidas por uma porção de grãos abrasivos que
removem pequenas quantidades de material.

Figura 11: Constituição do Rebolo.


Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em:
19

<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>.
Acesso em: 1. abr. 2009

4.1 Abrasivo

Essa é a parte ativa da ferramenta, pois é ela quem de fato retira material da
peça. É constituído por uma porção de grãos que apresentam certa dureza, e que
irão impactar com a peça para que o material seja arrancado. É importante que o
abrasivo tenha elevada dureza, estabilidade térmica e estabilidade química. Os
grãos abrasivos têm que apresentar “tenacidade” para suportar os choques
mecânicos da operação de corte interrompido sem se fraturar prematuramente, mas
devem por outro lado,apresentar “friabilidade”, isto é, à medida que o desgaste
arredonda as arestas cortantes (o grão fica cego), aumentam os esforços e o grão
se fratura apresentando novas arestas.(Catálogo de produtos Winter – set/2006)

4.2 Ligante

O ligante é a parte passiva do rebolo, ele detém a função de unir e sustentar o


abrasivo na ferramenta. Com isso possibilita que os grãos abrasivos reajam à
pressão necessária à retirada de material. Mas, acima de tudo, o mais importante é
que o ligante consiga se livrar dos grãos desgastados (lisos), para que os grãos
novos das camadas inferiores sejam expostos. É essencialmente essa propriedade
que torna o ligante fundamental no rebolo e por isso que influencia diretamente no
rendimento da ferramenta. Trataremos mais desse aspecto ao abordarmos a dureza
dos rebolos e defeitos no uso de rebolos.
Mesmo se tratando de “rebolos” naturais, como as rochas, também
encontramos uma matriz que aloja os grãos abrasivos. Assim como nos ligantes,
essa matriz possui dureza menor para que possa ser desgastada antes do abrasivo.
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4.3 Poros

Os poros constituem os vazios dentro do rebolo, formados entre os grãos


abrasivos e o ligante. A formação de poros é inevitável, porém não é indesejável.
Os poros são importantes em muitos fatores, seja para refrigeração, ou para retirada
de cavaco. Portanto, é interessante controlar o tamanho dos poros, e assim controlar
mais uma variável dentro do processo de usinagem com rebolos.
Uma alta porosidade é muito importante para que o líquido refrigerante possa
penetrar na zona de retificação da ferramenta, e também para que o cavaco possa
ser transportado para fora da zona de maior atrito. Falaremos em mais detalhe sobre
a porosidade no item 5.5 que trata de Estrutura.

Figura 12: MICROSCOPIA – Ligante, poros e abrasivo. 1 fotografia. Disponível em:


<www.interempresas.net/MetalMecanica/Articulos/Articulo.asp?A=19447>. Acesso
em: 1 abr. 2009.
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5 CARACTERÍSTICAS DO REBOLO

Os rebolos apresentam características importantes que devem ser


consideradas. É através da combinação dessas características que se obtém o
melhor rendimento da ferramenta em sua aplicação. A seguir temos esses cinco
parâmetros, de acordo com Stemmer (2005) e seu detalhamento.

5.1 Tipos de Abrasivos

Os abrasivos podem ser divididos em dois grandes grupos, que são os


naturais e os sintéticos. Deve-se destacar que os abrasivos naturais são menos
usados, devido a sua baixa resistência comparada com os abrasivos sintéticos.
També devido ao grande desenvolvimento de novos materiais sintéticos e
conseqüente barateamento desses materiais, o que tem proporcionado rebolos mais
eficientes. Segundo Stemmer (2005) os abrasivos que temos são:

5.1.1. Naturais

Esse grupo compreende todos os materiais que se encontram na natureza e


não precisam passar por nenhum tratamento químico ou térmico, ou seja, serem
transformados para poderem ser usados. São eles:
a) Pedra de arenito ou silex (quartzo – SiO2) – Possui baixa dureza, apresentando
desgaste por fraturas frágeis, porém após a quebra os grãos não apresentam
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arestas vivas boas. É a famosa “pedra de amolar”, encontrada em zonas rurais e


usada para afiação dos utensílios do homem do campo.

Figura 13: “Pedra de amolar”. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.flickr.com/photos/kafu/215473070/>. Acesso em: 1 abr. 2009.

b) Esmeril natural – É um material quase que exclusivo da região do Cabo Esmeril,


da ilha grega de Naxos. Esse abrasivo se forma de um raro derramamento
vulcânico composto de até 70% de óxido de alumínio cristalino em matriz de
magnetita. Também possui pouca eficiência em formar gumes afiados na quebra
do grão.

c) Coríndon natural – Diferente do esmeril natural, esse material possui um teor


maior de óxido de alumínio, variando de 80 a 95%. O alto teor de Al2O3 lhe
garante uma dureza elevada se comparado com os outros materiais naturais.
Similar aos demais, não forma arestas vivas no desgaste. Porém encontra
aplicação no polimento de vidros ópticos.
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Figura 14: ZIMBRES, E. Coríndon natural. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.dicionario.pro.br />. Acesso em: 1 abr. 2009.

d) Pedra pome – Uma rocha extremamente porosa por natureza. É de baixíssima


resistência mecânica, porém já é usada há muitos anos no acabamento de
materiais também moles tais como madeira ou osso.

Figura 15: TEXTURA da pedra pome ampliada. 1 fotografia, color. Disponível em:
<www.garinbrasil.com.br/pedra_pome.html>. Acesso em: 1 abr. 2009.

e) Granadas – Um material de boa dureza, e que possui a vantagem de romper em


forma de concha (conchoidal). Isso garante a formação de muitos gumes afiados.
Porém, ainda assim não suficientemente eficientes para utilização em metais, por
isso se aplicam largamente em lixas de madeiras duras e/ou nobres.
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Figura 16: Pedra de Granada. 1 fotografia, color. Disponível em:


<http://www.girafamania.com.br/tudo/pedra-granada.htm>. Acesso em: 1 abr.
2009.

f) Diamante – É a exceção dos materiais naturais. Possui notória dureza elevada, o


que lhe permite usinar metal-duro, quartzo, mármore, granito, cerâmica, etc.
Porém, não são pedras de diamante propriamente que se usa no rebolo. Uma vez
que grande parte dos diamantes extraídos em minas possui algum tipo de defeito,
esses são moídos e então aplicados em ferramentas de polimento, lapidação ou
retificação. É um abrasivo especialmente utilizado para retificação de ferramentas
de metal duro.
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Figura 17: Morfologia do diamante em pó. Revista Matéria. v. 10, n. 3, pp.


419 – 428, 2005. 1 fotografia. Disponível em:
<http://www.materia.coppe.ufrj.br/>. Acesso em: 01 abr. 2009.

5.1.2. Sintéticos

A necessidade de se atingir tolerâncias muito maiores, levou a criação de


abrasivos sintéticos, os quais apresentam propriedades melhoradas. Além disso,
novas pesquisas e estudos podem e são feitos a fim de melhorar ainda mais esses
materiais. Por isso, uma infinidade de abrasivos sintéticos está à disposição para a
fabricação de rebolos. Os mais importantes desses abrasivos são:

a) Coríndon – formado por óxido de alumínio cristalino. É classificado em regular,


médio e extra, de acordo com seu teor de impurezas (óxidos de titânio, silício e
ferro). Além disso, também oferece variações referentes a elementos de ligas e
composições de coríndon. Quatro principais processos de fabricação se aplicam a
esse material: fundição, cristalização, sinterização e pulverização de massa
fundida que forma esferas ocas ao resfriarem em suspensão no ar.

b) Carboneto de silício – é um material sintético, formado pela fusão em fornos


elétricos de areia de sílica (SiO2) com coque (carbono). Possui elevada dureza,
que não depende da orientação dos cristais (como o diamante). Além disso, é
muito estável quimicamente. Suas demais propriedades dependem do tipo e teor
de impurezas, e a partir disso são classificados em de cor verde ou de cor preta.
Os de cor preta se distinguem por apresentar maior tenacidade.
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Figura 18: REBOLOS em Carboneto de Silício. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.jlemosesteves.pt/>. Acesso em: 1 abr. 2009.

c) Nitreto cúbico de boro – É o material sintético que mais se aproxima da dureza do


diamante, com a vantagem dessa propriedade não depender da orientação dos
cristais. Sua estrutura cristalina cúbica é estável até a temperatura de 2000°C, a
temperatura ambiente. Encontra aplicação na usinagem de materiais de boa
dureza, tais como aços rápidos e aços liga.

Figura 19: NITRETO Cúbico de Boro. 1 fotografia. Disponível em:


<www.abrasivesnet.com>. Acesso em: 1 abr. 2009.
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d) Diamante sintético – Possui dureza superior ao diamante natural, o que o torna o


mais duro de todos os abrasivos, porém essa propriedade depende da orientação
do cristal. Além disso, possui elevada condutibilidade térmica e, por isso, requer
cuidados na hora da escolha do ligante. Ligantes de baixo ponto de fusão, como
resinóides, podem fundir e destruir o rebolo. Em ar atmosférico e à temperatura
de 900°C, o diamante sofre a grafitização, o que di minui sua resistência. Esse
abrasivo é utilizado na retificação de metal duro, quartzo, cristais, gemas, pedras
preciosas, mármore, granito e cerâmicos. E ainda, estudos recentes, utilizando
configurações alternativas de diamantes, obtiveram grandes resultados na
usinagem de materiais dúcteis não ferrosos, tais como o alumínio.

Figura 20: DIAMANTE sintético – Grãos. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.dsn2006.org/catalog/materials_handling/1/>. Acesso em 1 abr. 2009.

5.2 Granulometria

A granulometria diz respeito ao tamanho de grão, ou seja, especifica


parâmetros que podem ser medidos e comparados entre os diferentes tipos de grão.
De acordo com Nussbaum (1988), é importante se ter controle da granulometria de
um rebolo para que a uniformidade dos grãos seja garantida, e conseqüentemente a
usinagem também apresente resultados uniformes. O tamanho de grão está
diretamente ligado ao acabamento da usinagem.
Um primeiro método para se especificar a granulometria de um rebolo é a
utilização de peneiras. Os furos da peneira irão limitar os tamanhos do grão, e dessa
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forma nenhum grão além do tamanho que se quer estará presente no rebolo. “A
classificação mais usual é a da norma norte-americana ANSI Standart B 7.12-1977”
(STEMMER, 2005, p. 270). Essa norma especifica o tamanho de grão através do
número de fios que uma área padrão de uma polegada quadrada da peneira
contém. O produto, ou quadrado, do número de fios é chamado de mesh (malha).
Então, por exemplo, uma peneira que possua 10 x 10 fios, possui um malha de 100.
Nessa medida, quanto maior o número de mesh, menor é o tamanho de grão.
Abaixo temos uma classificação da granulometria em mesh, de acordo com
Stemmer (2005).

Finíssimo 400 500 600 800 1000 1200


Muito fino 150 180 220 280 320
Fino 70 80 90 100 120
Médio 30 36 46 54 60
Grosso 14 16 20 24
Muito grosso 6 8 10 12
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC.
2008. 314 p., il.

Na figura abaixo temos um exemplo das malhas usadas. Observa-se também


uma classificação, indicando apenas os números de fios. Portanto, se a malha
possui 20x20 fios, os grãos que passam nessa malha são chamados de grãos nº 20.

Figura 21: Granulometria.


Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em:
29

<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>.
Acesso em: 1. abr. 2009

Porém, algumas utilizações requerem grãos tão pequenos, que estes já se


tornam pós impalpáveis, e não mais podem ser medidos através desse sistema de
peneiras. Para esses grãos, cita Stemmer (2005), criou-se uma medição baseada no
tempo de decantação em solução aquosa. A solução aquosa de grãos é descansada
por um número “n” de minutos, e então uma parcela superior da solução é retirada.
Através da evaporação, extrai-se o pó dessa parcela, e esse pó é chamado de pó de
“n” minutos. Essa medida encontra uma relação de aproximadamente 0,05
min/mesh, ou seja, 1 minuto corresponde a um grão de mesh 200.

5.3 Ligantes

Os ligantes são divididos em dois grandes grupos, de acordo com sua


constituição química. Eles podem ser orgânicos e inorgânicos. Ainda, uma
caracterização encontrada em bibliografia mais antiga refere-se aos ligantes
inorgânicos como ligantes elásticos.
Os diferentes ligantes recebem um símbolo que os identifica e que é usado na
especificação do rebolo. Em seguida encontramos essa simbologia, com seus
respectivos ligantes.

5.3.1. Inorgânicos

(V) Cerâmico ou vitrificado: É formado por uma mistura de argila, caolim,


quartzo, feldspato e outros fundentes (que diminuem a temperatura de queima do
ligante). As proporções utilizadas de cada um dependem das propriedades que se
quer obter do ligante. A utilização de fundentes é mais recente, e visa economizar
tempo e combustível. O nome vitrificado se deve ao fato de todos os seus
30

componentes se vitrificarem durante o processo de queima, por esse motivo também


pode ser chamado de cerâmica sinterizada. Esses ligantes representam 75% da
utilização dos rebolos. De modo geral são frágeis, com alto módulo de elasticidade e
resistentes à temperatura, porém quebradiços e sensíveis a choques térmicos. Além
disso, a queima requer altas temperaturas, entre 1000 a 1350°C.
(S) Silicioso: É formado por silicato de sódio, obtido na fusão de soda cáustica
com grãos de quartzo, e ainda um pouco de argila. A solidificação dessa solução
ocorre a 200°C e sua queima a temperaturas muito me nores que os ligantes
cerâmicos. Por essas características, é um ligante fácil de trabalhar e de moldar.
Permitem, ainda, a fabricação de ferramentas de grandes dimensões. Os problemas
da utilização dessa ligante são: estrutura muito fechada, falta de elasticidade e baixa
dureza. Além disso, também são muito suscetíveis à temperatura e à presença de
água, devido à soda cáustica da composição.
(O) Magnesita: É formado por oxicloreto de magnésio, que se forma da
reação de óxidos com cloreto de magnésio. A solidificação do material ocorre em
temperatura ambiente, embora de forma demorada. Porém, essa é uma reação
química muito instável e difícil de controlar, por isso gera freqüentes trincas e
fissuras que fragilizam e até inutilizam a ferramenta. É um ligante sensível à
umidade, e por isso dispensa o uso de lubrificantes. Porém, isso pode limitar sua
aplicação, e por isso só encontra utilização em retificações suaves como cutelaria e
afiação de antigas navalhas e lâminas de barbear.
(M) Metálico: é formado por diversos tipos de material, porém possui uma
fabricação mais complexo e abrangente. Ao invés de simplesmente se misturar
materiais e queimar em fornos, ligantes metálicos podem ser sinterizados,
depositados galvanicamente sobre um suporte, ou infiltrados numa matriz porosa de
abrasivo. É comumente usado na retificação de cerâmicas, com rebolos contendo
abrasivos de dureza elevada como nitreto cúbico de boro (CBN), diamante ou
diamante sinterizado.
31

Figura 22: REBOLO eletrolítico - depositação galvânica. 1 fotografia, color.


Disponível em: <www.nikkon.com.br/reboloseltroliticos.htm>. Acesso em 1 abr. 2009.

5.3.2 Orgânicos

(E) Goma-laca: é formado de resíduos de couro. São de fabricação muito


simples, se comparado aos outros ligantes que precisam ser misturados e
queimados. Usados geralmente em lixas, são suscetíveis a temperatura. Além disso,
também são usados para preparação de amostras metalográficas, pois não
produzem descoloração na usinagem e isso permite boa visualização da estrutura
do metal.
32

Figura 23: GOMA-LACA. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.templodaarte.com/loja/>. Acesso em 1 abr. 2009.

(R) Borracha: é formado por borracha (ou látex). É amplamente usado em


usinagens em alta velocidade, pois sua característica elástica garante ação suave
do rebolo sobre a peça. A rebarbação de peças fundidas é um exemplo de sua
aplicação.

Figura 24: BORRACHA sendo extraída. 1 fotografia, color.


Disponível em: <portuguese.alibaba.com/product-tp/latex-rubber-103676617.html>.
Acesso em 1 abr. 2009.

(B) Resinóide: é formado por vários tipos de resinas sintéticas, que podem ou
não apresentar material de enchimento. É o segundo ligante mais usado e com
abrangência crescente. As resinas mais comuns são as fenólicas, pois são do tipo
33

termofixas. Isso garante que o material não irá se deformar sobre a ação da
temperatura Porém, limite a temperatura na usinagem já que o material não resiste a
grandes temperaturas, como os ligantes cerâmicos ou metálicos. É um ligante
recomendado para trabalhos de alta pressão com velocidades de até 80 m/s.

Figura 25: RESINA pré-processada. 1 fotografia, color. Disponível em:


<www.scientech.com.br/produtos/resinas.html>. Acesso em 1 abr. 2009.

5.4 Dureza do rebolo

A dureza do rebolo é o parâmetro que determina a capacidade do ligante em


reter as partículas abrasivas do rebolo. Também, pode ser interpretada como a
tenacidade do ligante.
O que se espera de um rebolo é que ele mantenha os grãos ativos até que
estes se desgastem, arredondem e percam a eficácia. Então, o rebolo deve ser
capaz de soltar esses grãos e expor novos grãos ativos. Dessa forma o rebolo está
continuamente se reafiando. Porém, deve se cuidar para que não ocorra o desgaste
excessivo da ferramenta e conseqüente ineficiência do processo, pois um rebolo que
se desgasta muito fácil pode não estar retirando material suficientemente.
A dureza do rebolo não é quantitativamente mensurada. Ela apenas é
comparada entre os diversos rebolos e classificada numa ordem apropriada. Uma
dureza grande significa que o rebolo apresenta maior resistência ao desgaste e
34

arranque de seus grãos. Essa classificação utiliza as letras maiúsculas do nosso


alfabeto, como vemos na tabela abaixo.
Extra macio A, B, C, D, G
Macio H, I, J, K
Médio L, M, N, O
Duro P, Q, R, S
Extra duro T, U, W, Z
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC.
2008. 314 p., il.

5.5 Estrutura – Espaçamento entre os grãos

A estrutura aqui é definida como o espaçamento entre os grãos abrasivos e o


ligante. Ela nos indica quanto espaço vazio há dentro do rebolo. É classificada em
aberta (mais porosidade) ou fechada (menos porosidade).

Figura 29: Efeitos da porosidade do rebolo.


Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: <http://www.lmp.ufsc.br >.
Acesso em: 1. abr. 2009
35

5.5.1. Estrutura fechada

Uma estrutura fechada possui os grãos abrasivos mais perto um dos outros, o
que significa mais contato com a peça. Porém, uma vez que se têm mais arestas
cortantes em contato com a peça, também se produz mais calor durante a
usinagem, e conseqüente maior desgaste.
De acordo com Stemmer (2005), o uso de rebolos com estrutura fechada é
indicado para acabamentos finos, pois é necessário se ter uma boa densidade de
arestas cortantes e assim garantir a uniformidade do processo. A estrutura fechada
também é usada na retificação de roscas.

5.5.2. Estrutura aberta

Uma estrutura aberta representa grande espaçamento entre os grãos


abrasivos. Esses espaços são importantes para alojar o cavaco, e com isso uma
maior quantidade de material pode ser retirada. Além disso, com menos grãos em
contato com a peça e menos calor sendo gerado, a durabilidade de rebolos de
estrutura aberta é maior.
De modo geral, os materiais de menor dureza e ductilidade maior requerem
rebolos de estrutura aberta para sua usinagem. São exemplos materiais não comuns
à engenharia tais como cortiça, borracha, couro, etc.
36

Figura 30: CONSTITUIÇÃO dos rebolos de estrutura aberta e fechada.


Fonte: Preparação de máquina. 10 p., il. Aula da USP. Disponível em:
<www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009.
37

6 FORMA DOS REBOLOS E PERFIL DOS BORDOS

Sendo o rebolo uma ferramenta utilizada em diversas operações diferentes, é


importante que ele também apresente formatos diferentes, que atendam as
diferentes necessidades. De forma geral, o que se tem é:

Figura 31: FORMAS e aplicações de rebolos.


Fonte: Retificação: conceitos e equipamentos. 7 p., il. Aula da USP. Disponível
em: <www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009.

Tanto o formato geral, como também o perfil dos bordos possuem formas e
dimensões padronizadas. Essas formas são regulamentadas pelas normas ISO/R
603-1967, ISO 1117-1975 e ISO/R 525, também pelas normas alemãs DIN, que se
encontram no manual 108 – Werkzeuge 6, e ainda pela norma dos Estados
Unidades ANSI-Standard B 74.2-1974 e pela brasileira ABNT NBR 6166.
38

Abaixo temos alguns dos formatos básicos de rebolos.

Figura 32: FORMAS de Rebolo. il, color. Disponível em:


<http://www.diamaxdiamantes.com.br/arquivos/Diamax_Catalogo.pdf>.Acesso
em 26 mai. 2009.
39

Com relação aos bordos do rebolo, também existem padronizaçãoes, com


formatos e dimensões normalizados. Abaixo temos alguns desses bordos.

Figura 33: Bordo de rebolos


Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC.
2008. 314 p., il.
40

6.1 Rebolos perfilados – retificação de roscas

Além desses formatos padronizados, também existem rebolos com formas e


bordos específicos para uma peça. Esses são chamados perfilados, e encontram
aplicação principalmente na retífica de roscas. Em roscas que trabalham com a
calibragem de algum aparelho, é importante que essas possuam tolerâncias
dimensionais muito pequenas, e para suprir essa necessidade usa-se os rebolos
perfilados.

Figura 34: RETIFICAÇÃO com rebolo perfilado. 1 fotografia, color. Disponível em:
<www.cimm.com.br>. Acesso em 1 abr. 2009.
41

7 ESPECIFICAÇÃO DOS REBOLOS – NORMALIZAÇÃO

Depois de todos esses aspectos que foram abordados aqui, é importante


demonstrar como a especificação de rebolos é feita. No caso, todos os elementos
supracitados aqui devem estar descritos sobre o rebolo, de forma a facilitar a sua
utilização no dia-a-dia.
Na imagem a baixo temos um exemplo disso. Todos os parâmetros que vimos
estão indicados, tais como granulometria, dureza, ligante, abrasivo, e ainda
encontramos outros, tais como rotação máxima de trabalho e dimensões da
ferramenta.

Figura 35: ESPECIFICAÇÃO de Rebolo.


Fonte: Preparação de máquina. 10 p., il. Aula da USP. Disponível em:
<www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009.
42

Figura 36: CATÁLOGO NORTON. Exemplo de rebolo vendido no mercado.


Disponível em:
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso
em 1 abr. 2009.
43

8 REFRIGERAÇÃO NO USO DE REBOLOS

Nas operações com rebolos, pode haver grandes quantidades de calor


gerado devido ao atrito do rebolo com a peça a ser usinada. De fato, e conforme
Stemmer (2008), a maior parte do calor gerado no processo de retificação transfere-
se para a peça, o que pode originar uma série de graves problemas, tais como o
surgimento de “pontos macios” por sobreaquecimento do material, “pontos duros”
por aquecimento e rápido resfriamento, áreas com manchas, e aspecto superficial
queimado, além de trincas, empenamentos e deformações. A retirada do cavaco é
um fator crucial para evitar este problema, pois o espaço disponível para este se
alojar no decorrer do processo é muito pequeno, o que freqüentemente acarreta em
forte atrito dos grãos do rebolo com a peça, provocando aquecimento excessivo.
Neste quesito, os fluidos refrigerantes desempenham um papel muito importante.

Figura 37: FLUXO de calor no grão


Fonte: KÖNIG W. Tecnologia da Fabricação. Retífica, brunimento e lapidação. v. 2
(direitos de tradução reservados por Prof. Walter L. Weingaertner), 1981.
44

Lubri-refrigerantes são altamente recomendados para os casos agressivos


onde grandes quantidades de calor são geradas, e possuem diversas finalidades e
vantagens que, em muito, justificam o seu uso. Além de esfriar a peça, as porções
de fluido localizadas imediatamente nos pontos de contato da peça com o abrasivo,
conferem uma boa lubrificação na interface da peça com o rebolo. De acordo com
Nussbaum (1988), “os fluidos contribuem para manter a uniformidade da distribuição
de temperaturas na área usinada, ponto-chave para evitar as deformações
originadas de choques térmicos.” A remoção dos cavacos pelo fluido de corte evita
também que o arraste na retirada dos mesmos e sua compressão contra o rebolo
prejudique no acabamento da peça ou feche os poros do rebolo precocemente. A
aplicação de fluidos de corte, portanto, auxilia nos objetivos gerais do rebolo, na
medida em que contribui para o arranque do material sob a forma de cavaco e
melhora o acabamento superficial da peça usinada.

Figura 38: APLICAÇÃO de fluido de corte sobre rebolo. 1 fotografia, color.


Disponível em: <www.cimm.com.br/>. Acesso em 1 abr. 2009.

Sob o ponto de vista da produtividade de processo, citando Stemmer (2008),


a diminuição da temperatura no processo de usinagem causada pelo fluido
refrigerante permite a aplicação de velocidades de corte maiores e o emprego de
rebolos mais macios e com grãos maiores, o que rende relações mais altas de
remoção do material. Desta maneira, usando rebolos que removam maiores
quantidades de material e aplicando um maior giro do eixo da máquina, podem ser
obtidos simultaneamente o mesmo acabamento superficial e precisão dimensional
com uma considerável redução nos custos de processo, aumentando a
45

produtividade. Entretanto, isto também depende da escolha correta do fluido lubri-


refrigerante.
O aumento da produtividade com o uso de rebolos é um fator depende da
escolha do fluido lubri-refrigerante, que deve ser adequado ao tipo de abrasivo
usado no rebolo, sua granulometria e à operação de usinagem. Deve-se ter cuidado
na escolha do fluido, de modo a evitar que ocorra a sua absorção pelos poros do
rebolo. Na prática, esta absorção de líquido pode gerar desequilíbrios no rebolo e
tendência de vibrações, como também arrancamento não-uniforme de material. Em
casos extremamente desfavoráveis, pode-se atingir uma possível ruptura (ou
explosão) do rebolo, quando este é acelerado a altas rotações.
Deseja-se, pois, uma reunião de características comuns presentes ao fluido
refrigerante escolhido, tais como ser lubrificante, antioxidante, detergente, possuir
baixa tensão superficial, boa capacidade de emulsão, não ser inflamável, não ser
tóxico e não permitir que se formem pós abrasivos nocivos à saúde.
Conforme a norma DIN 51385, como fluidos lubri-refrigerantes são utilizados
óleos, soluções e emulsões, que podem apresentar diferentes composições. Os
primeiros são os menos empregados na prática com rebolos (STEMMER, 2008),
pois apesar de serem excelentes lubrificantes, também custam caro, apresentam
riscos de incêndio e podem causar problemas à saúde do operador. Óleos puros são
mais utilizados em casos onde a ação lubrificante seja mais importante que a ação
refrigerante (NUSSBAUM, 1988), isto é, em operações de acabamento nas quais o
arranque de material da peça seja mínimo e a rugosidade desejada seja
relativamente baixa como, por exemplo, na retífica de roscas e perfis complexos.
Como uma alternativa bastante utilizada, e sugerida por Nussbaum (1988), os óleos
solúveis freqüentemente encontram uma maior aplicação que os puros, porque
podem ser usados quando se deseja acentuar menos a ação lubrificante e obter
melhor refrigeração em comparação àqueles óleos.
Soluções e emulsões conhecidos também por fluidos sintéticos têm
encontrado grande aplicação na retificação. Estes fluidos, que podem ser orgânicos
ou inorgânicos, geralmente possuem um alto poder detergente, o que ajuda a limpar
profundamente a superfície do rebolo, porém costumam ter um baixo poder
lubrificante. Apesar disso, Nussbaum (1988) prevê que podem ser formulados com
46

características minuciosamente controladas, o que permite obter valores ótimos para


as suas propriedades, como detergência, lubrificação e refrigeração.
A seguir, estão sintetizadas as vantagens da utilização dos lubri-refrigerantes
nos processos de retificação com rebolos:
• Redução significativa do atrito entre os grãos abrasivos e a peça;
• Resfriamento da superfície da peça durante a usinagem;
• Retirada dos cavacos no rebolo, contribuindo para a sua limpeza;
• Proteção contra corrosão, das peças e da máquina;
• Arraste dos cavacos e dos resíduos do rebolo;
• Taxa mais alta de remoção de material;
• Possibilidade de empregar rebolos mais macios com redução nos custos;
• Aumento de produtividade.

Figura 39: Esquema da aplicação de fluido lubri-refrigerante.


Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em:
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>.
Acesso em: 1. abr. 2009
47

9 DEFEITOS NO USO DE REBOLOS

São diversos os problemas que podem ocorrer tanto no rebolo quanto na


peça por condições de usinagem inadequadas ou imperfeições do rebolo. Por
exemplo, podem ocorrer queimaduras, marcas e mau acabamento na peça, e
desgaste precoce, espelhamento ou empastamento no rebolo. Trataremos dos
principais defeitos no rebolo, citando suas causas nos parágrafos seguintes.
Macroscopicamente falando, podem ocorrer desgastes radiais e de quina na
face do rebolo, devido às temperaturas localizadas e pressões elevadas, de maneira
gradual. Microscopicamente, segundo Wilfried Konig (1980, p.13) este desgaste
ocorre devido às influências térmicas nas camadas superficiais do grão abrasivo e
do ligante, propiciando a oxidação e a difusão. As camadas em questão perdem sua
resistência original, se desprendendo devido à ação mecânica da abrasão.

Figura 40: Desgaste macroscópico no rebolo


Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em:
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>.
Acesso em: 1. abr. 2009
48

Figura 41: Desgaste microscópico no grão


Fonte: KÖNIG W. Tecnologia da Fabricação. Retífica, brunimento e lapidação. v. 2
(direitos de tradução reservados por Prof. Walter L. Weingaertner), 1981.

Com o decorrer da utilização do rebolo pode-se, em alguns casos, perceber


um desgaste anormal e excessivo do seu material constituinte. Geralmente, isto é
causado pela utilização de um rebolo com grãos muito macios, baixas velocidades
de rotação, grande velocidade de avanço, força de contato excessiva, rebolo de
dimensão muito estreita ou por descontinuidades na peça, como furos e ranhuras.
Outro fenômeno grave que pode ocorrer com o tempo é conhecido como
espelhamento do rebolo. É possível que o rebolo pare de remover material da peça
após certo tempo de uso. Isso é caracterizado pelo alisamento da sua face,
presença de grãos abrasivos arredondados e sem gumes vivos. Normalmente,
conforme aponta Stemmer (2008, p. 297), o espelhamento em geral ocorre por
causa de um rebolo muito duro, grãos pequenos e finos, velocidade excessivamente
alta de rotação e avanço muito pequeno.
49

Figura 42: Desgaste do rebolo – Cegamento dos grãos isolados


Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em:
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>.
Acesso em: 1. abr. 2009

Dizemos que ocorreu o empastamento do rebolo quando a sua face


apresentar cavacos de outros materiais mais macios que, exemplificando, podem
ser de latão, bronze, alumínio e aço macio, entre outros. Com o agregamento destas
partículas pelos espaços e poros do rebolo, a ferramenta perde sua capacidade
original de corte, ficando lisa. A respeito do empastamento, Stemmer (2008, p.298)
enumera as seguintes causas, podendo o problema ser causado pela alta dureza do
rebolo ou estruturas densas de alguns, assim como por causa da aplicação de
pequenas velocidades de avanço.
50

10 CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO E MONTAGEM DOS REBOLOS

A utilização de rebolos nos processos de desbaste, retificação e afiação exige


certos cuidados, extremamente necessários para se reduzir o risco de acidentes.
Lembrando que o operador deve sempre respeitar as normas de segurança e utilizar
os equipamentos de proteção necessários. Em princípio, a preocupação maior é
eliminar quaisquer riscos à integridade física do operador, mas isto deve contribuir
também ao sucesso do processo de usinagem.
Preliminarmente, o rebolo deve passar por um teste visual, sendo conferidas
suas dimensões e seu aspecto. A seguir, deve passar por um teste de som,
geralmente realizado batendo-se em dois ou mais pontos, para buscar e detectar
defeitos na estrutura do material, sempre procurando a existência de fraturas e
trincas que possam ter ocorrido durante o transporte e manuseio. Por último deve-se
observar se este não apresenta umidade excessiva.
O balanceamento do rebolo também deve ser controlado, pois é uma das
principais causas de defeitos que aparecem nos processos de usinagem. O
desbalanceamento pode produzir vibrações, trepidações, desgaste prematuro do
rebolo e dos mancais, mau acabamento superficial e diminuição da velocidade para
ruptura do rebolo por causa de tensões adicionais presentes, originando perigo de
colapso e explosão.
Mesmo um rebolo cuidadosamente balanceado, pode ficar desbalanceado
novamente depois de contínuos períodos de trabalho. Isto pode ocorrer, por
exemplo, quando a porosidade não é uniforme, e ocorre penetração de fluido
refrigerante, como citado anteriormente. Nussbaum (1988, p.439) alerta os principais
fatores que causam o desbalanceamento como assimetria geométrica, rebolo
heterogêneo, flexões presentes no eixo da máquina-ferramenta e impregnação ou
absorção do fluido por parte do rebolo.
Deve-se garantir que o rebolo, quando em operação, gire concentricamente e
sem batimentos. É importante para este fim retirar material abrasivo presente na
periferia do rebolo, deixando-o sem batimentos. Este processo é realizado com o
rebolo girando e aplicando um diamante. A esta operação, Stemmer (2008, p.299)
51

dá a denominação de trueing, perfilamento ou formação de perfil, da qual trataremos


em detalhes posteriormente.
O operador deve atentar para a velocidade máxima de giro do rebolo,
especificada no rótulo, correspondendente à velocidade periférica do rebolo com o
diâmetro inicial. Isto significa, conforme ocorre o desgaste do rebolo, que maiores
velocidades de giro podem ser aplicadas para compensar a diminuição da
velocidade periférica.
Segundo Stemmer (2008), a montagem inadequada é o principal fator de
risco para os rebolos sendo, pois, responsável por cerca de 75% dos casos de
quebra, um número bastante significativo. O rebolo deve ser montado entre dois
flanges, que devem ter características desejadas para manter boas condições de
operação. Citamos e discutimos cada uma delas a seguir.

Figura 43: Flanges de montagem de rebolos


Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. 2008. Ilustração.

As faces do rebolo devem fazer 90º com o eixo de montagem, para se manter
a uniformidade do giro e o balanceamento. Ajustes entre furo e eixo de montagem
devem ter folga, pois a área submetida a esforços mais críticos no rebolo é a
periferia de seu furo. Recomenda-se folgas de 0,05 a 0,20mm.
52

Dimensionamento e projeto adequado dos flanges: devem ter diâmetro


adequado, sendo o externo igual a 1/3 do diâmetro do rebolo para o rebolo com furo
pequeno. Para rebolos de furo grande, recomenda-se para o flange diâmetro externo
igual ao do furo acrescentando-se 50mm. Ambos os flanges devem ter diâmetros
iguais para não originar forças assimétricas, sua espessura deve ser suficiente para
segurar o rebolo, resistindo às forças e o flange do lado motor deve ter chaveta.
Ranhuras de alívio evitam forças excessivas nos cantos do furo do rebolo.
Recomenda-se também colocar material compressível entre flange e rebolo para
distribuir melhor a pressão. E o torque na porca não deve ser excessivo, somente o
suficiente para fixar o rebolo com segurança.
É recomendado que antes de processos de desbaste, retífica ou afiação, que
se deixe o rebolo girar livremente alguns minutos antes da operação de usinagem ou
mesmo antes da revisão da máquina. Após o giro em vazio, e com o sistema lubri-
refrigerante desligado, pode-se efetuar comprovações de desbalanceamento do
rebolo, verificar a fixação dos flanges e avaliar o alinhamento do conjunto. Isto
também permite que o rebolo expulse grande parte do fluido que absorveu na
operação anterior.
53

11 RETIFICAÇÃO DE REBOLOS

Tanto rebolos recém-fabricados como rebolos que já tem mais tempo de uso
podem apresentar defeitos comuns como desgaste irregular, forma indesejada,
abrasivo com grãos de gumes arredondados e desgastados, e poros entupidos de
cavacos o que impede o alojamento de novos cavacos e dificulta a remoção de mais
material da peça. Por estes e outros problemas se faz necessária uma reafiação
periódica do rebolo. Dentre estas operações de reafição de rebolos destacam-se o
perfilamento (trueing) e dressagem (dressing).

Figura 44: FERRAMENTAS de dressagem com diamante. 1 fotografia, color.


Disponível em: <http://www.ism.kiev.ua/images/kul2.jpg>. Acesso em 01 abr. 2009.

A dressagem ou dressamento é uma operação que deixa a superfície do


rebolo em condições para atuar melhor nos processos de usinagem. Consiste em
remover os grãos arredondados e cegos da superfície do rebolo, resolvendo o
problema do espelhamento; ou realizar a limpeza de rebolos carregados de cavacos
de outros materiais mais macios que o fluido de corte não conseguiu remover, o que
soluciona o problema do empastamento. Como este processo restaura a capacidade
de corte do rebolo e permite que novos grãos afiados apareçam na sua superfície,
podemos dizer que é uma espécie de “reafiação” do rebolo.
54

O perfilamento consiste em dar a forma correta ao rebolo, permitindo que em


condições de operação este gire centrado, sem batimentos; ou ainda para realizar
um perfil especial nos bordos do rebolo, com o interesse de que em determinadas
operações seja possível dar formas desejáveis à peça.
Normalmente, estas operações se realizam simultaneamente. Neste caso, o
processo resultante da dressagem e do perfilamento é apenas denominado de
retificação do rebolo. Para as operações de dressar e perfilar utilizam-se aparelhos
ou ferramentas de aplicação manual, ferramentas rotativas ou uma combinação dos
dois sistemas. Mais especificamente, algumas das ferramentas empregadas nos
processos compreendem: cortadores metálicos ou rosetas, bastões retificadores,
rodas retificadoras, pontas simples de diamante, dressadores de diamante múltiplos
e em matrizes, roletes estacionários e giratórios de diamantes e roletes de
esmagamento ou crushers.

Figura 45: Haste NORTON – Dressador de ponta de diamante


Fonte: CATÁLOGO NORTON. Disponível em:
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso
em 1 abr. 2009.

Rosetas ou cortadores metálicos são constituídos de arruelas dentadas ou


corrugadas de aço, com aplicação na dressagem de rebolos para operações de
desbaste.
55

Figura 46: ROSETAS e bastão dressador. 1 fotografia, color. Disponível em:


<http://www.montagna.com.br/UserFiles/Image/bastao%20cpia.jpg>. Acesso em: 1
abr. 2009.

Bastões retificadores constituem-se basicamente de prismas de abrasivos em


liga. São usados principalmente para remover a carga de cavacos em rebolos
diamantados, para rebolos de afiação de ferramentas e para quebrar cantos em
rebolos. Rodas retificadoras com material abrasivo são usadas para manter o giro
centrado de rebolos de diamante, de CBN, além de rebolos usuais para operações
de desbaste.
Pontas simples de diamante são usadas para perfilar e dressar rebolos para
operações de precisão. No entanto, em rebolos muito duros, segundo Stemmer
(2008, pg. 302) pontas simples de diamante podem experimentar achatamentos, e
podem acabar cegando o rebolo em operações futuras de dressagem. Por este
motivo, há uma utilização crescente no uso de dressadores múltiplos em matrizes,
evitando este problema.
Roletes rotativos de diamantes e diamantados de formas especiais têm a
vantagem de assegurarem maior precisão na forma geométrica do rebolo e
consequentemente maior qualidade na usinagem da peça.
56

Figura 47: Dressadores diamantados quanto ao movimento


Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC.
2008. 314 p., il.

11.1 Perfilamento (truening)

O perfilamento de um rebolo pode ser feito de diversas maneiras, como por


exemplo, por esmagamento mecânico com a utilização de um rolo, ou crushing;
copiando-se a forma desejada com uma ponta simples de diamante, usando-se um
57

sistema pantográfico e gabarito; utilizando-se máquinas CNC; ou inclusive a


retificação da própria forma do rebolo utilizando um rolete dressador rotativo ou um
dressador de forma rotativo diamantado.

Figura 48: Perfilamento por ponta simples de diamante


Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC.
2008. 314 p., il.

Roletes dressadores rotativos de diamantes são produzidos a partir de um


cilindro metálico com a forma desejada e impregnam-se diamantes, em uma
composição que pode ser um conjunto simples de diamantes ou matrizes. O rolete
diamantado rotativo inicia o seu giro na velocidade usual de retificação antes de
entrar em contato e conformar o rebolo. Dressadores diamantados estacionários são
utilizados de forma similar.
O esmagamento mecânico ou crushing é realizado com rolos de forma
adequada que exercem pressão contra o rebolo, quebrando as pontes de ligante e
expondo os grãos abrasivos com gumes vivos. Desta maneira, o processo é mais
preciso e gera menos calor do que dressagem de rebolos por diamantados. O
contato é realizado com ambos parados e inicia-se acelerando o rebolo lentamente.
O rolo é então avançado contra o rebolo até que se tenha reproduzido
completamente o perfil na sua face. Conforme Nussbaum, girando-se em sentido
contrário dá-se maior acabamento à peça.
58

Figura 49: Perfilamento por esmagamento mecânico (crushing)


Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC.
2008. 314 p., il.

11.2 Dressagem (dressing)

A dressagem influencia diretamente a eficiência do rebolo, e isso se traduz no


acabamento, no arranque de material da peça, na tolerância dimensional e na vida
do rebolo. Dressadores muito gastos, por exemplo, levam à formação de rebolos
lisos, não agressivos o suficiente e que dão pouca qualidade ao acabamento da
peça.
A dressagem pode ser realizada a seco ou com o emprego de fluido
refrigerante. Conforme Nussbaum (1988, p.417), caso o rebolo opere com fluido
lubri-refrigerante, recomenda-se refrigeração abundante antes e durante da
operação; caso o rebolo trabalhe a seco, deve-se dressar sem refrigerante, mas
depois de cada passe.
59

Figura 50: Ângulos de ataque de dressamento – Dressador inclinado e


posições de trabalho
Fonte: NUSSBAUM, Guillaume Ch. Rebolos e abrasivos; tecnologia básica. São
Paulo, ícone, 1988, 503 p., il.

Com a utilização de pontas simples de diamante, deve-se adequar a escolha


do tamanho de diamante a cada processo. Tarefas pesadas requerem diamantes
maiores. O diamante também deve girar em torno do seu eixo longitudinal para
evitar superfícies achatadas. O avanço deve ser uniforme com o mínimo de pressão
necessária. O uso de dressadores diamantados exige constante e abundante
refrigeração, e grande cuidado na execução. Deve-se evitar o impacto do diamante
contra o rebolo e atentar para rebolos excêntricos. O correto posicionamento da
ponta também é muito importante.
60

12 FABRICAÇÃO DE REBOLOS

12.1 Com Óxidos de Alumínio ou Carboneto de Silício

Podem ser fabricados com ligantes cerâmicos e resinóides, que apresentam a


mesma sequência de operações, apesar dos processos serem diferentes devido à
composição química e comportamento de cada ligante. Na primeira etapa do
processo, realiza-se a pesagem e a mistura dos componentes do rebolo (abrasivos,
ligantes e aditivos).
A seguir deve-se obter a forma do rebolo pelos processos de vazamento
(para o ligante resinóide) ou prensagem (para ambos os ligantes). No vazamento,
uma máquina agita e mistura o ligante e os grãos abrasivos com água por algumas
horas. Então, retira-se o material, que é vazado em fôrmas com fundo poroso para
secar lentamente. Depois da secagem, o rebolo é transportado e pré-conformado
para a queima no forno.
A aplicabilidade do processo de vazamento se restringe as ligantes com alto
teor de argila e grãos mais finos, pois grãos mais grossos não têm a capacidade de
emulsionar e permanecer em suspensão. É um processo que despende grandes
quantidades de tempo e alocação de espaço, porém oferece vantagens, como boa
homogeneidade, dureza uniforme e cantos resistentes do rebolo.

Figura 51: Rebolo em óxido de alumínio branco - “38A” formato reto


Fonte: CATÁLOGO NORTON. Disponível em:
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso
em 1 abr. 2009.
61

Na prensagem, o processo começa semelhantemente. É feita a mistura e


seguir os grãos abrasivos são recobertos com ligante e esta camada é plastificada
com aditivos para que o rebolo tenha resistência suficiente para ser transportado.
Em contraste com o processo de vazamento, a mistura dura somente de 5 a 10
minutos, o que gera uma grande economia de tempo e preferência por este
processo.
A seguir uma determinada massa é pesada e distribuída uniformemente sobre
um molde, na fôrma de prensagem. Verifica-se a geometria, estrutura e presença de
defeitos e por fim, leva-se o rebolo para a queima no forno, e etapas de aquecimento
e resfriamento controlados.

Figura 52: Fluxograma de fabricação de rebolos com óxidos de Al ou SiC


Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC,
2008. 314p., il.
62

Figura 53: Rebolo em carboneto de silício verde - “39C” formato reto


Fonte: CATÁLOGO NORTON. Disponível em:
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso
em 1 abr. 2009.

12.2 Com Diamante ou Nitreto Cúbico de Boro

O diamante e o CBN (nitreto cúbico de boro) são materiais caros, e por esta
razão, os rebolos com abrasivos destes dois materiais são formados por um corpo
base, sobre o qual é aplicado uma camada ou revestimento de abrasivo e ligante.
Podem ser obtidos revestimentos com ligantes resinóides ou ligantes metálicos
sinterizados, infiltrados ou aplicados por eletrodeposição.
A fabricação de rebolos resinóides é semelhante à discutida na seção
anterior. Uma mistura homogênea com abrasivos e a carga (agentes sinterizantes)
são distribuídas em uma fôrma de aço e levadas à prensagem à quente em um
forno. Ciclos de tempo, pressões e temperaturas precisamente controlados
determinam a qualidade final do rebolo, que após o processo, ainda pode passar por
pós-tratamentos térmicos.
Na obtenção de revestimentos com ligantes metálicos infiltrados para rebolos,
usa-se um metal de baixo ponto de fusão liquefeito e força-se o mesmo por
capilaridade no corpo poroso que constituirá o rebolo. Na fabricação de diamante e
CBN, primeiramente realiza-se a mistura com pó metálico, carga e abrasivo. Então,
é feita a prensagem a frio e adicionado o material de infiltração e, por último, leva-se
o pré-rebolo ao tratamento térmico.
63

No processo de sinterização, a mistura de abrasivos na forma de metal em pó


e os agentes sinterizantes é prensada na forma desejada e sinterizada em forno.
Então, solda-se o revestimento obtido no suporte ou corpo base do rebolo. O
suporte deve ser usinado com precisão, ou prensado diretamente junto com a parte
abrasiva e retificado posteriormente. Pode-se também variar este método moldando
a mistura diretamente sobre o suporte, e comprimindo a mistura e a base em um
molde, que é posteriormente aquecido.
Na eletrodeposição, utiliza-se um corpo de aço sobre o qual uma camada de
grãos de diamante ou nitreto de boro cúbico é mantida sobre a superfície da base e
mergulhada em um banho galvânico, sendo esta camada gradualmente recoberta
durante o processo por material eletro depositado. As partículas de abrasivo são
expostas em parte na superfície do rebolo, propiciando um bom corte pela
rugosidade da superfície.

Figura 54: Fluxograma da fabricação de rebolos de diamante ou CBN


Fonte: NUSSBAUM, Guillaume Ch. Rebolos e abrasivos; tecnologia básica. São
Paulo, ícone, 1988, 503 p., il.
64

Figura 55: Rebolo de Nitreto de Boro Cúbico para retificação. 1 fotografia, color.
Disponível em: <http://img.directindustry.es/images_di/photo-p/muela-cbn-para-
maquina-de-rectificacion-311812.jpg>. Acesso em: 1 abr. 2009.
65

13 SELEÇÃO DE REBOLOS

Para a seleção correta de um rebolo, tudo o que foi visto nesse trabalho é
importante, principalmente as cinco características principais do rebolo: abrasivo,
granulometria, ligante, dureza e estrutura. Essas cinco características estão
diretamente ligadas com o bom resultado da usinagem com ferramenta de corte de
geometria não definida, e é pela escolha delas que se seleciona um rebolo.
Muitos fabricantes já especificam quais são as aplicações ideias de seus
produtos, porém sabemos que para bons resultados, cada processo de usinagem
deve ser analisado separadamente. Portanto, sabemos que existem fatores
constantes, que já são determinados pelo projeto, e também fatores variáveis, que
dependem do maquinário e equipe de produção. Pelas indicações de Stemmer
(2005) e Nussbaum (1988), temos o seguinte:

Fatores constantes:

a) Material a retificar:

- Tipo de abrasivo:
Óxido de alumínio: retificação de aços carbonos, aço liga, aço rápido, ferro
fundido maleável e nodular, bronze duro;
SiC: ferro fundido cinzento, coquilhado, não ferrosos e não metálicos;
Diamante: metal duro, quartzo, mármore, granito e cerâmica;
CBN: materiais duros, aço rápido e aços liga temperados.

- Granulometria:
Grãos finos: materiais duros e frágeis, para evitar o impacto;
Grãos grossos: materiais macios e dúcteis.

- Dureza do rebolo:
Duro: materiais macios e frágeis;
Macio: materiais duros.
66

- Estrutura:
Fechada: materiais duros e quebradiços;
Aberta: materiais macios e dúcteis;
Ligante: influencia pouco, pois depende mais das condições de trabalho.

b) Precisão e grau de acabamento superficial:

- Granulometria:
Grossa: desbaste e remoção de muito material;
Fina: acabamento bom.

- Ligante:
Vitrificado: rebarbação e semi-acabamento;
Orgânicos (resinóide, borracha ou goma-laca): acabamento finíssimo, com efeito
suave.

- Estrutura: quanto mais fechada, melhor o acabamento.

c) Área de contato:

- Granulometria:
Fina: pequenas áreas;
Grossa: grandes áreas.

- Dureza:
Duro: pequenas áreas de contato, por causa das grandes tensões concentradas
que arrancam mais facilmente os grãos.

- Estrutura:
Fechada: pequenas áreas;
Aberta: grandes áreas, para poder se retirar a grande quantidade de cavacos.
67

Figura 56: Escolha de rebolos de Óxido de Alumínio e Carboneto de Silício


Fonte: NUSSBAUM, Guillaume Ch. Rebolos e abrasivos; tecnologia básica. São
Paulo, ícone, 1988, 503 p., il.

d) Tipo de operação:

- Ligante:
Vitrificado: retíficas cilíndricas externas ou planas;
Orgânico: acabamento excepcional, com tolerâncias muito apertadas, ou
desbaste em alta velocidade de ferros fundidos;
Elástico: rebolos finos de corte.
68

- Estrutura:
Aberta: retificação plana e frontal, com grandes áreas de contato;
Média: retificação cilíndrica externa;
Fechada: retificação cilíndrica externa com pequena área de contato, e na
retificação de roscas.

Fatores Variáveis:

a) Velocidade de corte:

- Dureza:
Macio: velocidades altas;
Duro: velocidades baixas, para evitar o desgaste.

- Ligante:
Cerâmico: velocidades de até 30 m/s;
Orgânico: velocidades de 48 m/s ou mais.

- Além disso, é importante não exceder velocidades muito altas, pois o rebolo
corre o risco de se despedaçar pela ação da força centrífuga. Isso depende muito do
ligante usado, e pode ainda ser controlado pelo uso de telas de fibra de vidro no
rebolo. O ideal é 42m/s para vitrificados e 48m/s para orgânicos, sendo que algumas
exceções existem.

b) Pressão da velocidade avanço:

- Valores maiores destas grandezas exigem rebolos mais duro;


- Maior profundidade de corte exige estrutura mais aberta (maior área de
contato);
- Maior velocidade de corte exige aumento proporcional da velocidade de
avanço para prevenir danos térmicos.
69

c) Estado da retífica:

- Quanto pior a estabilidade da máquina, maior deve ser a dureza do rebolo.

d) Características do operador

- Operadores dinâmicos tendem a exigir rebolos mais duros, pelo uso de


maiores avanços e pressões de trabalho;
- Operadores menos dinâmicos em geral usam rebolos mais macios, pois os
duros sofrem espelhamento.
70

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ABNT. NBR 14724: Trabalhos Acadêmicos. Rio de janeiro, dezembro, 2005. 13 p.

ABNT. NBR 6023: Referências. Rio de janeiro, agosto, 2002. 24 p.

ABNT. NBR 6024: Numeração progressiva das seções de um documento escrito.


Rio de janeiro, maio, 2003. 3 p.

ABNT. NBR 6027: Sumário. Rio de janeiro, maio, 2003. 2 p.

ABNT. NBR 6028: Resumo. Rio de janeiro, maio 1990. 3p.

ABNT. NBR 6032: Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas. Rio


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