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IV – O JEJUM
É importante saber que o jejum é uma prática muito mais interior que exterior,
não é apenas algo que se deixa de comer, mas tem um propósito: abster-se de
certos alimentos. O jejum não é uma dieta, mas uma prática espiritual que visa
uma intimidade maior com Deus. O jejum é para a própria conversão, e também
para que amemos mais Deus e o próximo. O Papa Leão Magno aconselhava:
“Mortifiquemos um pouco o homem exterior, para que o interior seja restaurado.
Perdendo um pouco do excesso corpóreo, o
espírito robustece-se”.
As práticas penitenciais são tão importantes na busca da conversão que
a observância de algumas delas foi indicada como um dos mandamentos da
Igreja, que, muito mais que preceitos, revelam ser essa busca pela perfeição no
amor.
O quarto mandamento da Igreja diz que é preciso “jejuar e abster-se de
carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja”. Os dias e tempos penitenciais, em
toda a Igreja, são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma. Estão
obrigados à lei da abstinência os católicos que tiverem completado catorze anos
de idade e obrigados à lei do jejum todos os católicos maiores de idade até os
sessenta anos começados.
Jejum da Igreja
Assim é chamado o tipo de jejum prescrito para toda a Igreja e que, por isso,
é extremamente simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.
Esse modo de jejuar vem da Tradição da Igreja e pode ser praticado por
todos sem exceção, sendo esse o motivo porque é prescrito a toda a Igreja.
O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente
e depois faça apenas uma refeição – almoçar ou jantar -, a depender dos seus
hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai
fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas
necessidades.
Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a
refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o
resto da noite sem fome.
O conceito de jejum não exige que você passe fome. Em suas aparições
em Medjurgorje, a própria Nossa Senhora o repetiu várias vezes. Jejuar é refrear
a nossa gula e disciplinar o nosso comer. O importante, e aí está a essência do
jejum, é a disciplina, e é você não comer nada além dessas três refeições. O que
interessa é cortar de vez o hábito de “beliscar”, de abrir a geladeira várias vezes
ao dia para comer “uma coisinha”. Evitar completamente, nesse dia, as balas, os
doces, os chocolates e os biscoitos. Deixar de lado os refrigerantes, as bebidas
e os cafezinhos.
Para quem é indisciplinado – e muitos de nós o somos -, isso é um jejum, e
dos “bravos”! Nesse tipo de jejum, não se passa fome. Mas como “a gente” se
disciplina; como refreia a gula! E é esta a finalidade do jejum. Qualquer pessoa
pode fazer esse tipo de jejum, mesmo os doentes, porque água e remédios não
quebram jejum. Se for necessário leite para tomar os remédios, o jejum não é
quebrado, pois a disciplina fica mantida. Para o doente e para o idoso, disciplina
mesmo talvez seja tomar os remédios e tomar corretamente.
Jejum completo
Nesse quarto tipo de jejum, não se come coisa alguma e só se bebe água.
É recomendável que, antes de experimentar essa forma de jejum, você já tenha
feito o jejum a pão e água e o jejum à base de líquidos, que podem servir de
treino. No jejum completo é fundamental beber água várias vezes ao dia. Não é
bom fazer jejum a seco, isto é, sem tomar água, especialmente quando não se
tem a prática.
É possível fazer jejum sem ingerir mesmo água. Porém, só as pessoas
bem experientes devem tentar fazê-lo.
É fundamental ter em mente que não está se submetendo a um teste
de resistência. Não precisa provar nada a ninguém: nem a si, nem ao Senhor. O
objetivo do jejum é encontrar-nos com Deus, favorecer a oração e disciplinar-
nos. Ele serve para nos abrir à Graça da contemplação, da intercessão e da
Unção do Espírito Santo.
Como já disse acima, nosso organismo precisa de água. Ele necessita estar bem
hidratado para agir e reagir no campo espiritual. E como o nosso jejum destina-
se a combatentes que batalham por Deus na dimensão espiritual, tome água
várias vezes ao dia quando praticar o jejum completo.
Quanto a hora de terminar o jejum, principalmente o jejum completo,
Nossa Senhora de Medjugorje fala em encerrá-lo às quatro da tarde. Você pode
terminá-lo às cinco, às seis ou às oito horas da noite. O importante é ser
comedido e agir com sabedoria. Nossa intenção não é bancar os heróis.
V. ADORAÇÃO DIÁRIA
A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-
lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Dono de tudo o que
existe, o Amor infinito e misericordioso. "Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele
prestarás culto" (Lc 4,8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6,13). (Cf. CIgC.
§2096).
“A adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante de
seu Criador. Exalta a grandeza do Senhor que nos fez e a onipotência do
Salvador que nos liberta do mal. É prosternação do Espírito diante do "Rei da
glória" e o silêncio respeitoso diante do Deus "sempre maior". A adoração do
Deus três vezes santo e sumamente amável nos enche de humildade e dá
garantia a nossas súplicas. ” (CIgC. §2628).
A adoração exige amor extremo, sem reservas, fazendo com que a pessoa, seja
levada a reverenciar a Deus com orações, devoção e honra. "Adorar a Deus é,
no respeito e na submissão absoluta, reconhecer 'o nada da criatura', que não
existe a não ser por Deus.
Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a
si mesmo, confessando com gratidão que ele fez grandes coisas e que seu nome
é santo. Adoração do
Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado
e da idolatria do mundo." (CIgC. §§ 2096, 2097).
O apóstolo Paulo descreve perfeitamente a verdadeira adoração em Romanos
12,1-2: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes
vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto
espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela
renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de
Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito".
Esta passagem contém todos os elementos da verdadeira adoração. Primeiro,
há a motivação para adoração: "as misericórdias de Deus." A misericórdia de
Deus é tudo o que Ele nos tem dado, que nós não merecemos: a salvação
eterna, a graça eterna, o Espírito Santo, a paz eterna, a alegria eterna, a fé
salvadora, conforto, força, sabedoria, esperança, paciência, bondade, honra,
glória, justiça, segurança, vida eterna, perdão, reconciliação, justificação,
santificação, liberdade, intercessão e muito mais.
O conhecimento e a compreensão desses presentes incríveis nos motivam
a demonstrar louvor e ação de graças - em outras palavras, adoração! Também
na passagem encontra-se uma descrição da forma da nossa adoração:
"ofereceis o vosso corpo em sacrifício vivo e santo." Apresentar os nossos
corpos significa dar a Deus tudo de nós mesmos. A referência aos nossos
corpos, aqui, significa todos os nossos sentidos, as nossas faculdades humanas,
tudo da nossa humanidade - nossos corações, mentes, mãos, pensamentos,
atitudes - deve ser apresentado a Deus. Em outras palavras, estamos abrindo
mão do controle dessas coisas e ofertando a Ele, como um sacrifício vivo, atual
e verdadeiro que foi entregue totalmente a Deus no altar.
Mas como alcançar isso? Mais uma vez, a passagem é clara: "pela renovação
do vosso espírito." Renovamos o nosso espírito diariamente ao limpá-lo dos
pensamentos deste Mundo e substituindo com a verdadeira sabedoria que vem
de Deus. Nós o adoramos com nosso espírito renovado e limpo, “pela pureza do
olhar, exterior e interior; pela disciplina dos sentimentos e da imaginação; pela
recusa de toda complacência nos pensamentos impuros que tendem a desviar
do caminho dos mandamentos divinos: "A desperta a paixão dos insensatos" (Sb
15,5). (CIgC. §2520). As emoções e sentimentos
podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios. (CIgC. §1768).
As emoções são coisas maravilhosas quando são formadas por uma
mente saturada na Verdade, caso contrário elas podem ser forças destrutivas e
fora de controle.
Onde a mente (o espírito) vai, a vontade segue, e assim fazem as emoções. Em
I Cor 2,16 nos diz que temos "pensamento de Cristo”.
Há apenas uma maneira de renovar os nossos pensamentos, as nossas mentes
– através da Palavra de Deus. É conhecer e compreender a verdade da Palavra
de Deus que renova nossas mentes, nosso espírito. Conhecer a verdade, crer
na verdade, manter convicções sobre a verdade e amar a verdade naturalmente
resultarão em uma verdadeira adoração espiritual.
A verdadeira adoração é centrada em Deus. As pessoas tendem a se distrair
com coisas secundárias, como: onde devem adorar, qual música devem cantar
na adoração e como outras pessoas enxergam o seu louvor. Focalizar-se nessas
coisas atrapalha enxergar o ponto principal. Jesus diz-nos que os verdadeiros
adoradores hão de adorar a Deus em espírito e em verdade (Jo 4,24). Isso
significa que adoramos a partir do coração,
essa é a maneira que Deus projetou. A adoração pode incluir orar, ler a Palavra
de Deus com o coração aberto, cantar, participar em comunhão e servir aos
outros. Ela não se limita a um ato, mas é feita corretamente quando o coração e
atitude da pessoa estão no lugar certo. São Paulo nos afirma “este o vosso culto
espiritual”. Também é importante saber que a adoração é reservada somente
para Deus. Só Ele é digno e não qualquer um dos Seus servos (Ap 19,10).
A verdadeira adoração é sentida interiormente e então expressa através
de nossas ações. "Adorar" por obrigação desagrada a Deus e é completamente
em vão. Ele demonstra isso em Amós 5,21-24 ao falar contra o culto formal. Um
outro exemplo é a história de Caim e Abel, ambos trouxeram ofertas ao Senhor,
mas Deus só se agradou com Abel. Caim trouxe a oferta por obrigação; Abel
trouxe os melhores cordeiros do seu rebanho. Ele trouxe o que trouxe por fé e
admiração por Deus.
A verdadeira adoração é o reconhecimento de Deus e todo o Seu poder e glória
em tudo o que fazemos. A forma mais elevada de louvor e adoração é a
obediência a Ele e à Sua Palavra. Para fazer isso, devemos conhecer a Deus;
não podemos ser ignorantes dEle (Atos 17, 23). A adoração serve para glorificar
e exaltar a Deus - para mostrar a nossa lealdade e admiração ao nosso Pai.
Não devemos adorar com a expectativa de receber algo em troca, como
uma cura milagrosa. A adoração é feita para Deus - porque Ele merece - e para
o Seu louvor. A adoração pode ser louvor público a Deus (Salmo 34,18) em uma
assembleia, onde podemos proclamar através da oração e louvor a nossa
adoração e gratidão a Ele e o que tem feito por nós.
Quando estamos em adoração estamos reconhecendo a Jesus como
nosso único Senhor e Salvador. Estar em adoração é despojar-se de si e se
entregar a Ele. É se fazer humilde, como os três reis magos e entregar a Jesus
tudo o que temos de mais valor.
É dizer sempre "Onde está o Rei ... viemos adorá-lo" (Mt 2,2). É assumir ser
pecador e dizer para Ele: "Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!" (Mc
10,47) e confiar em sua misericórdia. É louvar a Deus por todas as graças que
Ele derrama em nossa vida: “Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que
vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus! ” (Mt 21,9).
“A Eucaristia é também o sacrifício de louvor por meio do qual a Igreja canta
a glória de Deus em toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através
de Cristo:
Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o
sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por Cristo e com ele para ser aceito nele”.
(CIgC. §1361).
A adoração a Cristo exprime-se nas diversas formas de devoção eucarística,
pois é sobretudo na Eucaristia que Cristo Jesus age em plenitude para a
Transformação dos Homens:
Na Santa Missa: no momento da transubstanciação (mudança da substância do
pão e vinho na substância do corpo e sangue de Jesus Cristo no ato da
consagração) e da elevação;
Na exposição do Santíssimo Sacramento: quando o corpo de
Cristo (Eucaristia) é exposto em um ostensório;
Na visita ao Sacrário: nos momentos em que a Igreja está aberta, visitar Jesus
no sacrário para adoração;
Na genuflexão (ato de ajoelhar) diante do Sacrário: dobrar o joelho até
ao chão ao passar em frente ao Santíssimo Sacramento quando estiver exposto
ou no sacrário;
Na adoração da Cruz: na Sexta-Feira Santa.
IX – O COMBATE ESPIRITUAL
O Combate em Ef 6,10-20 envolve os seguintes pontos:
- fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder; At 1,8
- revesti-vos da armadura de Deus para resistir às insídias (traição, cilada,
ardil, intriga) do diabo; Sab 5,17-23
- combatei contra os Principados, Autoridades, contra os Dominadores
deste mundo de trevas, contra os Espíritos do Mal, que povoam as regiões
celestiais; (armados com a sua força, os cristãos podem agora lutar contra
eles)
- resisti no dia mau e
- saí firmes de todo combate.
Nossa armadura
1. - Cingir os rins com a verdade:
"Cingir os lombos" significa "colocar o cinturão". Antigamente, homens e
mulheres usavam roupas soltas, e quando iam fazer algum trabalho físico
amarravam um cinto para se movimentarem de forma livre, colocar o cinto fazia
parte da preparação para o trabalho pesado.
Antes de colocar qualquer peça da Armadura, devemos "amarrar" a verdade em
nós, o cinto da verdade. Esse cinto nos permitirá movimentos livres. Atente para
dois versículos:
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8,32) "Disse-lhe Jesus:
Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (Jo
14,6)
2. - Revesti-vos da couraça da justiça: Revestir é: Estender-se por sobre
(uma superfície ou objeto); cobrir, Estar sobre, ou à volta de, protegendo, ou
enfeitando.
No entanto, esquecemo-nos do que a Bíblia diz, "portanto, diante de
Deus ninguém será justificado pelas obras da lei" (Rom 3,20). A justiça aqui não
é a nossa justiça própria, mas a justiça de Deus. A armadura completa foi
preparada para nós por Deus. É a "armadura de Deus". Não é uma armadura
que construímos. A Palavra não diz "Faça sua armadura". Ela diz "revesti-vos da
armadura de Deus" (Ef 6,11). Se a armadura é de Deus, então, de quem é a
couraça da armadura? É de Deus. De quem é, portanto, a justiça que é o
peitoral? A justiça é de Deus, como aliás é toda a armadura e, portanto, será
cada peça em separado. Você não compõe a armadura. Você apenas se reveste
dela. No caso da justiça, isto significa que você a coloca no fundo da sua mente,
em seu coração, que você é justo diante de Deus pela graça (justiça de Deus) e
assim você não tenta alcançar uma posição de auto-retidão
diante dEle. Isso significa que você entende que diante dele "ninguém será
justificado pelas obras da lei" (Rom 3,20) e que "todos pecaram e estão
destituídos da glória de Deus e são justificados gratuitamente pela sua graça"
(Rom 3,23-24). É preciso compreender que quando a Bíblia diz graça, não
significa graça com algumas obras.
Como diz a Escritura: "E se é pela graça já não é pelas obras; se fosse, a graça
já não seria graça" (Rom 11,6). Então, você estará "revestido com a couraça da
justiça" (Ef 6,14).
Não é de admirar, portanto, que se você colocar a "couraça” de sua justiça, você
estará vulnerável à doença da auto-condenação causada por Satanás. Por outro
lado, quando nós protegemos nossos corações com a couraça da verdade que
é a justiça de Deus, então, o que as Escrituras dizem em Rom 8,1 será cumprido
em nossas vidas: “Portanto não há nenhuma condenação para aqueles que
estão em Cristo Jesus. ”
3. - calçar os pés com o zelo para propagar o Evangelho da paz
O primeiro aspecto da preparação é a “estabilidade de pés firmes”. O que o texto
quer dizer com isso é que uma vez firmados na palavra do Senhor, na realidade
prática da reconciliação, nós podemos ter a estabilidade e a firmeza para
permanecer contra os ataques do diabo. E isso não é algo novo nem mesmo
uma realidade nova. O Senhor Jesus mencionou uma parábola a esse respeito
no evangelho de Mateus, dizendo: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas
palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua
casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e
combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E
aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao
homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e
correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi
grande a sua queda” (Mt 7,24-27). Por isso, é preciso zelar pela propagação do
Evangelho que transforma a vida das pessoas.
4. - empunhando sempre o escudo da fé com o qual podereis extinguir
os dardos inflamados do Maligno: Empunhar é: tomar; pegar ou segurar em;
agarrar, apoderar-se de.
Vamos falar sobre o Escudo da Fé. É uma peça muito importante na
armadura (mas não é mais e nem menos que outras peças, cada uma tem a sua
função ou objetivo), ele é responsável pela defesa, cobrindo do ombro até os
joelhos, evitando assim que a sua couraça da JUSTIÇA e o cinturão da
VERDADE seja atingido pelos ataques do nosso inimigo.
Alguns guerreiros mais habilidosos conseguem usar o escudo como arma
de ataque, isso mesmo (o escudo pode ser uma arma valiosa de ataque). Nós
também devemos atacar o nosso inimigo (principados, potestades) com a nossa
fé, mas para isso devemos dominar as habilidades que Deus nos deu (os dons
do Espírito), temos que ter uma intimidade tal com Deus que nossas habilidades
sejam aperfeiçoadas Nele. Com certeza o Espírito de Deus nos fará mais
habilidosos a cada momento que estivermos em contato com Ele, pois a Fé é
uma prática diária. Gn 15,1 – Depois desses acontecimentos, a palavra do
Senhor foi dirigida a Abrão numa visão: “Não temas, Abrão! Eu sou o teu escudo,
tua recompensa será muito grande. ”
5. - Tomai o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra
de Deus Que parte do corpo o capacete protege? A cabeça! E o que a cabeça
representa? A mente, onde está o nosso intelecto, nossos pensamentos, nossas
lembranças, nossas emoções. Ao longo dos anos verdadeiros cristãos, pessoas
dedicadas ao Senhor, vêm sendo atingidos na mente. Por isso Deus nos deu
uma poderosa vestimenta de proteção, que é o capacete da salvação.
A mente é o maior campo de batalha. Satanás ataca-nos na mente mais do que
qualquer outro lugar!
São três as fontes de pensamentos que chegam à mente de um cristão:
1. Pensamentos que a própria pessoa tem;
2. Pensamentos que provém do Espírito Santo;
3. Pensamentos que satanás e seus demônios jogam na nossa mente, e a
maioria das pessoas assumem como sendo seu próprio pensamento.
Temos que examinar todos os pensamentos e ver se eles procedem de
Deus! Se o pensamento, não bate com as escrituras, ou seja, se não está de
acordo com os ensinamentos que temos através da Palavra, saberemos que
satanás injetou esse pensamento, então devemos atacar a verdadeira fonte e
resistir dizendo em voz alta (ou suficientemente audível): “satanás e seus
demônios, eu repreendo vocês em nome de Jesus não aceito esse pensamento,
vá embora em nome de Jesus!
Quando a mente está fraca, cansada (ou seja, com estafa física ou
emocional), perturbada ou até mesmo sob efeito de um produto químico (droga
ou álcool), é mais difícil de resistir, e com certeza precisaremos de ajuda de
alguém para que resista por nós ou que nos ajude a resistir e repreender.
“Destruímos os raciocínios presunçosos e todo poder altivo que se levanta contra
o conhecimento de Deus. Tornamos cativo todo pensamento para levá-lo a
obedecer a Cristo. ” - II Cor 10,4-5
“Finalmente, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro,
amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor. O que
aprendestes e herdastes, o que ouvistes e observastes em mim, isso praticai.
Então o Deus da paz estará convosco. ” – Fil 4,8-9
Para proteger a nossa mente existe alguns processos:
1. Separe um tempo a cada dia para meditar a Palavra de Deus.
Escreva a palavra rhema do dia (para ajudá-lo na sua luta cotidiana). Guarde-a
e medite nela.
2. Memorize as escrituras:
O modo de guardar a palavra de Deus no coração é memorizá-la!!!
Salmo 118,11 – “Conservei tuas promessas no meu coração para não pecar
contra ti. ”
6. - Orai em todo tempo, no Espírito, vigiai com toda perseverança,
suplique por todos os santos
a) A oração é a nossa força. Ela precisa ser cotidiana, dialogal, perseverante.
Mt 6,5-18:
ï Orar em segredo e teu Pai te recompensará;
ï Ser autêntico;
ï Modelo de oração: Pai nosso.
ï Jejuar para mortificar a carne e fortificar o espírito.
b) Vigilância
IPe 5,8-9
ï Ser sóbrio e vigilante;
ï Resistir o diabo, firmes na fé;
ï Ter certeza que o ataque é contra todos os filhos de Deus.
b.1 - Sobriedade - é uma maneira de viver em EQUILÍBRIO em todos os
aspectos da vida. Sobriedade é fundamental para todas as pessoas e para
todas as
categorias sociais. Em nossas vidas, sobra SONO, COMILANÇA, COBIÇA,
VAZIO EXISTENCIAL, VAZIO AFETIVO, DESESPERO, FALTA DE SENTIDO
NA VIDA, AUTOSSUFICIÊNCIA.
Os excessos são prejudiciais não só à saúde física, mas também a
saúde psicológica, social e espiritual.
b.2 - Vigilância – é a atividade de monitoramento e acompanhamento
de comportamento e atividades de pessoas ou locais geralmente com finalidade
de garantir a
segurança e proteção.
b.3 - Resisti-lhe, firmes na fé – A esse inimigo somos aconselhados a
resistir com firmeza, tal como o fez Jesus, usando para isto a Palavra de Deus
(Mt 4,1-11), pois na luta em que estamos empenhados, as armas são espirituais
(Ef 6,10-13), já que a nossa luta não é contra a carne e o sangue, e sim, contra
as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Porém, temos da parte
de Deus gloriosas promessas, como, por exemplo, a que vem a seguir: Sujeitai-
vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4:7). Apesar
de ser perigoso, a Bíblia garante que, se o resistirmos firmes
na fé, ele fugirá de nós! “Sem permanecer firmes, não seremos capazes de
resistir. Nossas armas são a palavra de Deus e a oração (Ef 6,17-18) e nossa
proteção é a armadura completa que Deus nos dá. ”
b.4 - Perseverança e súplica
- A perseverança é uma qualidade daquele que persiste, que tem constância
nas suas ações e não desiste diante das dificuldades.
Perseverar é conquistar seus objetivos devido ao fato de manter-se firme e fiel a
seus ideais e propósitos.
A oração de súplica é geralmente um pedido a favor da pessoa que está orando.
O Revestimento Diário para o Combate Espiritual (exercícios espirituais):
1. Oração, incluindo o Rosário;
2. Leitura orante da Palavra de Deus;
3. Jejum;
4. Sacramentos: especialmente Confissão e Eucaristia;
5. Adoração.
X – SACRAMENTAIS
Toda bênção é louvor de Deus e pedido para obter seus dons. Em Cristo os
cristãos são abençoados por Deus, o Pai “de toda a sorte de bênçãos espirituais”
(Ef 1,3).
Este trecho da Carta de São Paulo nos anima para observarmos a
importância dos sacramentais em nossa vida. Eles têm grande valor de
santificação e consagração, pois Deus derrama sobre o homem sua bênção. O
Senhor quer nos abençoar por intermédio da Igreja, quer abençoar nossa casa,
nossos objetos, pois onde existe a bênção de Deus o diabo não pode tocar.
Mas primeiramente vamos entender o significado de sacramentais: “A santa Mãe
Igreja instituiu os sacramentais, que são sinais sagrados pelos quais, à imitação
dos sacramentos, são significados efeitos principalmente espirituais, obtidos
pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais os homens se dispõem a receber
o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias
da vida” (CIgC. § 1667).
Os sacramentais não conferem a graça em si, à maneira dos sacramentos, mas
são caminhos que conduzem a ela, ajudando a santificar as diferentes
circunstâncias da vida. Eles despertam nos cristãos sentimentos de amor e de
fé.
“Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira
dos sacramentos, mas, pela oração da Igreja preparam para receber a graça e
dispõem à cooperação com ela. ‘Para os fiéis bem-dispostos, quase todo
acontecimento da vida é santificado pela graça divina que flui do mistério pascal
da paixão, morte e ressurreição de Cristo, do qual todos os sacramentos e
sacramentais adquirem sua eficácia. E quase não há uso honesto de coisas
materiais que não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar
a Deus’ (II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 61: AAS 56
(1964) 116-117). ” (CIgC. §1670).
Nós precisamos estar revestidos a todo momento da graça santificadora que nos
vem através dos sacramentais. Precisamos resgatar em nossa vida o verdadeiro
sentido da bênção, pois com ela somos revestidos por Deus contra os ataques
de Satanás. O diabo não quer que sejamos portadores dela (bênção) nem que
a recebamos.
Todos nós podemos ser portadores da bênção do Senhor, nossas vidas
precisam ser transformadas em bênçãos, as quais devem ser transmitidas para
as pessoas que estão ao nosso derredor. “ (…) todo batizado é chamado a ser
uma “bênção” e a abençoar. Por isso, há certas bênçãos que podem ser
presididas por leigos (II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum
Concilium, 79: AAS 56 (1964)). Porém, quando uma bênção disser respeito à
vida eclesial e sacramental, sua presidência é reservada ao ministério ordenado
(bispos, presbíteros ou diáconos). ” (CIgC §1669).
Contudo, precisamos diferenciar no que se refere a bênção conferida pela Igreja
que tem efeito duradouro e o efeito sobre objetos ou lugares. “Certas bênçãos
têm um alcance duradouro: têm por efeito consagrar pessoas a Deus e reservar
para o uso litúrgico objetos e lugares. Entre as destinadas a pessoas, que não
devem confundir-se com a ordenação sacramental, figuram a bênção do abade
ou da abadessa de um mosteiro, a consagração das virgens e das viúvas, o rito
da profissão religiosa e as bênçãos para certos ministérios da Igreja (leitores,
acólitos, catequistas etc.). Como exemplos daquelas que se
referem a objetos podemos citar a dedicação ou a bênção de uma igreja ou altar,
a bênção dos santos óleos, de vasos e vestes sacras, de sinos etc” (CIG. §
1672). Os objetos são, por exemplo, artigos de devoção consagrados pela Igreja:
velas, palmas, crucifixos, medalhas, terços, escapulários, imagens do Senhor,
da Virgem e de santos.
Também o exorcismo é uma forma de sacramental usado em caso de possessão
diabólica conferido por uma autoridade constituída pela Igreja. “Quando a Igreja
exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma
pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu
domínio, fala-se de exorcismo.
Jesus o praticou, é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar.
Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do
Batismo. O exorcismo solene, chamado “exorcismo maior”, só pode ser praticado
por um sacerdote, com a permissão do Bispo. Nele é necessário proceder com
prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O
exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto
pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso
de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica.
É importante, pois, verificar antes de celebrar o exorcismo se se trata de uma
presença do maligno ou de uma doença” (CIgC. §1673).
Os sacramentais são expressos também por uma grande devoção popular,
um sentido religioso da piedade cristã que acompanha a vida sacramental da
Igreja, como a veneração das relíquias, as visitas aos santuários, as
peregrinações, as procissões, a “viasacra”, o Rosário. As formas autênticas de
piedade popular são favorecidas e iluminadas pela luz da fé da Igreja. “Sim,
Senhor, a salvação vem de vós. Desça a vossa bênção sobre vosso povo” (Sl
3,9).
Quando usamos com devoção um sacramental, colocamo-nos sob a
proteção das bênçãos da Igreja. “A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso
Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo! ” (II Cor 1,2) .A palavra sacramental
significa "algo semelhante a um sacramento", mas há uma grande diferença
entre um e outro. Os sacramentos (batismo, crisma, eucaristia, confissão, unção
dos enfermos, ordem, matrimônio) foram instituídos diretamente por Jesus Cristo
para dar a graça santificante às nossas almas. Por meio deles, obtemos a graça
santificante que apaga o pecado ou então, aumentamos a graça que já
possuímos.
Já os sacramentais não conferem a graça em si, à maneira dos
sacramentos, mas são caminhos que conduzem a ela, ajudando a santificar as
diferentes circunstâncias da vida. Os sacramentais despertam nos cristãos
sentimentos de amor e de fé.
Como agem em nós os sacramentais
Quando usamos com devoção um sacramental – como, por exemplo, a
água benta ou uma medalhinha benta – colocamo-nos sob a ampla proteção da
Igreja. Mas essa ação da Igreja só será eficaz se nos dispusermos a aceitar o
amor da Providência divina e a consciência de nossa total dependência de Deus.
Esta é a dupla raiz da eficácia dos sacramentais: a oração da Igreja e a
disposição interior de quem os usa.
A água benta
Um sacramental que nos é muito familiar é a água benta, que é a água
comum abençoada pela Igreja, tornando-se, assim, um sacramental. Ao
abençoar a água, o sacerdote dirige-se a Deus dizendo:
“Deus eterno e todo poderoso, quisestes que, pela água, fonte de vida e princípio
de purificação, as nossas almas fossem purificadas e recebessem o prêmio da
vida eterna.
Abençoai esta água para que nos proteja neste dia que vos é consagrado, e
renovai em nós a fonte viva da vossa graça, a fim de que nos livre de todos os
males e possamos aproximar-nos de Vós com o coração puro e receber a vossa
salvação”.
Durante a oração de bênção, pede-se ao Senhor para que a aspersão desta
água nos traga os três benefícios seguintes: o perdão dos nossos pecados, a
defesa contras ciladas do Maligno e o dom da proteção divina.
A água benta é um elemento comum da vida cotidiana que a Igreja
transformou em instrumento de graça, embora não portador direto da graça,
como são os sacramentos.
Da utilização da água benta, com devoção, em nome de Jesus Cristo, nasce o
refúgio sob a Oração da Igreja.
Num lar católico, é bom que haja água benta além de velas ou círios bentos, bem
como o crucifixo.
O crucifixo e as velas
O crucifixo é um sacramental de fundamental importância na vida do católico. É
o símbolo que mais claramente nos lembra o amor de Deus pela humanidade,
pois é a imagem de Seu filho morto na cruz pela salvação dos homens, levando-
nos ao arrependimento das nossas faltas, atenuando nossas aflições e
contrariedades. É colocado numa parede ou sobre um móvel e também nos
quartos de dormir.
Além do crucifixo, círios, velas ou lamparinas colocadas ao lado da cruz ou
em algum outro lugar da casa, também são sacramentais muito comuns e,
sobretudo, importantes, pois se representam como símbolo de Cristo, Luz do
Mundo. O uso de lamparinas ou velas como elementos de culto religioso é uma
prática universal na história da humanidade. E a Igreja santificou esse
simbolismo prescrevendo o uso de velas na maioria dos cultos. Durante a Missa,
por exemplo, devem arder duas ou mais velas, o mesmo acontecendo na
administração da maioria dos sacramentos.
O escapulário lembra nossa dedicação à Mãe de Deus e nossa Mãe O
escapulário do Carmo é um sacramental bastante difundido entre os católicos.
Consiste em duas peças retangulares de lã marrom, unidas por duas fitas ou
cordões levados sobre os ombros. O costume de usar o escapulário data da
Idade Média, quando os leigos ingressavam nas ordens religiosas como
“oblatos”, podendo participar das orações dos monges e também usar o
escapulário monástico. O escapulário mais difundido é o da Ordem Carmelita.
Sua popularidade advém da promessa que a Virgem do Carmo teria feito
a São Simão Stock (carmelita do século XIII) de que ninguém morreria em
pecado mortal se usasse o seu escapulário.
O escapulário de pano (cujo nome se origina da palavra latina scapula,
que significa ombro) pode ser substituído por uma medalha-escapulário que se
traz
constantemente sobre o corpo.
As bênçãos protetoras
Muitos desconhecem a grande abundância de bênçãos que fazem parte
do depósito de sacramentais da Igreja. Existe uma bênção, ou seja, uma oração
oficial, para, praticamente, cada ação importante na vida humana ou, ainda, para
cada necessidade humana.
A Igreja abençoa, por exemplo, as crianças, as mães, os enfermos, a casa,
os alimentos, o pão, os instrumentos, as vestes, os campos, as plantações, os
animais, os veículos, a escola, as bandeiras etc. Por isso, o Vaticano II diz: “...
quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à
finalidade de santificar o homem e louvar a Deus”. (Sacrosanctum Concilium,
61).
Água, Sal e Óleo exorcizados
Água, Sal e Óleo exorcizados são três elementos que simbolizam: Pai Filho
e Espírito Santo.
Gn 1,1 – “No princípio era o verbo e o Verbo era DEUS, e o Espírito de Deus se
movia sobre as Águas”.Jesus Cristo disse vós sois o Sal da terra, e em outra
ocasião ele disse basta o servo ser como o seu Senhor. Sal simboliza o Filho. E
o Óleo simboliza o Espírito Santo.
Qualquer sacerdote pode rezar as orações do Ritual para exorcizar estes
três elementos, não sendo necessária nenhuma autorização especial.
Daí o Poder destes Três elementos Simbólicos quando exorcizados.
Os benefícios são muitos, e os católicos devem utilizar estes três elementos para
proteção em Casa, dos Familiares e para a Saúde.
A oração de exorcismo da água proporciona inúmeros efeitos, dentre eles:
afugentar todo o poder do demônio, desarraigá-lo e expulsá-lo, curar doenças,
aumentar a graça divina, proteger as casas e todos os locais onde os fiéis moram
de toda a influência imunda causada por Satanás.
O óleo exorcizado, utilizado com fé, permite igualmente enfraquecer o poder dos
demônios, os seus ataques e os fantasmas que suscitam, recupera a saúde da
alma e do corpo, liberta o corpo do malefício.
O Sal exorcizado serve também para expulsar os demônios e para preservar
a saúde da alma e do corpo. Mas uma das suas propriedades específicas
consiste em proteger os lugares das influências ou presenças maléficas.
XI – IMPOSIÇÃO DE MÃOS
Do ponto de vista sacramental, quem tem o poder de impor as mãos é somente
o ministro ordenado (sacerdote, bispo), que tem a potestade de Cristo.
Os apóstolos o utilizaram sobretudo para comunicar o dom do Espírito Santo, e
a Igreja também o usa na administração de todos os sacramentos.
“É pela imposição das mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as crianças.
O mesmo fará os Apóstolos, em seu nome. Ainda mais: é pela imposição das
mãos dos Apóstolos que o Espírito Santo é dado. A Epístola aos Hebreus coloca
a imposição das mãos no número dos «artigos fundamentais» do seu ensino.
Este sinal da efusão onipotente do Espírito Santo, guarda-o a Igreja nas suas
epicleses sacramentais. ” (CIgC. §699).
Mas fora dos sacramentos, todos os fiéis podem impor suas mãos,
para abençoar, pedir a intercessão de Deus, pedir a cura de um doente ou a
presença do Espírito Santo em alguma pessoa.
Este gesto foi valorizado por Jesus e seu desejo era de que se mantivesse
no tempo: "Estes são os sinais que acompanharão os que tiverem crido: (…)
imporão as mãos sobre os enfermos, e estes ficarão curados" (cf. Mc 16, 17-18).
Portanto, esta possibilidade está ao alcance de todo aquele que crer.
O texto não diz que estes sinais acompanhariam somente os apóstolos. De fato,
nos Atos dos Apóstolos (9, 17), vemos Ananias, um simples fiel, impondo suas
mãos sobre Saulo para que se recuperasse da cegueira e ficasse cheio do
Espírito Santo.
Em Atos dos Apóstolos (14,3) o Senhor Jesus concedia a Paulo e Barnabé
que se realizassem sinais e prodígios por meio de suas mãos.
Uma das funções de impor as mãos (tocar o irmão) pelo leigo hoje é servir
de ponte para que Jesus transfira seu amor e sua compaixão àquela pessoa
que é tocada com misericórdia.
Impor as mãos é permitir que o Senhor use nossas mãos como um
meio especial de contato para a bênção. É o poder de Deus que se reflete
fisicamente (cf. Romanos 1,20). "Entre os sacramentais figuram, em primeiro
lugar, as bênçãos (de pessoas, da mesa, de objetos e lugares). Toda a bênção
é louvor de Deus e oração para obter os seus dons. Em Cristo, os cristãos são
abençoados por Deus Pai, «com toda a espécie de bênçãos espirituais» (Ef 1,
3). É por isso que a Igreja dá a bênção invocando o nome de Jesus e fazendo
habitualmente o santo sinal da cruz de Cristo”. (CIgC. §1671).
A imposição das mãos pode ser considerada como um sacramental e pode
ser administrada por leigos (Cânon 1168, Sacrosanctum Concilium, 79). É
lícito que um fiel reze por outro com este gesto de intercessão. Não há razão
alguma para proibi-lo, nem perigo algum em fazê-lo. Mas a fé de quem impõe
as mãos é importante para sua eficácia.
Recomendações ao fazer a imposição das mãos
1. Pureza de intenção: pedir que Jesus aja através de você.
2. Fazer o gesto sem solenidade, sem buscar protagonismo, e sim
com simplicidade.
3. Dar exemplo de vida cristã e entrega sincera a Deus.
4. A imposição das mãos deve conduzir aos sacramentos e a uma melhor e mais
autêntica vida eclesial. Não é um substituto dos sacramentos.
5. Não usar o gesto em ninguém que se negue a recebê-lo.
6. Conhecer a pessoa a quem se vai impor as mãos (cf. 1 Timóteo 3, 1-13; Tito
1, 5-16).
7. Não tirar o caráter cristão e sagrado deste gesto, misturando-o com
coisas esotéricas ou nada semelhante. Nem imitar estilos de fora da Igreja
Católica.
8. Quanto às “missas de cura”, é preciso esclarecer que todas as missas
são santas e curam, devendo sempre ser respeitado solenemente o rito litúrgico
da Santa Missa.
9. Recordar que impor as mãos não confere mais poder à oração, porque
se pode orar por uma pessoa igualmente, com igual ou até maior eficácia,
estando longe dela.
10. Este gesto, quando feito por um fiel, aconselha-se que não coloque a mão
na cabeça da pessoa, mas em seus ombros em sinal de fraternidade e
acolhimento.