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Miguel constrói um modelo de análise que distingue 5 tipos de democracia, todas elas
dentro da noção de democracia representativa:
1) Liberal- pluralista
Shumpeter – define a democracia como uma maneira de uma minoria poder governar de
forma legítima. Teoria concorrencial, eleições. Sentido reducionista da democracia, pois
não há formação de vontade coletiva, mas agregação de preferências manipuladas.
Deriva da teoria das elites. A democracia deriva da concorrência organizada pelo voto e
não da soberania do povo – impossível de ser alcançada na realidade, segundo ele. A
democracia é um método político. É um arranjo institucional para se alcançar decisões
políticas. Ela dá origem a um governo aprovado pelo povo. Consenso sobre as regras do
jogo para que haja dissenso sobre os fins.
Dahl – teoria da poliarquia – admite que regimes vigentes não são governos do povo,
mas nega que exista uma classe dominante. Para ele, existem múltiplos centros de poder
dentro da sociedade, capazes de influenciar as decisões políticas. As poliarquias são
resultado de processos de democratização, que se desdobram nas dimensões da
inclusividade (cada vez mais pessoas participam do processo político) e da liberalização
(possibilidade de contestação).
Decisões devem ser tomadas por quem vai ter a vida afetada por elas, a partir do
raciocínio público entre iguais. Democracia não é um método de auferir preferências
individuais dadas. Diálogo, entendimento mútuo, esfera pública. Habermas, para
Miguel, acaba reproduzindo as premissas dos teóricos liberais do contrato social. A
igualdade substantiva deixa de ser importante se todos puderem discutir como se fossem
iguais. Não se discute as condições de acesso à esfera pública.
Miguel critica o modelo face-a-face defendido por Habermas como capaz de concretizar
o ideal democrático, uma vez que a dimensão da representação é desconsiderada e não
há uma predisposição a se pensar em questões globais, do todo. O autor enfatiza as
desigualdades não levadas em consideração pelos teóricos deliberacionistas: é
questionável a ideia de que existam interesses facilmente distinguíveis e que as pessoas
possam acessá-los; as pessoas possuem diferentes capacidades discursivas e nem todos
conseguem atribuir um caráter de problemática universal ao que representa seus
próprios interesses.
3) Republicanismo Cívico
4) Democracia Participativa
5) Multiculturalismo
Afirma que grupos possam ser sujeitos de direito. Locke e Hobbes desconsideram
completamente a comunidade e instituem suas idéias em noções de proteção à
individualidade. Opõe-se a uma premissa do pensamento liberal e afirma a relevância e
a legitimidade dos grupos na arena política. Teoria da justiça. Nancy Fraser defende
dois eixos para realização da justiça: redistribuição e reconhecimento.