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Rolim, J, L, F 1

APRESENTAÇÃO:

Projetos de desmontes em rochas com explosivos não conseguem, no estágio


tecnológico atual, apresentar os mesmos níveis de certeza que são obtidos em outras áreas da
engenharia, nas quais se encontram, à disposição dos projetistas, com elevado grau de
confiança, todas as propriedades do material a ser trabalhado.
A tecnologia de desmonte de rochas a explosivos encontra-se ainda incipiente
quando comparada a outras tecnologias. As soluções teóricas são passíveis somente em
situações simples, só obtendo resultados satisfatórios quando aplicada a materiais ideais, além
do que, com o decorrer da aplicação das cargas explosivas, as propriedades características do
material remanescente são alteradas continuamente, por efeitos da passagem das ondas de
choque no corpo.
Nos trabalhos mineiros, onde da rocha e do maciço rochoso não se conhecem, com
precisão, as suas propriedades geomecânicas, sem contar as alterações das propriedades
físicas no maciço remanescente, leva o técnico a enfrentar grandes problemas decorrentes da
dualidade “EXPLOSIVO – ROCHA”.
No que se refere aos explosivos, seu mecanismo e atuação e interação na
fragmentação dos maciços rochosos não está perfeitamente claro, sendo necessário estudos
para que se possa formar leis confiáveis que interrelacionem as diversas propriedades da
rocha, maciço e explosivos entre si.
Sabe-se, entretanto, como será visto no decorrer deste trabalho, que as perturbações
dinâmicas decorrentes de cargas explosivas em materiais elásticos, homogêneos, isotrópicos,
contínuos e com volumes infinitos, apresentam, até certo ponto, conhecimentos teóricos
satisfatórios.
Em esquemas reais de desmontes de rochas, onde duas ou mais superfícies se
encontram livres, a superposição dos efeitos dinâmicos das ondas de choque, associada à ação
semi-estática dos gases, encontra-se ainda obscura.
Analisando-se apenas, o complexo da natureza do corpo rochoso, constata-se que
tamanho é o número de fatores que, ao intervir no processo de fragmentação, torna quase
impossível, nas condições atuais do desenvolvimento tecnológico, elaborar soluções teóricas
que atendam a todos os casos.
Neste trabalho, com base no levantamento dos conhecimentos científicos até então
desenvolvidos para este fim, associados às técnicas de computação e dados disponíveis,
tentam-se elaborar procedimento de projetos para diagramas de fogo, assim como se faz uma

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análise embasada em conhecimento teóricos da influência das descontinuidades na tentativa


de explicar o processo de faturamento que ocorre durante os desmontes.
São aqui analisadas as possibilidades de aplicação dos métodos de cortes especiais,
mostrando, sempre que possível, as vantagens ou desvantagens no uso de determinada
técnica.
Fica ainda claro que, com furos de sondagens, é possível prever, horizontes capazes
de limitar a altura dos bancos a serem usados nos desmontes qualificando-se ainda a condição
energética a ser desenvolvida pelos explosivos para a obtenção de uma boa fragmentação.

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METODOLOGIA

Após uma revisão minuciosa dos trabalhos bibliográficos os mais abrangentes no que
concerne a desmontes de rochas, incluindo-se a peculiaridade das feições que apresentam os
corpos rochosos, constatou-se uma escassez de bibliografias, principalmente a nível nacional.
Em decorrência desse fato, com o intuito de familiarizar o geotécnico com as mais
diversas técnicas de desmontes em rochas a céu aberto e propiciar uma maior compreensão
dos diversos fenômenos que ocorrem durante os desmontes da rocha, objeto deste trabalho, o
conteúdo total da obra os capítulos básicos, distribuídos da seguinte forma:
No primeiro capítulo, procura-se reunir alguns conhecimentos básicos sobre os
explosivos, partindo-se de um breve histórico e culminando com as propriedades mais
importantes desses artefatos.
No segundo capítulo, tenta-se expor, deduzindo-se algumas equações, os conceitos
básicos dos fenômenos de transportes, partindo-se das ondas elásticas às ondas de choque,
relacionando-se, sempre que possível, as grandezas dessas ondas com os parâmetros elásticos
do meio em que se propagam.
No terceiro, expõe-se um resumo teórico do estado da arte dos desmontes de rochas,
considerando-se desde maciços não fraturados até diversas feições estruturais dos maciços
reais (corpos fraturados), dando-se ênfase aos desmontes em pedreiras com uso de explosivos
químicos comerciais.

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1. EXPLOSIVOS

1.1 RESUMO HISTÓRICO

A história do desenvolvimento dos explosivos é tratada por diversos autores, de


maneira genética. Dentre eles, a seguir, serão citados aqueles que serviram de referência para
a elaboração deste resumo: Hemphil (1981), Abams (1943) in Cook (1958), Rune (1981),
Assehton (1940) in Cook (1958), Persson (1970), Henrych (1979), Clark (1982).
A pólvora negra foi, sem dúvida alguma, o primeiro passo para o desenvolvimento
dos explosivos, sendo sua descoberta atribuída aos chineses, que inicialmente a utilizavam
para fins pirotécnicos e, após modificações, passou a ser utilizada para fins bélicos.
Permaneceu este artefato em segredo durante século, até que, em meados do século VIII,
Roger Bacon descreve a pólvora em termos científicos, o que propiciou em 1354, ao monge
Berthold Schwartz desvendar e difundir sua tecnologia entre os povos ocidentais. Um século
após, em 1425, a pólvora negra foi granulada, porém deve-se aos franceses, em 1525, as suas
classificação granulométrica o que ampliou sensivelmente suas qualidades como explosivo.
Em 1838, o químico Pelouze, da Universidade de Turin, obtém a nitrocelulose,
entretanto, só em 1846 é que os cientistas Schönbein e Böttger descobrem as propriedades
explosivas dessa substância. Em 1847, o italiano Ascânio Sobrero, assistente de Pelouze,
descobre a nitroglicerina, a que ele denominou de piroglicerina. Esse composto oferecia poder
rompedor várias vezes superiores ao da pólvora e da nitrocelulosa. Entretanto, por sua alta
sensibilidade à ação de choques e atritos, seu uso era limitado, quase que com exclusividade a
tratamentos médicos, impedindo as aplicações industriais.
Em 1864, Schultze, a aprtir da nitrocelulose, descobre a pólvora coloidal, que, apesar
de ter poder rompedor inferior à nitroglicerina, apresentava a vantagem de ser mais estável
quimicamente.
Em 1867, vinte anos após a descoberta da nitroglicerina, o cientista sueco Alfred
Nobel e seu pai Emanuel Nobel, ao adicionarem diatomito à nitroglicerina, minimizaram a
sua sensibilidade, o que tornou possível o seu uso industrial na forma conhecida como
dinamite. No ano de 1875, Nobel produz a mistura gelatinosa de nitrocelulose com
nitroglicerina, que se tornou a base das dinamintes nitroglicerinadas.
Enquanto o mundo era surpreendido com as constantes aplicações da nitroglicerina e
da nitrocelulose, na França, no ano de 1885, o químico Turpin descobre a detonabilidade do
ácido pícrico, que, pouco tempo depois, foi misturado com trinitrocresol, dando origem ao
explosivo denominado Cresilite. Ao mesmo tempo, Wilbrand descobre o trinitrotolueno
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(TNT), cuja industrialização se verificou em 1901, passando a ser utilizado em 1912 como
explosivo militar em cargas de granadas.
Durante a guerra de 1914 a 1918, foram desenvolvidos mais dois explosivos, trotil e
o hexil, sendo o primeiro mais aplicado por possuir maior poder detonante.
Com o término da primeira grande guerra, surgiram outros produtos de melhores
qualidades, como substâncias explosivas nas mais diversas misturas e proporções de novos
compostos e de compostos já conhecidos, misturas essas tais como: trinitroglicerina,
nitrocelulose, trotil, trioleína, hexogênio, mononitrotoluol, nitrobenzeno, dinitrotoluol,
nitropenta, etc...
Por casualidade, em 1923, uma indústria química de fertilizantes em Oppau
(Alemanha); ao ter problemas de armazenagem de nitrato de amônio, que, por aglutinação,
formou um bloco monolítico, ao tentar fragmentá-lo, destruiu parte da cidade. Entretanto,
apesar desse acidente, ninguém na época tomou conhecimento da peculiaridade explosiva
desse fertilizante. Decorridos 24 anos, no Texas, subitamente um navio com carregamento de
nitrato de amônio ao explodir no porto, fez com que a investigação desse composto fosse
dirigida para fins explosivos. Todavia, o inconveniente da não resistência à água só foi
resolvido em 1950, quando os cristais de nitrato de amônio receberam cobertura higroscópica,
consolidando o seu uso como elemento explosivo.
Em meados da década de cinquenta, iniciaram-se as pesquisas para o
desenvolvimento de lamas explosivas, que apresentam como características uma grande
liberação de energia dinâmica de ondas de choque, transferindo-a para a rocha em quase sua
totalidade.
A partir da década de sessenta, a energia nuclear passou a ser pesquisada para
desmonte de rochas, cuja liderança é dos Estados Unidos, através do projeto “Sllop da Atomic
Energy Comission”. Apesar dos riscos envolvidos em reações nucleares, não se pode
descartar a possibilidade do uso, em breve, de tão importante fonte energética.

1.2 EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS – CONCEITOS BÁSICOS

Explosivos industriais são substâncias ou misturas de substâncias que, quando


excitados por agentes externos, têm a propriedade de sofrer transformações químicas
exotérmicas propriedade de sofrer transformações químicas exotérmicas violentas, gerando
considerável volume de gases a altas temperaturas e velocidades. Como a liberação dessa
considerável quantidade de energia se dá em curtíssimo tempo (milésimos de segundos),

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geram-se ondas de choque, conferindo aos explosivos um elevado poder rompedor. Herrmann
(1972), Hemphil (1981).
Assim sendo, para que uma substância ou mistura tenha um caráter explosivo é
necessário que apresente instabilidade química de forma que, com a adição de certa
quantidade de energia, a sua transformação é total.
A reação de decomposição dos explosivos, a depender da sua sensibilidade, irá
requerer agentes energéticos específicos, que variam desde uma simples faísca, até a ação de
outros explosivos, mais sensíveis, usados como iniciadores. A energia mínima capaz de
iniciar o processo de decomposição dos explosivos, denominada energia de ativação, é uma
característica não só da substância explosiva em si, mas das condições em que o elemento a
detonar se encontra. Como exemplo, as dinamites, quando submetidas à ação do calor ao ar
livre, apenas ardem sem detonar, porque, neste caso, para que haja detonação, é necessária a
ação de choque.
Do exposto conclui-se que a detonação ocorre naturalmente com um aumento líquido
da entropia. A energia de ativação leva ao conceito de cadeia ou coluna explosiva, onde existe
uma relação sensibilidade / efeito, em que a massa de cada elemento em reação é maior que a
de seu antecessor.

1.2.1 Processo de decomposição dos explosivos

Persson (1970) sugere que, para a compreensão do processo de decomposição dos


explosivos, é necessário o entendimento dos seguintes conceitos: combustão, deflagração e
detonação.
Combustão ou queima é o processo de oxidação lento, onde o elemento combustível
volatiza sua superfície e os vapores, ao atingirem o ponto de fulgor, são inflamados. Nesse
processo de decomposição, há sempre necessidade de oxigênio externo.
Deflagração pré-detonação é um processo intermediário entre a deflagração e a
detonação, onde a decomposição é por choque, e cada partícula, ao detonar, transmite à mais
próxima um choque capaz de aquecer, a ponto de iniciar a sua própria decomposição.
Entretanto, nessa fase, o número de partículas a serem decompostas não é suficientemente
grande para gerar uma onda de choque tal que torne a velocidade de reação uma constante.
Detonação ocorre com a propagação da reação de decomposição por ondas de
choque. As partículas, ao detonarem, criam uma onda de alta pressão, que se propaga a
velocidade constante e elevada.

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Na decomposição dos explosivos, podem-se distinguir as fases de deflagração pré-


detonação (inicial) e de detonação propriamente dita. Na primeira, a decomposição da
substância explosiva é muito rápida, porém crescente; já na outra, o processo de reação é com
velocidade constante. Dentro do processo de desintegração numa coluna de explosivo, têm-se
as seguintes fases: explosivo sólido, explosivo aquecido, explosivo liquefeito, explosivo
gaseificado, fase gasosa aquecida e, por último, camada em reação.
Ao se aplicar a energia de ativação adequada numa coluna de explosivos, inicia-se
uma frente de reação química, gerando uma onda de pressão, que avança a uma velocidade
crescente. A pressão é a temperatura mais elevada a cada instante fazem com que a
velocidade de reação apresente uma aceleração ascendente, que tende a alcançar a velocidade
da onda de pressão (trecho em deflagração). Quando as velocidades de reação e da onde de
pressão atingem seus valores limites, o processo de decomposição fica com uma velocidade
constante e a compressão se faz praticamente sem perdas de energia, tem-se aí a detonação. A
interface no regime estacionário, isto é, o plano onde a diferença entre velocidades das ondas
de pressão e a de reação é constante, é designado plano Chapman-Jouguet representado por
PCJ, Cook (1958), Bartolome (1972) (figura 1.1).

Curva da onda de pressão

V
e
l Limite deflagração detonação
o
c
i
d
a
d
e

Curva da onda de reação

tempo

Figura 1.1 – Gráfico esquemático da reação de decomposição nos baixos explosivos


(Plano Chapman-Jouguet).

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Com a detonação, a onda de choque que percorre a coluna de explosivo identifica a


velocidade de detonação, que está relacionada ao material detonante e às condições em que se
realiza a queima.

1.2.2 Classificação dos Explosivos Industriais

De acordo com as suas propriedades, muitos autores como Persson (1970), Hemphil
(1981), Clark (1982) e outros fazem uma classificação dos explosivos Civis no que se refere
a: aplicação, desempenho e constituição.
A classificação quanto à aplicação é feita de acordo com a energia de ativação, já que
essa é a taxa energética que rompe a estabilidade química e como consequência, limita os
riscos envolvidos no manuseio. Dessa forma, tem-se: a) explosivos primários ou iniciadores;
b) explosivos secundários ou reforçadores; c) explosivos terciários ou rompedores; d)
explosivos propelentes ou militares.
a) Os explosivos primários ou iniciadores são todos os que apresentam grande
facilidade à iniciação. São destinados ao fornecimento da energia de ativação
necessária aos explosivos menos sensíveis. Por motivos de segurança, custo,
entre outros, esses explosivos só devem ser utilizados em pequenas massas de
carga. Como exemplos de explosivos iniciadores, têm-se: estopim, cordel
detonante, espoletas, e outros acessórios.
b) Explosivos secundários ou reforçadores são cargas utilizadas como elemento de
ligação entre os explosivos primários e a carga principal.
c) Explosivos terciários, rompedores, são componentes de elevada estabilidade
química, utilizados em grandes massas e são, portanto, os reais responsáveis pela
ruptura do corpo a desmontar. Como exemplos dessa categoria de explosivos,
têm-se: as dinamites, as gelatinas e as lamas explosivas nas mais diversas
formulações.
d) Explosivos propelentes ou militares são aqueles que executam trabalho balístico,
portanto, sem fins Civis.

Em termos de propriedades classificatórias, as características descritas podem ser


resumidas na figura 1.2.

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Segurança no manuzeio

Sensibilidade

I
n
i
c
i
a Reforçadores Explosivos de ruptura
d
o
r
e
s

Massa em uso

Efeito destrutivo

Custo por unidade de massa

Figura 1.2 – Características classificatórias de acordo com as propriedades básicas


dos explosivos.

Na classificação quando ao desempenho, é admissível uma subdivisão em explosivos


deflagrante e detonante, onde o primeiro apresenta baixas velocidades, cuja fronteira é 1000
m/s.
No que se refere à constituição, dependendo dos materiais e das misturas, os
explosivos classificam-se em: a) explosivos químicos, constituídos por uma única substância
pura, nitroglicerina; b) explosivos mecânicos, constituídos de duas ou mais substâncias
explosivas ou não, que intimamente agirão como combustível e comburente; c) explosivos
mistos, constituídos de dois ou mais explosivos químicos e elementos inertes.

1.3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOD EXPLOSIVOS

Quando as propriedades dos explosivos, apesar de serem importantes, os fabricantes,


principalmente os nacionais, apresentam, somente algumas se limitando ao fornecimento da:
densidade, velocidade de detonação, sensibilidade à iniciação, energia liberada, gases tóxicos
e resistência à água.

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As principais propriedades dos explosivos comerciais são: rusticidade; estado físico;


densidade real e gravimétrica; resistência à água, toxidez, estabilidade química,
inflamabilidade, calor de combustão, força, temperatura de explosão, volume gasoso, pressão
de detonação, brisância (espoletas), velocidae de detonação, sensibilidade à iniciação,
propagação por simpatia e diâmetro crítico e limite.
Rusticidade é a propriedade mecânica que indica a capacidade do explosivo em
resistir às solicitações mecânicas de transporte, armazenamento e emprego. Essa propriedade
torna-se mais importante à medida que os transportes são realizados a grandes distâncias em
estradas de má qualidade, ou quando as substâncias explosivas são armazenadas em locais
impróprios.
Estado físico é a consistência e o aspecto com que as substâncias ou misturas
explosivas são comercializadas.
Densidade real e gravimétrica: a densidade real é a relação entre a massa específica
do explosivo e a massa específica da água a 4º C.; já a densidade gravimétrica é um parâmetro
medido em g/cm3 ou g/l, ou, em alguns casos, em número de cartuchos de explosivos contidos
em caixas de 25 kg, sendo uma das mais importantes propriedades a ser considerada na
performance do explosivo, conforme será visto no capítulo 3.
Os explosivos, ao serem utilizados em furos para desmontes, principalmente no
Ocidente, ao sofrerem adensamento, em alguns casos, alteram tanto a sua densidade
gravimétrica à ponto de dessensibilizarem-se.
Resistência à água ou hidroscopicidade: a ação de água reduz a capacidade destrutiva
dos explosivos, chegando inclusive a ponto de impedir a sua iniciação. Para atender as mais
diversas aplicações, os produtores de explosivos classificam os valores de resistência à ação
de água (tabela 1.1).
Nenhuma resistência Perda da sensibilidade em menos
de 24 horas quando submerso em
3 atmosferas.

Boa resistência Não perde a sensibilidade quando


submerso por 24 horas a 3
atmosferas.

Ótima resistência Desenvolve o seu trabalho normal


mesmo quando submerso por 72
horas a 3 atmosferas.

Tabela 1.1 Classificação de Resistência à água.


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Toxidez: esta propriedade é geralmente referida aos gases produzidos nas explosões,
entretanto, isso não implica que os explosivos “in natura” não sejam tóxicos. Com relação aos
gases, os mais tóxicos são: monóxido de carbono (CO), gases nitrosos (NO, NO2) e anidrido
sulfuroso (SO2), que limitam o uso de um determinado explosivo, se as condições de
ventilação forem precárias.
A classificação do grau de toxidez em termos de gases2 impõe à indústria distribuir
os explosivos em três categorias ou classes, de acordo, com o volume de gás tóxico produzido
na combustão (tabela 1.2)

Classe 1 ou categoria A – até 30 litros de gás / quilo


Classe 2 ou categoria B – até 60 litros de gás / quilo
Classe 3 ou categoria C – mais de 60 litros de gás / quilo

Tabela 1.2 Classificação quanto aos gases tóxicos

Estabilidade Química: é o período de tempo em que os explosivos conservam suas


propriedades características de desempenho e segurança, nas condições de armazenamento em
ambientes ventilados, baixa umidade relativa, temperatura inferior e quarenta graus
centígrados a ausência de vapores corrosivos.
Explosivos que apresentam a estabilidade química alterada devem ser manipulados
com bastantes cuidado, devido não só ao desequilíbrio no balanço de oxigênio, como à
alteração da sensibilidade, o que aumenta a probabilidade de acidentes, tanto com detonações
prematuras como retardadas e/ou da combustão parcial na coluna explosiva.

Inflamabilidade: é a condição de temperatura ventilação e umidade, além da qual as


substâncias explosivas entram em combustão espontânea, sendo esse parâmetro usado para
estabelecer as condições de paiol.

Calor de combustão: consiste na quantidade de calor liberada na detonação, medido


a volume constante.

Força 3: termo associado ao Coeficiente de utilização prática, como uma tentativa e


medir a capacidade da realização do trabalho de um explosivo sobre a rocha. Entretanto, esse
parâmetro caiu em desuso, pois é obtido e meios que têm propriedades bem diferentes da
rocha em que os explosivos são usados.
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Temperatura de explosão: é definida como a temperatura em que o explosivo entra


em decomposição por detonação, o que é diferente da inflamabilidade. Essa propriedade é de
fundamental importância na manufatura de substância explosivas.

Volume Gasoso: é gerado na detonação dos explosivos sendo responsáveis pelo


arremesso do material fragmentado no desmonte de rochas. É importante o seu conhecimento
na especificação do explosivo a ser usado, para adequar a taxa de energia semi-estática
necessária ao bom desempenho do fogo.

Pressão de detonação: ocorre na zona de detonação dos explosivos, ou seja, a


pressão no Plano Chapman-Jouguet. Ela está intimamente relacionada com a capacidade do
explosivo de romper seu invólucro “BRIZÂNCIA”. Maiores detalhes sobre a influência desse
parâmetro na fragmentação da rocha serão abordados no capítulo 3. Apresenta-se, aqui, uma
solução para a determinação indireta desse parâmetro, Cook (1958), a partir da hidrodinâmica,
estabeleceu a seguinte relação P2 = 1 D W + P1, onde P2 é a pressão de detonação no plano
Chapman-Jouguet; P1 é a pressão no explosivo antes da detonação; De velocidade de
detonação do explosivo; P1 densidade do explosivo antes do choque; W é a velocidade da
partícula no plano Chapman-Jouguet e é dada por: W = (1 - ρ1 / ρ2 ) de onde ρ2 densidade do
explosivo no plano PCJ, assumindo-se com grande precisão que a relação ρ2 / ρ1 = 4/3, e que
ρ1 é insignificante em relação aos demais parâmetros, tem-se que ρ2.=. 1 . De2 / 4.
Para a pressão de detonação, Johannson e Persson (1970), apresentam a equação 1.1
com bases em resultados de experimentos práticos.
Pcj = 2.1 (0.36 + e ) De2

Brizância (quebrância)4: é o efeito da pressão de detonação existente diante da onda


de choque. Essa é liberada sob forma de estourar os outros elementos. A “brizância” é função
da massa volumétrica, da densidade de carregamento e da velocidade de detonação, sendo um
fator por demais importante para modelagem da fragmentação.

Velocidade de detonação 5: é a velocidade com que a onda de choque circula através


do explosivo. Ela depende de vários fatores tais como: a) formulação, b) diâmetro do furo ou
cartucho, c) processo de iniciação, etc... A variação da velocidade e outras propriedades do
explosivo pode ser observada nas figuras 1.3, 1.4 e 1.5.

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A seguir serão detalhados as dependências da velocidade de detonação com os


farores acima.

K Sensibilidade

Diâmetro crítico

Velocidade de detonação

Granulometria

Figura 1.3 – Influência da granulometria do explosivo nos parâmetros da detonação (Clark,


1959).

K Sensibilidade Diâmetro crítico

Velocidade de detonação

Adensamento de carga

Figura 1.4 – Influência da densidade da carga nos parâmetros de detonação (Clark,


1959)

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a) Formulação: nesse processo são envolvidas, substâncias ou misturas as mais


diversas, a fim de conferir aos explosivos maiores ou menor velocidade de
reação, liberando as energias em tempos proporcionais à detonação.
b) Diâmetro do cartucho ou furo: os explosivos comerciais apresentam como
características um diâmetro crítico (dc), abaixo do qual a reação de detonação
não mais se processa (figura 1.5).
É fato constado que a velocidade de reação dos explosivos aumenta com o diâmetro
do cartucho até um limite em que a velocidade é máxima (diâmetro limite).

Curva característica para dois tipos de explosivos


V
e
l
o
c
i
d Diâmetro limite
a
d
e

Diâmetro crítico

Diâmetro da carga explosiva

Figura 1.5 – Influência do diâmetro da carga no parâmetro velocidade (Richard,


1973)

c) Processo de iniciação: provoca maior aceleração ou detonação mais fraca. A


depender da intensidade da energia de ativação utilizada, pode-se chegar a uma
deflagração em lugar de uma detonação atenuada. Isso é bem caracterizado nos
casos de detonações feitas com nitrato de amônio em pequenos diâmetros
iniciados por Cordel detonante.
Do exposto, pode-se concluir que, para uma avaliação da velocidade de detonação,
deverão ser especificada as condições de ensaio.
Issibilidade à iniciação6 : é a medida da capacidade que possui um explosivo de ser
iniciado por outro.
Propagação por simpatia7 : é a maior distância longitudinal entre dois cartuchos de
explosivos, na qual ocorre propagação da detonação de um para o outro cartucho, envolto em

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papel parafinado, tendo como meio de propagação o ar. Verifica-se, pela própria definição,
que os valores dessa propriedade são aproximados, pois sofrem influências de inúmeras
variáveis.
Diâmetro crítico e limite: (vide velocidade de detonação).

2. ONDAS

Para a compreensão dos fenômenos que ocorrem na fragmentação das rochas sujeitas
à ação dos explosivos, faz-se necessário o entendimento do comportamento da ação das ondas
sobre corpos, mesmo que a nível superficial como aqui será tratado. O tratamento dado neste
capítulo é apenas o suficiente para fornecer subsídios à compreensão de ação dinâmica dos
explosivos sobre materiais rochosos.
Definem-se ondas mecânicas e de reação como superfícies que limitam um meio
contínuo em duas regiões caracterização por valores de: pressão, massa específica,
temperatura e velocidade de partículas. A depender de continuidade ou não com que se
apresentem no meio, ficam subdivididas em: ondas elásticas, ondas de choque puro e ondas
de choque com troca de fase.
A figura 2.1.a apresenta esquematicamente a frente de onda avançando com uma
velocidade de propagação U. As grandezas físicas que caracterizam o estado sólido (pressão
P, densidade ρ, temperatura T, e velocidade de partícula v) são alteradas na passagem da
frente de onda. Essas variações podem ocorrer de modo contínuo ou descontínuo de acordo
com os tipos de ondas a seguir.
Na figura 2.1.b, têm-se as ondas elásticas, que não apresentam mudanças de fase do
material em que se propagam nem descontinuidades nas grandezas físicas na frente de onda.
A figura 2.1.c corresponde às ondas de choque puro, que não apresentam mudanças
de fase e as propriedades físicas sofrem desontinuidade na frente da onda. As ondas de
choque puro resultam em ondas elásticas ao sofrerem amortecimentos, por ação das ondas de
rarefação.
A figura 2.1.d corresponde às ondas de choque com troca de fase, que, além de
apresentarem as características das ondas de choque puro, resultam em mudanças de fase,
usualmente de sólido para líquido e desse para gasoso. Esses tipos de ondas são as decorrentes
de reações de transformações químicas (detonação dos explosivos).

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A Estado final U Estado inicial


PρTv P0 ρ0 T0 v0

Figura 2.1 Tipos de ondas mecânicas (Bartolome 172)

a) Sólido sujeito à ação de uma onda


b) Ondas elásticas
c) Ondas de choque puro
d) Ondas de choque com mudanças de fase

2.1 ONDAS ELÁSTICAS:

Para entendimento do fenômeno de transmissão de ondas elásticas entre meios


diferentes, é importante a definição do conceito de impedância I
As impedâncias (acústicas quando se refere ao meio rocha, e de detonação quando o
meio é o explosivo) são definidas como o produto da densidade ρ pela velocidade de
propagação de uma onda no meio rocha V, ou pela velocidade de detonação no meio
explosivo De, conforme equação 2.1. Essa propriedade representa a capacidade relativa dos
corpos de receber e transmitir energia na forma de ondas.

I=Vρ Es. 2.1


Onde:
V = U (meio rocha) e V = De (meio explosivo)

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A importância da impedância passa a se destacar quando são consideradas as


interações de tensões elásticas na interface de diferentes meios de propagação (Carpenter,
1971), onde o comportamento é regido diretamente pela relação de impedância entre os meios
de propagação.
Quando uma onda elástica se propaga de um meio de impedância I1 para um meio de
impedância I2, a relação entre as amplitudes das ondas incidentes A1, transmitida At e
refletida Ar é apresentaa nas equações;

Ar (I2 + I1) = A1 (I2 - I1) ( Eq. 2.2 )


At (I2 + I1) = 2 A1 I2 ( Eq. 2.3 )
Pode-se concluir:

1 Para que haja continuidade na transmissão entre dois meios de interface não coesa, as
ondas incidente e transmitida terão que ser de compressão.

2 A onda refletida terá sempre amplitude inferior á onda incidente, podendo ainda ser
de compressão ou de tração, a depender dos valores impedâncias de meio 1 com
relação ao meio 2.

3 No caso de o meio 2 ser a atmosfera (baixa impedância), teremos sempre ondas de


tração refletidas no meio 1, fato esse que facilita o desmonte de rocha.

2.1.1 Propagação:

Para uma análise simplificada dos fenômenos ocorridos no inter-relacionamento


entre as ondas elásticas e o meio elástico, será inicialmente considerada a situação
unidimensional. Imagine-se uma barra delgada, submetida a um pulso de pressão P em uma
de suas extremidades. Essa barra terá então, após a aplicação do pulso, modificado o seu
estado inicial de repouso (figura 2.2).

P L v U

Ut=L

Figura 2.2 Barra delgada submetida a pulso de pressão

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Rolim, J, L, F 18

Quando o pulso de pressão P é aplicado, uma onda de tensão se propagará ao longo


da barra de área unitária A com uma velocidade U. As partículas atrás dessa frente de onda
adquirem uma velocidade V. Decorrido um intervalo de tempo dt, o deslocamento
infinitesimal da frente de onda dL e o elemento de massa então perturbada dM são
quantificados pelas equações;

dL = U dt
dM = ρ A U dt

A tensão  provocada no material pela passagem da onda é dada pela expressão 2.6.
Essa expressão pode ser obtida a partir da conservação da quantidade de movimento
(Batolome, 1972) e é válida tanto para ondas elásticas como para as de choque.

P - Po = o (U-vo) (v – vo) =  - o ( Eq 2.6 )

Da equação 2.6, tem-se uma justificativa para que a velocidade de partículas V seja
um índice de controle de detonação em meios contínuos.
A relação entre o módulo de elasticidade E, velocidade de propagação da onda U e
densidade do material são obtidas pela teoria da elasticidade através da expressão;

d  / d є =  U2 = E
O produto  U2 é definido como impedância ao impacto.

A expressão 2.7 tem sido largamente utilizada para a obtenção do módulo de


elasticidade dinâmico, pela simplicidade e baixo custo de ensaio.
Convém salientar que, se a velocidade da onda no ponto em análise for superior à
velocidade de ondas elásticas no meio (número Mach > 1) resultará em onda de choque,
falseando os resultados, o que tem sido fonte de erros em muitos trabalhos experimentais.
Como a equação 2.7 parte de origem dinâmica, o valor de E a ser utilizado ou mesmo obtido,
através desta relação, deverá ser interpretado como dinâmico.
Para corpos elásticos tridimensionais, isotrópicos e homogêneos, a teoria da
elasticidade prevê que a relação entre tensão / deformação é expressão pela equação 2.8
(Rodney, 1966).

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Rolim, J, L, F 19

d/d = E(1 -µ)/((1+µ)(1–2 µ)) ( Eq. 2.8 )

Daí a velocidade de propagação da onda elástica U pode ser expressa em função de


módulo de elasticidade volumétrico R  do módulo de rigidez transversal o que, combinados
com a equação 2.8, resulte;

U= [(K+4G/3)/ρ] ( Eq 2.9 )
Onde K = E / 3 (1 – 2 µ) e G=E/2(1+µ)

Em fluidos ou quando o sólido está sujeito a pulsos geradores de tensões muito


acima do limite de elásticidade, a expressão 2.9 se reduz à expressão;

U= (K / ρ) ( Eq 2.10 )

Combinando-se as equações 2.6 com 2.7, tem-se a relação entre velocidade de


partículas, velocidade de onda e tensão aplicada relacionadas segundo a equação;

v=V/E

Da equação 2.11 verifica-se que: se a tensão for de compressão no sentido do


deslocamento da onda elástica, a velocidade da partícula assumirá o sentido da onda é no caso
de tensões negativas ou de tração, a velocidade da partícula terá sentido contrária ao
deslocamento da onda.
Com as equações apresentadas, fica demonstrado o relacionamento entre o
parâmetros elásticos dinâmicos e as ondas elásticas.
Em Vutukuri (1978) são exposto estudos para a obtenção de parâmetros dinâmicos
elásticos em rochas.

2.1.2 Reflexão em superfícies livres:

Observando-se a figura 2.3, quando a onda elástica atinge uma extremidade livre do
corpo, o último elemento da barra é deslocado por ação de inérgia, adquirindo uma tensão .
Cessada a aceleração, esse elemento será então tensionado com uma tensão -, gerando uma
onda de tração no retorno.

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P L v U 2v

Extremidade da barra

Figura 2.3 – Barra delgada submetida a pulsos elásticos (notar efeitos da onda de
reflexão)

v
σ+

σ-

v V = 2v σ = 0

BARRA EXCITADA

V = velocidade de partícula σ = onda de tensão

Figura 2.4 – Interação entre ondas (Dowding, 1985)

Como a onda de compressão apresenta a velocidade da partícula v no mesmo sentido


do seu deslocamento e a onda de tração apresenta velocidade de partículas com sentido
contrário, a Equação 2.11 leva a concluir que, quando uma onda de compressão incidente
colide com outra de tração refletida, considerando ambas de mesma intensidade, a tensão,
neste ponto, será nula e a velocidade da partícula será duplicada. Essa observação é por
demais importante do ponto de vista de interações explosivo – rocha no que diz respeito à
fragmentação, decorrente das interações entre ondas incidentes a refletidas na superfície livre,
ou em fraturas no interior do maciço rochoso.

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Na figura 2.4, pode-se observar as relações de tensão e velocidade de partículas na


colisão de ondas elásticas já descritas. Suponha-se a face A como extremidade da barra da
figura 2.3 antes de sofrer deformação devido à onda.

2.2 ONDAS DE CHOQUE:

Ondas de choque são as que apresentam maior interesse ao se estudar a ação dos
explosivos sobre as rochas.
Estes tipo de onda apresenta como característica vir associada a uma pressão de pico
muito elevada e descontínua (figura 2.1.c), havendo duas diferentes básicas marcadas entre as
ondas de choque e as ondas elásticas:
1 – Nas ondas de choque, a tensão de pico se propaga com maior velocidade
(supersónica) em relação à perturbação causada em seu avanço; já ondas
elásticas se propagam à mesma velocidade da perturbação causada durante seu
avanço, (Jones, 1968) (Marvin, 1964).

2 – As ondas de choque apresentam um perfil de ataque instantâneo após a ação,


enquanto as ondas elásticas requerem tempo para a sua formação.

2.2.1 Relacionamento das características do material na frente da onda de choque:

As deduções das expressões aqui apresentadas podem ser encontradas em Bartolome


(1972).
Para melhor visualizar o relacionamento existente entre as características dinâmicas
na frente das ondas de choque e as características elásticas do corpo, irá analisar o caso
unidimensional de uma onda que percorre um meio (sólido, líquido ou gasoso) em
movimento, com velocidade de partícula absoluta Vo. Considera-se a velocidade de
propagação da onda Us. A região atrás da frente de onda será designada por S, e são
constantes: a velocidade de partícula v, a tensão , a temperatura T, analogamente; serão
considerados constantes os parâmetros correspondentes também na frente da onda. Por
simplicidade, o sistema de referência (X,Y) será considerado solidário á frente de onda. Desta
forma, o tratamento será realizado como se a onda fosse estacionária. (Figura 2.5).

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Zona comprimida (s) Zona não comprimida (o)

Us – v1 Us – v0
σ1 E1 T1 ρ1 σ0 E 0 T0 ρ0

Figura 2.5 – Deslocamento de onda (sistema de referência fixo à frente de onda)


No entendimento dos efeitos físicos na interação entre as ondas de choque puro e os
parâmetros elásticos do meio, lança-se mão dos princípios da conservação da massa e
conservação da quantidade de movimento, aplicados aos elementos de massa que passam de
zona não comprimia para a zona comprimida da figura 2.5. Conclui-se:

A Pelo princípio de conservação das massas:

ρo ( Us - vo ) = ρ1 (Us - v1 ) ( Eq. 2. 12)


Para vo = 0 => ρo Us = ρ1 ( Us - v1 ) ( Eq. 2. 13)
Nos sólidos, a velocidade adquirida pelas partículas V1 é desprezível em relação à
velocidade com que se propaga o choque. Para efeitos práticos, porém não realísticos, pode-se
considerar que ρ = 0.

B Pela conservação da quantidade de movimento:

Neste caso, retoma-se a equação 2.6 válida para o caso de ondas elásticas, tornando
possível o conhecimento indireto da pressão a que fica submetido o corpo em estado de
choque, a partir da medida da velocidade de partículas e propagação da onda. Se Vo e Pc
forem iguais a 0, tem-se a equação;

P – Po = ρo Us v =  - 0 ( Eq 2.14 )

A relação 2.14 é conhecida como equação de descontinuidade ou relação de


Rankino-Hugoniot. Explicitando-se v e Us nas equações Eq 2.13 e 2.14, tem-se:

v1 =  ( 1 - o ) ( ρ1 - ρo ) / ( ρ1 ρo) ( Eq 2.15 )

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Us =  ( ρ1 ( 1 - o ) / [ ρo ( ρ1 - ρo ) ] ( Eq 2.16 )

Considerando um volume de massa unitária nas condições antes do choque Vo1o e


após o choque Vo11 , as equações 2.15 e 2.16 tomam os aspectos:

v1 =  - ( 1 - o ) ( Vo 11 - Vo1o ) ( Eq 2.17 )

Us =  - ( 1 - o ) vo 1o2 / ( Vo 11 - V010 ) ( Eq 2.18 )

Com base nas equações 2.17 e 2.18 aqui apresentadas, conclui-se que a variação de
densidade e volume na frente de onda não pode ser nula.
As equações apresentadas 2.15, 2.16, 2.17 e 2.18 mostram o relacionamento entre os
parâmetros que descrevem a onda de choque de compressão; entretanto, convém ressaltar que
nessas foram desconsideradas as características do meio no qual as ondas se propagavam.
Experimentos em condições ideais de velocidade de onda como uma função de
velocidades de partículas Us = f (v), demonstram claramente ser essa relação linear.
A figura 2.6 mostra resultados expostos em Bartolome (1972) como resultado de
trabalhos experimentais executados por Mc. Queen e Walsh (1958), com medidas simultâneas
de Us e v em diversos materiais.
Da figura 2.6 é obtida a relação 2.19: se, nessa relação, a velocidade adquirida pela
partícula tender a zero, tem-se que a velocidade de onda de choque tenderá á velocidade do
som no móvel em repouso Co.
Us = Co + K v ( Eq 2.19 )

Us/S Mo
Co

Sb

Co K

Figura 2.6 – Velocidades ( onda versus partículas Bartolome, 1972)

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Rolim, J, L, F 24

Substituindo-se na equação 2.19 os valores correspondentes obtidos nas relações


2.14 e 2.17, tem-se.

Vo 1o ( 1 + o )
_____________________________ = Cc + K (1 + o ) ( Vo 1o - Vo11 )
( Vo1o - Vo11 )

Co 2 ( 1 - Vo11 / Vo1o )
1 = ___________________________________________________________ P/ o = 0 ( Eq 2.20 )
2
vo1o ( k - 1 k Vo11 / Vo 1o )

Da equação 2.20, conclui-se que, no limite, quando 1 tende para o infinito, a


expressão K - 1 - K vo 11 / vo 1o tende a zero e a densidade máxima que pode ser atingida
por um corpo sólido qualquer, comprimido por choque, será:

ρ = k ρo / ( k - 1 )

Como o valor de k é da ordem de 1,5 para a maioria dos sólidos, a máxima


compressão a que esses corpos podem ser submetidos será da ordem de: Vo 1o / Vo11 = 1/3.
Em Durval (1963) e Queen (1970), são citadas outras relações, como as de Mie
Grüneisen, que explicitaram os parâmetros Co e k da equação 2.19, em função de
propriedades do material, ou seja,  coeficiente de expansão térmica, Cp calor específico a
pressão constante, e I constante de Mie Grüneiser.

Us = V + S v1 ( Eq 2.22 )
Onde:
S = ( Г + 1)/2 e Г = V2  / Cp

Substituindo a equação 2.22 em 2.14, tem-se:


(1 + o ) = ρo ( V v1 + S v12 ) ( Eq. 2.23 )

2.2.2 Indução de ondas de choque por detonação de explosivos:

Church (1981), Coates (1973), Mendes (1967), Ambreseys (1970), entre comungam
que, sendo a impedância do material o principal fator que comanda a pressão da onda de
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Rolim, J, L, F 25

choque ao se transmitir de um meio para outro, o relacionamento entre impedância e pressão é


evidente, permitindo, portanto, estabelecer a interação entre o explosivo e o material rochoso.
Um problema fundamental de desmonte é a obtenção da pressão e velocidade de
partícula transmitida através da interface, a partir do conhecimento dos valores
correspondentes na zona da onda incidente, tende-se para tanto dois casos a analisar.

Caso 1
A figura 2.7 (a) apresenta um corte longitudinal da região que inclui a interface de
dois materiais através da qual uma onda de choque se propagará, tendo o meio direito uma
impedância menor que a do meio esquerdo. As grandezas de velocidade de partículas v, a
pressão P e a velocidade de propagação da onda U são apresentadas na parte (a) da figura,
para as regiões de onda incidente, refletida na interface e transmitida através dessa.
Esquematicamente, o perfil de pressão nas zonas comprimidas e não comprimidas do corpo é
apresentado na parte (b) da figura.

Material 1 (esquerdo) Material 2 (direito)

(A) P1e Ur- Ut+ P1d


v1e Ui+ V1o - v1d v1d

interface

P1e v1e U1e


(B) Pod vod
Ur- Ut+
P1e = P1d

Figura 2.7 – Interação de ondas entre meios, na condição de Id < Ie.


a) Corte esquemático e grandezas envolvidas
b) Perfil após a interação

Para a obtenção da velocidade e pressão transmitidas, lança-se mão das curvas de


Hugoniot dos materiais que relacionam pressão Versus velocidade de partículas.
O ponto correspondente à região da onda incidente (estado 1 ) é conhecido. Por
exemplo, no explosivo, esse ponto é o da pressão e velocidade de detonação. Como a onda se
refletirá na interface, a imagem especular de reflexão da curva de Hugoniot correspondente ao
material passará pelo ponto de estado conhecido.

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Rolim, J, L, F 26

Na interface, a pressão e a velocidade da onda transmitida ao material 2


correspondem ao ponto de interseção da curva especular de reflexão do material 1 com a
curva de Hugoniot correspondente ao material 2 (figura 2.8).

Curva de reflexão do material esquerdo


P Cuirva de Hugoniot (material esquerdo)

Estado 1
P1d ; v1d Curva de Hugoniot (material direito

Estado 2 desconhecido P1d ; v1d

(2 v1e ; 0)

Plano especular de reflexão v

Figura 2.8 – Curva de Hugoniot representativa da interação entre dois meios onde Id < Ie.

Analiticamente, as relações entre as pressões transmitidas Pt, refletidas Pr e


incidentes P1 são obtidas pelas relações 2.24 e 2.25, onde os parâmetros com índice d e e
referem-se as meios receptores e transmissores.

2 ρod Ud P1
Pt = _________________________________________ ( Eq. 2.24 )
ρod Ud + ρoe Ue

ρod Ud - ρoe Ue
Pr = P1 _________________________________________ ( Eq. 2.25 )
ρod Ud + ρoe Ue

As equações 2.24 e 2.25 podem ser expressas na forma de impedâncias dos


respectivos materiais (produtos p V), tomando a seguinte configuração:

2 Id P1
Pt = __________________ ( Eq. 2.26 )
Id + Ie

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Id - Ie
Pr = P1 ______________ ( Eq. 2.27 )
Id + Ie
Da equação 2.26 observa-se que, se Id for menor do que Ie, Pt será menor do que P1
e, pela equação 2.27, tem-se que Pr 2.8, tem-se que vt > v1.
Como exemplo deste caso, podemos citar que um choque de 240 Kbar em alumínio,
transmite ao aço 340 Kbar e reflete 100 Kbar na forma de compressão para o alumínio.
(Jones, 1968).
Quando o meio direito é o ar, em que a impedância Id = pod Usod  0, resultará
sempre uma onda refletida de tração e com um valor modular semelhante à pressão que incide
na interface.

Caso 2.
A figura 2.9 (a) apresenta um corte longitudinal da região que inclui a interface de
dois materiais através da qual a onda de choque se propagará, tendo meio direito uma
impedância maior que a do meio esquerdo. Esquematicamente, o perfil de pressão nas zonas
compridas e não compridas do corpo é apresentado na parte (b) da figura.

Material 1 (esquerdo) Material 2 (direito)

(A) P1e Ur- Ut+ P1d


v1e Ui+ V1e - v1d v1d

P’e
interface

P1e v1e U1e


(B) Ur- Ut+ Pod vod
P1d

Figura 2.9 – Interação de ondas entre meios, Id > Ie.


a) Corte esquemático e grandezas envolvidas
c) Perfil após a interação

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Rolim, J, L, F 28

Curva de reflexão do material esquerdo


P Cuirva de Hugoniot (material direito)

Estado 2 desconhecido
P1d ; v1d Curva de Hugoniot (material squerdo)
Estado 1
P1e ; v1e

(2 v1e ; 0)

Plano especular de reflexão v

Figura 2.10 – Curva de Hugoniot representativa da interação entre dois meios onde
Id > Ie.

Da equação 2.26 observa-se que, se Id for maior do que Ie, Pt, será maior do que P1
e, pela equação 2.27, tem-se que Pr > 0. Ainda: tratando-se dessa condição e de acordo com a
figura 2.10, tem-se que vt < v1
Como exemplo desse caso podemos citar: um choque de 240 Kbar em alumínio,
transmite 95 Kbar em polietileno e reflete 145 Kbar na forma de tração para o alumínio
(Jones, 1968).
Considerando o explosivo como meio esquerdo em contacto direto com o meio
direito (rocha), tem-se:
a) Numa interação unidimensional, isto é, em que a direção de propagação da onda
de choque coincide com a direção de propagação da detonação: neste caso P1e =
P1j (pressão chapman-Jouguet ou pressão de detonação ver capítulo 1), Ue é a
velocidade de detonação do explosivo De, P1d é a pressão de contacto explosivo-
rocha ou pressão transmitida Pt e Poe é a densidade do explosivo cujo produto
com De origina Ie (impedância do explosivo) Eu é a velocidade de propagação da
onda na rocha, Poe é a densidade da rocha Pr cujo produto origina Ir (impedância
da rocha). Logo, a equação 2.26 tomará a seguinte forma:
2 Ir Pcj
Pt = _______________ ( Eq. 2.28 )
Ir + Ie
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Rolim, J, L, F 29

O valor de Pcj pode ser obtido pela equação de Johannson e Pesson ou equação de
Cook conforme já exposto no capítulo 1.

b) No caso dos sistemas bidimensionais, que é o caso dos desmontes de rochas com
cargas de coluna, onde a direção de propagação da detonação não coincide com a
propagação da onda de choque no maciço, adota-se P´cj = 0,5 Pcj.

A análise de transmissão de ondas entre meios de impedâncias distintas pode ser


usada para esclarecer o fenômeno de fraturamento por ondas de choque.
Esse procedimento foi utilizado em particular, no caso dos basaltos com feições
entablamento, (onde o fenômeno de material frágil e de baixa impedância com relação à
rocha sã) é explicado com o auxílio do processo exposto.
Na transmissão de ondas da rocha sã para o material de preenchimento, a onda
refletida será de tração. E, no caso da transmissão do preenchimento para a rocha sã, a onda
então refletida será de compressão. Nos casos relatados, para o primeiro poderá haver
rompimento na interface junta (tração) e, no segundo caso, poderá, então, ocorrer colapso
devido à elevada tensão de compressão reinante no material de preenchimento, junto à
interface.

2.3 CASOS PARTICULARES DE SUPERPOSIÇÃO DE ONDAS DE CHOQUE:

Serão apresentadas condições simples porém úteis de superposição de ondas,


considerando-se essas com a mesma amplitude e freqüência. As hipóteses feitas não são
específicas para choque, porém ser utilizadas para análise simulada de condições reais em
desmontes.

a) – Velocidade inicial de partícula tem sentido contrário ao deslocamento da onda:


nesse caso, são alterados o sentido e o módulo dessa velocidade após a passagem
do choque, quando o valor da velocidade imprimida pela onda de choque for
superior ao da partícula em movimento.

Casos semelhantes a esses são possíveis de serem obtidos em medições de


velocidades de partículas nos desmontes convencionais instantâneos ou ainda em cortes
prévios, onde a medida da velocidade é feita em pontos na mesma linha de furos e não
localizados à meia distância entre os furos.
DORNELLAS ENGENHARIA LTDA - 25- 26/11/2003
Rolim, J, L, F 30

b) – Velocidade inicial de partícula em sentido contrário ao deslocamento da onda,


reduzindo-se a zero o valor modular dessa.

Isso pode ser idealizado como um particular ao item A em que o módulo da


velocidade imprimida na partícula pelo choque possui valor igual a sua velocidade no estado
inicial. Este caso poderá ser idealizado como resultante da medição da velocidade de
partícula, obtida no ponto médio entre furos detonados simultaneamente com cargas
idênticas. A explicação para isso é que as ondas chegarão ao ponto médio provavelmente com
alta defasagem (próximo a 180º), havendo, nesses casos, interferências destrutivas.

c) – Velocidade de partícula antes do choque no mesmo sentido do deslocamento da


onda.

Essa é uma idealização hipotética de um choque ocorrendo numa mesma linha de


furos com uso de retardos, medindo a velocidade da partícula numa direção perpendicular à
referida linha, onde, na sequência do fogo, as partículas já se apresentam em movimento.
Nesse caso, há uma amplificação na velocidade da partícula por interferência construtiva.
Essa é uma das explicações prováveis para a melhoria da fragmentação em fogos com usos de
microrretardos em linha.

d) – Choque incidente sobre um meio em repouso.

Trata-se de um caso típico de desmonte convencional em linha simples, com


detonação simultânea.

2.4 ONDAS DE RAREFAÇÃO OU DE EXPANSÃO

Essas ondas são responsáveis pela remoção da pressão que causou a onda de choque;
agem, portanto, desacelerando as partículas. Por seu efeito, as ondas de choque serão
finalmente transformadas em ondas elásticas.
Coates (1973) relata, a partir de experimentos, que a tensão produzida por uma onda
em um maciço rochoso, a uma distância R de um furo de raio Ro, pode ser estimada através da
equação;

P1 = Ro / R)λ P/cj ( Eq2. 29)


DORNELLAS ENGENHARIA LTDA - 25- 26/11/2003
Rolim, J, L, F 31

Onde λ é uma constante característica da rocha e do explosivo em uso, variando entre


1,5 e 2,5.
A diferença entre P1 e P´cj é atribuída à ação das ondas de rarefação. Essas são as
responsáveis pela atenuação dos fenômenos ondulatórios.

2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Essas ondas são responsáveis pela remoção da pressão que causou a onda de choque;
agem, portanto, desacelerando as partículas. Por seu efeito, as ondas de choque serão
finalmente transformadas em ondas elásticas.

a) – As equações 2.24 e 2.25 mostram que as tensões absorvidas pelo corpo


rochoso e fornecidas pelo explosivo são não só uma função do explosivo, mas
ainda do meio a que se transmite o choque, tendo-se a máxima transmissão da
pressão quando a relação de impedância explosivo – rocha for unitária.

b) – A equação 2.29 mostra que a distância entre o ponto gerador da tensão e a face
livre exerce grande influência no valor da tensão de chegada na interface rocha-
ar. Sendo a tensão na interface a responsável pela formação da onda de tração
refletida expressa pela (Ex 2.25), fica, portanto, demonstrada a grande
importância que assume o parâmetro do afastamento nos desmontes, (conforme
será visto em capítulo específico).

c) – Apesar desse estudo ser baseado na hipótese de maciços homogêneos e


isotrópicos, a aproximação para casos reais de maciços compartimentados pode
ser feita sem prejuízo significativo dos resultados, na racionalização do
desempenho dinâmico da ação dos explosivos sobre materiais rochosos.
Considerado as características geológicas e geomecânicas do maciço rochoso,
principalmente no que diz respeito à partição natural, é possível com boa
aproximação, (a partir de estudos teóricos, onde são considerados os corpos
rochosos como homogêneos e isotrópicos), racionalizar a energia cinética
necessária ao bom desempenho da ação dos explosivos sobre esses materiais.

DORNELLAS ENGENHARIA LTDA - 25- 26/11/2003


Rolim, J, L, F 32

3. GENERALIDADES SOBRE DESMONTES DE MACIÇOS ROCHOSOS

Desmontes em maciços rochosos podem ser definidos como sendo os procedimentos


controlados de destruição desses corpos, com a finalidade extrair blocos (fragmentos) capazes
de serem trabalhados, ou então realizar uma escavação segundo uma dada geométria
específica.
Quando um determinado desmonte é executado, fica-se diante de situações
conflitantes, ou seja, produzir certa quantidade de rocha fragmentada a custos mínimos e, ao
mesmo tempo, atenuar os danos causados ao meio ambiente e ao maciço remanescente.
Na figura 3.1, encontram-se caracterizadas duas interpretações do conceito de
otimização, onde se observa que o tamanho ideal do bloco no “lato sensu” não coincide com o
conceito “stricto sensu”, isso porque o menor custo de desmonte nem sempre coincide com o
menor custo total das operações, quando se levam em considerações as etapas posteriores ao
fogo.

Custo total (lato sensu)


C
u
s
t
o
s
Custos de carga, transporte,britagem etc.

Custo de desmonte primário


(Stricto sensu)

Calibre do bloco obtido


Grau de fragmentação

Figura 3.1 – Esquema composição de custos de desmontes (Hock e Bray, 1977)

Ainda na figura 3.1, verifica-se que os desmontes em maciços rochosos estão


condiciodos a alguns parâmetros básicos, que incidem direta ou indiretamente sobre os custos
das diversas operações unitárias, tais como: finalidade, características da rocha ou do maciço,
situação topo-geográfica, mão de obra disponível, etc... Mediante uma análise criteriosa de

DORNELLAS ENGENHARIA LTDA - 25- 26/11/2003


Rolim, J, L, F 33

todos esses parâmetros é que poderão ser definidos os investimentos, de forma a viabilidade a
obra.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS DESMONTES DE MACIÇOS ROCHOSOS


Nas condições atuais os desmontes em maciços rochosos, podem-se classificar em
cinco modalidades mais usuais, tais como:

Desmontes mecânico
Desmonte hidráulico
Desmonte térmico
Desmonte nuclear
Desmonte a explosivos

Das modalidades citadas, os desmontes a explosivos será aqui discutido.

3.2 MECANISMO DE FRAGMENTAÇÃO NOS DESMONTES A EXPLOSIVOS:

Com bases exclusivas em observações de campo, acreditava-se que, nos desmontes


da rochas a explosivos, a abertura de fendas era decorrente da ação dos gases a altas pressões.
Com o avanço da tecnologia, pesquisadores como Dinis da Gama (1971), Coaters e
Gyenge (1973), Langefors (1963), e outros identificaram o fenômeno de fragmentação por
detonação nos maciços não fraturados, como uma ação conjunta de duas fases distintas: face
dinâmica.

Fase dinâmica da fragmentação: (Ação de choque):

Durante a fase dinâmica, a carga e explosivo confinado no interior do furo deflagra


uma reação de decomposição que tende a atingir um regime estacionário (plano Chapman –
Jouguet) (vide capítulo 1). Esse meio então perturbado transmite à parede do furo uma onda
de choque de compressão (esférica, cilíndrica ou tronco-cônica) extremamente forte, que se
desloca no maciço rochoso, numa expansão axial e radial, até atingir uma face livre ou um
meio de impedância diferente. A partir dessa interface, a onda de compressão é então
subdivididas em duas outras: uma refratada de compressão secundária (que se desloca no
meio subseqüente) e outra de reflexão. Essa última pode-se apresentar como pulsos de

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compressão ou de tração, dependendo da relação de impedância entre os meios (vide capítulo


2) (Persson, 1970), (Fourmaintraux, 1983).

A pressão sobre a parede do furo, inicialmente altíssima (pressão de pico), sofre


amortecimento pela ação das ondas de rarefação, caindo bruscamente (figura 3.3).

P
r Fase dinâmica
e
s
s
ã
o

n
o

f
u Fase semiestática
r
o

Tempo

Figura 3.3 – Curva típica de variação de pressão sobre as paredes do furo com o
tempo após detonação (Ito and Sarsa, 1962)

Quando a onda de choque, até então de compressão encontra uma superfície limite
do corpo a níveis energéticos tais que possa refletir pulsos de tração, superiores à resistência
de tração dinâmica da rocha, iniciam-se fraturamentos paralelos a essa face livre, o que é
constatado pelas descontinuidades paralelas à superfície livre nos desmonte em bancada,
(Persson, 1970) e (Fourmaintraux, 1983).
As deformações tangenciais, provocadas pela passagem da onda de compressão,
induzem ao maciço tensões de tração, provocando fissuras radicais e partir do furo: em
regiões conhecidas como zonas esmagamento (hidrodinâmica) e de fissuramento.
Durante o processo cinemático, tanto as ondas incidentes de compressão como as
refletidas e as suas combinadas originam, no maciço rochoso, fraturas, sem as quais, para
maciços não fraturados, a ação destrutiva da fase seguinte (fase semi-estática) não seria
possível.
Desta forma, do ponto de vista de fraturamento descrito tanto por (Church, 1981)
como em outros pesquisadores, durante a fase dinâmica, tem-se quatro tipos de fraturamentos
característicos: a) fraturas radiais oriundas por tensões de tração perpendiculares aos pulsos de
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compressão, b) fraturas tangenciais por ação cisalhante oriundas de deformações


diferenciadas, c) fraturas paralelas à face livre, por ação das tensões de tração produzidas
pelas ondas refletidas na interface rocha-ar (desplacamento de tração) e por último d) fraturas
originadas pela ação combinada de: compressão, tração e flexão.
Convém salientar que, apesar da importância da fase dinâmica, a sua contribuição
energética na fragmentação do maciço rochoso gira em torno de apenas 3 a 5% da energia
total. Entretanto, sem sua presença, para maciço não fraturados, tornar-se-ia impossível a
fragmentação somente pela ação da fase semi-estática, (Hermann, 1972) (Langefors, 1963),
(Guilherme, 1989).

rocha Ar (face livre)

Fraturas de tração
Furo com
explosivos Ação de compressão

Fraturas de
Fraturas de tração
cisalhamento Ação de reflexão

Figura com representação esquemática das Fases Dinâmica e semi-estática

Fase semi-estática: Ação da pressão dos gases.

Durante esta fase, os gases provenientes da detonação, ao percorrer as fendas ou


microfissuras oriundas da fase dinâmica, agindo por ação de cunha, propagam essas fraturas,
separando parte do maciço em fragmentos de rocha. À medida que os gases são liberados,
ocorre o lançamento dos blocos, produzindo novas fraturas por ação de requebramento e
choque entre blocos, consumando-se o desmonte, (Langefors, 1963)

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3.3 FEIÇÕES DA FRAGMENTAÇÃO:

As feições da fragmentação com explosivos mostram que a maioria dos finos


originam-se na vizinhança do furo, o que é perfeitamente explicado pelo esmagamento
decorrente da pressão de pico nas ondas de choque, que excedem, em muito, o limite de
resistência à compressão dinâmica das rochas. Essa porcentagem de finos cai bruscamente, à
medida que se afasta do furo, (Hagan, 1977) in (Hagan, 1979)
Do ponto de vista da cominuição a explosivos, entre as mais diversas feições geradas
na fragmentação, citam-se: esmagamentos, movimento radial relativo, escamamentos internos
na interface rocha-ar e fraturas cisalhantes (normais e paralelas às fraturas radiais).
Essas feições decorrentes da ação conjunta entre as fases dinâmica e semi-estática
induzem a uma divisão do maciço atingindo pelo fogo, em zonas com características de
fragmentação específicas denominadas: zona hidrodinâmica; zona plástica, zona fraturada;
zona sismica e zona de refleçao.

Zona Hidrodinâmica

Conforme cisto no capítulo 2, as ondas de choque apresentam, em seu perfil, um


pique de pressão descontínuo sobre o material em que se propaga. Como nos desmontes a
explosivos, o pique da onda de choque excede à resistência dinâmica da rocha, formando-se,
então, uma zona anelar de rocha intensamente esmagada ao redor do furo (figura 3.4).
Langefors (1963) e Persson (1970), usando cargas inteiramente casadas, estimaram,
usando furos de 40 mm em arenitos porosos, uma zona esmagada inferior a 20mm.
Durval e Atchinson (1957) in Hagan (1979), com base na região onde a velocidade
da onda de choque atinge valores supersônicos, estimaram para a zona esmagada um valor
propõem que esse valor poderá ser excedido, dependendo do tipo de rocha e explosivo usado.
Drukovanyi e al. (1971) e Akaeev (1971) in Hagan (1979) indicam como uma faixa
segura, para estimar a zona de esmagamento, em torno de 2,5 a 3,5 o diâmetro do furo.
Para as divergências apontadas, pode ser feita a seguinte análise:

a) Langefors (op cit), ao utilizar arenito poroso, deparou-se com uma taxa de
absorção energética, cuja ação das ondas de rarefação se torna mais evidente.
Como conseqüência, os valores de pique na onde de deformação caíram muito
rapidamente para valores inferiores ao limite de elástico dinâmico da rocha.

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b) O alto valor obtido por Durval e Atchinson (op cit) decorre de considerações
feitas em rochas frágeis e compactas.

c) Os limites estimados por Drukovanyi e al (op cit) e Akaev (op cit) oferecem boa
segurança nos casos mais gerais, onde não se dispões de instrumentação para um
acompanhamento das atividades.

d) Como a excessiva fragmentação na zona de esmagamento é associada à alta taxa


de energia de dissipação, essa zona tende a aumentar com a pressão de detonação
e com a relação entre diâmetros (carga/furo). Além do mais, é importante
considerar fatores como as características fisíco-mecânicas de rocha, do maciço
rochoso e do material entre a carga e a parede do furo.

Finalmente, deve ser considerada a ação dos gases da explosão, que, ao penetrarem
nas fraturas, comprimem a rocha existente entre duas fraturas consecutivas. Quando a pressão
do gás é muito alta e atua por longo tempo, ocorrem esmagamentos adicionais que dificultam
a identificação do esmagamento promovido exclusivamente pela ação dinâmica da onda de
choque, (Renechart, 1965) in (Hagan, 1979).

Zona fraturada:

Considerando-se um contorno cilíndrico envolvendo a zona de esmagamento, no


momento em que passa a onda de deformação, esse fia sujeito à intensa compressão radial,
que resulta em tensões de tração tangenciais. Se a deformação excede à resistência à tração
dinâmica da rocha, verifica-se a formação de uma densa rede de microfissuras nas
proximidades do furo. Constata-se, ainda, um decréscimo no número dessas microfissuras à
medida que se distancia do furo. A zona de fraturas radicais, formada em volta da zona
esmagada, termina abruptamente numa distância radial em que as ondas de tensão de tração
tangenciais são incapazes de gerar novas fraturas (figura 3.4) (Persson, 1970). A dimensão
dessa zona varia com os seguintes fatores: a) aumento da deformação de pique nas paredes do
furo; b) queda na tensão de deformação de quebra.
Persson (op cit) afirma que a distância atingida por essas fraturas é inferior a 25% do
afastamento, que é calculado em fogos convencionais (desmonte em bancada).

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Furo carregado

Zona hidrodinâmica
Zona plástica

Zona fraturada

Zona sísmica
Zona de reflexão

Face L i v re

Figura 3.4 – Feições da fragmentação

Fraturas de reflexão: “Spalling”

Nas interações de ondas planas (capítulo 2), demonstrou-se que, numa onda de
deformação compressiva, incidente sobre um meio de impedância menor do que aquele em
que se vinha propagando, parte da sua energia é refletida na forma de pulsos de tração. Se o
pulso da onda então refletida for maior que a resistência à tração da rocha, ocorrerão
lascamentos ou escamamentos, partindo da face livre em direção ao interior do maciço.
Quando uma nova atinge a região já escamada e, portanto, com comportamento semelhante a
uma nova face livre, tem-se uma reação em cadeia, propiciando uma interação com o sistema
de fraturas radicais. (Hagan, 1979), (Perssn, 1968) in (Persson, 1970).

Fraturamento cisalhante normal a fraturas radicais.

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Dando seqüência ao processo de detonação, os gases, ao penetrarem entre duas


fraturas radiais adjacentes, comprimem a rocha por efeito de cunha; se a pressão reinante for
suficientemente elevada, iniciam-se fraturas cisalhantes normais às fraturas radicais.
Nos planos que são perpendiculares ao plano radial, as rochas apresentam pouca
resistência física, podendo ocorrer refragmentação durante o movimento de lançamento da
massa quebrada.

3.4 TÓPICOS DE PROJETO DE PLANO DE FOGO À CÉU ABERTO:

O conceito de plano de fogo deve ser entendido como o produto do aproveitamento


racional e econômico das fases semi-estática e dinâmica de uma detonação, o que é feito
através de operações que compatibilizam os explosivos, a rocha, o maciço rochoso e as
demais atividades da mina ou obra.
Nesse conceito, o planejamento do fogo se constitui, basicamente, no
dimensionamento das cargas explosivas, no arranjo geométrico dos furos, na seqüência de
detonação e no tipo de iniciação, variando de acordo com a obra a ser realizada e com as
condições do meio ambiente. Assim sendo, em projetos de plano de desmontes que não
tenham propósitos imediatistas, seguem-se certos procedimentos básicos para a identificação
de dados preliminares da obra, rocha e maciço rochoso.
Os dados preliminares levantados a fim de prever as reais necessidades da obra, são
os seguintes: finalidade do desmonte, pesquisa de mercado, produção desejada, tamanho
máximo e mínimo do bloco útil, obras auxiliares a serem feitas, prováveis danos ao meio
ambiente e medidas mitigadoras.
Após a obtenção desses dados, são desenvolvidas pesquisas geológicas e geotécnicas
a níveis regionais e locais, com a finalidade de obter informações técnicas de suporte para as
etapas subseqüentes. Dentre os dados técnicos considerados nos projetos de desmonte,
destacam-se os seguintes:

 Dimensões de escavação a ser feita.


 Feições litológicas.
 Feições geoestruturais.
 Grau de coerência
 Grau de alteração
 Nível freático.
 Resistências da rocha.
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 Densidade média da rocha.


 Módulo de elasticidade (estático e se possível dinâmico)
 Anisotropia e módulo das velocidades de ondas elásticas.
 Energia de fragmentação (W1).

Dependendo da importância e dos riscos do empreendimento, é imprescindível um


bom conhecimento da geologia ao nível de detalhes, assim como uma boa caracterização
geotécnica do corpo a ser trabalhado.
Após o cumprimento das etapas descritas, é possível identificar, elaborar e/ou
dimensionar as bancadas, e confeccionar mapas de desenvolvimento da explotação durante
toda vida útil da jazida ou obra, caracterizar os diversos explosivos, os equipamentos de
carregamento, de transporte, de furação, etc... que sejam mais adequados ao serviço.
Os projetos dos desmontes, maximizados para atender as finalidades previstas dentro
de cronogramas pré-estabelecidos, devem conter também pequenas margens de tolerância a
fim de contornar fatos imprevisíveis no projeto básico.

3.4.1 Definição dos elementos do plano de fogo:

Notando a pouca informação existente em termos de bibliografia nacional quanto a


cada item do projeto de um plano de fogo, tenta-se, aqui, apresentar e definir, resumidamente,
os parâmetros envolvidos nos desmontes de rocha, onde serão apresentados e discutidos os
elementos básicos, que compõem o plano de fogo, em corpos homogêneos e isotrópicos, com
a finalidade de fornecer subsídios para orientar o desempenho dos desmontes a explosivos em
fogos de bancada.
Considerando-se os dados obtidos nas fases de projeto preliminar, o plano de fogo
será então definido em suas características de distribuição geométrica dos furos e das cargas.
A seguir são descritos os principais parâmetros de um desmonte.

Bancada (Ba)

É a forma geométrica a ser dada ao maciço rochoso a fim de organizar a formação


das faces livres, sobre as quais as ondas de choque da detonação incidem e refletem,
ampliando os efeitos da fragmentação por ação dinâmica e semi-estática das cargas
explosivas. Os elementos constituintes da bancada são: topo, ou crista, face e a praça ou pé da
bancada.
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Topo

Face

Praça ou piso

Especificação dos explosivos:

Se fatores econômicos não intervierem no processo, a escolha dos explosivos é feita


em função do tipo de rocha e trabalho a ser executado, de tal forma que a impedância do
explosivo seja de igual valor modular da impedância da rocha. Em termos práticos, com uso
de explosivos convencionais, o valor da relação de impedâncias explosivo/rocha (K) gira em
torno de 0.4 a 0.75 e dificilmente se atinge ou se utiliza o valor unitário.

ρe De = K ρr V ( Eq. 3.2 )

Como a coluna de explosivos é geralmente mista, constituída de carga de fundo mais


potente que a carga de coluna, tem-se que determinar a porcentagem, em peso (x, y) dos
explosivos, o que é feito resolvendo o seguinte sistema de equações:

I1 e = X I1b + Y I1c
X+Y=1 ( Eq. 3.3 )
I1e = K I1r

Na aplicação dos explosivos, além do fator descrito, devem ser considerados a


resistência a água energia liberada, o diâmetro crítico, etc... (vide capítulo 1)

Diâmetro do furo: Ф

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Rolim, J, L, F 42

O diâmetro do furo influencia indiretamente na dimensão do bloco a ser obtido no


desmonte e, sendo a pá carregadeira o primeiro equipamento limitante da maior dimensão do
bloco (a máquina responsável pela limpeza da praça), ela se relaciona com o diâmetro do furo
por meio da equação emírica proposta por (Herrmann, 1972).

 (polegadas) = c (Jardas cubícas) ( Eq. 3.4 )


onde:
 é o diâmetro do furo em polegadas.
c é a capacidade da pá carregadeira em jardas cúbicas.

Esse diâmetro também está relacionado com a altura da bancada, tendo sido sugerida
por (Langefors, 1963) uma relação entre as grandezas diâmetro do furo e a altura da bancada,
girando em torno de 0.5 a 1.25%.

 = (0.005 a 0.0125) H ( Eq. 3.5 )

Convém observar que os explosivos apresentam como características os diâmetros


críticos e limites no qual a eficiência é máxima (vide capítulo 1); logo, escolhido o explosivo
ou os explosivos, tem-se que o máximo rendimento estará entre os valores considerados.

Afastamento A

É a distância medida entre a face livre e a primeira linha de furos ou entre linhas de
furos paralelos à face livre. Pelo fato do afastamento determinar o avanço da bancada, a soma
dos afastamentos em furos de fileiras múltiplas não deve exceder a um terço do comprimento
da frente a desmontar.
Observações feitas por fabricantes de pás carregadeiras identificaram que a relação
máxima entre o afastamento e o volume da concha da pá obedece à relação quadro 3.1
equação A (Herrmann, 1972). As demais relações para o afastamento, sugeridas por diversos
pesquisadores, são funções da rocha, explosivo e diâmetro do furo; todas elas visam,
indiretamente, à dimensão média do bloco a ser obtido (quadro 3.1).
As variáveis que são expostas no quadro 3.1 estão descritas na nomeclatura.

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Rolim, J, L, F 43

A < 1,85 √ µc Hereman, 1972 (eq. A)


2
A< √2l Langrfors, 1963 (eq. A)
A < 65,5 Ф Bergman, 1973 (eq. C)
25 Ф < A < 45 Ф Herrman, 1972 (eq. D)
A < √ (Ф x L ) A (PES) d ( POL) l ( PES) Andersen , 1972 (eq. E)
1/3
A ,< 3,15 Ф √ (ρe/ρr) D ( pol) C.J. Konya (eq. F)

Quadro 3.1 – Relação entre afastamento e os demais parâmetros do fogo.

Analisando-se as relações para dimensionamento do afastamento, pode-se fazer as


seguintes considerações:
a) – No intervalo proposto por (Herrmann, 1972), em que o afastamento varia entre
25 e 45 vezes o diâmetro, a escolha recai no limite inferior, quando se deseja uma
maior fragmentação e lançamento, ou quando se trabalha com explosivos muito
pouco potentes, ou ainda em rochas de comportamento plástico. Convém
salientar que esses limites correspondem, aproximadamente, ao limite inferior
proposto por (Langefors, 1963), quando se combinam as equações de 3.5 com a
relação E do quadro 3.1.

b) – A relação para o afastamento proposta por (Bergmannm 1973), equação C do


quadro 3.1, é inferior ao limite superior proposto por (Langefors, 1963), quando
se combinam o limite inferior da expressão 3.5 com o limite superior da equação
E do quando 3.1. Isso induz a concluir que o uso de um valor para o coeficiente
no afastamento equivalente a 65 diâmetros não deverá provocar o aprisionamento
de blocos na frente de desmonte, o que implica que, ampliando-se o limite
superior de Herrmann para 65 diâmetros, não se recai em graves erros, porém
isso só é possível em detrimento da fragmentação.

Inclinação da bancada 

Esta inclinação é dada à bancada com os seguintes propósitos: a) melhorar as


condições de segurança no trabalho, b) melhorar sensivelmente a estabilidade do talude,
reduzindo assim os riscos de acidentes por desmoronamentos, c) evitar ou reduzir a formação
de ultraquebra, na crista do banco, d) aumentar a eficiência do fogo, aproveitando melhor a
onda de choque refletida, além de reduzir o volume de rocha sob influência do tampão.
Outrossim, apesar das vantagens oferecidas quando se inclinam as bancada, haja vista as
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condições impostas pelos equipamentos de perfuração, tal inclinação geralmente gira em


torno de 12 a 25º e raramente excede esses limites.
Obs. A inclinação da bancada corresponde ao angulo que esta faz com a vertical.

Espaçamento E

É a distância entre furos consecutivos de uma mesma linha. Designando-se pela letra
A o afastamento e E o espaçãmento, tem-se: para malhas quadradas, o valor modular pra E é
igual ao valor de A; para as malhas retangulares inversas, E varia de A/2 a A; para malhas
retangulares de corte, esse deve ser menor que A/2; par malhas retangulares, E varia de A a
2A; e, no caso especial de malhas alongadas, E é maior que 2A, podendo atingir até 6A. Para
os casos convencionais os desmontes em pedreiras, podem-se constatar que o valor
geralmente usado para o espaçamento varia entre 1.3 a 3 vezes o afastamento.

Observações:

a) Nas malhas quadrada e retangular inversas é possíveis a obtenção de grandes


blocos, com pouco lançamento de material. Para essas malhas, cuidados especiais
devem ser tomados com o tampão, a fim de evitar perdas energéticas semi-
estáticas pela boca do furo.

b) A malha retangular de corte é usada nos casos de desmontes especiais,


permitindo o corte da rocha segundo uma linha pré-determinada.

c) A malha retangular é usada nos desmontes convencionais onde se busca uma boa
fragmentação e lançamento.

d) As malhas alongadas são muito difundidas e desenvolvidas no Brasil. Só se


aconselha o uso dos grandes valores que esta malha permite, quando a rocha
apresenta planos de fraqueza paralelos à face da bancada, porque, neste caso, a
ação de quebra por flexão é mais pronunciada.

Finalmente, tem-se que: os valores de E > A são utilizados nas malhas para a
obtenção de blocos para fins de britagem, onde a ação das ondas de compressão refletida
sobre a face livre é mais atuante que a ação de tração gerada por ondas de compressão entre
os furos. Já os valores de E < A são usados quando se deseja obter grandes blocos ou cortes
em rochas.
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Altura da Bancada H

Está limitada entre tantos fatores por: segurança; porte dos equipamentos de
perfuração; topografia do local de trabalho, produção; custos; equipamentos de transporte;
condições estruturais e tipos de rocha, etc ...
A altura máxima da bancada, atendendo às condições expostas, deve, a princípio ser
qualificada obedecendo a relação proposta por (Ash e Smith, 1976).

H<4A ( Eq. 3.6 )

Quando a altura mínima: é indiretamente obtida, relacionando o comprimento mínino


do furo ao seu diâmetro. Hemphill, 1981 formula a seguinte expressão.

L < 50.8  (mm) ( Eq. 3.7 )

Combinando-se os valores das relações 3.6, a equação C do quadro 3.1 e a equação


3.7, ficam definidos os limites para o comprimento do furo, que, por sua vez, condiciona a
altura do banco, expresso pelos seguintes limites.

50.8  < L < 260  ( Eq. 3.7 )

Afastamento
Topo
Afastamento α
F Espaçamento
a
Espaçamento c
e Face
l
i furo Praça
v
r
e

Figura Esquema dos parâmetros geométrico do plano de fogo

DORNELLAS ENGENHARIA LTDA - 25- 26/11/2003


Rolim, J, L, F 46

Subfuração Sf

É o acréscimo dado ao furo, abaixo do nível da praça, a fim de evitar a formação de


repé, Seu valor varia entre 0.2 a 0.3 vezes o módulo do afastamento. Esses limites são
decorrentes do ângulo de quebra da rocha, que, em sua maioria, oscila entre 15 a 25º ( Hoek
Bray, 1977). O limite inferior (0.2A) é utilizado em rochas com pequeno engastamento e o
superior (0.3A) fica reservado para rochas de difícil quebra.
Em maciços homogêneos não estratificados é recomendável participa-se do valor
(0.3A) e reduzir, se necessário, após observação “in loco” do desmonte.
Quando se deseja preservar a estrutura do piso remanescente, é aconselhável iniciar o
trabalho com o valor da subfuração (0.2A) e elevá-lo até que o limite ótimo seja atingido.

Comprimento do furo L

Sendo o comprimento do furo o local de acondicionamento da carga explosiva, esse


estará intimamente relacionado com os parâmetros geométricos da bancada e com as
especificações dos equipamentos de perfuração. O relacionamento existente entre o
comprimento do furo e esses parâmetros é regido pelas equações expostas em (Herrmann,
1972) e (Hemphill, 1981).

L = (H / Cosα) + Sf ( Eq. 3.9 )

L > 50.8  ( Eq. 3.10 )

As limitações impostas pelos equipamentos de perfuração ao comprimento do furo


são decorrentes dos seguintes fatores: perda de eficiência na perfuração e desvios sofridos
pelo furo à medida que aumenta a profundidade. Os fabricantes de perfuratrizes fazem as
seguintes recomendações para os limites de operação: L < 5 metros (perfuratrizes manuais), 6
< L < 18 metros (perfuratriz sob carretas), 15 < 30 metros (perfuratrizes de grande porte).

Tampão T

Região superior do furo, que permanece geralmente desprovida de carga explosiva,


tendo-se duas hipóteses a considerar:

DORNELLAS ENGENHARIA LTDA - 25- 26/11/2003


Rolim, J, L, F 47

a) Considerando-se a hipótese de um maciço rochoso isotrópico onde as ondas de


choque se desloquem esfericamente, tem-se que a frente de onda de compressão
deverá atingir o topo e a face livre da bancada ao mesmo tempo. Isso induz a
raciocinar que é possível um comprimento máximo do tampão próximo ao valor
modular do afastamento.

b) Considerando-se uma perda da energia de choque de até 50% nesta região devido
à ação de fogos anteriores, essa perda energética deverá ser compensada com
uma redução nas dimensões do tampão em 50%, ficando com um comprimento
de mio afastamento (0.5A).

Combinando-se as hipóteses (a e b) acima, têm-se os limites para o tampão variando


entre 0.5A e A.
Em projetos de planos de fogo, recomenda-se para o comprimento inicial do tampão
o valor T = A, sendo reduzido conforme observações após fogo.

Distribuição das cargas no furo

A própria condição geométrica da bancada induz uma maior resistência à


fragmentação nas regiões mais próximas do piso. As diferentes reações oferecidas à quebra
implicam necessariamente a realidade de que, pelo menos, dois carregamento de explosivos
distintos sejam feitos, denominados, de acordo com a posição ocupada no furo, de cargas de
fundo e de coluna.

Comprimento da carga de fundo: Lf

É a porção do fundo do furo que é preenchida por explosivos, geralmente mais


potente, tendo como incumbência proporcionar a quebra da rocha na região mais confinada
(pé da bancada).
O raciocínio lógico para o cálculo do comprimento desta carga é considerar-se a ação
das ondas de choque agindo de forma esférica. Se a velocidade de detonação do explosivo for
idêntica (em grandeza modular) à velocidade de propagação da onda de choque na rocha, na
condição limite, o comprimento dado à carga de fundo é obtido pela equação.

Lf = A + Sr ( Eq. 3.11 )
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Rolim, J, L, F 48

Vários autores atribuem como margem de segurança 30% para a variação da


velocidade sônica na rocha, o que desta correção resulta a equação;

Lf = 1.3A + Sr ( Eq. 3.12 )

Comprimento da carga de coluna: Lc

Esta região é preenchida geralmente com explosivos mais brandos, porque é nela a
ação potencial dos gases de detonação é mais pronunciada do que as ondas de choque. O
comprimento da carga de coluna é, portanto, a diferença entre o comprimento total do furo e o
comprimento do tampão e da carga de fundo.

Lc = L – (Lf + T) ( Eq. 3.13 )

Lc α

Lf

Figura esquemática da localização da distribuição das cargas

Carga de fundo: Qf

Escolhendo-se um explosivo cuja impedância ao choque (ρd2) esteja próximo a este


mesmo parâmetro na rocha (ρrV2r), têm-se que, para determinado diâmetro de furo, na curva
de cratera (volume “versus” profundidade), é possível obter-se a profundidade ótima Pc
(Profundidade Máximo volume) e a profundiade critica Pc (Profundidade de volume zero).
Com os coeficientes de profundidade ótima Cpo = Po/Pc e fator de tensão energética En =
Pc/Q1/3, pode-se determinar a carga ótima de fundo por furo, que é obtida pela relação;

Qf = (A / Cp o En)3 ( Eq. 3.14 )


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Razão energética linear de carga de fundo: Relqf

É a relação entre o peso em enrgia da carga de fundo e o seu comprimento, cujo peso
em energia e o produto do peso em kg (Qf) e a energia liberada em kcal/kg (Ef) e o
comprimento de fundo.

Relqf = (Qf x Ef)/ Lf ( Eq. 3.15 )

Razão energética do carregamento da carga de fundo: qef

É a quantidade em peso energético de explosivo necessário para que determinado


volume de rocha seja desmontado.

Reqf = (Qf x Ef) / Vf = (Qf x Ef) / ( A * E * Lf) ( Eq. 3.16 )

Razão energética do carregamento da carga de coluna: Reqc

Considerando-se uma linearidade entre as diversas razões energéticas de


carregamento (em função das resistências que as várias regiões do furo oferecem à ação dos
explosivos), pode-se construir a curva razão energética de carga “versus” comprimento do
furo (figura 3.5), onde o ponto Reqf é o máximo de razão energética de carregamento e o
ponto de razão energética de carregamento nulo correspondente ao topo da bancada.
Na figura 3.5, tem-se, no ponto Reqc, a razão energética de carregamento usada na
coluna e, no ponto Reqt, a razão energética de carregamento que poderá eventualmente ser
usada intercalada no interior do tampão após o resultado do fogo.

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Reqf
A energia total a ser usada na
carga de coluna será Reqc X Vc
Reqc onde Vc = volume arrancado
pela coluna.

s Lf Lc T
Figura 3.5 – Linearidade na razão de carregamento

Carga de coluna: Qc

Obtida a razão energética carga de coluna, calcula-se a carga de coluna, cujo


explosivo terá como incumbência desmontar.

Qc = (Reqc Vc)/Ec = Reqc A E (L – ( Lf + T)/Ec ( Eq. 3.17 )

Razão energética linear de carga de coluna : Relqc

A razão energética linear de carga de coluna será determinada como sendo o peso da
carga de coluna por unidade do seu comprimento.

Relqc = Qc Ec / (L – (Lf + T)) ( Eq. 3.18 )

Observação:

Nesse cálculo, foi excluído o volume referente ao tampão. Caso não sejam
adicionadas cargas explosivas para quebra na zona do tampão, o peso desse explosivo deverá
ser adicionado ao peso do explosivo de coluna.
Como a carga de coluna geralmente não é adensada, escolhe-se um explosivo que
apresente uma performace de razão enrgetica linear de carga de valor equivalente à razão
energética linear de carga de coluna (Relc = Relqc)

Balanço energético:
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Com o valor obtido para as cargas, é possível determinar a energia total que será
desenvolvida pelos explosivos e absorvida pela rocha, de tal forma a fragmentar o maciço na
granulometria desejada.
As equações 3.19 e 3.20 a seguir apresentadas definem as energias desenvolvidas
pelas cargas explosivas de fundo e coluna.

Ef = Ewkf Qf ( Eq. 3.19 )


Ec = Ewkc Qc ( Eq. 3.20 )

Como apenas uma parcela desta energia é absorvida pela rocha e destinada ao
trabalho útil, conforme visto no item “ANÁLISE ENERGÉTICA”, as parcelas das energias
absorvidas pela rocha são dadas pelas equações;

2
Ief - Ir
Eaf = Ef 1 - ------------ * 1 / (e / Ф - e + 1) * 0.15 (Eq. 3.21)
Ief + Ir

2
Iec - Ir
Eac = Ec 1 - ------------ * 1 / (e / Ф - e + 1) * 0.15 (Eq. 3.22)
Iec + Ir

Para a carga de coluna, o valor do termo 1 / / (e / Ф - e + 1) = w2 (rendimento por


atacamento) é em torno de 0,62, tendo em vista que  / Ф girar em torno de 1,2. Para a carga
de fundo, essa relação assume o valor unitário.
A energia total desenvolvida pelo explosivo e absorvida pela rocha é Etc = Eaf +
Eac, e deverá ser superior à energia necessária para fragmentar o maciço na granulometria
desejada.
Apesar da lei de Rittinger ser aplicada a partículas de pequenas dimensões, pode-se,
através dela, calcular a energia de fragmentação do maciço.

LEI DE RITTINGER
A energia necessária para fragmentar um bloco é proporcional ao trabalho
necessário para criar um acréscimo unitário de superfície específica, o que
matematicamente poderá ser traduzido por:

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fraq = W   = 6S (N – 1) / M
onde:
W trabalho para criar um acréscimo unitário de superfície específica.
 = Acréscimo de superfície específica gerada
S = Superfície do corpo antes da fragmentação
N = Número de divisões sofridas pelo corpo
M = Massa do corpo

Do que foi exposto, a condição para que se tenha a fragmentação desejada é que
fraq < Eta. Caso essa inequação não seja satisfeita, a solução será alterar as cargas, (usando-
se explosivos mais energéticos) de tal forma que essa seja atendida.
Como a energia de fragmentação é calculada pela lei de Rittinger válida apenas para
rochas não fraturadas, em maciços fraturados, o RQD pode ser usado como elemento de
correção; daí tem-se fraq = intac * RQD (Redaelli, 1987)

Espaçadores: X

Em alguns casos, os explosivos usados ou disponíveis no mercado não atendem as


especificações previstas para o desmonte. A fim de atender às normas do projeto, lança-se
mão do uso de espaçadores, que são elementos de materiais inertes, intercalados entre as
cargas explosivas.

Número de furos: Nf

Definida a produção desejada, o número de furos será a relação entre a produção


desejada e o volume desmontado por furo.

Perfuração específica: Pe

Trata-se de importante parâmetro de avaliação da eficiência na distribuição da


energia termoquímica no maciço, sendo esse calculado através da relação entre o
comprimento total perfurando e o volume total a ser desmontado.

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Pe = Nf L / Vt ( Eq. 3.23 )

Ponto de ignição da coluna explosiva : Pi

Para uma melhor compreensão da importância do ponto de ignição, serão


apresentados 5 croquis de furos carregados com expositivos uniformemente distribuídos.
Supondo-se que as cargas serão iniciadas em pontos distintos, dividiu-se cada coluna de
explosivos em quatro setores designados por: A, B, C e T, interconectados (sendo T
desprovido de carga). Para a análise energética qualitativa, foi aplicado o princípio de
superposição de efeitos e desconsideradas as perdas energéticas durante o processo.

 Caso 1 – Se a iniciação for feita pelo ponto C (iniciação de topo), a distribuição


da energia atuante na coluna será máxima no ponto A (figura 3.6).

E
n Ponto de iniciação
e Energia desenvolvida no ponto
r
g
i Energia unitária de carga
a
X
T A B C
Furo com explosivo
Figura 3.6 – Análise energética (iniciação de topo)

 Caso 2 – Se a iniciação for feita pelo ponto B (iniciação centrada), a energia


atuante em A será equivalente à energia em C e, no ponto T, idêntico a B (figura
3.7).

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E
n Ponto de iniciação
e
r Energia desenvolvida no ponto
g
i Energia unitária de carga
a
X
T A B C
Furo com explosivo

Figura 3.7 – Análise energética (iniciação central)

 Caso 3 – se a iniciação for simultânea em C e A (iniciação topo e base), o ponto


de máxima energia atuante será em B (figura 3.8).

E
n Energia unitária de carga
e
r Energia desenvolvida no ponto
g
i Pontos de iniciação
a
X X
T A B C
Furo com explosivo

Figura 3.8 – Análise energética (iniciação topo-base)

 Caso 4 – Se a iniciação for em A, a energia máxima será em C (figura 3.9)

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E
n Energia unitária de carga
e
r
g Energia desenvolvida no ponto
i Ponto de iniciação
a
X
T A B C
Furo com explosivo
Figura – 3.9 – Análise energética (iniciação de base)

 Caso 5 – se a iniciação for instantânea (cordel detonante), o nível de energia


desenvolvido é o mesmo em toda a coluna, caindo apenas na região de tampão
(figura 3.10).

E
n Energia unitária de carga
e
r Energia desenvolvida no ponto
g
Pontos de iniciação
i
a
X X X
T A B C
Furo com explosivo

Figura 3.10 – Análise energética (iniciação contínua)

Pelas figuras apresentadas, verifica-se que a iniciação no centro da massa explosiva é


a ideal, porque as maiores tensões são desenvolvidas na base e no topo da bancada, onde
geralmente a formação de grandes blocos é mais frequente. Quando se usam cargas de fundo
e cargas de coluna, a iniciação ideal deve ser feita na interface, entre as cargas.

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Nos casos descritos, verifica-se a importância do ponto de iniciação na coluna de


explosivos, com fins de direcionar níveis energéticos dinâmicos para os pontos críticos da
frente a desmontar.

Seqüência de detonação e retardos:

A seqüência de detonação dos furos é um dos pontos fundamentais para o sucesso do


desmonte. Com uso de retardos adequados, à medida que os furos são detonados, além de
facilitar a ação de fraturamento por cisalhamento, geram-se novas faces livres, verificando-se,
consequentemente, uma menor resistência da rocha à ação dos explosivos nos furos
subsequentes. Usando técnicas de retardos, é perfeitamente possível obter uma pilha de
material fragmentado de tal forma que seja compatível com os equipamentos de
carregamentos e transportes, e ainda limitar a área de lançamento para o material quebrado.

Posicionamento da bancada em função das feições estruturais.

Sempre que possível, as frentes da bancada devem orientar-se obliquamente às


estruturas do maciço que presentam estruturas quase vertical.

Favorável Favorável
Favorável

Desfavorável

Não muito Favorável

Figura representativa das condições relativas face do banco – estrutura do maciço


rochoso.

Análise do desmonte:

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Análises visuais executada após o desmonte, devem ser observados, principalmente,


o deslocamento do centro de massa e os blocos fora de especificações. Quando há grandes
blocos, para reduzir o número de fogos secundários, sugere-se adequar a energia da
detonação, através da alteração dos pontos de iniciação, de ignição, ou ainda modificando-se
as cargas de colunas e/ou de fundo.

Vibrações e ruídos:

Durante a detonação dos explosivos, parte de sua energia dinâmica é propagada sob
forma ondulatória. Independente dos danos que essas ondas possam gerar nas construções
vizinhas e no meio ambiente, devem-se observar os níveis de ruídos e as vibrações, porque
sçao importantes indicadores da eficiência no trabalho executado.

3.5 ANÁLISE DO RENDIMENTO ENERGÉTICO NOS DESMONTE DE ROCHA:

Vários autores, dentre eles (Fogelson, 1959) e (Langefors, 1963) verificaram o


balanço energético dos desmontes de rocha com explosivos químicos, em casamento de
impedância unitário. Seus estudos permitem estabelecer o fluxograma energético conforme
abaixo.
Energia termodinâmica liberada pelos explosivos

Energia cinética 3% Energia potencial 21% Outras formas de energia

Fragmentação Pulverização Térmica e Vibração


1% 2% Ruídos 40%
36%
Fragmentação
15% Deslocamento
6%

Energia útil Energia deletéria


Distribuição da energia nos desmonte de rocha casamento unitário.

Redaelli (1987) quantifica o rendimento energético desenvolvimento pelos


explosivos e absorvido pela rocha como sendo funções do casamento de impedância e dos
espaços vazios entre o explosivo e o furo (atacamento). Ele propõe que o equacionamento das
diversas parcelas que definem o rendimento energético dos explosivos seja resultante de:

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a) Rendimento por incompatibilidade de impedâncias: w

A parte energética por defasagem de impedância é resultante da condição de que, na


prática, a impedância dos explosivos, na grande maioria dos casos, não coincide com esse
parâmetro da rocha, aonde a relação (Ie / Ir) gira em torno de 0.4 a 0.75. Por isso, o
rendimento por casamento de impedâncias (equações 3.24) fica limitado a valores entre 81 e
97% da energia dinâmica máxima fornecida pelo explosivo.
De acordo com a equação 3.24, a tensão dinâmica máxima é transmitida à rocha
quando a relação de impedâncias explosivo-rocha é unitária.

2
Ie - Ir
W1 = 1 - ---------- ( Eq. 3.24 )
Ie + Ir

Ie = ρe De Ir = ρr Vr

b) Rendimento por atacamento: w2

È o resultado energérico da relação entre diâmetros (explosivo / furo) e é obtido pela


equação;
1
W2 = ---------------- ( Eq. 3.25 )
e  / Ф-e + 1

Logo, o máximo rendimento energético dinâmico ocorre quando o diâmetro do furo


coincide com o da carga. Entretanto, se a energia dinâmica absorvida pela rocha for superior à
necessária à fragmentação, o excesso servirá apenas para provocar esmagamentos e
superfragmentação nas proximidades do furo.

c) Rendimento na fragmentação W2

A ação energética semi-estática na detonação apresenta um rendimento na


fragmentação primária em torno de 15% da energia total desenvolvida pelos explosivos.
Portanto, da energia termoquímica liberada pelos explosivos, a parte absorvida pela
rocha, é expressa pela equação;

Ec = w1w2w3Ewk ( Eq. 3.26 )

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Como a energia disponível pelo explosivo é fornecida por unidade de massa (Ew),
tem-se que:

Ewk = Ew Q ( Eq. 3.27 )

O fator de que a energia termoquímica absorvida pela rocha tem que ser superior à
energia necessária à fragmentação na granulometria desejada (fraq), combinando-se a Eq.
3.26 com 3.27 e o conceito de energia de fragmentação, tem-se:

w1 w2 w3 Ew Q = fraq ρp Vol ( Eq. 3.28 )

Resolvendo essa equação, é possível obter a carga energética ótima de explosivo


capaz de atender à fragmentação na granulometria desejada.

3.6 PERFORMANCE DOS DESMONTES DE ROCHA:

Aqui será abordado o inter-relacionamento entre as propriedades dos explosivos


(densidade, energia, pressão e velocidade de detonação) e a resposta à fragmentação obtida
em desmontes, considerando-se corpos rochosos não fraturados.
Bergmann (1973) fez experimentos nesse sentido, analisando a performance dos
explosivos com uso de modelos instrumentos aplicados a granitos, calcáreos e arenitos, onde
foram obtidas importantes conclusões, que serão a seguir apresentadas e discutidas:

a) com o uso de técnicas de fotografias de alta velocidade desenvolvidas por


(Cowan, 1965), Bergmann (1973) estabeleceu a relação entre a pressão na parede
do furo e a pressão de detonação que pode ser calculada em função da relação de
adensamento Rv – Volume do furo / volume da carga, expressa pela equação;

P = Pdet Rv-0,95 ( Eq. 3.29 )


Onde:
Pdet = 2.1 (0.36+ρe) De2 (Equação de Johanson e Persson)

Como o único fator que interfere na pressão sobre a parede do furo é o ar existente
entre a rocha e o explosivo, considera-se que essa pressão então obtida (equação 3.29) seja
válida para qualquer tipo de rocha e explosivo.

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b) Aumentando a energia do explosivo, aumenta linearmente a velocidade de


partícula medida a uma distância (d) do furo, assim como haverá uma redução na
granulometria da pilha resultante.

c) o aumento da pressão na parede do furo implica uma melhora na fragmentação

d) O aumento na velocidade de detonação do explosivo implica um aumento na


velocidade de partículas e uma melhora na fragmentação. Entretanto, a
proporcionalidade só foi verificada para valores inferiores ao limite da
velocidade sônica da rocha.
Agrupando as informações experimentais, (Bergmann, op cit) obteve a equação 3.30
que é válida na faixa de aplicação do experimento, ou seja, entre 3000 e 8000 m/s.

2 P0.753Ewk0.785d -1.6
Pq = 764 ---------------------- ( Eq. 3.30 )
(1 + ρe De / ρr vr)

onde:
Pq é a pressão no furo de observação (Psi), Ewk é a energia desenvolvida pelo
explosivo (Kcal), d é a distância do tiro ao furo de observação (m) e P é determinado pela EQ
3.29, o termo 2/(1+ρeDe/ρrVr) é conhecido pela teoria da elasticidade como termo de impedância,
sendo responsável pela transmissão energética da detonação do explosivo para a rocha em
condições dinâmicas. (vide capítulo 2)
Substituindo P na equação 3.30, verifica-se que a pressão no furo de observação não
é unicamente determinada pela carga energética do explosivo, mas fortemente influenciada
pela velocidade de detonação, pela densidade e pela relação de impedância (explosivo-rocha).
Para a equação 3.30 ser válida, também para velocidades de detonação superiores à
velocidade sônica da rocha, o valor de Pg será corrigido, tendo-se Pgcor dado pela equação;

Pgcor = pg 1/((2/(1+ ρe De / (ρr vr))(1+ (De/Vr)2 - (De/Vr)))) ( Eq. 3.31 )

Através de correlação entre a pressão corrigida (Pqcor) e a fragmentação Fs, tem-se:

Fs = -2.11 log Pgcor + 9.02 ( Eq. 3.32 )

Onde Fs é o diâmetro médio dos blocos fragmentados.

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Substituindo a equação 3.30, 3.31 em 3.32 e tomando-se a distância d como o


afastamento A, vem:

Fs = 2.42 – 2.11 log ((0.36 + ρe)0.753 De1.506)/( 1 + (De/Vr)2 - (De/Vr))


(Rv0.715 Ewk0.785 A-1.6) ( Eq. 3.32 )

Que, simplificada, resulta:

Fs = 2.42 – 1.59 log ((0.36 + pe)1.000 De2.000)/(1 + (De/Vr)2 - (De/Vr))1.33


(Rv-0.95 Ewk1.042 A-2.12) ( Eq. 3.34 )

Chamando de Tg o termo de granito tem-se

(0.36 + pe)1.000 De2.000 Rv-0.95 Ewk1.042 A-2.12


Tg = ------------------------------------------------------
1 + (De/Vr)2 - (De/Vr) 1.33

Tem-se:
Fs = 2.42 - 1.59 log Tg ( Eq. 3.35 )

Essa equação, obtida a partir de experimentos em granitos, mostrou ser semelhante


para calcários e arenitos, quando adaptadas aos parâmetros inerentes dessas rochas: equação;

Calcário Fs = 1.18 – 2.02 log Ti ( Eq. 3.36 )

Arenitos Fs = 1.17 – 1.26 log Ts ( Eq. 3.37 )

Como Tg, Ti, Ts (associados a granitos, calcários e arenitos) são semelhantes,


concluiu (Bergmann, op cit) que eles estão intimamente relacionados com as características
dos explosivos. As características intrínsecas da rocha e do maciço ficam, portanto, embutidas
nas constantes que compõem os coeficientes de Fs.
As equações 3.35, 3.36 e 3.37 mostram-se muito significativas, pois os termos Tg,
Ti e Ts relacionam diferentes propriedades dos explosivos em condições de tiro e mostram a
sua influência na fragmentação.

Discussão sobre performance dos desmontes.

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Energia de carga: na equação 3.34, tem-se: um aumento da energia liberada pela


carga explosiva implica uma redução da malha dos fragmentos médios. Fourmaintrauz (1983)
afirma que uma boa aproximação do possível rendimento na energia do explosivo é comparar
a quantidade de energia por ele liberado com o volume de rocha fragmentado, denominando-o
de energia específica Es = Energia (Joules)/m3. O autor ainda critica que o uso corrente de razão de
carregamento não apresenta muito sentido, já que os efeitos produzidos pelos explosivos estão
intimamente condicionados às suas propriedades energéticas.
Convém aqui salientar que, do ponto de vista prático, não só o termo razão de carga
não tem sentido como também energia específica, desde que esses não estejam ligados a uma
granulometria e/ou lançamento do material fragmentado.
Densidade do explosivo: este é um fator importante a ser considerado, pois uma
determinada alteração da densidade não resulta numa alteração correspondente da energia de
expansão.
Adensamento de carga: da equação 3.34, verifica-se que um adensamento bem feito
resulta numa boa fragmentação. Entretanto, saliente-se que um bom adensamento não implica
necessariamente que as cargas seja compactadas, conceito erroneamente muito utilizado no
ocidente.
Persson (1970), ao demonstrar a influência do adensamento, plotou a curva dos
afastamentos críticos em função do adensamento de carga Rv = vo/vc, obtendo para o ponto
de máximo afastamento crítico, Rv = 4.
A explicação para o efeito descrito é que a melhoria na fragmentação se deve a uma
redução nos desperdícios energéticos com esmagamento, superfragmentação, ruídos e
vibrações, (Hagan, 1979).
Quando a relação de adensamento for maior que um, é essencial que a deformação
dinâmica de quebra da rocha seja examinada, pois a parcela da energia dinâmica desenvolvida
pelos explosivos e absorvida pela rocha deve produzir deformações de pique na parede do
furo, pelo menos igual ao limite de resistência dinâmica da rocha, (Hagan, op cit).
Cabe lembrar que uma redução na porcentagem de finos produzidos na zona de
esmagamento não implica, necessariamente, produção de grandes blocos, mas sim uma
granulometria mais uniforme.
Afastamento: apesar de grandes blocos serem produzidas em desmontes com grandes
afastamentos, as equações 3.20 mostra que essa influência pode ser mitigada por meio de um
balanceamento nas propriedades dos explosivos, velocidades de detonação, energia e
densidade, devendo ainda ser lembrado que essas propriedades podem ser equacionadas em
termos de custos, de tal forma a não prejudicar as especificações previstas para o fogo.
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Nas pesquisas sobre desmontes de rochas, é comum enfatizar o efeito da superfície


livre na fragmentação, mesmo que essa esteja a grandes distâncias. A experiência demonstra
que, no arranjo em cratera, obtém-se um volume de material em torno de 1/10 do volume
arrancado com o arranjo em banco. Essa diferença de volume é explicada, ainda que o sistema
de fraturas alcance a superfície, essas não são instrumento de afrouxamento da rocha
quebrada, se o afastamento é ideal, o sistema de fraturas radicais se extende na superfície,
envolvendo um volume essencialmente prismático.
Bergmann (1973) reforça a importância do afastamento através de curvas,
concluindo que o máximo afastamento para o volume máximo de material quebrado obedece
à relação;
A/r = 65
Essa relação e a respectiva curva podem ser explicadas através das interações
existentes entre as fraturas radicais e a onda refletida na face livre. È importante salientar que
o máximo volume de blocos quebrados ocorre em detrimento da granulometria na
fragmentação.

Designa-se o afastamento no resultado do fogo

Designa-se o afastamento ótimo Ao como aquele para o qual a operação de custo


total é mínima. Dessa maneira, (Hagan, 1979) faz as seguintes considerações:

a) Se o afastamento tomado for igual ao afastamento ótimo, a frente de rocha


movimentada forma uma pilha com um ótimo perfil para o equipamento de
carregamento empregado.

b) Se o afastamento tomado for maior do que o afastamento ótimo, os gases da


explosão tornam-se ultraconfinados e, como consequência, tem-se um intenso
esmagamento entre as fraturas radicais, com elevada porcentagem de finos ao
lado de grandes blocos.

c) Se o produto do afastamento pelo espaçamento for constante e se o valor do


espaçamento for reduzido, a condição de fogo será a mesma da consideração (b).

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d) Quando o espaçamento é aumentado, mantendo o afastamento constante, o


produto entre ambos é também aumentado e a porcentagem de finos será
reduzida.

Subfuração: quando um grande afastamento é escolhido, o adicional elemento de


carga na subfuração é consequentemente aumento. Os gases gerados por esse elemento
penetram nas fraturas radicais e fissuras existentes no maciço, esmagando a rocha ao redor da
base do furo, o que geralmente causa sérios danos ao piso da bancada.

Tampão: em desmontes de bancada, um aumento no comprimento do tampão causa


uma redução na porcentagem de finos na pilha. Nas condições onde o movimento da rocha
para frente é restrito por ação de “Buffer”, se o tampão é mantido grande, a situação torna-se
semelhante à de um grande afastamento, já referida na consideração (b).

“Decking” ou andar: a finalidade desta técnica de carregamento dos furos é reduzir


os efeitos de pulverizações por ação dinâmicas, de tal forma que esses fiquem restritos a
pequenas distâncias da superfície onde se encontram localizadas as cargas dos explosivos
brizantes. Nesta técnica, a separação em câmaras vazias (air decking) produz melhores
efeitos, (Melnikov, 1962) in (Hagan, 1979).

A otimização obtida com “air decking” é explicada pelo fato de que mais de 50% da
energia liberada pelos explosivos, casados e totalmente adensados, é desperdiçada em ruídos,
vibrações e superfragmentação na zona de esmagamento.
A diferença básica entre o “air decking” e o tampão intermediári é que, nesse último,
o desmonte se comporta como várias câmaras de gás semi-independentes e a ação dos gases
(não das ondas de choque) ficam interrompida com a presença do tampão.

3.7 INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS GEOMECÂNICAS DA ROCHA E DO


MACIÇO ROCHOSO NOS DESMONTES:

A produção de um determinado volume de rocha bem fragmentado e gerenciado


requer grande domínio das características do corpo a ser explorado.
Os maciços rochosos são um conjunto de blocos monolíticos de rochas, separadas
por imperfeições geológicas (descontinuidades).
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Lang (1972) in Sampaio (1973) procura classificar as rochas de modo a atender aos
desmontes em quatro características de resistência à compressão. Especial atenção é dada aos
parâmetros plasticidade e elasticidade, haja vista a importância que esses representam na
propagação e assimilação de ondas elásticas e, por conseguinte, ondas e choque (quadro 3.2).
Fourmaintrauz (1983) destaca a importância que deve ser dada às imperfeições ou
descontinuidades dos maciços rochosos, pois essas constituem planos de desvios e reflexões
importantes das ondas de choque, além de atuarem como pontos de fraqueza sobre os quais
irá agir a ação semi-estática dos gases de detonação.
Nos blocos matriciais situados entre as descontinuidades, existem defeitos
microscópicos ou microfissuras, que requerem dos explosivos uma menor tacha de energia ao
se propagarem, facilitando, dessa forma, os desmontes.
Pode-se concluir que os micro e macro estruturas, que geralmente são
desconsideradas, apresentam notável influência no rendimento do fogo.

a) Classificação quanto à resistência.


Classificação Resistência Qu (psi)
Muito dura maior que 25.000
Duras entre 10.000 e 24.000
Moles entre 5.000 e 10.000
Muito moles menor que 5.000
b) Classificação da plasticidade das rochas
Rochas Elásticas não apresentam deformação permanente a cargas
dinâmicas.
Rochas plásticas permanecem mais que 25% da deformação total a
qualquer nível de tensão e irreversível.

Quadro 3.2 a) Classificação de resistência


b) Classificação da plasticidade (Lang, 1972)

Perosidade efetiva intermediária

Em algumas jazidas de minérios sulfurosos, de calcáreios, de minérios de ferro, etc...


Ocorrem cavidades que são resultantes da dissolução das estruturas primárias da rocha por
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Rolim, J, L, F 66

ação das águas. Elas se apresentam irregularmente distribuídas se comparadas com a


porosidade intergranular.
Os vazios gerados pelas cavidades tendem a reduzir significativamente a eficiência
nos desmontes quando interceptados, induzindo a grandes e desordenadas concentrações de
cargas explosivas. Além disso, podem trazer problemas na furação pelo aprisionamento da
broca. Para prevenir e evitar os sérios problemas decorrentes dessas descontinuidaes, é
conveniente detectar tais anomalias antes da programação do fogo, (Anon, 1978) in (Hagan,
1980). Quando isso não for possível, a cavidade ainda poderá ser detectada durante a furação.
Neste caso, a distribuição das cargas deverá ser rearranjada, separando-se com
tamponamentos eficientes acima e abaixo do vazio (figura 3.15).
Convém salientar que, nas partes carregadas com explosivos, deve-se adicionar
cargas iniciadora, pois o uso do tampão interrompe a coluna de explosivo que está sendo
detonada.
Em furos próximos aos vazios, o prematuro interrompimento na propagação da
fratura sobre a parede do vazio provoca uma rápida queda na pressão dos gases, fazendo com
que a ação semi-estática da detonação não execute seu trabalho a contendo.

Porosidade efetiva

Figura 3.15 – Carregamento interceptado por vazios

Porosidade Itergranular:

O mais importante efeito da porosidade intergranular no que diz respeito à ação dos
explosivos é provocar a dissipação da energia na onda de deformação, além de reduzir a
resistência dinâmica da rocha e, como consequência, aumentar a porcentagem de finos
produzidos.

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A grande dissipação na energia de choque em rochas porosas faz com que se usem
explosivos com uma elevada taxa de energia semi-estática em relação à energia total
[desmontes feitos em arenitos porosos são exemplos bem característicos].
Como consequência do exposto, é importante conservar as altas pressões dos gases
de detonação por relativos longos períodos de tempo, até que eles tenham completado todo o
trabalho. O que se consegue usando tampões e afastamentos com dimensões tais que impeçam
uma prematura liberação desses gases.

Descontinuidades, microfissuras e heterogeneidades:

O termo descontinuidade é aqui dado às feições geológicas como: juntas, falhas,


planos de estratificação ou acamamentos etc, que tendem a dominar, sobremaneira, a
disposição e a extensão das fraturas produzidas pelos explosivos. Essas estruturas, quando não
são consideradas, elevam muito o custo por metro cúbico de rocha nos desmontes, (Kaufman,
1971) in (Hagan, 1980)
Lang (1972) in Sampaio (1973) classifica, o maciço em função da densidade de
fraturas em quadro tipos, a fim de prever o desenvolvimento das diversas direções a serem
dadas à bancada no decorrer de sua evolução. As siglas usadas são elementos de guia para o
mapeamento geotécnico orientado à explotação da jazida a ser desmontada (quadro 3.3).

Sigla Tipo de maciço Distância entre fraturas


M Maciços maior que 2.00 metros
B Blocos entre 0.30 e 2.00 metros
F Fraturados entre 0.08 e 0.30 metros
MF Muito fraturados menor que 0.08 metros

Quadro 3.3 Classificação de fraturas ( Lang 1972)

Dinis da Gama (1976) classifica os maciços fraturados em 5 famílias (F1 a F5)


conforme o número de fraturas por metro (quadro 3.4), onde o intervalo das descontinuidades
é calculado em função da média das descontinuidades por banco a ser desmontado, obtendo-
se desta forma, perfis de isodescontinuidades (figura 3.17)

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Classificação Nº de fraturas por metro (ID)


F1 1 fratura
F2 de 2 a 5 fraturas
F3 de 6 a 10 fraturas
F4 de 11 a 15 fraturas
F5 mais que 16 fraturas

Quadro 3.4 – Classificação de fraturas (Dinis da Gama 1976)

Fraturas por metro


P
r Banco 01
o
f
u
n
d Banco 02
i
d
a
d
e Banco 03

Figura 3.17 – Definição de altura admissível para bancada em função do índice de


descontinuidade.

Esta classificação permite definir a altura do banco máximo, horizonte em que a


resposta do maciço aos explosivos é semelhante. No nível onda a mudança de comportamento
se torna inaceitável, a bancada é subdividida pelo menos em termos da especialização das
cargas, ficando energeticamente otimizada, obtendo uma granulometria e espalhamento no
material resultante mais uniforme.
Nos maciços rochosos, juntas ou planos de fraqueza podem se apresentar com as
mais variadas feições, (fechadas, abertas, preenchidas ou não etc...), exibindo diferentes
características específicas de propagação da energia dinâmica. As paredes de semelhantes
descontinuidades representam superfícies nas quais incidem as ondas de choque, constituindo-
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se superfícies atenuantes da fase dinâmica da detonação (vide capítulo 2). Espaçamento,


orientação, persistência, abertura e material de enchimento, ao aferarem direta e
sensivelmente a propagação das ondas de choque, modificam a granulometria e, portanto,
interferem na geometria do fogo.
Ultraquebra ou “overbreak” é num desmonte bem dismensionado, resultante do
grande número de microfissuras. O sucesso na técnica e controle de “overbreak” depende
diretamente do bom arranjo a ser dado no fogo, respeitando uma boa relação com a geologia
estrutural do maciço.
Em maciço não fissurados, geralmente as técnicas convencionais de controle
oferecem bons resultados; já nos corpos fraturados, torna-se difícil ou quase impossível obter
resultados satisfatórios.
Em geral, as feições estruturais, frequênte, largura, distribuição e direção das
descontinuidades são tão variáveis a ponto de tornar-se difícil ou quase que impossível
executar dois ou mais furos que apresentem o mesmo afastamento e grau de confinamento,
dificultando, na prática, a execução do método de perfuração contínua.

Juntas:

Estas são estruturas geológicas que se apresentam nas mais variadas feições
possíveis. Quando fechadas e fortemente cimentadas, fraturas induzidas pelos desmontes
podem se propagar. Nas juntas abertas, as fraturas induzidas pelo fogo não se propagam, até
que estejam completamente fechadas e mesmo assim, em condições especiais.
No que diz respeito à criação de novas fraturas, em ambos os casos (juntas abertas ou
fechadas) as fraturas geradas dependem da qualidade da superfície subsequente no caminho
da onda de choque. Como a taxa de energia dinâmica transmitida através dessas interfaces é
geralmente muito baixa, a propagação de fraturas além da junta só é possível quando existem
microfissuras no bloco subsequente e que, por sua vez, se propagam com as reduzidas taxas
energéticas então transmitidas.
Quando juntas abertas bem definidas são interceptadas por ondas de deformação,
parte dessa energia é refletida na forma geralmente de tração e parte refratada, trazendo
consigo um excesso de fragmentação entre a carga e a junta, além de uma fragmentação não
satisfatória na superfície subsequente à junta (figura 3.18). Na ação mecânica das cargas
explosivas, ao se estender além da superfície de descontinuidade, a fragmentação do bloco é
feita, na maioria das vezes, apenas por efeito de flexão e não por ação de ondas de choque,
(Dinis da Gama, 1976).
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Quando juntas abertas ocorre normal à face da bancada, seccionando ou passando


entre os furos, a alta pressão dos gases se direciona para a junta através da linha de fratura,
resultando não só numa quebra além do contorno pretendido na escavação, onde a nova face
obtida será desigual, como também numa desuniformidade na granulometria e no lançamento
do entulho, o que é, na maioria das vezes, o responsável por efeitos de “air blast” e “fly rock”,
(Persson, 1970).
A melhor parede é então obtida quando a face procurada é paralela ao plano de
mergulho da junta principal. Nesse caso, espaçamentos apreciavelmente maiores que o
afastamento (malha alongada) podem ser usados satisfatoriamente, o mecanismo de
fragmentação é a quebra por flexão, (Belland, 1966) e (Ash, 1973).
Face livre

Fratura

Fraturas radiais

Figura 3.18 – Ação das ondas de choque sobre juntas

Quando as juntas são subverticais, é relativamente alta a probabilidade de formar


“overbreak”, aumentando ainda quando a inclinação da face da bancada é superior ao
mergulho dos planos de fraqueza do maciço rochoso. Quando o mergulho é normal à face da
bancada, geralmente são produzidos grandes blocos, (Belland, 1966) in (Hagan, 1980).
O que foi apresentado para as juntas abertas se verifica mesmo quando essas
apresentam materiais de preenchimento (vide capítulo 2).
Corpos rochosos que apresentam como característica uma densidade de juntas (não
coesa ou de baixa coesão) intensa e desordenada tendem a facilitar o desmonte, permitindo
que rochas com alta resistência à ação dos explosivos apresentem comportamento
semelhantes a um material de baixa resistência. Em alguns casos, apenas a ação semi-estática
dos gases é suficiente para a obtenção de uma boa fragmentação, (Persson, 1970) (Sampaio,
1973). Caso semelhante ao relatado pode ser observado em alguns basaltos tipo entablamento.
A incapacidade de transmitir tensões de tração através de estruturas descontínuas faz
com que, em juntas, mesmo fechadas quando de baixa coesão, não se verifique apreciável

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Rolim, J, L, F 71

reflexão das ondas de choque, reduzindo as possíveis interações entre ondas incidentes e
refletidas.
Persson (1970) cita que algumas feições geológicas, com estreito espaçamento entre
juntas (rochas xistosas), podem e causam descontinuidade na onda de reflexão e,
consequentemente, a não interação com as fraturas radiais (interrompidas em muitos casos).
Neste caso, a formação de grandes blocos é inevitável.
Do exposto, verifica-se que as juntas desempenham um papel fundamental, sendo, na
maioria dos casos, determinantes na dimensão e contorno do bloco fragmentado pelo fogo.
No que se refere às microfissuras, essas, a depender da sua frequência, poderão
apresentar, na fragmentação, efeitos mais relevantes se comparadas com as características
físico-mecânicas da rocha intacta. Essa frequência afeta a rocha em termos de desmontes do
mesmo modo que a densidade e a orientação das macrodescontinuiades afetam o maciço
rochoso.

Planos de acamamento:

Quando furos verticais interceptam planos de acamamentos, a largura e a extensão


dessas descontinuidades não são assistidas pela mesma onda de deformação atuante nas
diferentes camadas do maciço rochoso. Nesta condição, no que se refere à ação dinâmica de
choque, o princípio da física clássica de superposição de efeitos não poderá ser aplicado.
Desmontes em camadas sub-horizontais estratificadas são muitas vezes, responsáveis
por extensos deslocamentos ao longo do maciço. Quando existe, ao nível do piso, um plano
de fraqueza bem definido, a face da bancada deverá dispor-se perpendicular aos planos de
acamamento, para se aproveitar a direção de menor resistência ao cisalhamento.

Desmonte de corpos rochosos sobrepostos a rochas plásticas:

Em alguns corpos rochosos, como por exemplo nos basaltos, é possível que ocorram,
nas suas bases, camadas moles. Se os furos para desmonte atravessam a rocha e atingem essas
camadas, os gases, ao se deslocarem para dentro da camada plástica, formam cavidades de
expansão, absorvendo uma grande parcela da energia desenvolvida pelo explosivo. Isso pode
ser evitado impondo-se condições em que a função não atinja a camada plástica. Se, por
razões diversas, o furo atingir a camada mole, esse deve ser tamponado eficientemente na
base, para que a energia de deformação não seja então absorvida, em ambas condiçõs com uso
de iniciação centrada melhores resultados são obtidos (figura 3.20).
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Primer centrado

Primer na base

P
r Nível de rochas
e
s plásticas
Deformação plástica s
ã
o Tempo

Figura 3.20 – Derrames sobre rochas plásticas (Hagan, 1980).

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NOMENCLATURA E SÍMBOLOS EMPREGADOS NO CAPÍTULO 02

A Área secção transversal de barra


Af Amplitude de onda incidente
Ar Amplitude da onda refletida
At Amplitude da onda transmitida
Co Velocidade do som no estado natural ou inicial
Cp Calor específico e pressão constante
De Velocidade de detonação dos explosivos
E Módulo de elasticidade de sólido
G Módulo de rigidez
I Impedância
I(1,2) Impedância nos meios 1 e 2 respectivamente
I(r, e) Impedância rocha e explosivo.
k Constante da curva velocidade de onde velocidade de partículas
K Módulo de elasticidade volumétrico
l Deformação
L Comprimento deslocado pela frente de onda no tempo t
M Massa perturbada
P Pressão
Pcj Pressão no plano Chapman-Jouguet ou pressão de detonação
P´cj Pressão de detonação medida no plano normal à propagação da onda de
detonação.
P(1,0) Pressão após e antes do choque
P´ Pressão na interface
P1 Pressão inicial
Pr Pressão da onda refletida
Pt Pressão transmitida
S Coeficiente de Mic-Grüneiser
t Tempo
T(0,1) Temperatura antes e após o choque.
U Velocidade da onda de perturbação no meio rocha.
U1 Velocidade da onda de choque ao se propagar nc meio. (onda incidente
Ur Onda refletia na interface
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Us Velocidade da onda de choque ao se propagar


Us1 Velocidade da onda de choque ao se propagar nc meio.(onde incidente)
Ut Onda transmitida
V Velocidade de onda elástica no material
v Velocidade de partículas
vo Velocidade da partícula antes de choque
v1 Velocidade da partícula após o choque
v(0,1) Velocidade das partículos nos meios descomprimido e comprimido.
vo1(1,0) Volume de massa unitária após e choque e antes dele.
X Direção de propagação da onda
β Coeficiente de expansão térmica
 Deformação unitária normal longitudinal
 Constante e amortecimento
µ Coeficiente de Poisson do corpo
ρ Densidade do material em que a onda se desloca
ρe Densidade do explosivo
ρo Densidade antes do choque
ρ1 Densidade após o choque
ρ(1,2) Densidade nos meios 1 e 2 respectivamente
 Tensão
o Tensão antes do choque
1 Tensão após o choque
Г Constante de Mic-Grüneiser

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NOMECLATURA E SÍMBOLOS EMPREGADOS NO CAPÍTULO 03

A Afastamento em metros, exceto quando especificado.


C Fator de rocha (geralmente 4)
CPo Coeficiente de profundidade ótima
d Distância do furo tiro ao furo observação
De Velocidade de detonação no plano Chapman-Jouguet
e Número neperiano
E Espaçamento
Ea Energia absorvida pela rocha
Eac Energia desenvolvida pelo explosivo de coluna e absorvida pela rocha.
Eaf Energia desenvolvida pela explosivo de fundo e absorvida pela rocha
Ec Energia desenvolvida pelo explosivo de coluna
Ef Energia desenvolvida pelo explosivo de fundo
En fator de tensão energética
Eta Fator de tensão energética
Ew Energia total desenvolvida pelos explosivos e absorvida pela rocha
Ew Energia desenvolvida pelo explosivo por quilo
Ewk Energia desenvolvida pelo explosivo expansão trabalho
Ewkf Energia desenvolvida pelo explosivo de fundo/kg
Ewkc Energia desenvolvida pelo explosivo de coluna/kg
f Fator de fixação do fundo do furo (1 – 75) a depender da inclinação da
bancada.
Fs Malha média de fragmentação
Ga Grau de atacamento
H Altura da bancada
Ie Impedância do explosivo
Ir Impedância da rocha
I1e Impedância ao impacto da coluna explosiva
I1b Impedância ao impacto do explosivo de fundo
I1c Impedância ao impacto do explosivo de coluna
I1r Impedância ao impacto da rocha
K Constante do meio rocha

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L Comprimento do furo
lc Comprimento médio de bloco a ser obtido
n Coeficiente de alcance das fraturas
N Peso de explosivo utilizado (kg)
P Pressão de choque na parede de fure
Pdet Pressão de detonação de explosivo
Pg Pressão no furo de observação (ps1)
Pgcor Pressão corrigida
Q Carga
Qc Carga de coluna
Qf Carga de fundo
Qu Resistência a compressão uniaxial
r Raio do furo carregado
R Raio de enfraquecimento da rocha sob ação dos explosivos
Relcc Razão energética linear de carga de coluna
Relcf Razão energética linear de carga de fundo em regime de cratera
Relcf Razão energética linear de carga de fundo
Rv Relação de adensamento de carga furo/carga
S Potência relativa do explosivo
Volr Volume de rocha a fragmentar
Vr Velocidade sônica na rocha
W1 Rendimento por incompatibilidade de impedância
W2 Rendimento por atacamento
W3 Rendimento na refragmentação energia semi-estática
 Inclinação do furo
 densidade em (g/cm3)
 Diâmetro do furo em milímetro, exceto quando especificado
ФDiâmetro da carga
ρ(e,r) Densidade do explosivo e da rocha respectivamente
c Volume de pá carregadeira em Jardas cúbicas
frag Energia de fragmentação

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