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APRESENTAÇÃO:
METODOLOGIA
Após uma revisão minuciosa dos trabalhos bibliográficos os mais abrangentes no que
concerne a desmontes de rochas, incluindo-se a peculiaridade das feições que apresentam os
corpos rochosos, constatou-se uma escassez de bibliografias, principalmente a nível nacional.
Em decorrência desse fato, com o intuito de familiarizar o geotécnico com as mais
diversas técnicas de desmontes em rochas a céu aberto e propiciar uma maior compreensão
dos diversos fenômenos que ocorrem durante os desmontes da rocha, objeto deste trabalho, o
conteúdo total da obra os capítulos básicos, distribuídos da seguinte forma:
No primeiro capítulo, procura-se reunir alguns conhecimentos básicos sobre os
explosivos, partindo-se de um breve histórico e culminando com as propriedades mais
importantes desses artefatos.
No segundo capítulo, tenta-se expor, deduzindo-se algumas equações, os conceitos
básicos dos fenômenos de transportes, partindo-se das ondas elásticas às ondas de choque,
relacionando-se, sempre que possível, as grandezas dessas ondas com os parâmetros elásticos
do meio em que se propagam.
No terceiro, expõe-se um resumo teórico do estado da arte dos desmontes de rochas,
considerando-se desde maciços não fraturados até diversas feições estruturais dos maciços
reais (corpos fraturados), dando-se ênfase aos desmontes em pedreiras com uso de explosivos
químicos comerciais.
1. EXPLOSIVOS
(TNT), cuja industrialização se verificou em 1901, passando a ser utilizado em 1912 como
explosivo militar em cargas de granadas.
Durante a guerra de 1914 a 1918, foram desenvolvidos mais dois explosivos, trotil e
o hexil, sendo o primeiro mais aplicado por possuir maior poder detonante.
Com o término da primeira grande guerra, surgiram outros produtos de melhores
qualidades, como substâncias explosivas nas mais diversas misturas e proporções de novos
compostos e de compostos já conhecidos, misturas essas tais como: trinitroglicerina,
nitrocelulose, trotil, trioleína, hexogênio, mononitrotoluol, nitrobenzeno, dinitrotoluol,
nitropenta, etc...
Por casualidade, em 1923, uma indústria química de fertilizantes em Oppau
(Alemanha); ao ter problemas de armazenagem de nitrato de amônio, que, por aglutinação,
formou um bloco monolítico, ao tentar fragmentá-lo, destruiu parte da cidade. Entretanto,
apesar desse acidente, ninguém na época tomou conhecimento da peculiaridade explosiva
desse fertilizante. Decorridos 24 anos, no Texas, subitamente um navio com carregamento de
nitrato de amônio ao explodir no porto, fez com que a investigação desse composto fosse
dirigida para fins explosivos. Todavia, o inconveniente da não resistência à água só foi
resolvido em 1950, quando os cristais de nitrato de amônio receberam cobertura higroscópica,
consolidando o seu uso como elemento explosivo.
Em meados da década de cinquenta, iniciaram-se as pesquisas para o
desenvolvimento de lamas explosivas, que apresentam como características uma grande
liberação de energia dinâmica de ondas de choque, transferindo-a para a rocha em quase sua
totalidade.
A partir da década de sessenta, a energia nuclear passou a ser pesquisada para
desmonte de rochas, cuja liderança é dos Estados Unidos, através do projeto “Sllop da Atomic
Energy Comission”. Apesar dos riscos envolvidos em reações nucleares, não se pode
descartar a possibilidade do uso, em breve, de tão importante fonte energética.
geram-se ondas de choque, conferindo aos explosivos um elevado poder rompedor. Herrmann
(1972), Hemphil (1981).
Assim sendo, para que uma substância ou mistura tenha um caráter explosivo é
necessário que apresente instabilidade química de forma que, com a adição de certa
quantidade de energia, a sua transformação é total.
A reação de decomposição dos explosivos, a depender da sua sensibilidade, irá
requerer agentes energéticos específicos, que variam desde uma simples faísca, até a ação de
outros explosivos, mais sensíveis, usados como iniciadores. A energia mínima capaz de
iniciar o processo de decomposição dos explosivos, denominada energia de ativação, é uma
característica não só da substância explosiva em si, mas das condições em que o elemento a
detonar se encontra. Como exemplo, as dinamites, quando submetidas à ação do calor ao ar
livre, apenas ardem sem detonar, porque, neste caso, para que haja detonação, é necessária a
ação de choque.
Do exposto conclui-se que a detonação ocorre naturalmente com um aumento líquido
da entropia. A energia de ativação leva ao conceito de cadeia ou coluna explosiva, onde existe
uma relação sensibilidade / efeito, em que a massa de cada elemento em reação é maior que a
de seu antecessor.
V
e
l Limite deflagração detonação
o
c
i
d
a
d
e
tempo
De acordo com as suas propriedades, muitos autores como Persson (1970), Hemphil
(1981), Clark (1982) e outros fazem uma classificação dos explosivos Civis no que se refere
a: aplicação, desempenho e constituição.
A classificação quanto à aplicação é feita de acordo com a energia de ativação, já que
essa é a taxa energética que rompe a estabilidade química e como consequência, limita os
riscos envolvidos no manuseio. Dessa forma, tem-se: a) explosivos primários ou iniciadores;
b) explosivos secundários ou reforçadores; c) explosivos terciários ou rompedores; d)
explosivos propelentes ou militares.
a) Os explosivos primários ou iniciadores são todos os que apresentam grande
facilidade à iniciação. São destinados ao fornecimento da energia de ativação
necessária aos explosivos menos sensíveis. Por motivos de segurança, custo,
entre outros, esses explosivos só devem ser utilizados em pequenas massas de
carga. Como exemplos de explosivos iniciadores, têm-se: estopim, cordel
detonante, espoletas, e outros acessórios.
b) Explosivos secundários ou reforçadores são cargas utilizadas como elemento de
ligação entre os explosivos primários e a carga principal.
c) Explosivos terciários, rompedores, são componentes de elevada estabilidade
química, utilizados em grandes massas e são, portanto, os reais responsáveis pela
ruptura do corpo a desmontar. Como exemplos dessa categoria de explosivos,
têm-se: as dinamites, as gelatinas e as lamas explosivas nas mais diversas
formulações.
d) Explosivos propelentes ou militares são aqueles que executam trabalho balístico,
portanto, sem fins Civis.
Segurança no manuzeio
Sensibilidade
I
n
i
c
i
a Reforçadores Explosivos de ruptura
d
o
r
e
s
Massa em uso
Efeito destrutivo
Toxidez: esta propriedade é geralmente referida aos gases produzidos nas explosões,
entretanto, isso não implica que os explosivos “in natura” não sejam tóxicos. Com relação aos
gases, os mais tóxicos são: monóxido de carbono (CO), gases nitrosos (NO, NO2) e anidrido
sulfuroso (SO2), que limitam o uso de um determinado explosivo, se as condições de
ventilação forem precárias.
A classificação do grau de toxidez em termos de gases2 impõe à indústria distribuir
os explosivos em três categorias ou classes, de acordo, com o volume de gás tóxico produzido
na combustão (tabela 1.2)
K Sensibilidade
Diâmetro crítico
Velocidade de detonação
Granulometria
Velocidade de detonação
Adensamento de carga
Diâmetro crítico
papel parafinado, tendo como meio de propagação o ar. Verifica-se, pela própria definição,
que os valores dessa propriedade são aproximados, pois sofrem influências de inúmeras
variáveis.
Diâmetro crítico e limite: (vide velocidade de detonação).
2. ONDAS
Para a compreensão dos fenômenos que ocorrem na fragmentação das rochas sujeitas
à ação dos explosivos, faz-se necessário o entendimento do comportamento da ação das ondas
sobre corpos, mesmo que a nível superficial como aqui será tratado. O tratamento dado neste
capítulo é apenas o suficiente para fornecer subsídios à compreensão de ação dinâmica dos
explosivos sobre materiais rochosos.
Definem-se ondas mecânicas e de reação como superfícies que limitam um meio
contínuo em duas regiões caracterização por valores de: pressão, massa específica,
temperatura e velocidade de partículas. A depender de continuidade ou não com que se
apresentem no meio, ficam subdivididas em: ondas elásticas, ondas de choque puro e ondas
de choque com troca de fase.
A figura 2.1.a apresenta esquematicamente a frente de onda avançando com uma
velocidade de propagação U. As grandezas físicas que caracterizam o estado sólido (pressão
P, densidade ρ, temperatura T, e velocidade de partícula v) são alteradas na passagem da
frente de onda. Essas variações podem ocorrer de modo contínuo ou descontínuo de acordo
com os tipos de ondas a seguir.
Na figura 2.1.b, têm-se as ondas elásticas, que não apresentam mudanças de fase do
material em que se propagam nem descontinuidades nas grandezas físicas na frente de onda.
A figura 2.1.c corresponde às ondas de choque puro, que não apresentam mudanças
de fase e as propriedades físicas sofrem desontinuidade na frente da onda. As ondas de
choque puro resultam em ondas elásticas ao sofrerem amortecimentos, por ação das ondas de
rarefação.
A figura 2.1.d corresponde às ondas de choque com troca de fase, que, além de
apresentarem as características das ondas de choque puro, resultam em mudanças de fase,
usualmente de sólido para líquido e desse para gasoso. Esses tipos de ondas são as decorrentes
de reações de transformações químicas (detonação dos explosivos).
1 Para que haja continuidade na transmissão entre dois meios de interface não coesa, as
ondas incidente e transmitida terão que ser de compressão.
2 A onda refletida terá sempre amplitude inferior á onda incidente, podendo ainda ser
de compressão ou de tração, a depender dos valores impedâncias de meio 1 com
relação ao meio 2.
2.1.1 Propagação:
P L v U
Ut=L
dL = U dt
dM = ρ A U dt
A tensão provocada no material pela passagem da onda é dada pela expressão 2.6.
Essa expressão pode ser obtida a partir da conservação da quantidade de movimento
(Batolome, 1972) e é válida tanto para ondas elásticas como para as de choque.
Da equação 2.6, tem-se uma justificativa para que a velocidade de partículas V seja
um índice de controle de detonação em meios contínuos.
A relação entre o módulo de elasticidade E, velocidade de propagação da onda U e
densidade do material são obtidas pela teoria da elasticidade através da expressão;
d / d є = U2 = E
O produto U2 é definido como impedância ao impacto.
U= [(K+4G/3)/ρ] ( Eq 2.9 )
Onde K = E / 3 (1 – 2 µ) e G=E/2(1+µ)
U= (K / ρ) ( Eq 2.10 )
v=V/E
Observando-se a figura 2.3, quando a onda elástica atinge uma extremidade livre do
corpo, o último elemento da barra é deslocado por ação de inérgia, adquirindo uma tensão .
Cessada a aceleração, esse elemento será então tensionado com uma tensão -, gerando uma
onda de tração no retorno.
P L v U 2v
Extremidade da barra
Figura 2.3 – Barra delgada submetida a pulsos elásticos (notar efeitos da onda de
reflexão)
v
σ+
σ-
v V = 2v σ = 0
BARRA EXCITADA
Ondas de choque são as que apresentam maior interesse ao se estudar a ação dos
explosivos sobre as rochas.
Estes tipo de onda apresenta como característica vir associada a uma pressão de pico
muito elevada e descontínua (figura 2.1.c), havendo duas diferentes básicas marcadas entre as
ondas de choque e as ondas elásticas:
1 – Nas ondas de choque, a tensão de pico se propaga com maior velocidade
(supersónica) em relação à perturbação causada em seu avanço; já ondas
elásticas se propagam à mesma velocidade da perturbação causada durante seu
avanço, (Jones, 1968) (Marvin, 1964).
Us – v1 Us – v0
σ1 E1 T1 ρ1 σ0 E 0 T0 ρ0
Neste caso, retoma-se a equação 2.6 válida para o caso de ondas elásticas, tornando
possível o conhecimento indireto da pressão a que fica submetido o corpo em estado de
choque, a partir da medida da velocidade de partículas e propagação da onda. Se Vo e Pc
forem iguais a 0, tem-se a equação;
P – Po = ρo Us v = - 0 ( Eq 2.14 )
v1 = ( 1 - o ) ( ρ1 - ρo ) / ( ρ1 ρo) ( Eq 2.15 )
Us = ( ρ1 ( 1 - o ) / [ ρo ( ρ1 - ρo ) ] ( Eq 2.16 )
v1 = - ( 1 - o ) ( Vo 11 - Vo1o ) ( Eq 2.17 )
Com base nas equações 2.17 e 2.18 aqui apresentadas, conclui-se que a variação de
densidade e volume na frente de onda não pode ser nula.
As equações apresentadas 2.15, 2.16, 2.17 e 2.18 mostram o relacionamento entre os
parâmetros que descrevem a onda de choque de compressão; entretanto, convém ressaltar que
nessas foram desconsideradas as características do meio no qual as ondas se propagavam.
Experimentos em condições ideais de velocidade de onda como uma função de
velocidades de partículas Us = f (v), demonstram claramente ser essa relação linear.
A figura 2.6 mostra resultados expostos em Bartolome (1972) como resultado de
trabalhos experimentais executados por Mc. Queen e Walsh (1958), com medidas simultâneas
de Us e v em diversos materiais.
Da figura 2.6 é obtida a relação 2.19: se, nessa relação, a velocidade adquirida pela
partícula tender a zero, tem-se que a velocidade de onda de choque tenderá á velocidade do
som no móvel em repouso Co.
Us = Co + K v ( Eq 2.19 )
Us/S Mo
Co
Sb
Co K
Vo 1o ( 1 + o )
_____________________________ = Cc + K (1 + o ) ( Vo 1o - Vo11 )
( Vo1o - Vo11 )
Co 2 ( 1 - Vo11 / Vo1o )
1 = ___________________________________________________________ P/ o = 0 ( Eq 2.20 )
2
vo1o ( k - 1 k Vo11 / Vo 1o )
ρ = k ρo / ( k - 1 )
Us = V + S v1 ( Eq 2.22 )
Onde:
S = ( Г + 1)/2 e Г = V2 / Cp
Church (1981), Coates (1973), Mendes (1967), Ambreseys (1970), entre comungam
que, sendo a impedância do material o principal fator que comanda a pressão da onda de
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Caso 1
A figura 2.7 (a) apresenta um corte longitudinal da região que inclui a interface de
dois materiais através da qual uma onda de choque se propagará, tendo o meio direito uma
impedância menor que a do meio esquerdo. As grandezas de velocidade de partículas v, a
pressão P e a velocidade de propagação da onda U são apresentadas na parte (a) da figura,
para as regiões de onda incidente, refletida na interface e transmitida através dessa.
Esquematicamente, o perfil de pressão nas zonas comprimidas e não comprimidas do corpo é
apresentado na parte (b) da figura.
interface
Estado 1
P1d ; v1d Curva de Hugoniot (material direito
(2 v1e ; 0)
Figura 2.8 – Curva de Hugoniot representativa da interação entre dois meios onde Id < Ie.
2 ρod Ud P1
Pt = _________________________________________ ( Eq. 2.24 )
ρod Ud + ρoe Ue
ρod Ud - ρoe Ue
Pr = P1 _________________________________________ ( Eq. 2.25 )
ρod Ud + ρoe Ue
2 Id P1
Pt = __________________ ( Eq. 2.26 )
Id + Ie
Id - Ie
Pr = P1 ______________ ( Eq. 2.27 )
Id + Ie
Da equação 2.26 observa-se que, se Id for menor do que Ie, Pt será menor do que P1
e, pela equação 2.27, tem-se que Pr 2.8, tem-se que vt > v1.
Como exemplo deste caso, podemos citar que um choque de 240 Kbar em alumínio,
transmite ao aço 340 Kbar e reflete 100 Kbar na forma de compressão para o alumínio.
(Jones, 1968).
Quando o meio direito é o ar, em que a impedância Id = pod Usod 0, resultará
sempre uma onda refletida de tração e com um valor modular semelhante à pressão que incide
na interface.
Caso 2.
A figura 2.9 (a) apresenta um corte longitudinal da região que inclui a interface de
dois materiais através da qual a onda de choque se propagará, tendo meio direito uma
impedância maior que a do meio esquerdo. Esquematicamente, o perfil de pressão nas zonas
compridas e não compridas do corpo é apresentado na parte (b) da figura.
P’e
interface
Estado 2 desconhecido
P1d ; v1d Curva de Hugoniot (material squerdo)
Estado 1
P1e ; v1e
(2 v1e ; 0)
Figura 2.10 – Curva de Hugoniot representativa da interação entre dois meios onde
Id > Ie.
Da equação 2.26 observa-se que, se Id for maior do que Ie, Pt, será maior do que P1
e, pela equação 2.27, tem-se que Pr > 0. Ainda: tratando-se dessa condição e de acordo com a
figura 2.10, tem-se que vt < v1
Como exemplo desse caso podemos citar: um choque de 240 Kbar em alumínio,
transmite 95 Kbar em polietileno e reflete 145 Kbar na forma de tração para o alumínio
(Jones, 1968).
Considerando o explosivo como meio esquerdo em contacto direto com o meio
direito (rocha), tem-se:
a) Numa interação unidimensional, isto é, em que a direção de propagação da onda
de choque coincide com a direção de propagação da detonação: neste caso P1e =
P1j (pressão chapman-Jouguet ou pressão de detonação ver capítulo 1), Ue é a
velocidade de detonação do explosivo De, P1d é a pressão de contacto explosivo-
rocha ou pressão transmitida Pt e Poe é a densidade do explosivo cujo produto
com De origina Ie (impedância do explosivo) Eu é a velocidade de propagação da
onda na rocha, Poe é a densidade da rocha Pr cujo produto origina Ir (impedância
da rocha). Logo, a equação 2.26 tomará a seguinte forma:
2 Ir Pcj
Pt = _______________ ( Eq. 2.28 )
Ir + Ie
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O valor de Pcj pode ser obtido pela equação de Johannson e Pesson ou equação de
Cook conforme já exposto no capítulo 1.
b) No caso dos sistemas bidimensionais, que é o caso dos desmontes de rochas com
cargas de coluna, onde a direção de propagação da detonação não coincide com a
propagação da onda de choque no maciço, adota-se P´cj = 0,5 Pcj.
Essas ondas são responsáveis pela remoção da pressão que causou a onda de choque;
agem, portanto, desacelerando as partículas. Por seu efeito, as ondas de choque serão
finalmente transformadas em ondas elásticas.
Coates (1973) relata, a partir de experimentos, que a tensão produzida por uma onda
em um maciço rochoso, a uma distância R de um furo de raio Ro, pode ser estimada através da
equação;
Essas ondas são responsáveis pela remoção da pressão que causou a onda de choque;
agem, portanto, desacelerando as partículas. Por seu efeito, as ondas de choque serão
finalmente transformadas em ondas elásticas.
b) – A equação 2.29 mostra que a distância entre o ponto gerador da tensão e a face
livre exerce grande influência no valor da tensão de chegada na interface rocha-
ar. Sendo a tensão na interface a responsável pela formação da onda de tração
refletida expressa pela (Ex 2.25), fica, portanto, demonstrada a grande
importância que assume o parâmetro do afastamento nos desmontes, (conforme
será visto em capítulo específico).
todos esses parâmetros é que poderão ser definidos os investimentos, de forma a viabilidade a
obra.
Desmontes mecânico
Desmonte hidráulico
Desmonte térmico
Desmonte nuclear
Desmonte a explosivos
P
r Fase dinâmica
e
s
s
ã
o
n
o
f
u Fase semiestática
r
o
Tempo
Figura 3.3 – Curva típica de variação de pressão sobre as paredes do furo com o
tempo após detonação (Ito and Sarsa, 1962)
Quando a onda de choque, até então de compressão encontra uma superfície limite
do corpo a níveis energéticos tais que possa refletir pulsos de tração, superiores à resistência
de tração dinâmica da rocha, iniciam-se fraturamentos paralelos a essa face livre, o que é
constatado pelas descontinuidades paralelas à superfície livre nos desmonte em bancada,
(Persson, 1970) e (Fourmaintraux, 1983).
As deformações tangenciais, provocadas pela passagem da onda de compressão,
induzem ao maciço tensões de tração, provocando fissuras radicais e partir do furo: em
regiões conhecidas como zonas esmagamento (hidrodinâmica) e de fissuramento.
Durante o processo cinemático, tanto as ondas incidentes de compressão como as
refletidas e as suas combinadas originam, no maciço rochoso, fraturas, sem as quais, para
maciços não fraturados, a ação destrutiva da fase seguinte (fase semi-estática) não seria
possível.
Desta forma, do ponto de vista de fraturamento descrito tanto por (Church, 1981)
como em outros pesquisadores, durante a fase dinâmica, tem-se quatro tipos de fraturamentos
característicos: a) fraturas radiais oriundas por tensões de tração perpendiculares aos pulsos de
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Fraturas de tração
Furo com
explosivos Ação de compressão
Fraturas de
Fraturas de tração
cisalhamento Ação de reflexão
Zona Hidrodinâmica
a) Langefors (op cit), ao utilizar arenito poroso, deparou-se com uma taxa de
absorção energética, cuja ação das ondas de rarefação se torna mais evidente.
Como conseqüência, os valores de pique na onde de deformação caíram muito
rapidamente para valores inferiores ao limite de elástico dinâmico da rocha.
b) O alto valor obtido por Durval e Atchinson (op cit) decorre de considerações
feitas em rochas frágeis e compactas.
c) Os limites estimados por Drukovanyi e al (op cit) e Akaev (op cit) oferecem boa
segurança nos casos mais gerais, onde não se dispões de instrumentação para um
acompanhamento das atividades.
Finalmente, deve ser considerada a ação dos gases da explosão, que, ao penetrarem
nas fraturas, comprimem a rocha existente entre duas fraturas consecutivas. Quando a pressão
do gás é muito alta e atua por longo tempo, ocorrem esmagamentos adicionais que dificultam
a identificação do esmagamento promovido exclusivamente pela ação dinâmica da onda de
choque, (Renechart, 1965) in (Hagan, 1979).
Zona fraturada:
Furo carregado
Zona hidrodinâmica
Zona plástica
Zona fraturada
Zona sísmica
Zona de reflexão
Face L i v re
Nas interações de ondas planas (capítulo 2), demonstrou-se que, numa onda de
deformação compressiva, incidente sobre um meio de impedância menor do que aquele em
que se vinha propagando, parte da sua energia é refletida na forma de pulsos de tração. Se o
pulso da onda então refletida for maior que a resistência à tração da rocha, ocorrerão
lascamentos ou escamamentos, partindo da face livre em direção ao interior do maciço.
Quando uma nova atinge a região já escamada e, portanto, com comportamento semelhante a
uma nova face livre, tem-se uma reação em cadeia, propiciando uma interação com o sistema
de fraturas radicais. (Hagan, 1979), (Perssn, 1968) in (Persson, 1970).
Bancada (Ba)
Topo
Face
Praça ou piso
ρe De = K ρr V ( Eq. 3.2 )
I1 e = X I1b + Y I1c
X+Y=1 ( Eq. 3.3 )
I1e = K I1r
Diâmetro do furo: Ф
Esse diâmetro também está relacionado com a altura da bancada, tendo sido sugerida
por (Langefors, 1963) uma relação entre as grandezas diâmetro do furo e a altura da bancada,
girando em torno de 0.5 a 1.25%.
Afastamento A
É a distância medida entre a face livre e a primeira linha de furos ou entre linhas de
furos paralelos à face livre. Pelo fato do afastamento determinar o avanço da bancada, a soma
dos afastamentos em furos de fileiras múltiplas não deve exceder a um terço do comprimento
da frente a desmontar.
Observações feitas por fabricantes de pás carregadeiras identificaram que a relação
máxima entre o afastamento e o volume da concha da pá obedece à relação quadro 3.1
equação A (Herrmann, 1972). As demais relações para o afastamento, sugeridas por diversos
pesquisadores, são funções da rocha, explosivo e diâmetro do furo; todas elas visam,
indiretamente, à dimensão média do bloco a ser obtido (quadro 3.1).
As variáveis que são expostas no quadro 3.1 estão descritas na nomeclatura.
Inclinação da bancada
Espaçamento E
É a distância entre furos consecutivos de uma mesma linha. Designando-se pela letra
A o afastamento e E o espaçãmento, tem-se: para malhas quadradas, o valor modular pra E é
igual ao valor de A; para as malhas retangulares inversas, E varia de A/2 a A; para malhas
retangulares de corte, esse deve ser menor que A/2; par malhas retangulares, E varia de A a
2A; e, no caso especial de malhas alongadas, E é maior que 2A, podendo atingir até 6A. Para
os casos convencionais os desmontes em pedreiras, podem-se constatar que o valor
geralmente usado para o espaçamento varia entre 1.3 a 3 vezes o afastamento.
Observações:
c) A malha retangular é usada nos desmontes convencionais onde se busca uma boa
fragmentação e lançamento.
Finalmente, tem-se que: os valores de E > A são utilizados nas malhas para a
obtenção de blocos para fins de britagem, onde a ação das ondas de compressão refletida
sobre a face livre é mais atuante que a ação de tração gerada por ondas de compressão entre
os furos. Já os valores de E < A são usados quando se deseja obter grandes blocos ou cortes
em rochas.
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Altura da Bancada H
Está limitada entre tantos fatores por: segurança; porte dos equipamentos de
perfuração; topografia do local de trabalho, produção; custos; equipamentos de transporte;
condições estruturais e tipos de rocha, etc ...
A altura máxima da bancada, atendendo às condições expostas, deve, a princípio ser
qualificada obedecendo a relação proposta por (Ash e Smith, 1976).
Afastamento
Topo
Afastamento α
F Espaçamento
a
Espaçamento c
e Face
l
i furo Praça
v
r
e
Subfuração Sf
Comprimento do furo L
Tampão T
b) Considerando-se uma perda da energia de choque de até 50% nesta região devido
à ação de fogos anteriores, essa perda energética deverá ser compensada com
uma redução nas dimensões do tampão em 50%, ficando com um comprimento
de mio afastamento (0.5A).
Lf = A + Sr ( Eq. 3.11 )
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Rolim, J, L, F 48
Esta região é preenchida geralmente com explosivos mais brandos, porque é nela a
ação potencial dos gases de detonação é mais pronunciada do que as ondas de choque. O
comprimento da carga de coluna é, portanto, a diferença entre o comprimento total do furo e o
comprimento do tampão e da carga de fundo.
Lc α
Lf
Carga de fundo: Qf
É a relação entre o peso em enrgia da carga de fundo e o seu comprimento, cujo peso
em energia e o produto do peso em kg (Qf) e a energia liberada em kcal/kg (Ef) e o
comprimento de fundo.
Reqf
A energia total a ser usada na
carga de coluna será Reqc X Vc
Reqc onde Vc = volume arrancado
pela coluna.
s Lf Lc T
Figura 3.5 – Linearidade na razão de carregamento
Carga de coluna: Qc
A razão energética linear de carga de coluna será determinada como sendo o peso da
carga de coluna por unidade do seu comprimento.
Observação:
Nesse cálculo, foi excluído o volume referente ao tampão. Caso não sejam
adicionadas cargas explosivas para quebra na zona do tampão, o peso desse explosivo deverá
ser adicionado ao peso do explosivo de coluna.
Como a carga de coluna geralmente não é adensada, escolhe-se um explosivo que
apresente uma performace de razão enrgetica linear de carga de valor equivalente à razão
energética linear de carga de coluna (Relc = Relqc)
Balanço energético:
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Com o valor obtido para as cargas, é possível determinar a energia total que será
desenvolvida pelos explosivos e absorvida pela rocha, de tal forma a fragmentar o maciço na
granulometria desejada.
As equações 3.19 e 3.20 a seguir apresentadas definem as energias desenvolvidas
pelas cargas explosivas de fundo e coluna.
Como apenas uma parcela desta energia é absorvida pela rocha e destinada ao
trabalho útil, conforme visto no item “ANÁLISE ENERGÉTICA”, as parcelas das energias
absorvidas pela rocha são dadas pelas equações;
2
Ief - Ir
Eaf = Ef 1 - ------------ * 1 / (e / Ф - e + 1) * 0.15 (Eq. 3.21)
Ief + Ir
2
Iec - Ir
Eac = Ec 1 - ------------ * 1 / (e / Ф - e + 1) * 0.15 (Eq. 3.22)
Iec + Ir
LEI DE RITTINGER
A energia necessária para fragmentar um bloco é proporcional ao trabalho
necessário para criar um acréscimo unitário de superfície específica, o que
matematicamente poderá ser traduzido por:
fraq = W = 6S (N – 1) / M
onde:
W trabalho para criar um acréscimo unitário de superfície específica.
= Acréscimo de superfície específica gerada
S = Superfície do corpo antes da fragmentação
N = Número de divisões sofridas pelo corpo
M = Massa do corpo
Do que foi exposto, a condição para que se tenha a fragmentação desejada é que
fraq < Eta. Caso essa inequação não seja satisfeita, a solução será alterar as cargas, (usando-
se explosivos mais energéticos) de tal forma que essa seja atendida.
Como a energia de fragmentação é calculada pela lei de Rittinger válida apenas para
rochas não fraturadas, em maciços fraturados, o RQD pode ser usado como elemento de
correção; daí tem-se fraq = intac * RQD (Redaelli, 1987)
Espaçadores: X
Número de furos: Nf
Perfuração específica: Pe
Pe = Nf L / Vt ( Eq. 3.23 )
E
n Ponto de iniciação
e Energia desenvolvida no ponto
r
g
i Energia unitária de carga
a
X
T A B C
Furo com explosivo
Figura 3.6 – Análise energética (iniciação de topo)
E
n Ponto de iniciação
e
r Energia desenvolvida no ponto
g
i Energia unitária de carga
a
X
T A B C
Furo com explosivo
E
n Energia unitária de carga
e
r Energia desenvolvida no ponto
g
i Pontos de iniciação
a
X X
T A B C
Furo com explosivo
E
n Energia unitária de carga
e
r
g Energia desenvolvida no ponto
i Ponto de iniciação
a
X
T A B C
Furo com explosivo
Figura – 3.9 – Análise energética (iniciação de base)
E
n Energia unitária de carga
e
r Energia desenvolvida no ponto
g
Pontos de iniciação
i
a
X X X
T A B C
Furo com explosivo
Favorável Favorável
Favorável
Desfavorável
Análise do desmonte:
Vibrações e ruídos:
Durante a detonação dos explosivos, parte de sua energia dinâmica é propagada sob
forma ondulatória. Independente dos danos que essas ondas possam gerar nas construções
vizinhas e no meio ambiente, devem-se observar os níveis de ruídos e as vibrações, porque
sçao importantes indicadores da eficiência no trabalho executado.
2
Ie - Ir
W1 = 1 - ---------- ( Eq. 3.24 )
Ie + Ir
Ie = ρe De Ir = ρr Vr
c) Rendimento na fragmentação W2
Como a energia disponível pelo explosivo é fornecida por unidade de massa (Ew),
tem-se que:
O fator de que a energia termoquímica absorvida pela rocha tem que ser superior à
energia necessária à fragmentação na granulometria desejada (fraq), combinando-se a Eq.
3.26 com 3.27 e o conceito de energia de fragmentação, tem-se:
Como o único fator que interfere na pressão sobre a parede do furo é o ar existente
entre a rocha e o explosivo, considera-se que essa pressão então obtida (equação 3.29) seja
válida para qualquer tipo de rocha e explosivo.
2 P0.753Ewk0.785d -1.6
Pq = 764 ---------------------- ( Eq. 3.30 )
(1 + ρe De / ρr vr)
onde:
Pq é a pressão no furo de observação (Psi), Ewk é a energia desenvolvida pelo
explosivo (Kcal), d é a distância do tiro ao furo de observação (m) e P é determinado pela EQ
3.29, o termo 2/(1+ρeDe/ρrVr) é conhecido pela teoria da elasticidade como termo de impedância,
sendo responsável pela transmissão energética da detonação do explosivo para a rocha em
condições dinâmicas. (vide capítulo 2)
Substituindo P na equação 3.30, verifica-se que a pressão no furo de observação não
é unicamente determinada pela carga energética do explosivo, mas fortemente influenciada
pela velocidade de detonação, pela densidade e pela relação de impedância (explosivo-rocha).
Para a equação 3.30 ser válida, também para velocidades de detonação superiores à
velocidade sônica da rocha, o valor de Pg será corrigido, tendo-se Pgcor dado pela equação;
Tem-se:
Fs = 2.42 - 1.59 log Tg ( Eq. 3.35 )
A otimização obtida com “air decking” é explicada pelo fato de que mais de 50% da
energia liberada pelos explosivos, casados e totalmente adensados, é desperdiçada em ruídos,
vibrações e superfragmentação na zona de esmagamento.
A diferença básica entre o “air decking” e o tampão intermediári é que, nesse último,
o desmonte se comporta como várias câmaras de gás semi-independentes e a ação dos gases
(não das ondas de choque) ficam interrompida com a presença do tampão.
Lang (1972) in Sampaio (1973) procura classificar as rochas de modo a atender aos
desmontes em quatro características de resistência à compressão. Especial atenção é dada aos
parâmetros plasticidade e elasticidade, haja vista a importância que esses representam na
propagação e assimilação de ondas elásticas e, por conseguinte, ondas e choque (quadro 3.2).
Fourmaintrauz (1983) destaca a importância que deve ser dada às imperfeições ou
descontinuidades dos maciços rochosos, pois essas constituem planos de desvios e reflexões
importantes das ondas de choque, além de atuarem como pontos de fraqueza sobre os quais
irá agir a ação semi-estática dos gases de detonação.
Nos blocos matriciais situados entre as descontinuidades, existem defeitos
microscópicos ou microfissuras, que requerem dos explosivos uma menor tacha de energia ao
se propagarem, facilitando, dessa forma, os desmontes.
Pode-se concluir que os micro e macro estruturas, que geralmente são
desconsideradas, apresentam notável influência no rendimento do fogo.
Porosidade efetiva
Porosidade Itergranular:
O mais importante efeito da porosidade intergranular no que diz respeito à ação dos
explosivos é provocar a dissipação da energia na onda de deformação, além de reduzir a
resistência dinâmica da rocha e, como consequência, aumentar a porcentagem de finos
produzidos.
A grande dissipação na energia de choque em rochas porosas faz com que se usem
explosivos com uma elevada taxa de energia semi-estática em relação à energia total
[desmontes feitos em arenitos porosos são exemplos bem característicos].
Como consequência do exposto, é importante conservar as altas pressões dos gases
de detonação por relativos longos períodos de tempo, até que eles tenham completado todo o
trabalho. O que se consegue usando tampões e afastamentos com dimensões tais que impeçam
uma prematura liberação desses gases.
Juntas:
Estas são estruturas geológicas que se apresentam nas mais variadas feições
possíveis. Quando fechadas e fortemente cimentadas, fraturas induzidas pelos desmontes
podem se propagar. Nas juntas abertas, as fraturas induzidas pelo fogo não se propagam, até
que estejam completamente fechadas e mesmo assim, em condições especiais.
No que diz respeito à criação de novas fraturas, em ambos os casos (juntas abertas ou
fechadas) as fraturas geradas dependem da qualidade da superfície subsequente no caminho
da onda de choque. Como a taxa de energia dinâmica transmitida através dessas interfaces é
geralmente muito baixa, a propagação de fraturas além da junta só é possível quando existem
microfissuras no bloco subsequente e que, por sua vez, se propagam com as reduzidas taxas
energéticas então transmitidas.
Quando juntas abertas bem definidas são interceptadas por ondas de deformação,
parte dessa energia é refletida na forma geralmente de tração e parte refratada, trazendo
consigo um excesso de fragmentação entre a carga e a junta, além de uma fragmentação não
satisfatória na superfície subsequente à junta (figura 3.18). Na ação mecânica das cargas
explosivas, ao se estender além da superfície de descontinuidade, a fragmentação do bloco é
feita, na maioria das vezes, apenas por efeito de flexão e não por ação de ondas de choque,
(Dinis da Gama, 1976).
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Rolim, J, L, F 70
Fratura
Fraturas radiais
reflexão das ondas de choque, reduzindo as possíveis interações entre ondas incidentes e
refletidas.
Persson (1970) cita que algumas feições geológicas, com estreito espaçamento entre
juntas (rochas xistosas), podem e causam descontinuidade na onda de reflexão e,
consequentemente, a não interação com as fraturas radiais (interrompidas em muitos casos).
Neste caso, a formação de grandes blocos é inevitável.
Do exposto, verifica-se que as juntas desempenham um papel fundamental, sendo, na
maioria dos casos, determinantes na dimensão e contorno do bloco fragmentado pelo fogo.
No que se refere às microfissuras, essas, a depender da sua frequência, poderão
apresentar, na fragmentação, efeitos mais relevantes se comparadas com as características
físico-mecânicas da rocha intacta. Essa frequência afeta a rocha em termos de desmontes do
mesmo modo que a densidade e a orientação das macrodescontinuiades afetam o maciço
rochoso.
Planos de acamamento:
Em alguns corpos rochosos, como por exemplo nos basaltos, é possível que ocorram,
nas suas bases, camadas moles. Se os furos para desmonte atravessam a rocha e atingem essas
camadas, os gases, ao se deslocarem para dentro da camada plástica, formam cavidades de
expansão, absorvendo uma grande parcela da energia desenvolvida pelo explosivo. Isso pode
ser evitado impondo-se condições em que a função não atinja a camada plástica. Se, por
razões diversas, o furo atingir a camada mole, esse deve ser tamponado eficientemente na
base, para que a energia de deformação não seja então absorvida, em ambas condiçõs com uso
de iniciação centrada melhores resultados são obtidos (figura 3.20).
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Primer centrado
Primer na base
P
r Nível de rochas
e
s plásticas
Deformação plástica s
ã
o Tempo
L Comprimento do furo
lc Comprimento médio de bloco a ser obtido
n Coeficiente de alcance das fraturas
N Peso de explosivo utilizado (kg)
P Pressão de choque na parede de fure
Pdet Pressão de detonação de explosivo
Pg Pressão no furo de observação (ps1)
Pgcor Pressão corrigida
Q Carga
Qc Carga de coluna
Qf Carga de fundo
Qu Resistência a compressão uniaxial
r Raio do furo carregado
R Raio de enfraquecimento da rocha sob ação dos explosivos
Relcc Razão energética linear de carga de coluna
Relcf Razão energética linear de carga de fundo em regime de cratera
Relcf Razão energética linear de carga de fundo
Rv Relação de adensamento de carga furo/carga
S Potência relativa do explosivo
Volr Volume de rocha a fragmentar
Vr Velocidade sônica na rocha
W1 Rendimento por incompatibilidade de impedância
W2 Rendimento por atacamento
W3 Rendimento na refragmentação energia semi-estática
Inclinação do furo
densidade em (g/cm3)
Diâmetro do furo em milímetro, exceto quando especificado
ФDiâmetro da carga
ρ(e,r) Densidade do explosivo e da rocha respectivamente
c Volume de pá carregadeira em Jardas cúbicas
frag Energia de fragmentação
LITERATURA CITADA
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EB 86/68 – ABNT**MB 160/52 – ABNT**MB 161/52 – ABNT
MB 165/70 – ABNT**MB 174/70 – ABNT**MB 175/70 – ABNT
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