Você está na página 1de 63
Best-seller Ennely | Mais de AU UII) . | exemplares | Rennes ARTHUR. a» FPOPEIA CELTA MERLIN, O LOUCO ROTEIRO DAVID CHAUVEL DESENHOS JEROME LERECULEY CORES JEAN-LUC SIMON TRADUCAO L€O SCHLAFMAN GORNALISTA € CRITICO LITERARIO, AUTOR DE “A, VERDADE EX MENTIRAS — NOVOS CAMINHOS PARA LITERATUR”) STIS? 3 CCopyight © 2005 by Guy Dekourt Productons “Tos 08 eos reservaos Copyright @ 2005 by Ecteuo Pubteagtos Lie. “Totos.osdotos reservados @protogids pea Lei 8.610 de 1902/1908, prota a reproducao total ov paral por qualquer mei, ‘som sulorzagao prévie, pr eset, da eco DIRETORIA EXECUTIVA JORGE CARNEIRO LUZ FERNANDO PEDROSO HOMERO MORGADO Hegel rea Henrique Ramos Diretor de Operacses: Diretor Editorial EDITOR: Rodiigo Fonseca EDIGAO DE ARTE: elingion dos 8. Perera ‘COORDENAGAO TECNICA: Tucano Urbano COLABORARAM NESTA EDIGAO: Marcelo Botoho (diagramaca0. lias), ‘hz Fernanda Gomoz ( 4gse Amini Coutinho (retamenta de imagens), [André Barroso (ogo Golconda) 6 Leo Schlafman (traduglo) REVISAO: ‘Valerie Maseros © Hugo RW. iho Conair aye Sra, Moss NSD sa Fai rl, ous NS Hie Eduardo Lopes, Adriana Paula @ Aloxandra Vigna contnote: ‘oa Carina Tam, Ranson Went, ita Cardoso Sine lingua 8 Cayon aa CIRCULAGAO: Luciana Pereira, Sara Martine @ Wagner Cabral ‘TECNOLOGIA DA INFORMAGAO: Marco Marquee PRODUGKO GRAFICA: “orge Siva ATENDIMENTO AO LEITOR: ‘arana Neves / Aca Paula ‘oa00-313146 (093 + trpceas para teesonos face 9 O85 + mpaeos pars tltones moves) Esmail: quacrinhos@ediouro.com.br (021) 8882-8200 (lgagdo local, FJ) Arthur 1 01 Minissério om 7 exigBes Esioure Publeacbos Lida, ‘lun Nova Jerusalém, 345 ° CEP: 2102-285. Rio do Janeiro - PU "Tol: (X21) 852-8200 (laar20 local, Ru) — Fa: (21) 2290-7185 CIP-ERASIL CATALOGAGRO.NA-FONTE SINDICATO NAGIONAL OOS EDITORES DE LIVROS, FJ. cas7a ‘Chawvol, David ‘Arthur: uma epopdia cela / David Chauve (roteto) © Jéréme Lereculey(desenhos);racupao Léo Sehlatman.- io de Janeiro : Esiouro, 2005. eGmay Teadugho do: Arthur une épopée cslique Texto om quadtinhos ‘san 8s-00-01498-9, 1. Arthur, Rel - Fido. 2, Romances arturianos. 3. Histrias em quacinhos. |. Lerecuey,Jérdme, i, See 05-1717, oon 7415 DU 7415 Seitigo do Temp apéu modelo cone na cabesa, varetinha de condo na mio esquerda ¢ um olhar a la Bela Lugosi de fazer gelar os coagulos dos oprimidos ‘Assim eta o perfil que se fazia do mago Merlin quando os feitos de um certo monarca chamado Arthur comesaram a ganhar espaco no mundo pop. Até a magia deixar de sex um tabu demoniaco, vitae objeto de estudo (e de culto) entre formadores de opinixe ¢ transformar-se no estandarte de paulocoelhice literiria, rendendo Harey Potter ¢ afins,o ocultista que cenzou © camtinho do senor de Camelot costumara ser encatado com muitas wssalvas, evidenciando um desconforto entre os apreciadores dos 4 S606 & Os PEQUENDS PEKES SALTAVAM FORA DA AGUA PARA CAIR DIRETAMENTE EM MINHA BOCA. $2 NA NOME 00 DEGNO Da BN Ca re ae as |QUANDO PUXOU A REDE A ENCONTROU. VAzIA DE PeKes, e FREANUAADO, CONTEI-LHES MINHA HISTORIA, JA DE GWYON BACH E KERIDWEN, GUE Voce 36 CONHECE, £08 A FORMA DE UM JEANTO, COM A SONORIDADE PERFEITA. le AseUM PASSE! QUATRO AN [CASA DE ELFIN, GUATRO ANOS GUE ME VIRAIM PASGAR DE CRIBNCA £0 JOVEN JGUE SOU HOJE PARA GRANDE ESPANTO Al DO REI G¥IYTONO. ee HOMENS DE SEU TIO, NUMA RECEPCAO PARA BEBER E COMER, ESCLITANDO 05 BARDOS CANTAREM A GLORIA DE MAGLGVIN, ELFIN, A QUEM A BEBIDA Fez PERDER A POSTURA, VANGLORIOU-SE DE SER 0 BARDO MAlS TALENTOSO E TER A JMULHER WAlS FIEL 00 GUE GUALQUER UM EM DEGAWNY. LA, TIRARAM-NO DA PRISAO PARA LHE MOSTRAR A PROVA A INFIDELIDADE DE SUA MULHER... fal ESSE DEDO € Mur RY PEQUEND, 4 UNHA Esta ISLA, € CARREGA AINDA Os Tacos DA AmeseaDU- IRA 00 CENTEIO. NAO POvE |SER O DE MINHA MULHERI IE TODO ESSE TEMPO ME APLIGUE! EM JANIMAR MEU BENFETTOR, GUE, DE JOVEN. By MEDROSO E TOLO, TORNOLI-SE POUICO A POUCO UM HOMEIA DE PRESENCA SEU TO, GUE ERA UM HOMEM DE ICARATER SANGUINEO, ENCOLERIZOU-6E, JOGOU-O NA PRISAO, & DEPOIS ENVIOU HUN, SEL FILHO ILEGINIMO, JOVEM DE UMA BELEZA A QUE NENHUIMA MULHER RESISTIA, COM A MISSAO De SEOUZIR A IMULHER DE ELFIN. |SABETOR DE TODO O ARDIL, Ful ENCONTRAR MINHA PROTETORA PARA LUE CONTAR TUDO IE PROPOR SUBETITLI-LA POR UMA SERVA GUE VESTIRIA SUAS ROUPAS E JOS. EUS OLHOS, PORQUE ELI SEGLIRA RHUN EM |SEGREDO QUANDO ELE ESCAPCU. ENDO S100 CONVIDADO POR Seu TIO MAELGWIN GYINEDD A PASSAR UMA TEMPORADA EM SUAS TERRAS, EM DEGAWNY. IRHUN SE DEITOU PORTARTO COM A ISERVA E, DE MANHA CEDO, CORTOL-LHE 10 EDO QUE PORTAVA O ANEL DE ELFIN, JANTES DE FUGIR EM DIRECAO DE Decavmy. MAIS TARDE, 2 NOITE, € SOB A DIREGO DE HEWN, Seu cHEre, os TRES IBARDOS DE MAELGWN SE PREPARARAM PARA CENTAR PARA ACELIAR A IRA 0O REL 5 SO SAA UM BLA-BLA IDESAIEITADD E OUTROS SONS IGROTESCOS, QUE SE DIRIA DE CRUNCAS RECONCILIARAM, ACONSELHE! ELFIN A JAPIRMAR GUE, ALEM DA MULHER MAIS [soe ro1o auc nue ree IE ENTAO PERCORRI AS TER- (Le FAS 0A BRETANHA PARA SBiexcontran Temas para PR novas cancces € comp.e- TAR MEUS CONE IDEPOIS, AVANCE! E ANUNCIEL A TODOS MINHA PRESENGA €, PARA MELHOR ICONFUNDIR 06 BARDOS DE MAELGWIN, PUS-ME A CANTAR COM TANTA FORCA JQUE MEU CANTO DESENCADECU UMA TEMPESTADE GUE Se AcALMOU LOGO JQUE SOARAM AS ULTUMAS NOTAS. CAVALO DE ELFIN PARA MUNICMZ-LO COM 124 RAMOS DE ATEVINHO QUEWMADO, INSTRUNDO-O A BATER EM CAD GAVALO QUE ELE LULTRAPASSASE ANTES DF SOGAR SEU MANTO ONDE SEU CAVALO DESSE UM MALI PASEO. IE ESSES CONHECINENTOS ISERAO BEM UTEIS, TALIESIN, SE VOCE SURAR AGORA GUE SERA MEU MELHOR AMIGO © QUE SE IDEVOTARA TOTALMENTE 2 ICALISA DA BRETANAA. im {| MAELGWIN, RECONHECENDO ENTAO GUE EU IPROVAVELMENTE TODOS OS DA NACAO, IMANDOU TRAZER ELFIN, DE QUEM LigeRTEl| DAS CORRENTES COM UM SIMPLES CANTO. DADE ESTA JAINZADE, COND SAMA HOMER ALGUM TEVE ANTES OE MM. ICOM Estas PALAVRAS, TALESIN PARTLHOU sta IREFEICAO COM MERLIN E OS DOS ADORMECERAM, PORGLE |ESTAVAM EXALISTOS DE FADGA. A NOITE DE MERLIN FOI CURTA, Pols, MAL. 4 Lud Se eRcueL, ELE FOI DESPERTADO POR CENTENAS OF Hvozes VINOAS DA FLORESTA QUE LHE MURMLIRAVA “APRESSE-SE, MERUN, APRESGE-cE, ]O Rel Buns NECES- IGEL. UNFORME DE| JGuERRA € convo [cou Tov0s Os DA BRETANHA PARA SE ENCON- FTRAREI COM ELE ENGUANTO SEU CORAGAD BATIA EM LNISSCNO COM 0 € SUA MONTARIA, QUE, COM SEU |GALOPE FORMIDAVEL, JARRANCAVA DO CHAO PeoRcoS [be TERRA DO AMANO TO) PUNHO, MERLIN’ SE MALDiZIA POR DENTRO PELO TEMPO IPASADO NO CCIO AC LADO IDA BELA GWENDOLYN. OLHEM!! ALI ESTA aH, MERLINI voce cHeccu /ENFUA!? ELE Loco Levanrou o JACANPAMENTO EM, COMPANHIA DE SEU LOBO, E QUANDO, AOS PRIMEIROS | Ralos 0a aLvorava, o ]BaROO DesPERTOU, MERLIN 3A ESTAVA LONGE INA CHARNECA, ‘A GUERRAI! A INFELICI- DADE CAlLi SOBRE Nos € NINGUEM CONSEGUE evitacbal! Y eancazan DE NOVO, J Liveravos por ocTa, FILHO 00 CRUEL HENGIST, € SEENTOS [TROUKERAM PARA MERLIN O MAIS RAPIDO E 0 Mais RESISTENTE 00S CAVALOS DE RYDDERCH € ELE PARTI LOGO, $0B 06 JOLWARES INQUIETOS DA IRMA € DA MULHER, DER, a BNA veRoADE NAO é URPRESA DE EMRYS, WRG| E SEUS FleIS COLO- CARA GUARDAS EM TORNO De SEU ACANPANENTO, NAS M INCAPAZ LIN, Mes Be Sebi rae esi indie Feo ia || mien fone -OUGURA GUE NCOMCDADY foucsea cue WM Sisture muss ESTARE! NA MONTANHA AIAN DE MANA PARA RECEBER SUA REsPostA. $4810 € NEI THO BOM COMO PRE- TENDE, GWIRG OF aINTURA GROSSAN SEM O QUE VOCE NiO 5 APRESTARIA A DERRAMAR 0 SANGUE }D0S BONS GUERREIROS IGALESES QUANDO O INVASOR PUSER OS PES NO 0.0 DA BRETANHAI! Wfenrenoas AGORA OU ESTESAM iceRtos De que SEU CRINE A FICARA WIPINE € 1 BRETANHA INTEIRA una ee ENTAO, BOM HOMEWY VOCE NE TROUKE UNA MENGACEN si ey MORTE A enRYS EA TO00S 05 SEUIS CAESI! 5 EIS A MENSAGEMA DE (| ewecw! a ———s = Galo curro. Tees as was rae os Das serene MARCHAVAM \ ficcowree EI ; “| "| VIA MERLIN CORTAR & |secaren eanne 2s p frvemas muicas. NESSE MOMENTO, MERLIN COBRIL A CABECA COM AS dos e“ARRANCOU Os (ARO CAMO De BATALHA, GRITANDO, COMO G)sé Tivesse eNLOUGUECIDO. MUITOS MESES SE PASSARAM SEM QUE SE TIVESSE A MENOR NOTICIA Dele. Ie DEPCIS, UM ola, FoI JASSINALADA SUA PRESENGA NUMA (i ani ]]° BARD0 ATUOU TAO BEM CANTANDO A JAPLICEO € AS LAGRIMAS DO PAIS INTERO, [comecou ENTAO PARA MERLIN € To00S AQUELES JQUE Oo CONAECIAM LM |PERICEO COLOROSO. IDE FATO, LONGE DE SE ACALINAR, MERLIN TINAA 0 ESPRITO CADA VEZ MAS EXTRAVACO, PER- MANECENDO PROSTRADO DUS INTEIROS, REcUsENDO-SE A BEBER E A COMER, MAS, La, TOMADO DE PANICO Ra) ounre oa muLtiozo que se Jou exrao eve 6€ PUNHA A TAGARELAR COM UMA. GRALHA, | QUE PAssavam PERTO ELE E ZOMBANDO MALDOSAMENTE DELES. (O PROPRIO REI ENRYS, IEPOS VE TER Esmacavo [7 BOs HOMENS DE GWRGI EE eMpuRRADO 0s fOLHEM 0 wouco se If / i . i UM DIA, QUANDO: MISTURAR COM O- N (et | SWENDYUD RETORNAVA DE Y} Oy A UM PABEEIO. res aA #77 \ | a tao. 9 NAO ESCUTE, RYDJERC Voce VE BEM GUE ELE ESTA SEMPRE HASITADO PELA LUAIT fo aue sicnirica?! LigeRTe-ME vessas CORRENTES & VOCE [0 CASAMENTO FicOU DECIDIDO E, NO DA DAS NUPCIAS... PREVENI VOCE GUE SERA AL DE MIM, GWENOOLYNI NAO “e CONTRA MORTAL PARA ELE CRUZAR pois aNos Se PassaRaM SEM QUE SE ACALMASSE O O DE MERLIN, QUE RA VISTO DE TEMPO EM Nteuco 0 "ANDO NOS fPOS, FALANDO 2S JARVORES € AOS ANIMAS JOU LaNcANCO £0! Lak EMPL O90 UM Re AGO DF vette Ontos Res oa eis tnceton 120 secon eeu Wanna a0 eso wo fanro.on ronson DING ENCONTROU IO ve TO CONSTRUIR “AGE \QUELE QUE ELA AMAVE PONTO DE Ngo € ENZNTEON & Pane of oe im orcas os | Stat Setaitens N° 10. INVERNO. ae i PM M7 / ids GUANO O TERROR TOMAVA CONTA ORLE€ ELE F NESE EsT#D0 cE O eovTREL a |SE ENROLAVA COMO LMA BOLA NUMA CANTO, GEMENDO 6 NO UME CRIANGA, OLHOS ARREGALADOS, SC ELA TALIESW NUM OIA DE OUTONO JGUANDO RETORNOU 0 CONTINENTE CONSEGUIA ACALMACLO, PALENDO SUAVEMENTE H IU 00 © OFERECENDO-LHE © CALOR DE SUAS PERNAS. BUSCAVA NOTICIAS DO ANGO. ONSTATADO SEU GRANDE BARDO ed ee Nt sowie! com anos soseReos Y Gue HoneNs cRuels, armanos U? =e AS PESSOAS GUE VOCE VIL $40 05 ERVIGAIS DOS RICOS GUE NAO CESEAMM 3 § 8 8 : see. or Z Sees rae eS IOS ALNOS SAO A FINA FLOR DOS HOMENS DA l ' ae) Hlercraniie, € Os HOMENS cRUIS S&0 Os Has AINDA € SEMPRE NAsceM HOMENS Hiwasones, nNossos muicos, que Nao cessam |] Huciuones € male Fontes. De MASEACRALOS. ee reece De MUTCS CERROS. ESSES ICERROS DESAPARECIMA PARA DAR LUGAR A ALTOS & PEIOS MONTES UE ESTERCO, Nas SOBRE ESSE ESTERCO CRESCAM LOGO AS FLORES MAIS MAGNIFICAS Jal PODERIAM ExIsTIR. RAPARCAS GRAVOAS ESTEVAN DemTADAS PRESTES A OAR A LUZ, € JAS CRUNGAS FALAVAM ENTRE ELA }DO VENTRE DE SLAG MAES. AS FLORES 6/0 05 NOVOS DRIGENTES DA SRETANHA GUe RESTABELEZERAO SEU JANTI¢O ESPLENDOR. 0 CEMTERO € 4 LHA DA ereranua. 26 [I RAPARIGAS INDICAMA QUE CADA VEZ MAIS JOVENS SE FARAO OS CASAMENTOS E jos Paros, [os poRcOS $40 NOSsOS INMIGOS PILHANDO NOSSAS TERRAS E OS CAFS [SAO OS GUERREIROS BRETOES GUE VIRAO ENKOTA-LOS, E AS CRUNGES QUE NASCERZO SERAO MAIS SABAS QUE AGUELES QUE JA PASSARAM MMLUITO TEMPO EM NOSSA TERRA. JPuRANTE esse TEMPO, TALIESI, fl FoR seu TURNS, NEO FIcoU INaTIvO. PZT If se cxrmetnna com Fea Teva vencnes le ISIONARICS, OU VELHAS MULHERES Hoe nostos eece- vav0s PoR Rusas, || || sree Fazenvo sempre a|| || enceren IRLANDESES € ATE mesua vercunta |i HIPS Gue nun ANORIGUE (NO CORA E FRACASGANDO pes ESTAVA MAIS acrnecel 0 pa prerawi, scWore. eu coer, [A TEMPERATURA ERA IAVE, O AR PERFUMAD 0 CEU DE UM AZUL F INTENSO COMO Jamals ViRA, DELe Se ERGUIAM GRANDE I|eaitos cunvaoos sce Ilo Pees vas Frutas I|mas aretirosas que ELE TAMBEM Jama's VIRA. NAO LONGE DAL FLUIA luna FONTE DE AGUA Pura, €, GLAND TALIESN JA vil, SOUBE WEDUTA- a E, NO AUGE 90 cANeACO, ‘TRES VEZES DEZ DIAS E TRES VEzes DET | BI ELE cHEcoU UMA TARDE NOTES, CAMINHOU ASSIM, SEM JAMAIS DINTE 0a casa OE PARAR DE TOCAR NEM DE GANTAR. GWENDYOD & DE MERUN. LIF CURADO... fat este Fatrawio eerercca.a, enewormo || |acon'e tw owcu on” | coRPO ‘ReMs. 702 estou [O¢o CONCREENDEL GUE TALIESN CUMPRIRA If LoucuRA ce rascou e || HUM INeTANTE, cua cuRADO!! [SUA PROMESSA, € LEVOU MERLN PARA BeseR BI lele RecosRou Tova a | I INA FONTE.. f | razso. 6 TALIESIN FO! LEVADO PARA DENTRO DA CASA E 208 ossrecu sos vee v2.08 .000, al) {aluenin’ stwaisoo x suasen ve Sos Fit acne acanscherin a cu “Wl Alimentos nancowcte ancien festsnacel wa roe con vocatroua (anu mca rears ot casi acorns nse L F ys. AN Paneca estan HORT, eae 0 BARDO ABRIL OS vouTe A poRMIR, AiNico TALIESIN, PORQUE VOCE ME ROTEIRO: D. ISALVOU E MERECE x CHALE. REPOUGAR : PASSAU-SE GRANDES DESENHO: COIsAS. UM REI NASCEL, J. LERECULEY como Jamas A BRETANAA FIM 90 cee | JCONHECEW IGUAL, € TERA ePISCDIO son” | Novo em ve, racazenos RiceasbAoe oe ones ee £ verois PaRnineMos. — Lo os HouENs 96 coRacko Jaina COENCA 34 DUROU e PARA AIUDA-LO A DeMAIs EA BRETANHA i DEFENDER NOSEA TERRA. ITEM GRANDE NECESSIDADE PE NGS. Melodia triste: “Nido, eu Nao posso lembrar que te amei/ Nao, eu preciso esquecey, que softi/ Saga de conta que © tempo passou/ que tudo entre nds terminou/ ¢ que, 4 vida nio continuou.../ i pra nds dois/ inherosl Caminhemos/ Calvezaios al vejamos depois”. ‘Texto: Rodrigo Fonseca 4 pelos ides de névélibio de 1947, quando Francisco Alves cantarolou pela primeira vex nas iudios brasileias os tistonhos versos de Caminhomos, 0 Rei Arthur ¢ sua corte imunda de sangue pf niio haviam caido nas gragas da entao encas sulada cultura pop. Musica-emblema de uf Brasil recém-saido do Estado Novo de Vargas, tal cangdo parece totalmente distang a) do universo capa &espada ao qual Acthar © —> comumente ligado. Mas tuma vez cerzidas nos agudos de uum dé de peito breganejo como o do Rei da Voz, de wm Nelson Gongalves ou de um Francisco Petrdnio, as palavras rasga-corasio compostas por Herivelto Martins (1912-1992), mito do cancioneiro popular romantico, parecem ter sido concebidas como tilha sonora para 0 mionarea de Camelot e seus pates. Adultério, dor-de-cotovelo e sangue derramado. ‘Trindmio obrigat6rio em qualquer melodrama choroso, esses clementos sao indissocidveis da histéria de Arthur e seu reinado de conquistas, derrotas, alegrias e lamtirias Nem Herivelto poderia ter composto algo mais novelesco que o tridngulo entre o senhor de Camelot, seu adorado Lancelot ¢ sua amada Guinevere. Codgulos rolaram aos montes quando a traigdo veio a tona, celebrizando, aquele reinado como uma espécie de metafora para a imperfeicao da alma humana ¢ suas selvagens nuaneas. ‘Mundana por esséncia, o que the garante universalidade, a tragédia de Camelot caiu nas gracas da industria do entretenimento, encontrando no cinema, na literatura e i j a a na televisio afluentes que deixassem escoar sua dramaturgia. Nao é preciso muito esforco para recordar a frenética adaptagio para a tela grande que o cineasta Antoine Fuqua fez da epopéia arturiana, amparado no talento do ator Clive Owen. Mesmo sem ter sido um campedio de arrecadaco nas bilheterias dos BUA, uma vez. que torrou um orgamento de US$ 90 milhdes e faturou apenas a metade disso nas salas de exibi Jonga-metragem ajudou a reavivar os feitos de Arthur no imaginario popular, compondo uma sélida parceria com ‘95 livros O Rei do inverno, de Bernard Cornwell, € Rei Artur (grafado sem “h” na traducdo), de Allan Massie, que respaldam as trincheiras literirias com licengas poéticas sobre 0s feitos do guardidio da encantada Excalibur. into Cornwell quanto Massie abragam a Idade Média € suas contradigGes politicas e religiosas como foco de suas narrativas. As trevas clericais que fizeram a toda da invengio humana girar na velocidade de um cdgado manco assombram as peripécias dos cavaleiros da Tavola Redonda nos escritos desses dois autores, que deixam evidente a objetividade jornalistica em seus relatos mesmo nas passagens onde 0 fantastico pisca um olho, em flerte, para o real. ‘Massie, que nasceu em Cingapura, ha 75 anos, € ostenta 17 romances no curriculo, expe Arthur como Cree enor ‘encarnar @ monarca de Camelot na recente versao ery io ae um estadista guiado pelo humanismo, interessado em, manter coesa uma extensio de terras bretis cindidas por conflitos tribais aparentemente incongruentes com as priticas de vassalagem feudais. Mais do que um’ patrono da cavalaria, o Arthur de Massie é ferramenta fundamental em um joguete politico no qual a forca nao era exatamente medida a ago frio, como o folclore ‘medieval faz parecer, mas sim pelo numero de aliados poderosos que um homem coleciona. britanico Cornwell, por sua vez, concentrou-se mais em relatos de agao do que em divagagdes burocraticas, deixandoo gm leitor imerso em um campo de batalha, $| com sua narrativa marcadamente cinematogrifica. Em meio aos rituais de uma era crist ainda menina, Arthur € mostrado como um guerreiro corajoso, que entrou para a Historia como membro da realeza sem jamais adornar sua cabega com uma coroa, Aliés, 0 longa de Fuqua, roteirizado por David Branzoni com uma perspectiva de ultra-realismo, Jembra bastante os pardgrafos despidos de misticismo de Cornwell, Essa opgio, que rendéu bons frutos (e boas vendas) nas paginas impressas, nao se reproduziu com a mesma galhardia no celuléide. Antes de Rei Arthur, Lancelot ~ O Primeiro Gavaleiro, de Jerry Zucker, com Richard Gere no papel-titulo (a insossa), Julia Ormond como Guinevere e Sean Connery como Arthur, também naufragara na atenco das platéias € na simpatia dos criticos, sendo severamente agoitado Por seu excessivo tom folhetinesco. Mesmo Camelot (1967), uma obra-prima de direeo do texano Joshua Logan, adaprado do romance The Once and Future King, deTT. H. White, amargou certa indiferenca e nunca ficou tatuado no imaginario popular como deveria. Afinal de contas, no elenco estava a nata do teatro inglés, como os atores Richard Harris, Vanessa Redgrave ¢ David Hemmings. Fora que a escolha do caub6i carcamano Franco Nero, do spaghetti Django, para encarnar 0 ingénuo Lancelor, deveria ser um chamariz ¢ tanto guela época. Apesar disso — ¢ do belo péster —a fita nflo colou. S6 a magia — elemento abundante nos quadrinhos de David Chauvel e Jérdme Lereculey ~ parece agradar aos fas da lenda arturiana. As Brumas de Avalon, best seller de Marion Zimmer Bradley, que em 2001 virou ‘minissérie na'TV dirigida por Uli Edel, jé comprovara isso, Afinal, o livro emplacou por esmiugar a bruxaria presente no coragio das mulheres ligadas a Arthur. Mas entre os cinéfilos, a grande evidéncia foi a consagracao de Excalibur (1981), de John Boorman. Considerado a maior promessa do cinema inglés dos anos 60, Boorman sonhava verter em filme um certo livreco (para nio dizer o contririo) chamado O Senhor dos Anéis, de um certo J. R. R. Tolkien, Para a tristeza dos hobbits ¢ dos tolkienmaniacos, mas para a sorte de Peter Jackson, ndo conseguiu transubstanciar em pelicula sua ambiciosa idéia, No entanto, fez aquela ReMPemaT CAC eM Tel conus Ce OU rE N La (4 que a critica considera até hoje a mais importante transposicdo da saga arturiana para o cinema, abusando, de referencias & cultura celta. Lancado em DVD pela ‘Warner Bros, o longa ~ laureado em Cannes com 0 prémio de Contribuicao Artistica ~ é referéncia obrigatéria para os que querem entender um pouco mais sobre a relagdo entre Arthur (Nigel Terry), Guinevere (Cherie Lunghi) e Lancelot (Nicholas Clay), enredados numa teia ‘maligna tecida por Merlin (Nicol Williamson) e Morgana (@ entio deslumbrante Helen Mirren). TODA units RUSE M aC aCURU.Y Pate mar ue ULy ee = Igual importincia dramatirgica —apesar de menor retumbancia na midia —teve a série em quadrinhos Camelot 3000, ilustrador da obra-prima Barman —A Piada Mortal, de Alan Moore), ‘que marcou época nos anos 80 ao apresentar uma ‘originalissima proposta. Editada 1d fora pela DC Com © por aqui a principio pela Abril, a saga de Barr e Bolland trabalhava com a idéia de uma Ing! ‘sbanjando inventividade temolé; Baseseave scabar definitivamente com o livre-arbitrio Basan O pais, outrora prispe tha rapidame ums era de terror, e pas a &. 4. non Nise Esdritsulo, num primeiro olhar, © enredo de Mike Barr soou inverossimil a0 fundir cientificismo, bruxaria, reflexdes politicas e anilises ufanistas sobre o povo inglés. Mas a grande contribui¢ao da série foi apresentar aos Ieitores de gibi a nogio de reencarnacio como um caminho de harmonia. Para atender os apelos de seus “stidi- tos”, Arthur volta do além, e recorre uma vez mais a0s servicos da Dama do Lago, a guardia de Excalibur, para reaver sua arma, Sucesso de critica na ocasiio de seu langamento, ‘Camelot 3000, que foi recentemente relangado pela edito- 1a Mythos, impressionou mais os jovens leitores pela forma escancarada como abordou a sexualidade dos per- sonagens € 0 ato de infidelidade de Guinevere, que tam- bém reencarnou, 86 que no corpinho saliente de uma bela lourinha cheia de amor pra dar. CMe Ciera earth atu © primeito a receber seus dotes para o prazer = € Lancelot, cujo espirito voltou a transitar pelos quatro ¢ fleumiticos cantos da Inglaterra na ossada de um bilionério antes surtado de tédio. E as pas- sagens em que a paixdo entre os dois explode sio regadas a uma apimentada dose de erotismo até enti 86 vista em HQs européias censuradas para’ ‘menotes e 96 aprovaclas para adultos mais taradinhos. A volipia no roteiro acabou por aproximar Camalot 3000 do filme de Boorman, que até hoje & encarado ‘como a mais corajosa versio para o softido reinado de Arthur, Ali, nas tomadas de Boorman, ficou mais evidente 0s olhos dos espectadores que os ardis do cora¢ao ndo ficam de joelhos diante de nobre algum. Mesmo do mais herdico dos reis. Dai Herivelto Martins dizer: “Vida comprida, estrada alongada/ Parto a procura de alguém/ Ou a procura de nada.../ Vou indo, caminhando sem saber/ onde chegar / Quem sabe na volta/ te encon- tre no mesmo lugar”, CO ORCC OR Cee ee OTC et ne ae uo oe rad Pretest r= | No proximo numero: (O Rei avanga

Você também pode gostar