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Apostila DIP PDF
Apostila DIP PDF
Sociedade Internacional
É o conjunto de relações tanto dos indivíduos entre si quanto dos Estados uns com os
outros que tendem a se organizar e viver dentro de uma ordem internacional.
Fundamentos do DIP
As principais doutrinas são a voluntarista e a objetiva.
Principais Entes
Os principais entes que atuam na Sociedade Internacional são os Estados, as
Coletividades Interestatais, as Coletividades Não Estatais, as Empresas
Transnacionais e o Indivíduo (sujeitos e atores).
Características
Universal
Aberta (admite novos participantes)
Paritária (igualdade entre seus participantes)
Pressupostos de existência
Os pressupostos são: Pluralidade de Estados soberanos, Comércio internacional e
Princípios jurídicos coincidentes
Pluralidade de Estados soberanos – O DIP regula a relação entre estados que são
seus principais sujeitos. Para atuarem como sujeitos, faz-se necessária a
capacidade de autodeterminação, por isso a inclusão do termo ‘soberanos’.
Comércio Internacional – A existência de comércio entre dois Estados
automaticamente determina o surgimento de normas que o regulamente.
Princípios Jurídicos Coincidentes – Para que dois Estados possam acordar no seu
regramento comum, é necessário estipular princípios e normas que sejam
obedecidas por ambos a fim de possibilitar uma mínimo de isonomia e
segurança jurídica.
Fontes do DIP
Por fontes do DI entendemos os documentos ou pronunciamentos dos quais emanam
direitos e deveres das pessoas internacionais, configurando os modos formais de
constatação do direito internacional.
Para Accioly as fontes podem ser formais (ou positivas), reais ou auxiliares.
1. Formal – Dão positividade ao direito objetivo preexistente, sendo, em geral,
sancionadas pelo Poder Público (costumes de tratados internacionais).
2. Real – É a fundamental (princípios gerais do direito).
3. Auxiliar – são aquelas que ajudam na compreensão do sistema jurídico,
também chamadas indiretas (doutrina e jurisprudência dos Estados,
legislações internas e sentenças arbitrais).
Concepção monista
Para o monismo, há apenas um ordenamento jurídico que engloba ambos os
sistemas. Nesse encontram-se duas correntes, uma que defende a primazia do
sistema interno sobre o DIP e outra no sentido contrário. Em geral, esse último se
manifesta com a introdução de uma cláusula na constituição determinando a
supremacia de um ramo. No caso brasileiro, há supremacia do direito interno sobre o
internacional.
Criticas:
1. A concepção nega a própria existência do direito internacional como
sistema autônomo e independente.
2. Tal concepção não estaria de acordo com a prática internacional. Caso
estivesse de acordo com essa prática, qualquer mudança na vontade
de um Estado, como no caso de um golpe, ocasionaria a ruptura de
todos os tratados anteriormente celebrados, o que não ocorre.
Concepção dualista
Para o dualismo o Direito Internacional é um sistema separado e independente do
Direito Pátrio (ou Nacional), havendo duas ordens jurídicas distintas e independentes.
Defende que não há conflito entre as ordens, eis que estão em patamares
equivalentes, prevalecendo cada uma em sua esfera de atuação.
Criticas:
1. Não há inserção de outros sujeitos do direito internacional. Tal
concepção somente leva em conta o Estado como sujeito de DIP.
2. Tal teoria não é suficiente para explicar, por si só, a obrigatoriedade
dos costumes internacionais.
3. A diferença essencial entre a norma internacional e a interna não é
de natureza, mas de estrutura. DIP e Direito interno regem
sociedades de estruturas diferentes, tornando o Direito das Gentes
bem mais individualista e menos solidário que o Direito Interno. O
Direito Internacional é um Direito de Coordenação, enquanto o
Direito Interno é um Direito de Subordinação.
4. Atualmente temos normas internacionais diretamente aplicáveis aos
sujeitos de DIP independentemente de serem incorporadas ao
sistema jurídico interno.
Ótica do DIP
1. Estabelecimento de uma população em um território Ex. Roma, Atenas,
Esparta, Libéria (formada por escravos libertos dos EUA).
2. Sublevação: o povo se levanta para tomar as armas e se separar (guerra da
independência). Ex: Brasil, EUA.
3. Separação ou secessão: é pacífica, tranquila. Ex. Tchecoslováquia e União
Soviética.
4. Fusão: União dos países. Ex. Grã-Bretanha, Itália
Ótica da TGE
Divisão
a) Nacional – estados se dividem em outros. Ex.Uruguai, URSS
b) Sucessoral – apenas uma remissão histórica, quando os reis morriam o
estado era dividido entre os filhos.
Secundária
Colonização – Alcançam a condição de Estados independentes.
Ex: EUA e CUBA. Província ultramarina é província do Estado. Então se há
independência é por divisão territorial.
Concessão dos atos de soberania – não teve um dia da
proclamação da independência. Ex. Canadá, Jamaica, Austrália, Nova
Zelândia (chefe de Estado é a rainha da Inglaterra mas tem políticas próprias).
Atos de Governo – os Estados são criados simplesmente por
vontade do governante. “Estado criado por canetada” sem consultar a
população. O Estado surge e se transforma durante a história em dois
aspectos: interno e externo e desaparece. Ex. Napoleão Bonaparte, Hitler,
bantustans na África do Sul.
Ótica da TGE
Divisão
c) Nacional – estados se dividem em outros. Ex.Uruguai, URSS
d) Sucessoral – apenas uma remissão histórica, quando os reis morriam o
estado era dividido entre os filhos.
Secundária
Colonização – Alcançam a condição de Estados independentes.
Ex: EUA e CUBA. Província ultramarina é província do Estado. Então se há
independência é por divisão territorial.
Concessão dos atos de soberania – não teve um dia da
proclamação da independência. Ex. Canadá, Jamaica, Austrália, Nova
Zelândia (chefe de Estado é a rainha da Inglaterra mas tem políticas próprias).
Atos de Governo – os Estados são criados simplesmente por
vontade do governante. “Estado criado por canetada” sem consultar a
população. O Estado surge e se transforma durante a história em dois
aspectos: interno e externo e desaparece. Ex. Napoleão Bonaparte, Hitler,
bantustans na África do Sul.
Santa- Sé
A Questão Romana foi resolvida com os Acordos de Latrão entre a Itália e a Santa Sé
em 1929 que compreenderam um acordo político (que reconheceu a soberania do
domínio internacional da Santa Sé e o seu direito a plena propriedade e jurisdição
soberana), outro financeiro e uma concordata.
A personalidade internacional reconhecida é da Santa Sé e não do Vaticano. A relação
entre Vaticano e Santa Sé é uma relação de Estado e Governo. A Santa Sé é a União
da Cúria Romana + Papa.
A Santa Sé Possui os direitos de legação e convenção. O Vaticano possui
nacionalidade própria.
Observação
Todos os países foram influenciados pelo Direito Romano. Exceção da Turquia,
Tailândia, China, Japão e Etiópia. Mas com a cópia dos Códigos de outros países
hoje seguem o mesmo padrão.
Efeitos
1. Quanto aos tratados
2. Quanto às obrigações financeiras
3. Quanto ao domínio (bens públicos)
4. Quanto à nacionalidade
5. Quanto à legislação internacional
Anexação parcial
+Tratados: deixam de ser aplicados na porção anexada salvo os tratados reais
(tratam de limites).
+Obrigações financeiras: se as dúvidas forem gerais o Estado anexante arcará
estas dívidas na proporção do número dos habitantes da região anexada, se for dívida
local, o Estado anexante arcará com a totalidade da dívida do Estado anexado.
+ Bens públicos: passam ao Estado anexante.
+ Nacionalidade: passa por direito de opção ao habitante do território anexado de
manter sua antiga ou ter a nova nacionalidade como estrangeiro. Limitações como
estrangeiro e nem sempre respeitado – xenelasia: expulsão de habitantes de outras
nacionalidades.
+ Legislação: a legislação interna será aplicada a porção anexada. Há exceções,
quando a França retoma a Alsácia-Lorena da Alemanha em 1919, que tinha legislação
mais avançada o efeito foi inverso.
Anexação Total
O estado desaparece. Ex. unificação da Alemanha.
+ Tratados: Os efeitos com relação aos tratados desaparecem todos, inclusive os
reais.
+ Obrigações financeiras: o estado anexante arca todos os débitos.
+ Bens públicos: passam para o anexante
+ Nacionalidade: Desaparece a antiga nacionalidade, ficando apenas a do
anexante.
+ Legislação: Lentamente, vai se aplicando a legislação do Estado anexante ao
anexado.
Fusão
+ Tratados: São respeitados apenas os tratados reais.
+ Obrigações financeiras: Os débitos e créditos do Estados que se fundem passam
ao estado resultante da fusão.
+ Bens públicos: passam ao estado resultante da fusão.
+ Nacionalidade: a nacionalidade dos Estados que se fundem desaparece,
tornando-se nacionais do Estado que resulta.
+ Legislação: lentamente será criada uma legislação comum.
Soberania
Autoridade que possui o Estado para decidir sobre as questões da sua competência,
não sendo, porém, absoluta, uma vez que nas relações internacionais ela se acha
subordinada ao direito das gentes.
Doutrina Drago
Criada na Argentina, consiste essencialmente no repúdio do recurso à força para
obrigar um Estado a pagar suas dívidas. Drago não negava a obrigação da nação
devedora de reconhecer as respectivas dívidas e procurar liquida-las, mas condenava
a cobrança coercitiva destas, como capaz de conduzir as nações mais fracas à ruína e
até à absorção dos respectivos governos pelos das nações mais poderosas.
Em relação a essa doutrina, a visão brasileira e a seguinte:
a) Condenamos francamente a cobrança coercitiva de dívidas públicas ou
contratuais
Doutrina Monroe
Surgida em 1823 decorrente da mensagem dirigida ao congresso americano enviada
pelo presidente James Monroe, trata-se de uma política de isolamento e não
intervenção dos Estados Unidos nos negócios Europeus e vice-versa.
Compõe-se de três princípios:
1. O continente americano não pode ser objeto de futura colonização de nenhuma
potência europeia.
2. É inadmissível qualquer intervenção europeia nos negócios internos ou
externos de qualquer país americano.
3. Os EUA não intervirão absolutamente nos negócios pertinentes a nenhum país
europeu.
Soberania externa
Direito de legação
O estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados implica o reconhecimento,
por estes, do duplo direito de legação, ligação ou representação política. O direito de
legação deriva do princípio da igualdade jurídica dos Estados e é regulado pelo
princípio do consentimento mútuo.
Pode ser:
+ Ativo: quando um Estado envia um representante para outro Estado.
+ Passivo: quando um Estado recebe um representante estrangeiro.
Funções da diplomacia
Consideram-se funções tradicionais da diplomacia as tarefas de negociar, informar e
representar. A tarefa de negociar consiste em manter relações com o objetivo de
concluir um acordo. O diplomata negocia em nome e por conta do Estado que
representa, com o propósito de defender os interesses daquele Estado. A tarefa de
informar define-se como o dever e a prerrogativa do diplomata no sentido de inteirar-
se por todos os meios lícitos das condições existentes e da evolução dos
acontecimentos de um determinado Estado e comunicar a este respeito o Governo do
Estado que representa. A função de representar inclui a tarefa de fazer patente a
presença do Estado representado em eventos internacionais ou estrangeiros
1961-Convenção de Viena
Estipula que o estabelecimento das relações diplomáticas entre Estados e o envio de
missões diplomáticas permanentes ocorrem por consentimento mútuo. Nenhum
Estado é obrigado a manter relações diplomáticas ou consulares com um outro
Estado. Em caso de desentendimento ou guerra, uma vez rompidas as ditas relações,
os Estados designam terceiros para representarem seus interesses (Ex. A Suíça
defende os interesses dos EUA em Cuba).
1) Permanente
Trata-se de uma embaixada ou uma legação recebida pelo estado hospedeiro através
da acreditação. As missões diplomáticas permanentes junto aos Estados estrangeiros
são designadas Embaixadas. Ao assumir o posto, o chefe da missão diplomática
apresenta ao Chefe de Estado hospedeiro a credencial que o acredita. Ele pode ser
obrigado a deixar o posto por mau comportamento ou políticas. As embaixadas
permanentes passaram a existir depois da consolidação dos Estados Modernos
* Há muitas diferenças entre o direito consular e direito diplomático. Uma ruptura das
relações diplomáticas pode não acarretar a interrupção das relações consulares. Um
Estado pode estabelecer, segundo suas necessidades e interesses, várias
representações consulares no estado Hospedeiro. Cada um desses consulados
responderá por uma circunscrição consular.
2) Missão especial
Tarefa desempenhada de forma itinerante, por agentes diplomáticos extraordinários.
São representantes diplomáticos designados para uma missão específica, limitada no
tempo, bilateral e consensual.
Imunidade diplomática
A imunidade diplomática é uma forma de imunidade legal e uma política entre
governos que assegura às Missões diplomáticas inviolabilidade, e aos diplomatas
salvo conduto, isenção de impostos e outras prestações públicas (como serviço militar
obrigatório), bem como de jurisdição civil e penal e de execução.
A primeira teoria articulada a procurar justificar a necessidade de privilégios e
imunidades para diplomatas foi a da extraterritorialidade, hoje abandonada em favor
da teoria do interesse da função, segundo a qual a finalidade dos privilégios e
imunidades não é beneficiar indivíduos, mas sim garantir o eficaz desempenho das
funções das Missões diplomáticas em sua tarefa de representação dos Estados
acreditantes.
Os privilégios e imunidades podem ser classificados em inviolabilidade, imunidade de
jurisdição civil e penal e isenção fiscal, além de outros direitos como liberdade de culto
e isenção de prestações pessoais.
A inviolabilidade abrange a sede da Missão e as residências particulares dos
diplomatas, bem como os bens ali situados e os meios de locomoção. A inviolabilidade
aplica-se também à correspondência e as comunicações diplomáticas.
Da imunidade de jurisdição decorre que os atos da Missão e os de seus diplomatas
não podem ser apreciados em juízo pelos tribunais do Estado acreditado. Além de
imunidade de jurisdição civil e administrativa, os agentes diplomáticos também gozam
de imunidade de jurisdição penal. A imunidade de execução é absoluta - eventuais
decisões judiciais ou administrativas desfavoráveis à Missão ou aos diplomatas não
podem ser cumpridas à força pelas autoridades do Estado acreditado.
A isenção fiscal abrange o Estado acreditante, o chefe da Missão, a própria Missão e
os agentes diplomáticos. Esta isenção inclui os impostos nacionais, regionais e
municipais, bem como os direitos aduaneiros, mas não se aplica a taxas cobradas por
serviços prestados (o que é a definição de "taxa" em direito tributário).
A imunidade diplomática não confere ao diplomata o direito de se considerar acima da
legislação do Estado acreditado - é obrigação expressa do agente diplomático cumprir
as leis daquele Estado.
Admite-se que o Estado estrangeiro proceda a renúncia da imunidade de seu agente,
para que ele possa ser o polo passivo de um processo perante o judiciário local.
Tratados
Os tratados internacionais são a principal fonte do direito internacional público na
atualidade.
Conceito
O tratado internacional é um acordo resultante da convergência das vontades de dois
ou mais sujeitos de direito internacional, formalizada num texto escrito (em um ou mais
idiomas), com o objetivo de produzir efeitos jurídicos no plano internacional. A
expressão “tratado” identifica todo e qualquer acordo internacional,
independentemente de sua formação. O tratado pode designar o conteúdo, bem como
o instrumento que formaliza o acordo.
Terminologia
A prática internacional registra o uso livre dos diversos sinônimos da palavra “tratado”
(convenção, acordo, protocolo etc). A rigor, do ponto de vista jurídico, tais nomes
importam pouco e não são aplicados de maneira coerente. Existe, porém, em alguns
casos, o hábito de se atribuir a certos tratados nomes específicos, de acordo com sua
forma, conteúdo, objeto e fim.
Condições de validade
C apacidade das partes contratantes
H abilitação dos agentes signatários
O bjeto lícito e possível
C onsentimento mútuo
Capacidade das partes
- Estado soberano;
- Santa-sé;
- Organizações (desde que tenham poderes para tal);
- Estados beligerantes;
- Estados insurgentes;
- ONG’s (só a partir de 1992 para questões ambientais)
Estado Soberano
Todo Estado soberano tem capacidade.
Santa Sé
Não lhe faltam, embora muito peculiares, os elementos conformadores da qualidade
estatal.
Organizações Internacionais
As Organizações Internacionais só podem celebrar se tiverem poderes para tal. O
reconhecimento da existência dessa faculdade não lhe dá poderes para celebrar
tratados alheios às suas funções.
ONG’s
A doutrina internacional tem resistência em reconhecer a capacidade das empresas
transnacionais (Ex: Microsoft, GM.) em celebrar tratados internacionais.
Habilitação
Os representantes do Estado devem estar de posse de instrumento de plenos
poderes. A habilitação é feita perante o secretário da conferência e torna os
representantes estatais plenipotenciários. Os Chefes de Estado e de Governo e os
Ministros do Exterior estão dispensados da apresentação dos plenos poderes.
Considera-se que os chefes de missão diplomática dispõem de plenos poderes para
os tratados negociados e concluídos com o Estado junto ao qual estão acreditados. O
mesmo se aplica aos chefes de delegações acreditados a uma conferência
internacional, para os tratados originados naquela conferência.
Algumas pessoas em razão de suas funções não precisam da carta são eles:
- Desembargador
- Chefe de Estado
- Chefe de Governo
OBS: Ministro em geral não está dispensado, tem que estar munido com a CPP.
Objeto
Não se pode elaborar tratado que contrarie a moral internacional ou que não seja
possível. O artigo 53 da Convenção de Viena consagrou a exigência de obediência ao
chamado jus cogens que representa os princípios de Direito Internacional geral e não
pode ser violado na celebração de tratados.
Consentimento mútuo
A vontade das partes deve ser expressa de maneira formal, motivo pelo qual é
obrigatória a forma escrita, e sem vícios. Erro, dolo, corrupção e coação viciam os
tratados, tornando-os nulos absoluta (erga omnes) ou relativamente (anuláveis). Uma
vez declarada ou reconhecida essa nulidade o tratado é considerado nulo ab initio,
portanto os atos de execução também são considerados nulos.
Exceções:
Sem dúvida, um tratado não pode ser fonte de obrigações para terceiros. Isso não
impede, porém, que lhes possa acarretar consequências nocivas. Nessa hipótese, o
Estado assim lesado tem o direito de protestar e de procurar assegurar os seus
direitos, bem como o de pedir reparações. Se, entretanto, o tratado não viola direitos
de Estado não-contratante e é apenas prejudicial a seus interesses, o Estado lesado
poderá reclamar diplomaticamente contra o fato, mas contra o mesmo não terá
recurso jurídico.
Por outro lado, nada impede que, de um tratado, possam resultar consequências
favoráveis para os Estados que dele não participem, ou que os contratantes, por
manifestação de vontade expressa, concedam direito ou privilégio a terceiros. A bem
dizer, esta é a única hipótese de exceção ao princípio de que o tratado só produz
efeito entre as partes contraentes.
Negociação
É aqui que vai se ter os limites dos tratados, o assunto que vai tratar o tratado. A
negociação deve ser feita pelo poder executivo dos Estados. Pode ser outra pessoa o
signatário, mas compete ao poder executivo. Essa fase se encerra com a elaboração
do texto final do tratado, que deverá ser aprovado segundo o art. 9° da Convenção de
Viena, por no mínimo 2/3 dos presentes, nos casos de conferência internacional. Em
alguns casos, dependendo do texto, é preciso a unanimidade.
Assinatura
O tratado só vincula definitivamente o Estado com a ratificação, mas a assinatura é
importante porque atesta que os negociadores estão acordes com o texto do tratado, e
ela autentica o texto do tratado. A assinatura compromete o negociador.
Ratificação
Ato pelo qual o Estado exprime definitivamente a sua intenção de se obrigar pelos
termos do tratado assinado, vinculando definitivamente. Natureza jurídica: confirmar a
assinatura e dar validade ao tratado. Processa-se conforme o processo legislativo de
cada Estado.
Existem três grandes sistemas no mundo sobre os órgãos competentes para
processar:
1. Competência exclusiva do poder executivo: assina, negocia e ratifica. Acontece
nas ditaduras. Ex. Alemanha Nazista e Itália Fascista
2. Primazia do poder legislativo: só existe na Suíça. O legislativo faz tudo.
3. Divisão de competência entre executivo e legislativo: adotado pela maioria dos
países. Subdivide-se em:
a. Poder Legislativo Participa de Alguns Tratados Junto com o Executivo.
b. Poder Legislativo Participa de Todos os Tratados Junto com o
Executivo.
Publicação
Os Estados costumam publicar, após a troca ou depósito das respectivas ratificações,
os tratados por eles celebrados. Essa publicação tem em vista apenas a produção de
efeitos de ordem interna e é regulada pelo direito público interno de cada Estado.
Registro
Surgiu com o Pacto da Sociedade das Nações no intuito de procurar abolir a
diplomacia secreta, dando publicidade aos acordos para toda Sociedade Internacional.
Deve ser feito o registro do tratado perante o Secretário-geral da ONU, que emite
certificado de Registro. Sem o registro não se pode invocar o tratado perante os
órgãos das Nações Unidas.
Estrutura do tratado
+ Preâmbulo: é o enunciado das finalidades e objetivos do tratado e a enumeração
das partes contratantes.
+ Anexos: existe para que o texto, lavrado em linguagem jurídica, não se permeie por
outro gênero de linguagem como gráficos, desenhos, números.
Cláusulas
A cláusula pode ser:
Unilateral, bilateral ou plurilateral
o Unilateral – quando apenas uma das partes goza do benefício. Exemplo
China e EUA, a China pode vender o produto com alíquota zero no
mercado americano, mas os EUA não têm essa vantagem.
o Bilateral ou plurilateral – As partes gozam do mesmo benefício.
Condicional ou Incondicional
o Condicional – Quando as vantagens forem dadas a um também dá-se
ao outro.
o Incondicional – Quando se tem os benefícios da cláusula independente
de condições.
Positiva ou Negativa
o Positiva – Quando um admitir os maiores benefícios a terceiros
Estados.
o Negativa – A não existência de uma cláusula de mais favorecida. Os
Estados não impuserem maiores gravames do que aqueles que
normalmente imposto a terceiros Estados. “Não é pq é você, que terá
um acordo melhor”.
Geral ou Especializada
o Quando se aplicar a todos os produtos.
o Quando especificar os produtos ou delimitar um campo de aplicação.
Cláusula de adesão
Cláusula presente no tratado que possibilita a Estados originariamente não signatários
virem a fazer parte do tratado.
Tratados abertos – com cláusulas de adesão
Tratados Fechados – sem a cláusula
Cláusula Si Omnes
Cláusula que determina que um tratado só entrará em vigor se todos ratificarem, ou
se, um determinado número de Estados assinarem, ou quando todos os Estados
estiverem em conflito.
Em conflito (entre si) – Existem alguns tratados que só são aplicados em caso
de guerra Ex: Convenção de Genebra sobre os prisioneiros de guerra
Determinado nº de Estados ratificarem – art. 37 I, da Convenção de Cartagena
– só entrará em vigor após o 50º Estado efetuar o depósito.
Todos os Estados – Ex: MERCOSUL, Protocolo de Ouro Preto.
Cláusula Colonial
Aquela cláusula pela qual se estabelece que as disposições de um tratado se
estenderão expressamente às colônias ou que se excluirá o tratado assinado pela
Metrópole às colônias. Não existe no Mercosul, pois não há colônias.
Cláusula Federal
Aquela na qual a União recomendará a seus estados membros que cumpram, no que
deles dizer respeito, as determinações existentes no tratado assinado pela União.
Barreiras Tarifárias
+Salvaguarda – Previsto no anexo 4 do Mercosul no GAT/OMC. É necessário que
haja dano ou ameaça de dano grave pela entrada daquele produto no estrangeiro
(nexo causal).
+Medidas antidumping
Dumping Nacional – quando a empresa vende o produto abaixo do preço de custo
com o intuito de dominar o mercado.
Dumping Internacional – quando o Estado vende o produto e o preço de
exportação é menor que o preço de consumo interno.
a. Canal verde – mercadoria liberada sem verificação.
b. Canal amarelo – verificação de documentação.
c. Canal vermelho – verificação de documentação e verificação física.
d. Canal cinza – verificação da documentação física e o preço de
exportação.
+Quotas
São estipuladas determinadas quantidades de produtos que podem ser exportados.
Até uma certa quantia o valor é “X”, a partir dessa quantia é “X + Y”. Há uma sobre
tarifação.
+Barreiras técnicas
São as normas técnicas que acabam dificultando a entrada de produtos no país. Ex.
Código de Defesa do Consumidor.
+Barreiras sanitárias
São aquelas contra produtos de origem animal.
+Barreiras fitossanitárias
São contra produtos de origem vegetal
Subsídio
É o fornecimento de fundos monetários a certas empresas. Subsídios governamentais
fornecidos a empresas (comércio e indústrias) possuem o intuito de abaixar o preço
final dos produtos vendidos por tais companhias, para que estes produtos possam
competir com os produzidos em outros países a preços menores (entre outras razões,
por causa dos menores custos de mão-de-obra e de diferenças de taxas cambiais).
Os subsídios podem ser:
- Permitidos – são Gerais, irrecorríveis. Exemplo: produtos
agropecuários.
- Proibidos – são ESPECIFICOS, recorríveis. Possibilitam o acionamento
do Estado na OMC que estabelece a medida compensatório como forma de
retaliação. Ex: Questão da venda de aviões em que concorriam Brasil e
Canadá, e verificou-se que o avião brasileiro era mais barato por conter
benefícios governamentais.
Reservas
Oposição de um Estado para não aplicar uma determinada norma de um tratado que
contrarie seu ordenamento jurídico, ideologia, etc. Pode ser na assinatura, adesão,
ratificação ou quando o tratado for guardado. A adesão de uma reserva é um assunto
de soberania do governo. A reserva é uma declaração unilateral da Parte Contratante,
expressa no momento do consentimento, com o objetivo de excluir ou modificar o
efeito jurídico de uma ou mais disposições do tratado em relação àquela Parte
Contratante. Em outras palavras, a Parte, ao assinar ou ao ratificar o tratado, pode
informar às demais Partes que:
+ não se considera vinculada a uma ou mais disposições;
+ considera que certas disposições lhe são aplicáveis de uma maneira específica,
explicada no momento da reserva;
Regras:
Consentimento Unânime – Para uma reserva ser aceita todos deveriam concordar
(ex: não imposição de reservas – Protocolo de Cartagena). O problema é que
ela não impunha regras para quem não concordasse, surgindo, assim, uma
lacuna que tentou ser protegida pelas próximas duas regras.
Regra Panamericana – Para uma reserva ser aceita deve haver consentimento
unânime mas, uma só oposição seria suficiente para excluir o tratado entre
quem apresentou e quem rejeitou a reserva. Os outros Estados permanecem
inertes. Reserva Regional.
Regra das Nações Unidas – Se, a reserva disser respeito aos objetivos e regras
dos tratados, parte principal, ela poderá ser aceita por todos os Estados e, uma
única objeção será suficiente, se for em relação aos objetivos e finalidades do
tratado (parte principal), excluirá do tratado o país que apresentou a reserva.
Nas partes secundárias do tratado admite-se a reserva mesmo com a oposição
dos Estados.
A natureza da reserva modifica o tratado entre quem aceitou e apresentou a
reserva. A reserva pode ser feita a qualquer momento
Cumprimento “a priori” do Tratado
Garantia de Territórios – Inventada no século 19, por alemães. Ocupação de um
território para garantir um adimplemento já devido.
Distrato
O mesmo acordo de vontades que criou o tratado pode extingui-lo.
Ex: Liga das Nações que foi dissolvida em 46 –
Termo
Tratados que tem um prazo para existir, para estar em vigor.
Condição Resolutória
Prevista pelo tratado quando certo fato ocorrer ou determinado fato ocorrer ou não
produzir seus efeitos.
Futuro incerto
Ex: Protocolo (acordo acessório)
Caducidade
O tratado deixa de usado quando se forma um costume contra ele.
Ex: Convenção para proibição de balões para bombardeio.
Ex: Mulher não virgem quando se casa.
Guerra
Modernamente a guerra pode terminar, mas também pode suspender um tratado.
Existem alguns tratados que entram em vigor exatamente se houver conflito.
Rompimento de Relações Diplomáticas
Ex: Acordo de equilíbrio cultural (intercâmbio)
Alguns tratados necessitam de relações diplomáticas
Denúncia Unilateral
Um Estado comunica a outro ou outros a intenção de retirar-se do mesmo.
Não tem efeitos imediatos. Salvo disposição em contrário (se não tem esta, o efeito se
produz 1 ano e 1 dia depois)
Manifestação expressa.
Fato de Terceiro
As partes contratantes delegam à um terceiro poder para determinar um tratado.
Novo Tratado
O novo tratado é mais abrangente.
Ex: Proibição de guerra é substituída pela Carta da ONU.
Efeitos de Terminação
O tratado enquanto válido continua produzindo as suas normas jurídicas, e, não há
como anular esses efeitos já produzidos.
Cumprimento dos Tratados
Nação
Pessoas com as mesmas crenças, aspirações, objetivos, convicções e não
necessariamente a mesma religião – não se confunde com a ideia de raça, cor.
Passa a ter outro ingrediente, o “político”.
Originou de uma forma insuspeita, através dos desastres do século III, decisões
equivocadas e acontecimentos trágicos.
Ao invés de atacar as fronteiras (império romano), passaram a defende-las.
A ideia de nação é uma verdade construída.
Nacionalidade
Princípio da nacionalidade: cada nação deveria se constituir um estado
Princípio da autodeterminação dos povos:
Princípios do tratamento às minorias:
Nação como elemento de identificação do Indivíduo em relação ao Estado:
-Princípio de territorialidade da Lei “Sub qua leges vivis”: sob qual vc vive? Com a
resposta, aplicava a nacionalidade, não de onde vem, mas de onde vive.
- Apátridas (Heimatlós):
- Polipátridas:
- perda de nacionalidade
Se dá pela renúncia da nacionalidade, e há duas exceções:
- reconhecimento pela CF que o brasileiro pode ter mais de uma nacionalidade
- renúncia tenha sido motivada para a garantia dos direitos civis (para não se
prejudicar em outra nacionalidade, por ser forçado a adquirir outra nacionalidade)
- pode readquirir, mediante petição ao presidente da república
Extradição: Pedido que um Estado faz a outro Estado, que entregue alguém que teria
cometido um crime naquele Estado e que mora neste Estado.
Princípios gerais:
1° Princípio: Só se extradita, se houver tratado de extradição ou princípio de
reciprocidade.
2° Princípio: A pena abstratamente considerada não pode estar prescrita em nenhum
dos dois Estados.
3° Princípio: Tem que ser crime nos dois estados.
4°Princípio: Não se extradita por crime de opinião, de caça e de pesca, nem tão pouco
por crime político e de opinião. Salvo terrorismo (amoral, imprevisível e psicológica)
5º Princípio: Só é extraditado uma vez, de preferência do País de sua nacionalidade.
Ótica do DIP
5. Estabelecimento de uma população em um território Ex. Roma, Atenas,
Esparta, Libéria (formada por escravos libertos dos EUA).
6. Sublevação: o povo se levanta para tomar as armas e se separar (guerra da
independência). Ex: Brasil, EUA.
7. Separação ou secessão: é pacífica, tranquila. Ex. Tchecoslováquia e União
Soviética.
8. Fusão: União de dois ou mais países. Ex. Grã-Bretanha, Itália.
Intervenção coletiva
A carta das nações unidas permite uma ação coletiva interventora promovida pelo
Conselho de Segurança em caso de ameaça à paz, ruptura da paz ou atos de
agressão. Exemplo disso são “as boinas azuis” da das Nações Unidas.
a.3 Confederações
União de dois ou mais estados que mantendo sua autonomia e parcela de sua
independência que delegam ao Estado Central poder de sua soberania externa
relacionados a sua defesa, relações exteriores e moeda. Não tem exército.
Temporária, ainda que de prazo indeterminado, pois tende ou a se transformar
em uma Federação, ou tornar os Estados membros independentes.
a.4 Federações
União de dois ou mais estados que mantendo maior ou menor autonomia
delegam ao governo central, denominado União, seus poderes ligados à
independência.
Características:
- baseado em um tratado;
- O Estado protegido conserva, até certo ponto, a qualidade da pessoa
internacional;
- o exercício da soberania externa cabe ao estado protetor, bem como o
de certos direitos dependentes da soberania interna;
- o estado protegido não é obrigado a participar das guerras do protetor;
- não é obrigado a respeitar os tratados do protetor;
b.3 Tutelados
Antigos Estados sob mandato, ficam sob tutela até se tornarem independentes. É
sempre a ONU quem tutela um estado, mas pode ser intervido por outro Estado.
Reconhecimento de Estado
É o ato pelo qual os Estados já existentes constatam a existência de um novo membro
da Sociedade Internacional. Via de regra ocorre a pedido de um Estado que surgiu.
Tal instituto teve importância fundamental até meados do século passado, sendo
considerado por muitos autores como elemento imprescindível para a caracterização
do Estado.
O reconhecimento de Estado é discricionário de conveniência e oportunidade.
Reconhecer um novo Estado é dar-lhe os mesmos direitos em relação à sociedade
internacional.
Natureza Jurídica
A natureza do reconhecimento de Estado é um tema sobre o qual a doutrina não tem
consenso. Para a maior parte, tem efeito declarativo, sendo um ato unilateral, mas
existe a corrente contrária conhecida como tese atributiva para a qual o
reconhecimento é um ato bilateral pelo qual aos Estados é atribuída por consenso
mútuo personalidade internacional. Essa segunda corrente distingue o nascimento
histórico do nascimento da pessoa internacional.
Portanto são três correntes:
1. Teoria constitutiva ou atributiva
2. Teoria Declaratória
3. Teoria mista: Por um lado o reconhecimento constata um fato, mas por outro
lado é a partir desse reconhecimento que se estabelece uma relação de
direitos com o Estado nascituro.
Requisitos
1. Possuir governo independente e autônomo.
2. O governo deve ter autoridade efetiva em seu território.
3. Deve possuir território delimitado.
Características
Considerando a corrente majoritária (do efeito declaratório):
1. Unilateral.
2. Irrevogável – embora não seja perpétuo pois o Estado pode vir a perder seus
elementos constitutivos e deixar de existir.
3. Discricionário – O Estado reconhece outro quando bem entender.
4. Retroativo – Pois o reconhecimento é apenas uma constatação de uma
situação de fato.
Formas de reconhecimento
Pode ser expressa ou tácita, e ambas podem ser individuais ou coletivas.
1. Reconhecimento Tácito (Faz objeto de uma declaração explícita, numa nota,
num decreto, num tratado.):
a. Individual: Envio ou recepção de agentes diplomáticos
b. Coletivo: Quando diversos Estados assinam um tratado que não aborda
o reconhecimento e do qual faz parte o Estado reconhecido, este será
reconhecido tacitamente pelos outros.
2. Reconhecimento Expresso (Resulta implicitamente de algum ato que torne
aparente o tratamento de novo Estado como membro da comunidade
internacional):
a. Individual: Um estado por um ato qualquer reconhece expressamente a
existência de outro. Pode ser de três formas:
i. Tratado de amizade
ii. Tratado de reconhecimento
iii. Notas diplomáticas unilaterais
b. Coletivo: Celebração de tratado de vários Estados reconhecendo o
Estado em questão.
Princípios:
2. Desde que a mãe-pátria tenha reconhecido o novo Estado, este poderá ser
logo reconhecido pelos demais membros da comunidade internacional.
3. Se tratar-se de Estado surgido por outra forma. Ele poderá ser reconhecido
logo que apresente todas as características de um Estado perfeitamente
organizado e demonstrar, por atos, sua vontade e sua capacidade de observar
os preceitos do direito internacional.
Beligerância e Insurgência
Qual o momento para reconhecer um novo estado? Haverá elementos para
reconhecer principalmente em caso de sublevação. O problema está em reconhecer
os Estados formados por sublevação, pois se exime a pátria mãe da responsabilidade.
Geralmente só se reconhece quando a pátria mãe os reconhece.
Beligerância > Insurgência.
Beligerância
O DI admite alguns atos que possam proceder ao reconhecimento de um Estado como
tal, dentre eles, figura em primeiro lugar o reconhecimento como beligerante. Tal ato,
embora não seja suficiente, de per si, para a finalidade de reconhecimento, significa
que passará o beligerante a desfrutar das regras de direito internacional aplicáveis nos
casos de neutralidade.
Situações
Quando uma parcela do território pega nas armas e quer se separar.
Quando uma facção quer derrubar o governo
É uma guerra civil de direitos.
Requisitos
1. Revoltosos dominem efetivamente uma porção do território.
2. Impondo sua própria lei.
3. Respeito às leis internacionais (propriedade, comércio, guerra, processual).
4. Forças armadas estejam constituídas conforme o molde e a hierarquia militar.
Insurgência
Quando uma insurreição assume proporções de guerra civil, pode-se reconhecer o
caráter jurídico desta. Esse estado de fato, poderá ser reconhecido por governos
estrangeiros. O seu reconhecimento não confere propriamente direitos especiais aos
insurretos, mas produz certos efeitos.
O reconhecimento de insurgência diz que o Estado não pode se responsabilizar pela
sua segurança naquela região.
Tem as características de estado de insurgência mas é uma guerra civil de fato. Quem
reconhece essa situação á a pátria mãe ou o governo. É menos que beligerância falta
algum de seus efeitos. O Estado atesta que é incapaz de proteger os estrangeiros.
Também são prisioneiros de guerra (leis internacionais), mas não possuem os outros
direitos. Exemplo: FARC.
Efeitos:
1. Eles não poderão ser tratados como piratas ou bandidos pelos governos que
os reconheçam.
2. A mãe-pátria (ou governo legal), se os reconhece, deverá tratar como
prisioneiros de guerra os que caírem em seu poder.
3. Nesta mesma hipótese, os atos dos insurretos não comprometerão,
necessariamente, a responsabilidade da mãe-pátria (ou do governo legal).
Reconhecimento de Governo
Nesse caso, o Estado já existe, mas torna-se necessário o reconhecimento do
governo quando há ruptura na ordem política do Estado, em que há violação do
sistema constitucional do Estado. A pratica internacional não considera a existência de
obrigatoriedade de qualquer Estado reconhecer o governo de outro Estado. Sempre é
um critério político: ato de conveniência e oportunidade. O reconhecimento do novo
governo não importa no reconhecimento de sua legitimidade, mas significa apenas
que este possui, de fato, o poder de dirigir o Estado e o de representá-lo
internacionalmente.
Formas de governo
O governo pode ser de fato ou de direito.
1. De fato: nesse caso há ruptura do poder através de meios inconstitucionais. A
autoridade é mantida pela força.
2. De direito: Nesse caso a mudança é constitucional. Os órgãos previstos
naquela constituição permanecem.
Requisitos
1. Efetividade: Deve-se verificar se o governo contém o controle da máquina
administrativa e apoio da população.
2. Cumprimento das obrigações internacionais assumidas pelo governo. Devido
ao Princípio da Continuidade do Estado.
3. O novo governo deve respeitar as normas de Direito Internacional.
Doutrinas:
1. Norte-americana
a. Respeito às leis internacionais
b. Governo oriundo da vontade popular claramente manifestada
2. Pan-americana
a. Respeito às leis internacionais
b. Governo oriundo de vontade popular claramente manifestada
c. Governo Estável
3. Tobar
a. Criada pelo equatoriano Tobar que disse que não se deve reconhecer
nenhum governo enquanto este não promover eleições livres e
democráticas
4. Quatro liberdades
Faz parte da Declaração dos Direitos do Homem de 1948.
Surge no inter guerras
Foi criada em um tempo tempestuoso, os valores estavam em crise.
O capitalismo prega a livre iniciativa, há a busca pela expansão de mercados.
Com o surgimento da doutrina nacional socialista que tinha uma ideia de
equilíbrio, com acordos bilaterais. Era permitida a venda apenas do que se
podia comprar. Havia um equilíbrio financeiro, com o equilíbrio parecia que a
democracia ia desaparecer. Então Roosevelt criou as quatro liberdades:
Formas de reconhecimento
São as mesmas do reconhecimento de Estado: Tácito ou Expresso, Individual ou
Coletivo.
Efeitos
6. Quanto aos tratados
7. Quanto às obrigações financeiras
8. Quanto ao domínio (bens públicos)
9. Quanto à nacionalidade
10. Quanto à legislação internacional
Anexação parcial
+Tratados: deixam de ser aplicados na porção anexada salvo os tratados reais
(tratam de limites).
+Obrigações financeiras: se as dúvidas forem gerais o Estado anexante arcará
estas dívidas na proporção do número das habitantes da região anexada, se for dívida
local, o Estado anexante arcará com a totalidade da dívida do Estado anexado.
+ Bens públicos: passam ao Estado anexante.
+ Nacionalidade: passa por direito de opção ao habitante do território anexado de
manter sua antiga ou ter a nova nacionalidade como estrangeiro. Limitações como
estrangeiro e nem sempre respeitado – xenelasia: expulsão de habitantes de outras
nacionalidades.
+ Legislação: a legislação interna será aplicada a porção anexada. Há exceções,
quando a França retoma a Alsácia-Lorena da Alemanha em 1919, que tinha legislação
mais avançada o efeito foi inverso.
Anexação Total
O estado desaparece. Ex. unificação da Alemanha.
+ Tratados: Os efeitos com relação aos tratados desaparecem todos, inclusive os
reais.
+ Obrigações financeiras: o estado anexante arca todos os débitos.
+ Bens públicos: passam para o anexante
+ Nacionalidade: Desaparece a antiga nacionalidade, ficando apenas a do
anexante.
+ Legislação: Lentamente, vai se aplicando a legislação do Estado anexante ao
anexado.
Fusão
+ Tratados: São respeitados apenas os tratados reais.
+ Obrigações financeiras: Os débitos e créditos do Estados que se fundem passam
ao estado resultante da fusão.
+ Bens públicos: passam ao estado resultante da fusão.
+ Nacionalidade: a nacionalidade dos Estados que se fundem desaparece,
tornando-se nacionais do Estado que resulta.
+ Legislação: lentamente será criada uma legislação comum.
Direito à liberdade
Direito à liberdade
Autonomia interna – soberania interna.
Independência – Soberania externa.
Autonomia/soberania interna
Direito de organização política
Direito de legislação
Direito de jurisdição.
Direito de domínio.
Independência/soberania externa
Direito de celebrar tratados e/ou convenções
Direito de ligação ou representação política.
Direito de fazer a guerra (in belo e a belo, na guerra e à guerra) e celebrara a
paz.
Direito de igualdade.
Direito de respeito mútuo.
Capitulações
Já é extinto. O regime das capitulações determinava a concessão ou o
reconhecimento de certas imunidades, faculdades especiais de jurisdição, e, às vezes,
atribulações policiais aos cônsules dos países a cujos nacionais se aplicava.
Render-se incondicionalmente – capitulações de um estado mediante a legislação de
outro. Ex. brasileiro dá um tiro em um chinês na China. Irá ser julgado na China por
BR de acordo com a lei BR.
Restrições do direito de propriedade
São garantias, servidões ou arrendamentos de territórios.
São direitos plenos: usar, fruir, dispor e reivindicar de quem estiver detendo a
coisa.
Garantias
Resultam de tratados. Se for caso de hipoteca, torna-se pública com o tratado que a
instituiu. A inexecução da dívida hipotecária não acarreta a venda mas a anexação
pelo Estado credor.
Servidões
São restrições estabelecidas pela própria vontade do Estado. Pode consistir no uso do
território (servidões positivas) ou na restrição de exercer o poder territorial em toda sua
extensão (servidões negativas). As servidões positivas consistem, por exemplo, em
reconhecer a um estado o direito de manter tropas em seu território, realizar pescaria
em águas de exclusiva jurisdição, etc. As servidões negativas consistem, por exemplo
em proibição de fortificação de uma cidade, na interdição de estabelecimento de bases
navais, etc.
Arrendamento de territórios
Consistem na cessão a título oneroso e por certo prazo da jurisdição sobre
determinados territórios, cuja soberania continua a pertencer ao Estado cedente. Ex.
novos territórios de Hong Kong eram arrendamentos da Inglaterra.
Co-soberania
São chamados de condomínio. São os casos em que há partilha das atribuições da
soberania ou o exercício da competência de cada potência soberana em momentos
diferentes.
Neutralidade permanente
Situação reconhecida a um Estado que se compromete, de maneira permanente, a
não fazer guerra a nenhum outro, salvo para defesa própria contra agressão sofrida.
Distingue-se, pois, da neutralidade temporária, que existe apenas em tempo de guerra
e constitui uma situação de fato, relativa e acidental.
Deve ser garantida ou, ao menos, reconhecida por outros Estados. A garantia
acarreta, para os Estados que a concedem, a obrigação de defender e, portanto
assegurar a integridade e a inviolabilidade do Estado a que se aplica. O
reconhecimento implica, pelo menos, o dever de não violar tal neutralidade.
Domínio Terrestre
Formado pelo solo e subsolo do Estado. Poderão ser naturais (arcifínios) que
acompanham acidentes geográficos ou artificiais (intelectuais ou matemáticos) surgem
habitualmente com linhas astronômicas, como um paralelo ou um meridiano.
Delimitação – significa a descrição do limite ou fronteira, feita, em geral, num tratado
ou convenção, ou resultante de acordo tácito ou de alguma sentença arbitral. A
execução, no terreno, do que foi assim descrito ou determinado toma geralmente o
nome de demarcação.
Fronteiras é a faixa de terra que acompanha o limite.
Medidas, podem ser “ad mensuram” e “ad corpus”.
Limites
Linhas secas: (Artificial) Linha imaginaria entre dois pontos, demarcada por
marcos.
Marcos: (Artificial)
Acidentes Geográficos: (naturais)
o Montanhas
Cumeadas (linha imaginária no cume da montanha, para regiões
secas)
Divisor de águas (para qual lado as águas vão correr, suscetível
a ampliar/reduzir território)
o Rios
Margem
Média fluvial (linha imaginária no meio do rio)
Linha de Talvegue (parte mais profunda do rio)
o Lagos
Prolongamento das margens
Margens
Montanhas
Nas montanhas dois critérios podem ser adotados como limites:
1. Cumeadas ou Máximas Alturas - Traça-se um limite no cume das
montanhas. Por exemplo entre Chile e Argentina ou Europa e Ásia.
2. Divisor de águas ou Partilha das águas - Para onde a água corre, lá
será o limite. Se chove para o lado que corre é para onde pertence.
Importante para saber até onde se aplica a legislação do país.
Rios
Se a linha divisória do rio separa territórios de dois Estados distintos:
Ou o rio pertence integralmente a um destes e, portanto, é indiviso.
Ou o rio é comum a ambos os países ribeirinhos
Ou o limite divide o rio em duas partes
O primeiro caso é mais raro. Houve um exemplo até 1909. O rio Jaguarão que fazia
divisa entre Brasil e Uruguai pertencia integralmente ao Brasil. Após 1818, foi adotada
como critério a média fluvial (para rios não navegáveis).
No segundo caso o rio em toda sua largura forma a fronteira e suas águas
permanecem em condomínio.
No terceiro caso (que é o mais comum) o limite segue uma linha que divide o rio em
duas partes. Essa linha pode ser a média fluvial, a linha equidistante das margens ou
o canal mais profundo do rio (Talvegue).
Em rios não navegáveis, adota-se ordinariamente como limite a linha da meia
distância ou linha mediana. Nos rios navegáveis adota-se geralmente a do Talvegue.
Quando o rio tem dois canais navegáveis, o talvegue é o que na média, apresenta
maior profundidade ou maiores facilidades à navegação dos navios de maior calado.
Se a profundidade é a mesma deve-se escolher como divisa a linha mediana do rio.
Se estes se acham ambos na mesma metade do rio adota-se como fronteira aquele
que estiver mais próximo da linha mediana.
Quando o rio apresenta insensíveis desvios, o limite os acompanha.
Se a mudança é perceptível o rio abandona repentinamente o leito por onde corria e
abre caminho através do território de um dos dois Estados ribeirinhos, a doutrina
admite que a fronteira continue onde estava.
Ilhas
Situadas em rios limítrofes pertencem, naturalmente ao Estado dentro de cujos limites
de encontram
Quando o limite adotado é o de meia distância e a ilha ou ilhas se encontram sobre a
própria linha, elas serão partilhadas de acordo com esta.
Se no entanto, as ilhas se unem à terra firme do Estado elas passarão a pertencer ao
Estado cuja margem tenham adquirido.
Se, por ação natural duas ilhas de domínios diferentes se unem e formam um só
domínio, a ilha deve ser atribuída ao Estado em cujo lado se achar, de acordo com a
linha do talvegue.
Se existe alguma ponte sobre rio limítrofe ela é estabelecida na seção média
transversal entre os dois encontros da ponte.
Domínio Fluvial
Rios
Nacionais
Internacionais
Sucessivos
Paralelos
Nacionais
São aqueles cujo leito corre inteiramente dentro do território de determinado Estado.
Este exerce plena soberania, não tendo obrigações de conceder direito de passagem
inocente a embarcações estrangeiras.
Internacionais
São os que cruzam diversos Estados. Podem ser contíguos quando correm pela
fronteira dos Estados, como o rio Paraná – a divisão é feita pelo talvegue ou, no caso
desse não poder ser estabelecido, pelo ponto médio entre as duas margens; ou
podem ser sucessivos quando seu leito atravessa o território de diversos Estados
sucessivamente. Cada Estado exerce plena soberania sobre o leito do rio enquanto
dentro de seu território.
Navegação
A livre navegação nos rios internacionais é a tendência cada vez mais favorável,
embora subordinada sempre a certas precauções em favor dos Estados ribeirinhos.
É provocada pelas conveniências da solidariedade internacional ou dos interesses da
reciprocidade.
Ainda que reconhecida pelo Estado pode ser negada em casos de guerra.
O Brasil sempre sustentou, em documentos oficiais, que a liberdade de navegação
nas partes dos rios que atravessam o território nacional pertence exclusivamente ao
Brasil e que só este competiria, quando lhe parecesse oportuno, abri-las ao comércio
e navegação de outros Estados.
A concessão da liberdade não implica para o Estado que a dá o abandono de seus
direitos de jurisdição e de polícia
Restrições:
1. Cabotagem – reservada aos navios mercantes nacionais
2. Navio de guerra – exclui os navios de guerra estrangeiros da faculdade de
entrar ou navegar nos rios abertos à navegação estrangeira, salvo
consentimento prévio.
Domínio marítimo
O domínio marítimo é proteger o mar que pertença ao Estado. Distância até onde
alcança o tiro de canhão: 350 m. Iniciou-se nos países baixos, pois está abaixo do
nível do mar, e com isso foi construído diques para conter o avanço do mar.
Pesca
Pertence, em tese, exclusivamente ao Estado dentro de cujos limites a mesma se
realize. Dentre os limites está a obrigação de evitar a pesca que prejudique os demais.
Mar territorial
É a faixa marítima à costa de um território e que se estende até certa distância da dita
costa.
Plataforma continental
Zona imersa que declina suavemente, a começar da praia até o talude continental, e
que, por convenção, se estende até à isóbara de 200m (embora nem sempre o talude
se apresente a partir dessa profundidade). A plataforma continental era um
prolongamento do continente em 200 milhas e 400 de profundidade.
Zona contígua
Parte do alto-mar contígua ao mar territorial e sobre a qual o Estado ribeirinho pode
exercer controle e vigilância para prevenir infrações aos seus regulamentos
alfandegários, fiscais, sanitários e imigratórios, bem como punir as infrações a esses
regulamentos cometidas no seu território ou no seu mar territorial. Tal poder de
controle não modifica, porém, o regime jurídico das águas sobre as quais se exerce, e
que continuam sendo parte integrante do alto-mar, não estando submetidas à
soberania do Estado ribeirinho.
Passagem inocente
As águas internas dos Estados são consideradas como sendo território marítimo ou
mar nacional. Todavia, o Estado costeiro deve conceder aos navios estrangeiros civis
e mercantis à total liberdade de acesso aos seus portos, salvo quando a presença
destes possa provocar distúrbios da ordem ou ameaça à saúde pública.
Isso não vale para navio de guerra, que necessitam de autorização expressa do
Estado hospedeiro.
Obs: O direito de passagem inocente não significa que o Estado ribeirinho não possa
adotar medidas para sua segurança, ordem pública e interesses fiscais.
Mares internos
São vastas porções de água salgada cerceadas de terras, com (fechado) ou sem
(aberto) comunicação para o mar livre.
Se for fechado e dentro de um mesmo Estado, pertence a este.
Se for fechado e envolvido por Estados diferentes, pertence aos mesmos com as
devidas divisões por eles estipuladas.
Canais marítimos
São estreitos artificiais, abertos no território de um ou mais Estados, estando sujeitos à
soberania dos mesmos. Na prática, no entanto, os principais canais marítimos são
subordinados a regimes internacionais.
Identificação do Navio
Nacionalidade
Porto de Inscrição: é o “domicilio” do navio escrito na polpa.
Nome: não pode haver homônimo no porto de inscrição. Tem que ter
diferencial. O nome está presente em todos os documentos.
Tonelagem: diz respeito ao tamanho do navio.
Base do Navio
+ Pirata: rouba de todos os navios que encontrar e dividem entre eles os lucros.
+ Corsários: são os que roubam de todos exceto de uma bandeira que dividem com
eles o saque.
+ Bucaneiros e Flibusteiros: caçadores de peles humanas. A guerra do Corso (1867).
Domínio aéreo
Espaço aéreo
Convenção de Chicago
Liberdades do ar
1. Convenção de Varsóvia
2. Convenções de Chicago
3. Protocolo de Montreal
Convenção de Varsóvia
Diz respeito à responsabilidade do transportador em caso de acidentes causados por
falha técnica, mecânica ou humana. Deu origem à “caixa-preta” que serve para
identificar a responsabilidade do acidente aéreo.
Convenções de Chicago
Compõe-se de três convenções:
1. Instituiu uma organização internacional objetivando estabelecer as regras para
aviação: OACI – Organização da Viação Civil e Comercial.
2. Promoveu a uniformização das regras de transporte aéreo estabelecendo cinco
liberdades: duas referentes a liberdade de sobrevoo e escala técnica e três
referentes aos direitos de embarque e desembarque.
3. Estipulou a nacionalidade das aeronaves que é determinada pelo seu registro
de matrícula.
Protocolo de Montreal
As partes acordam que qualquer Estado pode interceptar aeronaves que adentrem em
seu espaço aéreo. Seja civil ou militar, devem força o pouso, jamais abater.
Liberdades do ar
1) Direito de Sobrevoo – Semelhante ao direito de navegação inocente. Apenas as
empresas comerciais e particulares podem usufruir deste direito.
Observações
IATA – Associação dos transportes aéreos internacional – fazem parte as sociedades
privadas e as agências de turismo.
ICAO – Organização da aviação civil internacional.
Direito do espaço
1967- Tratado sobre a exploração da Lua e demais corpos Celestes. Segundo esse
tratado a exploração fora da Terra serão feitas para o bem e proveito da humanidade.
Determinava que a exploração e o uso do espaço cósmico, inclusive da Lua e demais
corpos celestes, só deveria ter em mira o bem e interesse de todos os países,
qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico e científico, e são
incumbência de toda a humanidade.
Em 1969, os EUA colocaram sua bandeira na lua, afirmando ser uma marca do
homem, e não de posse. Em tese violaram o tratado que previa que a Lua e demais
corpos celestes, não poderiam ser objeto de apropriação nacional por proclamação de
soberania.
Princípios
a) Competência do estado de matrícula: o estado que inscreveu seu nome em um
objeto lançado ao espaço, conserva-o, bem como seus tripulantes.
b) Obrigação de cooperação e assistência mútua
c) Responsabilidade: cada estado é internacionalmente responsável pelas atividades
espaciais conduzidas a partir do seu território.
d) Resolução de conflitos:
Tratado da Lua
Celebrado em 1979, estabelece que a Lua só poderá ser utilizada para fins pacíficos,
proibindo-se a colocação de engenho nucleares ou de qualquer arma de destruição
em massa. Tal tratado foi celebrado quando os EUA queriam implantar o projeto
Guerra nas Estrelas.
Telecomunicações espaciais
A humanidade assistiu ao longo do século XX várias evoluções tecnológicas que
permitiram a conquista do espaço. Os satélites de telecomunicações são, talvez, os
maiores frutos dessa conquista.
1° Fase da evolução:
- rádio usado como instrumento de poder e dominação;
- as telecomunicações serviam à ideologia do Estado;
- comunicação telefônica entre continentes feita por cabos submarinos;
2°Fase da evolução:
- conquista do espaço;
- tecnologia de satélites geoestacionários;
- monopólio do Estado para comunicação via satélite;
3° Fase da evolução
- surgimento da Internet, inicialmente monopolizada e financiada pelo Estado;
- democratização do conhecimento pela internet;
- perda do monopólio e controle do conhecimento pelo Estado;
Antártida
1958 – Tratado da Antártida: documento assinado pelos países que reclamavam a
posse de partes do continente da Antártida, em que se comprometeram a suspender
as suas pretensões por um período de 25 anos, permitindo a liberdade de exploração
científica do continente, num regime de cooperação internacional. O tratado possuia
um regime jurídico que estendia a outros países, além dos 12 iniciais, a possibilidade
de se tornarem partes consultivas nas discussões que regiam o "status" do continente
quando, demonstrando o seu interesse, realizando atividades de pesquisa científica
substanciais com bases permanentes no continente. O Brasil aderiu a este Tratado em
1975.
Após os 25 anos houve mudanças de pensamento da sociedade internacional, tendo
em vista a riqueza biológica da Antártida, e principalmente por ela ser a maior reserva
de água potável do mundo. Assim, os Estados adiaram qualquer reivindicação de
território sem data de volta.
Blocos Econômicos
Blocos Econômicos são reuniões de países que têm como objetivo a integração
econômica e/ou social.
Artigo 26 GAT - Os Estados celebram entre si acordo pelo qual estabelecem que
haverá uma livre circulação de bens no âmbito desse acordo, em detrimento de
produtos advindos de outros Estados.
Artigo 24 GAT – Território aduaneiro, todo território que aplique uma tarifa ou norma
diferenciada. Há uma zona primária e uma zona secundária dentro do território
aduaneiro. Para que o produto não pague tarifação é preciso ter um certificado de
origem.
União aduaneira
Compreende uma área de livre comércio, mas vai além ao estabelecer no bloco uma
relação a terceiros que seus produtos ingressaram no bloco a uma mesma alíquota –
Tarefa externa comum (hoje a média é de 14%). Não importe aonde chega e nem de
onde vem o produto.
Até aqui tem-se a intergovernabilidade (chamada regra do consenso) – se todos
concordam vai ser aplicado.
Mercado Comum
Compreende a união aduaneira mas vai além. Haverá uma livre circulação de pessoas
com um a haverá uma harmonização entre as legislações com uma livre circulação de
serviços.
1. Livre circulação de bens.
2. Livre circulação de capitais.
3. Livre concorrência.
4. Livre circulação de pessoas (Criação de um Passaporte comum).
5. Livre circulação de serviços – exercer livremente a profissão.
União política
Há a criação de um exército único. Há uma nova configuração do Estado, é um Estado
Região.
ANEXOS
O Parlamento do Mercosul
(DECRETO Nº 6.105, DE 30 DE ABRIL DE 2007)
É o órgão democrático de representação civil da pluralidade ideológica e política dos
povos dos países membros do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e
Venezuela (este último se encontra em processo de adesão). Criado legalmente em 9
de dezembro de 2005, começou a funcionar em 7 de maio de 2007. O Governo
brasileiro ratificou o citado Protocolo em 23 de novembro de 2006. O Protocolo entrou
em vigor internacional em 24 de fevereiro de 2007.Localizado em Montevidéu, no
Uruguai, a Câmara Legislativa será integrada por 90 deputados, 18 de cada país-
membro. Em uma primeira etapa seus membros foram escolhidos entre os integrantes
dos parlamentos nacionais e em sua etapa definitiva, a partir de 2010, os
representantes serão eleitos por voto direto e simultâneo dos cidadãos seguindo o
critério de representatividade civil. O Parlamento estará integrado por representantes eleitos
por sufrágio universal, direto e secreto, conforme a legislação interna de cada Estado Parte e
as disposições do presente Protocolo;
+São propósitos do Parlamento:
1. Representar os povos do MERCOSUL, respeitando sua pluralidade ideológica e política.
2. Assumir a promoção e defesa permanente da democracia, da liberdade e da paz.
3. Promover o desenvolvimento sustentável da região com justiça social e respeito à diversidade cultural
de suas populações.
4. Garantir a participação dos atores da sociedade civil no processo de integração.
5. Estimular a formação de uma consciência coletiva de valores cidadãos e comunitários para a
integração.
6. Contribuir para consolidar a integração latino-americana mediante o aprofundamento e ampliação do
MERCOSUL.
7. Promover a solidariedade e a cooperação regional e internacional.
ISO 9000
É um conjunto de normas que formam um modelo de gestão da qualidade para
organizações que podem, se desejarem, certificar seus sistemas de gestão através de
organismos de certificação. Foi elaborada através de um consenso internacional sobre
as práticas que uma empresa pode tomar a fim de atender plenamente os requisitos
de qualidade do cliente. A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas pelas empresas
a serem certificadas, a própria empresa é quem estabelece as metas a serem
atingidas. Fez as multinacionais irem buscar mão-de-obra barata em países de
terceiro mundo, mantendo a qualidade e aumentando o lucro.
A China atrai também muitas empresas, principalmente dos EUA, por ter mão-de-obra
muito barata e abundante. Por isso, os EUA deixam que exista uma cláusula da nação
mais favorecida unilateral por parte da China, pois pra ele é mais barato ter empresas
la e importar, do que manter empresas no próprio EUA.
GATT
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (em inglês, General Agreement on Tariffs
and Trade, GATT), foi estabelecido em 1947, tendo em vista harmonizar as políticas
aduaneiras dos Estados signatários. Está na base da criação da Organização Mundial
de Comércio. É um conjunto de normas e concessões tarifárias, criado com a função
de impulsionar a liberalização comercial e combater práticas protecionistas, regular,
provisoriamente, as relações comerciais internacionais
OMC
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização internacional que
supervisiona um grande número de acordos sobre as "regras do comércio" entre os
seus estados-membros. Foi criada em 1995 sob a forma de um secretariado para
administrar o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), um tratado comercial que
criou muito da fundação para a OMC. Atualmente inclui 150 países. A OMC tem sido
utilizada para promover uma extensa série de políticas relativas ao comércio,
investimentos e desregulamentações que exacerbam a desigualdade entre o Norte e o
Sul, entre os ricos e pobres dentro dos países. A OMC executa cerca de vinte acordos
comerciais diferentes,
Rodada de Doha
A rodada de Doha das negociações da OMC visa diminuir as barreiras comerciais em
todo o mundo, com foco no livre comércio para os países em desenvolvimento. As
conversações centram-se na separação entre os países ricos, desenvolvidos, e os
maiores países em desenvolvimento (representados pelo G20). Os subsídios agrícolas
são o principal tema de controvérsia nas negociações.
A rodada de Doha começou em Doha (Qatar), e negociações subseqüentes tiveram
lugar em: Cancun (México), Genebra (Suíça) e Paris (França).
Mandatos de Doha
Acesso a Mercado em Bens Não Agrícolas: o mandato de Doha estabelece
que as negociações de acesso a mercados se concentrarão no tratamento dos
picos tarifários, altas tarifas, escalada tarifária e barreiras não tarifárias. O
mandato diz que a cobertura das negociações será ampla sem exclusões, a
priori, e que as necessidades e interesses especiais dos países em
desenvolvimento e dos menos desenvolvidos (LDCs) serão levados em
consideração.
Agricultura: o mandato de Agricultura é fruto de um árduo exercício de
compromise solution, mesclando termos amplos, genéricos e ambíguos para
conciliar os diversos interesses antagônicos. Todos os pontos de interesse do
Brasil, como subsídios agrícolas, apoio interno, redução de tarifas e crédito à
exportação, estão contidos no documento, o que se não garante que eles terão
solução favorável ao menos garante que eles serão discutidos.
Serviços: preservou-se a filosofia que norteia as negociações em andamento
no Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS), afirmando que as
negociações deverão ser conduzidas com base na liberalização progressiva,
com especial ênfase nos setores de interesse dos países em desenvolvimento,
aos quais será conferida a flexibilidade para liberalizar menos setores e tipos
de transações. Estabeleceu-se que o prazo para a apresentação de pedidos
iniciais será 30 de junho de 2002 e que as ofertas iniciais devem ser
apresentadas em 31 de março de 2003, o que garante um certo paralelismo
entre as negociações de serviços e agricultura, onde as modalidades dos
futuros compromissos devem ser estabelecidas até 31 de março de 2003.
Comércio e Investimento: o mandato jogou para somente após a V
Conferência Ministerial da OMC o início das negociações sobre este tema,
caso haja consenso explícito para isso. Por hora, o Grupo de Trabalho sobre o
Relacionamento entre Comércio e Investimento analisará os temas de escopo
e definição, transparência, não-discriminação, modalidades de compromissos
de pré-estabelecimento GATS-like, disposições sobre desenvolvimento,
exceções e salvaguardas de balança de pagamentos, mecanismos de
consultas e solução de controvérsias entre os Membros. Estas discussões
embasarão um futuro marco normativo sobre o tema de investimentos que
deverá superar o Acordo de TRIMS, cujo alcance só abarca os investimentos
relacionados a bens.
Política da Concorrência: também só haverá negociações após a V
Conferência Ministerial da OMC se os membros assim acordarem por
consenso explícito. Enquanto isso, o Grupo de Trabalho sobre a Interação
entre Comércio e Política de Concorrência deverá discutir: a clarificação dos
princípios gerais de concorrência, incluindo os de transparência, não-
discriminação, devido processo e formação de cartéis; modalidades de
cooperação voluntária; apoio ao maior e progressivo enforcement de
instituições de concorrência para os países em desenvolvimento.
Compras Governamentais: o mandato de Doha estabelece negociações
sobre Transparência em Compras Governamentais, não tendo o mesmo
escopo do Government Procurement Agreement, que traz obrigações de
acesso para as partes.
Comércio Eletrônico: a Declaração referenda o Programa de Trabalho sobre
Comércio Eletrônico da OMC desenvolvido nos últimos dois anos e pede que
seja discutido o melhor arranjo institucional para dar prosseguimento às
discussões do tema na OMC. Além disso, a Declaração mantém a moratória de
tarifas sobre transmissões eletrônicas até a próxima Conferência Ministerial, o
que já era esperado.
Facilitação de Comércio: acordou-se que, se houver consenso explícito, após
a V Conferência Ministerial, haverá negociações para aumentar a
transparência e eficiência no movimento de bens nas fronteiras dos países. Por
hora, o Conselho de Bens deverá concentrar seus trabalhos na identificação
das necessidades e prioridades dos membros em facilitação de comércio,
levando em consideração os artigos relevantes do GATT 1994 (Art. V, VIII and
X).
Solução de Controvérsias: acordou-se melhorar e clarificar as disposições do
Acordo de Solução de Controvérsias, levando-se em consideração os
interesses e necessidades especiais dos países em desenvolvimento.
"Regras": os Ministros acordaram conduzir negociações com o objetivo de
clarificar e melhorar as disciplinas dos Acordos sobre antidumping, subsídios e
medidas compensatórias, preservando os conceitos básicos destes Acordos e
levando em consideração os interesses dos países em desenvolvimento.
A declaração diz ainda que representantes dos quatro países manterão reuniões
informais nas próximas semanas e estão “comprometidos e esperançosos” de que as
conversas levem a uma “conclusão exitosa da rodada até o final do ano”. Participaram
da reunião o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a representante de
Comércio dos EUA, Susan Schwab, o ministro de Indústria e Comércio da Índia,
Kamal Nath, e o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson. O grupo também
se reuniu com os presidentes de dois grupos negociadores da OMC: de Agricultura,
Crawford Falconer, e de Acesso a Mercados para Produtos Não Agrícolas, Don
Stephenson.