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Exame de Ordem

Ética Profissional
Prof. Guilherme Martins

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ÉTICA PROFISSIONAL
1. INTRODUÇÃO

Você, candidato ao XXII EXAME DE ORDEM DA OAB, deve ter se


perguntado por algumas vezes o porquê de estudar ÉTICA PROFISSIONAL para
sua preparação de prova. Ora, a resposta imediata – e até mesmo a mais óbvia
– é o fato de que o conteúdo desta disciplina corresponde a uma parcela
considerável do exame, integrando, como regra, cerca de 10 (dez) questões da
prova.
Entretanto colega, você futuro profissional da advocacia, também deve
ter em mente o objetivo mediato do estudo de Ética, pois será por meio dela
que se tornará um exímio profissional.
Nos seus futuros “combates jurídicos”, a LEI N. 8.906/94 e o CÓDIGO DE
ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB (RES. 02/2015) serão a espada e o escudo de seus
movimentos!
Então meu amigo e minha amiga, coloque isso em sua cabeça desde já,
pois esse pensamento, além de lhe conferir uma completa formação
profissional, também o auxiliará na hora da prova!
Sem mais delongas, vamos aos estudos!!!
.
.
MAS...POR ONDE COMEÇAR?

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Pessoal, a melhor maneira de iniciarmos nossa preparação é conhecendo


a própria OAB, nossa ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Em seguida passaremos ao estudo do EXERCÍCIO DA ADVOCACIA (tema
de maior índice em questões de prova), da INSCRIÇÃO NOS QUADROS DA
ORDEM, e por fim, OS PROCESSOS DISCIPLINARES.
Em relação ao nosso material, aqui vai minha primeira dica: NÃO SE
PRENDAM SOMENTE A ELE!É essencial que você habitualmente leia a LEI N.
8.906/94, o REGULAMENTO GERALDO ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB e
o novo CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB (RES. 02/2015). Essa leitura
“seca” será essencial para que você tenha um aparato normativo para
responder as questões, pois a FGV, instituição responsável em elaborar a
prova, tem uma nítida preferência por abordar os temas de ÉTICA
PROFISSIONAL a partir de uma metodologia de casos hipotéticos.
Então, pegue a CONSTITUIÇÃO FEDERAL, o ESTATUTO DA OAB e seu
respectivo regulamento e o CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA, uma caneta e seu
caderno e VAMOS LÁ!

UNIDADE I – ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA ORDEM DOS


ADVOGADOS DO BRASIL – OAB

I) ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)

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Pessoal, a regulação geral da OAB está prevista no artigo 44 da Lei n.


8906/94 e também do artigo 44 ao 61, do Regulamento Geral do Estatuto da
OAB (RGE):
Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e
forma federativa, tem por finalidade:
I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a
justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo
aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;
II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em
toda a República Federativa do Brasil.
§ 1º A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou
hierárquico.
§ 2º O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil.

A partir desses dados, podemos analisar o primeiro ponto de destaque


que poderá ser objeto de sua prova: QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA OAB?
Segundo o STF, nos autos da ADI 3.026/2006:

“A OAB não é uma entidade da Administração Indireta


da União. A Ordem é um serviço público independente,
categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas
existentes no direito brasileiro. A OAB não está incluída
na categoria na qual se inserem essasque se tem referido
como “autarquias especiais” para pretender se afirmar
equivocada independência das hoje chamadas
“agências”. Por não consubstanciar uma entidade
daAdministração Indireta, a OAB não está sujeita a
controle da Administração, nem a qualquer das suas
partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e
materialmente necessária”.

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Assim, dizemos que atualmente a natureza jurídica da OAB é uma


ENTIDADE SUI GENERIS.

FIQUE ATENTO!!
 Pelo fato da OAB prestar um serviço público, goza de imunidade tributária total em
relação a seus bens, rendas e serviços.
 O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do
pagamento obrigatório da contribuição sindical (Ex. Advogado que trabalha em Banco não
precisa recolher a contribuição do Sindicato dos Bancários).

 A exclusividade da representação dos advogados pela OAB, prevista no art. 44, II, do
Estatuto, não afasta a competência própria dos sindicatos e associações sindicais de
advogados, quanto à defesa dos direitos peculiares da relação de trabalho do profissional
empregado.

 Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e


multas. Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela diretoria do
Conselho competente, relativa a tais créditos.

 QUANTO AO TEMA “CONTRIBUIÇÕES” É NECESSÁRIO QUE ALUNO LEIA O PROVIMENTO


111/2006 DO CONSELHO FEDERALE OS ARTIGOS 55 A 61 DO RGE

E a quem incumbe promover as finalidades da OAB descritas no artigo 44


do EOAB? Ora, segundo o artigo 44, caput, do RGE, tais finalidades “são
cumpridas pelos Conselhos Federal e Seccionais e pelas Subseções, de modo
integrado, observadas suas competências específicas”.

II)ESTRUTURA DA OAB

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A OAB é formada pelos seguintes órgãos1:

1. CONSELHO FEDERAL ---- Arts. 51 a 55 EOAB e Arts. 62 a 104 RGE


2. CONSELHOS SECCIONAIS ----- Arts. 56 a 59 EOAB e Arts. 105 a 114 RGE
3. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS ----- Art. 62 EOAB e Arts.
121 a 127 RGE.
4. SUBSEÇÕES ---- Arts. 60 e 61 EOAB e Arts. 115 a 120 RGE.

Quanto ao patrimônio dos referidos órgãos, dispõe o RGE que:

Art. 47. O patrimônio do Conselho Federal, do Conselho


Seccional, da Caixa de Assistência dos Advogados e da Subseção
é constituído de bens móveis e imóveis e outros bens e valores
que tenham adquirido ou venham a adquirir.
Art. 48. A alienação ou oneração de bens imóveis depende de
aprovação do Conselho Federal ou do Conselho Seccional,
competindo à Diretoria do órgão decidir pela aquisição de
qualquer bem e dispor sobre os bens móveis.
Parágrafo único. A alienação ou oneração de bens imóveis
depende de autorização da maioria das delegações, no
Conselho Federal, e da maioria dos membros efetivos, no
Conselho Seccional.

O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é


de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante,
inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria. (art. 48 do EOAB).

Gratuito

Obrigatório

1
O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) não é órgão da OAB, e sim um órgão auxiliar do
Conselho Seccional no julgamento de processos disciplinares e para orientação e consulta
dos inscritos.
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Serviço público relevante

Disponibilidade

Aposentadoria

Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm


legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer
pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei. Eles também têm
legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e
processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na
OAB.

Outra prerrogativa dada aos Presidentes dos Conselhos da OAB e


das Subseções é a de poderem requisitar cópias de peças de autos e
documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da
Administração Pública direta, indireta e fundacional, desde que o façam
com pedido motivado e que haja compatibilidade do requerimento com as
finalidades legais, inclusive os custos da requisição deverão ser pagos.

Sob o aspecto das condutas éticas exigidas, além daquelas gerais, há


previsão expressa no novo Código de Ética e Disciplina da OAB (RES. 02/2015).
LER OS ARTIGOS 31, 32, 33 e 34.
Ainda sobre essas características gerais sobre os órgãos, é interessante
que o candidato tenha ao menos uma noção mínima acerca dos critérios de
ELEIÇÕES E MANDATOS dos respectivos membros de cada órgão.
Bom, e aqui não tem como fugir meu amigo (a) ...infelizmente a melhor
técnica será a LEITURA dos principais artigos do EOAB e do RGE que regulam o
tema. Então, vamos a eles!!
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ARTIGOS NO EOAB
 Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada
na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato,
mediante cédula única e votação direta dos advogados regularmente
inscritos.
§ 1º A eleição, na forma e segundo os critérios e procedimentos estabelecidos
no regulamento geral, é de comparecimento obrigatório para todos os
advogados inscritos na OAB.
§ 2º O candidato deve comprovar situação regular junto à OAB, não ocupar
cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar,
salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de cinco anos.

 Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que


obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos ao
conselho e à sua diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à
Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta.
§ 2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à
diretoria, e de seu conselho quando houver.

 Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se


em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho
Federal.
Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em
primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição.

 Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término,


quando:
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de
licenciamento do profissional;
II - o titular sofrer condenação disciplinar;
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias
consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da
Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser
reconduzido no mesmo período de mandato.
Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste artigo, cabe
ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente.

 Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará posse no


dia 1º de fevereiro, obedecerá às seguintes regras:

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I - será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à


presidência, desde seis meses até um mês antes da eleição;
II - o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento de, no
mínimo, seis Conselhos Seccionais;
III - até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa
completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva;
IV - no dia 25 de janeiro, proceder-se-á, em todos os Conselhos Seccionais, à
eleição da Diretoria do Conselho Federal, devendo o Presidente do Conselho
Seccional comunicar, em três dias, à Diretoria do Conselho Federal, o
resultado do pleito;
IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal
elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto
e para mandato de 3 (três) anos, sua diretoria, que tomará posse no dia
seguinte;
V – será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos
Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros.
Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, os demais
integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos.

ARTIGOS NO REGULAMENTO GERAL DO EOAB


 Art. 49. Os cargos da Diretoria do Conselho Seccional têm as mesmas
denominações atribuídas aos da Diretoria do Conselho Federal. Parágrafo
único. Os cargos da Diretoria da Subseção e da Caixa de Assistência dos
Advogados têm as seguintes denominações: Presidente, Vice-Presidente,
Secretário, Secretário Adjunto e Tesoureiro.
 Art. 50. Ocorrendo vaga de cargo de diretoria do Conselho Federal ou do
Conselho Seccional, inclusive do Presidente, em virtude de perda do mandato
(art. 66 do Estatuto), morte ou renúncia, o substituto é eleito pelo Conselho a
que se vincule, dentre os seus membros.

CAIU NO XX EXAME DE ORDEM!!!

Charles é presidente de certo Conselho Seccional da OAB. Não obstante, no curso do


mandato, Charles vê-se envolvido em dificuldades no seu casamento com Emma, e
decide renunciar ao mandato, para dedicar-se às suas questões pessoais. Sobre o
caso, assinale a afirmativa correta.
A) O sucessor de Charles deverá ser eleito pelo Conselho Federal da OAB, dentre os
membros do Conselho Seccional respectivo.
B) O sucessor de Charles deverá ser eleito pelo Conselho Seccional respectivo, dentre
seus membros.

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C) O sucessor de Charles deverá ser eleito pela Subseção respectiva, dentre seus
membros.
D) O sucessor de Charles deverá ser eleito por votação direta dos advogados
regularmente inscritos perante o Conselho Seccional respectivo.

 Art. 54. Compete à Diretoria dos Conselhos Federal e Seccionais, da


Subseção ou da Caixa deAssistência declarar extinto o mandato,
ocorrendo uma das hipóteses previstas no art. 66 do Estatuto,
encaminhando ofício ao Presidente do Conselho Seccional.
§ 1º A Diretoria, antes de declarar extinto o mandato, salvo no caso de
morte ou renúncia, ouve ointeressado no prazo de quinze dias,
notificando-o mediante ofício com aviso de recebimento.
§ 2º Havendo suplentes de Conselheiros, a ordem de substituição é
definida no Regimento Internodo Conselho Seccional.
§ 3º Inexistindo suplentes, o Conselho Seccional elege, na sessão
seguinte à data do recebimentodo ofício, o Conselheiro Federal, o
diretor do Conselho Seccional, o Conselheiro Seccional, o diretor da
Subseção ou o diretor da Caixa de Assistência dos Advogados, onde se
deu a vaga.
§ 4º Na Subseção onde houver conselho, este escolhe o substituto.

III) CONSELHO FEDERAL

É dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da


República, é o órgão supremo (máximo) da OAB, representando o último
grau recursal. Compõe-se de um Presidente, dos Conselheiros Federais
integrantes das delegações de cada unidade federativa e de seus ex-
presidentes (vitalícios).
Os ex-presidentes têm direito a voz nas sessões do Conselho, sendo
assegurado o direito de voto aos que exerceram mandato antes de 05 de
julho de 1994 ou em seu exercício se encontravam naquela data.
Segundo o RGE, são ÓRGÃOS DO CONSELHO FEDERAL:
 Conselho Pleno;

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 Órgão Especial do Conselho Pleno;


 Primeira, Segunda e Terceira Câmaras;
 Diretoria;
 Presidente.

FIQUE ATENTO!!!
Para o desempenho de suas atividades, o Conselho conta também com comissões
permanentes, definidas em Provimento, e com comissões temporárias, todas
designadas pelo Presidente, integradas ou não por Conselheiros Federais, submetidas
a um regimento interno único, aprovado pela Diretoria do Conselho Federal, que o
levará ao conhecimento do Conselho Pleno.

Nas reuniões do Conselho Federal teremos o seguinte quadro de


participantes:
 Presidente do Conselho Federal (voto de qualidade)
 Conselheiros Federais (voz e voto).
 Ex-Presidentes (tem direito a voz, salvo aqueles
contidos no art. 81 do EOAB e art. 62 § 1º do RG, que
também possui direito a voto);
 Presidente dos Conselhos Seccionais. (voz)
 Presidente do Instituto Nacional dos Advogados
Brasileiros(voz)
 Advogados condecorados com a medalha Rui
Barbosa.(voz) - A “Medalha Rui Barbosa” é a
comenda máxima conferida pelo Conselho Federal às
grandes personalidades da advocacia brasileira. A
Medalha só pode ser concedida uma vez, no prazo do
mandato do Conselho, e será entregue ao
homenageado em sessão solene.

DADOS SOBRE OS CONSELHEIROS FEDERAIS


Atualmente existem 81 (oitenta e um) conselheiros federais, isso porque cada Estado
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da Federação e o DF formam uma DELEGAÇÃO com 03 (três) membros, para um


mandato de 03 (três) anos. No exercício do mandato, o Conselheiro Federal atua no
interesse da advocacia nacional e não apenas no de seus representados diretos.
 O cargo de Conselheiro Federal é incompatível com o de membro de outros
órgãos da OAB,exceto quando se tratar de ex-presidente do Conselho Federal
e do Conselho Seccional, ficando impedido de debater e votar as matérias
quando houver participado da deliberação local.
 Na apuração da antigüidade do Conselheiro Federal somam-se todos os
períodos de mandato,mesmo que interrompidos.

Segundo o artigo 54 do EOAB, são atribuições do Conselho Federal (rol


não taxativo):

É MUITO COBRADA A LITERALIDADE DAS COMPETÊNCIAS DO


CONSELHO!

Art. 54. Compete ao Conselho Federal:

I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;


II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais
dos advogados;
III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da
advocacia;
IV - representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e
eventos internacionais da advocacia;
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os
Provimentos que julgar necessários;
VI - adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos
Seccionais;
VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave
violação desta lei ou do regulamento geral;

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A intervenção depende de prévia aprovação por dois terços das delegações,


garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo,
nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar.

VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato,


de órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao
Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o
órgão em causa;
IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos
Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral;
X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos
símbolos privativos;
XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua
diretoria;
XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos
Conselhos Seccionais;
XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento
dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com
advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de
nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;

A competência para a elaboração das listas sêxtuplas para a composição dos


Tribunais é do Conselho Federal somente quando o Tribunal tiver abrangência
NACIONAL OU INTERESTADUAL (STJ, TST E TRFs).
Para compor tais listas, exige-se ainda o exercício de atividade de advocacia
há mais de 10 (dez) anos, notório saber jurídico e reputação ilibada. Além
disso, é vedado aos membros de órgãos da OAB a inscrição no processo
seletivo de escolha das listas sêxtuplas.

CAIU NO XX EXAME DE ORDEM!!!


As advogadas Tereza, Gabriela e Esmeralda desejam integrar a lista a ser
encaminhada ao Tribunal de Justiça de determinado estado da federação, para
preenchimento de vaga constitucionalmente destinada aos advogados na
composição do Tribunal. Tereza exerce regular e efetivamente a atividade de
advocacia há 15 anos. Possui reputação ilibada e saber jurídico tão notório que a
permitiu ser eleita conselheira suplente, para a atual gestão, de determinada
subseção da OAB. Gabriela, embora nunca tenha integrado órgão da OAB, exerce,
regular e efetivamente, a advocacia há 06 anos e é conhecida por sua conduta ética e
seu profundo conhecimento do Direito. Por sua vez, Esmeralda pratica regularmente
a advocacia há 10 anos. Também é inconteste seu extenso conhecimento jurídico. A
reputação ilibada de Esmeralda é comprovada diariamente no corretíssimo exercício
de sua função de tesoureira da Caixa de Assistência de Advogados da Seccional da
OAB na qual inscrita.

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Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.


A) Nenhuma das advogadas deverá compor a lista a ser encaminhada ao Tribunal de
Justiça.
B) Apenas Tereza e Esmeralda deverão compor a lista a ser encaminhada ao Tribunal
de Justiça.
C) Apenas Gabriela deverá compor a lista a ser encaminhada ao Tribunal de Justiça.
D) Apenas Tereza deverá compor a lista a ser encaminhada ao Tribunal de Justiça.

XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos


normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de
injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;2
XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar,
previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para
criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos;
XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação
de seus bens imóveis;
XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e
na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou
interestadual;
XVIII - resolver os casos omissos neste estatuto.

Em relação às votações no âmbito do Conselho Federal, estas são


realizadas por delegação, de forma que cada Conselho Seccional terá apenas
01 (um) voto em cada sessão de julgamento. Se houver divergência entre os

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RGE - Art. 82. As indicações de ajuizamento de ação direta de
inconstitucionalidade submetem-se ao juízo prévio de admissibilidade da
Diretoria para aferição da relevância da defesa dos princípios e normas
constitucionais e, sendo admitidas, observam o seguinte procedimento:
I – o relator, designado pelo Presidente, independentemente da decisão da
Diretoria, pode levantar preliminar de inadmissibilidade perante o Conselho
Pleno, quando não encontrar norma ou princípio constitucional violados pelo
ato normativo;
II – aprovado o ajuizamento da ação, esta será proposta pelo Presidente do
Conselho Federal;
III – cabe à assessoria do Conselho acompanhar o andamento da ação.
§ 1º Em caso de urgência que não possa aguardar a sessão ordinária do
Conselho Pleno, ou durante o recesso do Conselho Federal, a Diretoria decide
quanto ao mérito, ad referendum daquele.
§ 2º Quando a indicação for subscrita por Conselho Seccional da OAB, por
entidade de caráter nacional ou por delegação do Conselho Federal, a matéria
não se sujeita ao juízo de admissibilidade da Diretoria.

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membros da delegação prevalecerá o da maioria, salvo se a divergência


ocorrer em estando presente apenas dois Conselheiros Federais da
delegação, situação em que o voto será invalidado.

EXCEÇÃO: Na eleição dos membros da Diretoria do Conselho Federal, somente


votam os Conselheiros Federais, individualmente.

Para a instalação e deliberação dos órgãos colegiados do Conselho


Federal se exige um quórum mínimo de metade das delegações, salvo se
houver disposição contrária exigindo quórum qualificado (Ex. para deliberar
intervenção do Conselho Federal nos Conselhos Seccionais, para alterar e
editar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e Provimentos se
exigem 2/3).
Os órgãos colegiados do Conselho Federal reúnem-se ordinariamente
nos meses de fevereiro a dezembro de cada ano, em sua sede no Distrito
Federal, nas datas fixadas pela Diretoria. Em caso de urgência ou no período
de recesso (janeiro), o Presidente ou um terço das delegações do Conselho
Federal pode convocar sessão extraordinária.
A sessão extraordinária, em caráter excepcional e de grande
relevância, pode ser convocada para local diferente da sede do Conselho
Federal.
E aí, já cansou um pouco? Esse assunto é meio “maçante” mesmo...
mas ele é extremamente necessário para sua aprovação. Veja bem que duas
questões do último exame abordaram temas que já vimos até agora! Então,
beba uma água ou um café, ande um pouco e volte para cá! Prometo que
estamos próximos do término!
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Retomemos então.
Outro aspecto que você candidato deve se atentar nesse momento diz
respeito aos órgãos que compõem o Conselho Federal, em especial a
Diretoria e a Presidência.
A Diretoria do Conselho Federal é composta de um Presidente, de um
Vice-Presidente, de um Secretário-Geral, de um Secretário-Geral Adjunto e
de um Tesoureiro.
Compete à Diretoria, coletivamente (Art. 99, RGE)
I – dar execução às deliberações dos órgãos deliberativos do Conselho;
II – elaborar e submeter à Terceira Câmara, na forma e prazo estabelecidos
neste Regulamento Geral, o orçamento anual da receita e da despesa, o
relatório anual, o balanço e as contas;
III – elaborar estatística anual dos trabalhos e julgados do Conselho;
IV – distribuir e redistribuir as atribuições e competências entre os seus
membros;
V – elaborar e aprovar o plano de cargos e salários e a política de
administração de pessoal do Conselho, propostos pelo Secretário-Geral;
VI – promover assistência financeira aos órgãos da OAB, em caso de
necessidade comprovada e de acordo com previsão orçamentária;
VII – definir critérios para despesas com transporte e hospedagem dos
Conselheiros, membros das comissões e convidados;
VIII – alienar ou onerar bens móveis;
IX – resolver os casos omissos no Estatuto e no Regulamento Geral, ad
referendum do Conselho Pleno.

Outro tema que também merece sua atenção nesse momento


compreende as hipóteses de VACÂNCIAS E IMPEDIMENTOS no âmbito da
Diretoria:

RGE - Art. 98. O Presidente é substituído em suas faltas, licenças e


impedimentos pelo Vice-Presidente, pelo Secretário-Geral, pelo Secretário-
Geral Adjunto e pelo Tesoureiro, sucessivamente.
§ 1º O Vice-Presidente, o Secretário-Geral, o Secretário-Geral Adjunto e o
Tesoureiro substituem-se nessa ordem, em suas faltas e impedimentos

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ocasionais, sendo o último substituído pelo Conselheiro Federal mais antigo


e, havendo coincidência de mandatos, pelo de inscrição mais antiga.
§ 2º No caso de licença temporária, o Diretor é substituído pelo Conselheiro
designado pelo Presidente.
§ 3º No caso de vacância de cargo da Diretoria, em virtude de perda do
mandato, morte ou renúncia, o sucessor é eleito pelo Conselho Pleno.
§ 4º Para o desempenho de suas atividades, a Diretoria contará, também,
com dois representantes institucionais permanentes, cujas funções serão
exercidas por Conselheiros Federais por ela designados, ad referendum do
Conselho Pleno, destinadas ao acompanhamento dos interesses da
Advocacia no Conselho Nacional de Justiça e no Conselho Nacional do
Ministério Público.

O Presidente exerce a representação nacional e internacional da OAB,


competindo-lhe convocar o Conselho Federal, presidi-lo, representá-lo ativa
e passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a administração
patrimonial e dar execução às suas decisões.

RGE - Art. 100. Compete ao Presidente:


I – representar a OAB em geral e os advogados brasileiros, no país e no
exterior, em juízo ou fora dele;
II – representar o Conselho Federal, em juízo ou fora dele;
III – convocar e presidir o Conselho Federal e executar suas decisões;
IV – adquirir, onerar e alienar bens imóveis, quando autorizado, e
administrar o patrimônio do Conselho Federal, juntamente com o
Tesoureiro;
V – aplicar penas disciplinares, no caso de infração cometida no âmbito do
Conselho Federal;
VI – assinar, com o Tesoureiro, cheques e ordens de pagamento;
VII – executar e fazer executar o Estatuto e a legislação complementar.

O Conselho Pleno3é integrado pelos Conselheiros Federais de cada


delegação e pelos ex-presidentes, sendo presidido pelo Presidente do
Conselho Federal e secretariado pelo Secretário-Geral.

3
RGE - Art. 75. Compete ao Conselho Pleno deliberar, em caráter nacional, sobre
propostas e indicações relacionadas às finalidades institucionais da OAB (art. 44,
I, do Estatuto) e sobre as demais atribuições previstas no art. 54 do Estatuto,
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Já o Órgão Especial do Conselho Pleno4 é composto por um


Conselheiro Federal integrante de cada delegação, sem prejuízo de sua
participação no Conselho Pleno, e pelos ex-presidentes, sendo presidido pelo
Vice-Presidente e secretariado pelo Secretário-Geral Adjunto.

IMPORTANTE: A decisão do Órgão Especial constitui orientação dominante da OAB


sobre a matéria, quando consolidada em súmula publicada na imprensa oficial.

Por sua vez, as Câmaras podem ser sintetizadas dessa forma:

respeitadas as competências privativas dos demais órgãos deliberativos do


Conselho Federal, fixadas neste Regulamento Geral, e ainda:
I – eleger o sucessor dos membros da Diretoria do Conselho Federal, em caso de
vacância;
II – regular, mediante resolução, matérias de sua competência que não exijam
edição de
Provimento;
III – instituir, mediante Provimento, comissões permanentes para assessorar o
Conselho Federal e a Diretoria.
Parágrafo único. O Conselho Pleno pode decidir sobre todas as matérias
privativas de seu órgão Especial, quando o Presidente atribuir-lhes caráter de
urgência e grande relevância.

4
RGE - Art. 85. Compete ao Órgão Especial deliberar, privativamente e em
caráter irrecorrível, sobre: I – recurso contra decisões das Câmaras, quando não
tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem a Constituição, as leis, o
Estatuto, decisões do Conselho Federal, este Regulamento Geral, o Código de
Ética e Disciplina ou os Provimentos;
II – recurso contra decisões unânimes das Turmas, quando estas contrariarem a
Constituição, as leis, o Estatuto, decisões do Conselho Federal, este
Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina ou os Provimentos;
III – recurso contra decisões do Presidente ou da Diretoria do Conselho Federal e
do Presidente do Órgão Especial;
IV – consultas escritas, formuladas em tese, relativas às matérias de
competência das Câmaras especializadas ou à interpretação do Estatuto, deste
Regulamento Geral, do Código de Ética e Disciplina e dos Provimentos, devendo
todos os Conselhos Seccionais ser cientificados do conteúdo das respostas;
V – conflitos ou divergências entre órgãos da OAB;
VI – determinação ao Conselho Seccional competente para instaurar processo,
quando, em autosou peças submetidos ao conhecimento do Conselho Federal,
encontrar fato que constitua infraçãodisciplinar.
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CÂMARA COMPOSIÇÃO PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES


Art. 88 – RGE
Presidida pelo Secretário Competência recursal;
Geral e composta por um atividade de advocacia,
PRIMEIRA conselheiro federal direitos e prerrogativas
integrante de cada dos advogados e
delegação. estagiários, inscrição nos
quadros da OAB,
incompatibilidades e
impedimentos)
Presidida pelo Secretário Art. 89 – RGE
SEGUNDA Geral Adjunto e composta Competência recursal em
por um conselheiro federal sede de sanções,
integrante de cada infrações, deveres e Ética
delegação.

Art. 90 – RGE
Presidida pelo Tesoureiro e Competência recursal;
TERCEIRA composta por um estrutura, órgãos,
conselheiro federal Processo Eleitoral,
integrante de cada Sociedade de
delegação. Advogados, Advogado
Associado e Advogado
Empregado.

OBS. Além dos órgãos acima analisados, também compõe o Conselho


Federal a CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS. É o órgão consultivo
máximo do Conselho Federal, que se reúne trienalmente, no segundo ano do
mandato, tendo por objetivo o estudo e o debate das questões que versam
sobre as finalidades da OAB. Também há sua previsão no âmbito dos
Conselhos Seccionais. Serão membros das Conferências: a) EFETIVOS: os

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conselheiros e presidentes dos órgãos da OAB presentes, os advogados e


estagiários inscritos na conferência, todos com direito a voto; b)
CONVIDADOS: as pessoas quem a Comissão Organizadora conceder essa
qualidade, sem direito a voto, salvo se advogado.

IV) CONSELHOS SECCIONAIS

A regulação dos Conselhos Seccionais está prevista nos artigos56 a 59


EOAB e 105 a 114 do RGE.
Tais conselhos têm personalidade jurídica própria e jurisdição sobre
os respectivos territórios dos Estados-membros e do Distrito Federal e
Territórios. Logo, temos um e somente um Conselho Seccional para cada
Estado e o DF. Assim, podemos dizer que os Conselhos Seccionais irão
funcionar como a “primeira instância”.
A criação de novos Conselhos Seccionais poderá ser realizada
mediante Resolução do Conselho Federal.
A composição do Conselho Seccional é realizada por meio de um
critério proporcional, observada as seguintes diretrizes:

a) número abaixo de 3.000 (três) mil inscritos na seccional: até 24


(vinte e quatro) membros;
b) número a partir de 3.000 (três) mil inscritos na seccional, soma-se
um membro a mais por grupo completo de 3.000 (três) mil
inscritos, respeitando-se o limite máximo de 60 (sessenta)
membros.

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A diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e


atribuições equivalentes às do Conselho Federal, e também ele pode dividir-
se em órgãos deliberativos e instituir comissões5.

Segundo o artigo 58 do EOAB, são competências6 dos Conselhos


Seccionais:

5
RGE – ART. 109 [...]
§ 1º Os órgãos do Conselho podem receber a colaboração gratuita de
advogados não conselheiros, inclusive para instrução processual, considerando-
se função relevante em benefício da advocacia.
§ 2º No Conselho Seccional e na Subseção que disponha de conselho é
obrigatória a instalação e o funcionamento da Comissão de Direitos Humanos,
da Comissão de Orçamento e Contas e da Comissão de Estágio e Exame de
Ordem.
§ 3º Os suplentes podem desempenhar atividades permanentes e temporárias,
na forma do Regimento Interno.
§ 4º As Câmaras e os órgãos julgadores em que se dividirem os Conselhos
Seccionais para o exercício das respectivas competências serão integradas
exclusivamente por Conselheiros eleitos, titulares ou suplentes.

6
RGE - Art. 105. Compete ao Conselho Seccional, além do previsto nos arts. 57 e
58 do Estatuto:
I – cumprir o disposto nos incisos I, II e III do art. 54 do Estatuto;
II – adotar medidas para assegurar o regular funcionamento das Subseções;
III – intervir, parcial ou totalmente, nas Subseções e na Caixa de Assistência dos
Advogados, onde e quando constatar grave violação do Estatuto, deste
Regulamento Geral e do Regimento Interno do Conselho Seccional;
IV – cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato de
sua diretoria e dos demais órgãos executivos e deliberativos, da diretoria ou do
conselho da Subseção e da diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados,
contrários ao Estatuto, ao Regulamento Geral, aos Provimentos, ao Código de
Ética e Disciplina, ao seu Regimento Interno e às suas Resoluções;
V – ajuizar, após deliberação:
a) ação direta de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais e
municipais, em face da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito
Federal;
b) ação civil pública, para defesa de interesses difusos de caráter geral e
coletivos e individuais homogêneos;
c) mandado de segurança coletivo, em defesa de seus inscritos,
independentemente de autorização pessoal dos interessados;
d) mandado de injunção, em face da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do
Distrito Federal.
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Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:


I - editar seu regimento interno e resoluções;
II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados;
III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente,
por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das
Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;
IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar
sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e
da Caixa de Assistência dos Advogados;
V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;
VI - realizar o Exame de Ordem;
VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e
estagiários;
VIII - manter cadastro de seus inscritos;
IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e
multas;
X - participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases,
nos casos previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;
XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no
exercício profissional;
XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;
XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e
Disciplina, e escolher seus membros;
XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento
dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na
forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros
do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB;
XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados;
XVI - desempenhar outras atribuições previstas no regulamento geral.

Dentre as várias atribuições dos Conselhos Seccionais, dê uma especial


atenção para a que envolve a criação das Casas de Assistência aos

Parágrafo único. O ajuizamento é decidido pela Diretoria, no caso de urgência


ou recesso do Conselho Seccional.
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Advogados e a que fixa tabela de honorários advocatícios, definindo as


referências mínimas em lista geral (Lista de Geral de Honorários – “Tabela
OAB).

O Conselho Seccional elegerá a lista sêxtupla na forma do Provimento


do Conselho Federal. Assim, temos as seguintes possibilidades: compete aos
seccionais a elaboração da lista sêxtupla a ser encaminhada aos Tribunais de
Justiça dos Estados e aos Tribunais Federais de competência restrita a um
Estado. Caso seja aberta vaga em Tribunal Federal de competência regional,
os Conselhos Seccionais, sediados nas respectivas áreas de jurisdição,
elaborarão a lista de até seis nomes e as encaminharão ao Conselho Federal
para a elaboração da lista definitiva.

Ressalte-se, ainda, que são tais conselhos os quais definem nos seus
Regimentos Internos a composição, o modo de eleição e o funcionamento
dos Tribunais de Ética e Disciplina, observados os procedimentos do Código
de Ética e Disciplina.

No que se refere às votações nas sessões dos Conselhos Seccionais, o


quórum de deliberação é o da maioria absoluta, não se incluindo os ex-
presidentes.

Haverá quórum especial/qualificado de 2/3 para os seguintes casos:

 intervenção nas Subseções e Caixas de Assistência;


 aprovação da penalidade de exclusão;
 criação ou extinção das Subseções ou Caixas de Assistência;
 aprovação ou alteração do Regimento Interno da Seccional.

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V) SUBSEÇÕES

A Subseção é parte autônoma do Conselho Seccional,com jurisdição


sobre determinado espaço territorial daquele, e não é dotada de
personalidade jurídica própria ou de independência, mas atua com
autonomia no âmbito de sua competência.

A subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional,que fixa sua área
territorial e seus limites de competência e autonomia. A área territorial da
Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte do município,
inclusive da capital do Estado.

A criação de Subseção depende, além da observância dos requisitos


estabelecidos no Regimento Interno do Conselho Seccional, de estudo
preliminar de viabilidade realizado por comissão especial designada pelo
Presidente do Conselho Seccional, incluindo o número de advogados
efetivamente residentes na base territorial, a existência de comarca
judiciária, o levantamento e a perspectiva do mercado de trabalho, o custo
de instalação e de manutenção.

Destacamos também que o quórum de criação de uma Subseção é de


2/3 dos membros do Conselho Seccional, bem como a existência de no
mínimo 15 (quinze) advogados com domicílio profissional no local.

Havendo mais de 100 (cem) advogados, a Subseção pode ser


integrada, também, por um conselho em número de membros fixado pelo
Conselho Seccional.

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Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento, dotações


específicas destinadas à manutenção das Subseções.

Nesse sentido, também dispõe o artigo 61 do EOAB que são


competências das Subseções:

Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território:


I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II - velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer
valer as prerrogativas do advogado;
III - representar a OAB perante os poderes constituídos;
IV - desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por
delegação de competência do Conselho Seccional.
Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete
exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do
regimento interno deste, e ainda:
a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho
Seccional;
b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo
Tribunal de Ética e Disciplina;
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário,
instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional.

A título de conclusão, impende destacar que os conflitos de


competência entre subseções e entre estas e o Conselho Seccional são por
este decididos, com recurso voluntário ao Conselho Federal.

VI ) CAIXAS DE ASSISTÊNCIA

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São órgãos da OAB, dotados de personalidade jurídica própria


adquirida após a aprovação e registro de seu estatuto pelos respectivos
Conselhos Seccionais.

A criação das Caixas se dá a partir da aprovação por 2/3 dos membros


do conselho e a existência de no mínimo 1.500 (mil e quinhentos) advogados
inscritos no Conselho Seccional que a criou.

As finalidades das Caixas são para serviços de assistência em geral para


os advogados, inclusive podendo criar serviço de seguridade complementar.

IMPORTANTE: As Caixas são mantidas pela transferência de metade das


anuidades recebidas pelos Conselhos Seccionais, considerando o valor
resultante após as deduções obrigatórias.
Nesta transferência não se incluem os valores a título de prestação de
serviços ou multas adquiridas em processos disciplinares.

IMPORTANTE 2: As Caixas também gozam de imunidade tributária total em


relação aos seus bens, rendas e serviços.

VI) ELEIÇÕES NA OAB – CARACTERÍSTICAS GERAIS

As eleições dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na


segunda quinzena do mês de novembro, no último ano do mandato,

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mediante cédula única e VOTAÇÃO DIRETA dos advogados regularmente


inscritos.

O prazo para as votações deverá ser de 08(oito) horas contínuas, com


início fixado por regulamento do Conselho Seccional. O Conselho Seccional
em até 45 (quarenta e cinco) dias antes da data da votação, convocará os
advogados inscritos para a votação obrigatória, mediante edital resumido,
publicado na imprensa oficial.

O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos da OAB,


sob pena de multa equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da
anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser apreciada pela
Diretoria do Conselho Seccional.

A Diretoria do Conselho Federal, no mês de fevereiro do ano das


eleições, designará Comissão Eleitoral Nacional, composta por 05 (cinco)
advogados e presidida preferencialmente por Conselheiro Federal que não
seja candidato, como órgão deliberativo encarregado de supervisionar,
com função correcional e consultiva, as eleições seccionais e a eleição
para a Diretoria do Conselho Federal. Esta Comissão, por sua vez, é
composta de cinco advogados, sendo um Presidente, que não integrem
qualquer das chapas concorrentes.

Contra decisão da Comissão Eleitoral cabe recurso ao Conselho


Seccional, no prazo de quinze dias, e deste para o Conselho Federal, no
mesmo prazo, ambos sem efeito suspensivo. Entretanto, quando a maioria
dos membros do Conselho Seccional estiver concorrendo às eleições, o

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recurso contra decisão da Comissão Eleitoral será encaminhado


diretamente ao Conselho Federal.

Acerca das condições de elegibilidade, regula o 131-A do RGE que:

Art. 131-A. São condições de elegibilidade: ser o candidato advogado


inscrito na Seccional, com inscrição principal ou suplementar, em efetivo
exercício há mais de 05 (cinco) anos, e estar em dia com as anuidades na
data de protocolo do pedido de registro de candidatura, considerando-se
regulares aqueles que parcelaram seus débitos e estão adimplentes com a
quitação das parcelas.
§ 1º O candidato deverá comprovar sua adimplência junto à OAB por meio
da apresentação de certidão da Seccional onde é candidato.
§ 2º Sendo o candidato inscrito em várias Seccionais, deverá, ainda,
quando da inscrição da chapa na qual concorrer, declarar, sob a sua
responsabilidade e sob as penas legais, que se encontra adimplente
com todas elas.
§3º O período de 05 (cinco) anos estabelecido no caput deste artigo é
o que antecede imediatamente a data da posse, computado
continuamente.
Além disso, no que se refere a este tema é interessante que o
candidato tenha em mente as causas que podem gerar a extinção do
mandato:

EOAB - Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu


término, quando:
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de
licenciamento do profissional;
II - o titular sofrer condenação disciplinar;
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias
consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da
Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser
reconduzido no mesmo período de mandato.
Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste artigo,
cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente.

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RGE - Art. 131-A. São condições de elegibilidade: ser o candidato advogado


inscrito na Seccional, com inscrição principal ou suplementar, em efetivo
exercício há mais de 05 (cinco) anos, e estar em dia com as anuidades na
data de protocolo do pedido de registro de candidatura, considerando-se
regulares aqueles que parcelaram seus débitos e estão adimplentes com a
quitação das parcelas.
§ 1º O candidato deverá comprovar sua adimplência junto à OAB por meio
da apresentação de certidão da Seccional onde é candidato.
§ 2º Sendo o candidato inscrito em várias Seccionais, deverá, ainda,
quando da inscrição da chapa na qual concorrer, declarar, sob a sua
responsabilidade e sob as penas legais, que se encontra adimplente
com todas elas.
§3º O período de 05 (cinco) anos estabelecido no caput deste artigo é
o que antecede imediatamente a data da posse, computado
continuamente.

Por fim, indicamos ao aluno que também faça a leitura do


PROVIMENTO 16/2006 do Conselho Federal, que versa sobre as hipóteses
de inelegibilidade, bem como os artigos 128 a 137-C do Regulamento Geral
da OAB.

UFAAA! Acabamos nossa UNIDADE I !!! Muita coisa não é mesmo?


Então dê aquela revisada e comece agora mesmo uma maratona de
exercícios!!!

HORA DE TREINAR
#FatalityNaFGV

01) A respeito da competência do Conselho Federal da OAB, assinale a opção incorreta.


a) Compete ao Conselho Federal da OAB representar, em juízo ou fora dele, os interesses
coletivos ou individuais dos advogados

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b) Compete ao Conselho Federal da OAB editar seu regimento interno e o regimento


interno das Seccionais da OAB.
c) Compete ao Conselho Federal da OAB julgar, em grau de recurso, as questões decididas
pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos no EAOAB e no regulamento geral.
d) Compete ao Conselho Federal da OAB velar pela dignidade, independência,
prerrogativas e valorização da advocacia.

02) Assinale a afirmativa que indica como ocorrerá, em havendo necessidade, a criação
de novos Conselhos Seccionais, de acordo com as normas do Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB.
a) Por meio de Lei aprovada pelo Congresso Nacional.
b) Por meio de Medida Provisória Federal.
c) Por Provimento do Conselho Federal.
d) Por Resolução do Conselho Federal.

03) Nos termos do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB quanto à


aquisição de patrimônio pela Ordem dos Advogados do Brasil, revela-se correto
afirmar que
a) a alienação de bens é ato privativo do Presidente da Seccional da OAB.
b) a aquisição de bens depende de aprovação da Diretoria da OAB.
c) a oneração de bens é ato do Presidente do Conselho Federal.
d) a disposição sobre os bens móveis é atribuição do Presidente da Seccional.

04) Assinale a opção correta relativamente ao Regulamento Geral do Estatuto da OAB.


a) Presidente de conselho seccional da OAB tem direito a voto nas sessões das câmaras
do Conselho Federal da OAB.
b) Suponha que Bernardo tenha sido agraciado com a medalha Rui Barbosa em agosto de
2005. Nessa situação, a partir dessa data, Bernardo poderá participar das sessões do
Conselho Pleno, com direito a voz.
c) Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros tem direito a voto nas sessões das
câmaras e do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB.
d) As comissões permanentes do Conselho Federal serão integradas exclusivamente por
conselheiros federais.

05) Os jovens Rodrigo, 30 anos, e Bibiana, 35 anos, devidamente inscritos em certa


seccional da OAB, desejam candidatar-se, pela primeira vez, a cargos de diretoria do
Conselho Seccional respectivo. Rodrigo está regularmente inscrito na referida seccional
da OAB há seis anos, sendo dois anos como estagiário. Bibiana, por sua vez, exerceu
regularmente a profissão por três anos, após a conclusão do curso de Direito. Contudo,
afastou-se por dois anos e retornou à advocacia há um ano. Ambos não exercem
funções incompatíveis com a advocacia, ou cargos exoneráveis ad nutum. Tampouco
integram listas para provimento de cargos em tribunais ou ostentam condenação por
infração disciplinar. Bibiana e Rodrigo estão em dia com suas anuidades.
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Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta.


a) Apenas Bibiana preenche as condições de elegibilidade para os cargos.
b) Apenas Rodrigo preenche as condições de elegibilidade para os cargos.
c) Bibiana e Rodrigo preenchem as condições de elegibilidade para os cargos.
d) Nenhum dos dois advogados preenche as condições de elegibilidade para os cargos.

06) Messias é advogado com mais de trinta anos de atuação profissional e deseja
colaborar para o aperfeiçoamento da advocacia. O Presidente da Seccional onde possui
inscrição principal sugere que ele participe da política associativa e lance sua
candidatura a Conselheiro Federal.
Observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) A eleição de Conselheiro Federal da OAB é indireta e secreta.
b) O Conselheiro Federal da OAB integra uma das chapas concorrentes para as eleições
seccionais.
c) A indicação para o Conselho Federal é realizada pelo Colégio de Presidentes da OAB
d) O Conselheiro Federal é indicado livremente pelas Seccionais da OAB.

07) No que se refere às eleições na OAB, assinale a opção correta.


a) Os advogados que compõem a comissão eleitoral poderão integrar as chapas
concorrentes, estando apenas o presidente da comissão impedido de integrá-las.
b) Para integrar uma chapa, o advogado deverá exercer efetivamente advocacia há mais
de cinco anos, excluído o período de estagiário.
c) São permitidas candidaturas isoladas ou que integrem mais de uma chapa.
d) Estagiários inscritos na OAB poderão integrar chapas que tenham em seus programas a
Comissão OAB Jovem.

08) Fabiano é conselheiro eleito de certo Conselho Seccional da OAB. No curso do


mandato, Fabiano pratica infração disciplinar e sofre condenação, em definitivo, à pena
de censura.

Considerando a situação descrita e o disposto no Estatuto da OAB, o mandato de


Fabiano no Conselho Seccional
a) será extinto, apenas se a sanção disciplinar aplicada for de exclusão.
b) será extinto, apenas se a sanção por infração disciplinar aplicada for de exclusão ou
de suspensão.
c) será extinto, independentemente da natureza da sanção disciplinar aplicada.
d) será extinto, apenas se a sanção aplicada for de suspensão ou se for reincidente em
infração disciplinar.

09) As Subseções X e Y da OAB, ambas criadas pelo Conselho Seccional Z, reivindicam a


competência para desempenhar certa atribuição. Não obstante, o Conselho Seccional Z
defende que tal atribuição é de sua competência. Caso instaurado um conflito de
competência envolvendo as Subseções X e Y e outro envolvendo a Subseção X e o
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Conselho Seccional Z, assinale a opção que relaciona, respectivamente, os órgãos


competentes para decidir os conflitos.
a) O conflito de competência entre as subseções deve ser decidido pelo Conselho
Seccional Z, cabendo recurso ao Conselho Federal da OAB. Do mesmo modo, o conflito
entre a Subseção X e o Conselho Seccional Z será decidido pelo Conselho Seccional Z,
cabendo recurso ao Conselho Federal da OAB.
b) O conflito de competência entre as subseções deve ser decidido pelo Conselho
Seccional Z, cabendo recurso ao Conselho Federal da OAB. Já o conflito entre a Subseção
X e o Conselho Seccional Z será decidido, em única instância, pelo Conselho Federal da
OAB.
c) Ambos os conflitos de competência serão decididos, em única instância, pelo Conselho
Federal da OAB.
d) O conflito de competência entre as subseções deve ser decidido, em única instância,
pelo Conselho Seccional Z. O conflito entre a Subseção X e o Conselho Seccional Z será
decidido, em única instância, pelo Conselho Federal da OAB.

10) Carlos integrou a chapa de candidatos ao Conselho Seccional que obteve a maioria
dos votos válidos e tomou posse em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição.
Um ano após o início do mandato, Carlos passou a ocupar um cargo de direção no
Conselho de Administração de uma empresa, controlada pela Administração Pública,
sediada em outro estado da Federação.
Nesse caso, de acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) Não se extingue o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em
empresa controlada pela Administração Pública, em estado da Federação distinto do
abrangido pelo Conselho Seccional, não configura incompatibilidade a ensejar o
cancelamento de sua inscrição.
b) Extingue-se automaticamente o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de
direção em empresa controlada pela Administração Pública, em qualquer circunstância,
configura incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua inscrição.
c) Extingue-se o mandato de Carlos mediante deliberação de dois terços dos membros do
Conselho Seccional, pois a ocupação de cargo de direção em empresa controlada pela
Administração Pública pode configurar incompatibilidade a ensejar o cancelamento de
sua inscrição.
d) Não se extingue o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em
empresa controlada pela Administração Pública, em qualquer circunstância, não
configura incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua inscrição.
11) Compete ao Conselho Seccional ajuizar, após deliberação,
a) ação direta de inconstitucionalidade em face de leis ou atos normativos federais.
b) queixa-crime contra quem tenha ofendido os advogados inscritos na respectiva
Seccional.
c) mandado de segurança individual em favor dos advogados inscritos na respectiva
Seccional, independentemente de vinculação com o exercício da profissão.

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d) mandado de segurança coletivo, em defesa de seus inscritos, independentemente de


autorização pessoal dos interessados.

12) Maria da Silva, advogada, apresenta requerimento ao Presidente da Seccional da


OAB tendo o seu pleito sido indeferido.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, cabe recurso ao
a) Conselho Seccional da OAB.
b) Conselho Federal da OAB.
c) Presidente do Conselho Federal da OAB.
d) Presidente do Tribunal de Ética da OAB.

13) João, advogado inscrito há muitos anos na OAB, decide candidatar-se, pelo
quinto constitucional, ao cargo de Juiz do Tribunal Regional Federal. Em razão dessa
iniciativa, é submetido a exame curricular e sabatina perante o Conselho Federal da
OAB. Após longo processo avaliatório, vem a ser escolhido para integrar a lista
sêxtupla a ser remetida ao Tribunal Regional Federal.
Diante dessa narrativa, à luz da legislação aplicável aos advogados, assinale a
afirmativa correta.
a) O advogado, ao ser incluído em lista sêxtupla para integrar os quadros de
tribunal, deve requerer licença para tratamento de questões particulares.
b) O advogado que integra lista sêxtupla ou tríplice para ingresso pelo quinto
constitucional pode continuar exercendo livremente suas atividades.
c) O advogado que integra lista sêxtupla ou tríplice passa a ser considerado
incompatibilizado para o exercício da advocacia.
d) O advogado que pretende ingressar na magistratura pelo quinto constitucional
passa a ser considerado impedido ao compor lista sêxtupla.

14) Ao conselho da subseção compete


a) representar a OAB no Conselho de Segurança do MERCOSUL.
b) fiscalizar as funções e atribuições do conselho seccional.
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Conselho Federal.
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e
emitindo parecer prévio, para decisão do conselho seccional.

15) Compete ao presidente do Conselho Federal da OAB


a) presidir o Órgão Especial, com direito a voto de qualidade, no caso de empate.
b) definir os critérios para despesas com transporte e hospedagem dos conselheiros,
membros das comissões e convidados.
c) aplicar penas disciplinares, no caso de infração cometida no âmbito do Conselho
Federal.
d) alienar ou onerar bens móveis.

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UNIDADE II – DA ATIVIDADE ADVOCATÍCIA (PARTE I)

Pessoal, tudo bem!? Então, depois de termos analisado a estruturação da


Ordem dos Advogados do Brasil, cabe-nos agora compreender um dos assuntos
que mais caem em sua prova: as atividades advocatícias. É nesta unidade que
estudaremos os atos privativos de um advogado, a sua inscrição nos quadros
da Ordem, os impedimentos, incompatibilidades, direitos e prerrogativas.
Assim, em razão da extensão do tema, iremos dividi-lo em duas partes, a
primeira abrangerá: a) atividades privativas de advogados; b) inscrição; c)
sociedade de advogados; d) advogado empregado; A segunda parte será
dedicada aos a) honorários advocatícios; b) incompatibilidades e impedimentos
e; c) aos direitos e prerrogativas dos advogados.
Então, sem maiores delongas, vamos lá!
Ah, já ia me esquecendo, tenha sempre em mãos a Lei n. 8906/94 (EOAB)
e seu Regulamento Geral (RGOAB)!

I) ATIVIDADES PRIVATIVAS DE ADVOCACIA

Inicialmente, é preciso situar a advocacia no campo constitucional, que


segundo o art. 133 de nossa Carta Magna, a atividade advocatícia é uma das
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA, e o advogado é indispensável à administração
da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.

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E quais são essas atividades que somente advogados devidamente


filiados aos quadros da OAB podem exercer?
Podemos sintetizá-las nos seguintes casos:
 POSTULAÇÃO
 CONSULTORIA, ASSESSORIA e DIREÇÃO JURÍDICA
 VISTOS EM CONTRATOS E ATOS CONSTITUTIVOS DE P.J

RGEOAB:
Art. 4º A prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na
OAB, constitui exercício ilegal da profissão.
Parágrafo único. É defeso ao advogado prestar serviços de assessoria e consultoria jurídicas
para terceiros, em sociedades que não possam ser registradas na OAB.

A) POSTULAÇÃO

Trata-se da principal atividade advocatícia, pois compreende a exclusividade


dada aos advogados devidamente inscritos de deterem CAPACIDADE
POSTULATÓRIA para o processo.

Segundo artigo 1º do EOAB:

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:


I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário
e aos juizados especiais;

Entretanto, em que pese tal exclusividade, o STF por meio da ADI 1.127-8,
declarou a INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL do dispositivo no que se
refere à expressão QUALQUER.

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Tal fato se deu em razão de existir possibilidade de capacidade postulatória


em outras situações que não necessitam de um advogado para realizá-las.

Vejamos quais são elas.

I. HABEAS CORPUS
II. JUSTIÇA DO TRABALHO
 CUIDADO: Só nas Varas do Trabalho e Tribunais Regionais do
Trabalho, estando fora ainda AÇÃO RESCISÓRIA, AÇÃO
CAUTELAR, MANDADO DE SEGURANÇA e RECURSOS DO TST.
III. JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS (Lei n. 9.099/95)
 Causas de até 20 (vinte) salários-mínimos. Não abarca os
recursos também.
IV. JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS (Lei n. 10.259/01)
 A parte pode representar-se pessoalmente, por advogado ou
mesmo por terceiro, limitando-se quando não advogado ao teto
de até 60 (sessenta) salários-mínimos, a exceção das causas
criminais.
V. AÇÕES DE ALIMENTOS (Lei n. 5.478/68)

OBS: Lembre-se da Súmula Vinculante nº 5 do STF: “a falta de


defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar
não ofende a constituição.”
OBS 2: A postulação perante juiz de paz precisa serfeita por meio de
Advogado? O juiz de paz possui poderes apenas para celebração e
realização de casamento, não possuindo poderes jurisdicionais,
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logo, não constitui atividade privativa da advocacia.

OBS 3: No caso de Inventário, partilhas, separações e divórcio no


âmbito extrajudicial deve constar do ato notarial o nome, número
de identidade e assinatura do profissional.

B) ATOS E CONTRATOS CONSTITUTIVOS DE PESSOAS JURÍDICAS

RGOAB: Art. 2º O visto do advogado em atos constitutivos de pessoas


jurídicas, indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos competentes,
deve resultar da efetiva constatação, pelo profissional que os examinar, de
que os respectivos instrumentos preenchem as exigências legais pertinentes.

Parágrafo único. Estão impedidos de exercer o ato de advocacia referido


neste artigo os advogados que prestem serviços a órgãos ou entidades da
Administração Pública direta ou indireta, da unidade federativa a que se
vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas
competentes para o mencionado registro.

EXCEÇÃO: LC 123/06: Não se aplica às microempresas e às empresas de


pequeno porte o disposto no § 2o do art. 1o da Lei no 8.906, de 4 de julho de
1994.

C) CONSULTORIA, ASSESSORIA E DIREÇÃO JURÍDICA

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Lembre-se de que o simples bacharel em direito, mesmo já tendo se


formado na Graduação, não pode nem ao menos praticar atos de
consultoria ou assessoria, uma vez que tal atitude configurará exercício
legal da profissão.

RGOAB: Art. 7º A função de diretoria e gerência jurídicas em qualquer


empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições
financeiras, é privativa de advogado, não podendo ser exercida por quem
não se encontre inscrito regularmente na OAB.

LEMBRE-SE: Os atos praticados por quem não detém a qualidade de


advogado (não inscritos, ou inscritos, mas impedidos, suspensos,
licenciados ou incompatíveis) serão NULOS DE PLENO DIREITO.

II) OS SUJEITOS DA ATIVIDADE ADVOCATÍCIA

Quem são os indivíduos que podem exercer a advocacia? Ora, para esta
pergunta a nossa principal resposta é: TODOS AQUELES QUE ESTÃO
DEVIDAMENTE INSCRITOS NOS QUADROS DA OAB.
Outrossim, o EOAB vai mais além, pois considera também integrantes
das atividades advocatícias aqueles que pertencem:
 Integrantes da Procuradoria da Fazenda Nacional;
 Defensoria Pública;

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 Procuradorias e Consultoria Jurídicas Federais (AGU), dos


Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas
entidades de administração indireta e fundacional.

A aprovação no respectivo concurso público para os cargos da


Advocacia Pública não exime a aprovação em Exame de Ordem nem
isenta do pagamento da anuidade. São elegíveis e podem integrar
qualquer órgão da OAB.

RGOAB (IMPORTANTE!!)
Art. 9º Exercem a advocacia pública os integrantes da Advocacia-Geral da União, da
Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, das autarquias e das fundações públicas, estando
obrigados à inscrição na OAB, para o exercício de suas atividades. Parágrafo único.
Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão
da OAB.

Art. 10. Os integrantes da advocacia pública, no exercício de atividade privativa


prevista no Art. 1º do Estatuto, sujeitam-se ao regime do Estatuto, deste
Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, inclusive quanto às infrações e
sanções disciplinares.

E os ESTÁGIÁRIOS?

O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos


previstos no para os advogados inscritos, na forma do regimento geral, em
conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.
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RGOAB:
Art. 29. Os atos de advocacia, previstos no Art. 1º do Estatuto,
podem ser subscritos por estagiário inscrito na OAB, em conjunto
com o advogado ou o defensor público.
§ 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os
seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de
peças ou autos de processos em curso ou findos;
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais
ou administrativos.
§ 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode
comparecer isoladamente, quando receber autorização ou
substabelecimento do advogado.

Para inscrição como estagiário é necessário:

I - preencher os seguintes requisitos:

 título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;


 capacidade civil;
 não exercer atividade incompatível com a advocacia;
 idoneidade moral;
 prestar compromisso perante o conselho.

II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

O estágio profissional de advocacia, com duração de dois


anos,realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido
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pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB,


ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados
pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética
e Disciplina.

A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo


território se localize seu curso jurídico.

O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a


advocacia pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva instituição
de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.

OBS: Estagiário NÃO PODE FIGURAR EM PUBLICIDADE DE


ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA E NEM COMO CONTRATADO PARA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS.

III) MANDATO JUDICIAL

O mandato judicial nada mais é que o instrumento pelo qual o


advogado utiliza para comprovar a sua representação. Em sua essência é,
pois senão, uma espécie de contrato (CONTRATO DE MANDATO).

Entretanto, não tem características apenas de um mandato, pois em


seu bojo também há a prestação de serviços advocatícios e o de
honorários.

A prova do mandato, em cumprimento ao art. 5º do EAOAB, se faz


pelo instrumento do mandato, que é a procuração. Neste instrumento
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deverão estar registrados o nome e a qualificação do outorgante, nome e


qualificação do outorgado, os poderes outorgados, a data e assinatura do
outorgante.

PROCURAÇÃO

Pelo presente instrumento particular de mandato por mim abaixo assinado:

OUTORGANTES: MARIA DA SILVA, brasileira, autônoma, solteira, profissão, portadora da


Carteira de Identidade RG nº XXXXXXXXXX, inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXXXXXX
residente e domiciliado Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, nº XX, Bairro XXX, CEP: XXXX-XXX - Cidade –
Estado, endereço eletrônico: XXXX@XXXX.com, constituo (imos) e nomeio (amos) a bastante
procuradora:
OUTORGAD (O) A: Dr (a). MARIO DA SILVA, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na
Ordem dos Advogados do Brasil Seccional XXXX sob nº. XXXXXXX, profissional com escritório
localizado na Rua XXXX, nº XXX, XXº andar, Conjunto XXX, Bairro XXX, CEP: XXXXX-XXX –
Cidade – Estado, endereço eletrônico: XXXX@XXX.com
OBJETO: representar o (s) Outorgante (s), promovendo a defesa dos seus direitos e interesses,
podendo, para tanto, propor quaisquer ações, medidas incidentais, acompanhar os processos
administrativos e/ou judiciais em qualquer Juízo, Instância, Tribunal, ou Repartição Pública.
PODERES: Por este instrumento particular de procuração, constituo meus bastantes
procuradores os outorgados, concedendo-lhe os poderes inerentes da cláusula ad juditia et
extra, para o foro em geral, especialmente para propor AÇÃO XXXXXX C/C XXXXX em face
deXXXXXX, inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXX podendo, portanto, promover quaisquer
medidas judiciais ou administrativas, assinar termo, oferecer defesa, direta ou indireta, interpor
recursos, ajuizar ações e conduzir os respectivos processos, solicitar, providenciar e ter acesso a
documentos de qualquer natureza, sendo o presente instrumento de mandato oneroso e contratual
podendo substabelecer este a outrem, com ou sem reserva de poderes, dando tudo por bom e
valioso, a fim de praticar todos os demais atos necessários ao fiel desempenho deste mandato.
PODERES ESPECÍFICOS: A presente procuração outorga aos Advogados acima descritos, os
poderes especiais para receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, firmar
compromissos ou acordos, receber valores, dar e receber quitação, receber e dar
quitação, levantar ou receber RPV e ALVARÁS, pedir a justiça gratuita e assinar
declaração de hipossuficiência econômica, em conformidade com a norma do
art. 105 da Lei 13.105/2015.
Cidade/Estado, _______ de ___________________ de 2016.

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___________________________________________

Assinatura: Outorgante

__________________________________________

QUANDO SE INICIA O MANDATO? A partir de sua assinatura. É por isso


que o Código de Ética e Disciplina veda que um advogado aceite procuração de
alguém que já tenha advogado constituído, sem o prévio consentimento deste,
salvo por justo motivo ou para a adoção de medidas judiciais urgentes e
inadiáveis (GERA SANÇÃO DE CENSURA!!).
Concluída a causa ou arquivado o processo, presumem-se o
cumprimento e a cessação do mandato.

APRESENTAÇÃO DO MANDATO: a regra é o que o advogado já tenha a


procuração em mãos quando for realizar atos postulatórios. Entretanto, o
EOAB nos traz exceção: O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem
procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável
por igual período.

NCPC

CAPÍTULO III

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DOS PROCURADORES

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente


inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.

Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver


habilitação legal.

Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração,
salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.

§ 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá,


independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze)
dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.

§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo


nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.

Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou
particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica,
que devem constar de cláusula específica.

§ 1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.

§ 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição


na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

§ 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também


deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do
Brasil e endereço completo.

§ 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio


instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as
fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

OBS: A ALEGAÇÃO DE URGÊNCIA TEM PRESUNÇÃO DE VERACIDADE POR


PARTE DO ADVOGADO.

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ESPÉCIES DE MANDATOS: O mandato se instrumentaliza por meio da


PROCURAÇÃO e esta, por sua vez, pode ser realizada de duas formas:

 AD JUDICIA: é aquela com poderes em geral e para foro em geral.


 AD JUDICIA ET EXTRA: é aquela com poderes específicos, casos em
que se exige certa legitimidade para o ato postulatório, como por
exemplo, confissão, transação, quitação, desistência da ação e etc.

SUBSTABELECIMENTO DE MANDATO: É o ato pelo qual o procurador


transfere ao substabelecido os poderes que lhe foram conferidos pelo
mandante. O substabelecimento pode ser feito com reserva de poderes,
consistindo na transferência provisória dos poderes, podendo o procurador
reassumi-los a qualquer tempo; ou sem reserva de poderes, tratando-se de
transferência definitiva, em que o procurador originário renuncia ao poder de
representação que lhe foi conferido.

IMPORTANTE!!!
O advogado substabelecente faz jus aos honorários advocatícios até
o momento em que ele permaneceu no processo, devendo ser
combinado com o substabelecido a proporção da partilha dos
honorários de sucumbência no caso de SUBS SEM RESERVA DE
PODERES.
No caso de SUBS COM RESERVA DE PODERES, o substabelecente
combinará com o substabelecido os honorários advocatícios, sendo
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vedado a este cobrar diretamente do cliente tais honorários, sem a


intervenção ou anuência do que substabeleceu.

EXTINÇÃO DO MANDATO: Podemos eleger QUATRO FORMAS de


extinção do mandato por meio da vontade das partes:

I) REVOGAÇÃO

É ATO UNILATERAL DO CLIENTE

Deve ter a INEQUÍVOCA CIÊNCIA DO ADVOGADO (notificações, AR,


email com recebimento e etc.)

A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o


desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem
como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja
devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada
proporcionalmente, em face do serviço efetivamente prestado.

II) RENÚNCIA

Ocorre quando o advogado não tem mais interesse em permanecer na


causa, por motivo de conveniência ou por imperativo ético (v.g lide
temerária).

A renúncia ao patrocínio implica omissão do motivo e a continuidade da


responsabilidade profissional do advogado ou escritório de advocacia,
durante o prazo estabelecido em lei, ou seja, durante os dez dias
seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se
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for substituído antes do término desse prazo; não exclui, todavia, a


responsabilidade pelos danos causados dolosa ou culposamente aos
clientes ou a terceiros.

RGOAB

Art. 6º O advogado deve notificar o cliente da renúncia ao mandato (art. 5º, § 3º,
do Estatuto), preferencialmente mediante carta com aviso de recepção,
comunicando, após, o Juízo.

ATENÇÃO PARA O NCPC!!!

Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,


provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante,
a fim de que este nomeie sucessor.

§ 1o Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o


mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo

§ 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver


sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro,
apesar da renúncia.

NOVO CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB

Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a
determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da
causa, uma vez decorrido o prazo previsto em lei (EAOAB, art. 5º, § 3º).
§ 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos eventualmente
causados ao cliente ou a terceiros.
§ 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a
documento ou informação que lhe devesse fornecer para a prática oportuna de ato
processual do seu interesse
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III) CONCLUSÃO DA CAUSA OU ARQUIVAMENTO DO PROCESSO


(Presumida a extinção).

NOVO CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB

Art. 12. A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do


mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos
que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a
prestar-lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos
complementares que se mostrem pertinentes e necessários. Parágrafo único. A
parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui
entre os valores a ser devolvidos.

IV) SUBSTABELECIMENTO SEM RESERVA DE PODERES

OUTROS PONTOS IMPORTANTES:

 O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as


causas sob seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de
dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a
providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao
mandato;

 Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou


reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não
podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses
opostos;
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 Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não


conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com
prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos
demais, resguardado sempre o sigilo profissional;

 Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa contrária à


validade ou legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja
colaborado ou intervindo de qualquer maneira; da mesma forma,
deve declinar seu impedimento ou o da sociedade que integre
quando houver conflito de interesses motivado por intervenção
anterior no trato de assunto que se prenda ao patrocínio
solicitado;

 É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo,


simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou
cliente;

 O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente


ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar
o sigilo profissional.

II) INSCRIÇÃO

REQUISITOS. Segundo o artigo 8º do EOAB7, são sete os requisitos para a


inscrição como advogado nos quadros da Ordem:
I - capacidade civil;

7
SE DER TEMPO, LEIA OS ARTIGOS 20 A 26 DO RGOAB
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Faça uma leitura junto com o Estatuto da Pessoa com Deficiência e


também com as causas que cessam a incapacidade.
II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada;
RGOAB: Art. 23. O requerente à inscrição no quadro de advogados, na
falta de diploma regularmente registrado, apresenta certidão de graduação em
direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar.

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;


IV - aprovação em Exame de Ordem;
SE TIVER TEMPO: LEIA O PROVIMENTO153/2013
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI - idoneidade moral;
A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada
mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os
membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do
processo disciplinar.
ATENÇÃO!!
Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado
por crime infamante, salvo reabilitação judicial.

VII - prestar compromisso perante o conselho.

RGOAB Art. 20. O requerente à inscrição principal no quadro de advogados presta o


seguinte compromisso perante o Conselho Seccional, a Diretoria ou o Conselho da
Subseção:
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“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os


deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do
Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a
rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas.”
§ 1º É indelegável, por sua natureza solene e personalíssima, o compromisso referido
neste artigo.
§ 2º A conduta incompatível com a advocacia, comprovadamente imputável ao
requerente, impede a inscrição no quadro de advogados.

ESTRANGEIRO. Segundo o §2º do artigo 8º, do EOAB, o estrangeiro ou


brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do
título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente
revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.
No que se refere ao ADVOGADO ESTRANGEIRO EXERCER ATIVIDADE NO
BRASIL, devemos analisar o PROVIMENTO 91/2000.

INSCRIÇÃO PRINCIPAL E DOMICÍLIO PROFISSIONAL. A inscrição principal


do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende
estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. Já a
inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se
localize seu curso jurídico.
Considera-se domicílio profissional do advogado a sede principal da
atividade de sua advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio de sua pessoa
física.

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INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR. O advogado deve promover a inscrição


suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer
habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial
que exceder de cinco causas por ano. No caso de mudança efetiva de domicílio
profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a
transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.

O Conselho Seccional deve suspender (OFÍCIO) o pedido de transferência ou


de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na
inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal.

CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO. O cancelamento é ato personalíssimo e


possui natureza de ato jurídico desconstitutivo, razão por que o seu efeito é EX
NUNC, salvo a hipótese de inscrição obtida por fraude.
Terá a inscrição cancelada o advogado que:
 Assim o requerer;
 Sofrer penalidade de exclusão;
 Falecer;
 Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com
a advocacia;
 Perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.

Atente-se para os casos em que o CANCELAMENTO SERÁ DE OFÍCIO:


exclusão, falecimento e atividade incompatível com a advocacia. Outrossim,
uma vez cancelada a inscrição o seu número desaparece, entretanto ainda
assim é possível se requerer nova inscrição, desde que comprove novamente:
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capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia;


idoneidade moral; prestar compromisso perante o conselho.
Se for cancelamento por motivo de sanção de exclusão, também se deve
comprovar a reabilitação.

LICENCIAMENTO. O licenciamento é uma situação temporária de


afastamento do advogado do exercício da advocacia enquanto durar o seu
motivo, por isso não se cancela o número do registro. Segundo o artigo 12, do
EOAB, são causas que geram o licenciamento:
 Assim o requerer, por motivo justificado;
 Passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível
com o exercício da advocacia;
 Sofrer doença mental considerada curável.

Quando o advogado exercer atividade incompatível ele deve imediatamente


comunicar ao Conselho Seccional e requerer seu licenciamento. Mesmo se
não o fizer, poderá o Conselho o fazer de ofício e ainda determinar a
abertura de processo disciplinar em desfavor do advogado.

IDENTIDADE PROFISSIONAL89. O documento de identidade profissional, na


forma prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da

8
SE DER TEMPO, LEIA OS ARTIGOS 32 A 26 DO RGOAB.
9
RGOAB. Art. 24. Aos Conselhos Seccionais da OAB incumbe alimentar,
automaticamente e em tempo real, por via eletrônica, o Cadastro Nacional dos
Advogados - CNA, mantendo as informações correspondentes constantemente
atualizadas.
§ 1º O CNA deve conter o nome completo de cada advogado, o número da inscrição, o
Conselho Seccional e a Subseção a que está vinculado, o número de inscrição no CPF, a
filiação, o sexo, a data de inscrição na OAB e sua modalidade, a existência de
penalidades eventualmente aplicadas, estas em campo reservado, a fotografia, o
endereço completo e o número de telefone profissional, o endereço do correio
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atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil


para todos os fins legais.

III) SOCIEDADE DE ADVOGADOS.

MUITA ATENÇÃO NESSE PONTO, POIS TEMOS NOVIDADES


LEGISLATIVAS!!! LEITURA SECA DOS ARTIGOS 15 A 17 DO EOAB SERÁ
ESSENCIAL!!!

Os advogados podem reunir-se em sociedade para prestação de serviço


de advocacia. Mas, quais tipos de sociedades???

A) SOCIEDADE SIMPLES
 Adquire personalidade jurídica após seu ato constitutivo ser
aprovado e registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede.
 Aplica-se às Sociedades de Advogados o CED;
 As procurações devem ser outorgadas individualmente aos
advogados e indicar a sociedade de que façam parte.
 Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as
espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou
características de sociedade empresária, que adotem

eletrônico e o nome da sociedade de advogados de que eventualmente faça parte, ou


esteja associado, e, opcionalmente, o nome profissional, a existência de deficiência de
que seja portador, opção para doação de órgãos, Registro Geral, data e órgão emissor,
número do título de eleitor, zona, seção, UF eleitoral, certificado militar e passaporte.
§ 2º No cadastro são incluídas, igualmente, informações sobre o cancelamento das
inscrições.
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denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à


advocacia;
 A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos,
um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o
de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato
constitutivo;
 Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não
podem representar em juízo clientes de interesses opostos.
 É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas
jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre
outras finalidades, a atividade de advocacia.
 A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem
vínculo de emprego, para participação nos resultados.

 Os advogados sócios e os associados respondem subsidiária e


ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas
hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos
atos privativos da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade
disciplinar em que possam incorrer.
 A exclusão de sócio pode ser deliberada pela maioria do capital
social, mediante alteração contratual, desde que observados os
termos e condições expressamente previstos no Contrato Social.
O pedido de registro e arquivamento de alteração contratual,
envolvendo a exclusão de sócio, deve estar instruído com a prova
de comunicação feita pessoalmente ao interessado, ou, na sua

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impossibilidade, por declaração certificada por oficial de registro


de títulos e documentos.
 Nos casos em que houver redução do número de sócios à
unipessoalidade, a pluralidade de sócios deverá ser reconstituída
em até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de dissolução da
sociedade.
 O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da
sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar,
ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de
advocacia, obrigados à inscrição suplementar.

CUIDADO >>> ALTA INCIDÊNCIA EM PROVAS ESSA PREVISÃO:

Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados,


constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar,
simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade
unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial
do respectivo Conselho Seccional.

B) SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOGADOS


 A sociedade unipessoal de advocacia é constituída e regulada
segundo os arts. 15 a 17 do Estatuto da Advocacia e da Ordem
dos Advogados do Brasil - EAOAB, os arts. 37 a 43 do seu
Regulamento Geral e as disposições deste Provimento.

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 A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da


concentração por um advogado das quotas de uma sociedade
de advogados, independentemente das razões que motivaram
tal concentração;
 Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as
espécies de sociedades de advogados que incluam como sócio
ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não
inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar;
 O titular da sociedade individual de advocacia responde
subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes
por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.

Provimento OAB 170/2016 – Dispõe sobre as sociedades unipessoais de


advocacia

Art. 2º O ato constitutivo da sociedade unipessoal de advocacia deve conter os


elementos e atender aos requisitos e diretrizes indicados a seguir:

I - a razão social, obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo


ou parcial, com a expressão "Sociedade Individual de Advocacia", vedada a
utilização de sigla ou expressão de fantasia;

II - o objeto social, que consistirá, exclusivamente, na prestação de serviços de


advocacia, podendo especificar o ramo do Direito a que se dedicará;

III - o prazo de duração, sendo que suas atividades terão início a partir da data
de registro do ato constitutivo;

IV - o endereço em que irá atuar;

V - o valor do capital social e a forma de sua integralização;


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IV) ADVOGADO EMPREGADO

Estas são as principais características e regulações do Advogado


Empregado:

Independência: a relação de emprego, na qualidade de advogado, não


retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional
inerentes à advocacia. O advogado empregado não está obrigado à
prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego.

Compete a sindicato de advogados e, na sua falta, a federação ou


confederação de advogados, a representação destes nas convenções
coletivas celebradas com as entidades sindicais representativas dos
empregadores, nos acordos coletivos celebrados com a empresa
empregadora e nos dissídios coletivos perante a Justiça do Trabalho,
aplicáveis às relações de trabalho.

Salário Mínimo: o salário mínimo profissional do advogado será fixado


em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção
coletiva de trabalho.

Jornada de trabalho: a jornada de trabalho do advogado empregado,


no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de
quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou
convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. Considera-se
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como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à


disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu
escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as
despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação.

Horas-Extras: as horas trabalhadas que excederem a jornada normal


são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre
o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

Adicional Noturno: as horas trabalhadas no período das vinte horas de


um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como
noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

Honorários de Sucumbência: nas causas em que for parte o


empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de
sucumbência são devidos aos advogados empregados. Os honorários
de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade
de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma
estabelecida em acordo.

QUESTÕES

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01) Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, para sua admissão em registro,
em não se tratando de empresas de pequeno porte e de microempresas, consoante o
Estatuto da Advocacia, devem

a) apresentar os dados do contador responsável.

b) permitir a participação de outros profissionais liberais.

c) conter o visto do advogado.

d) indicar o advogado que representará a sociedade.

02) Patrícia foi aprovada em concurso público e tomou posse como Procuradora do
Município em que reside. Como não pretendia mais exercer a advocacia privada, mas
apenas atuar como Procuradora do Município, pediu o cancelamento de sua inscrição na
OAB. A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) Patrícia não agiu corretamente, pois os advogados públicos estão obrigados à


inscrição na OAB para o exercício de suas atividades.

b) Patrícia não agiu corretamente, pois deveria ter requerido apenas o licenciamento do
exercício da advocacia e não o cancelamento de sua inscrição.

c) Patrícia poderia ter pedido o licenciamento do exercício da advocacia, mas nada a


impede de pedir o cancelamento de sua inscrição, caso não deseje mais exercer a
advocacia privada.

d) Patrícia agiu corretamente, pois, uma vez que os advogados públicos não podem
exercer a advocacia privada, estão obrigados a requerer o cancelamento de suas
inscrições.

03) Bernardo é bacharel em Direito, mas não está inscrito nos quadros da Ordem dos
Advogados do Brasil, apesar de aprovado no Exame de Ordem. Não obstante, tem
atuação na área de advocacia, realizando consultorias e assessorias jurídicas.

A partir da hipótese apresentada, nos termos do Regulamento Geral da Ordem dos


Advogados do Brasil, assinale a afirmativa correta.

a) Tal conduta é permitida, por ter o bacharel logrado aprovação no Exame de Ordem.
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b) Tal conduta é proibida, por ser equiparada à captação de clientela.

c) Tal conduta é permitida mediante autorização do Presidente da Seccional da Ordem


dos Advogados do Brasil.

d) Tal conduta é proibida, tendo em vista a ausência de inscrição na Ordem dos


Advogados do Brasil.

04) João é advogado da sociedade empresária X Ltda., atuando em diversas causas do


interesse da companhia. Ocorre que o controle da sociedade foi alienado para
estrangeira, que resolveu contratar novos profissionais em várias áreas, inclusive a
jurídica. Por força dessa circunstância, rompeu-se a avença entre o advogado e o seu
cliente. Assim, João renunciou ao mandato em todos os processos, comunicando
formalmente o ato à cliente houve novo contrato com renomado escritório de advocacia,
que, em todos os processos, apresentou o instrumento mandato antes do término do
prazo legal à retirada do advogado anterior.

Na renúncia focalizada no enunciado, consoante o Estatuto da Advocacia, deve o


advogado

a) afastar-se imediatamente após a substituição por outro advogado.

b) funcionar como parecerista no processo pela continuidade da representação.

c) atuar em conjunto com o advogado sucessor por quinze dias.

d) aguardar dez dias para verificar a atuação dos seus sucessores.

05) Ferrari é aluno destacado no curso de Direito, tendo, no decorrer dos anos,
conseguido vários títulos universitários, dentre eles, medalhas e certificados. Indicado
para representar a Universidade em que estudou, foi premiado em evento internacional
sobre arbitragem. A repercussão desse fato aumentou seu prestígio e, por isso, recebeu
numerosos convites para trabalhar em diversos escritórios de advocacia. Aceito o convite
de um deles, passou a redigir minutas de contratos, sempre com supervisão de um
advogado. Após um ano de estágio, conquistou a confiança dos advogados do seu setor e
passou a ter autonomia cada vez maior. Diante dessas circunstâncias, passou a chancelar

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contratos sem a interferência de advogado. Nos termos do Estatuto da Advocacia, o


estagiário deve atuar

a) autonomamente, após um ano de estágio.

b) conjuntamente com um advogado, em todos os atos da advocacia.

c) autonomamente, em alguns atos permitidos pelo advogado.

d) vinculado ao advogado em atos judiciais, mas não em atos contratuais.

06) Um jovem advogado inicia sua carreira em seu estado natal, angariando clientes em
decorrência das suas raras habilidades de negociador. Com o curso do tempo, sua fama
de bom profissional se espraia e, em razão disso, surgem convites para atuar em outros
estados da federação. Ao contatar um cliente no Estado Y, distante mais de mil
quilômetros do seu estado natal, é surpreendido pelas autoridades de Y, com
determinação restritiva ao seu exercício profissional, por não ser advogado do local. A
partir do exposto, nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.

a) O advogado deve restringir o exercício profissional ao local em que obteve sua


inscrição.

b) O advogado deve solicitar autorização a cada processo em que atuar fora do local de
inscrição.

c) O advogado deve realizar Exame de Ordem em cada estado em que for atuar.

d) O advogado pode exercer sua profissão em todo o território nacional.

07) Laura, advogada na área empresarial, após concluir o mestrado em renomada


instituição de ensino superior, é convidada para integrar a equipe de assessoria jurídica
da empresa K S/A . No dia da entrevista final, é inquirida pelo Gerente Jurídico da
empresa, bacharel em Direito, sem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, apesar
de o mesmo ter logrado êxito no Exame de Ordem. Observado tal relato, consoante as
normas do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa
correta.

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a) O bacharel em Direito pode exercer as funções de Gerência Jurídica mesmo que não
tenha os requisitos para ingresso na Ordem dos Advogados.

b) A função de Gerente Jurídico é privativa de advogados com regular inscrição nos


quadros da Ordem dos Advogados.

c) O bacharel em Direito, caso preencha os requisitos legais, inclusive aprovação em


Exame de Ordem, pode exercer funções de Gerente Jurídico antes da inscrição na Ordem
dos Advogados.

d) A função de Gerente Jurídico, como é de confiança da empresa, pode ser exercida por
quem não tem formação na área.

08) Marcio é estagiário de Direito regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do


Brasil e atua sob supervisão da advogada Helena. Atuando em determinado processo, a
advogada substabelece ao estagiário os poderes que lhe foram conferidos pelo cliente.

A respeito do caso apresentado, consoante as normas do Regulamento Geral do Estatuto


da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) O estagiário poderá retirar os autos do cartório conjuntamente com a advogada.

b) Os atos do estagiário ocorrem sob a supervisão e responsabilidade da advogada.

c) As petições apresentadas no processo terão a subscrição conjunta da advogada


inclusive de juntada de documentos.

d) O estagiário poderá realizar audiências judiciais autonomamente sem a presença da


advogada.

09) Paulo, bacharel em Direito, exerceu relevantes cargos no Poder Executivo das
três esferas de Governo, adquirindo profundo conhecimento sobre as atividades
internas da Administração Pública. Após aposentar-se, sem requerer inscrição nos
quadros da OAB, estabelece serviço de consultoria jurídica, tendo angariado vários
clientes desde o período da inauguração da sua atividade. De acordo com o narrado
e observadas as normas estatutárias, assinale a afirmativa correta.

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a) Dentre as atividades privativas do advogado incluem-se a postulação judicial e a


assessoria jurídica, mas não a consultoria.

b) O bacharel em Direito aposentado não tem vedado qualquer prática de atividade


jurídica, mesmo não inscrito nos quadros da OAB.

c) O advogado atua na atividade judicial pugnando pela defesa dos interesses dos
seus clientes e na consultoria jurídica

d) As atividades privativas do advogado incluem a assessoria jurídica, a direção jurídica


e a atuação nos Juizados Especiais.

10) Victor nasceu no Estado do Rio de Janeiro e formou-se em Direito no Estado de São
Paulo. Posteriormente, passou a residir, e pretende atuar profissionalmente como
advogado, em Fortaleza, Ceará. Porém, em razão de seus contatos no Rio de Janeiro, foi
convidado a intervir também em feitos judiciais em favor de clientes nesse Estado,
cabendo-lhe patrocinar seis causas no ano de 2015.

Diante do exposto, assinale a opção correta.

a) A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional de São Paulo,
já que a inscrição principal do advogado é feita no Conselho Seccional em cujo território
se localize seu curso jurídico. Além da principal, Victor terá a faculdade de promover sua
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais do Ceará e do Rio de Janeiro, onde
pretende exercer a profissão.

b) A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do Rio de


Janeiro, pois o Estatuto da OAB determina que esta seja promovida no Conselho Seccional
em cujo território o advogado exercer intervenção judicial que exceda três causas por
ano. Além da principal, Victor poderá promover sua inscrição suplementar nos Conselhos
Seccionais do Ceará e de São Paulo.

c) A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do Ceará. Isso
porque a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio profissional. A promoção de inscrição
suplementar no Conselho Seccional do Rio de Janeiro será facultativa, pois as

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intervenções judiciais pontuais, como as causas em que Victor atuará, não configuram
habitualidade no exercício da profissão.

d) A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do Ceará.


Afinal, a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território ele pretende estabelecer o seu domicílio profissional. Além da principal, Victor
deverá promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional do Rio de Janeiro, já que
esta é exigida diante de intervenção judicial que exceda cinco causas por ano.

11) Ângelo, comandante das Forças Especiais do Estado “B”, é curioso em relação às
normas jurídicas, cuja aplicação acompanha na seara castrense, já tendo atuado em
órgãos julgadores na sua esfera de atuação. Mantendo a sua atividade militar, obtém
autorização especial para realizar curso de Direito, no turno da noite, em universidade
pública, à qual teve acesso pelo processo seletivo regular de provas. Ângelo consegue
obter avaliação favorável em todas as disciplinas até alcançar o período em que o estágio
é permitido. Ele pleiteia sua inscrição no quadro de estagiários da OAB e que o mesmo
seja realizado na Justiça Militar. Com base no caso narrado, nos termos do Estatuto da
Advocacia, assinale a afirmativa correta.

a) O estágio é permitido, desde que ocorra perante a Justiça Militar especializada.

b) O estágio é permitido, mas, por tratar-se de função incompatível, é vedada a inscrição


na OAB.

c) O estágio poderá ocorrer, mediante autorização especial da Força Armada respectiva.

d) O estágio possui uma categoria especial que limita a atuação em determinados


processos.

12) Assinale a opção correta acerca da situação do advogado como empregado, de acordo
com as disposições do Estatuto da Advocacia e da OAB.

a) O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de


interesse pessoal, fora da relação de emprego.

b) Nas causas em que for parte empregador de direito privado, os honorários de


sucumbência serão devidos a ele, empregador, e não, aos advogados empregados.
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c) Considera-se jornada de trabalho o período em que o advogado esteja à disposição do


empregador, aguardando ou executando ordens no âmbito do escritório, não sendo
consideradas as horas trabalhadas em atividades externas.

d) A relação de emprego, no que se refere ao advogado, não retira a isenção técnica


inerente à advocacia, mas reduz a independência profissional, visto que o advogado deve
atuar de acordo com as orientações de seus superiores hierárquicos.

13) Com relação ao advogado empregado, assinale a opção correta.

a) Considere que Marcos, advogado empregado do banco X, tenha recebido ordem para
elaborar parecer favorável em um contrato manifestamente ilegal. Nesse caso, por ser
empregado do banco, ele não possui independência profissional para fazer, por
convicção, parecer contrário ao referido contrato.

b) O advogado empregado, no exercício da profissão, não pode ter regime de trabalho


superior a trinta horas semanais, independentemente de acordo coletivo ou de contrato
de dedicação exclusiva.

c) Considere que Fabiana, advogada da empresa SW, tenha ganhado processo para seu
empregador. Nessa situação, caso haja honorários de sucumbência, estes devem ser
repassados à empresa, haja vista que Fabiana já é remunerada para defender os
interesses da empresa SW.

d) Considere que Daniel, advogado empregado do banco Z, tenha sido chamado à sala
do diretor-presidente e lá recebido ordem para fazer contestação do processo de
separação desse diretor-presidente. Nessa situação, Daniel não está obrigado a prestar
seus serviços profissionais, visto que a causa é de interesse pessoal do diretor-presidente,
sem relação com o contrato de trabalho.

14) Os advogados Márcio, Bruno e Jorge, inscritos nas Seccionais do Paraná e de Santa
Catarina da Ordem dos Advogados resolveram constituir determinada sociedade civil de
advogados, para atuação na área tributária. A sede da sociedade estava localizada em
Curitiba. Como os três sócios estavam inscritos na Seccional de Santa Catarina, eles
requereram o registro da sociedade também nessa Seccional. Márcio, por outro lado, já

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fazendo parte da sociedade com Bruno e Jorge, requereu, juntamente com seu irmão,
igualmente advogado, o registro de outra sociedade de advogados também na Seccional
do Paraná, esta com especialização na área tributária. As sociedades não são filiais.

Sobre a hipótese descrita é correto afirmar que a sociedade de advogados de Márcio,


Bruno e Jorge

a) não poderá ser registrada na seccional de Santa Catarina, pois apenas tem sede na
Seccional do Paraná. Márcio não poderá requerer inscrição em outra sociedade de
advogados no Paraná.

b) não poderá ser registrada na seccional de Santa Catarina, pois apenas tem sede na
Seccional do Paraná. Márcio poderá requerer inscrição em outra sociedade de advogados
no Paraná.

c) poderá ser registrada na seccional de Santa Catarina, pois os três advogados que dela
fazem parte estão inscritos na Seccional em questão. Márcio não poderá requerer
inscrição em outra sociedade de advogados no Paraná.

d) poderá ser registrada na seccional de Santa Catarina, pois os três advogados que dela
fazem parte estão inscritos na Seccional em questão. Márcio poderá requerer inscrição
em outra sociedade de advogados no Paraná.

15) Gabriela é sócia de uma sociedade de advogados, tendo, no exercício de suas


atividades profissionais, representado judicialmente Júlia. Entretanto, Gabriela, agindo
com culpa, deixou de praticar ato imprescindível à defesa de Júlia em processo judicial,
acarretando-lhe danos materiais e morais. Em uma eventual demanda proposta por Júlia,
a fim de ver ressarcidos os danos sofridos, deve-se considerar que

a) Gabriela e a sociedade de advogados não podem ser responsabilizadas civilmente


pelos danos, pois, no exercício profissional, o advogado apenas responde pelos atos que
pratica mediante dolo, compreendido por meio do binômio consciência e vontade.

b) a sociedade de advogados não pode ser responsabilizada civilmente pelos atos ou


omissões praticados pessoalmente por Gabriela. Assim, apenas a advogada responderá
pela sua omissão decorrente de culpa, no âmbito da responsabilidade civil e disciplinar.

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c) Gabriela e a sociedade de advogados responderão civilmente pela omissão decorrente


de culpa, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar da advogada, cuidando-se de
hipótese de responsabilidade civil solidária entre ambas.

d) Gabriela e a sociedade de advogados podem ser responsabilizadas civilmente pela


omissão decorrente de culpa. A responsabilidade civil de Gabriela será subsidiária à da
sociedade e ilimitada pelos danos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade
disciplinar.

UNIDADE II – DA ATIVIDADE ADVOCATÍCIA (PARTE II)

Pessoal, tudo bem!? Então, na Unidade II, primeira parte, estudamos a


atividade advocatícia, em especial os seguintes tópicos: a) atividades privativas
de advogados; b) inscrição; c) sociedade de advogados; e d) advogado
empregado. Nesta segunda parte iremos estudar os a) honorários advocatícios;

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b) incompatibilidades e impedimentos; e, o tema de maior importância para


sua prova, c) os direitos e prerrogativas dos advogados.
Então, sem maiores delongas, vamos lá!

I) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Com certeza, para você, futuro colega advogado, este é um dos temas
que mais nos interessam na vida profissional! Pois, em outras palavras, a
remuneração de nós advogados se dá por meio dos honorários.
O recebimento dos honorários advocatícios é um direito fundamental do
advogado: “Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos
na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento
judicial e aos de sucumbência.” (EOAB) e art. 85, §14 do NCPC: “ Os honorários
constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos
privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a
compensação em caso de sucumbência parcial”. E, em razão de seu caráter de
remuneração que os honorários possuem natureza de verba alimentar.
Os marcos regulatórios dos honorários estão nos artigo 85, NPCP; artigos
22 a 26 do EOAB e; artigos 48 a 54, do Novo Código de Ética e Disciplina da
OAB. É de suma importância que você os leia para prova! Em especial as
previsões do Novo Código de Ética.
São três as espécies de honorários advocatícios, quais sejam:

 Honorários convencionados;
 Fixados por arbitramento judicial;

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 De sucumbência.

Honorários Fixados por arbitramento De sucumbência


convencionados judicial
Convencionais são os Os arbitrados são os Os de sucumbência são
que decorrem de relação honorários fixados dor os fixados pelo juiz, na
jurídica contratual entre determinação judicial, sentença, condenando
o advogado e o cliente. quando estes não foram o vencido, nos termos
ajustados previamente pelas do art. 85 10do Código

10
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do
vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de
sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos
interpostos, cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará
os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais:

I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do


proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois
mil) salários-mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte
mil) salários-mínimos;
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000
(cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do
proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.

§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o:


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I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for
líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos
incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito
econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da
causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o
que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.

§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício


econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no
inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e,
naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
§ 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se independentemente de
qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença
sem resolução de mérito.
§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda
Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda,
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por
apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o.
§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários
incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações
vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa
ao processo.
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente
levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando,
conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo
geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento.
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções
processuais, inclusive as previstas no art. 77.
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou
julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no
valor do débito principal, para todos os efeitos legais.
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a
compensação em caso de sucumbência parcial.
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja
efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio,
aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios
incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão.
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria.
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos
honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da
lei.
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partes e havendo de Processo Civil. (É


discordância quanto ao seu IMPRESCINDÍVEL SUA
valor. LEITURA INTEGRAL!!)

PONTOS IMPORTANTES EM RELAÇÃO AOS HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS PARA SUA PROVA:

 HONORÁRIOS DE ADVOGADO DATIVO: o advogado, quando indicado


para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de
impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço
tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada
pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado (Art. 22, §1º,
EOAB);
 ELEMENTOS PARA A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS: Os
honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os
elementos seguintes: a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade
das questões versadas; o trabalho e o tempo a ser empregados; a
possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos,
ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; o valor da causa, a
condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do
serviço profissional; o caráter da intervenção, conforme se trate de
serviço a cliente eventual, freqüente ou constante; o lugar da prestação
dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro; a

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competência do profissional; a praxe do foro sobre trabalhos análogos.


(Art. 49, NCED);

Súmula nº 201 do STJ: “Os honorários advocatícios não podem ser fixados em
salários-mínimos”

 CLÁUSULA QUOTA LITIS11: O Pacto nada mais é do que a contratação dos


honorários advocatícios pela qual, só em caráter excepcional, se admite
que o Advogado receba bens particulares do cliente em pagamento de
seus honorários. O contrato firmado entre o advogado e seu cliente com
cláusula quota litis, ou seja, que autoriza o pagamento dos honorários
somente quando do final do processo, por si só, não fere o regime ético-
disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil.

 MOMENTO PARA PAGAMENTO: Salvo estipulação em contrário, um


terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a
decisão de primeira instância e o restante no final.

 PAGAMENTO POR DEDUCAÇÃO EM LEVANTAMENTOS OU


PRECATÓRIOS: Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de

11
Art. 50. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários devem ser
necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos honorários da
sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em bens particulares do cliente só é admitida em
caráter excepcional, quando esse, comprovadamente, não tiver condições pecuniárias
de satisfazer o débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento
contratual, tal forma de pagamento.
§ 2º Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas e vincendas,
os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os
requisitos da moderação e da razoabilidade.
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honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou


precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por
dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar
que já os pagou.

 HONORÁRIOS COMO TÍTULOS EXECUTIVOS: a decisão judicial que fixar


ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos
executivos extrajudiciais e constituem crédito privilegiado na falência,
recuperação judicial, concurso de credores, insolvência civil e liquidação
extrajudicial.

 COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: Os honorários da


sucumbência e os honorários contratuais, pertencendo ao advogado que
houver atuado na causa, poderão ser por ele executados, assistindo-lhe
direito autônomo para promover a execução do capítulo da sentença que
os estabelecer ou para postular, quando for o caso, a expedição de
precatório ou requisição de pequeno valor em seu favor. A execução dos
honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha
atuado o advogado, se assim lhe convier. Na hipótese de falecimento ou
incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência,
proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou
representantes legais.

 No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários


da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o
substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada um no processo

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ou conforme haja sido entre eles ajustado. O advogado substabelecido,


com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a
intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. Quando for
o caso, a Ordem dos Advogados do Brasil ou os seus Tribunais de Ética
e Disciplina poderão ser solicitados a indicar mediador.
 O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo,
seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou
qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, podendo,
apenas, ser emitida fatura, quando o cliente assim pretender, com
fundamento no contrato de prestação de serviços, a qual, porém, não
poderá ser levada a protesto. Pode, todavia, ser levado a protesto o
cheque ou a nota promissória emitido pelo cliente em favor do
advogado, depois de frustrada a tentativa de recebimento amigável.

 É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o


recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante
credenciamento junto a empresa operadora do ramo.
 Havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança judicial
de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao mandato
que recebera do cliente em débito.

 ATENÇÃO COM O ART. 24, §3º DO EAOB: § 3º

É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou


coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de
sucumbência.

O STF decidiu por unanimidade que este dispositivo é inconstitucional, dando


interpretação conforme a Constituição Federal. Eles seguiram o75voto do
ministro Maurício Corrêa segundo a qual o advogado da parte vencedora
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poderá negociar a verba honorária da sucumbência com seu constituinte.
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 PRESCRIÇÃO DOS HONORÁRIOS: prescreve em cinco anos a ação de


cobrança de honorários de advogado, contado o prazo: I) do vencimento
do contrato, se houver; II) do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III) da ultimação do serviço extrajudicial; IV) da desistência ou transação.
Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias
recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele.

II) INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Com certeza uma questão sobre essa temática irá aparecer na sua
prova. Depois de prerrogativas e direitos dos advogados, este é um dos
assuntos com maior índice de incidência na prova de Ética Profissional.
Aqui, será preciso uma atenção maior de sua parte, porque embora não
tão complexo, é um tema com muitos detalhes!.

A regulação jurídica das incompatibilidades e impedimentos está


prevista nos artigos 27 a 30, do EOAB.

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A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedimento,


a proibição parcial do exercício da advocacia. Dessa forma, nas hipóteses
de incompatibilidade definitiva o advogado deverá requerer o
cancelamento da OAB e nas hipóteses de incompatibilidade temporária
deverá solicitar a licença. Já nas situações de impedimento, o advogado
não precisará solicitar nem o cancelamento nem a licença.

Incompatibilidade definitiva Cancelamento


Incompatibilidade temporária Licença
Impedimento Não precisará solicitar nem o
cancelamento nem a licença.

A) CAUSAS DE INCOMPATIBILIDADE

A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes


atividades:

I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e


seus substitutos legais;

II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos


tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz,
juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de
julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública
direta e indireta

 Membro X servidor: Membro é, por exemplo, o magistrado ou o


promotor. Servidor é aquele que dá base pro membro poder
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trabalhar. É o técnico judiciário, o analista judiciário etc. Eles estão


tratados no inciso IV.
 Membros dos juizados especiais são os juízes de direito que estão
lotados nos juizados especiais, e não o juiz leigo! O juiz leigo está no
artigo 7º, § único da Lei n. 9099/95, e lá diz que o juiz leigo pode sim
advogar!
 O STF passou a entender que o juiz eleitoral pode advogar. Não
existe concurso pra juiz eleitoral. Os tribunais da justiça eleitoral são
compostos por juízes de direito que cumulam as atividades. Mas no
TRE e no TSE também há vagas paga advogados. Enquanto esse
advogado for juiz eleitoral ele vai poder sim advogar. Portanto, não
é todo juiz eleitoral que pode advogar, mas somente aqueles que
entraram nos tribunais como advogados;
 Não são incompatíveis os advogados indicados para compor CNJ ou
CNMP.

III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da


Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas
empresas controladas ou concessionárias de serviço público;

 Os diretores em órgãos e entidades da administração pública direta


e indireta, como os diretores de uma autarquia ou o diretor de uma
concessionária, não poderão advogar. Ex: diretor da Vivo, da
ANATEL.

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IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente


a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais
e de registro;

 Aqui a lei fala dos servidores, vinculados direta ou indiretamente ao


poder judiciário. Ex: assessor, segurança do fórum, motorista dos
magistrados. O tabelião e o oficial de cartórios também não
poderão advogar.

V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a


atividade policial de qualquer natureza;

 O policial não pode advogar. Ex: PM, PF, PRF. Até quem estiver
ligado indiretamente não pode advogar (Ex: perito, médico legista
etc). O bombeiro e o guarda municipal também não podem
advogar.

VI - militares de qualquer natureza, na ativa;

 Os militares de qualquer patente não poderão advogar enquanto


estiverem na ativa. Depois que aposentarem pode, assim como
qualquer outro.

VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de


lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições
parafiscais;

 Aqui é o exemplo do auditor fiscal da receita federal, do INSS etc.

VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições


financeiras, inclusive privadas.
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 Todas essas funções estão ligadas às funções públicas, menos o


inciso VIII, que fala dos bancos. Nos bancos é só o pessoal do alto
escalão (diretores e gerentes). Diretores de instituições de
empréstimo também não podem advogar. O diretor de uma
empresa privada que não seja banco PODE advogar!

Obs.: a incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo


ou função deixe de exercê-lo temporariamente.

B) CAUSAS DE IMPEDIMENTOS

São impedidos de exercer a advocacia:

I – os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a


Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade
empregadora;

 Se trabalha como um servidor da Prefeitura de Salvador, até pode


advogar, menos contra a prefeitura de Salvador. Os servidores
públicos que não podem advogar de jeito nenhum são os do artigo
28 (Ex: polícia, servidores do judiciário etc). Os demais servidores
podem advogar, menos contra quem os remunera. Se for advogado
e professor de uma escola do município do Rio de Janeiro, pode
advogar contra todo mundo, menos contra o RJ.

II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra


ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades
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paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço


público.

Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes


dos cursos jurídicos.

 Se é advogado e é vereador, não pode advogar nem contra e nem a


favor qualquer órgão ou entidade da administração pública direta
ou indireta. Ele pode fazer coisas entre particulares, como ações de
divórcio, ações de despejo etc.
 O professor de curso jurídico (faculdade pública). Ele é livre para
advogar. É um funcionário público que pode advogar a vontade, até
contra quem o remunera. O mesmo vale para o diretor acadêmico
da faculdade de direito. Mas se o advogado passar a ser reitor aí ele
não poderá advogar, ficando licenciado enquanto durar seu
mandato.

CUIDADO: Art. 29 EAB: Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais,


Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração
Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente
legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que
exerçam, durante o período da investidura.
Os procuradores gerais e os defensores públicos têm exclusividade
para o desempenho da atividade. Eles não podem advogar por
fora de jeito algum enquanto ostentarem esse cargo. Seria um
“impedimento especial”.

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Casos comuns de impedimento e incompatibilidade:

 Advogado eleito presidente da república -> licença


 Advogado que passa em concurso como investigador da polícia civil ->
cancelamento
 Advogado que entra pelo quinto como desembargador ->
cancelamento
 Advogado que passa pra analista judiciário -> cancelamento
 Advogado que passa em concurso pra tabelião -> cancelamento
 Advogado contratado pra ser escrevente em cartório extrajudicial ->
licença
 Advogado que é eleito deputado federal ->pode advogar, menos
contra ou a favor
 Advogado que é eleito vereador -> pode advogar, menos contra ou a
favor da administração
 Advogado que passa em concurso pra auxiliar administrativo da
prefeitura de SP -> pode advogar, menos contra o município de São
Paulo
 Advogado que passa em concurso pra agente administrativo do INSS ->
pode advogar, menos contra a União, já que o INSS é autarquia federal

III) PRERROGATIVAS E DIREITOS DOS ADVOGADOS

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As prerrogativas profissionais dos advogados são um conjunto de


direitos essenciais para o exercício da advocacia. Para o cidadão comum,
prerrogativa costuma ser confundida com privilégio, o que não guarda o
correto respaldo em relação às finalidades das prerrogativas.
As prerrogativas dos profissionais da advocacia estão dispostas na
lei n° 8.906/94, em seus artigos 6º e 7º, nos artigos 15 a 19 do RGEOAB.
Então vamos lá, analisaremos cada uma das hipóteses previstas no
artigo 6º e 7º do EOAB em conjunto com as regulamentações do RGEOAB.
1. Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados
e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com
consideração e respeito recíprocos.

2. Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;

 LEMBRE-SE DA INSCRIÇÃO PRINCIPAL E SUPLEMENTAR

3. A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de


seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita,
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da
advocacia;

 Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime


por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá
decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput
deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e
apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença
de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a
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utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a


clientes do advogado averiguado, bem como dos demais
instrumentos de trabalho que contenham informações sobre
clientes.
 O sigilo quanto aos clientes não se estende quando eles estejam
sendo formalmente investigados como partícipes ou co-autores
pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da
inviolabilidade do advogado.

4. Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo


sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos
em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados
incomunicáveis;

5. Ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante,


por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto
respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação
expressa à seccional da OAB;

 O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de


exercício da profissão, em caso de crime inafiançável.
 Quando o advogado for preso em flagrante por motivo ligado ao
exercício da advocacia, é obrigatória a presença de um
representante da OAB para a lavratura do auto de prisão em
flagrante, sob pena de nulidade do mesmo. Nos demais casos, que
não envolvam a prisão em flagrante, basta a comunicação expressa
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ao Conselho Seccional da OAB, para que o Presidente deste


Conselho, nos moldes do art. 16 do RGEAOAB, atue na defesa do
advogado como assistente,se entender conveniente. Vale o registro
de que mesmo quando não houver nexo de causalidade entre a
prisão e o exercício profissional, o advogado continua tendo o
direito de que o fato seja comunicado à OAB, sem, contudo,
constituir seu direito a presença de um representante do órgão de
classe, e, ainda, a ausência da comunicação não constituirá
irregularidade ou nulidade processual.

6. Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado,


senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades
condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão
domiciliar;

 Quando preso provisoriamente (prisão temporária, prisão


preventiva, prisão em flagrante, prisão após sentença condenatória
recorrível e prisão em razão de sentença de pronúncia), o advogado
tem direito de ser recolhido em sala de Estado Maior, com
instalações e comodidades condignas, e na sua falta, ficará em
prisão domiciliar, até a conclusão final do processo penal. Lembre-
se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 1127-8,
declarou inconstitucional a expressão “assim reconhecidas pela
OAB”.

7. Ingressar livremente:

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a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que
separam a parte reservada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios


de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e
prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da
presença de seus titulares;

c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial


ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher
prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro
do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente
qualquer servidor ou empregado;

d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa


participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde
que munido de poderes especiais;

8. Permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais


indicados no inciso anterior, independentemente de licença;

9. Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de


trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou
outra condição, observando-se a ordem de chegada;

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10. Sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas


sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou
administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for
concedido;

 O STF, na ADIN 1.127-8, declarou inconstitucional este inciso.

11. Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal,


mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida
surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no
julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem
feitas;

12. Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo,


tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei,
regulamento ou regimento;

13. Falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação


coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo;

14. Examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo,


ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em
andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a
sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;

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15. Examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital;

 Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração;


 A autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado
aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e
ainda não documentados nos autos, quando houver risco de
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das
diligências;
 A inobservância a esses direitos, o fornecimento incompleto de
autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de
peças já incluídas no caderno investigativo implicará
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do
responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de
prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo
do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente.

16. Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer


natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos
prazos legais;

 É direito do advogado ter vista de qualquer processo em cartório,


exceto os que estejam protegidos pelo segredo de justiça, os que

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tenham documentos de difícil restauração (art. 7º, parágrafo 1º,


itens 1 e 2 do EAOAB) e em relação aqueles que até o encerramento
do processo houver deixado de devolver os respectivos autos no
prazo legal, e só o fizer depois de intimado. Já para a vista dos autos
fora do cartório, faz-se necessário a apresentação do instrumento
de mandato.

17. Retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo


prazo de dez dias;

18. Ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da


profissão ou em razão dela;

 O desagravo é um procedimento formal que tem o objetivo de


registrar o repúdio da Classe de advogados e da própria OAB sobre
uma ofensa proferida por qualquer autoridade contra advogado no
exercício da profissão. O desagravo independerá da pretensão ou
concordância do advogado ofendido, podendo ser promovido de
ofício pelo Conselho Seccional (Art. 18, NCED).
 No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de
cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve
promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da
responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.

19. Usar os símbolos privativos da profissão de advogado;

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20. Recusar-se a depor como testemunha em processo no qual


funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com
pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando
autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre
fato que constitua sigilo profissional;

21. Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato


judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não
tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante
comunicação protocolizada em juízo.

 Designada a audiência e passados trinta minutos do horário, sem


que o magistrado que presidiria a audiência esteja presente, o
advogado poderá retirar-se do local onde aguardava o pregão e
comunicar, na mesma data, por petição protocolizada em juízo, de
forma a comprovar o tempo que tolerou a espera, que esteve
presente aguardando o ato judicial, e que este não se realizara em
razão da ausência ou do atraso do magistrado, requerendo a
designação de nova data, se for o caso.

22. Assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações,


sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou

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indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a)


apresentar razões e quesitos;

23. O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria,


difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das
sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.

OBS. Compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional


ou da Subseção, ao tomar conhecimento de fato que possa causar, ou que
já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, adotar as
providências judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o
império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive mediante representação
administrativa. O Presidente pode designar advogado, investido de
poderes bastantes, para as finalidades mencionadas.

OBS. 2: Compete ao Presidente do Conselho ou da Subseção representar


contra o responsável por abuso de autoridade, quando configurada
hipótese de atentado à garantia legal de exercício profissional, prevista na
Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965.

ATENÇÃO!!!! NOVIDADE LEGISLATIVA!!!


DIREITOS DA ADVOGADA

Art. 7º-A. São direitos da advogada:


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I - gestante:

a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e


aparelhos de raios X;

b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais

II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou


a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê;

III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem


das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia,
mediante comprovação de sua condição

IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando


for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao
cliente.

§ 1º Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se


enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de
amamentação.

§ 2º Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada


adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art.
392 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (Consolidação das
Leis do Trabalho).

§ 3º O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada adotante


ou que der à luz será concedido pelo prazo previsto no § 6o do art. 313
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

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QUESTÕES
01) Leandro é advogado empregado de uma sociedade anônima, tendo atuado sozinho em
demanda proposta em 2014, na qual tal pessoa jurídica foi vencedora, tendo o magistrado
condenado a parte adversa ao pagamento de honorários de sucumbência.
Com base no disposto no Estatuto da OAB e no entendimento adotado pelo Supremo Tribunal
Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta.

a) Os referidos honorários pertencem à pessoa jurídica empregadora, uma vez que tal verba
sucumbencial destina-se a recompor o patrimônio jurídico da parte vencedora na demanda.
b) Os mencionados honorários pertencem a Leandro, mas é possível, de acordo com o STF,
haver estipulação contratual em contrário, pois se trata de direito disponível do advogado.
c) Os mencionados honorários pertencem a Leandro, sendo vedada, de acordo com o STF,
qualquer estipulação contratual em contrário, pois se trata de direito indisponível.
d) Os referidos honorários serão partilhados entre Leandro e a pessoa jurídica empregadora,
de acordo com o STF, sendo vedada qualquer estipulação contratual em contrário, por se
tratar de honorários sucumbenciais.

02) A advogada Laila representou judicialmente Rita, em processo no qual esta postulava a
condenação do Município de Manaus ao cumprimento de obrigação de pagar quantia certa.
Fora acordado entre Laila e Rita o pagamento de valor determinado à advogada, a título de
honorários, por meio de negócio jurídico escrito e válido. Após o transcurso do processo, a
Fazenda Pública foi condenada, nos termos do pedido autoral. Antes da expedição do
precatório, Laila juntou aos autos o contrato de honorários, no intuito de obter os valores
pactuados. Considerando a situação narrada, é correto afirmar que

a) Laila deverá executar os honorários em face de Rita em processo autônomo, sendo vedado
o pagamento nos mesmos autos, por se tratar de honorários contratuais e não sucumbenciais.
b) o juiz deverá determinar que os valores acordados a título de honorários sejam pagos
diretamente a Laila, por dedução da quantia a ser recebida por Rita, independentemente de
concordância desta nos autos, salvo se Rita provar que já os pagou.
c) Laila deverá executar os honorários em face do município de Manaus, em processo
autônomo de execução, sendo vedado o pagamento nos mesmos autos, por se tratar de
honorários contratuais e não sucumbenciais.
d) o juiz poderá determinar que os valores acordados a título de honorários sejam pagos
diretamente a Laila, por dedução da quantia a ser recebida por Rita, caso Rita apresente sua
concordância nos autos.

03) A advogada Taís foi contratada por Lia para atuar em certo processo ajuizado perante o
Juizado Especial Cível. Foi acordado o pagamento de honorários advocatícios no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais). O feito seguiu regularmente o rito previsto na Lei nº 9.099/95, tendo
o magistrado, antes da instrução e julgamento, esclarecido as partes sobre as vantagens da
conciliação, obtendo a concordância dos litigantes pela solução consensual do conflito.
Considerando o caso relatado, assinale a afirmativa correta.

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a) Diante da conciliação entre as partes, ocorrida antes da instrução e julgamento do feito,


Taís fará jus à metade do valor acordado a título de honorários advocatícios.
b) A conciliação entre as partes, ocorrida antes da instrução e julgamento do feito, não
prejudica os honorários convencionados, salvo aquiescência de Taís.
c) Diante da conciliação entre as partes, ocorrida antes da instrução e julgamento do feito,
deverá o magistrado, ao homologar o acordo, fixar o valor que competirá a Taís, a título de
honorários advocatícios, não prevalecendo a pactuação anterior entre cliente e advogada.
d) Em razão da conciliação entre as partes, ocorrida antes da instrução e julgamento do feito,
deverá ser pactuado, por Taís e Lia, novo valor a título de honorários advocatícios, não
prevalecendo a obrigação anteriormente fixada.

04) Daniel contratou a advogada Beatriz para ajuizar ação em face de seu vizinho Théo,
buscando o ressarcimento de danos causados em razão de uma obra indevida no condomínio.
No curso do processo, Beatriz substabeleceu o mandato a Ana, com reserva de poderes.
Sentenciado o feito e julgado procedente o pedido de Daniel, o juiz condenou Théo ao
pagamento de honorários sucumbenciais.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) Ana poderá promover a execução dos honorários sucumbenciais nos mesmos autos
judiciais, se assim lhe convier, independentemente da intervenção de Beatriz.
b) Ana e Beatriz poderão promover a execução dos honorários sucumbenciais, isoladamente
ou em conjunto, mas devem fazê-lo em processo autônomo.
c) Ana poderá promover a execução dos honorários sucumbenciais nos mesmos autos, se
assim lhe convier, mas dependerá da intervenção de Beatriz.
d) Ana não terá direito ao recebimento de honorários sucumbenciais, cabendo-lhe executar
Beatriz pelos valores que lhe sejam devidos, caso não haja o adimplemento voluntário.

05) Paulo é contratado por Pedro para promover ação com pedido condenatório em face de
Alexandre, por danos causados ao animal de sua propriedade. Em decorrência do processo,
houve condenação do réu ao pagamento de indenização ao autor, fixados honorários de
sucumbência correspondentes a dez por cento do apurado em cumprimento de sentença. O
réu ofertou apelação contra a sentença proferida na fase cognitiva. Ainda pendente o
julgamento do recurso, Pedro decide revogar o mandato judicial conferido a Paulo,
desobrigando-se de pagar os honorários contratualmente ajustados.
Nos termos do Código de Ética da OAB, a revogação do mandato judicial, por vontade de
Pedro,

a) não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas.


b) desobriga-o do pagamento das verbas honorárias contratadas.
c) desobriga-o do pagamento das verbas honorárias contratadas e da verba sucumbencial.
d) não o desobriga do pagamento das verbas honorárias sucumbenciais, mas o desobriga das
verbas contratadas.

06) Renata, devidamente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, exerce, há muitos anos,
atividades privativas da advocacia. Ocorre que Renata concorre a deputada estadual,
encontrando-se em curso diversos processos em que ela atua como advogada.
Caso Renata seja eleita, é correto afirmar que
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a) ela ficará impedida de exercer a advocacia apenas contra ou a favor de pessoas jurídicas de
direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas,
entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público.
b) ela ficará sujeita à proibição total ao exercício da advocacia, pois este é incompatível,
mesmo em causa própria, com as atividades dos membros do Poder Legislativo.
c) ela ficará impedida de exercer a advocacia apenas contra ou a favor de pessoas jurídicas de
direito público.
d) ela ficará sujeita à proibição total ao exercício da advocacia, pois este é incompatível,
mesmo em causa própria, com as atividades dos membros do Poder Legislativo, mas poderá
atuar, excepcionalmente, nos feitos que já estavam em curso antes do exercício de seu
mandato parlamentar.

07) Formaram-se em uma Faculdade de Direito, na mesma turma, Luana, Leonardo e Bruno.
Luana, 35 anos, já exercia função de gerência em um banco quando se graduou. Leonardo, 30
anos, é prefeito do município de Pontal. Bruno, 28 anos, é policial militar no mesmo município.
Os três pretendem praticar atividades privativas de advocacia.
Considerando as incompatibilidades e impedimentos ao exercício da advocacia, assinale a
opção correta.

a) Luana não está proibida de exercer a advocacia, pois é empregada de instituição privada,
inexistindo impedimentos ou incompatibilidades.
b) Bruno, como os servidores públicos, apenas é impedido de exercer a advocacia contra a
Fazenda Pública que o remunera.
c) Os três graduados, Luana, Leonardo e Bruno, exercem funções incompatíveis com a
advocacia, sendo determinada a proibição total de exercício das atividades privativas de
advogado.
d) Leonardo é impedido de exercer a advocacia apenas contra ou em favor de pessoas
jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço
público.

08) Carlos integrou a chapa de candidatos ao Conselho Seccional que obteve a maioria dos
votos válidos e tomou posse em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. Um ano após
o início do mandato, Carlos passou a ocupar um cargo de direção no Conselho de
Administração de uma empresa, controlada pela Administração Pública, sediada em outro
estado da Federação.
Nesse caso, de acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.

a) Não se extingue o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em empresa


controlada pela Administração Pública, em estado da Federação distinto do abrangido pelo
Conselho Seccional, não configura incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua
inscrição.
b) Extingue-se automaticamente o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção
em empresa controlada pela Administração Pública, em qualquer circunstância, configura
incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua inscrição.

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c) Extingue-se o mandato de Carlos mediante deliberação de dois terços dos membros do


Conselho Seccional, pois a ocupação de cargo de direção em empresa controlada pela
Administração Pública pode configurar incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua
inscrição.
d) Não se extingue o mandato de Carlos, pois a ocupação de cargo de direção em empresa
controlada pela Administração Pública, em qualquer circunstância, não configura
incompatibilidade a ensejar o cancelamento de sua inscrição.

09) Deise é uma próspera advogada e passou a buscar novos desafios, sendo eleita Deputada
Estadual. Por força de suas raras habilidades políticas, foi eleita integrante da Mesa Diretora da
Assembleia Legislativa do Estado Z. Ao ocupar esse honroso cargo procurou conciliar sua
atividade parlamentar com o exercício da advocacia, sendo seu escritório agora administrado
pela filha. Nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
a) A atividade parlamentar de Deise é incompatível com o exercício da advocacia.
b) A participação de Deise na Mesa Diretora a torna incompatível com o exercício da
advocacia.
c) A função de Deise como integrante da Mesa Diretora do Parlamento Estadual é conciliável
com o exercício da advocacia.
d) A atividade parlamentar de Deise na Mesa Diretora pode ser conciliada com o exercício da
advocacia em prol dos necessitados.

10) A advogada Lúcia dirigiu-se ao cartório de determinada Vara Cível, com o objetivo de
retirar os autos dos processos 1, 2 e 3 para consulta. Quanto ao processo 1, já findo, não foi
autorizada a retirada porque havia sido decretado segredo de justiça e Lúcia não havia atuado
no feito. No que se refere ao processo 2, ainda em trâmite, não foi permitida a retirada, pois
Lúcia, advogada do réu, já havia deixado anteriormente de devolver os autos no prazo legal, só
o fazendo depois de intimada. Já quanto ao processo 3, também findo, não foi concedida a
retirada sob a justificativa de que existiam nos autos documentos originais de difícil
restauração. Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.

a) É excepcionado o direito do advogado à retirada dos autos apenas em razão dos motivos
declinados quanto aos processos 1 e 2. No que se refere ao processo 3, houve indevida
violação do direito de Lúcia.
b) É excepcionado o direito do advogado à retirada dos autos apenas em razão dos motivos
declinados quanto aos processos 1 e 3. No que se refere ao processo 2, houve indevida
violação do direito de Lúcia.
c) É excepcionado o direito do advogado à retirada dos autos em razão dos motivos
declinados quanto aos processos 1 , 2 e 3. Não houve indevida violação do direito de Lúcia.
d) É excepcionado o direito do advogado à retirada dos autos apenas em razão do motivo
declinado quanto ao processo 1. No que se refere aos processos 2 e 3, houve indevida violação
do direito de Lúcia.

11) João das Neves, advogado, foi preso em flagrante delito, sendo-lhe imputada a suposta
prática do delito de lesão corporal grave, perpetrado no contexto de violência doméstica e
familiar contra a mulher, em face de sua companheira Ingrid. No que se refere à lavratura do
Auto de Prisão em Flagrante, assinale a afirmativa correta.

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a) A lavratura do Auto de Prisão em Flagrante observará as formalidades previstas nos artigos


304, 305 e 306 do Código de Processo Penal. Não são exigidas formalidades decorrentes da
condição de advogado de João das Neves, pois a prisão deu-se por fato não relacionado ao
exercício da advocacia.
b) A lavratura do Auto de Prisão em Flagrante deverá, invariavelmente, ocorrer na presença
de representante da OAB, sob pena de nulidade do ato.
c) A prisão em flagrante de João das Neves deverá ser objeto de comunicação expressa à
seccional respectiva da OAB, não sendo exigida, neste caso, a presença de representante da
OAB para lavratura do Auto de Prisão em Flagrante.
d) A lavratura do Auto de Prisão em Flagrante deverá ocorrer na presença de representante
da OAB. Não obstante, a falta, segundo entendimento jurisprudencial consolidado do STF, não
constitui nulidade, mas mera irregularidade, que pode ser suprida, a posteriori, mediante
comunicação ao Conselho Federal da OAB.

12) O advogado Carlos dirigiu-se a uma Delegacia de Polícia para tentar obter cópia de autos
de inquérito no âmbito do qual seu cliente havia sido intimado para prestar esclarecimentos.
No entanto, a vista dos autos foi negada pela autoridade policial, ao fundamento de que os
autos estavam sob segredo de Justiça. Mesmo após Carlos ter apresentado procuração de seu
cliente, afirmou o Delegado que, uma vez que o juiz havia decretado sigilo nos autos, a vista
somente seria permitida com autorização judicial. Nos termos do Estatuto da Advocacia, é
correto afirmar que

a) Carlos pode ter acesso aos autos de qualquer inquérito, mesmo sem procuração.
b) Carlos pode ter acesso aos autos de inquéritos sob segredo de Justiça, desde que esteja
munido de procuração do investigado.
c) em caso de inquérito sob segredo de Justiça, apenas o magistrado que decretou o sigilo
poderá afastar parcialmente o sigilo, autorizando o acesso aos autos pelo advogado Carlos.
d) o segredo de Justiça de inquéritos em andamento é oponível ao advogado Carlos, mesmo
munido de procuração.

13) Tício, presidente de determinada Subseção da OAB, valendo-se da disciplina do Art. 50 da


Lei Federal nº 8.906/94 (Estatuto da OAB), pretende requisitar, ao cartório de certa Vara de
Fazenda Pública, cópias de peças dos autos de um processo judicial que não estão cobertas
pelo sigilo. Assim, analisou o entendimento jurisprudencial consolidado no Supremo Tribunal
Federal sobre o tema, a fim de apurar a possibilidade da requisição, bem como, caso positivo,
a necessidade de motivação e pagamento dos custos respectivos. Diante da situação narrada,
Tício estará correto ao concluir que

a) não dispõe de tal prerrogativa, pois o citado dispositivo legal foi declarado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que compete privativamente aos tribunais organizar
as secretarias e cartórios judiciais, não se sujeitando a requisições da OAB, por expressa
disciplina constitucional.
b) pode realizar tal requisição, pois o citado dispositivo legal foi declarado constitucional pelo
Supremo Tribunal Federal, independentemente de motivação e pagamento dos respectivos
custos.

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c) pode realizar tal requisição, pois o Supremo Tribunal Federal, em sede de controle de
constitucionalidade, assegurou-a, desde que acompanhada de motivação compatível com as
finalidades da Lei nº 8.906/94 e o pagamento dos respectivos custos.
d) não dispõe de tal prerrogativa, pois ao citado dispositivo legal foi conferida, pelo Supremo
Tribunal Federal, interpretação conforme a Constituição Federal para excluir os presidentes de
Subseções, garantindo a requisição apenas aos Presidentes do Conselho Federal da OAB e dos
Conselhos Seccionais, desde que motivada.

14) Alice, advogada, em audiência judicial, dirigiu a palavra de maneira ríspida a certa
testemunha e ao magistrado, tendo este entendido que houve a prática dos crimes de injúria e
desacato, respectivamente. Por isso, o juiz determinou a extração de cópias da ata e remessa à
Promotoria de Justiça com atribuição para investigação penal da comarca.
Considerando a situação narrada, a disciplina do Estatuto da OAB e o entendimento do
Supremo Tribunal Federal, sobre as manifestações de Alice, proferidas no exercício de sua
atividade profissional, é correto afirmar que

a) podem configurar injúria e desacato puníveis, pois o Supremo Tribunal Federal declarou
inconstitucional a imunidade profissional prevista no Art. 7º, § 2º, do Estatuto da OAB, já que a
Constituição Federal consagra a incolumidade da honra e imagem.
b) não podem constituir injúria ou desacato puníveis. Isso porque o advogado tem imunidade
profissional, nos termos do Art. 7º, § 2º, do Estatuto da OAB, cuja integral constitucionalidade
foi declarada pelo Supremo Tribunal Federal.
c) não podem constituir injúria, mas podem configurar desacato punível. Isso porque o
advogado tem imunidade profissional, nos termos do Art. 7º, § 2º, do Estatuto da OAB, mas
esta, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, não compreende o desacato, sob pena de
conflitar com a autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional.
d) não podem constituir injúria ou desacato puníveis, mas podem caracterizar crime de
desobediência. Isso porque o advogado tem imunidade profissional, nos termos do Art. 7º, §
2º, do Estatuto da OAB, cuja constitucionalidade foi declarada pelo Supremo Tribunal Federal,
com a ressalva ao delito de desobediência, a fim de não conflitar com a autoridade do
magistrado na condução da atividade jurisdicional.

15) A advogada Maria foi presa em flagrante por furto cometido no interior de uma loja de
departamentos. Na Delegacia, teve a assistência de advogado por ela constituído. O auto de
prisão foi lavrado sem a presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, fato
que levou o advogado de Maria a arguir sua nulidade. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa
correta.

a) O auto de prisão em flagrante não é nulo, pois só é obrigatória a presença de


representante da OAB quando a prisão decorre de motivo ligado ao exercício da advocacia.
b) O auto de prisão em flagrante não é nulo, pois a presença de representante da OAB é
facultativa em qualquer caso, podendo sempre ser suprida pela presença de advogado
indicado pelo preso.
c) O auto de prisão em flagrante é nulo, pois advogados não podem ser presos por crimes
afiançáveis.
d) O auto de prisão em flagrante é nulo, pois a presença de representante da OAB em caso de
prisão em flagrante de advogado é sempre obrigatória.
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16) Júlia é advogada de Fernando, réu em processo criminal de grande repercussão social. Em
um programa vespertino da rádio local, o apresentador, ao comentar o caso, afirmou que Júlia
era “advogada de porta de cadeia” e “ajudante de bandido”. Ouvinte do programa, Rafaela
procurou o Conselho Seccional da OAB e pediu que fosse promovido o desagravo público.
Júlia, ao tomar conhecimento do pedido de Rafaela, informou ao Conselho Seccional da OAB
que o desagravo não era necessário, pois já ajuizara ação para apurar a responsabilidade civil
do apresentador. No caso narrado,

a) o pedido de desagravo público só pode ser formulado por Júlia, que é a pessoa ofendida
em razão do exercício profissional.
b) o pedido de desagravo pode ser formulado por Rafaela, mas depende da concordância de
Júlia, que é a pessoa ofendida em razão do exercício profissional.
c) o pedido de desagravo pode ser formulado por Rafaela, e não depende da concordância de
Júlia, apesar de esta ser a pessoa ofendida em razão do exercício profissional.
d) o pedido de desagravo público só pode ser formulado por Júlia, que é a pessoa ofendida
em razão do exercício profissional, mas o ajuizamento de ação para apurar a responsabilidade
civil implica a perda de objeto do desagravo.

17) Sobre o desagravo público, assinale a afirmativa correta.

a) O advogado poderá ser desagravado quando ofendido no exercício da profissão ou em


razão dela, desde que faça o requerimento em petição dirigida ao Presidente do Conselho
Seccional no prazo de seis meses, contados a partir da data da realização da ofensa.
b) O desagravo público depende de concordância do advogado ofendido.
c) O advogado não pode dispensar o desagravo público quando o Conselho Seccional decidir
promovê-lo.
d) O advogado tem direito a ser desagravado, mesmo que a ofensa por ele sofrida não guarde
relação com o exercício da profissão ou de cargo ou função na OAB.

UNIDADE III – PROCESSOS DISCIPLINARES E CÓDIGO DE ÉTICA E


DISCIPLINA

Pessoal, tudo bem!? CHEGAMOS NA RETA FINAL!! E hora de dar aquela


motivação nos estudos e tentar revisar o máximo possível a disciplina de
ÉTICA!!
Então, sem maiores delongas, vamos lá!

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Ah, já ia me esquecendo, tenha sempre em mãos a Lei n. 8906/94 (EOAB)


e também o NOVO CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB.

I) DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

Segundo o artigo 35 do EOAB, temos as seguintes espécies de sanções


disciplinares no âmbito da OAB:

I - censura;
II - suspensão; São aplicadas de forma isolada
III - exclusão;

É sempre acessória, aplicada nos


IV - multa. casos de agravantes junto com as
sanções de censura ou suspensão.

Importante lembrar que as sanções devem constar dos assentamentos


do inscrito, após o trânsito em julgado da decisão.
Bom, mas antes de compreendermos quando cada sanção será aplicada,
precisamos checar quais são as infrações que os advogados podem praticar
segundo o EOAB e o CED.

II) INFRAÇÕES

De acordo com o artigo 34 do EOAB, temos as seguintes infrações


(DECORE!!!!):

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I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por


qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
SANÇÃO: CENSURA

II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos


estabelecidos nesta lei;
SANÇÃO: CENSURA

III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos


honorários a receber;
SANÇÃO: CENSURA

IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;


SANÇÃO: CENSURA
V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim
extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;
SANÇÃO: CENSURA

VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé


quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em
pronunciamento judicial anterior;
SANÇÃO: CENSURA

VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional12;

12
Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão.
Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado tenha tido
conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do
Brasil.
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SANÇÃO: CENSURA

VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do


cliente ou ciência do advogado contrário;
SANÇÃO: CENSURA

IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;


SANÇÃO: CENSURA

X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade


do processo em que funcione;
SANÇÃO: CENSURA

XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias


da comunicação da renúncia;
SANÇÃO: CENSURA

XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando


nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;

Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva


que lhe seja feita pelo cliente.
§ 1º Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre advogado
e cliente.
§ 2º O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro, se
submete às regras de sigilo profissional.

Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que


configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra
ou que envolvam defesa própria.

Art. 38. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento judicial,


administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional
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SANÇÃO: CENSURA

XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente,


alegações forenses ou relativas a causas pendentes;
SANÇÃO: CENSURA

XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de


julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte
contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
SANÇÃO: CENSURA

XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste,


imputação a terceiro de fato definido como crime;
SANÇÃO: CENSURA

XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada


do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta,
depois de regularmente notificado;
SANÇÃO: CENSURA

XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato


contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para


aplicação ilícita ou desonesta;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

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XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com


o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte


adversa, por si ou interposta pessoa;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de


quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em


confiança;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços


devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo;
SANÇÃO: SUSPENSÃO

XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;


SANÇÃO: SUSPENSÃO

XXV - manter conduta incompatível com a advocacia13;

13
Inclui-se na conduta incompatível:
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SANÇÃO: SUSPENSÃO

XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
SANÇÃO: EXCLUSÃO
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
SANÇÃO: EXCLUSÃO

XXVIII - praticar crime infamante;


SANÇÃO: EXCLUSÃO

XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.


SANÇÃO: CENSURA

IV) CENSURA
 Infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34;
 Violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;
 Violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha
estabelecido sanção mais grave.
 Não pode ser objeto de publicidade

a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;


b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.

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 Poderá ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem


registro nos assentamentos do inscrito, quando presente
circunstância atenuante14

V) SUSPENSÃO
 Infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art.34;
 Reincidência em infração disciplinar.
 A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício
profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta
dias a doze meses >>>> Os antecedentes profissionais do inscrito,
as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e
as conseqüências da infração são considerados para o fim de
decidir o prazo.
 Nas hipóteses de PRESTAÇÃO DE CONTAS e INADIMPLÊNCIA DE
ANUIDADE a suspensão perdura até que satisfaça integralmente a
dívida, inclusive com correção monetária ou prestada as contas;

14
Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para
fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras:

I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

II - ausência de punição disciplinar anterior;

III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão


da OAB;

IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

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 Na hipótese de INÉPCIA PROFISSIONAL, a suspensão perdura até


que preste novas provas de habilitação.

VI) EXCLUSÃO
 Aplicação, por três vezes, de suspensão;
 Infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.
 Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a
manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho
Seccional competente.

VII) MULTA
 A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de
uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável
cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo
circunstâncias agravantes.

VIII) REABILITAÇÃO15

15
CED. Art. 69. O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar poderá requerer
reabilitação, no prazo e nas condições previstos no Estatuto da Advocacia e da Ordem
dos Advogados do Brasil (art. 41).
§ 1º A competência para processar e julgar o pedido de reabilitação é do Conselho
Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos casos de competência
originária do Conselho Federal, perante este tramitará o pedido de reabilitação.
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É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer,


um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas
efetivas de bom comportamento.

Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de


reabilitação depende também da correspondente reabilitação
criminal.

IX) PRESCRIÇÃO

A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em


cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato.

OBS: PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Aplica-se também a prescrição a


todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente
de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas
as responsabilidades pela paralisação.

CAUSAS INTERRUPTIVAS:

o Pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação


válida feita diretamente ao representado;

§ 2º Observar-se-á, no pedido de reabilitação, o procedimento do processo disciplinar,


no que couber.
§ 3º O pedido de reabilitação terá autuação própria, devendo os autos respectivos ser
apensados aos do processo disciplinar a que se refira.
§ 4º O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom comportamento, no
exercício da advocacia e na vida social, cumprindo à Secretaria do Conselho competente
certificar, nos autos, o efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente.
§ 5º Quando o pedido não estiver suficientemente instruído, o relator assinará prazo ao
requerente para que complemente a documentação; não cumprida a determinação, o
pedido será liminarmente arquivado.
108

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o Pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador


da OAB.

II) PROCESSO DISCIPLINAR

O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete


exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha
ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho
Federal.

Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina16, do Conselho Seccional


competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas
Subseções ou por relatores do próprio conselho.

Salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao


processo disciplinar as regras da legislação processual penal comum

16
Art. 70 CED: O Tribunal de Ética e Disciplina poderá funcionar dividido em órgãos
fracionários, de acordo com seu regimento interno.
Art. 71. Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina:
I - julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares;
II - responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar;
III - exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento Interno da
Seccional ou por este Código para a instauração, instrução e julgamento de processos
ético-disciplinares;
IV - suspender, preventivamente, o acusado, em caso de conduta suscetível de
acarretar repercussão prejudicial à advocacia, nos termos do Estatuto da Advocacia e
da Ordem dos Advogados do Brasil;
V - organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos da
mesma natureza acerca da ética profissional do advogado ou estabelecer parcerias com
as Escolas de Advocacia, com o mesmo objetivo;
VI - atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões que envolvam:
a) dúvidas e pendências entre advogados;
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de
substabelecimento, bem como os que resultem de sucumbência, nas mesmas hipóteses;
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados.
109

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e, aos demais processos, as regras gerais do procedimento


administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem.

PROCEDIMENTO:

1. INSTAURAÇÃO DE OFÍCIO OU A REQUERIMENTO


a. Vedada fonte anônima
b. De ofício se dá quando houver CONHECIMENTO DO FATO
por fonte idônea ou comunicação de autoridade
competente.
c. O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu
término, só tendo acesso às suas informações as partes,
seus defensores e a autoridade judiciária competente

2. A REPRESENTAÇÃO1718 SERÁ FORMULADA AO PRESIDENTE DO


CONSELHO SECCIONAL OU AO PRESIDENTE DA SUBSEÇÃO, POR
ESCRITO OU VERBALMENTE, DEVENDO, NESTE ÚLTIMO CASO,
SER REDUZIDA A TERMO.

17
CED. Art. 57. A representação deverá conter: I - a identificação do representante, com
a sua qualificação civil e endereço; II - a narração dos fatos que a motivam, de forma que
permita verificar a existência, em tese, de infração disciplinar; III - os documentos que
eventualmente a instruam e a indicação de outras provas a ser produzidas, bem como,
se for o caso, o rol de testemunhas, até o máximo de cinco; IV - a assinatura do
representante ou a certificação de quem a tomou por termo, na impossibilidade de
obtê-la.
18
A representação contra membros do Conselho Federal e Presidentes de Conselhos
Seccionais é processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo competente a Segunda
Câmara reunida em sessão plenária. A representação contra membros da diretoria do
Conselho Federal, Membros Honorários Vitalícios e detentores da Medalha Rui
Barbosa será processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo competente o
Conselho Pleno.
A representação contra dirigente de Subseção é processada e julgada pelo Conselho
Seccional.
LER PROVIMENTO Nº 83, DE 17 DE JUNHO DE 1996
110

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3. RECEBIMENTO DA REPRESENTAÇÃO E NOMEAÇÃO DO


RELATOR
a. O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade,
emitirá parecer propondo a instauração de processo
disciplinar ou o arquivamento liminar da representação,
no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do
feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da
Subseção para outro relator, observando-se o mesmo
prazo.
b. Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado
tenha inscrição principal pode suspendê-lo
preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à
dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão
especial para a qual deve ser notificado a comparecer,
salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo
disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de
noventa dias.

4. DESPACHO DE INSTAURAÇÃO OU DE ARQUIVAMENTO PELO


PRESIDENTE DO CONSELHO

5. NOTIFICAÇÃO DOS INTERESSADOS PARA PRESTAR


ESCLARECIMENTOS OU A DO REPRESENTADO PARA
APRESENTAR DEFESA PRÉVIA, NO PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS,
EM QUALQUER CASO.

111

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a. Se o representado não for encontrado ou ficar revel, o


Presidente do Conselho competente ou, conforme o caso,
o do Tribunal de Ética e Disciplina designar-lhe-á defensor
dativo
b. Oferecida a defesa prévia, que deve ser acompanhada
dos documentos que possam instruí-la e do rol de
testemunhas, até o limite de 5 (cinco), será proferido
despacho saneador e, ressalvada a hipótese do § 2º do
art. 7319 do EAOAB, designada, se for o caso, audiência
para oitiva do representante, do representado e das
testemunhas
c. O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por
motivo relevante, a juízo do relator.
d. O relator pode determinar a realização de diligências que
julgar convenientes, cumprindo-lhe dar andamento ao
processo, de modo que este se desenvolva por impulso
oficial.

6. PARECER PRELIMINAR

7. RAZÕES FINAIS EM 15 DIAS

8. RECEBIMENTO PELO PRESIDENTE DO TED E SORTEIO DE NOVO


RELATOR

19
Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da
representação, este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional,
para determinar seu arquivamento.
112

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a. Se o processo já estiver tramitando perante o Tribunal de


Ética e Disciplina ou perante o Conselho competente, o
relator não será o mesmo designado na fase de instrução.
b. O processo será incluído em pauta na primeira sessão de
julgamento após a distribuição ao relator, da qual serão
as partes notificadas com 15 (quinze) dias de
antecedência.
c. O representante e o representado são notificados pela
Secretaria do Tribunal, com 15 (quinze) dias de
antecedência, para comparecerem à sessão de
julgamento.

9. JULGAMENTO
a. Na sessão de julgamento, após o voto do relator, é
facultada a sustentação oral pelo tempo de 15 (quinze)
minutos, primeiro pelo representante e, em seguida, pelo
representado.

10. ACÓRDÃO
a. Do julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á
acórdão, do qual constarão, quando procedente a
representação, o enquadramento legal da infração, a
sanção aplicada, o quórum de instalação e o de
deliberação, a indicação de haver sido esta adotada com
base no voto do relator ou em voto divergente, bem
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes
113

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consideradas e as razões determinantes de eventual


conversão da censura aplicada em advertência sem
registro nos assentamentos do inscrito.

RECURSOS

O recurso tem duplo efeito: suspensivo e devolutivo, mas pelo EAOAB,


todos os recursos tem efeito suspensivo, EXCETO quando se tratar de:

 Eleições;
 Suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina;
 Cancelamento da inscrição obtida com falsa prova

o Os recursos são inominados e serão dirigidos ao órgão julgador


superior competente, embora interpostos perante a autoridade
ou órgão que proferiu a decisão recorrida, com exceção dos
embargos de declaração20.
o É cabível recurso ao Conselho Seccional. O único pressuposto de
admissibilidade é a observação do prazo de 15 dias. Lembre-se
que a forma é livre, ou seja, não há preparo, nem condições
adicionais.
20
Proferida decisão pelo Tribunal de Ética e Disciplina, poderá a parte prejudicada
contra ela interpor embargos de declaração, no prazo comum de 15 dias, quando
houver omissão, dúvida ou contradição. Os embargos de declaração são dirigidos ao
relator da decisão recorrida, que também exercerá o juízo de admissibilidade, podendo
negar seguimento, fundamentadamente, se os tiver por manifestamente protelatórios,
intempestivos ou carentes dos pressupostos legais para interposição.
Admitindo os embargos de declaração, o relator os colocará em mesa para julgamento,
independentemente de inclusão em pauta ou publicação, na primeira sessão seguinte,
salvo justificado impedimento
114

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o Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões


definitivas, proferidas por seu presidente, por sua Diretoria, pelo
Tribunal de Ética e Disciplina ou pela Diretoria da Subseção ou
da Caixa de Assistência dos Advogados.
o Contra a decisão então resultante, poderão ser interpostos
novos recursos: embargos de declaração e recurso dirigido ao
Conselho Federal. Assim, cabe recurso ao Conselho Federal de
todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional.
 Tais recursos tem condições restritas de admissibilidade,
que deverão ser preliminarmente conhecidas e dirimidas
pelo órgão competente para julgar o recurso:
a) são cabíveis sempre que a decisão do Conselho
Seccional não for unânime.
b) caso a decisão seja unânime, é cabível recurso se tiver
ela contrariado o Estatuto, o Regulamento Geral, o
Código de Ética e Disciplina eos provimentos do Conselho
Federal, bem como as decisões desse último ou dos
Conselhos Seccionais.
o A decisão proferida pelo Conselho Federal, em última
instância, é irrecorrível, contra ela cabendo apenas embargos
de declaração.
o Porém, caberá exclusivamente ao presidente do Conselho
Federal embargá-la, caso não-unânime, nos termos do art.
55, parágrafo 3º, do Estatuto

115

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ATENÇÃO:
 O recurso poderá ser interposto via fac-simile ou similar, devendo o
original ser entregue até 10 (dez) dias da data da interposição.
 Durante o período de recesso do Conselho da OAB que proferiu a
decisão recorrida, os prazos são suspensos, reiniciando-se no primeiro
dia útil após o seu término.

CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA

Como sabem, as novas disposições do Código de Ética e Disciplina que


passaram a vigorar a partir do mês de setembro de 2016 continuam
sendo uma grande aposta para a prova. Assim, buscaremos aqui
colocar os principais pontos, mas isso jamais esgota a
IMPRESCINDÍVEL LEITURA DO CED!!!

Estas são as principais novidades:

 ADVOCACIA PRO BONO

 PUBLICIDADE PELA INTERNET

 RESTRIÇÕES E PERMISSÕES DO CÓDIGO DE ÉTICA PARA CARTÕES DE


VISITA

 PATROCÍNIO DE EVENTOS

 INCENTIVA A MEDIAÇÃO

116

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 RIGOR AOS CARGOS DE DIRIGENTES DA OAB

PRINCIPAIS PONTOS DO CED:

I) PUBLICIDADE

A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente


informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo
configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão.

Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser


compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:

I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;

II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;

III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer


espaço público;

IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras


atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras;

V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas


ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa,
bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou
televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a
referência a e-mail;

VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas


assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. Parágrafo
único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é

117

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permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas,


desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39.

Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os
textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover,
dessa forma, captação de clientela.

Art. 42. É vedado ao advogado:

I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de


comunicação social;

II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro


advogado;

III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o


congrega;

IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;

V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio,


de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro
meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos,
educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados
pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.
Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e
forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado
evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o
debate de caráter sensacionalista.

Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório
de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o
número ou os números de inscrição na OAB.

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§ 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções


honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que
faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página
eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os
idiomas em que o cliente poderá ser atendido.

§ 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do


advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.

Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou


publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por
meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que
sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico.

Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá
observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo.

Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de


publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que
estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de
clientela.

Art. 47. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo poderão ser
complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, observadas as diretrizes
do presente Código.

II) PRO BONO

Art. 30. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor


nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a

119

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dedicação habituais, de forma que a parte por ele assistida se sinta


amparada e confie no seu patrocínio.

§ 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e


voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem
fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não
dispuserem de recursos para a contratação de profissional.

§ 2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas


naturais que,igualmente, não dispuserem de recursos para, sem
prejuízo do próprio sustento,contratar advogado.

§ 3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-
partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais
objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de
clientela.

III) ADVOCACIA PÚBLICA

Art. 8º As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de


advocacia pública, e advogados públicos, incluindo aqueles que
ocupem posição de chefia e direção jurídica.

§ 1º O advogado público exercerá suas funções com independência


técnica, contribuindo para a solução ou redução de litigiosidade,
sempre que possível.

§ 2º O advogado público, inclusive o que exerce cargo de chefia ou


direção jurídica, observará nas relações com os colegas, autoridades,
servidores e o público em geral, o dever de urbanidade, tratando a
120

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todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que


preservará suas prerrogativas e o direito de receber igual tratamento
das pessoas com as quais se relacione.

OBSERVAÇÃO:

LEIA!!!!

 DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS


 DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
 DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS,

AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS.

DICAS FINAIS!

PROFESSOR GUILHERME MARTINS

APRESENTA

50 TONS DE ÉTICA:
“DANDO UM TRATO NA FGV”

121

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I – ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA OAB

01) A OAB É UMA “CATEGORIA ÍMPA NO ELENCO DAS PESSOAS JURÍDICAS


EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO” – SUI GENERIS;

122

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02) SÃO ÓRGÃOS DA OAB: CONSELHO FEDERAL, CONSELHOS SECCIONAIS,


SUBSCEÇÕES (2/3 E 15 ADV) E AS CAIXAS DE ASSISTÊNCIA (1.500);

03) AS ELEIÇÕES PARA OS MEMBROS DA OAB SÃO DIRETAS;

04) A OAB TEM IMUNIDADE TOTAL EM RELAÇÃ AOS SEUS BENS, RENDAS E
SERVIÇOS (IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA);

05) A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PARA ADVOGADOS É FACULTATIVA;

06) PRECISA MOTIVAR O PEDIDO – STF: “Art. 50. Para os fins desta lei, os
Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de
peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão
da Administração Pública direta, indireta e fundacional. ;

07) EX-PRESIDENTES, MEDALHA RUI BARBOSA POSSUEM DIREITO DE


PARTICIPAR DAS DELIBERAÇÕES, MAS NÃO DE VOTO;

08) OS MANDATOS NA OAB SÃO PARA 3 ANOS;

09) SÃO ÓRGÃOS DA OAB: CONSELHO PLENO, ÓRGÃO ESPECIAL DO


CONSELHO PLENO, 1ª, 2ª E 3ª CÂMARAS, DIRETORIA E PRESIDÊNCIA;

10) LEIA O ARTIGO 34, EOAB.

II – ATIVIDADE ADVOCATÍCIA

11) NÃO PRECISA E ADVOGADO NA:

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 JUSTIÇA DO TRABALHO
CUIDADO: Só nas Varas do Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho,
estando fora ainda AÇÃO RESCISÓRIA, AÇÃO CAUTELAR, MANDADO DE
SEGURANÇA e RECURSOS DO TST.
 JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS (Lei n. 9.099/95)
Causas de até 20 (vinte) salários-mínimos. Não abarca os recursos
também.
 JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS (Lei n. 10.259/01)
A parte pode representar-se pessoalmente, por advogado ou mesmo por
terceiro, limitando-se quando não advogado ao teto de até 60 (sessenta)
salários-mínimos, a exceção das causas criminais.
 AÇÕES DE ALIMENTOS (Lei n. 5.478/68)
 JUSTIÇA DE PAZ
 HC
 ME E EPP

12) OS ATOS PRATICADOS POR QUEM NÃO DETÉM A QUALIDADE DE


ADVOGADO (NÃO INSCRITOS, OU INSCRITOS, MAS IMPEDIDOS, SUSPENSOS,
LICENCIADOS OU INCOMPATÍVEIS) SERÃO NULOS DE PLENO DIREITO

13) ATOS ISOLADOS DO ESTAGIÁRIO


 Fazer carga dos autos;
 Obter certidões; (certidão narrativa, extravio autos, de carga)
 Assinar petição de juntada; (juntada de procuração de
substabelecimento, de guia de pagamento).
14) ESTAGIÁRIO NÃO PODE FIGURAR EM PUBLICIDADE DE ESCRITÓRIO DE
ADVOCACIA E NEM COMO CONTRATADO PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
ADVOCATÍCIOS.

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15) O ADVOGADO, AFIRMANDO URGÊNCIA, PODE ATUAR SEM


PROCURAÇÃO, OBRIGANDO-SE A APRESENTÁ-LA NO PRAZO DE QUINZE DIAS,
PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO. (103 A 105, NCPC)

16) O ADVOGADO SUBSTABELECENTE FAZ JUS AOS HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS ATÉ O MOMENTO EM QUE ELE PERMANECEU NO PROCESSO,
DEVENDO SER COMBINADO COM O SUBSTABELECIDO A PROPORÇÃO DA
PARTILHA DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NO CASO DE SUBS SEM
RESERVA DE PODERES.

17) RENÚNCIA DO ADVOGADO: TEM QUE FICAR 10 DIAS, SALVO SE


CONTRATAR ANTES OUTRO PATRONO

18) ADVOGADO ESTRANGEIRO EXERCER ATIVIDADE NO BRASIL: SÓ


CONSULTORIA E ASSESSORIA SOBRE SEU DIREITO DE ORIGEM

19) INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR – OUTRO CONSELHO SECCIONAL – EXCEDER


5 CAUSAS POR ANO.

20) OS ADVOGADOS SÓCIOS E OS ASSOCIADOS RESPONDEM SUBSIDIÁRIA E


ILIMITADAMENTE PELOS DANOS CAUSADOS DIRETAMENTE AO CLIENTE, NAS
HIPÓTESES DE DOLO OU CULPA E POR AÇÃO OU OMISSÃO, NO EXERCÍCIO DOS
ATOS PRIVATIVOS DA ADVOCACIA, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE
DISCIPLINAR EM QUE POSSAM INCORRER.

21) NENHUM ADVOGADO PODE INTEGRAR MAIS DE UMA SOCIEDADE DE


ADVOGADOS, CONSTITUIR MAIS DE UMA SOCIEDADE UNIPESSOAL DE
ADVOCACIA, OU INTEGRAR, SIMULTANEAMENTE, UMA SOCIEDADE DE
ADVOGADOS E UMA SOCIEDADE UNIPESSOAL DE ADVOCACIA, COM SEDE OU
FILIAL NA MESMA ÁREA TERRITORIAL DO RESPECTIVO CONSELHO SECCIONAL.

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22) O TITULAR DA SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA RESPONDE


SUBSIDIÁRIA E ILIMITADAMENTE PELOS DANOS CAUSADOS AOS CLIENTES POR
AÇÃO OU OMISSÃO NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA, SEM PREJUÍZO DA
RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR EM QUE POSSAM INCORRER.

23) A JORNADA DE TRABALHO DO ADVOGADO EMPREGADO, NO EXERCÍCIO


DA PROFISSÃO, NÃO PODERÁ EXCEDER A DURAÇÃO DIÁRIA DE QUATRO
HORAS CONTÍNUAS E A DE VINTE HORAS SEMANAIS, SALVO ACORDO OU
CONVENÇÃO COLETIVA OU EM CASO DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

24) OS HONORÁRIOS POSSUEM NATUREZA DE VERBA ALIMENTAR.

25) CLÁUSULA QUOTA LITIS: PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS SOMENTE


QUANDO DO FINAL DO PROCESSO

26) MOMENTO PARA PAGAMENTO: SALVO ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO,


UM TERÇO DOS HONORÁRIOS É DEVIDO NO INÍCIO DO SERVIÇO, OUTRO TERÇO
ATÉ A DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA E O RESTANTE NO FINAL.

27) PRESCRIÇÃO DOS HONORÁRIOS: PRESCREVE EM CINCO ANOS A AÇÃO


DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS DE ADVOGADO

28) É POSSIVEL A COBRANÇA DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS NO


MOMENTO DE LEVANTAMENTO DO ALVARÁ PELO CLIENTE ABATIMENTO.
29) INCOMPATIBILIDADE DEFINITIVA : CANCELAMENTO.
INCOMPATIBILIDADE TEMPORÁRIA: LICENÇA. IMPEDIMENTO: NÃO
PRECISARÁ SOLICITAR NEM O CANCELAMENTO NEM A LICENÇA.

30) OS PROCURADORES GERAIS, ADVOGADOS GERAIS, DEFENSORES GERAIS


E DIRIGENTES DE ÓRGÃOS JURÍDICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA,
INDIRETA E FUNCIONARÃO EXCLUSIVAMENTE LEGITIMADOS PARA O

126

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EXERCÍCIO DA ADVOCACIA VINCULADA À FUNÇÃO. DURANTE O PERÍODO DA


INVESTIDURA, QUE EXERÇAM.

III - PRERROGATIVAS E DIREITOS DOS ADVOGADOS

31) PRESENTES INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE DA PRÁTICA DE


CRIME POR PARTE DE ADVOGADO, A AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE
PODERÁ DECRETAR A QUEBRA DA INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO/LOCAL DE
TRABALHO, EM DECISÃO MOTIVADA, EXPEDINDO MANDADO DE BUSCA E
APREENSÃO, ESPECÍFICO E PORMENORIZADO, A SER CUMPRIDO NA PRESENÇA
DE REPRESENTANTE DA OAB

32) O SIGILO QUANTO AOS CLIENTES NÃO SE ESTENDE QUANDO ELES


ESTEJAM SENDO FORMALMENTE INVESTIGADOS COMO PARTÍCIPES OU CO-
AUTORES PELA PRÁTICA DO MESMO CRIME QUE DEU CAUSA À QUEBRA DA
INVIOLABILIDADE DO ADVOGADO.

33) QUANDO O ADVOGADO FOR PRESO EM FLAGRANTE POR MOTIVO


LIGADO AO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA, É OBRIGATÓRIA A PRESENÇA DE UM
REPRESENTANTE DA OAB PARA A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM
FLAGRANTE, SOB PENA DE NULIDADE DO MESMO. NOS DEMAIS CASOS, QUE
NÃO ENVOLVAM A PRISÃO EM FLAGRANTE, BASTA A COMUNICAÇÃO
EXPRESSA AO CONSELHO SECCIONAL DA OAB

34) SALA DE ESTADO MAIOR E NA FALTA PRISÃO DOMICILIAR, ENQUANTO


NÃO TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA. A SALA DE ESTADO MAIOR COM
INSTALAÇÕES E COMODIDADES CONDIGNAS NÃO PRECISA SER RECONHECIDA
PELA OAB.

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35) ASSEMBLÉIA OU REUNIÃO DE QUE PARTICIPE OU POSSA PARTICIPAR O


SEU CLIENTE, OU PERANTE A QUAL ESTE DEVA COMPARECER, DESDE QUE
MUNIDO DE PODERES ESPECIAIS;

36) NOS AUTOS SUJEITOS A SIGILO, DEVE O ADVOGADO APRESENTAR


PROCURAÇÃO

37) A AUTORIDADE COMPETENTE PODERÁ DELIMITAR O ACESSO DO


ADVOGADO AOS ELEMENTOS DE PROVA RELACIONADOS A DILIGÊNCIAS EM
ANDAMENTO E AINDA NÃO DOCUMENTADOS NOS AUTOS, QUANDO HOUVER
RISCO DE COMPROMETIMENTO DA EFICIÊNCIA, DA EFICÁCIA OU DA
FINALIDADE DAS DILIGÊNCIAS;

38) É DIREITO DO ADVOGADO TER VISTA DE QUALQUER PROCESSO EM


CARTÓRIO, EXCETO OS QUE ESTEJAM PROTEGIDOS PELO SEGREDO DE JUSTIÇA,
OS QUE TENHAM DOCUMENTOS DE DIFÍCIL RESTAURAÇÃO

39) O ADVOGADO QUE ATÉ O ENCERRAMENTO DO PROCESSO HOUVER


DEIXADO DE DEVOLVER OS RESPECTIVOS AUTOS NO PRAZO LEGAL, E SÓ O
FIZER DEPOIS DE INTIMADO, TAMBÉM PERDE O DIREITO DE VISTA

40) O DESAGRAVO INDEPENDERÁ DA PRETENSÃO OU CONCORDÂNCIA DO


ADVOGADO OFENDIDO, PODENDO SER PROMOVIDO DE OFÍCIO PELO
CONSELHO SECCIONAL

IV – PROCESSO DISCIPLINAR E NOVO CÓDIGO DE ÉTICA E


DISCIPLINA

41) ARTIGO 34 DO EOAB (DECORE!!!!)

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42) INCLUI-SE NA CONDUTA INCOMPATÍVEL:


a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.

43) A SUSPENSÃO ACARRETA AO INFRATOR A INTERDIÇÃO DO EXERCÍCIO


PROFISSIONAL, EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, PELO PRAZO DE TRINTA
DIAS A DOZE MESES

44) NAS HIPÓTESES DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E INADIMPLÊNCIA DE


ANUIDADE A SUSPENSÃO PERDURA ATÉ QUE SATISFAÇA INTEGRALMENTE A
DÍVIDA, INCLUSIVE COM CORREÇÃO MONETÁRIA OU PRESTADA AS CONTAS;

45) PARA A APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR DE EXCLUSÃO, É


NECESSÁRIA A MANIFESTAÇÃO FAVORÁVEL DE DOIS TERÇOS DOS MEMBROS
DO CONSELHO SECCIONAL COMPETENTE (PROVA FALSA; CRIME INFAMANTE;
MI MORALMENTE INIDÔNEO)

46) O RECURSO TEM DUPLO EFEITO: SUSPENSIVO E DEVOLUTIVO, MAS


PELO EAOAB, TODOS OS RECURSOS TEM EFEITO SUSPENSIVO, EXCETO
QUANDO SE TRATAR DE: ELEIÇÕES; SUSPENSÃO PREVENTIVA DECIDIDA PELO
TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA; CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO OBTIDA
COM FALSA PROVA;

47) ADVOCACIA PRO BONO


48) PUBLICIDADE PELA INTERNET
49) PATROCÍNIO DE EVENTOS

50) INCENTIVA A MEDIAÇÃO

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BOA SORTE GALERA!!!


DEEM UM FATALITY NA
FGV!!
E QUE VENHA A SEGUNDA
FASE!!
ABRAÇOS E CONTEM
COMIGO!

PROF. GUILHERME MARTINS

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