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INTRODUÇÃO
1 O HOMEM GETÚLIO
De acordo com Fausto (1996) após várias reuniões, em meados de 1929, fora
lançada a candidatura de Getúlio Vargas `a presidência pela oposição, e seu vice, João
Pessoa, formando assim, a Aliança Liberal, onde Getúlio recebeu apoio dos democratas
de São Paulo e em Minas Gerais. Uma cisão do PRM (Partido Republicano Mineiro)
apoiou Júlio Prestes. O autor ainda expõe:
Vargas assumiu o poder na condição de ditador, sua fala dizia que era necessário
fortalecer o Estado contra o perigo do domínio comunista. Em novembro de 1937,
através de um golpe, Getúlio anunciou uma nova fase política por meio de uma carta
constitucional, elaborada por Francisco Campos. Começava assim o Estado Novo.
Violência política, censura, repressão, caracterizaram essa nova fase. "Vargas optou
pelo golpe por ser a única maneira de permanecer na presidência além do prazo legal de
sua gestão que expiraria em alguns meses" (LEVINE, 2011, p83):
A Ação Integralista Brasileira, que havia apoiado Getúlio, também foi extinta.
Sentindo-se traídos, os integralistas tentaram tomar o poder de Getúlio a força, mas
foram reprimidos pelo Exército Nacional. Vargas conquistou o apoio da grande maioria
da classe trabalhadora, instituiu novas leis trabalhistas, nas quais regulamentava o
registro em carteira dos trabalhadores, entre outros benefícios.
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De acordo com Mendes (1986), em janeiro de 1951, foi proclamada pela Justiça
Eleitoral a vitória de Vargas e de seu vice João Café Filho, por meio de eleições
democráticas. Vargas tinha consciência das dificuldades que aguardavam o seu governo
e se aliou aos trabalhadores. Discursando no dia 1º de maio de 1951, no estádio do
Vasco da Gama, disse: “o governo ainda está desarmado de leis e de elementos
concretos de ação imediata para a defesa da economia do povo” (Apud MENDES,
1986, p 62). Pedindo ao povo que se organizasse, dando assim ao governo o ponto de
apoio à realização de seus propósitos, Getúlio Vargas apelava:
2 O POPULISMO DE VARGAS
Ao final dos anos 1940, sob o impacto da violência vivida durante o período de
guerra (1939-1945), os homens confiantes na vitória da democracia, cheios de
otimismo, acreditavam em construir um mundo novo, buscando a paz e o bem-estar.
Segundo Rodrigues (1994), contavam com as inovações tecnológicas e científicas
decorrentes da guerra para que esse objetivo se concretizasse. A paz não foi tão
duradoura quanto esperavam, “progressos do pós-guerra não foram suficientes para
diminuir a diferença de nível de vida existente entre os habitantes de um mesmo país e
entre as diversas regiões do mundo” (RODRIGUES, 1994, p 8).
•
Disponível em < http://cdn.c.photoshelter.com/img-
get/I000089QZZVl7nhg/s/750/600/LA19391101ZPC00Y-1-VARGAS-POPULISMO-POPULISM.jpg >
Acesso em: 17. Nov. 2014.
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[...] O populismo ao estilo Vargas não era apenas um recurso empregado para
conquistar apoio e levar adiante ambições pessoais. Era, também, o meio pelo
qual ele projetava o desejo genuíno de afastar influências restritivas da
Republica Velha, pré-1930. Embora não rejeitasse a maneira tradicional de se
fazer as coisas – na realidade, seu estilo político era produto do passado
gaúcho e do sucesso como negociador-, Vargas trouxe consigo para a
presidência uma meta clara e ambiciosa, um tipo de progresso que afetaria a
vida de todos os brasileiros. (LEVINE, 2001, p 137).
cidadania não era inalienável, mas algo concedido em troca de docilidade e lealdade.
Expressava-se ele: “ O direito de votar não mata a fome”, disse num discurso durante o
Estado Novo, “nem o direito de se reunir educa as crianças”. Pessoas não eram sua
principal meta e no seu último mandato, o Brasil gastou em saúde pública per capita
menos de um quarto que os Estados Unidos. “A faceta lei-e-ordem da legislação social
de Vargas mantinha os trabalhadores sob formas de controle social desconhecidas das
democracias industriais”. (LEVINE, 2001. p 163).
[...] Quando o chefe indígena apresentou uma petição a Vargas, este lhe
perguntou por que motivo ele falava em nome da tribo. ”porque tenho mais
poder”, foi a resposta. Quando Vargas lhe perguntou, com afabilidade, por
quanto tempo ele continuaria no poder, o chefe respondeu: “Enquanto eu
viver”. Vargas riu, porque aquela era também a sua perspectiva. (LEVINE,
2001, p. 165).
[...] “A greve dos 300 mil” representou uma derrota para o getulismo em São
Paulo. O presidente mantinha pessoalmente parte de seu prestígio, mas o
PTB e os “pelegos” sindicais tinham sido ultrapassados na condução do
movimento. Os comunistas, que na época estavam em oposição ferrenha a
Getúlio, acusando-o de “lacaio do imperialismo”, desempenharam o papel
principal na articulação da greve (FAUSTO, 1996, p. 412; 413).
Dis
ponível em< http://images.slideplayer.com.br/1/42474/slides/slide_9.jpg >
Acesso em: 15. Nov. 2014.
.
Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-
kPPUrEPaf4o/UDd9VAV9c7I/AAAAAAAADJo/ZBU9l2Og7NA/s1600/vlcsnap-2012-08-23-
18h07m48s167.png>
Acesso em: 16 .Nov.2014.
Provocando indignação geral, agora Getúlio tinha contra ele um ato criminoso e a
Aeronáutica estava em estado de rebelião, o adversário com maiores trunfos, para
lançar-se contra ele. Com as investigações, começam a ser revelados os lados sombrios
do governo Getúlio.
“Embora fosse impossível comprometer pessoalmente o presidente com o que ele
próprio chamou de “mar de lama”. (FAUSTO 2001, p 417). Surgiu o movimento pela
renúncia de Getúlio, mas ele resistia, apoiado pelo general Zenório. O governo perdera
o apoio das Forças Armadas, e no dia 23 de agosto, 27 generais do Exército, exigiram a
renúncia do presidente. Na manhã do dia 24 de agosto, Getúlio respondeu com o
suicídio no Palácio do Catete, desfechando um tiro no coração. O presidente deixava um
legado aos brasileiros – a chamada carta-testamento, onde se apresentava como vítima,
mas ao mesmo tempo acusador de inimigos impopulares:
[...] Fora do Rio Grande do Sul, praticamente ninguém sabia nada sobre
Getúlio Vargas quando de sua passagem pelo ministério de Washington Luís
ou pelo palácio do governo em Porto Alegre. As fotografias nos jornais (e
cinejornais, num preto-e-branco granulado) o apresentaram aos brasileiros
durante a campanha presidencial de 1930 e, depois, já como chefe de Estado.
O rádio contribuiu para aumentar muito o contato de Vargas com o público,
e, após o período de insistência na ameaça comunista, em meados de 1930, a
mensagem do presidente tornou-se patriótica e comunicativa. (LEVINE,
2001, p 141).
O povo brasileiro precisava de uma voz com um toque pessoal, era necessário que
a sua voz fosse ouvida, com uma imagem não tão agradável como a de Mussolini (o
político italiano que liderou o Partido Nacional Fascista), mas de um homem
determinado, firme. “O ministro do Trabalho, Marcondes Filho, chamou seu chefe de
„trabalhador número 1 do Brasil‟, num discurso em Volta Redonda”. (LEVINE, 2001,
p. 141). E com certeza essa fala ajudou muito Vargas a ganhar as eleições de 1950 para
presidência do Brasil. Mas claro que ele era visto de acordo com a posição que ocupava
na sociedade. “Vargas: estadista e ditador, é uma das personalidades políticas mais
controvertidas e questionadas de nossa história. Homem que chegou a balizar um
período histórico, e cujas atitudes têm gerado polêmicas instigantes.” (CARNEIRO,
2001, p 185).
Figura 9: A era Vargas
[...] As elites sabiam que Vargas era um de seus membros; que, como dono
de terras e herdeiro de uma família poderosa e de renome, ele partilhava do
ponto de vista de sua classe. Sabiam que seus discursos eram planejados para
o consumo das massas e que era um político consumado. Respeitavam-no por
isso, embora julgassem que ele havia ido longe demais. Entretanto, no
decorrer dos anos, Getúlio nunca foi odiado no Brasil como Roosevelt, seu
contemporânea, o foi nos Estados Unidos, porque os brasileiros ricos e
poderosos sabiam que, enquanto mantivesse o aparato gorvenamental sob
controle, ele manteria o povo na linha. “Ele é um grande político. Ele tem
desdém pelo homem”, disse um profissional sentado à mesa de um café em
Belo Horizonte a um estrangeiro, em 1943. (LEVINE, 2001, p 142 , 143).
[...] Muitos citavam o passado gaúcho, mas outros se ressentiam do uso que
ele fazia de características gaúchas para apresentar um homem do povo. Se
Getúlio era, de vez em quando, um gaúcho “típico”, também o eram o
elegante Oswaldo Aranha, o belicoso Flores da Cunha e o comunista Luís
Carlos Prestes. Os direitistas nunca o perdoaram por flertar com os fascistas
durante meados da década de 30 e, depois, de lhes ter virado as costas. Os de
centro falavam da relutância de Vargas em governar de forma democrática,
mas seu próprio modelo era mais afeito ao controle do que a espontaneidade.
Os conservadores respeitáveis- os constitucionalistas liberais dos anos 30 que
se juntaram à UDN oposicionista nos anos 40- consideravam Vargas banal,
desprovido de complexidade. Os esquerdistas odiavam-no pelos laços com os
industriais, pela aliança com o comando militar linha-dura e pela construção
de uma máquina trabalhista que esmagou os antigos sindicatos anarquistas,
só prometendo benefícios aos trabalhadores dispostos a abandonar a
militância. Os intelectuais desaprovavam Vargas, sobretudo quando ricos o
suficiente que não precisavam de empregos no governo. Sabiam também do
destino de seus companheiros intelectuais detidos e encarcerados durante o
Estado Novo, por sua perigosa consciência social. A elite cultural brasileira
permaneceu nitidamente dividida entre extrema direita e extrema esquerda
durante o período Vargas, e pouco fez para alimentar o centro, se esse é o
lugar para onde ele próprio tendia. (LEVINE, 2001, p 145).
Disponível em:<
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d6/Get%C3%BAlio_Vargas_08111930.jpg > Acesso
em: 16. Nov.2014.
[...] Acho que me sentiria a vontade com o falecido Getúlio. Acho até que
teria gostado de bater um papo com ele, mas é claro, isso não é mais possível,
certo? [...]. Getúlio era diferente. Sempre que ele vinha aqui em Belo
Horizonte, eu ia vê-lo. Achava que ele governava bem. Era um bom homem.
[Ele] [...] se misturava. Eu vi Getúlio conversando com o povo. Não era
orgulhoso, falava com todo tipo de gente até o mais pobretão. Ele parecia se
sentir honrado de falar até com o mais pobre dos homens e parece que ele era
um sujeito muito humilde, sabe? – um jeito que era humilde e também
inteligente [...]. Eu vi Getúlio falando com um homem todo aleijado-
primeiro ele pôs a mão na cabeça do homem, depois deu um abraço. Aonde
quer que ele fosse, ele se comportava desse jeito, sabe? Eu tinha um bocado
de afeição por ele [...]. Quando [ele] era nosso presidente- por uns quinze
anos-, parece que a vida era muito melhor, mais calma, mais equilibrada,
sabe? (LEVINE, 2001, p 159).
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Carolina Maria de Jesus, “Zé Maria”, Maurílio Tomás Ferreira e tantos outros
brasileiros tiveram suas vidas modificadas durante o governo de Getúlio Dornelles
Vargas, que será lembrado sempre como o “pai dos pobres” homem que deu início a
modernização industrial e social do país.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Getúlio Dornelles Vargas, sem dúvida nenhuma deixou sua marca no Brasil.
Verdadeiro contraste entre o espírito político da República Velha, onde a massa estava
totalmente desprezada, foi, sobretudo, no Estado Novo que Vargas teve influência
duradoura.
Nesse período, seu legado não foi apenas de decretos e leis, mas de pessoas.
Getúlio desenvolveu uma política econômica de caráter nacionalista, conseguindo o que
o Brasil não havia conseguido até 1930. Combinava os interesses econômicos e
políticos da classe média, da burguesia industrial e do proletariado, sempre trabalhando
com medidas de proteção aos trabalhadores. Milhões de brasileiros tiveram a qualidade
de vida melhorada com as reformas getulistas que modernizaram o Brasil, propiciando
benefícios aos assalariados e instituindo o salário mínimo. A partir de 1950, as regras
mudaram: agora, não se tratava mais de governar por decreto. A impressa comemorou a
nova liberdade, ressentida dos anos de censura durante o Estado Novo.
Getúlio tinha plena consciência das dificuldades que enfrentou. O Brasil de um
país rural tornou-se urbano e industrial, passou a produzir a própria energia elétrica.
Não agradou a todos, enfureceu as elites, com suas leis favorecendo o
proletariado, moradores dos campos, era “Pai” daqueles que julgavam ter potencial para
realizar seu sonho de construção de uma nação e mesmo não agradando a todos, não
diminuía a veneração que milhões de pessoas tinham por ele.
Em 1954, não aguentando a pressão dos opositores, Vargas se suicidou, causando
um enorme sentimento de dor e revolta na população brasileira. O funeral de Getúlio
Dornelles Vargas levou milhares de pessoas às ruas, entrando para os livros de História
como verdadeiramente o “Pai dos Pobres”.
Erros, tropeços, escândalos, nada disso terá muito peso no balanço final. Como
disse Leonardo Attuch, ao comparar a visão social e o espírito desenvolvimentista dos
ex-presidentes brasileiros Lula e Vargas: “a vida útil de um mito é determinada pela
história”. Assim, se Lula conquistou 80% de popularidade em plena democracia,
Getúlio Vargas, em seu tempo e conforme o que lhe foi historicamente possível,
também incluiu o trabalhador na agenda política e, por causa disso, permanece
ocupando um papel mítico na história brasileira.
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REFERÊNCIAS
ARAÚJO, A. Carta testamento de Getúlio Vargas. Site Info escola. Disponível em: <
http://www.infoescola.com/historia/carta-testamento-de-getulio-vargas/>. Acesso em:
01 Dez. 2014.
ATTUCH, L.. Getúlio, JK e Lula: Em oito anos, o operário superou os dois grandes
mitos nacionais. Disponível em ;< http://www.istoe.com.br/colunas-e-
blogs/coluna/116665 GETULIO+JK+E+LULA>
FAUSTO, B.. História do Brasil. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 1996.
FLICKR HIVE MIND. Getúlio Vargas passeia com populares. Disponível em:
<flickrhivemind.net> Acesso em: 17.Nov. 2014.
LEVINE, R.M. Pai dos Pobres? O Brasil e a era Vargas. Robert M. Levine; tradução
de Anna Olga Barro Barreto. – São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
ANEXO A
ANEXO B
Cronologia
1883 (Abril) Getúlio Vargas nasce em São Borja, Rio Grande do Sul.
1898 Alistamento de Vargas no 6º Batalhão do Exército, em São Borja.
1900 Vargas deixa a carreira militar e matricula-se na escola de direito de Porto Alegre.
1904 (Março) Vargas é eleito para a Câmara dos Deputados do Rio Grande do Sul.
1911 Vargas casa-se com Darci de Lima Sarmanho.
1916 Vargas é eleito para o legislativo estadual e, no ano seguinte, designado líder da
maioria.
1921 Reforma Carlos Chagas propicia serviço de saúde para alguns trabalhadores
municipais.
1923 Lei Eloy Chaves cria o Conselho Nacional do Trabalho, instituído para cuidar de
assunto relacionados aos ferroviários. Aprovada legislação que determina criação de
fundos de aposentadoria e pensões. A lei destina-se apenas aos ferroviários com dez
anos de serviço, excluindo casos graves de má conduta ou força maior. A lei não se
aplica a nenhuma outra categoria profissional.
(Maio) Vargas assume uma cadeira de deputado federal na Câmara. Irrompe a guerra
civil no Rio Grande do Sul.
1924 Vargas torna-se líder da bancada de seu estado no Congresso Nacional.
1925 Começa a funcionar o Conselho Nacional do Trabalho, formado por cinco
membros, representando patrões, trabalhadores, funcionários e economistas. Sua tarefa
era recomendar uma política do trabalho relacionada a indenizações, pensões e férias
dos trabalhadores. O descanso aos domingos e a jornada de oito horas tornam-se
normais e legais, embora muitos empregados as ignorassem. A proteção estendeu-se aos
portuários um ano depois.
1926 (Março) Vargas é nomeado ministro da Fazenda. Limites são impostos ao direito
das fábricas de contratar trabalhadores com menos de dezesseis anos de idade e de fazê-
los trabalhar mais de seis horas por semana, mas as normas quase não são aplicadas.
1927 Vargas pede demissão e em seguida concorre como candidato único ao governo
do Rio Grande do Sul.
Promulga-se o Código federal de Menores, que trata da proteção às crianças menores de
dezoito anos na força de trabalho, mas não é aplicado.
1928 (Janeiro) Vargas toma posse em Porto Alegre.
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1929 Após o craque da bolsa em Wall Street, caem as exportações de café, aumenta o
desemprego e os bens importados tornam-se muito mais caros.
Vargas aceita a indicação da Aliança Liberal para candidatar-se à presidência.
1930 (Janeiro) Vargas reivindica legislação para trabalhadores urbanos e rurais que lhes
garanta educação, saúde, moradia, férias, lazer, salário mínimo, cooperativas de
consumidores, pensões, previdência social e proteção para mulheres, crianças, doentes e
idosos. As especificações são vagas.
(Março) Júlio Prestes ganha eleição presidencial.
(Março) Assassinado o candidato de Vargas à vice-presidência, João Pessoa.
(Outubro) Inicia-se conflito armado da Aliança Liberal contra o governo.
(Novembro) Vargas toma posse como chefe do governo provisório.
Número de trabalhadores sindicalizados em todo o país totaliza 270 mil, além de 4 mil
pertencentes a grupos comunistas ilegais e 2 mil a unidades anarco-sindicalistas ilegais.
O maior sindicato de uma única categoria é o dos trabalhadores de colarinho-branco,
com cerca de 30 mil afiliados.
1930-1 Criados os ministérios do Trabalho e da Educação.
Avançadas reformas educacionais no Rio de Janeiro, sob a direção de Anísio Teixeira.
Grave impacto causado pela Grande Depressão.
1931 Lei dos “dois terços‟‟ determina que dois terços dos postos de trabalho nas
empresas sejam ocupados por brasileiros natos.
Servidores públicos podem receber pensões.
1932 Exigida carteira de trabalho para todos os empregados.
(Julho) São Paulo se revolta, mas rende-se depois de dois meses.
Criado Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos da União (para servidores
federais).
1933 Menores podem receber pensões.
Escolhidos os membros da Assembleia Constituinte.
1934 ( Julho ) Aprovada a Constituição; Vargas ganha mandato presidencial de quatro
anos.
Bancários e comerciários podem receber pensões.
Iniciam-se transmissões de “A Hora do Brasil”.
1935 Ministério do Trabalho regulamenta organização de sindicatos e fixa obrigações
de seus membros. Prometida indenização para demissão por justa causa. Governo passa
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a ter direito de intervir em sindicatos nos casos de atividade política ou greves ilegais.
Empregadores ficam proibidos de recusar negociação com sindicatos reconhecidos;
benefícios resultantes aplicam-se apenas a membros desses sindicatos.
(Novembro) Insurreições lideradas por comunistas em Natal, Recife e Rio de Janeiro.
1935-36 Crescimento do setor industrial.
1936 (Setembro) Lei de Segurança Nacional faz do Brasil um Estado policial.
1937 (Novembro) Ditadura do Estado Novo elimina autonomia dos estados, fecha
sindicatos independentes independes e declara ilegalidade das greves.
Criados institutos federais para incremento da produção regional e das vendas de
açúcar, álcool, sal mate e produtos de madeira.
1938 Instituídos serviços de saúde para membros dos sindicatos oficiais.
Trabalhadores industriais podem receber pensões.
Criado o Departamento de Administração Pública (DASP).
Brasil suspende pagamento da dívida externa (também em 1939).
(Maio) Após putsch integralista, partido é banido, assim como demais partidos
políticos. Proibidas línguas estrangeiras em escolas e na imprensa.
1939 Leis nacionalistas do Estado Novo dificultam investimento estrangeiro no país;
desenvolvimento industrial torna-se principal meta do regime.
Lei sindical dissolve sindicatos não reconhecidos. Sindicatos proibidos de engajarem na
política ou de se afiliarem a organizações trabalhistas internacionais ou sindicatos
estrangeiros. Permite-se apenas um sindicato para cada categoria profissional.
Início da Segunda Guerra Mundial na Europa.
1940 (Maio) Legislação que cria o salário mínimo entra em vigor, mas enfraquecida por
falhas que admitem exclusão de trabalhadores individuais-ou mesmo de todos os
trabalhadores de uma dada indústria.
Criado o órgão federal que mais tarde viria a se constituir na Comissão Siderúrgica
Nacional. Começa construção da usina siderúrgica de Volta Redonda.
Serviço Especial de Saúde Pública (SEDP), financiado com recursos do exército dos
Esados Unidos, sobretudo em áreas de produção de borracha na Amazônia.
1941 (Dezembro) Ataque japonês a Pearl Harbor. Estadoes Unidos entram em guerra.
(Agosto) Brasil declara guerra ao Reich.
1943 Nova legislação trabalhistas proporciona descanso aos domingos, férias pagas,
aposentadoria para idosos, seguro contra acidentes, refeições baratas no local de
trabalho, empréstimos para aquisição de moradia, escolas profissionalizantes,
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