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Carlos Henrique Metidieri Menegozzo

Arquivos da política:
Delimitação de um campo arquivístico mediante
pesquisa histórica e análise bibliográfica

São Paulo/SP
2009
2

Carlos Henrique Metidieri Menegozzo

Arquivos da política:
Delimitação de um campo arquivístico mediante
pesquisa histórica e análise bibliográfica

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Departamento de
Biblioteconomia e Documentação
da Escola de Comunicações e
Artes da USP, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.

Orientadora: Profa. Dra. Johanna


Wilhelmina Smit

São Paulo/SP
2009
3

A todos e todas que, pela memória e pela causa dos


trabalhadores, enfrentam imundos e infestados
depósitos de arquivo sem expectativa de
reconhecimento ou remuneração.
4

Agradecimentos

A André Porto Ancona Lopez, Nair Yumiko Kobashi, Anna Maria Cintra e Johanna
Wilhelmina Smit, professores cujos apontamentos foram imprescindíveis à realização deste
trabalho.
A toda minha família – pais, avós e irmãos – pelo exemplo de vida, e pela dedicação e
apoio constantes. Em especial, à minha esposa, Julicristie, pelo amor, pela paciência e pela
ajuda na revisão de parte dos originais.
Aos colegas do curso de biblioteconomia, agradeço pelo intenso convívio. Em
particular à Celso Miyamoto, que me aturou nas generosas, diárias e ainda não retribuídas
caronas que me ofereceu ao longo de praticamente toda a nossa graduação.
A Angélica Müller, Ciro Matsui Junior, Gérson Sobrinho Salvador de Oliveira e
Arthur Danila. E também à Flávio Jorge Rodrigues da Silva, Alexandre Fortes, João Marcelo
dos Santos, Dainis Karepovs, e demais colegas da Fundação Perseu Abramo, em particular à
equipe do Centro Sérgio Buarque de Holanda. Agradeço pela confiança e pelas experiências
profissionais que têm me proporcionado.
Por fim, a todos os companheiros e companheiras de militância, junto aos quais vi
despertar meu interesse pelos arquivos. Espero que este trabalho contribua para realizar os
sonhos que compartilhamos.
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Resumo

MENEGOZZO, C H M. Arquivos da política: delimitação de um campo arquivístico mediante


pesquisa histórica e análise bibliográfica. 2009. 82 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação
em Biblioteconomia e Documentação) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

O adequado tratamento de acervos de natureza orgânica pressupõe – considerando o atual patamar


de elaboração teórico-metodológica da arquivologia – elevados níveis de formalização
administrativa dos seus respectivos órgãos produtores, o que implica na caracterização de arquivos
resultantes de atividades amparadas em legislação como uma espécie de objeto ideal-típico da
prátia arquivística. O presente estudo avalia que a superação deste quadro corresponde a um
desafio importante que se impõe atualmente aos profissionais de arquivo. E considera que sua
superação pode se processar mediante o equacionamento de problemas suscitados pelo tratamento
de acervos cujas atividades correspondentes escapam às formalidades da esfera jurídica. A partir
de indicações esparsas, identifica que arquivos produzidos no contexto de exercício e de disputa
pelo poder podem encerrar tais características, o que permitiria reuni-los num campo arquivístico
específico, designado “arquivos da política”. Tendo em vista a verificação dessa possibilidade, o
estudo empreende uma pesquisa histórica que remonta à Antigüidade e segue até os dias de hoje,
centrada na relação entre documento e poder; e uma análise bibliográfica que, interessada
sobretudo em estudos dedicados à classificação arquivística, restringe-se à produção brasileira e
aos arquivos privados em função do volume de material existente. Conclui-se, primeiro, que a
exclusão de estudos voltados aos arquivos de Estado da análise bibliográfica prejudica uma
avaliação quanto à possibilidade de sua inclusão num campo arquivístico junto a arquivos de
natureza privada. Segundo, que a possibilidade de delimitação de um campo próprio aos “arquivos
privados da política” é respaldada pelas particulares condições de produção que compartilham –
reveladas mediante pesquisa histórica e análise bibliográfica. E terceiro, que tais condições
engendram impasses ao tratamento arquivístico – fato confirmado pelas pesquisas analisadas –, o
que reforça o estudo dos “arquivos privados da política” como ponto de partida privilegiado a
esforços dedicados ao aprofundamento dos referenciais teórico-metodológicos da disciplina
arquivística.

Descritores: Arquivologia. Teoria arquivística. Métodos de classificação. História dos arquivos.


Política. Organizações políticas. Levantamento bibliográfico.
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Lista de figuras

Gráfico 1. Documentos da política: evolução da produção bibliográfica (1980-2009).......... 31

Foto 1. Memória e documentação, obra publicada por centros de documentação popular


em 1991.................................................................................................................. 44

Foto 2. Sindicalismo e assessoria popular: uma análise documental, estudo editado por
entidades se assessoria popular do Piauí publicado em 1989.................................44

Foto 3. Como se organiza um centro popular de documentação e comunicação,


preparado por entidade evangélica peruana e publicada no Brasil em 1985......... 44

Quadro 1. Paradigmas teórico-metodológicos da arquivologia...............................................51


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Sumário

1. Apresentação................................................................................................................ 9

2. Introdução.................................................................................................................... 11
2.1. Tema e problema........................................................................................................ 11
2.2. Objetivo e hipótese..................................................................................................... 13
2.3. Objeto.......................................................................................................................... 14
2.4. Justificativa................................................................................................................. 16
2.5. Metodologia................................................................................................................ 17

3. Produção documental na política: esboço histórico.................................................. 19


3.1. Considerações preliminares........................................................................................ 19
3.2. Da Antiguidade à Idade Média: arquivos como segredo de Estado............................ 19
3.3. Do Renascimento à Revolução Industrial: era de transformações.............................. 21
3.4. Elites e trabalhadores nos arquivos do séc. XIX aos anos 1930................................. 23
3.5. Tempo de conflito: nazi-fascismo, stalinismo e 2ª guerra mundial............................ 24
3.6. Recuperação nos anos 1950 e renovação dos anos 1960 aos dias de hoje................. 26

4. Tratamento de arquivos privados da política: avaliação bibliográfica.................. 29


4.1. Critérios de inclusão.................................................................................................... 29
4.2. Perfil da bibliografia localizada.................................................................................. 31
4.3. Fundos pessoais........................................................................................................... 32
4.4. Fundos institucionais................................................................................................... 34
4.4.1. Movimentos sociais.................................................................................................. 35
4.4.2. Partidos políticos...................................................................................................... 41
4.4.3. Outras formas de associação política....................................................................... 42

5. Considerações finais..................................................................................................... 45

Referências........................................................................................................................ 52

Anexo A. Levantamento bibliográfico: documentos da política na Ciência da


Informação....................................................................................................................... 61
Instituições e projetos arquivísticos.................................................................................... 61
Entidades e projetos de documentação popular.................................................................. 64
Arquivos da política (geral)................................................................................................ 66
8

Ativistas e mandatários públicos........................................................................................ 67


Movimentos patronais........................................................................................................ 70
Movimentos de trabalhadores urbanos............................................................................... 70
Movimentos de trabalhadores rurais.................................................................................. 74
Movimentos estudantis....................................................................................................... 75
Movimentos por liberdade de opção sexual....................................................................... 76
Movimentos de negros e negras......................................................................................... 78
Movimentos religiosos....................................................................................................... 79
Partidos políticos................................................................................................................ 80
Outras formas de associação política..................................................................................81
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1. Apresentação

O trabalho que o leitor tem em mãos, embora concluído e apresentado como exigência
à obtenção do título de bibliotecário na Universidade de São Paulo (USP) em 2009, iniciou-se
anos antes. Desde meu ingresso no curso em 2005 fui fortemente motivado por essa temática,
que se confundia com a minha atuação anterior como militante e sociólogo. Nesse sentido,
posso dizer que este trabalho é a expressão até agora mais acabada de uma série de esforços
pontuais que venho empreendendo há anos e que espero aprofundar no futuro.
Meu interesse pela arquivologia teve início no período em que participei do
movimento estudantil na USP entre 1999 e 2004. Foi como responsável pelos arquivos do
Centro Acadêmico de Ciências Sociais e do Diretório Central dos Estudantes daquela
universidade que me dei conta da importância dos arquivos históricos de entidades como
estas, bem como das dificuldades que se impunham ao seu tratamento técnico. Esse interesse
se refletiu inicialmente em minha iniciação científica (C.f. MENEGOZZO, 2003), que
desenvolvi sob a orientação da Prof.ª Sylvia Garcia – um estudo sobre a história do
movimento estudantil baseado na recuperação de fontes documentais.
A realização daquela pesquisa contribuiu para que, em 2004, eu integrasse o Projeto
Memória do Movimento Estudantil, promovido pela União Nacional dos Estudantes (UNE).
Fui incumbido da tarefa de realizar um diagnóstico de alguns dos mais importantes arquivos
referentes a esse movimento existentes no Estado de São Paulo; em particular, dos acervos
das entidades estudantis da USP e dos acervos sob a guarda do Centro de Documentação e
Memória da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (CEDEM/UNESP)
(C.f. UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES, 2004). Esse trabalho me permitiu construir
um quadro aproximado da situação em que se encontram hoje os acervos pertencentes às
entidades representativas de movimentos sociais.
Estimulado pela participação nesse projeto, ingressei em 2005 nos cursos de graduação
em biblioteconomia e no de especialização em organização de arquivos, este último oferecido
pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP). No curso de especialização, motivado pelos
desafios constatados no diagnóstico das entidades estudantis realizado anteriormente,
desenvolvi monografia de conclusão dedicada aos arquivos estudantis, sob orientação do Prof.
André Ancona Lopez (C.f. MENEGOZZO, 2005).
10

Naquele trabalho, sistematizei pela primeira vez as linhas gerais de reflexão que
desenvolveria futuramente noutros estudos, tais como o trabalho apresentado no XV
Congresso de Arquivologia, realizado em Goiânia em 2008 (C.f. MENEGOZZO, 2008); e a
avaliação final do Projeto de Implantação do Arquivo Histórico do Centro Acadêmico
Oswaldo Cruz, da USP (C.f. MENEGOZZO, 2009b), que tive a satisfação e o privilégio de
coordenar entre 2005 e 2009.
Tais trabalhos foram enriquecidos pela minha vivência prévia junto a acervos
relacionados à atividade política na condição de profissional de arquivo e militante, é verdade.
Mas seu desenvolvimento não seria possível sem as experiências que venho compartilhando
acumulando nos últimos anos com a equipe do Centro Sérgio Buarque de Holanda (C.f.
MENEGOZZO, 2009a) – instituição que detém a guarda do arquivo do Diretório Nacional do
Partido dos Trabalhadores, dentre outros acervos – onde trabalho desde 2006 como
responsável técnico pelo arquivo.
Alimento sinceramente a expectativa de que o tempo e o esforço que dediquei a este
trabalho ao longo dos últimos anos se reflita na sua capacidade de contribuir para o adequado
tratamento dos arquivos resultantes da atividade política, sobretudo no que se refere aos
conjuntos documentais produzidos pelos movimentos populares e partidos de esquerda.
Espero, desse modo, oferecer uma contribuição, por pontual que seja, não apenas à
arquivologia, mas também à luta pelo fim das desigualdades sociais – por que não dizer, à luta
pelo socialismo.
11

2. Introdução

2.1. Tema e problema

Pode-se dizer que os arquivos constituem, por assim dizer, um terreno em disputa e
que este consiste, precisamente, no maior desafio que se impõe à arquivologia. Profissionais
de diferentes áreas consideram-se capacitados a atuar nestes contextos informacionais, seja
porque os arquivos históricos constituem suas fontes de estudo “por excelência”, como no
caso do historiador; seja porque acreditam estar preparados para organizar e recuperar
informações em todo e qualquer contexto informacional (o que em geral não é verdadeiro),
como no caso dos bibliotecários (LOPEZ, 1999, p. 29 e 31). Nesse contexto, pode-se observar
o emprego de abordagens “antiarquivísticas por excelência” no tratamento de arquivos,
claramente manifestas no tratamento de acervos pessoais. Segundo Camargo e Goulart:
“Considerados como coleções de documentos, os arquivos pessoais têm sido
abordados por meio de critérios originários das bibliotecas, coerentes com a tradição de
ali se depositarem as obras e os demais papéis dos escritores. Dessa perspectiva, os
documentos são tratados um a um, gerando unidades descritivas autônomas. Resultado:
transferem-se para o documento de arquivo os atributos do livro, cuja autonomia de
significado – que o leva a constituir um verdadeiro universo de auto-suficiência –
corresponde à possibilidade de ser descrito a partir de regras gerais, sem levar em conta o
contexto em que foi produzido” (CAMARGO; GOULART, 2007, p. 37).

A arquivologia possui referenciais teórico-metodológicos próprios e adequados à


identificação, preservação e representação das relações orgânicas que singularizam os
conjuntos documentais de natureza arquivística. Estes referenciais já se encontram em parte
decantados em formulações consagradas na área, tais como o princípio de respeito aos fundos,
a análise tipológica e os métodos de classificação funcional e estrutural, por exemplo (C.f.
BELOTTO, 2008). Suas origens remontam ao Manual para a organização e descrição dos
arquivos, publicado em 1898 pelos arquivistas holandeses Samuel Muller, Johan Feith e
Robert Fruin – um dos tantos marcos importantes da disciplina.
Não obstante, esses referenciais têm sido ainda objeto de muita controvérsia, o que se
deve, em parte, à dificuldade de conformação de um quadro conceitual com base nas
diferenciadas práticas e tradições terminológicas nacionais. Segundo Duchein “até a palavra
arquivo, por exemplo, não tem o mesmo sentido na França, no Reino Unido e nos Estados
12

Unidos da América” (DUCHEIN, 2007, p. 13). Isso faz da arquivologia um ramo do


conhecimento carente ainda de definições a respeito de questões que lhe são vitais. Esta
constitui, possivelmente, uma das razões pelas quais a prática arquivística ainda se vê envolta
no “vapor do empirismo”, apegada às “certezas adquiridas pela rotina” (Idem, p. 22);
constituindo, desse modo, um dos fatores determinantes à situação de disputa hoje existente
em relação ao tratamento técnico dos arquivos. Segundo Theo Thomassen:
“[...] só transmitindo um corpo preestabelecido de conhecimentos científicos e um
quadro de padrões e habilidades que cubram a função arquivística na sociedade, o ensino
arquivístico será capaz de impor sua própria definição e realidade ocupacional aos novos
membros qualificados da profissão e aos outros setores da sociedade. Transmitindo valores,
padrões, terminologia, conhecimento, experiência, o ensino mune os novos profissionais de
instrumentos para impor sua própria imagem profissional” [grifos nossos] (THOMASSEN
apud BELOTTO, 2006, p. 304).

Acrescente-se a esse quadro certa ansiedade e mesmo angústia dos profissionais


envolvidos na prática arquivística frente não apenas às insuficiências teórico-metodológicas
da disciplina, como também frente à problemática aplicação daquelas formulações já
consagradas. Os fundamentos consolidados na área se assentam fortemente sobre processos
informacionais altamente normalizados, baseados em suporte papel e representados em
linguagem textual. Tal abordagem encontra-se presente de formas mais ou menos explícitas,
inclusive em autores considerados clássicos. Observe-se, por exemplo, a repetida e sutil
substituição da expressão “arquivo” por “papéis” em Bellotto (2008); ou a consideração dos
arquivos públicos como uma espécie de objeto ideal-típico da disciplina – ver a esse respeito,
por exemplo, o destaque a estes atribuído por Belotto em referência ao ciclo vital do
documento de arquivo (2008, p. 17-34). Essa situação ideal em muito difere das existentes nos
acervos privados. Segundo Camargo e Goulart, referindo-se aos acervos pessoais:
“Quanto mais nos afastamos do mundo das imposições jurídicas, característico do
ambiente de funcionamento das instituições públicas e privadas, maior relutância
encontramos, entre os profissionais da área, em realizar uma abordagem contextual dos
arquivos pessoais. [...] Nos arquivos pessoais haveria sempre uma zona de penumbra, marcada
pela presença de documentos que, a exemplo dos diários íntimos, não teriam a força
probatória dos que decorrem de transações, e nessa medida ficariam excluídos da área de
competência dos arquivistas” (CAMARGO; GOULART, 2007, p. 40).

Em inúmeros casos, todavia – diferentemente do que sugerem as referidas autoras –


estas ponderações valem também para os arquivos privados de caráter institucional: elementos
como a precária normalização de espécies documentais; a confusão entre acervos privados e
institucionais; e a disputa em torno da definição de atribuições institucionais; bem como a
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presença de difusas estruturas organizacionais e de atribuição de competências inclusive em


entidades de alta complexidade; são indícios de situações muitas vezes encaradas
teoricamente como anomalias. Fernandes, por exemplo, referindo-se ao processamento
técnico de fundos dos Movimentos da Ação Católica Brasileira, afirma que:
“Uma das dificuldades encontradas foi a de caracterização dos conjuntos documentais
tão particulares que, no caso desses movimentos, não assumem denominações tão comuns e
precisas em relação aos conjuntos produzidos por uma instituição pública ou privada, que
cumprem com rigor determinações jurídicas e fiscais junto ao Estado. Os documentos [...] não
apresentam uniformidade de suas configurações, ou seja, as partes que compõem os estatutos
e os balancetes financeiros nem sempre se aproximam do que ‘normalmente’ estes
configurariam” (FERNANDES, 1999, p. 137).

Além da dificuldade de definição de seus conceitos e de adequação de suas


formulações às exigências da prática profissional, conforme destacado acima, a arquivologia
vem sofrendo profundo impacto com as transformações tecnológicas em curso. Desguarnecida
do ponto de vista teórico e metodológico, a disciplina assimila inovações que nem sempre se
fazem acompanhar do necessário rigor, debilitando-a ainda mais enquanto área do
conhecimento em esforço de consolidação. Disso resulta a emergência de paradigmas
inconsistentes, tais como o chamado paradigma pós-moderno, por exemplo (C.f. FONSECA,
2005, p. 60-66), demasiado vago e relativista do ponto de vista de seus fundamentos
ontológicos e epistemológicos.
Nesse contexto, de confusão e incerteza teórico-metodológica, os arquivos encontram-
se expostos ao risco de diluição ou inadequada representação das relações de natureza
orgânica que os singularizam. Ao sublimar ou confundir o sentido da presença de um dado
item documental no âmbito de seu contexto histórico e institucional especifico, esse risco
implica na impossibilidade de recuperação, a partir do próprio acervo, de informações
referentes ao perfil e à trajetória da instituição ou indivíduo responsável por sua produção
arquivística.

2.2. Objetivo e hipótese

O diagnóstico exposto evidencia que a superação dos maiores desafios que se impõem
hoje à arquivologia passa necessariamente pelo aprofundamento de seus referencias teórico-
metodológicos. Daí se conclui que essa consolidação impõe-se como questão premente aos
pesquisadores e profissionais da área. Uma das estratégias que se poderia adotar com vistas à
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realização desse objetivo consiste na identificação e tratamento de conjuntos documentais


que, dadas as suas particularidades, reúnem situações que escapam às formalidades próprias
da esfera das relações jurídicas tais como a inexistência de tipologias documentais e funções
institucionais normalizadas ou amparadas em legislação – situações que a arquivologia não
encontra-se completamente preparada para equacionar.
Dito claramente, o presente estudo parte da expectativa de que o aprofundamento dos
referenciais da disciplina deve assumir como norte o enfrentamento dos dilemas impostos pela
prática profissional. Desse modo, acredita-se na possibilidade de que: da compreensão dessas
particularidades sejam sistematizadas orientações capazes de equacionar os desafios
específicos que suscitam em nível técnico e teórico-metodológico; e de que do
equacionamento destas particularidades sejam sistematizadas soluções capazes de contribuir
para superar os desafios que se impõem à disciplina arquivística em seu conjunto.
Pesquisas bibliográficas preliminares sugerem serem os arquivos relacionados à
atividade política um objeto privilegiado de trabalho nesse sentido. Tais acervos, todavia, não
têm alcançado a visibilidade reservada a outros tipos de arquivos, tais como os empresariais
por exemplo. Ou seja, não têm sido reconhecidos como um campo específico de trabalho e
pesquisa arquivísticos. Assim, tendo em vista o aprofundamento do debate acerca dos
fundamentos teórico-metodológicos da arquivologia nos termos aqui propostos, o presente
estudo pretende verificar a possibilidade de delimitação de um campo de trabalho constituído
pelos arquivos da política a partir de um estudo acerca de seu desenvolvimento histórico e das
suas condições concretas de produção.

2.3. Objeto

A conformação de um campo designado arquivos da política exige, antes de mais


nada, uma definição acerca do conceito de política. De modo simplificado – suficiente aos
fins a que nos propomos –, a política pode ser definida como o conjunto de processos sociais
que envolvem a decisão sobre aquilo que é comum a uma dada sociedade. A origem da
palavra está associada à polis, expressão que na Grécia antiga designava as cidades, “lugar
onde as pessoas viviam juntas” (DALLARI, 1984, p. 7-11). Assim definida a política, os
arquivos a ela relacionados incluem desde registros produzidos pelo Estado; até acervos
privados dos atores individuais e coletivos engajados nas disputas em torno destas decisões,
tanto por vias legais quanto extra-legais, incluindo-se aí não apenas as situações de
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informalidade mas também de ilegalidade ou clandestinidade, como no caso dos contextos de


restrição às liberdades democráticas e da prática do terrorismo, por exemplo.
Outros universos de acervo já alcançaram alguma visibilidade enquanto campo de
prática e pesquisa arquivística – caso, por exemplo, dos arquivos empresariais e eclesiásticos.
Exatamente inversa é a situação do universo de arquivos resultantes da atividade política, o
que se reflete na ausência inclusive de uma designação precisa. Os conceitos de arquivos de
Estado ou arquivos públicos são, dentre as noções já familiares à arquivologia, aqueles que
mais se aproximam do objeto em foco neste trabalho. Restringem-se, todavia, à esfera da
administração pública, excluindo acervos de natureza privada, tanto pessoais como
institucionais (BELOTTO, 2008 p. 249-260). Situação semelhante é a do conceito de
informação popular, mais difundida nos âmbitos da biblioteconomia e da documentação, e
que inclui apenas acervos vinculados aos movimentos sociais protagonizados por setores
oprimidos da sociedade (C.f. ROCHA, 1994).
Enquanto o conceito de informação popular exclui os arquivos públicos e os acervos
produzidos por formas de associação política distintas das dos movimentos populares – tais
como os partidos políticos ou associações patronais, por exemplo –; o conceito de arquivos de
Estado exclui os arquivos de partidos políticos, de entidades de movimentos sociais, de
lideranças partidárias e de movimentos, além dos acervos pessoais de postulantes e/ou
ocupantes de cargos públicos. Busca-se um conceito capaz de aproximar essa diversidade,
constituindo um campo de trabalho cuja identidade repousa – é justamente isso que se
pretende verificar – nas condições de produção que caracterizam esses acervos, ou seja, sua
estreita relação com o exercício e a disputa pelo poder político.
O esforço de definição de um conceito mais abrangente que os anteriormente
indicados conduziu a pesquisa à noções mais gerais, dentre as quais se poderia destacar a de
arquivos sociais. A definição é proposta por Belotto que, ao identificar os arquivos privados
em oposição aos públicos, subdivide os primeiros em arquivos pessoais; arquivos
econômicos, produzidos no contexto de atividades comerciais e industriais, por exemplo; e
arquivos sociais, que incluiria acervos produzidos por entidades de natureza não comercial,
tais como instituições religiosas, educacionais, beneficentes, além de “movimentos e
entidades políticas” e “associações de classe” (BELOTTO, 2008, p. 254-257). A distinção
entre arquivos econômicos e sociais, que de certo modo reflete uma clássica distinção interna
ao campo da história, revela-se assim – ao contrário dos conceitos anteriormente destacados –
demasiado genérica tendo em face os objetivos propostos neste trabalho.
16

Com ose pôde observar, a fixação de um conceito próprio ao universo dos acervos
produzidos em estreita relação com o exercício e a disputa pelo poder político mostrou-se
relativamente problemática. Frente à ausência de uma designação própria aos arquivos em
questão, em trabalho anterior empreguei o conceito de arquivos de política (C.f.
MENEGOZZO, 2008). A expressão, todavia sugere um recorte de ordem temática –
inadequado visto que o assunto habita outras searas como, por exemplo, a dos arquivos
científicos. Considerou-se então o conceito de arquivos políticos. Posteriormente, todavia,
também ele seria descartado, visto que faz alusão a uma função que de modo algum se
restringe aos arquivos aqui em foco – afinal, todo acervo desempenha potencialmente uma
função política, mesmo os empresariais ou eclesiásticos. Concluiu-se que a designação mais
adequada ao universo de acervos aos quais se dedica o presente estudo seria a de arquivos da
política, expressão que mais claramente identifica este tipo de acervo como um produto de
uma esfera de atividade específica.

2.4. Justificativa

A escolha do objeto se deve a diferentes razões, tanto de ordem propriamente


arquivística, quanto de ordem histórico-sociológica. Do ponto de vista arquivístico, a escolha
do objeto se justifica pelo fato de que, a partir de pesquisa bibliográfica preliminar, pôde-se
verificar que a produção dos arquivos da política é fortemente marcada pela ausência de
“imposições jurídicas” numa escala que inclui desde a informalidade à ilegalidade; e que
contempla não apenas atividades desempenhadas por indivíduos e por instituições privadas,
mas também por instituições e agentes do Estado – caso, sobretudo, dos serviços de
inteligência e de repressão política.
A escolha dos arquivos relacionados à atividade política como objeto de estudo se
deve ainda à aparente inexistência de estudos arquivísticos abrangentes e rigorosos a respeito
de suas especificidades, sobretudo no caso dos arquivos privados. Nestes casos, por exemplo,
a lacuna acaba preenchida pelos atores políticos mediante o desenvolvimento de sistemas e
metodologias próprias para a organização de seus acervos (LOPEZ, 1999, P. 65). Tal situação
condiciona a relativa indisponibilidade de fontes documentais do ponto de vista das
demanadas institucionais de caráter estritamente administrativo nesse campo de atividade
específico, a política.
Adicionalmente, como uma prova material e orgânica da atividade política, tais
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arquivos são de grande interesse – conforme já indicado – não apenas para seus titulares.
Constituem fonte primária para o estudo histórico-sociológico dos conflitos sociais, tocando,
por esta razão, inclusive a comunidade acadêmica. O adequado tratamento técnico e a
disponibilização dos acervos relacionados à atividade política deverão contribuir, desse modo,
também para a abertura de novos campos de pesquisa científica – possibilidade reforçada pelo
interesse em relação à “história do cotidiano” e pela “valorização do informal”
correspondentes às mudanças sofridas pela histórica a partir dos anos 1960 (LOPEZ, 1999, p.
47-66).

2.5. Metodologia

Diferentes métodos poderiam ser adotados com vistas à verificação da possibilidade de


conformação de um campo arquivístico composto pelos acervos privados relacionados à
atividade política. Tais métodos incluem desde pesquisas sobre o desenvolvimento histórico
destes acervos; levantamento e análise da bibliografia – nacional e internacional – dedicada a
investigar suas características experiências de tratamento técnico; até um levantamento
orientado a verificar a existência, a localização, e o estágio de organização destes acervos, sob
a guarda de suas respectivas entidades produtoras ou de centros de documentação; entre outras
possibilidades.
Considerando os limites deste trabalho, o presente estudo lança mão de basicamente
dois métodos distintos. Primeiro, o estudo vale-se de uma abordagem histórica e sociológica,
mediante a qual se pretende verificar os contextos que caracterizam a produção arquivística
no âmbito da atividade política (capítulo 3). Esse esforço deverá contribuir para a
identificação dos tipos de arquivos produzidos nesses contextos – tanto públicos quanto
privados –, bem como de aspectos que lhes são características. Dados os limites deste estudo,
a pesquisa restringiu-se sobretudo à Europa, embora procure abranger o longo período
compreendido entre a Antigüidade e os dias de hoje.
Em segundo lugar, efetuou-se o levantamento da produção bibliográfica dedicada a
acervos resultantes da atividade política depositados no país, à identificação do perfil dos
acervos desta natureza sob a guarda de instituições arquivísticas, e também à avaliação de
experiências de tratamento técnico empreendidas por aquelas instituições. Este esforço
resultou na listagem, de mais de 150 referências produzidas não somente no âmbito da
arquivologia, mas também de áreas afins como a biblioteconomia e a documentação, por
18

exemplo. Cumpre ressaltar que deste esforço foram excluídos, em função dos limites
impostos ao presente trabalho, estudos dedicados aos arquivos públicos. Esperava-se que esta
opção pudesse ser compensada pela pesquisa história, que os inclui. O fato todavia é que a
decisão te implicações significativas em relação aos objetivos a que se propôs esta pesquisa,
detalhadas nas considerações conclusivas.
A partir desse levantamento – que no caso contempla, conforme indicado, instituições
arquivísticas e arquivos pessoais – empreendeu-se análise de obras selecionadas. O intuito
desta tarefa não foi o de apresentar uma análise minuciosa dos perfis dos acervos a que se
dedicaram, ou dos referencias em que se basearam cada um dos estudos localizados.
Objetivou-se, isto sim, produzir um quadro geral e aproximado dos tipos de acervo e
abordagens contemplados na bibliografia produzida particularmente sobre os arquivos da
política, bem como dos problemas e soluções mais recorrentemente destacados pelos autores
em termos de processamento arquivístico, particularmente no que tange à classificação.
Espera-se, em síntese, que a abordagem histórica e sociológica dos arquivos em
contextos de atividade política, combinada ao levantamento e análise da bibliografia a eles
dedicada, contribua para a verificação da possibilidade de formalização de um campo
específico de trabalho e pesquisa arquivísticos. Caso essa possibilidade se confirme, então
será possível sistematizar um conjunto de particularidades cujo enfrentamento poderá servir a
futuros estudos como um ponto de partida ao aprimoramento teórico-metodológico da
arquivologia.
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3. Produção documental na política: esboço histórico

3.1. Considerações preliminares

Apesar das indicações preliminares feitas em relação à definição do objeto em foco –


os arquivos da política – falta-lhe ainda a concretude dos processos históricos e sociais dos
quais os arquivos – os da política aí incluídos, notadamente no que se refere aos processos de
disputa e de exercício do poder político – são parte constitutiva e indissociável. Por outro
lado, dada a natureza do presente trabalho, não poderia ser outro o caráter do esforço de
análise dos arquivos da política de um ponto de vista histórico e sociológico, senão
exploratório e, portanto, parcial e provisório. O reduzido número de estudos abrangentes e
exclusivamente dedicados a essa questão em particular impôs-se como outro importante
obstáculo, exigindo a reunião e a sistematização de informações dispersas, nem sempre
encontradas em publicações científicas, e muitas vezes citadas de passagem em estudos cujo
foco não reside nos aspectos aqui investigados.
Em razão destas dificuldades, adotou-se como estratégia a priorização de alguns
aspectos considerados fundamentais a esse debate, e que abarcam desde as origens dos
arquivos da política e sua estreita ligação com o Estado e as classes dominantes; a emergência
de acervos de natureza privada; até seu desenvolvimento junto às classes oprimidas e sua
utilização do ponto de vista da pesquisa histórica e sociológica. Vale destacar a opção pela
adoção de um dilatado recorte cronológico, ainda que esta implicasse num restrito recorte
geográfico – circunscrito, neste caso, sobretudo à instituições e atores políticos atuantes no
continente europeu, com especial destaque ao movimento operário e ao International Institute
of Social History (IISH) – Instituto Internacional de História Social –, sediado em Amsterdã.

3.2. Da Antiguidade à Idade Média: arquivos como segredo de Estado

A emergência dos arquivos em geral, e dos arquivos da política em particular, remonta


à Antigüidade. A partir de transformações ocorridas entre 6 e 2,5 mil anos atrás, as
comunidades humanas alcançaram formas mais numerosas e complexas de organização
social, encarnadas, por exemplo, nas cidades-estado e impérios que antecederam os modernos
20

Estados Nacionais. Tal processo foi possibilitado pela diferenciação interna destas
comunidades, o que correspondeu concretamente à emergência de funções profissionais e
institucionais especializadas nas esferas do comércio, da guerra, e da administração da vida
político-religiosa, assumidas por segmentos sociais desobrigados das atividades de
subsistência – e, portanto, sustentados pela apropriação dos excedentes resultantes do
incremento da produção agrícola. Este processo, que se convencionou denominar de divisão
social do trabalho (RIBEIRO, 2000, p. 50-64), correspondeu à premissa histórica que dá
origem às instituições de informação, entre tantas outras instituições sociais.
Os arquivos e bibliotecas, constituídos como entidades eminentemente administrativas
e ainda indiferenciadas entre si em função da própria dinâmica da produção documental,
surgem no âmbito destas formações complexas como órgãos de suporte a atividades como as
trocas comerciais e a cobrança de impostos (REIS, 2006, p. 2). Assim, se poderia afirmar que,
tal como as demais funções especializadas e desvinculadas da produção de subsistência – por
exemplo, as artes, a ciência e a educação formal (SAVIANI, 2003, p. 94-95) – os órgãos de
informação surgem como privilégio ou instrumento de reafirmação do poder de setores
política e economicamente dominantes; fato que se confirma pela sua localização no interior
de palácios e tempos religiosos (REIS, 2006). Esta é a razão pela qual desde a antiguidade e
durante séculos as informações constantes destes arquivos e bibliotecas permaneceram
restritas às esferas de atividade dos setores dominantes; e – também elas, como o próprio
exercício do poder político (COUTINHO, 1996, p. 13-17; CARNOY, 1994, p. 63-87) – em
grande parte monopolizadas pelas classes dominantes sob a forma de segredos de Estado
(COSTA, 1998, p. 4; SENRA, 1997, p.1; HACKING, 1990, p. 11-70).
A estreita relação entre documentos e poder político pode ser exemplificada pelos
tabularium e archivum, estabelecidos nas sociedades grega e romana, aos quais cabia
sobretudo a conservação de ordens governamentais, de registro de cidadãos, da legislação
provincial e municipal, além de informações relativas à cobrança de impostos, entre outras, e
que representavam, eles mesmas, a presença do aparelho de Estado nas regiões sob seu
domínio (FERNÁNDEZ ROMERO, 2003; REIS, 2006, p. 3-4). Também os registros
mantidos pelos senhores feudais e monastérios ao longo do período medieval, dedicados
sobretudo aos títulos de propriedade sobre a terra, constituem exemplos desta condição (REIS,
2006, p. 4-5; POSNER, 1964, p. 59-61), deslocados para a esfera privada naquele período, tal
qual o próprio exercício do poder. Este é o caso ainda dos chamados arquivos centrais e
cartórios, cuja emergência acompanhara a gênese dos modernos Estados nacionais a partir de
21

meados do séc. XII – sendo os Arquivos da Coroa de Aragão (1318) e da Torre do Tombo
(1315), instalados na Península Ibérica, consideradas as primeiras instituições do gênero; e
finalmente dos Arquivos de Estado, cuja forte centralização espelhava a consolidação dos
Estados Nacionais sob regimes monárquicos absolutistas (REIS, 2006, p. 4-5; SOUSA, 2008,
p. 97).
Em contrapartida, desde o primeiro momento, o processo de estratificação social
intensificado pela apropriação desigual dos excedentes advindos da revolução agrícola fez
eclodir focos de tensão e conflito político (RIBEIRO, 2000, p. 51-63). Exemplos disso são as
insurreições de escravos e camponeses ocorridas no Egito em 2200 a.C.; em Roma entre 71 e
73 a.C.; e na Europa medieval na segunda metade do século XIV, por exemplo. Todavia,
diferentemente dos processos experimentados no âmbito do Estado e pelos setores dominantes
com os quais se chocavam, aquelas revoltas não produziam acervos documentais, o que se
deve a três razões fundamentais:
a) Devido ao monopólio da educação formal e da escrita pelas classes dominantes,
desobrigadas das atividades de subsistência em razão do processo de divisão social
do trabalho (SAVIANI, 2003, p. 94-95);
b) às limitações de ordem econômica, mais especificamente devido ao custo proibitivos
dos suportes e técnicas de produção documental (TARROW, 2009, p. 49-78) – vide a
esse respeito o laborioso processo de reprodução de livros pelos copistas medievais;
c) e devido também ao caráter espontâneo, inconstante e, portanto, desorganizado destas
manifestações de protesto, fortemente marcadas pelos laços locais – comunais e
corporativos – característicos às formas pré-modernas ou pré-capitalistas de
organização social (idem).

3.3. Do Renascimento à Revolução Industrial: era de transformações

A partir do Renascimento, do Iluminismo e das Revoluções Francesa e Industrial,


ocorridas entre os séc. XV e XVIII, se pode observar uma série de profundas transformações
sociais, correspondentes à emergência da modernidade e do modo de produção capitalista, e
cujo impacto se fez sentir inclusive nos processos de produção documental. Nesse período é
que:
a) Se consolida na filosofia a moderna noção de indivíduo (HALL, 2006; COSTA,
1998), refletida por exemplo na disseminação de estudos biográficos (BURKE,
22

1997);
b) se estabelecem os regimes políticos liberais, baseados em mandatos eletivos em
contraposição à sucessão hereditária que justificava o regime monárquico
(GRAMSCI apud COUTINHO, 2007, p. 133);
c) dissemina-se mais intensamente a escolarização entre as classes subalternas,
sobretudo como resposta aos avanços tecnológicos introduzidos nos processos de
produção (SAVIANI, 2003, p. 96-99);
d) desenvolvem-se grandes unidades e conglomerados industriais, cuja organização e
funcionamento contribuem para a emergência de um movimento operário vigoroso
e altamente organizado (MARX; ENGELS, 2008);
e) e consolidam-se os organismos autônomos da sociedade civil em relação ao Estado,
tais como jornais e revistas (possibilitados pela difusão da imprensa e barateamento
do suporte papel) e os sindicatos e partidos de massa (GRAMSCI apud
COUTINHO, 2007, p. 98-100 e 124; TARROW, 2009, p. 49-78).

Somente no curso destas transformações é que se pode falar mais rigorosamente da


existência de arquivos de direito privado relacionados à atividade política – sejam estes de
caráter individual, produzidos por mandatários ou postulantes às carreiras públicas
introduzidas pelos regimes liberais; sejam de caráter coletivo, vinculados às entidades da
sociedade civil e representativas tanto de interesses das elites políticas como dos segmentos
oprimidos da sociedade.
Embora arquivos chamados privados pudessem ser encontrados desde a antiguidade
clássica, designados “privata scrinia” (FERNÁNDEZ ROMERO, 2003, p. 61), é preciso
atentar para alterações vividas pelo conceito: antes restrita às “atividades vitais” (âmbito das
obrigações restritivas da subsistência) e contraposta ao público enquanto espaço de
manifestação da liberdade e da decisão sobre os assuntos comuns; ao longo da Idade Média a
esfera privada se amplia, abarcando também atividades legislativas e judiciais; sendo
contemporânea e predominantemente identificada com os conceitos de intimidade e
identidade individual – algo que se consolida e se dissemina apenas na modernidade (COSTA,
1998).
No curso dos processos sociais anteriormente destacados ocorre ainda, desde meados
do séc. XVI – possivelmente em função das transformações acima indicadas – significativo
aumento da produção de documentos, cujo acúmulo nos depósitos públicos e privados não se
23

fazia acompanhar ainda pela qualificação dos procedimentos de organização e gestão


arquivística. Paralelamente, florescem a racionalidade científica e suas inúmeras disciplinas
especializadas, dentre as quais se poderia destacar a História, fazendo difundir-se o interesse
pelos arquivos de um ponto de vista não estritamente administrativo (SOUSA, 2008, p. 98-
100). Com a eclosão da Revolução Francesa em 1789, se intensifica a reunião dos acervos
existentes em depósitos centralizados; bem como sua abertura ao público: como componente
de um regime jurídico baseado em direitos e deveres, os arquivos passam da condição de
repositório de segredos de Estado a de Arquivos da nação, abertos ao cidadão comum (REIS,
2006; CALDERON et al, 2004, p. 98; POSNER, 1964).

3.4. Elites e trabalhadores nos arquivos do séc. XIX aos anos 1930

A decisão pela abertura dos arquivos nacionais se dissemina posteriormente noutros


países em função da pressão exercida sobre os arquivos em meados do séc. XIX por
historiadores referenciados no modelo resultante da Revolução Francesa. Desse modo, os
arquivos assumiram mais fortemente a condição de fontes de pesquisa, convertendo-se em
verdadeiros laboratórios do saber histórico. Desde então a arquivologia de maneira geral, tal
qual a trajetória dos arquivos da política em particular, passou a se confundir com o próprio
desenvolvimento da história enquanto disciplina científica – processo refletido, por exemplo,
nos cursos de formação de arquivistas-paleógrafos oferecidos pela École de Chartes francesa
ainda na primeira metade do século XIX (COSTA, 1998, p. 3-4; CALDERON et al, 2004, p.
97).
O fato, entretanto, é que até então a pesquisa histórica era fortemente influenciada por
uma abordagem que reduzia o trabalho do historiador à reconstituição de fatos e eventos
considerados dignos de destaque e representativos da história de um povo porque
protagonizados por integrantes de suas camadas dominantes. Noutras palavras, pode-se dizer
que até o início do séc. XX os setores oprimidos da sociedade e suas lutas permaneceram
negligenciados pela historiografia e, por conseguinte, também pelos arquivos e bibliotecas
nacionais: é fato conhecido, por exemplo, que bibliotecas e arquivos renomados no continente
europeu tratavam o assunto com desdém até pelo menos a eclosão da 1ª guerra mundial
(1914-1918), descartando as publicações recebidas como doação de organizações vinculadas à
classe trabalhadora (JONG, 1996/1997, p. 9).
Segundo Jong (1996/1997, p. 34), o surgimento das primeiras instituições dedicadas,
24

mesmo que parcialmente, a acervos relacionados aos movimentos das classes trabalhadoras,
remetem a esse período. Dentre elas, destaca:
a) A Bibliotèque Internationale de Documentation Contemporaine (BDIC) – Biblioteca
Internacional de Documentação Contemporânea –, fundada na França em 1914;
b) o Hoover Institute on War, Revolution and Peace – Instituto Hoover sobre Guerra,
Revolução e Paz –, constituído na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos,
em 1919;
c) e o Institut Marksa-Engel´as-Lenina – Instituto Marx-Engels-Lênin – fundado em
1920 na recém constituída União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e
ao qual coube a guarda de parte dos manuscritos de Karl Marx e de acervos da
Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), mais conhecida como a I
Internacional Socialista.

O interesse crescente da pesquisa histórica pelos arquivos das organizações e


lideranças vinculadas aos trabalhadores se fez acompanhar da emergência e consolidação do
movimento operário, o qual passava a se dedicar à organização e preservação de seus próprios
acervos documentais. Em 1934, por exemplo, o Sociaal Democratische Arbeiders Partij
(SDAP) – Partido Social Democrata dos Trabalhadores da Alemanha – um dos mais antigos e
massivos partidos da história do movimento operário, ao completar então seus 40 anos,
instituía um organismo – possivelmente o primeiro do gênero entre partidos de esquerda –
incumbido da tarefa de organização de seu arquivo histórico, que incluía os arquivos pessoais
de Karl Marx e Friedrich Engels, entre outros.
No ano seguinte, a arquivista nomeada pelo SDAP – Annie Adama von Scheltema
(1884-1977) – integrava iniciativa protagonizada também por Nicolaas W. Posthumus (1880-
1960) e Nehemia de Lieme (1882-1940), de fundação do International Institute of Social
History – Instituto Internacional de História Social. O IISH, constituído em Amsterdã
(Holanda) em 1935 – e ainda hoje reconhecido como uma das mais importantes instituições
arquivísticas do gênero em todo o mundo – foi posteriormente responsável pela guarda de
importantes acervos relativos à luta dos trabalhadores, tais como do Instituto Marx-Engels-
Lênin e do SDAP (JONG, 1996/1997, p. 10-11).

3.5. Tempo de conflito: nazi-fascismo, stalinismo e 2ª guerra mundial


25

Como resposta à emergência do movimento operário – processo que acompanhava a


constituição de instituições dedicadas à preservação de sua história e memória, tais como as
indicadas anteriormente – observou-se em diversos países, particularmente na Europa e
inclusive no Brasil, uma forte reação conservadora. Exemplarmente representado pela
ascensão de Hitler na Alemanha em 1933 esse processo significou o recrudescimento da
repressão sobre as organizações e lideranças das classes trabalhadoras mediante a
subordinação dos sindicatos ao Estado, a ampliação e aparelhamento de departamentos de
polícias políticas e a apreensão e destruição dos arquivos de lideranças políticas e sindicais. A
ameaça sobre esses arquivos foi intensificada pela inflexão autoritária do processo
revolucionário em curso na URSS representada pela ascensão de Stalin, e pela eclosão da 2ª
guerra mundial (JONG, 1996/1997, p. 12).
Nesse contexto de repressão política, mais precisamente em 1930, o Dr. Rjazanov,
militante socialista prestigiado na Europa, fundador e presidente do Instituto Marx-Engels-
Lênin de Moscou, é afastado do cargo por Stalin, preso e enviado a um campo de trabalho
forçado. Também na década de 1930, mais precisamente em 1936, a seção francesa do IISH é
invadida por agentes soviéticos que visavam a apreensão dos arquivos doados àquela
instituição por Leon Trotsky (JONG, 1996/1997, p. 16), um dissidente soviético crítico ao
regime stalinista e que fora assassinado em 1940 em seu exílio no México. Este era um dos
inúmeros esforços – exemplarmente representados pela reedição de versões adulteradas das
fotografias do período da revolução russa – empreendidos pelo regime stalinista no sentido
que dissidentes participantes do levante de 1917 fossem apagados da história.
Na Alemanha, com a ascensão de Hitler, o arquivo histórico do SDAP foi transportado
em condições de extremo sigilo e improviso à Praga e posteriormente recebido pela sede do
IISH em Amsterdã em 1938, juntamente com parte dos arquivos do Instituto fundado por
Rjazanov (JONG, 1996/1997, p. 17). No mesmo ano, diga-se de passagem, após alguns anos
de liberdade, Rjazanov, fundador e ex-presidente do Instituto Marx-Engels-Lênin de Moscou,
seria assassinado por agentes soviéticos a mando de Stalin. Na Espanha, processo semelhante
encontrava-se em curso: após o término da guerra civil (1936-1939) que depôs o governo
republicano e resultou na ascensão da ditadura nazi-fascista encabeçada pelo General Franco,
arquivos de organizações de esquerda foram remetidas ao IISH, ali permanecendo até
praticamente a década de 1990 (JONG, 1996/1997, p. 16).
A situação do IISH se agrava em 15 de junho de 1940, quando o exército holandês
capitula frente à invasão de tropas nazistas naquele país no curso da 2ª Guerra Mundial.
26

Naquela data também a sede do IISH em Amsterdã foi ocupada e fechada. Sobre o acervo do
instituto se estabeleceu intensa disputa, tendo sido fortemente considerada a possibilidade de
instrumentalização dos acervos como suporte à investigação policial e à perseguição de
militantes anarquistas e comunistas pelos regimes nazi-fascistas que se consolidavam na
Europa, particularmente na Alemanha, Itália e Espanha. Em 1944 o IISH recebeu a visita de
Alfred Rosenberg, eminente ideólogo do regime hitlerista, que decidiu transportar os acervos
para a Alemanha. Ainda durante a guerra a seção inglesa do IISH, sediada em Londres, sofreu
bombardeios; ao passo em que sua seção francesa foi invadida e saqueada (JONG, 1996/1997,
p. 21-22).

3.6. Recuperação nos anos 1950 e renovação dos anos 1960 aos dias de hoje

Findada a guerra, Scheltema – ex-arquivista do SDAP e co-fundadora do IISH –


encontraria a sede do Instituto em Amsterdã completamente vazia. Em 1946 parte dos acervos
foram encontrados num navio na Alemanha, e outra num trem na Áustria; tendo
posteriormente sido remetidas, não sem dificuldades, a Amsterdã. A destruição dos catálogos
e inventários impossibilitaria uma avaliação precisa das perdas sofridas pela Instituição no
curso da guerra. Outros conjuntos documentais pertencentes ao IISH seriam posteriormente
localizados e retornariam à Holanda. Caso, por exemplo, de parte do material remetido em
1944 à Alemanha Oriental, localizado em 1956 na Polônia após a ascensão de Wladyslaw
Gomulka à presidência do país – que inicialmente correspondeu a um período de
destalinização do regime comunista polonês; e dos acervos do Partido Socialista Operário
Espanhol (PSOE), localizados em fins dos anos 1980 pelos russos e devolvido ao Instituto
pelo então presidente da URSS, Mikhail Gorbachev (JONG, 1996/1997, p. 21-22).
Anteriormente à localização de tais acervos, entretanto, o IISH passara por um
processo de reconstrução. Reaberto após a guerra em 1951, enfrentou problemas financeiros e
também em relação a recursos humanos, visto que a equipe do Instituto não retornou à
Holanda após a guerra; época em que também empreendeu esforços no sentido de refazer as
descrições dos acervos recuperados imediatamente após o término do conflito. Em 1955 o
IISH retoma seu boletim informativo e lança os primeiros volumes de um extenso e ousado
programa de publicações (JONG, 1996/1997, p. 24).
A este período de reconstrução seguiu-se uma renovação profunda, tanto em termos de
sua estrutura organizativa, quanto de composição de seus acervos. Em compasso com a
27

renovação da disciplina histórica ocorrida em fins dos anos 1950 e início dos anos 1960 na
Europa, a história social ampliava seus horizontes: antes dedicada sobretudo a acervos de
organizações do mundo do trabalho, tais como sindicatos e partidos políticos, os
pesquisadores voltavam-se agora à história do cotidiano. No embalo desse processo o instituto
passa também a receber nos anos 1960 e 1970 acervos dos chamados novos movimentos
sociais – feministas, ecológicos, anti-nucleares – e de organizações não-governamentais
(JONG, 1996/1997, p. 14 e 25-27). Tal abordagem disseminou-se nas décadas seguintes em
inúmeros países. Firmou-se ao longo desses anos como uma referencia que marca fortemente
tanto a pesquisa histórica como a prática do profissional de arquivo.
No Brasil, essa abordagem consolidou-se ao longo dos anos 1980, tendo sido
concomitante à emergência das lutas populares que marcaram o fim da ditadura militar (1964-
1985) (C.f. SADER, 1988); ao desenvolvimento das primeiras pesquisas sobre a emergência
do movimento operário no Brasil republicano, que se opunham a uma tradição histográfica
fortemente referenciada nos períodos colonial e imperial, materializadas, por exemplo, no
trabalho do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (FICO, 2004, p. 20-23; GUIMARÃES,
1988); e ainda à formação de inúmeras instituições arquivísticas e centros de documentação
popular, que cumpriram – sobretudo no caso das instaladas no âmbito das universidades – o
imprescindível papel de reunir fontes documentais antes dispersas em depósitos localizados
junto aos pesquisadores (BELOCH, 1986; CAMARGO, 1999).
Apesar do refluxo das lutas populares ocorrido nos anos 1990 – o que levou ao
fechamento de vários desses centros de documentação – o recolhimento de acervos e as
pesquisas acadêmicas permaneceram em curso. Agora, paralelamente ao debate em torno da
disponibilização da documentação dos serviços de informação e das polícias políticas da
ditadura implantada no Brasil em 1964. Esse processo – de certo modo análogo à abertura dos
arquivos dos regimes ditos comunistas na Europa Oriental ao longo dos anos 1980, resultantes
do colapso da URSS em 1989 – tem contribuído para o acesso a novas fontes documentais e
para a renovação das pesquisas históricas referentes à repressão política e à luta dos setores
oprimidos da sociedade.
Este quadro pouco tem se alterado nos últimos anos. O debate em torno dos arquivos
da ditadura, inclusive, adquiriu novo fôlego, agora nutrido pelas disputas em torno da
reparação àqueles que foram perseguidos politicamente pelo regime (C.f. SANTOS; TELES;
TELES, 2009). Com exceção talvez do desenvolvimento de iniciativas arquivísticas
diretamente vinculadas a entidades produtoras desses acervos documentais – caso, do Partido
28

dos Trabalhadores (por intermédio da Fundação Perseu Abramo), da Central Única dos
Trabalhadores e do Instituto Fernando Henrique Cardoso, por exemplo –, os centros de
documentação vinculados a instituições universitárias tem desempenhado papel destacado não
apenas no recolhimento e preservação de acervos ligados aos movimentos populares e à
esquerda, mas também de acervos dos novos movimentos sociais que emergiram no cenário
político nacional dos anos 1970 e que marcam a política brasileira até os dias de hoje.
29

4. Tratamento de arquivos privados da política: avaliação


bibliográfica

4.1. Critérios de inclusão

Além de uma abordagem histórica dedicada a analisar o desenvolvimento dos arquivos


da política ao longo do tempo, detalhando seus contextos de produção, o esforço por conferir
visibilidade própria a estes acervos passa também pelo levantamento e análise dos estudos a
eles dedicados. Uma das dificuldades iniciais com as quais se deparou este esforço foi
constatar a aparente inexistência de levantamentos da bibliografia especializada dedicada aos
arquivos da política. Pouco são os estudos que realizam, mesmo brevemente, a identificação e
uma leitura crítica dos trabalhos já disponíveis a respeito do tipo particular de arquivo aqui
tratado, o que exigiu que esse esforço fosse empreendido no curso da própria pesquisa.
O recorte adotado não se restringiu apenas à arquivologia, mas privilegiou trabalhos
produzidos em diferentes áreas da Ciência da Informação – tais como a biblioteconomia e
documentação, por exemplo. Isso significa que os estudos localizados não se concentram
apenas no tratamento de conjuntos documentais de natureza orgânica produzidos no contexto
da atividade política – embora seja esta a preocupação imediata do presente estudo – mas ao
que se poderia designar de documentos da política, de caráter orgânico ou não. Tais trabalhos
dedicam-se de modo geral à análise do documento da política, tanto do ponto de vista de seus
contextos de produção quanto de sua organização. A localização deste conjunto abrangente
constitui um importante passo em direção ao aprofundamento futuro de questões suscitadas
nesta pesquisa.
Deste recorte foram excluídos estudos desenvolvidos em campos de pesquisa não
diretamente ligados às Ciências da Informação, tais como a história e a sociologia. Dentre
estes encontram-se publicações que podem muito contribuir para a identificação dos contextos
de produção documental na esfera de atividade política. A título de exemplo, se poderia
indicar os estudos de Ferreira (1988), Carneiro (2002a e 2002b) e Figueiredo (2005 e 2009),
que retratam a história e contexto da imprensa operária, os mecanismos de repressão das
polícias políticas brasileiras e o papel da informação na disputa pelo poder político, sobretudo
no período de crise da ditadura militar nos anos 1970.
30

Também quanto à forma de apresentação destes trabalhos o levantamento se propôs


bastante abrangente. Nele foram incluídos desde estudos mais acessíveis e difundidos como
livros e capítulos de livros, passando por estudos de caráter acadêmico mais sistemáticos
como teses de doutorado, dissertações de mestrado e artigos de revistas, até estudos
acadêmicos menos rigorosamente elaborados e cujo conteúdo é menos acessível, tais como
monografias de conclusão de curso, relatórios de iniciação científica e apresentações em
congressos acadêmicos. No que se refere às apresentações de congresso e artigos, vale
destacar os levantamentos efetuados nos anais dos Congressos Brasileiros de Arquivologia e
na revista Arquivo & Administração, editados entre os anos 1972 e 2000 (disponibilizados no
portal da Associação dos Arquivistas Brasileiros/AAB) e que praticamente esgotam tais fontes
– ao menos no que se refere aos arquivos de natureza privada.
Desse conjunto foram excluídos os estudos referentes à história e experiências de
instituições arquivísticas, com exceção daqueles que abordam especificamente o perfil e/ou o
tratamento dos arquivos relacionados à atividade política sob sua guarda. Também foram
excluídas referências a instrumentos de pesquisa, impressos ou eletrônicos – alguns deles
ricos em indicações sobre os desafios impostos ao tratamento arquivístico dos acervos que
descrevem –, o que se deveu sobretudo ao volume deste tipo de publicação e às dificuldades
de sua localização. Neste caso, foram mantidos apenas os guias de referência secundária
dedicados a instituições arquivísticas ou a acervos especificamente relacionados à atividade
política.
Além dos estudos dedicados a arquivos de Estado, conforme já indicado, deste
levantamento foram excluídos também estudos dedicados a arquivos e instituições
arquivísticas estrangeiras. Isso deve, ao volume de material disponível – a cujas dimensões
extrapolam os limites do presente estudo – mas sobretudo à precariedade das bases de dados
existentes ou a sua relativa indisponibilidade (caso por exemplo de artigos cujo acesso é
condicionado à compra do arquivo eletrônico ou assinatura de periódico), o que dificulta não
apenas a localização de referências como também o acesso ao seu conteúdo completo.
O levantamento da bibliografia iniciou-se em 2008 com o mapeamento preliminar da
literatura composta por cerca dez trabalhos mais amplamente difundidos ou acessíveis e
dedicados a essa temática (MENEGOZZO, 2008). Posteriormente, considerados os critérios
detalhados acima, à listagem foram acrescentadas as referências citadas nos primeiros estudos
localizados, além de outros trabalhos desenvolvidos pelos autores até então identificados –
isto é, os trabalhos que foram incluídos por estes mesmos autores nos currículos
31

disponibilizados na Plataforma Lattes, mantida pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).


A listagem resultante desse esforço foi complementada com estudos localizados mediante
pesquisa em catálogos eletrônicos de bibliotecas e nas principais ferramentas de busca
disponíveis na internet.

4.2. Perfil da bibliografia localizada

A conclusão das buscas resultou num levantamento constituído por 158 referências
bibliográficas. Disponíveis em anexo, tais referências encontram-se agregadas a partir de seu
assunto principal e, em seguida, pela forma e data de publicação. Do ponto de vista temático,
o levantamento inclui desde estudos dedicados a projetos e instituições arquivísticas
relacionados a arquivos da política, até estudos dedicados a tipos particulares de acervo, desde
os produzidos por entidades de assessoria popular, passando por arquivos pessoais, arquivos
de movimentos sociais – mais precisamente de movimentos patronais, de trabalhadores
urbanos e rurais, movimentos estudantis, religiosos, por liberdade sexual e de negros e negras
–, arquivos de partidos políticos, até acervos produzidos por outras formas de associação
política, tais como periódicos alternativos e organizações não-governamentais.
Importante ressaltar que, mesmo em relação aos conjuntos orgânicos produzidos pelas
entidades mencionadas acima, este levantamento não se propõe exaustivo. Nesse caso, as
maiores dificuldades se devem à precariedade das bases de dados científicas especializadas, o
que implica não somente na dificuldade de localização das referências mas também em
obstáculos ao completo acesso de seu conteúdo. Desse modo, este levantamento não se
pretende nada mais que uma amostra mais ou menos representativa dos tipos de trabalho
disponíveis a respeito de instituições e arquivos existentes no Brasil, além da natureza dos
acervos a que se dedicam, bem como das abordagens que os orientamos estudos localizados.
A distribuição cronológica da produção bibliográfica localizada, acompanhada de linha de
tendência (baseada na média móvel de 2 anos), encontra-se detalhada no gráfico 1,
apresentado adiante.
32

18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Gráfico 1. Documentos da política: evolução da produção bibliográfica (1980-2009)

Em que pese sua importância no esforço de conformação de um campo em


arquivologia – ou mesmo em Ciência da Informação – dedicados à documentação da política,
tal conjunto compõe um universo que, por suas dimensões e complexidade, não poderá ser
objeto de análise minuciosa nos limites deste trabalho. Por esta razão, procedeu-se a um
recorte: tendo em vista a identificação de impasses suscitados ao processamento destes
acervos pelas condições de sua produção documental, privilegiou-se a análise de estudos
dedicados ao tratamento técnico dos arquivos da política.
Em função do volume de material localizado, todavia, novo recorte foi forçosamente
estabelecido. Segundo Sousa (2008), as especificidades da abordagem arquivística se
exprimem tecnicamente sobretudo em seus métodos de classificação, cuja premissa reside na
natureza orgânica do documento de arquivo. Considerando que o processo de classificação
constitui um processo técnico que, por suas características, integra o núcleo distintivo da
teoria arquivística, optou-se pela análise de estudos que envolvem esse procedimento, em
detrimento de estudos dedicados, por exemplo, à análise tipológica ou à avaliação
documental. Tais estudos, que somam cerca de 39 publicações num universo de 158
referências, representam cerca de 25% do total da produção bibliográfica localizada.

4.3. Fundos pessoais

Dentre os trabalhos dedicados à classificação e incluídos no levantamento anexo, se


poderia analisar de início o estudo elaborado por Ana Maria de Almeida Camargo e Silvana
Goulart, publicado recentemente (CAMARGO; GOULART, 2007). Neste trabalho as autoras
apresentam as referências teórico-metodológicas e os resultados obtidos a partir do processo
33

de tratamento arquivístico do acervo pessoal de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo,


dirigente do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) e Presidente da República por
dois mandatos consecutivos (1995-2001)
Mais especificamente, as autoras destacam os principais referenciais teórico-
metodológicos da arquivologia, a partir dos quais refletem, sobretudo, a respeito da
possibilidade e conveniência de aplicação do método funcional de classificação arquivística e
de procedimentos de normalização tipológica a acervos pessoais. Criticam as resistências
existentes na área em relação a esses procedimentos, e apresentam uma rigorosa reflexão a
respeito da tipificação da documentação pessoal relacionada à atividade política, refletida em
extenso glossário incluído na íntegra ao final da publicação.
No que se refere especificamente à classificação, as autoras destacam os desafios
impostos à elaboração de categorias mais gerais pelas situações de ambigüidade e
indeterminação que marcam a relação documento-atividade nesse nível. Em palestra
apresentada por ocasião do lançamento do livro – infelizmente não registrada, ao contrário
dos cometários dirigidos às autoras e que serão analisados à frente – Camargo referiu-se a
uma situação que ilustra claramente a reflexão proposta: que categorias de classificação
adotar, por exemplo, no caso de documentos relacionados recebimento de prêmios pelo titular
do acervo, cuja justificativa remetem tanto às suas realizações como intelectual e pesquisador,
quanto como mandatário de cargo público?
Em função de situações como esta, afirmam Camargo e Goulart, as “grandes
categorias classificatórias [...] demandam sempre um gesto de interpretação”, que é
considerado “prerrogativa do historiador”. “O arquivista”, prosseguem as autoras, “opera
noutro plano”, na medida em que “tem em por corolário a manutenção do sentido unívoco do
nexo documento-atividade” (CAMARGO; GOULART, 2007, p. 50-51). Em seu esforço de
classificação, restringem-se assim à identificação das “atividades imediatamente responsáveis
pelos documentos” – sintetizadas na idéia de “evento” – localizando-as num “patamar em que
[...] é possível evitar a instabilidade e a polissemia das grandes categorias classificatórias”
(idem, p. 24).
Importantes também à reflexão são os comentários dirigidos ao estudo de Camargo e
Goulart e apresentados em seminário promovido em 2007 pelo Instituto Fernando Henrique
Cardoso por ocasião do lançamento daquele importante trabalho. Dois são os principais temas
abordados nestas contribuições: Heloísa Belotto (BELOTTO, 2007) e Luciana Heymann
(HEYMANN, 2007) concentram-se sobre os aspectos metodológicos mais gerais adotados por
34

Camargo e Goulart no tratamento do acervo de Fernando Henrique Cardoso; ao passo em que


Regina Abreu (ABREU, 2007) e Danielle Ardaillon (ARDAILLON, 2007) debatem o perfil, a
conservação e a importância histórica do material tridimensional que integra o fundo do ex-
presidente Cardoso.
Em função do aspecto predominantemente descritivo da contribuição de Ardaillon –
assistente de Cardoso desde 1978, o que reforça a importância de sua reflexão – e da natureza
do esforço analítico de Abreu – mais antropológico que propriamente arquivístico – nos
deteremos nos dois primeiros estudos. De modo geral, as contribuições de Belotto e Heymann
destacam a iniciativa empreendida por Camargo e Goulart pelo rigor teórico-metodológico
que a caracteriza. Dão especial destaque à convicção das autoras quanto à necessidade de uma
abordagem contextual dos arquivos, inclusive os pessoais; e sua contribuição para a superação
de desafios que se impõem a essa tarefa. Dentre estas, Heymann destaca, por exemplo, o
glossário de espécies e tipos documentais que consta anexo à publicação.
Por outro lado, tanto Belotto quanto Heymann abordam aspectos da contribuição de
Camargo e Goulart que, consideram, mereceria debates subseqüentes. Dentre estes temas a
indicação mais importante, em função de suas implicações teórico-metodológicas, é levantada
por Heymann e refere-se a supostas limitações do método de classificação adotado por
Camargo e Goulart – centrado da questão do evento – considerado incapaz de “contextualizar
a pluralidade de documentos passível de integrar um arquivo pessoal” (Heymann, 2007, p. 5).
Este seria o caso do diários íntimos, por exemplo. Um questionamento levantado no debate
em que foram apresentados o livro e os comentários críticos a ele dirigidos por Betollo e
Heymann, ilustra essa reflexão: como diferenciar, em termos de classificação, atividades
atribuídas diferentemente ao Presidente da República em solo brasileiro e em visita a nações
estrangeiras, tal como a revista de tropas? A Heymann e Belotto coube, portanto, a
problematização da abordagem adotada por Camargo e Goulart.

4.4. Fundos institucionais

Uma vez analisados os mais importantes estudos voltados especificamente ao


tratamento técnico de arquivos pessoais da política, pode-se então passar à análise dos
trabalhos dedicados a arquivos institucionais relacionados a essa esfera de atividade, mais
numerosos que os primeiros. Um exame geral dos estudos existentes revelou dois principais
tipos de instituição cujos acervos têm sido objeto de estudo arquivístico, quais sejam, os
35

partidos políticos e as entidades representativas de movimentos sociais – dentre os quais se


sobressaem os movimentos estudantis e sindicais.

4.4.1. Movimentos sociais

Dentre os estudos localizados e dedicados ao tratamento de arquivos de movimentos


sociais destaca-se, primeiramente, o trabalho de Maria Cristina Piumbato Innocentini Hayashi,
tese de doutorado em educação concluída em 1995 sob orientação do Prof. Bruno Pucci e
intitulada Movimento estudantil e memória: contribuição à construção de fontes de pesquisa
em educação (HAYASHI, 1995). O estudo visa ao “resgate da trajetória de lutas” do Centro
Acadêmico Armando Salles de Oliveira (CAASO), entidade representativa dos estudantes do
campus da USP em São Carlos; bem como ao desenvolvimento de uma fonte de pesquisa em
educação a partir da organização do arquivo da entidade. Tendo em vista estes objetivos,
Hayashi discute os principais conceitos que orientam a arquivologia, bem como as relações
existentes entre as práticas de pesquisa nas áreas de educação e história, em que ressalta a
importância de disponibilização de fontes documentais que permitam o acesso a experiências
e práticas políticas críticas à ordem constituída.
O estudo, todavia, pouco contribui para a reflexão acerca dos desafios impostos pela
natureza específica do acervo em questão no que diz respeito ao esforço de classificação
arquivística. Isto porque, segundo a autora, “nem sempre o que presidiu esta pesquisa [...] foi
a lógica arquivística”, visto que “isto nem sempre corresponde às necessidades reais da
recuperação do movimento da história” (HAYASHI, 1995, p. 81), o que se reflete sobretudo
na adoção de aspectos como espécie, suporte e assunto como categorias de classificação
arquivística. Não obstante, pontua elementos considerados intrínsecos aos acervos analisados
que contribuem para uma avaliação acervo de suas particulares condições de produção, tais
como a dispersão, acúmulo indiscriminado e destruição parcial dos conjuntos documentais –
decorrentes inclusive da repressão política –; além da possível confusão entre acervos
pessoais e institucionais (HAYASHI, 1995, p. 67-80).
Além do estudo de Hayashi, dois são os demais trabalhos localizados que, dedicados à
documentação produzida pelos movimentos estudantis, abordam com destaque a questão da
classificação. O primeiro deles corresponde a uma monografia de conclusão de curso de
especialização em arquivologia por mim elaborada e concluída em 2005 sob orientação do
Prof. André Porto André Porto Ancona Lopez, intitulada Arquivos estudantis: desafios à
36

classificação arquivística (MENEGOZZO, 2005). Nela dedico-me a explorar os desafios de


natureza teórico-metodológica impostos pelas peculiares condições de produção documental
que marcam as entidades representativas estudantis. Tendo em vista a realização deste
objetivo, debato os fundamentos teórico-metodológicos da disciplina arquivística, e reflito
sobre as particularidades dos movimentos e acervos estudantis, concentrando-me sobre a
questão da classificação.
Embora concentrado no estudo dos arquivos do Diretório Central dos Estudantes da
USP (DCE/USP) e do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da USP (Centro Universitário
de Pesquisas e Estudos Sociais/CEUPES), o estudo reflete parcialmente dados por mim
coletados no curso de minha participação no Projeto Memória do Movimento Estudantil,
promovido pela UNE, que integrei como responsável pelo diagnóstico, entre outros, dos
arquivos de mais de 30 entidades estudantis da USP. Com base nessas informações, aponto
inúmeros fatores, identificados como intrínsecos ao processo de produção documental no
âmbito da atividade política, que desafiam o esforço de classificação arquivística. Situações
como os baixos níveis de normalização administrativa e a destruição parcial de acervos
provocadas pela repressão, por exemplo, implicariam na introdução de elementos de
ambigüidade e indeterminação cuja presença – face à incontornável responsabilidade por
imprimir-lhes uma ordem racional – reforça o caráter eminentemente ideológico dos planos
de classificação.
Como exemplo concreto de semelhante situação, cito “a relação que se estabelece
atualmente entre a Representação Discente (RD) nos órgãos oficiais das universidades e os
Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs)”. De início a “representação estudantil nos órgãos
universitários centrais” cabia “aos membros das próprias gestões dos DCEs”. A ditadura
militar (1964-1985) introduziu mudanças que subtraíram essas funções das entidades
estudantis, convertendo a RD numa instância de representação da universidade, cujos critérios
de preenchimento “permaneciam sob o controle direto das Reitorias”. Na USP esta situação
perdurou até meados de 1999, “quando o controle sobre as eleições de RDs foram
reconquistadas pelo movimento estudantil através de intensa mobilização”, o que abriu um
novo quadro: “uma vez formalmente reincorporada pelos estudantes como uma instância […],
mas carente de regulamentação especifica, a RD permanece numa situação de indefinição
administrativa”, o que permite que cada gestão do DCE imprima, a depender de suas
orientações, uma relação diferente com a RD, que assume maior ou menor autonomia política
em relação à diretoria da entidade.
37

Do ponto de vista arquivístico a RD é atribuição da entidade estudantil do nível que


lhe é correspondente (Departamento, Conselho Universitário, etc.), devendo ser representada
como parte daquele fundo institucional; ou constitui organismo autônomo e, portanto,
representa a fração de um fundo próprio e distinto em relação ao das entidades estudantis de
seu nível correspondente?. Como proceder em termos de classificação arquivística,
considerado que “diferenciar os momentos de atrelamento e de separação é tarefa
praticamente impossível”?. Nesses termos é que “os planos de classificação de entidades
estudantis encerram uma dimensão fortemente ideológica”: “resolvem de maneira unilateral
[...] divergências de concepção que se expressam no cotidiano do movimento estudantil”
(MENEGOZZO, 2005, p. 17).
Noutro estudo por mim elaborado, que constitui um capítulo de livro, avalio a
execução e os resultados do Projeto de implantação do arquivo histórico do Centro
Acadêmico Oswaldo Cruz, entidade representativa dos estudantes da Faculdade de Medicina
da USP (MENEGOZZO, 2009). O trabalho assume um duplo propósito: o de debater a
experiência relatada de um ponto de vista arquivístico; e o de sistematizar os principais
desafios que se impõem a projetos como aquele, buscado servir de referência à implementação
de iniciativas congêneres noutras entidades estudantis.
Implementado entre 2005 e 2009 sob minha coordenação, o projeto dedicado ao
acervo do CAOC envolveu desde um diagnóstico preliminar das suas condições gerais de
conservação, passando por sua higienização, até sua classificação e descrição arquivísticas.
Além de resumir brevemente alguns dos conceitos e métodos que orientaram tais
procedimentos, detalho os principais desafios enfrentados no tratamento do acervo.
Concentro-me, sobretudo, nas dificuldades impostas ao método de classificação funcional e à
elaboração do extenso catálogo dedicado às atas de reuniões e assembléias da entidade,
produzidas entre as décadas de 1910 e 1990, em muito se informado – no que se refere a esses
temas em particular – pelo estudo que desenvolvi em 2005.
Pode-se dizer que o universo de trabalhos dedicados à classificação e análise
tipológica de arquivos ligados a movimentos estudantis é mais abrangente que aquele
contemplado nesta análise bibliográfica preliminar. Essa constatação é respaldada pelo
levantamento bibliográfico que consta anexo. Alí podem ser encontrados uma série de
trabalhos que, desenvolvidos na forma de apresentações de congresso e relatórios de iniciação
científica, não puderam ser localizados e, portanto, analisados detidamente no período de
elaboração desta monografia.
38

Dentre estes estudos, incluem-se: Campos (1988), que relata e avalia a implantação do
Projeto Memória do Movimento Estudantil da Universidade de Brasília/Promemeu-UnB;
Campos (1988), que relata a implantação do Sistema de Informação, Documentação e
Arquivo do Centro Acadêmico de História da Universidade de Brasília/SIDOCAH-UnB;
Garcia et al (2006), dedicado aos acervos da Cooperativa de Estudantes de Santa Maria
(CESMA); Vicino (1992), que se concentra sobre os arquivos do Centro Acadêmico Armando
Salles de Oliveira/CAASO; Monteiro (1993), dedicado ao Centro de Memória Fernando Santa
Cruz, da Universidade Federal Fluminense; e Pessoa (1988), que trata dos arquivos do Centro
de História, Pesquisa e Documentação do Movimento Estudantil, instalado em João
Pessoa/PB.
Além de estudos dedicados a entidades estudantis, destacam-se também aqueles
dedicados aos acervos de entidades sindicais. Dentre estes, o trabalho mais significativo
corresponde, sem dúvida, à pesquisa desenvolvida por Rita de Cássia Martinez Lo Schiavo.
Consiste de uma tese de doutorado em história social concluída em 1997 sob orientação de
Ana Maria de Almeida Camargo, intitulada Roteiro para a organização de arquivos de
entidades de classe (LO SCHIAVO, 1997). O estudo assume como objetivo a elaboração de
orientações para os esforços de organização de acervos pertencentes a entidades
representativas dos movimentos sindicais. Declara, como justificativa, a necessidade de
disponibilização de fontes que permitam tanto a autocompreensão destas entidades e dos
movimentos a ela vinculados, quanto a investigação destes atores pela pesquisa histórica.
Lo Schiavo discute referências teórico-metodológicas consagradas na arquivologia e
sua relação com teorias do campo da história. Empreende, com base nesses referenciais,
esforço de organização de três acervos sindicais, quais sejam: Associação dos Docentes da
USP (ADUSP); Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJPESP); e
Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de
São Bernardo do Campo e Diadema. O estudo concentra-se, sobretudo, nos procedimentos de
classificação e descrição arquivísticas e inclui, anexo, os planos de classificação elaborados.
Entre as características marcantes destes acervos correspondentes aos desafios enfrentados em
seu tratamento arquivístico, Lo Schiavo destaca a dispersão e desarranjo físico dos acervos, a
destruição parcial dos conjuntos resultante de ação repressiva e a confusão entre fundos
pessoais e institucionais, por exemplo (LO SCHIAVO, 1997, p. 9-10).
Entre os estudos dedicados aos movimentos sindicais que, por razões já expostas, não
puderam ser analisados detidamente, incluem-se: Hayashi et al (1997a, 1997b, 1997c, 1997d),
39

dedicados aos arquivos da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São


Carlos/Adufscar; Ribeiro e Malverdes (2007) e Malverdes e Ribeiro (2008), dedicados ao
acervo do Sindicato dos Comerciários do Espírito Santo/Sindcomércio-ES; Gerheim (1998),
Rezende (1998) e Rezende e Gerheim (1999), debruçados sobre os acervos do Sindicato dos
Metalúrgicos de Juiz de Fora; além de Lo Schiavo (1992), Marques (1999) e Souza (1992),
que se concentram sobre o tratamento dos arquivos do Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC,
do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, e do Sindicatos dos
Médicos do Rio de Janeiro, respectivamente.
Finalmente, cumpre ressaltar que os movimentos estudantis e sindicais não são os
únicos contemplados nos trabalhos localizados. Exemplo disso encontra-se no estudo de
Simone Silva Fernandes, apresentado ao 1o Encontro do Centro de Documentação e Apoio à
Pesquisa (CEDAP) da UNESP em 1997. A contribuição, intitulada Arquivos permanentes de
movimentos sociais: novos procedimentos de arranjo e descrição, consta da coletânea de
estudos apresentados ao encontro, publicada em 1999 (FERNANDES, 1999). Em sua
contribuição, Fernandes analisa os procedimentos de classificação e descrição arquivísticas
adotados pelo Projeto “Organização, Descrição e Microfilmagem dos Arquivos da Ação
Católica Brasileira (1930-1970)”, iniciado em 1986 e dedicados aos fundos de órgãos da
Igreja atuantes junto a diferentes movimentos sociais, tais como Ação Católica Brasileira
(ACB), Juventude Agrária Católica (JAC), Juventude Estudantil Católica (JEC), Juventude
Independente Católica (JIC), Juventude Operária Católica (JOC) e Juventude Universitária
Católica (JUC).
Embora breve, este constitui um dos mais importantes esforços de reflexão crítica dos
fundamentos da arquivologia e de registro de sua problemática aplicação, ao menos se
considerado o universo de trabalhos dedicados a tratamento dos arquivos da política. Mais
precisamente, Fernandes avalia os obstáculos que se impuseram à “manutenção da ordem
original” do acervo; as dificuldades de identificação da estrutura administrativa daqueles
movimentos e das atribuições de cada organismo, procedimento imprescindível à classificação
do material; bem como o desafio de estabelecimento das séries documentais em razão das
particulares configurações assumidas pelas espécies documentais localizadas nesses acervos.
O estudo sugere serem tais desafios correspondentes a características inerentes ao próprio
perfil e funcionamento das entidades produtoras dos acervos analisados.
Além das considerações da autora já destacadas na introdução, relacionadas à questão
das tipologias documentais, vale o registro de passagens de seu estudo em que se refere a
40

outras situações de indeterminação que se impuseram ao tratamento arquivístico dos arquivos


dos movimentos da Ação Católica Brasileira. Segundo Fernandes:
“Um princípio sobre o projeto se apoiou foi o de respeito à ordem original dos
documentos. No entanto, no decorrer do trabalho, notou-se que recuperar esse dado seria
impossível em razão da arbitrariedade na produção e tratamento desses arquivos, ainda em
fase corrente, e do próprio caráter dessas entidades produtoras […], que tinham suas bases
estruturais/funcionais não tão rígidas e uniformes (observamos a inexistência de um estatuto
[…] que as regesse, ou que apontasse denominação precisas aos órgãos internos dos
movimentos […]; além de não haver delimitação das atribuições entre eles). Cabe salientar
que existia ainda o limite histórico imposto a esses movimentos, pois parte de seus acervos
foi devassada em períodos de repressão política” (FERNANDES, 1999, P. 133).

Além deste, inúmeros sãos estudos dedicados a movimentos religiosos. Dentre os


estudos especificamente dedicados à classificação de acervos produzidos por tais movimentos
e que não puderam ser contemplados nesta breve análise bibliográfica, destacam-se:
Fernandes (1996) que, a julgar pelos demais trabalhos da autora, enfoca arquivos de
movimentos sociais de orientação religiosa; Tessitore (1992), dedicado especificamente aos
acervos da Juventude Operária Católica (JOC), além de Rodrigues, Fernandes e Formiga
(1994), dedicado aos arquivos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Comissão de Justiça
e Paz (CJP) da Paraíba.

4.4.2. Partidos políticos

Entre os trabalhos dedicados a acervos partidários destaca-se, primeiramente, o estudo


desenvolvido por Eglee Guevara e Maria do Carmo Gomes, publicado em 1991 na forma de
artigo sob o título Memória política e controle documental: o caso do PT na campanha
presidencial de 1989 (GUEVARA; GOMES, 1991). Dedica-se a analisar as formas de
sistematização e controle documental adotadas pelo PT em relação ao arquivo produzido pelo
partido no curso da campanha presidencial de 1989. Justifica a escolha de seu objeto em
função da importância do partido enquanto autêntico representante dos trabalhadores e
segmentos excluídos da sociedade brasileira e na sua significativa presença no cenário político
nacional.
Retoma brevemente a trajetória do PT e explora as relações existentes entre memória,
informação e poder, reforçando a importância do profissional de arquivo como agente da
democratização da informação e da sociedade. Indica que não há, por parte do PT, qualquer
iniciativa em relação ao tratamento de sua documentação. Insiste na necessidade de sua
41

organização como condição para uma política institucional de memória e ao atendimento de


demandas de nível administrativo. Embora o estudo identifique algumas das particularidades
existentes em acervos relacionados à atividade política, pouco contribui para o seu
equacionamento, na medida em que se configura mais como diagnóstico do que como
iniciativa de tratamento técnico – ao contrário do que sugere seu título.
Dentre os estudos dedicados a arquivos de partidos políticos se poderia destacar ainda
o trabalho de André Porto Ancona Lopez, publicado em livro em 1999 sob o título Tipologia
documental de partidos e associações políticas brasileiras (LOPEZ, 1999). O estudo constitui
uma síntese de sua dissertação de mestrado, concluída em 1994 sob orientação da Profa. Ana
Maria de Almeida Camargo, intitulada Partidos e associações políticas brasileiras no Brasil
contemporâneo: proposta de tipologia documental (LOPEZ, 1994). Nestes trabalhos, Lopez
empreende debate metodológico sobre os desafios impostos à classificação e à análise
tipológica em acervos de partidos políticos de esquerda clandestinos, com base na experiência
de tratamento do acervo do diretório do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no bairro de
Pinheiros em São Paulo.
Reflete sobre as relações existentes entre a prática dos profissionais de história e
arquviologia, em que destaca as consequências da emergência da chamada “nova história” em
relação à teoria arquivística, correspondente à necessidade de organização de fontes
documentais que permitam à pesquisa histórica o acesso a perspectivas e experiências
político-ideológicas no nível do cotidiano e exteriores às instâncias de poder e à ordem
constituída. Localiza seu objeto de estudo, o partido político clandestino, no âmbito do debate
teórico travado na ciência política e destaca os principais referenciais teórico-metodológicos
da disciplina arquivística. Concentra-se sobre a aplicação dos procedimento de classificação e
a análise documental, do qual resultam inventários, incluídos na íntegra na publicação.
Mais especificamente, identifica em inúmeras pasagens as particulares condições sobre
as quais se processa a produção documental em situações de conflito político e de atuação
clandestina, destacando aspectos como a danificação dos acervos em função da ação policial
repressiva. Em função destes, entre outros fatores, a produção documental em associações de
caráter político apresentaria certas particularidades, tais como a ausência de normalização
tipológica (LOPEZ, 1999, p. 62), baixos níveis de formalização administrativa, acúmulo
indiscriminado do acervo (idem, p. 75), e relativa indefinição quanto às atribuições
institucionais – reforçada pela ativa disputa existente internamente às organizações políticas
no que se refere aos seus propósitos e ao caminho para sua realização (idem p. 58-75, passim).
42

Frente a situações como estas, o autor sugere estratégias de processamento inspiradas


referenciadas no método funcional de classificação arquivística, ao passo em que admite
(LOPEZ, 1994) o caráter valorativo, ou seja, parcial e aproximativo, do esforço de tratamento
técnico arquivistico. Segundo o autor:
“[...] Os critérios de seleção e os métodos de arranjo e descrição são portadores de
carga ideológica e podem condicionar a construção de uma memória embasada em elementos
exógenos; podem ainda, a despeito da seriedade e/ou espírito crítico do historiador,
proporcionar uma visão restrita da história […] [assim], a transparência dos critérios de
arranjo, seleção e descrição é um elemento primordial para o estabelecimento dos limites da
análise e interpretação dos documentos [...]” (LOPEZ, 1994, p. 15 apud MONTIEL, 1996, p.
21).

Dentre os estudos dedicados a arquivos de partidos políticos, apenas um dentre os


indicados em anexo não pode ser localizado e analisado em detalhe. Trata-se do estudo de
Refosco e Saad (2000), dedicado ao jornal Voz da Unidade, órgão informativo do Partido
Comunista do Brasil publicado entre 1980 e 1992.

4.4.3. Outras formas de associação política

Dentre os trabalhos dedicados a outras formas de organização política destaca-se,


primeiramente, dissertação de mestrado intitulada Movimento, a janela de uma geração: a
organização do fundo de arquivo “Jornal Movimento”, Desenvolvido por Rosane Montiel
sob orientação a Prof.ª Zilda Iokoi e defendida em 1996 (MONTIEL, 1996). Neste importante
trabalho, Montiel reflete sobre o esforço de classificação arquivística do acervo de
Movimento, importante veículo da imprensa alternativa existente no Brasil entre de 1975 e
1981. Inclui anexo, inventários e catálogos resultantes do esforço de organização deste
importante conjunto documental.
Mais especificamente, Montiel recuperar contexto histórico, a trajetória do jornal, bem
como a história arquivística de seu fundo, com especial destaque aos problemas práticos
enfrentados no seu tratamento técnico, dentre os quais destaca a fragmentação do acervo,
desde a dispersão física do conjunto documental ao desmembramento e danificação dos item
que o compõe (MONTIEL, 1996, p. 40-58). Adicionalmente, do ponto de vista metodológico
a autora levanta importante reflexão referente à objetividade e subjetividade no processo de
construção do conhecimento científico. Apoiada em contribuições do campo da filosofia, da
arquivologia e da história, Montiel aponta o caráter necessariamente parcial e aproximativo da
43

classificação arquivística, opondo-se às formulações do italiano Hélio Lodolini no que diz


respeito à objetividade do trabalho arquivístico (MONTIEL, 1996, p. 12-24). Segundo
Montiel:
“[...] O trabalho do arquivista, mesmo sendo muito diferenciado do trabalho do
historiador ou dos demais cientistas sociais, desenvolve processos cognitivos […]. Embora se
constitua em uma atividade eminentemente técnica e prática e não propriamente científica, o
arquivista tem como tarefas avaliar, classificar e descrever o conjunto de documentos
produzidos por uma instituição ou indivíduo, nas suas diferentes fases. A execução dessas
tarefas envolve uma compreensão da história, do papel, das funções e atividades da
instituição. Tanto a compreensão da constituição cujos documentos serão aqui tratados, como,
e sobretudo, a intervenção que se opera sobre os documentos constituem-se em uma relação
cognitiva entre o arquivista (sujeito) e os documentos (objeto) e reflete inexoravelmente uma
relação valorativa” (MONTIEL, 1996, p. 16).

Também em relação aos estudos dedicados a formas de associação política menos


recorrentes no conjunto da bibliografia levantada, alguns trabalhos não puderam ser
localizados e analisados em detalhe. Dentre estes, incluem-se Barletta et al (1998) que, a
julgar pelo título, trata de acervos documentais de movimentos organizados por brasileiros
exilados no período da ditadura militar (1964-1985); e Andrade (2000), dedicado à
organização do arquivo do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os Países do Cone
Sul/CLAMOR.
44

Foto 1. Memória e documentação, obra


publicada por centros de documentação popular
em 1991.

Foto 2. Sindicalismo e assessoria popular: uma


análise documental, editada por entidades se
assessoria popular do Piauí e publicada em 1989.

Foto 3. Como se organiza um centro popular de


documentação e comunicação, preparado por
entidade evangélica peruana e publicada no
Brasil em 1985.
45

5. Considerações finais

De forma resumida, o presente estudo propôs-se a verificar a pertinência e a


viabilidade de constituição de um determinado campo de trabalho arquivístico que reunisse o
conjunto dos arquivos resultantes da atividade política – aqui designados arquivos da política.
O propósito de delimitação deste campo de trabalho e pesquisa remonta ao desafio de
aprofundamento dos referenciais teóricos e metodológicos da arquivologia. Tendo em vista a
verificação dessa possibilidade, e dada a reduzida visibilidade deste tipo de acervo em relação
aos arquivos empresariais e eclesiásticos, por exemplo, o presente estudo propôs-se a realizar
duas tarefas fundamentais. Primeiro, elaborar um esboço histórico destes acervos; segundo,
realizar um levantamento da bibliografia especializada dedicada a arquivos ligados ao
processo político – concentrando-se, em razão dos limites deste trabalho, sobre os arquivos de
natureza privada.
Dentre as exigências à quanto possibilidade de constituição de um campo arquivístico
que foram estabelecidas de início, constava a existência de um conjunto de acervos que
compartilhasse certas características, sobretudo no que se refere ao seu contexto de produção,
correspondentes a um conjunto determinado de desafios impostos ao seu tratamento
arquivístico. Tanto a pesquisa histórica quanto a análise da bibliografia selecionada revelaram
certas características gerais que corroboram a possibilidade de constituição de um campo que
reúna os conjuntos orgânicos produzidos no contexto de exercício e disputa pelo poder
político: indisponibilidade de recursos (sobretudo no caso de militantes e entidades dos
movimentos populares); baixos níveis de normalização administrativa; insuficiente
qualificação técnica de quadros administrativos profissionalizados; desinteresse ou omissão
em relação ao arquivo suscitados sobretudo pela urgência e multiplicidade de tarefas; além da
ocorrência de apreensões decorrentes de ação policial repressiva; e de disputas internas aos
próprios movimentos e organizações em torno da definição de suas atribuições institucionais.
Tais fatores implicam num padrão de produção documental que, intrínseco aos
arquivos em questão e em parte confirmados pela pesquisa histórica empreendida,
correspondem a uma série de desafios em termos de tratamento técnico arquivístico. Dentre os
componentes deste padrão de produção arquivística diferenciado se poderia destacar:
a) Acúmulo indiscriminado, danificação, dispersão, e desarranjo físico
46

(FERNANDES, 1999, p. 133; GUEVARA; GOMES, 1991, p. 46 e 51;


HAYASHI, 1995, p. 68 e 80; LO SCHIAVO, 1997, p. 9-10 e 19; LOPEZ, 1999,
p. 75; MENEGOZZO, 2005, p. 11-16).
b) Ausência de normalização diplomática e tipológica (FERNANDES, 1999, p. 137;
LOPEZ, 1999, p. 62).
c) Insuficiente identificação de procedência e conteúdo, mais especificamente,
insuficiente identificação dos órgãos emissores, procedência e conteúdo dos
documentos, como de suas datas tópica e cronológica (LO SCHIAVO, p. 11;
LOPEZ, 1999).
d) Confusão entre fundos pessoais e institucionais (HAYASHI, 1995, p. 67; LO
SCHIAVO, 1997, p. 9-10).
e) Relativa indefinição em termos de estruturação administrativa e de atribuição de
competências, mesmo em entidades de alta complexidade (FERNANDES, 1999,
p. 133; LOPEZ, 1999, p. 58-75, passim).

Destacados por diferentes autores, tais elementos – embora não se tenha podido
analisar em detalhe as particularidades e contexto de produção dos arquivos de Estado –
parecem poder ser encontrados também em certas esferas de atividade do poder público. Este
é o caso, por exemplo, do acúmulo indiscriminado de documentação e sua dispersão e
danificação física, correspondentes às condições precárias em que se encontram muitos
organismos da administração pública; ou da ausência de normalização diplomática ou
tipológica, além de insuficiente identificação de procedência – isto, sobretudo, em áreas de
atividade pública que tocam a esfera da extra-legalidade ou mesmo da ilegalidade, como por
exemplo a repressão política (C.f. ARQUIVO PÚBLICO..., 1994).
Estes indícios apontam que determinadas esferas de atividade do Estado, bem como os
arquivos delas resultantes, poderiam ser incluídas num mesmo campo, conjuntamente aos
arquivos de natureza privada. Todavia, os arquivos públicos não puderam ser analisados
detidamente nos limites deste trabalho, por razões já expostas. Assim, apesar dos elementos
sistematizados em relação à produção documental nesta esfera de atividade, estes mostraram-
se insuficientes em responder a questão inicialmente proposta. Noutras palavras, a
impossibilidade de análise da bibliografia arquivística dedicada aos arquivos de Estado
revelou-se um elemento impeditivo ao esforço de avaliação criteriosa quanto à possibilidade
de constituição de um campo próprios aos arquivos da política.
47

Por outro lado, os resultados parciais obtidos autorizam algumas considerações


conclusivas. Primeiro, pode-se afirmar que tanto o levantamento bibliográfico quanto o
esboço de pesquisa histórica confirmam a existência de um amplo leque de acervos que, não
obstante sua pluralidade, compartilham finalidades e condições concretas de produção
documental, intimamente associados ao seu papel no exercício e na disputa pelo poder
político. Estas condições correspondem à presença de situações de ambigüidade e
indeterminação que implicam em enormes desafios em termos de tratamento técnico
arquivístico na medida em que escapam à esfera das “imposições jurídicas” com as quais a
arquivologia se habitou a trabalhar.
Incluem-se nesse campo arquivístico – que se poderia designar de arquivos privados
da política – desde arquivos pessoais, até arquivos institucionais, produzidos por movimentos
sociais, partidos políticos e outras formas de associação política, tais como por organizações
não-governamentais, movimentos de solidariedade internacional e agrupamentos articulados
em torno de órgão de imprensa alternativos, entre tantas outras. A identificação de um campo
de trabalho e pesquisa arquivísticos – no caso, os arquivos privados da política – para os quais
estas situações de indeterminação e ambigüidade configuram um elemento intrínseco,
corresponde a um importante ponto de partida a estudos futuros. Mais especificamente
àqueles trabalhos que almejam o aprimoramento teórico-metodológico da disciplina
arquivística a partir do adequado equacionamento dessas situações de ambigüidade e de
indeterminação. Alguns parâmetros poderiam ser preliminarmente estabelecidos tendo em
vista o desenvolvimento dessa investigação.
Pode-se dizer as obras analisadas neste trabalho dedicam-se a preencher diferentes
lacunas identificadas na arquivologia no que se refere ao tratamento de acervos privados
correspondentes a atividade política. De modo geral, observou-se certa concordância quanto
ao método de classificação funcional, considerado mais adequado aos acervos relacionados a
atividades política. Em geral, a opção pela classificação funcional é considerada mesmo uma
exigência frente às recorrentes mudanças organizativas, aos baixos níveis de normatização
administrativa e à margem de atuação informal ou ilegal que marca a atividade política (C.f.
CAMARGO; GOULART, 2007, p. 24; LO SCHIAVO, 1997, p. 27; LOPEZ, 1999, p. 63) – o
que não significa que os planos de classificação propostos pelos autores não apresentem
importantes inconsistências. Vale a indicação de que Hayashi (1995) destaca-se como voz
dissonante a respeito da adequação da classificação funcional, conforme já assinalado, ao
48

assumir uma crítica não apenas ao método mas ao procedimento de classificação arquivística
em seu conjunto.
Os estudos analisados revelam ainda que há acordo também em torno da necessidade
de conformação de séries correspondentes a tipos documentais e da necessidade de
sistematização dos tipos existentes no âmbito da atividade política; objetivos a que se
propõem particularmente Lopez (1999) e Camargo e Goulart (2007). Em aspectos, todavia, os
disponíveis são contrastantes. O trabalho de Camargo e Goulart destaca-se pelo rigor teórico-
metodológico, o que possibilitou a elaboração de extensa lista de tipos documentais, incluída
na publicação na forma de glossário, e também uma reflexão a respeito dos desafios que se
impõe à definição de tipos documentais em materiais de gênero não textual, como as
fotografias e produções audiovisuais.
Noutros estudos a análise tipológica é prejudicada, seja em função de imprecisões
conceituais, como no caso de Lopez, em que não são claramente diferenciados os conceitos de
função documental e institucional (C.f. LOPEZ, 1999, p. 75); ou como no caso de Hayashi,
que em função da adoção de referenciais não arquivísticos, indicou como possibilidade,
criticada no restante dos estudos, a conformação de séries documentais a partir de critérios
temáticos ou geográficos, por exemplo (HAYASHI, 1995, p. 93) – tendo sido inconsistente
inclusive na aplicação desta metodologia.
Dentre os aspectos do processamento arquivístico abordados pelos estudos analisados,
cabe ainda destacar a questão da avaliação documental. De modo geral parece haver alguma
concordância em relação a idéia de que o procedimento de descarte exige uma profunda
reflexão a respeito da possibilidade do que se poderia definir provisoriamente como a censura
ou a supressão da memória coletiva e da história (C.f. MONTIEL, 12-24; HAYASHI, p. 68-
69), ainda que este tema não tenha sido desenvolvido em profundida pelos estudos
selecionados. Por outro lado, é estranha à perspectiva teórico-metodológica arquivística a
afirmação de que existem “peças inúteis ou duplicatas que poderão ser eliminadas sem
inconveniente” (HAYASHI, 67) quando o critério de avaliação baseia-se num conceito de
utilidade cujo significado parece estar associado mais ao valor secundário do documento, ao
seu potencial em termos de pesquisa histórica, do que às relações de organicidade que possam
eventualmente existir entre o item em questão e o acervo em seu conjunto, como é o caso do
estudo de Hayashi.
No que tange à classificação – aspecto aqui privilegiado – observa-se, portanto, que os
autores analisados são praticamente unânimes em afirmar que as condições concretas de
49

produção documental dos arquivos da política implicam em situações de ambigüidade e


indeterminação; e que, frente a isso, notadamente em função dos baixos níveis de
normalização administrativa dos órgãos produtores destes acervos, o método de classificação
funcional apresenta-se enquanto abordagem mais adequada de tratamento técnico. Não
obstante, a relativa concordância quanto ao emprego deste método de classificação acaba
restrita à resolução de situações de indeterminação restritas à estrutura administrativa das
entidades produtoras dos arquivos. Indícios revelam que essa relativa concordância encobre
controvérsias no que se refere ao equacionamento do conjunto das situações de ambigüidade e
indeterminação impostas à representação dos contextos de produção dos acervos
considerados.
Ainda insuficientemente elaborada pela bibliografia selecionada, tal controvérsia se
exprime sobretudo no debate levantado por Camargo e Goulart (2007). Conforme já
destacado, ao avaliarem que a elaboração das “grandes categorias classificatórias” demandam
“sempre” um “gesto de interpretação”, as autoras identificam-na como “prerrogativa do
historiador”. Sugerem que o arquivista “opera noutro plano”, o da “manutenção do sentido
unívoco do nexo documento-atividade”, devendo assim restringir-se à identificação das
“atividades imediatamente responsáveis pelos documentos” – nível em que seria possível
supõem, “evitar a instabilidade e a polissemia das grandes categorias classificatórias”
(CAMARGO E GOULART, 2007, p. 24 e 51). Esclarecem as autoras que a perspectiva
adotada é compensada, do ponto de vista do acesso ao acervo do ex-Presidente Cardoso, pela
utilização da base de dados eletrônica desenvolvida pelo Gabinete da Presidência da
República a partir do tratamento individualizado dado aos documentos que o compõe (idem,
p. 35).
Coincidentemente, é justamente a partir da análise de um procedimento semelhante a
este que Lopez (1999), uma década antes, elabora uma crítica que, numa leitura preliminar,
parece dirigir-se ao referencial teórico-metodológico que informa a abordagem proposta por
Camargo e Goulart. Contrariamente a estas autoras, Lopez afirma que “a hermenêutica é base
do processamento arquivístico”, opondo-se assim à “arbitrariedade romântica e ao objetivismo
cético” (LOPEZ, 1999, p. 52). Considera uma “ilusão” a idéia de que “o tratamento exaustivo
dos documentos, auxiliado pelo computador, tornará viável o 'retorno à tradição francesa peça
à peça'”, caracterizando-a como uma espécie de “positivismo informatizado” e cujas
limitações teriam sido já apontadas pelo historiador Jaques Le Goff (Lopez, p. 63-64).
A polêmica a respeito da classificação arquivística aqui destacada, estampada
50

sobretudo nas obras de Camargo e Goulart (2007) e Lopez (1999), revela uma profunda
divergência de natureza teórico-metodológica que, suscitada por experiências particulares de
tratamento arquivístico, correspondem a um desafio imposto ao conjunto da arquivologia.
Revela também que faltam aos estudos dedicados ao tema o acúmulo desenvolvido noutras
áreas do conhecimento, como a filosofia, lingüística e a própria ciência da informação (C.f.
SOUSA, 2008).
A consideração destes aspectos poderia contribuir para uma melhor definição de
aspectos ontológicos e epistemológicos implícitos nas abordagens analisadas. A recusa em
relação ao “gesto de interpretação” exigido pela elaboração de “grandes categorias
classificatórias”; a consideração de que no nível das “atividades imediatamente responsáveis
pelos documentos” é possível encontrar um “nexo unívoco entre documento e atividade”; a
afirmação de que “a hermenêutica é base do processamento arquivístico”; e a avaliação de que
a classificação arquivística “reflete inexoravelmente uma relação valorativa”; são formulações
que pressupõem de modo implícito reflexões de caráter ontológico e epistemológico. Ou seja,
formulações que remetem a propria definição do documento, sua relação com o contexto
histórico e social e às operações dedicadas à sua representação, sucitadas por uma
incompatibilidade intrínseca entre a lógica formal própria dos sistemas de vocabulário
controlado e a dinâmica contraditória dos processos históricos e sociais.
Segundo Camargo e Goulart, “é preciso submete-los [os documentos] aos princípios
da ciência arquivística, assumindo as dificuldades e os problemas que a tarefa impõe”
(CAMARGO; GOULART, 2007, p. 24). Este desafio implica no aprofundamento das
formulações teórico-metodológicas já existentes frentes aos desafios impostos pela prática
profissional. Um desafio que exige a explicitação dos aspectos lógicos, ontológicos e
epistemológicos das formulações já existentes, que exige portanto a reconstrução
metodológica dessas abordagens (OLIVEIRA, 1976, 1995a, 1995b). Exige, mais
precisamente, uma incursão em reflexões em áreas como a filosofia da informação e a meta-
arquivística. Um exercício preliminar neste sentido, realizado a partir de estudos dedicados
aos arquivos da política e apresentado na tabela abaixo, poderá servir de subsídio a estudos
subsequentes.
51

Conceito de Conceito de
Paradigma Prática Profissional Ênfases Exemplos
Documento Arquivo

Arquivo- Arquivista-gerente; Naturalidade;


Empiricista Documento- Hayashi
lugar ou Processamento não- Materialidade;
ou Gerencial suporte (1995)
Repositório arquivístico Irreflexidade

Contextual- Arquivo- Naturalidade;


Documento- Arquivista-técnico; Camargo
tecnicista ou reflexo ou Imparcialidade;
atividade representação isenta e Goulart (2008)
Factual objeto Objetivismo

Arquivo- Arquivista-intérprete Conteúdo;


Ferrarezzi e
Discursiva ou Documento- instrumento, ou historiador; Intencionalidade;
Romão (2007)
Pós-moderna discurso veículo ou representação Intersubjetivismo;
sujeito ideológica Relativismo

Totalidade;
Contextual- Arquivo- Arquivista-agente ou
Documento- Desnaturalização; Lopez
crítica relação de ativo; representação
atividade Conflitualidade; (1999)
ou Dialética forças ideológica
Parcialidade crítica
Quadro 1. Paradigmas teórico-metodológicos da arquivologia

O aprofundamento destas reflexões deverá elevar a qualidade do debate teórico-


metodológico da arquivologia, contribuindo para reafirmar a ciência da informação como
campo do conhecimento dedicado à informação enquanto objeto de pesquisa cujo
desprendimento da história remete ao século XIX, e no qual os procedimentos de organização
– imprescindíveis à mediação entre usuários e universos informacionais, seja no nível da
investigação histórica ou no das exigências administrativas – deverão ser submetidos à
reflexão crítica a partir de diálogo multidisciplinar que inclui, dentre outros, o campo da
história.
52

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57

REZENDE, Tatiana Matos. O Sindicato dos Metalúrgicos em Juiz de Fora: uma


experiência de organização documental e pesquisa. 1998. Iniciação Científica.
(Graduando em História). Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Juiz de Fora.

REZENDE, Tatiana Matos; GERHEIM, Ioná Vanusa. O Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz
de Fora: uma experiência de organização documental e pesquisa. In: SEMINÁRIO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFJF, 7., 1999, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora,
1999.

RIBEIRO, Darcy. O Processo Civilizatório. São Paulo: Companhia das Letras; Publifolha,
2000. (Grandes nomes do pensamento brasileiro).

RIBEIRO, Luiz Cláudio; MALVERDES, André. Memória e história do trabalho: o tratamento


do fundo documental do Sindicomerciários-ES e a sua importância para a história do
Estado do Espírito Santo. In: CONGRESSO DE ARCHIVOLGIA DEL MERCOSUR,
7., 2007, Viña del Mar. Anais... Viña del Mar: Asociación de Archiveros de Chile,
2007.

ROCHA, Maria Mercedes Otero. Documentação popular: considerações teóricas. Informação


& Sociedade: Estudos. João Pessoa, v.4, n.1, p.8-14, jan./dez. 1994.

RODRIGUES, Gloriete Pimentel; FERNANDES, Irene; Rodrigues S.; FORMIGA, Zeluiza da


Silva. Memória da resistência camponesa na Paraíba: organização do arquivo da
CPT/JP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 10. 1994, São Paulo.
Anais... São Paulo, 1994.

SADER, Emir. Quando novos personagens entram em cena: experiências e lutas dos
trabalhadores da grande São Paulo (1970-1980). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

SANTOS, Cecília MacDowell; TELES, Edson; TELES, Janaína de Almeida (Org.).


Desarquivando a ditadura: memória e justiça no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2009. 2
v. (Estudos Brasileiros, 43).

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2003.

SENRA, Nelson Castro. “Um olhar sobre os anuários estatísticos”. Ciência da Informação,
v. 26, n.1. Brasília, jan/abr 1997.

SOUSA, Renato Tarciso Barbosa da de. “A classificação arquivística como função matricial
do que-fazer arquivístico”. In: SANTOS, V. B. dos; INNARELLI, H. C.; SOUZA, R. T.
B. de (org.). Arquivística: temas contemporâneos. 2. ed. Distrito Federal: SENAC,
2008, p. 77-172.

SOUZA, Kátia Isabelli B. Melo de. Uma contribuição à memória sindical brasileira: a
implantação do Núcleo de Documentação do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 9., 1992, Santa Maria.
Anais... Santa Maria, 1992.

TARROW, Sidney. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político.


58

Petrópolis: Vozes, 2009.

TESSITORE, Viviane. O fundo Juventude Operária Católica: uma experiência de arranjo e


descrição de arquivos de movimentos sociais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA, 9., 1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria, 1992.

UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES. Projeto Memória do Movimento Estudantil.


Guia de fontes. 2004. Disponível em: <www.mme.org.br>. Acesso em: 30 nov. 2009.

VICINO, M. L. Memória do movimento estudantil: a experiência de organização do arquivo


do CAASO. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE ARQUIVOS UNIVERSITÁRIOS, 1.,
1992, Campinas. Anais... Campinas: UNICAMP, 1992.
59

Anexo A. Levantamento bibliográfico: documentos da política na


Ciência da Informação

INSTITUIÇÕES E PROJETOS ARQUIVÍSTICOS

Apresentações em encontros acadêmicos

1. ARAÙJO, Ângela Maria Carneiro; BATALHA, Cláudio H. M. Preservação da


memória e pesquisa: a experiência do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL). In:
ENCONTRO DO CEDAP, 1. Assis, 1997.

2. ANDRADE, Ana Célia Navarro de; TESSITORE, Viviane. Elaboração de guias:


experiência de um centro de documentação universitário sabre movimentos sociais. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 10., 1994, São Paulo. Anais...
São Paulo, 1994.

3. CAMARGO, Célia Reis. Os Centros de Documentação das universidades: tendências


e perspectivas. In: ENCONTRO DO CEDAP, 1. Assis, 1997.

4. CORRÊA, Anna Maria Martinez. Os Centros de Documentação e Memória da


UNESP: o centro de documentação e memória (CEDEM). In: ENCONTRO DO
CEDAP, 1. Assis, 1997.

5. FORTES, Alexandre. A construção de acervos e memória da esquerda: a experiência


do Centro Sérgio Buarque de Holanda. In: ENCONTRO ESTADUALDE HISTÓRIA,
10., Florianópolis, 2004. Anais..., Florianópolis: Associação Nacional de
História/Núcleo Santa Catarina, 2004.

6. FRENCH, John. Avanços e desafios na democratização dos trabalhos arquivísticos. In:


SEMINÁRIO INTERNACIONAL “O MUNDO DOS TRABALHADORES E SEUS
ARQUIVOS”, 2008, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo: Arquivo Nacional;
Associação Latino-Americana de Arquivos; Central Única dos Trabalhadores, 2008, p.
19.

7. GOMES, Sandra Lúcia Rebel, TESSITORE, Viviane. Arquivos e centros de


60

documentação dos trabalhadores e suas organizações: caminhos para um trabalho


conjunto na área de recuperação da informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE
ARQUIVOS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO DOS TRABALHADORES E
SUAS ORGANIZAÇÕES, 5., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo, 1994.

8. KHOURY, Yara Maria. Organização de acervos de movimentos sociais em centro de


documentação universitário. In: CONGRESSO BRASILEIROS DE
ARQUIVOLOGIA, 8., 1990, Salvador. Anais... Salvador, 1990.

9. KHOURY. Yara Aun. Perfil de arquivos e centros de documentação de e sobre


trabalhadores e movimentos sociais no Brasil. In: REUNIÓN IBEROAMERICANA
PARA LA RECUPERACIÓN Y PROTECCIÓN DE LOS ARCHIVOS DE LOS
TRABAJADORES Y MOVIMIENTOS SOCIALES, 1992, Buenos Aires. Anais....
Madrid : Fundación Pablo Iglesias, 1992. p. 129-137.

10. PESSANHA. Elina Gonçalves da Fonte; GOMES. Sandra Lúcia Rebel. Guia dos
centros de documentação, formação e assessoria ao movimento operário e sindical:
situação em abril de 1992. In: REUNIÓN IBEROAMERICANA PARA LA
RECUPERACIÓN Y PROTECCIÓN DE LOS ARCHIVOS DE LOS
TRABAJADORES Y MOVIMIENTOS SOCIALES, 1992, Buenos Aires. Anais....
Madrid: Fundación Pablo Iglesias, 1992. p. 45-128.

11. PESSANHA. Elina Gonçalves da Fonte; RODRIGUES, Marcos Aurélio Santana. O


Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL “O MUNDO DOS TRABALHADORES E SEUS ARQUIVOS”,
2008, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo: Arquivo Nacional; Associação
Latino-Americana de Arquivos; Central Única dos Trabalhadores, 2008, p. 17-18.

12. SCHMIDT, Benito. Centro de Documentação Social (CDS): organização do acervo e


possibilidade de pesquisa. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL “O MUNDO DOS
TRABALHADORES E SEUS ARQUIVOS”, 2008, São Paulo. Caderno de resumos.
São Paulo: Arquivo Nacional; Associação Latino-Americana de Arquivos; Central
Única dos Trabalhadores, 2008, p. 20.

13. SILVA, Zélia Lopes da. O Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa, um centro de
61

“Memória” local? . In: ENCONTRO DO CEDAP, 1. Assis, 1997.

Monografias de conclusão de curso

14. RODRIGUES, Marcos Aurélio Santana. A presença dos anarquistas no Arquivo de


Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ): um guia de fontes. 2001. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro.

Relatórios de iniciação científica

15. BONUGLI, Marcus Vinícius de Souza. Preservando a memória sindical e dos


movimentos sociais: organização e disponibilização do acervo do antigo Centro de
Documentação Social/CDS. 2007. Iniciação Científica (Graduando em Bacharelado
em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre.

16. PEREIRA, Iuri Bauler. Preservando a memória sindical e dos movimentos sociais:
organização e disponibilização do acervo do antigo Centro de Documentação
Social/CDS. 2007. Iniciação Científica (Graduando em Bacharelado em História) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre.

17. PINTO, Geórgia Stefânia Manfrói. Preservando a memória sindical e dos movimentos
sociais: organização e disponibilização do acervo do antigo Centro de Documentação
Social/CDS. 2007. Iniciação Científica (Graduando em Bacharelado em História) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre.

Artigos de revistas acadêmicas

18. ARQUIVO HISTÓRICO DO MOVIMENTO OPERÁRIO BRASILEIRO. Para


recuperar a memória histórica do movimento operário brasileiro. Memória & História:
Revista do Arquivo Histórico do Movimento Operário Brasileiro, n. 1, p. 211-214,
1981.

19. FORTES, Alexandre. La construcción de archivos y la memoria de la izquierda: la


experiencia del Centro Sérgio Buarque de Holanda. Entrepasados, v. 26, p. 200-210,
2004.
62

Dissertações de mestrado

20. GOMES, Sandra Lúcia Rebel. Lugares de memória e informação: os arquivos e


centros de documentação sobre trabalho, trabalhadores e suas organizações. 1996.
124 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação). Universidade Federal do Rio
de Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro.

Livros e capítulos de livros

21. ARAÚJO, Ângela Maria Carneiro; BATALHA, Cláudio H. M. Preservação da


memória e pesquisa: a experiência do Arquivo Edgard Leuenroth. In: SILVA, Zélia
Lopes da (org.). Arquivos, patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. São
Paulo: Universitária/UNESP; FAPESP, 1999, p. 65-78.

22. Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro. Guia dos Centros de


Documentação, Formação e Assessoria ao Movimento Operário e Sindical. Arquivo
de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ); Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 1993, 100 p.

23. CAMARGO, Célia Reis. Os Centros de Documentação das Universidades: tendências


e perspectivas. In: SILVA, Zélia Lopes da (org.). Arquivos, patrimônio e memória:
trajetórias e perspectivas. São Paulo: Universitária/UNESP; FAPESP, 1999, p. 49-64.

24. CORRÊA, Anna Maria Martinez. Os Centros de Documentação e Memória da


UNESP: o Centro de Documentação e Memória (CEDEM). In: SILVA, Zélia Lopes da
(org.). Arquivos, patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. São Paulo:
Universitária/UNESP; FAPESP, 1999, p. 79-84.

25. FERNANDES, Paula Porta S. (Coord.). Guia dos documentos históricos na Cidade de
São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1998.

26. FERNANDES, Simone Silva. Arquivos permanentes de movimentos sociais: novos


procedimentos de descrição e arranjo. In: ENCONTRO DO CEDAP, 1. Assis, 1997.

27. FICO, Carlos. Acervos documentais. In: ______. Além do golpe: visões e
controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. São Paulo: Record, 2004, p. 129-138.
63

28. FRENCH, John D. Os trabalhos arquivísticos voltados ao mundo dos trabalhadores:


avanços e desafios na América Latina desde 1992. In: MARQUES, Antonio José;
STAMPA, Inez Terezinha (org.). O mundo dos trabalhadores e seus arquivos. Rio de
Janeiro: Arquivo Nacional; São Paulo: Central Única dos Trabalhadores, 2009, p. 83-
104.

29. SILVA, Zélia Lops da. O Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa, um centro de
‘Memória’ local?. In: SILVA, Zélia Lopes da (org.). Arquivos, patrimônio e memória:
trajetórias e perspectivas. São Paulo: Universitária/UNESP; FAPESP, 1999, p. 85-95.

30. ANDRADE, Ana Célia Navarro. O mundo dos trabalhadores no acervo do


CEDIC/PUC-SP. In: MARQUES, Antonio José; STAMPA, Inez Terezinha (org.). O
mundo dos trabalhadores e seus arquivos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional; São
Paulo: Central Única dos Trabalhadores, 2009, p. 191-200.

31. PESSANHA. Elina Gonçalves da Fonte; RODRIGUES, Marcos Aurélio Santana.


Memória dos trabalhadores: contribuição do Arquivo de Memória Operária do Rio de
Janeiro. In: MARQUES, Antonio José; STAMPA, Inez Terezinha (org.). O mundo
dos trabalhadores e seus arquivos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional; São Paulo:
Central Única dos Trabalhadores, 2009, p. 225-239.

32. SCHMIDT, Benito (coord.); SILVA, Diego Scherer da; PINTO, Geórgia Stefânia
Manfroi; PEREIRA, Iuri Bauler; BONUGLI, Vinicius de Souza. Quando novos
personagens entram no arquivo: Centro de Documentação Social (CDS) do Núcleo de
Pesquisa em História (NPH) da UFRGS. In: MARQUES, Antonio José; STAMPA,
Inez Terezinha (org.). O mundo dos trabalhadores e seus arquivos. Rio de Janeiro:
Arquivo Nacional; São Paulo: Central Única dos Trabalhadores, 2009, p. 201-210.

33. ZANATA, Elaine Marques. Arquivo Edgard Leuenroth: do documento ao


conhecimento - a construção do arquivo dos trabalhadores. In: MARQUES, Antonio
José; STAMPA, Inez Terezinha (org.). O mundo dos trabalhadores e seus arquivos.
Rio de Janeiro: Arquivo Nacional; São Paulo: Central Única dos Trabalhadores, 2009,
p. 211-224.
64

ENTIDADES E PROJETOS DE DOCUMENTAÇÃO POPULAR

Apresentações em encontros acadêmicos

34. ROCHA, Maria M. O. SEDIPO: uma experiência pioneira de informação para a


cidadania. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE BIBLIOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 12 e CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 17, 1994, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Associação
dos Bibliotecários de Minas Gerais, 1994. p. 749-760.

35. POLKE, Ana Maria et al. Como os moradores vêem um centro popular de documentação e
informação utilitário. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 16, 1991, Salvador. Anais... Salvador: APBEB, 1991.

Monografias de conclusão de curso

36. RODA, Amanda Marques. Centro de Documentação Popular: memórias e histórias,


sonhos e utopias (Uberlândia, 1985-1995). 2008. Trabalho de conclusão de curso
(Graduação em História). Universidade Federal de Uberlândia, UFU, Uberlândia.

Artigos de revistas acadêmicas

37. ABATH, R.; CARVALHO, L.; SÁ, R.; FREITAS, A.; CABRAL, E. Experiências de
serviços informacionais para comunidades economicamente desfavorecidas na cidade
de João Pessoa-PB. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.6, n.1, p.30-38,
jan./dez. 1996.

38. ABATH, Rachel Joffily; RIOS, Gilvando Sá Leitão; MELO, Denise Gomes Pereira de.
A necessidade de uma fertilização mútua entre os campos da documentação acadêmica
e alternativa. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.6, n. 1, p. 23-44, 1996.

39. ARAÚJO, Eliany Alvarenga de. Centro de informação popular e o bibliotecário.


Revista da ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina. Florianópolis, v. 2, n.2, p. 17-
23, 1997.

40. CARDOSO, Ana Maria. Popular Documentation and Communication Centres in


Brazil. Information Development, v. 9, n. 4, p. 215-220, 1993.
65

41. CARVALHO, Luciana Moreira. O bibliotecário e o mercado da documentação


popular: CPDCs. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 9, n. 2, 1999.

42. RAMALHO, Francisca Arruda; MELO, Denise Gomes Pereira de; FREITAS, Adolfo
Júlio Porto de; MOREIRA, Maria da Luz Nóbrega; FORMIGA, Maria da Solidade M.
de Sá. Os Centros Populares de Documentação e comunicação no contexto paraibano:
elementos para reflexão. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 9, n. 1,
1999.

43. RIOS, Gilvando Sá Leitão; DUARTE, Emeide Nóbrega; MELO, Denise Pereira
Gomes de. “Informação para mudança social”. Informação & Sociedade: Estudos,
João Pessoa, v. 9, n. 1, 1999.

44. ROCHA, Maria Mercedes Otero. Documentação popular: considerações teóricas.


Informação & Sociedade: Estudos. João Pessoa, v.4, n.1, p.8-14, jan./dez. 1994.

45. RODA, Amanda Marques. A dissolução do Centro de Documentação Popular e a


constituição da Coleção CDP. Cadernos de Pesquisa do CDHIS, v. 21, n. 39, p. 139-
150, jul./dez.. 2008.

46. SOUSA, F.; CARVALHO, R.; MARINHO, V. Ação cultural e cidadania: uma história
sem fim. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.4, n.1, p.62-67, jan./dez.
1994.

Dissertações de mestrado

47. LIMA, Maria José Cordeiro de. Documentação popular: a trajetória dos que
redefiniram seus próprios caminhos - uma visão crítica a partir da experiência do
CEDOP – Centro de Documentação e Publicação Popular da Paraíba. 1996.
Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia), Universidade Federal da Paraíba, UFPb,
João Pessoa.

48. RAMALHO, Wilza. Implantação de um centro de documentação popular na favela Beira


Molhada - Mandacaru - João Pessoa/PB: relato de uma vivência participativa. 1988, 150
f. Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia). Universidade Federal da Paraíba, UFPb,
João Pessoa.
66

49. ROCHA, Maria Mercedes Otero. Documentação popular e movimento popular: estudo
da experiência do SEDIPO - Serviço de Documentação e Informação Popular/ Recife.
1990. 111 f. Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia). Universidade Federal da Paraíba,
UFPb, João Pessoa.

Teses de doutorado

50. ANDRADE, Ana Maria Cardoso de. Um novo texto no contexto da informação
popular: os centros de documentação. 1989. 202 f. Tese (Doutorado em Ciências da
Comunicação). Universidade de São Paulo, USP, São Paulo.

Livros e capítulos

51. CENTRO PASTORAL VERGUEIRO. Discutindo documentação. São Paulo: CPV,


1985. 50 p.

52. COMISS テ O EVANG ノ LICA LATINO-AMERICANA DE EDUCA ヌテ O CRIST テ.


Como se organiza um centro popular de documentação e comunicação. São Paulo:
Paulinas, 1985.

ARQUIVOS DA POLÍTICA (GERAL)

Apresentações em encontros acadêmicos

53. ANDRADE, Ana Célia Navarro. “O mundo dos trabalhadores no acervo do Cedic”.
In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL “O MUNDO DOS TRABALHADORES E
SEUS ARQUIVOS”, 2008, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo: Arquivo
Nacional; Associação Latino-Americana de Arquivos; Central Única dos
Trabalhadores, 2008, p. 20.

54. CAMARGO, Célia Reis. “O acervo do Cedem e suas articulações com o mundo dos
trabalhadores: história política e movimento social”. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL “O MUNDO DOS TRABALHADORES E SEUS ARQUIVOS”,
2008, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo: Arquivo Nacional; Associação
Latino-Americana de Arquivos; Central Única dos Trabalhadores, 2008, p. 13.
67

55. KHOURY, Yara Aun. Tratamento de acervo e uniformização da linguagem. In:


ENCONTRO DO COMITÊ BRASILEIRO DE ARQUIVOS E CENTROS DE
DOCUMENTAÇÃO DOS TRABALHADORES E SUAS ORGANIZAÇÕES, 5.,
1994, São Paulo. Anais..., São Paulo, 1994, p. 20-22.

56. MENEGOZZO, C. H. M. “Arquivos de política: desafios à arquivologia”.


CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 15., 2008, Goiânia. Anais...
Goiânia: Associação dos Arquivistas de Goiás, 2008.

Artigos de revistas acadêmicas

57. VIEIRA, Maria do Pilar Araújo; KHOURY, Yara Aun. Movimentos sociais,
documentação e história oral. Revista Projeto História, n. 8/9:, p. 103-109, 1992.

Livros e capítulos de livros

58. CENTRO ECUMÊNICO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO; CENTRO DE


MEMÓRIA SINDICAL; CENTRO PASTORAL VERGUEIRO. Memória e
documentação: como organizar os acervos sobre o movimento operário e sindical.
São Paulo: CEDI/CPV, 1991.

59. CENTRO PATORAL VERGUEIRO. Discutindo documentação. São Paulo: Centro


Pastoral Vergueiro, 1985.

60. COLARES, Marcos Antonio Paiva; SANTOS, Ana Beatriz Martins dos; SANTOS
JUNIOR, Raimundo Batista dos. Sindicalismo e assessoria popular: uma análise
documental. Teresina: CEPAC/CPT, 1989, 118 p.

ATIVISTAS E MANDATÁRIOS PÚBLICOS

Apresentações em encontros acadêmicos

61. ABREU, Regina. “Os objetos e o Presidente: revisitando o lugar do encantamento no


acervo de um homem público”. São Paulo, 2007, 18 p. In: ARQUIVOS PESSOAIS
DE TITULARES DE CARGOS PÚBLICOS: CURADORIA E TRATAMENTO
TÉCNICO, 2007. Disponível em: <http://www.ifhc.org.br/>. Acesso em: 30 out. 2009.
68

62. ARDAILLON, Danielle. “Os objetos no Acervo Presidente Fernando Henrique


Cardoso: questões para a curadoria”. São Paulo, 2007, 8 p. In: ARQUIVOS
PESSOAIS DE TITULARES DE CARGOS PÚBLICOS: CURADORIA E
TRATAMENTO TÉCNICO, 2007. Disponível em: <http://www.ifhc.org.br/>. Acesso
em: 30 out. 2009.

63. BELOTTO, Heloísa Liberalli. “Comentários à palestra ‘Procedimentos metodológicos


adotados na organização dos documentos de FHC’, proferida pela Prof. Dra. Ana
Maria de Almeida Camargo”. 2007, 6 p. In: ARQUIVOS PESSOAIS DE
TITULARES DE CARGOS PÚBLICOS: CURADORIA E TRATAMENTO
TÉCNICO, 2007. Disponível em: <http://www.ifhc.org.br/>. Acesso em: 30 out. 2009.

64. COSTA, Luiz Flávio de Carvalho. Memória sindical rural brasileira. In:
CONGRESSO AFRO-LUSO-BRASILEIRO, 10., 2009, Portugal. Anais..., Portugal,
2009.

65. COSTA, Luiz Flávio de Carvalho. O arquivo Lyndolpho Silva. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL “O MUNDO DOS TRABALHADORES E SEUS ARQUIVOS”,
2008, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo: Arquivo Nacional; Associação
Latino-Americana de Arquivos; Central Única dos Trabalhadores, 2008, p. 17.

66. HEYMANN, Luciana. “Comentários à palestra ‘Procedimentos metodológicos


adotados na organização dos documentos de FHC’, proferida pela Prof. Dra. Ana
Maria de Almeida Camargo. 2007, 8 p. In: ARQUIVOS PESSOAIS DE TITULARES
DE CARGOS PÚBLICOS: CURADORIA E TRATAMENTO TÉCNICO, 2007.
Disponível em: <http://www.ifhc.org.br/>. Acesso em: 30 out. 2009.

67. KHOURY, Yara Aun. Documentação e/ou historia oral na recuperação de uma
militância. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS RURAIS E URBANOS,
16., 1989. Anais... São Paulo, 1989.

68. SARNEY, José Ribamar. Fundação José Sarney. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA, 12., 1998, Paraíba. Anais... Paraíba, 1998.

Artigos de revistas acadêmicas


69

69. FRAIZ, Priscila. A dimensão autobiográfica dos arquivos pessoais: o arquivo de


Gustavo Capanema. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, 1998, p.
59-87.

70. HEYMANN, Luciana Quillet. Indivíduo, Memória e Resíduo Histórico: uma reflexão
sobre arquivos pessoais e o caso Filinto Müller. Revista Estudos Históricos, Rio de
Janeiro, n. 19, 1997.

71. HEYMANN, Luciana Quillet. Os ‘fazimentos’ do arquivo Darcy Ribeiro: memória,


acervo e legado. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n. 36, jul./dez. 2005, p.
43-58.

72. KHOURY, Yara Aun. Edgard Leuenroth: uma vida e um arquivo libertários. Revista
Brasileira de História, Porto Alegre: Unijuí, v. 17, n. 33, p. 112-149, 1997.

73. PINHEIRO, Lena Vânia Ribeiro; GUIMARÃES, Silvana Goulart. Arquivo privado
Júlio Prestes, esboço de organização. Arquivo: Boletim Histórico e Informativo, São
Paulo, v. 3, n. 2, p. 45-52, abr./jun. 1982.

74. VIANNA, Aurélio; LISSOVSKY, Maurício; SÁ, Paulo Sérgio Moraes de. Vontade de
guardar: lógica da acumulação em arquivos privados. Revista Arquivo e &
Administração, v. 10-14, n. 2, p. 62-76, jul./dez. 1986.

Dissertações de mestrado

75. FRAIZ, Priscila. A construção de um eu autobiográfico: o arquivo privado de


Gustavo Capanema. 1994. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, UERJ, Rio de Janeiro.

76. OLIVEIRA, Isabel Cristina Borges de. Arquivos pessoais, arquivos de memória e o
processo de indexação. 2009. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado Profissional
em Bens Culturais e Projetos Sociais). Fundação Getúlio Vargas, FGV, São Paulo.

Teses de doutorado

77. HEYMANN, Luciana Quillet. De arquivo pessoal a patrimônio nacional: reflexões


sobre a construção social do ‘legado’ de Darcy Ribeiro. 2009. Tese (Doutorado em
70

Sociologia) – Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, IUPERJ, Rio de


Janeiro.

Livros e capítulos de livros

78. CAMARGO, A. M.; GOULART, S. Tempo e circunstância: a abordagem contextual


dos arquivos pessoais. São Paulo: Instituto Fernando Henrique Cardoso, 2007, 316 p.

79. FRAIZ, Priscila. Arquivos pessoais e projetos autobiográficos: o arquivo de Gustavo


Capanema. In: GOMES, Ângela de Castro (org.). Capanema: o ministro e seu
ministério. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000, p. 73-102.

80. HEYMANN, Luciana Quillet. Papéis de um educador: notas sobre o arquivo pessoal
de Anísio Teixeira. In: MONARCHA, Carlos (org.). Anísio Teixeira: a obra de uma
vida. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 265-287.

81. COSTA, Luiz Flávio de Carvalho. O Arquivo Lyndolpho Silva. In: MARQUES,
Antonio José; STAMPA, Inez Terezinha (org.). O mundo dos trabalhadores e seus
arquivos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional; São Paulo: Central Única dos
Trabalhadores, 2009, p. 241-256.

MOVIMENTOS PATRONAIS

Artigos de revistas acadêmicas

82. SILVA, Rita de Cássia Portela; CARDONA, Giane Maciel. Políticas de difusão do
programa de gestão documental do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de
Santa Maria. Arquivística.net, Rio de Janeiro, v.1, n.2, p. 83-92, jul./dez. 2005.

MOVIMENTOS DE TRABALHADORES URBANOS

Apresentações em encontros científicos

83. ANDRADE, A C N. Memórias operárias no Brasil: documentação e resistência no


71

Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE


ARQUIVOLOGIA, 11., 1996, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 1996.

84. BALLADARES, Felipe Härter; SILVEIRA, Marília Brandão Amaro da; MARQUES,
Rachel dos Santos. Arquivo Histórico do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região
e Arquivo Histórico do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias e Cooperativas da
Alimentação de Pelotas e Região. In: JORNADAS DO GT MUNDOS DO
TRABALHO, 4., Pelotas, 2007. Anais..., Pelotas: Associação Nacional de Pesquisa
em História/Rio Grande do Sul; Universidade Federal de Pelotas, 2007.

85. HAYASHI, M. C. P. I. ; HAYASHI, C. R. M.; MILANI, M. R. S. ; REZENDE, F. B.


Implantação do Arquivo Geral da ADUFSCar-Seção Sindical. In: CONGRESSO DE
EXTENSÃO DA UFSCAR: O PAPEL E A ATUAÇÃO DA UFSCAR NA
SOCIEDADE, 1., 1997a. Anais... São Carlos-SP, 1997ª, p. 63.

86. HAYASHI, M. C. P. I. ; HAYASHI, C. R. M.; REZENDE, F. B.; MILANI, M. R. S.


Arquivo Geral da Associação de Docentes da Universidade Federal de São Carlos. In:
ENCONTRO DO CEDAP, 1., 1997b. Anais..., Assis, 1997b, p. 40-41.

87. HAYASHI, M. C. P. I. ; MAROLDI, A. M.; REZENDE, F. B.; MILANI, M. R. S.;


HAYASHI, C. R. M. Implantação do Arquivo Geral da Associação dos Docentes da
UFSCar. In: SIMPÓSIO CIENTÍFICO DO CAMPUS DE MARÍLIA, 2., 1997c.
Anais..., Marília, 1997c, p. 38-39.

88. HAYASHI, M. C. P. I.; MAROLDI, A. M.; REZENDE, F. B.; MILANI, M. R. S.;


HAYASHI, C. R. M. Implantação do Arquivo Geral da Associação de Docentes da
Universidade Federal de São Carlos: ADUFSCar-Seção Sindical. In: CONGRESSO
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFSCAR, 5., 1997d. Anais..., São Carlos, 1997d,
p. 157-157.

89. ISHAQ, Vivien. Cadastramento de arquivos privados da cidade do Rio de Janeiro. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 7., 1988, Brasília. Anais...
Brasília: Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1988.

90. MALVERDES, André; RIBEIRO, Luiz Cláudio. Memória do trabalho: o tratamento


do fundo documental do Sindicomerciários-ES e a sua importância para a história
72

local. In: CONGRESSO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA, 3., 2008, Rio de


Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Associação dos Arquivistas do Estado do Rio de
Janeiro, 2008.

91. MARQUES, Antonio José Marques. Políticas para preservação de arquivos dos
trabalhadores ibero-americanos: das primeiras experiências à aplicação da ISAD(G)
pelo Cedoc da CUT. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL “O MUNDO DOS
TRABALHADORES E SEUS ARQUIVOS”, 2008, São Paulo. Caderno de resumos.
São Paulo: Arquivo Nacional; Associação Latino-Americana de Arquivos; Central
Única dos Trabalhadores, 2008, p. 24.

92. MARQUES, Antônio José. Plano de organização do arquivo histórico do Sindicato


dos Metalúrgicos do ABC. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA:
RUMOS E CONSOLIDAÇÃO DA ARQUIVOLOGIA, 10., 1994, São Paulo. Anais...
São Paulo: Associação dos Arquivistas Brasileiros/Núcleo Regional de São Paulo,
1999 (CD-ROM).

93. MEDRARO, Mônica. Metodologia aplicada ao diagnóstico de arquivos privados na


cidade do Rio de Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA,
6., 1986. Anais... Rio de Janeiro, 1986, p. 62-63.

94. REZENDE, Darcilene Sena. A imprensa periódica universitária discente: um desafio


para a história e a arquivística. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA: RUMOS E CONSOLIDAÇÃO DA ARQUIVOLOGIA, 10., 1998,
São Paulo. Anais... São Paulo: Associação dos Arquivistas Brasileiros/Núcleo
Regional São Paulo (AAB/SP), 1994.

95. REZENDE, Darcilene Sena. Elaboração de catálogo de periódicos estudantis paulistas:


uma experiência interdisciplinar. In: COLÓQUIO DE PESQUISAS EM
ARQUIVOLOGIA E ÁREAS AFINS, 1., 2007, Brasília. Anais... Brasília: UnB, 2007.

96. REZENDE, Tatiana Matos; GERHEIM, Ioná Vanusa. O Sindicato dos Metalúrgicos
de Juiz de Fora: uma experiência de organização documental e pesquisa. In:
SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFJF, 7., 1999, Juiz de Fora.
Anais... Juiz de Fora, 1999.
73

97. RIBEIRO, Luiz Cláudio; MALVERDES, André. Memória e história do trabalho: o


tratamento do fundo documental do Sindicomerciários-ES e a sua importância para a
história do Estado do Espírito Santo. In: CONGRESSO DE ARCHIVOLGIA DEL
MERCOSUR, 7., 2007, Viña del Mar. Anais... Viña del Mar: Asociación de
Archiveros de Chile, 2007.

98. RIBEIRO, Paulo César Azevedo. Arquivos de instituições corporativas no Rio de


Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 6., 1986. Anais...,
Rio de Janeiro, 1986, p. 66-67.

99. SOUZA, Kátia Isabelli B. Melo de. Uma contribuição à memória sindical brasileira: a
implantação do Núcleo de Documentação do Sindicato dos Médicos do Rio de
Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 9., 1992, Santa
Maria. Anais... Santa Maria, 1992.

Artigos de revistas acadêmicas

100. FIORITO, Susana. Mobilização política e lutas populares: o arquivo do SiTrac.


Cadernos do AEL, n.5/6, 1996/1997, p. 63-72.

101. GRACIOLLI, Edilson José..Fundo Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda: uma
experiência de pesquisa. Cadernos AEL, v. 7, n. 12/13, p. 51-69, 2000.

102. LO SCHIAVO, Rita de Cássia Martinez. A organização dos arquivos no mundo do


trabalho do Brasil: plano de classificação do arquivo permanente do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Boletim do Arquivo, São Paulo:
Arquivo do Estado de São Paulo, v.1, n.1, dez. 1992, p. 9-21.

Relatórios de iniciação científica

103. GERHEIM, Ioná Vanusa. O Sindicato dos Metalúrgicos em Juiz de Fora: uma
experiência de organização documental e pesquisa. 1998. Iniciação Científica.
(Graduando em História). Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Juiz de Fora.

104. REZENDE, Tatiana Matos. O Sindicato dos Metalúrgicos em Juiz de Fora: uma
experiência de organização documental e pesquisa. 1998. Iniciação Científica.
(Graduando em História). Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Juiz de Fora.
74

Dissertações de mestrado

105. LO SCHIAVO, R. C. M. Roteiro para organização de arquivos de entidades de


classe. 1997, 343 f. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, USP, São
Paulo.

106. MARQUES, Antonio José. Los archivos obreros iberoamericanos: de la cooperación


internacional a La norma ISAD(G). 2006, 104 f. Dissertação (Mestrado em
Arquivologia). Universidad Carlos III de Madrid, 2006, Espanha.

Livros e capítulos de livros

107. HAYASHI, Carlos Roberto Massao; HAYASHI, Maria Cristina Piumbato


Innocentini; REZENDE, Fernanda Barreiros de; MILANI, Maria Regina da Silva.
Arquivo geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Carlos
(Adufscar-Seção Sindical). In: SILVA, Zélia Lopes da (org.). Arquivos, patrimônio e
memória: trajetórias e perspectivas. São Paulo: Universitária / UNESP; FAPESP,
1999, P. 131-138.

MOVIMENTOS DE TRABALHADORES RURAIS

Apresentações em encontros científicos

108. RODRIGUES, Gloriete Pimentel; FERNANDES, Irene; Rodrigues S.; FORMIGA,


Zeluiza da Silva. Memória da resistência camponesa na Paraíba: organização do
arquivo da CPT/JP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 10.,
1994, São Paulo. Anais... São Paulo, 1994.

Artigos de revistas acadêmicas

109. BARBOSA, Holda Coutinho. O Movimento dos Sem-Terra (MST) como espaço
informacional: análise das práticas informacionais desenvolvidas por coordenadores e
líderes. Informação & Sociedade: Estudos. João Pessoa: UFPb, Departamento de
Biblioteconomia e Documentação, v.9, n.2, 1999.

110. FERRAREZI, Ludmila; ROMÃO, Lucília Maria Sousa. Arquivo, documento e


75

memória na concepção discursiva. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de


Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 24, p. 152-171, 2007.

MOVIMENTOS ESTUDANTIS

Apresentações em encontros científicos

111. CAMPOS, Edilberto Sebastião Dias; et al. Projeto Memória do Movimento Estudantil
da UnB – PROMEMEU. In: Congresso Brasileiro de Arquivologia, 7., 1988, Brasília.
Anais... Brasília: Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1988.

112. CAMPOS, Edilberto Sebastião Dias et al. Sistema de Informação, Documentação e


Arquivo do Centro Acadêmico de História da Universidade de Brasília – SIDOCAH.
In: Congresso Brasileiro de Arquivologia, 7., 1988, Brasília. Anais... Brasília:
Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1988.

113. GARCIA, O. M. C.; CASTANHO, D. M.; SANTOS, A. G. S.; MELO, L. N.


Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (CESMA): tratamento das informações
arquivísticas. In: Congresso Nacional de Arqivologia, 2., 2006, Porto Alegre. Anais...
Porto Alegre: Associação dos Arquivistas do Rio Grande do Sul, 2006.

114. REZENDE, Darcilene Sena. Imprensa periódica universitária discente: um desafio


para a história e a arquivística. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA, 10., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo, 1994.

115. VICINO, M. L. Memória do movimento estudantil: a experiência de organização do


arquivo do CAASO. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE ARQUIVOS
UNIVERSITÁRIOS, 1., 1992, Campinas. Atas... Campinas: UNICAMP, 1992.

Projetos de iniciação científica

116. MONTEIRO, M. Memória do movimento estudantil da UFF: organização do arquivo


do Centro de Memória Fernando Santa Cruz. 1993. Relatório de Iniciação Científica.
Universidade Federal Fluminense, UFF, Rio de Janeiro.

117. PESSOA, A. E. S. Implantação do Centro de História, Pesquisa e Documentação do


76

Movimento Estudantil. 1988. Iniciação Científica (Graduação em História).


Universidade Federal da Paraíba, UFPb, João Pessoa.

Monografias de conclusão de curso

118. MENEGOZZO, Carlos Henrique Metidieri. Arquivos estudantis: desafios à


classificação arquivística. 2005, 22 f. Monografia (Especialização em Organização de
Arquivos). Universidade de São Paulo, USP, São Paulo.

Artigos de revistas acadêmicas

119. OLIVEIRA, J.; SILVA, M. Memo-biblio: resgate histórico do movimento estudantil


em biblioteconomia no Brasil. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 8, n.
1, 1998.

Teses de doutorado

120. HAYASHI, M. C. P. I. Movimento estudantil e memória: contribuição à construção


de fontes de pesquisa em educação. 1995. Tese (Doutorado em Educação).
Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, São Carlos.

121. REZENDE, Darcilene Sena. A história na mão: periódicos universitários discentes


paulistas entre 1964 e 1979. 2003. 498 f. 3 v. Tese de Doutorado, Universidade de São
Paulo, USP, São Paulo.

Livros e capítulos de livros

122. MENEGOZZO, Carlos Henrique Metidieri. Projeto de implantação do Arquivo


Histórico do CAOC. In: CENTRO ACADÊMICO OSWALDO CRUZ. Centro
Acadêmico Oswaldo Cruz: a história dos estudantes da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. São Paulo: Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, 2009, p.
263-284.

MOVIMENTOS POR LIBERDADE DE OPÇÃO SEXUAL

Apresentações em encontros acadêmicos


77

123. SOUSA, Antonio Gouveia de. O arquivo como dispositivo de memória e identidade:
um estudo do Fundo 'Grupo Somos' do Arquivo Edgard Leuenroth da UNICAMP. In:
ENCONTRO INTERNACIONAL DOS ESTUDANTES DE ARQUIVOLOGIA, 11.,
2007, Santa Maria. Anais..., Santa Maria, 2007.

124. SOUSA, Antonio Gouveia de; GUIMARAES, José Augusto Chaves. O arquivo e a
memória social: um estudo do fundo Grupo ‘Somos’ do Arquivo Edgard Leuenroth.
In: ENCONTRO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA: ARQUIVOLOGIA E SUAS
MÚLTIPLAS INTERFACES, 3., 2008. Anais... Rio de Janeiro, 2008.

125. SOUSA, Antonio Gouveia de; LARA, Lívia Motta de. O arquivo e a memória das
minorias sociais: um estudo do Fundo Grupo ‘Somos’ do Arquivo Edgard Leuenroth.
In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ARQUIVOLOGIA, 12., 2008,
Salvador. Anais... Salvador, 2008.

126. SOUSA, Antonio Gouveia de; MORAES, João Batista Ernesto. O Arquivo e a
memória das minorias sociais: um estudo do fundo ‘Grupo Somos’ do Arquivo Edgard
Leuenroth. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 16.,
2008, Piracicaba. Anais..., Piracicaba, 2008.

127. ZANATTA, E. M. Documentos e identidade: o movimento homossexual brasileiro e


os fundos depositados no Arquivo Edgard Leuenroth. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 12., 1998, Paraíba. Anais... Paraíba, 1998.

Monografias de conclusão de curso

128. SILVA, Cláudio Roberto da. Os termos relativos ao segmento GLBT (gays, lésbicas,
bissexuais e transgêneros) no contexto das linguagens documentárias. 2004.
Monografia de conclusão de curso (Graduação em Biblioteconomia). Universidade de
São Paulo, USP, São Paulo.

129. SOUSA, Antonio Gouveia. Arquivo e memória social: um estudo do fundo "Grupo
Somos" do arquivo Edgard Leuenroth. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Arquivologia). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, UNESP, Marília.
78

Artigos de revistas acadêmicas

130. ZANATTA, Elaine Marques. Documento e identidade: o movimento homossexual no


Brasil na década de 80. Cadernos do AEL, v. 9, n. 3/4-5/6, p. 1993-220, 1996-1997.

MOVIMENTOS DE NEGROS E NEGRAS

Apresentações em encontros científicos

131. SILVA, R. de F. da ; HAYASHI, M. C. P. I. ; HAYASHI, C. R. M. ; HAYASHI, M.


C. P. I. Fontes de informação sobre o Movimento Negro: Associação Cultural do
Negro - SP (1954-1976). In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
UFSCar, 10., São Carlos, 2002. Anais..., 2002.

Monografias de conclusão de curso

132. SILVA, Renata de Fátima da. Fontes de informação para o movimento negro: a
participação da Associação Cultural do Negro na formação da memória social de
afro-brasileiros. 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Biblioteconomia e Ciência da Informação) – Universidade Federal de São Carlos,
UFSCar, São Carlos.

Dissertações de mestrado

133. OLIVEIRA, Lúcia Maria Velloso de. Fluxos de informação no movimento negro
brasileiro: do correio nagô ao virtual. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação). Universidade Federal Fluminense, UFF, Niterói.

MOVIMENTOS RELIGIOSOS

Apresentações em congressos científicos

134. BEASLEY, Caroline Maria Guimarães; CARVALHÊDO, Shirley; CRUZ, Keity


Verônica Pereira da. Influência do contexto político nos arquivos da Igreja Católica:
79

um estudo de caso no Centro de Documentação da Conferência Nacional dos Bispos


do Brasil (CNBB). In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE
ARQUIVOLOGIA, 12., 2008, Salvador. Anais... Salvador, 2008.

135. CUNHA, Magali do Nascimento Cunha. Contra todo silenciamento e esquecimento:


memória de uma experiência de contra-informação religiosa. In: CONGRESSO
LATINO-AMERICANO DE INVESTIGADORES DE LA COMUNICACION, 5.,
1999. Anais…, 1999.

136. FERNANDES, Simone Silva. Arquivos de movimentos sociais: uma proposta de


arranjo e descrição. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 11.,
1996, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 1996.

137. KHOURY, Yara Aun.“Igreja e movimentos sociais: a produção de instrumentos de


referência. In: ENCONTRO DE HISTORIA/NUCLEO REGIONAL DA ANPUH, 9.,
São Paulo, 1988. Anais... São Paulo: PUC-SP, 1988.

138. KHOURY, Yara Maria Ana. Guia de pesquisa sobre igreja e movimentos sociais:
metodologia e resultados obtidos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA, 9., 1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria, 1992.

139. RODRIGUES, G. M.; ANJOS, M. R. G.; NEVES, C. E. Arquivos eclesiásticos no


Brasil: um estudo sobre o Centro de Documentação da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB). In: CONGRESSO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA, 1.,
2004, Brasília. Anais... Brasília : Associação Brasiliense de Arquivologia, 2004.

140. TESSITORE, Viviane. O fundo Juventude Operária Católica: uma experiência de


arranjo e descrição de arquivos de movimentos sociais. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 9., 1992, Santa Maria. Anais... Santa Maria,
1992.

Livros e capítulos de livros

141. FERNANDES, Simone Silva. Arquivos permanentes de movimentos sociais: novos


procedimentos de descrição e arranjo. In: SILVA, Zélia Lopes da (org.). Arquivos,
patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. São Paulo: Universitária/UNESP;
80

FAPESP, 1999, p. 131-138.

PARTIDOS POLÍTICOS

Apresentações em encontros acadêmicos

142. LOPEZ, André Ancona Porto. Tipologia documental para arquivos de Partidos e
Associações Políticas no Brasil Contemporâneo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA, 12., 2000a, Salvador. Anais... Salvador, 2000.

143. LOPEZ, André Porto Ancona. Proposta para organização de arquivos de partidos e
associações políticas. In: ENCONTRO DO CEDAP: ARQUIVOS, MEMÓRIA E
TECNOLOGIA, 2., Assis, 2000b. Anais... Assis: CEDAP/UNESP, 2000. p. 33.

144. LOPEZ, André Porto Ancona. Tipologia documental para arquivos de partidos e
associações políticas no Brasil contemporâneo. In: Congresso Brasileiro de
Arquivologia: os desafios da arquivologia rumo ao terceiro milênio, 12., 1998, João
Pessoa. Anais... João Pessoa: Associação dos Arquivistas Brasileiros/Núcleo Regional
da Paraíba, 1998, p. 23.

145. REFOSCO, Roberta de M. B. Refosco; SAAD, Patrícia Cano. Fundo Voz da Unidade:
organização dos documentos fotográficos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARQUIVOLOGIA, 13., 2000, Salvador.

Artigos de revistas acadêmicas

146. GUEVARA, E. B.; GOMES, M. C. A. Memória e controle documental: o caso do PT


na campanha presidencial de 1989. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG,
Belho Horizonte, v. 20, n. 1, p. 42-54, jan./jun. 1991.

Dissertações de mestrado

147. LOPEZ, André Porto Ancona. Partidos e associações políticas no Brasil


contemporâneo: proposta de tipologia documental., 1994. 1370 f. Dissertação
(Mestrado em História Social). Universidade de São Paulo, USP, São Paulo.
81

Livros e capítulos de livros

148. LOPEZ, André Porto Ancona. Tipologia documental de partidos e associações


políticas brasileiras. São Paulo Edições Loyola, c1999, 151p.

OUTRAS FORMAS DE ASSOCIAÇÃO POLÍTICA

Apresentações em encontros acadêmicos

149. ANDRADE, Ana Célia Navarro de. Comitê de defesa dos direitos humanos para os
países do Cone Sul (CLAMOR): inventário de um arquivo disperso. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 12., 1998, Paraíba. Anais... Paraíba, 1998.

150. BARLETTA, Jacy M.; MORAES, Sandra; MATTES, Rache1 N.; SOUSA, Solange
de. Memórias do exílio: arquivos documentais e sua organização virtual. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 12., 1998, Paraíba. Anais...
Paraíba, 1998.

151. CARVALHO, Luciana Moreira; CARVALHO, Mônica Marques. As organizações


não-governamentais como um mercado de trabalho para o bibliotecário. In:
SEMINÁRIO DE PESQUISA DO CCSA/UFRN, 9., Natal, 2003. Anais... Natal, 2003.

152. FIGUEIREDO, Miriam Collares. IBASE: uma ONG resgatando sua memória. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 10., 1994, São Paulo. Anais...
São Paulo, 1994.

153. FREITAS, Lídia Silva de; GOMES, Sandra Lucia Rebel. Quem decide o que é
memorável? A memória de setores populares e os profissionais da informação. In:
FORO SOCIAL DE INFORMACIÓN, DOCUMENTACIÓN Y BIBLIOTECAS, 1.,
2004, Buenos Aires. Anais..., 2004.

154. MONTIEL, Rosane. A organização do arquivo permanente do jornal Movimento: um


estudo de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 10., 1994,
São Paulo. Anais... São Paulo, 1994.

Artigos de revistas acadêmicas


82

155. COSTA, A.; MORAES, J. Desinstitucionalização da informação. Informação &


Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 2, n. 1, 1992.

Monografias de conclusão de curso

156. LOPEZ, André Porto Ancona. Inventário do Comitê Brasileiro de Solidariedade aos
Povos da América Latina: fundo integrante do acervo do Centro de Documentação do
Movimento Operário Mário Pedrosa. 1990. Monografia (Especialização em
Organização de Arquivos) – Instituto de Estudos Brasileiros, Universidade de São
Paulo, São Paulo.

Dissertações de mestrado

157. MONTIEL, Rosane. Movimento, a janela de uma geração: a organização do fundo de


arquivo "Jornal Movimento". 1996. Dissertação (Mestrado em História Social).
Universidade de São Paulo, USP, São Paulo.

158. ANDRADE, Ana Célia Navarro de. Inventário do Fundo Clamor: organização do
Fundo Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os países do Cone Sul. 2000.
Dissertação (Mestrado em História Social) – Universidade de São Paulo, USP, São
Paulo.

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