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[POLÍCIA MILITAR DA PARAÍBA


CENTRO DE EDUCAÇÃO
COORDENADORIA DE ENSINO, TREINAMENTO E PESQUISA-CETP
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

BRUNO MEDEIROS URQUIZA


FELIPE AUGUSTO CORDEIRO DE SOUZA
BRENO PEREIRA CORDEIRO
MATHEUS LIMA VIEIRA
WALTER SWENDSON RODRIGUES MARIANO

DIREITO ELETORAL: QUESTÕES ACERCA DA LEI XXXX.XX

João Pessoa - PB
2017
FELIPE AUGUSTO CORDEIRO DE SOUZA
BRENO PEREIRA CORDEIRO
MATHEUS LIMA VIEIRA
WALTER SWENDSON RODRIGUES MARIANO

DIREITO ELETORAL: QUESTÕES ACERCA DA LEI XXXX.XX

Trabalho apresentado à disciplina de direito


eleitoral, ministrada pelo Cap. Carlos Alves, do
Curso de Formação de Oficiais do Centro de
Educação da Polícia Militar da Paraíba, como
parte das exigências para a avaliação da
disciplina.

João Pessoa – PB
2017
Lei nº 9.504/97

1,2) Na Lei das Eleições – Lei 9.504/1997, temos, em seu artigo 57-B que a
propaganda eleitoral na Internet poderá ser realizada em sítio eletrônico do
candidato ou do partido, desde que comunicado à Justiça Eleitoral e
hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet
estabelecido no País, bem como através de mensagem eletrônica, blogs, redes
sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, sendo que o
próprio TSE já determinou, no julgamento do Rp 361895 o cabimento “de
direito de resposta em razão de mensagem postada no Twitter”, ou seja, os
Tribunais têm aplicado as legislações existentes, tanto no âmbito penal
específico, como por meio de todo o arcabouço legal existente para regular,
numa espécie de aplicação analógica extensiva, as condutas violadoras
previstas ao cenário eleitoral quando praticadas por meios eletrônicos ou
através das novas tecnologias.
Vale notar que, há em nosso ordenamento a tipificação do acesso ilegítimo no
âmbito eleitoral, previsto no artigo 72, da Lei 9504/97, que regula as normas
para as eleições e incrimina algumas condutas, dentre elas a de acesso
ilegítimo, destacando-se que o elemento subjetivo específico presente no tipo
veda a punição do acesso sem qualquer intenção, ou seja, aquele que praticar
a conduta com um elemento subjetivo específico diferente daquele previsto na
descrição típica não estaria incurso no tipo mencionado.
Crimes tipificados na lide:
( Artigo 33 §4º, art. 34 §2º,§3º, art. 39§5º, art 40, art 41-A, art. 68 §2º, art. 72
I,II,III, art.74, art.75, art.90).

Lei nº 4.737/65
1) Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:

Pena – Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.

Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer


dispositivo deste Código.

Pena – Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.

Pena – Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Bem jurídico A Justiça Eleitoral. Sujeito ativo É um crime próprio que exige uma
condição jurídica especial, ou seja, ser juiz eleitoral investido na titularidade
temporária de uma zona ou cartório eleitoral, sendo ainda o responsável para
assinar os títulos eleitorais e promover a inscrição do alistando. Trata-se de
crime personalíssimo. Sujeito passivo O Estado e o alistando que age de boa-
fé. Tipo objetivo A elementar normativa do tipo “fraudulentamente” exige o ardil,
o engano ou a ilaqueação da boa-fé. O crime só é punido se o juiz, agindo por
conta própria ou em concurso com terceiros, extraneus ou intraneus, insere
nome ou dados falsos, inexistentes ou inverídicos no cadastro dos eleitores da
zona eleitoral. Admite-se a tentativa, pois não é necessária a expedição do
título eleitoral. É crime formal. Tipo subjetivo O dolo.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a
inscrição requerida:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Bem jurídico Tutela-se o cadastro eleitoral. Sujeito ativo É crime próprio e


personalíssimo. Só a autoridade judiciária é a responsável pela negativa ou
retardamento. Sujeito passivo O delito afeta diretamente o Estado e o
alistando, pois nega-se ou retarda-se a inscrição e, consequentemente, protela-
se o exercício legítimo do direito de voto e da cidadania. Tipo objetivo A
negativa ou retardamento são condutas que prejudicam a regular emissão do
título eleitoral e o pleno exercício do voto pelo alistando interessado. A negativa
pode ser legal, porque cumpre ao juiz eleitoral verificar, em casos de suspeita,
a qualificação do possível eleitor. Trata-se de tipo esvaziado, considerando que
o sistema de informática interligado as zonas eleitorais já trata da emissão
imediata do título eleitoral. Tipo subjetivo O dolo.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:

Pena – Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-


multa.

Bem jurídico Tutela-se o alistamento eleitoral. Sujeito ativo É crime comum.


Sujeito passivo A Justiça Eleitoral responsável pela organização do
alistamento. Tipo objetivo A perturbação ou o impedimento devem ocorrer em
qualquer das efetivas etapas do processo de alistamento eleitoral.
Primeiramente, o alistando preenche o requerimento de alistamento eleitoral
com a ajuda do servidor público da zona eleitoral que digitará as informações e,
depois do documento assinado, o servidor ainda preencherá outros dados nos
espaços que lhe são reservados para submeter ao juiz eleitoral o pedido.
Assim, qualquer ato que possa atentar contra o bom funcionamento desta
formaliza- ção do alistamento eleitoral caracterizará o crime. Vê-se, portanto,
que o delito é formal. Admite-se tentativa em ambas as modalidades (perturbar
ou impedir). A perturbação também pode ocorrer aos arredores do cartório da
zona eleitoral, com a entrega de documentos, aliciamento de eleitores e atos
que dificultam os trabalhos da Justiça Eleitoral. Observe-se que a retenção de
título eleitoral é crime do artigo 91, parágrafo único da Lei nº 9.504/97. As
inscrições ou transferências só podem ser feitas até 151 dias antes da data da
eleição (primeiro turno). O que acarreta filas e perturbações de terceiros no
último dia do prazo para tirar o título. O crime também incide nos pedidos de
transferência, revisão, segunda via e restabelecimento da inscrição cancelada.
Os partidos políticos, por seus delegados, podem fiscalizar os pedidos de
alistamento, transferência, revisão e segunda via, mas não podem os agentes
perturbar ou impedir o atendimento nas filas das zonas eleitorais e em relação
aos documentos relativos a estes pedidos. Tipo subjetivo Dolo

Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:

Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Bem jurídico Tutela-se o legítimo exercício do direito de voto. Sujeito ativo


Trata-se de crime comum. Em razão da norma insculpida no art. 91, parágrafo
único, da Lei nº 9.504/1997, entendemos que ocorreu a revogação tácita do
artigo em comento, em razão do princípio da especialidade. A vontade ou não
do eleitor, na hipótese, não altera a incidência do tipo. O art. 91, parágrafo
único, foi mais amplo do que o art. 295 do CE. As circunstâncias peculiares de
cada caso prescindem da vontade do eleitor, pois, uma vez retido o título ou o
comprovante de alistamento eleitoral, o delito já está consumado. A norma
posterior produziu a ab-rogação do art. 295. O artigo 91-A da Lei nº 9.504/97
exige que além do título eleitoral, o eleitor exiba outro documento oficial de
identidade com fotografia. Exemplo: carteira de motorista ou carteira de
trabalho. As retenções desses documentos não se enquadram na norma típica
eleitoral em comento. É possível incidir o delito nos casos de identificação
biométrica, pois a retenção, por si só, já constitui o crime, desde que seja
motivada por dolo. Sujeito passivo O Estado. A democracia. Tipo objetivo A
retenção é ato criminoso, exceto se ocorrer fundada suspeita de falsidade do
título eleitoral, apresentado ao mesário ou servidor apto a habilitar o eleitor a
votar. O juiz eleitoral, de forma fundamentada, poderá apreender o título
eleitoral falsificado e encaminhar ao promotor eleitoral para a adoção das
providências legais cabíveis, como oferecer denúncia, ou instaurar inquérito.
Aplica-se a regra do art. 40 do Código de Processo Penal. Tipo subjetivo O
dolo
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;

Pena – Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Bem jurídico A conduta ativa atinge os regulares serviços eleitorais. Sujeito


ativo É crime comum. Sujeito passivo O Estado e as pessoas envolvidas nos
trabalhos eleitorais. Pode ser considerado delito de dupla subjetividade
passiva. Tipo objetivo A desordem deve prejudicar os trabalhos realizados na
fase do alistamento, votação, apuração ou diplomação dos eleitos, inclusive
nas sub fases da propaganda política partidária ou eleitoral, registro de
candidatos, prestação de contas, direito de resposta e pesquisas eleitorais. É
crime de menor potencial ofensivo. Tipo subjetivo O dolo. A promoção da
desordem teve ter a finalidade de lesar, causar embaraços e dificultar os
trabalhos de administração da Justiça Eleitoral, que objetivam organizar as
eleições.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:

Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.

Bem jurídico Tutela-se a plena liberdade de votar. Sujeito ativo É crime comum.
Sujeito passivo A conduta afeta o Estado, a democracia e o eleitor. Tipo
objetivo O impedimento pode ocorrer através de ações concretas voltadas à
manutenção do eleitor em cárcere privado, sequestro, tortura etc. É possível o
concurso de crimes nestas hipóteses. Ocorrendo violência ou grave ameaça
direcionada a votar ou não votar em candidato específico, o delito será o do art.
301 do Código Eleitoral. O infrator pode ainda incidir em progressão criminosa
para o delito do artigo 302 do Código Eleitoral. O embaraçar se dá pela
colocação de obstáculos e dificuldades. O empregador poderá praticar este
crime impondo ao empregado a realização de diversos serviços no dia da
eleição. Destaca-se: (TSE). Em se tratando de segundo turno, deve-se decretar
feriado apenas naqueles municípios que ainda terão votações. Muito embora
seja feriado, pode o comércio abrir as suas portas. Isso, desde que: 1) sejam
obedecidas todas as normas constantes de convenção coletiva ou de
legislação trabalhista, ou, ainda, de legislação local, sobre remuneração e
horário de trabalho em datas de feriado; 2) sejam criadas, pelo empregador,
todas as condições necessárias para que seus funcionários possam, sem
empecilhos, comparecer às respectivas zonas eleitorais. Tratando-se de
funcionário que trabalhe em Município onde não haverá segundo turno, mas
que tenha domicílio eleitoral em localidade cujo pleito ainda não se concluiu,
deve o empregador criar todos os mecanismos necessários ao mais
desembaraçado exercício do direito dever de voto, pena do art. 297 do Código
Eleitoral (Res. nº 22.963, de 23.10.2008, Rel. Min. Carlos Ayres Britto; no
mesmo sentido a Res. nº 22.422, de 25.09.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro).
Trata-se de crime material na modalidade de impedir, e formal na hipótese de
embaraçar ou obstaculizar a votação. É crime de menor potencial ofensivo.
Tipo subjetivo Dolo.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado
de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:

Pena – Reclusão até quatro anos.

Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:

Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a
votar ou não votar em determinado candidato ou partido:

Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.

Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e


comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.

Bem jurídico Liberdade de voto. Sujeito ativo Trata-se de crime próprio. Delicta
in officio que pode ser ou não praticado por servidor público dos quadros da
Justiça Eleitoral (CE, art. 283). Qualquer servidor público poderá praticar o
delito, mesmo que particularmente não esteja envolvido com funções afetas ao
serviço eleitoral. Na Espanha, Grécia e Alemanha acolhe-se similar tipo penal,
evitando-se a prática do voto coagido ou da coação eleitoral. Sujeito passivo O
Estado e a vítima coagida. Delito de dupla subjetividade passiva. Tipo objetivo
O servidor público é aquele que exerce autoridade sobre a liberdade de voto do
eleitor. A coação se dá pela força, obrigar a vítima à prática de certo ato ou
abstenção. Viola-se a vontade soberana do eleitor e o sigilo do voto. É delito
subsidiário do art. 301 do Código Eleitoral. Tipo subjetivo Dolo. Tentativa
Admite-se. Se o agente ativo usa de ameaças e outros meios de coação por
violência direta ou indireta, mas não logra êxito em que o eleitor vote ou deixe
de votar no candidato. Causa especial de aumento de pena O parágrafo único,
embora faça menção ao agravamento, na verdade é uma causa especial de
aumento de pena. Aplica-se a regra do art. 285 do próprio Código Eleitoral.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou
não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não
sejam conseguidos:

Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou


fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma,
inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo:
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-
multa.
Bem jurídico Liberdade de voto. Sujeito ativo Crime comum. Sujeito passivo O
Estado. Tipo objetivo A coação e o aliciamento estão previstos no art. 39, § 5º,
II, da Lei nº 9.504/1997. Se houver o simples impedimento, o delito será o do
art. 297 do CE, desde que não seja o dia da eleição, pois, se não for, o delito
do art. 302 é mais especial e, portanto, prevalece no conflito aparente de
normas. A conduta de embaraçar merece enquadramento neste tipo penal,
assim como a fraude (engano, ardil ou artifício) ao exercício do voto. Todavia, a
concentração de eleitores é fato previsto no art. 39, § 5º, II, sob o manto do
aliciamento. No entanto, registrese: “(…) O dispositivo que tipifica a
concentração ilegal de eleitores (art. 302 do Código Eleitoral) teve somente
revogada a sua parte final pelo disposto no art. 11, inciso III, da Lei nº
6.091/74.” (TSE. Ac. nº 21.401, de 13.4.2004, rel. Min. Fernando Neves.) No
confronto com o delito de fornecimento de alimentos e transporte, o artigo foi
revogado tacitamente pelo disposto no art. 11, II, da Lei nº 6.091/1974. Tipo
subjetivo Dolo.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de
eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.

Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.

Bem jurídico A tutela reside sobre as relações de consumo de natureza


eleitoral. Sujeito ativo É crime próprio. Somente os comerciantes podem
praticar o delito. Admite-se o concurso de pessoas. Sujeito passivo O Estado e
o consumidor. Delito de dupla subjetividade passiva. Tipo objetivo É um delito
formal. A majoração dos preços e serviços é crime de mera conduta ou lesão,
pois mesmo que o consumidor pague pelos aumentos abusivos já haverá o
rebaixamento do nível de igualdade nas relações de consumo. Tipo subjetivo
Dolo
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o
fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de
transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou
candidato:

Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.

Bem jurídico Relações de consumo no dia da eleição. Sujeito ativo É crime


próprio. Somente os comerciantes podem praticar o delito. Admite-se o
concurso de pessoas. Sujeito passivo O Estado e o consumidor. Delito de
dupla subjetividade passiva. Tipo objetivo A elementar “açambarcar” diz
respeito a chamar para si, monopolizar os serviços na relação de consumo. O
agente responde pelo delito, independentemente da obtenção da vantagem
econômica, profissional ou de emprego. Nesse sentido, o crime é formal. Tipo
subjetivo Dolo.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no
seu funcionamento sob qualquer pretexto:

Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Bem jurídico Tutela-se a regularidade do processo de votação. Sujeito ativo


Crime próprio. Somente a “autoridade estranha” é agente ativo da empreitada
delitiva. Admite-se a comunicabilidade da elementar normativa (CP, art. 30) e,
assim, o concurso de pessoas. Sujeito passivo O Estado. Tipo objetivo O
legislador usa o verbo intervir. A intervenção se dá verbalmente ou por escrito e
através de atos concretos (ações intencionais). Não basta o agente perguntar
ou indagar sobre o funcionamento, o tipo exige a intervenção, ou seja,
atrapalhar os trabalhos da mesa receptora que são conduzidos pelo juiz
eleitoral titular da zona eleitoral ou designado para determinada zona eleitoral,
bem como os mesários e secretários. A Força Armada não pode intervir (CE,
art. 141). Distância mínima de 100 (cem) metros da seção eleitoral. O poder de
polícia de organização das seções eleitorais fica exclusivamente na
responsabilidade do juiz eleitoral da zona eleitoral e dos mesários. Nesse
sentido artigo 139 do Código Eleitoral. Trata-se de crime de menor potencial
ofensivo. Tipo subjetivo Dolo.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a
votar:

Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.

Bem jurídico Tutela-se o salutar desenvolvimento dos trabalhos da fase de


votação. Sujeito ativo Crime próprio. Somente os mesários ou secretários
podem praticar o crime. Não se aplica aos fiscais de partido nem a outras
autoridades, exceto o juiz eleitoral investido da competência eleitoral, que
poderá dar ordem inversa. Admite-se o concurso de pessoas. Sujeito passivo O
Estado e o cidadão-eleitor. É crime de dupla subjetividade passiva. Tipo
objetivo O tipo faz menção à ordem de votação. A ordem de preferência é
elementar normativa e de valoração jurídica eleitoral; portanto, caberá ao
intérprete consultar os arts. 143 e 146 do Código Eleitoral e resolução
específica do Tribunal Superior Eleitoral (norma penal em branco). Segundo
orientações do Tribunal Superior Eleitoral, cumpridos os procedimentos de
instalação, o presidente da mesa observará a prioridade dos candidatos e a
seguinte preferência para votar: – Juiz eleitoral e juízes dos Tribunais
Eleitorais; – funcionários a serviço da Justiça Eleitoral; – Promotores eleitorais;
– Policiais militares em serviço; – fiscais e delegados de partido ou coligação; –
idosos, enfermos, portadores de necessidades especiais, grávidas e lactantes.
Tipo subjetivo Dolo.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma
marcada:

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Bem jurídico Resguarda-se a higidez do processo de votação. Sujeito ativo É


crime comum. Um particular poderá ter subtraído uma cédula e,
posteriormente, fornecê-la ao eleitor visando a deflagração do voto formiguinha
ou carreirinha. Todavia, em sua essência, o crime é próprio. Trata-se de delicta
in officio, porque somente o juiz, o mesário e o servidor público eleitoral, a
princípio, têm acesso à cédula oficial. Admite-se, de toda sorte, a coautoria ou
participação. 358 Código Eleitoral Comentado Com a adoção do sistema
informatizado, qualquer alteração ou fraude encontra tipicidade no art. 72 da
Lei nº 9.504/1997. Sujeito passivo O Estado e, secundariamente, o eleitor
prejudicado por não ter legitimamente votado em candidato ou legenda de sua
preferência. O interesse maior não é do eleitor, mas da guarda do regime
democrático e regularidade da votação. Tipo objetivo É crime material de
resultado naturalístico. O fornecimento significa entregar a cédula verdadeira,
oficial, ao eleitor, além de estar previamente assinalada pelo fraudador. A
eleição manual, por cédulas não foi abolida. Tipo subjetivo Dolo.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a
de entrega da mesma ao eleitor.
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Bem jurídico Tutela-se a regularidade do processo de votação. Sujeito ativo É


crime comum. Sujeito passivo A fé pública eleitoral. Tipo objetivo O tipo é
diferente daquele do art. 307, que trata do fornecimento de cédula marcada.
Aqui, o delito é do fornecimento de cédula, marcada ou não, ao eleitor, fora do
momento reservado para o ato formal da entrega. Tipo subjetivo Dolo.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:

Pena – reclusão até três anos.

Bem jurídico A lei protege a fase da votação e a democracia. Sujeito ativo


Qualquer pessoa. Crime comum. Admite-se a participação de terceiros, mas
não a coautoria. Trata-se de crime de mão própria ou de atuação pessoal.
Sujeito passivo O Estado. Tipo objetivo O delito é classificado como do tipo de
atentado, pois a pena da tentativa é idêntica à do crime consumado.
Questionam-se os delitos de atentado no Direito Penal hodierno, pois a
igualdade de tratamento punitivo entre a conduta tentada e a consumada viola
o princípio da individualização da pena, culpabilidade e razoabilidade. Imagine-
se que a tentativa imperfeita terá a mesma sanção que a conduta consumada.
Votar em lugar de outrem. Este tipo penal proíbe que o mesário possa habilitar
outro eleitor para votar durante o processo de votação no lugar de outrem. No
último pleito eleitoral, um mesário, por descuido, habilitou o eleitor José Maria
no lugar do eleitor José Mário. Assim, no momento em que chegou o eleitor
José Mário para votar, já constava como se tivesse votado. Nestes casos,
mediante autorização do juiz eleitoral, recomenda-se que o eleitor José Mário
vote por último, habilitando-se no lugar de eleitor faltoso. Mas, para que esta
providência possa ser efetivada, o eleitor José Mário deverá aguardar até o
término da votação dos demais eleitores. Se cabos eleitorais se apoderam de
títulos de eleitores e votam como se fossem os próprios eleitores, se sujeitam a
prática desse delito, assim como os mesários que estiverem com o liame
subjetivo doloso de praticarem esse tipo especial de fraude e permitirem a
manobra ilícita. É possível a cumulação com o artigo 299 do Código Eleitoral,
se os eleitores venderem os votos para os cabos eleitorais. Tipo subjetivo Dolo.
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja praticada,
qualquer irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do
Art. 311:

Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos
expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora, que o
voto seja admitido:

Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor


e de 20 a 30 dias-multa para o presidente da mesa.

Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:

Pena – detenção até dois anos.

Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração


imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à
subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos
fiscais, delegados ou candidatos presentes:

Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem fôr procedida pela
mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não
expedirem imediatamente o respectivo boletim.

Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas


na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada
seção e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:

Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos fôr
procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os
mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.

Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por
qualquer candidato ou lançar nesses documentos votação que não
corresponda às cédulas apuradas:

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os
protestos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.

Pena – reclusão de três a cinco anos.

Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando
qualquer eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):

Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais


partidos:

Pena – detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.

Noções Gerais sobre o Tipo O dispositivo em questão trata da hipótese em que


o eleitor subscreve assinatura em ficha para a criação de partido, na forma do
art. 8º da Lei nº 9.096/95. Bem Jurídico Tutela-se a lisura do pleito eleitoral, o
Estado e a representação democrática por meio da regular constituição de
partidos políticos. Sujeito Ativo Trata-se de crime de mão própria, em que
somente o eleitor pode ser sujeito ativo do crime em questão. Sujeito Passivo
Estado e os partidos políticos. De forma reflexa, os eleitores. Elemento Objetivo
O núcleo do tipo é subscrever, admitindo-se somente a modalidade comissiva.
Elemento Subjetivo Admite-se somente a modalidade dolosa. Consumação A
consumação ocorre com a efetiva assinatura do eleitor na ficha de apoio à
criação de partido político. Tentativa Em razão da previsão legal, para a
ocorrência do dispositivo em questão deve ocorrer a efetiva assinatura, não se
admitindo a modalidade tentada. Classificação Trata-se de crime próprio,
comissivo, doloso, não admitindo a modalidade culposa, não sendo admitida a
tentativa, unissubsistente.

Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:

Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.

Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de


partido:

Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inveridicos, em relação a


partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:

Pena – detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-


multa.

Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa,


rádio ou televisão.

Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de


propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena – detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-


multa.

 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a


propala ou divulga.
 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é
admitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi
condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;

III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido


por sentença irrecorrível.

Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de


propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena – detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de


propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:

Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:


I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua


natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa,
além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.

Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se de
um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;

II – contra funcionário público, em razão de suas funções;

III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da


ofensa.

Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano antes da
sentença final, o juiz pode reduzir a pena.

Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente


empregado:

Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:

Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias,


prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:

Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o


responsável for candidato.

Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua
estrangeira:

Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa


na apreensão e perda do material utilizado na propaganda.

Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos
artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz
verificar, de acordo com o seu livre convencionamento, se diretório local do
partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de delito, ou
dela se beneficiou conscientemente.

Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena de


suspensão de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada até
o dobro nas reincidências.

Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gôzo dos
seus direitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de
propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de


rádio ou televisão que autorizar transmissões de que participem os
mencionados neste artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os
pronunciamentos.

Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:

Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Art. 339 – Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos


relativos à eleição:

Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e


comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente,
subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo
da Justiça Eleitoral:

Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.

Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e


comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer


outro funcionário de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões,
citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal,


denúncia ou deixar de promover a execução de sentença condenatória:

Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.


Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:

Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.

Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:

Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

Pena – pagamento de trinta a noventa dias-multa.

Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:

Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os


servidores que prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de
partido que derem causa à infração.
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou
instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:

Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.

Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro, para fins eleitorais:

Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.

 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se


do cargo, a pena é agravada.
 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado.
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.

Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
devia ser escrita, para fins eleitorais:

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o


documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
multa se o documento é particular.

Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e


comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é
de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.

Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os efeitos penais, a


fotografia, o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de ditafone a que
se incorpore declaração ou imagem destinada à prova de fato juridicamente
relevante.

Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma


ou letra que o não seja, para fins eleitorais:

Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o


documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
multa se o documento é particular.

Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a


que se referem os artigos. 348 a 352:

Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou


particular, material ou ideologicamente falso para fins eleitorais:

Pena – a cominada à falsificação ou à alteração


2) Crimes eleitorais podem ser entendido como todas as ações proibidas por lei
praticadas por candidatos e eleitores, em qualquer fase de uma eleição, desde
o alistamento eleitoral até a diplomação dos candidatos, sendo que tais
infrações eleitorais podem ser punidas com detenção, reclusão e/ou
pagamento de multa e tem previsão no Código Eleitoral e em outras leis
esparsas. Segundo o TSE, os principais crimes eleitorais são a corrupção
eleitoral ativa e passiva; o uso de violência ou grave ameaça para coagir
alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido; o
fornecimento de alimentação ou transporte para eleitores; a utilização de
serviços, veículos ou prédios públicos para beneficiar a campanha de um
candidato ou partido político; e as fraudes e falsificações de documentos
eleitorais, sendo que, no que se refere à propaganda eleitoral, a calúnia, a
difamação e a injúria praticada em contexto eleitoral são os mais recorrentes,
em especial as ações que visam divulgar fatos falsos sobre candidatos e
partidos, que sejam capazes de influenciar a opinião do eleitorado. Muitos são
os tipos descritos nos artigos 289 até 354 do Código Eleitoral.

LEI 6.091/1974

1,2) O art. 11, III, da Lei nº. 6.091, de 1974 dispõe sobre o crime de transporte
irregular de eleitores. Aqueles que promoverem o transporte de eleitores na
data do pleito sem a devida autorização e com a finalidade de obter vantagem
eleitoral com esse transporte podem ser sancionados com pena de quatro a
seis anos de reclusão e pagamento de 200 (duzentos) a 300 (trezentos) dias-
multa. Essa conduta não é incomum no Brasil, consideradas as dimensões
continentais. Pequenos benefícios, como o transporte para o cumprimento de
um dever imposto por lei podem ser o bastante para desvirtuar o voto do eleitor
beneficiado, afetando a lisura e a legitimidade do pleito e, por via de
consequência, a democracia representativa.
Em sua redação original, o crime de transporte irregular de eleitores era
apenado com detenção, de até dois anos, e pagamento de 200 a 300 dias-
multa. Frise-se que quando não há previsão expressa do mínimo da pena
aplica-se a previsão contida no art. 284 do Código Eleitoral, de modo que a
pena mínima, neste caso, seria de quinze dias de detenção. Quatro anos após
a publicação do Código Eleitoral, o Decreto Lei nº. 1.064 alterou as penas
previstas no art. 302. O crime de transporte irregular de eleitores passou a ser
sancionado com pena de reclusão, de 4 a 6 anos, além do pagamento de multa
de 200 a 300 dias-multa. A partir de 1974, a Lei 6.091 passou a tratar do
fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores residentes
nas zonas rurais, e dispôs, entre outros, sobre o crime de transporte irregular
de eleitores em seu art. 11, III. Manteve, todavia, a pena prevista no art. 302 do
Código Eleitoral, de 4 a 6 anos de reclusão, além do pagamento de 200 a 300
dias-multa. Cumpre observar que todas as leis e alterações no tipo penal de
transporte irregular de eleitores foram realizadas durante o período da ditadura
militar. O Decreto-lei 1.064, que especialmente agravou a pena prevista, foi
promulgado pela Junta Militar que governava o país, no uso das atribuições
que lhes conferiam os artigos 3º e 6º do Ato Institucional nº 16, de 14 de
outubro de 1969. Ademais, insta frisar que o art. 302 do Código Eleitoral
mantém sua vigência e tipifica condutas distintas das previstas na Lei 6.091, de
1974. Isto porque o art. 302 dispõe sobre a promoção de concentração de
eleitores sob qualquer forma, inclusive para o fornecimento gratuito de alimento
e transporte coletivo com o fim de impedir, fraudar ou embaraçar o exercício do
voto. O art. 11, inciso III, da Lei 6.091, de 1974, por sua vez, veda o
oferecimento de transporte de eleitores em desacordo com a legislação
eleitoral. O texto vigente atualmente, previsto no art. 11, inciso III, da Lei 6.091,
de 1974, assim dispõe: Art. 11. Constitui crime eleitoral: III - descumprir a
proibição dos artigos 5º, 8º e 10º; Pena - reclusão de quatro a seis anos e
pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código Eleitoral); Art. 5º
Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o
dia anterior até o posterior à eleição, salvo: I - a serviço da Justiça Eleitoral; II -
coletivos de linhas regulares e não fretados; III - de uso individual do
proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da sua família; IV
- o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não
atingidos pela requisição de que trata o art. 2º. Art. 8º Somente a Justiça
Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta carência de
recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta
hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário. Art. 10. É vedado aos
candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.

3)

Diante das dimensões continentais do Brasil e de uma eleição que


exige do eleitor o voto obrigatório, vê-se uma mobilização de guerra para as
eleições se realizem. Diante de toda a dificuldade, o pleito eleitoral cumpri as
expectativas, já que, ocorrem nas datas previstas, resultados são divulgados
no mesmo dia, e desde implantação da urna eletrônica, nenhuma eleição de
ser feita Brasil. Entretanto, a lei 6.091/1974 em seus artigos expõe uma certa
fragilidade da Estado em cumprir seu papel, de por si só, realizar o um pleito
com sua maquina estatal.

Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às


entidades previstas no art. 1º não for suficiente para
atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral
requisitará veículos e embarcações a particulares, de
preferência os de aluguel.

A fragilidade de fiscalização e do cumprimento da lei eleitoral é outro


problema a ser enfrentado, como é exposto no Art.9, principalmente em relação
ao transporte de eleitores e fornecimento de comida por parte de candidatos e
partidários, que é prática comum no Brasil, mesmo a proibição expressa a falta
de mecanismos de punição ao infratores transforma em delitos recorrentes.

Art. 9º É facultado aos Partidos exercer fiscalização nos


locais onde houver transporte e fornecimento de
refeições a eleitores.
Em relação a propanda em rádios
LEI COMPLEMENTAR 64/90
1,2) Objetivando uma regulação jurídica, quando o agente abusa do poder
político ou econômico, a princípio, deve responder por uma ação de
investigação judicial eleitoral cuja sanção se abriga no inc. XIV do art. 22 da Lei
das Inelegibilidades: cassação do registro ou diploma e inelegibilidade por 8
(oito) anos a contar da eleição, nos termos do Verbete Sumular nº 19 do
Egrégio Tribunal Superior Eleitoral. No entanto, se a condenação emergir nos
autos da ação de impugnação ao mandato eletivo subjaz o efeito secundário da
impossibilidade de deferimento da candidatura para vindouras eleições. Esse
efeito é subsumido no art. 1º, inc. I, alíneas “d” ou “h”, da LC nº 64/90. No
exame dessa questão, entendemos que se aperfeiçoa como correta a
interpretação de que a inelegibilidade é uma sanção direta (no caso do art. 22,
inc. XIV, da LC nº 64/90). Nesse sentido, deve prevalecer o prazo da lei
anterior, ou seja, 3 (três) anos, pois, aqui, a causa de inelegibilidade é
puramente de natureza material sancionatória, o infrator candidato em anterior
eleição foi o causador do resultado danoso, ofensivo ao regime democrático,
lesando diretamente a paridade eleitoral nas campanhas. Uma espécie de
resultado naturalístico alterando o cenário eleitoral pela ação dolosa abusiva do
poder econômico ou político.
O resultado existiu na conduta causada pelo candidato infrator, pois ou ele
venceu a eleição valendo-se de um conjunto de ações graves (art. 22, inc. XVI,
da LC nº 64/90), ou perdeu o pleito eleitoral, mas foram inequívocos os atos
graves como feição probatória abusiva devidamente reconhecida no caso
concreto pela Justiça Eleitoral em processo judicial eleitoral de representação
por abuso do poder.
Como decorrência da antevisão do resultado naturalístico de alteração da
realidade eleitoral nas campanhas, o candidato infrator deve ser punido pela lei
vigente à época dos fatos, em razão do princípio da irretroatividade da lei mais
gravosa, que nesse caso possui nítida essência punitiva de caráter específico.
Vale ressaltar que em relação as alíneas “d” e h” do art.1º, inc. I, da LC nº
64/90 é possível sua incidência por 8 (oito) anos, quando decorrente da ação
de impugnação ao mandato eletivo, mas nos casos de ação de investigação
judicial eleitoral, incide o art. 22, inc. XIV, da LC nº 64/90 (inelegibilidade
sanção) e, portanto, prevalece a lei antiga com o prazo de 3 (três) anos, pois
aqui, não se trata de mero efeito secundário;
iv) no caso do art. 1º, inc. I, alínea “g”, da LC nº 64/90, quando o magistrado
eleitoral verificar casuisticamente a ausência da estrita observância do
contraditório e ampla defesa no processo do Tribunal de Contas ou no
julgamento da Câmara Municipal (não se trata do julgamento do acerto ou
desacerto da decisão), mas, sob fundados argumentos no processo
contencioso eleitoral, v.g., na ação de impugnação ao requerimento de registro
de candidatura, a Justiça Eleitoral sempre exercerá a plenitude jurisdicional na
tutela da legitimidade do processo eleitoral.

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