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João Pessoa - PB
2017
FELIPE AUGUSTO CORDEIRO DE SOUZA
BRENO PEREIRA CORDEIRO
MATHEUS LIMA VIEIRA
WALTER SWENDSON RODRIGUES MARIANO
João Pessoa – PB
2017
Lei nº 9.504/97
1,2) Na Lei das Eleições – Lei 9.504/1997, temos, em seu artigo 57-B que a
propaganda eleitoral na Internet poderá ser realizada em sítio eletrônico do
candidato ou do partido, desde que comunicado à Justiça Eleitoral e
hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet
estabelecido no País, bem como através de mensagem eletrônica, blogs, redes
sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, sendo que o
próprio TSE já determinou, no julgamento do Rp 361895 o cabimento “de
direito de resposta em razão de mensagem postada no Twitter”, ou seja, os
Tribunais têm aplicado as legislações existentes, tanto no âmbito penal
específico, como por meio de todo o arcabouço legal existente para regular,
numa espécie de aplicação analógica extensiva, as condutas violadoras
previstas ao cenário eleitoral quando praticadas por meios eletrônicos ou
através das novas tecnologias.
Vale notar que, há em nosso ordenamento a tipificação do acesso ilegítimo no
âmbito eleitoral, previsto no artigo 72, da Lei 9504/97, que regula as normas
para as eleições e incrimina algumas condutas, dentre elas a de acesso
ilegítimo, destacando-se que o elemento subjetivo específico presente no tipo
veda a punição do acesso sem qualquer intenção, ou seja, aquele que praticar
a conduta com um elemento subjetivo específico diferente daquele previsto na
descrição típica não estaria incurso no tipo mencionado.
Crimes tipificados na lide:
( Artigo 33 §4º, art. 34 §2º,§3º, art. 39§5º, art 40, art 41-A, art. 68 §2º, art. 72
I,II,III, art.74, art.75, art.90).
Lei nº 4.737/65
1) Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Bem jurídico A Justiça Eleitoral. Sujeito ativo É um crime próprio que exige uma
condição jurídica especial, ou seja, ser juiz eleitoral investido na titularidade
temporária de uma zona ou cartório eleitoral, sendo ainda o responsável para
assinar os títulos eleitorais e promover a inscrição do alistando. Trata-se de
crime personalíssimo. Sujeito passivo O Estado e o alistando que age de boa-
fé. Tipo objetivo A elementar normativa do tipo “fraudulentamente” exige o ardil,
o engano ou a ilaqueação da boa-fé. O crime só é punido se o juiz, agindo por
conta própria ou em concurso com terceiros, extraneus ou intraneus, insere
nome ou dados falsos, inexistentes ou inverídicos no cadastro dos eleitores da
zona eleitoral. Admite-se a tentativa, pois não é necessária a expedição do
título eleitoral. É crime formal. Tipo subjetivo O dolo.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a
inscrição requerida:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Bem jurídico Tutela-se a plena liberdade de votar. Sujeito ativo É crime comum.
Sujeito passivo A conduta afeta o Estado, a democracia e o eleitor. Tipo
objetivo O impedimento pode ocorrer através de ações concretas voltadas à
manutenção do eleitor em cárcere privado, sequestro, tortura etc. É possível o
concurso de crimes nestas hipóteses. Ocorrendo violência ou grave ameaça
direcionada a votar ou não votar em candidato específico, o delito será o do art.
301 do Código Eleitoral. O infrator pode ainda incidir em progressão criminosa
para o delito do artigo 302 do Código Eleitoral. O embaraçar se dá pela
colocação de obstáculos e dificuldades. O empregador poderá praticar este
crime impondo ao empregado a realização de diversos serviços no dia da
eleição. Destaca-se: (TSE). Em se tratando de segundo turno, deve-se decretar
feriado apenas naqueles municípios que ainda terão votações. Muito embora
seja feriado, pode o comércio abrir as suas portas. Isso, desde que: 1) sejam
obedecidas todas as normas constantes de convenção coletiva ou de
legislação trabalhista, ou, ainda, de legislação local, sobre remuneração e
horário de trabalho em datas de feriado; 2) sejam criadas, pelo empregador,
todas as condições necessárias para que seus funcionários possam, sem
empecilhos, comparecer às respectivas zonas eleitorais. Tratando-se de
funcionário que trabalhe em Município onde não haverá segundo turno, mas
que tenha domicílio eleitoral em localidade cujo pleito ainda não se concluiu,
deve o empregador criar todos os mecanismos necessários ao mais
desembaraçado exercício do direito dever de voto, pena do art. 297 do Código
Eleitoral (Res. nº 22.963, de 23.10.2008, Rel. Min. Carlos Ayres Britto; no
mesmo sentido a Res. nº 22.422, de 25.09.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro).
Trata-se de crime material na modalidade de impedir, e formal na hipótese de
embaraçar ou obstaculizar a votação. É crime de menor potencial ofensivo.
Tipo subjetivo Dolo.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado
de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a
votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Bem jurídico Liberdade de voto. Sujeito ativo Trata-se de crime próprio. Delicta
in officio que pode ser ou não praticado por servidor público dos quadros da
Justiça Eleitoral (CE, art. 283). Qualquer servidor público poderá praticar o
delito, mesmo que particularmente não esteja envolvido com funções afetas ao
serviço eleitoral. Na Espanha, Grécia e Alemanha acolhe-se similar tipo penal,
evitando-se a prática do voto coagido ou da coação eleitoral. Sujeito passivo O
Estado e a vítima coagida. Delito de dupla subjetividade passiva. Tipo objetivo
O servidor público é aquele que exerce autoridade sobre a liberdade de voto do
eleitor. A coação se dá pela força, obrigar a vítima à prática de certo ato ou
abstenção. Viola-se a vontade soberana do eleitor e o sigilo do voto. É delito
subsidiário do art. 301 do Código Eleitoral. Tipo subjetivo Dolo. Tentativa
Admite-se. Se o agente ativo usa de ameaças e outros meios de coação por
violência direta ou indireta, mas não logra êxito em que o eleitor vote ou deixe
de votar no candidato. Causa especial de aumento de pena O parágrafo único,
embora faça menção ao agravamento, na verdade é uma causa especial de
aumento de pena. Aplica-se a regra do art. 285 do próprio Código Eleitoral.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou
não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não
sejam conseguidos:
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos
expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora, que o
voto seja admitido:
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem fôr procedida pela
mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não
expedirem imediatamente o respectivo boletim.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos fôr
procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os
mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por
qualquer candidato ou lançar nesses documentos votação que não
corresponda às cédulas apuradas:
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os
protestos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando
qualquer eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):
Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se de
um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano antes da
sentença final, o juiz pode reduzir a pena.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua
estrangeira:
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos
artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz
verificar, de acordo com o seu livre convencionamento, se diretório local do
partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de delito, ou
dela se beneficiou conscientemente.
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gôzo dos
seus direitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de
propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente,
subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo
da Justiça Eleitoral:
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
devia ser escrita, para fins eleitorais:
LEI 6.091/1974
1,2) O art. 11, III, da Lei nº. 6.091, de 1974 dispõe sobre o crime de transporte
irregular de eleitores. Aqueles que promoverem o transporte de eleitores na
data do pleito sem a devida autorização e com a finalidade de obter vantagem
eleitoral com esse transporte podem ser sancionados com pena de quatro a
seis anos de reclusão e pagamento de 200 (duzentos) a 300 (trezentos) dias-
multa. Essa conduta não é incomum no Brasil, consideradas as dimensões
continentais. Pequenos benefícios, como o transporte para o cumprimento de
um dever imposto por lei podem ser o bastante para desvirtuar o voto do eleitor
beneficiado, afetando a lisura e a legitimidade do pleito e, por via de
consequência, a democracia representativa.
Em sua redação original, o crime de transporte irregular de eleitores era
apenado com detenção, de até dois anos, e pagamento de 200 a 300 dias-
multa. Frise-se que quando não há previsão expressa do mínimo da pena
aplica-se a previsão contida no art. 284 do Código Eleitoral, de modo que a
pena mínima, neste caso, seria de quinze dias de detenção. Quatro anos após
a publicação do Código Eleitoral, o Decreto Lei nº. 1.064 alterou as penas
previstas no art. 302. O crime de transporte irregular de eleitores passou a ser
sancionado com pena de reclusão, de 4 a 6 anos, além do pagamento de multa
de 200 a 300 dias-multa. A partir de 1974, a Lei 6.091 passou a tratar do
fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores residentes
nas zonas rurais, e dispôs, entre outros, sobre o crime de transporte irregular
de eleitores em seu art. 11, III. Manteve, todavia, a pena prevista no art. 302 do
Código Eleitoral, de 4 a 6 anos de reclusão, além do pagamento de 200 a 300
dias-multa. Cumpre observar que todas as leis e alterações no tipo penal de
transporte irregular de eleitores foram realizadas durante o período da ditadura
militar. O Decreto-lei 1.064, que especialmente agravou a pena prevista, foi
promulgado pela Junta Militar que governava o país, no uso das atribuições
que lhes conferiam os artigos 3º e 6º do Ato Institucional nº 16, de 14 de
outubro de 1969. Ademais, insta frisar que o art. 302 do Código Eleitoral
mantém sua vigência e tipifica condutas distintas das previstas na Lei 6.091, de
1974. Isto porque o art. 302 dispõe sobre a promoção de concentração de
eleitores sob qualquer forma, inclusive para o fornecimento gratuito de alimento
e transporte coletivo com o fim de impedir, fraudar ou embaraçar o exercício do
voto. O art. 11, inciso III, da Lei 6.091, de 1974, por sua vez, veda o
oferecimento de transporte de eleitores em desacordo com a legislação
eleitoral. O texto vigente atualmente, previsto no art. 11, inciso III, da Lei 6.091,
de 1974, assim dispõe: Art. 11. Constitui crime eleitoral: III - descumprir a
proibição dos artigos 5º, 8º e 10º; Pena - reclusão de quatro a seis anos e
pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código Eleitoral); Art. 5º
Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o
dia anterior até o posterior à eleição, salvo: I - a serviço da Justiça Eleitoral; II -
coletivos de linhas regulares e não fretados; III - de uso individual do
proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da sua família; IV
- o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não
atingidos pela requisição de que trata o art. 2º. Art. 8º Somente a Justiça
Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta carência de
recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta
hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário. Art. 10. É vedado aos
candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.
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