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NOTAS DE AULA

1° SEMANA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
GEOLOGIA
Prof. DOUGLAS CONSTÂNCIO
Téc. MIRIAN PATRICIA ZATTA

A – RESUMO DO PROGRAMA

- Mineralogia;
- Petrografia;
- Sedimentologia;
- Formação do solo;
- Geomorfologia;
- Mapas e Estruturas (Perfis);
- Métodos de Investigação do Subsolo;
- Geologia e Meio Ambiente;
- Materiais Naturais de Construção.

B – BIBLIOGRAFIA (Básica)

- GEOLOGIA GERAL
Viktor Leinz e Sérgio Estanislau do Amaral
Companhia Editora Nacional.

- GEOLOGIA GERAL
José Henrique Popp
Livros Técnicos e Científicos.

- GEOLOGIA PARA ENGENHEIROS CIVIS


José Carlos Rodrigues
Editora Mc Graw – Hill do Brasil Ltda.

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NOTAS DE AULA
1° SEMANA

- GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA


Nivaldo José Chiossi
Grêmio Politécnico.

- GEOLOGIA ESTRUTURAL APLICADA


Yociteru Hasui e José Augusto Mioto
ABGE –Votorantim.

- MANUAL DE MINERALOGIA
Cornelius S. Hurlbut Jr.
Livros Técnicos e Científicos Editora.

- CURSO PRÁTICO DE GEOLOGIA GERAL


Antenor Braga Paraguassu, Nilson Gandolfi e Paulo M. B. Landin
USP – São Carlos.

- GLOSSÁRIO GEOLÓGICO
Viktor Leinz e Othon Henry Leonardos
Companhia Editora Nacional

- DICIONÁRIO GEOLÓGICO – GEOMORFOLÓGICO


Antonio Teixeira Guerra
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

C – BIBLIOGRAFIA (Complementar)

- PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA DO SUBSOLO


Maria José C. Porto A. de Lima
Livros Técnicos e Científicos Editora S/A.

- GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA


Antonio Antenor Tognon
ABGE.

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1° SEMANA

- NORMAS TÉCNICAS DA ABNT E DA ABGE.

D – DIVISÃO DA GEOLOGIA

a) Geologia Teórica ou Natural;

b) Geologia Aplicada (Geotecnia ou Geologia de Engenharia).

Obs. Para Engenharia: FÍSICA + APLICADA


BÁSICO + GEOTECNIA

E – DEFINIÇÃO

GEOLOGIA é o estudo da Terra, sua origem, transformações, através da análise das rochas.

GEO – TERRA (Geologia aplicada a Engenharia Geotécnica)

LOGIA – ESTUDO (Engenharia Geotécnica)

F – DIVISÃO DA TERRA

Crosta ou litosfera
Manto

Núcleo

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1° SEMANA

Núcleo 3.300 km

Manto
2.900 km

Crosta ou Litosfera 60 km

G – CONSTITUIÇÃO DA TERRA

a) Crosta ou Litosfera:
- constituída pelo SIMA (silício + magnésio) e pelo SIAL (silício + alumínio);
ínio);
- temperatura: 800° a 1000° C

b) Manto:
- constituído de sulfetos e óxidos de ferro e magnésio;
- temperatura: 2000° C

c) Núcleo:
- constituído de níquel (Ni) e ferro (Fe);
- temperatura: 4000° C

H – GRAU GEOTÉRMICO

A cada 30 m de profundidade na Crosta Terrestre a temperatura aumenta em 1° C em


relação a Atmosfera.

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1° SEMANA

I – CAMADA GEOLÓGICA

Representa uma unidade Litológica da Crosta ou Litosfera.

....................................................
........................................................
........................................................ A
......................................................
_____________________________
______________________________
_____________________________
______________________________ B
+++++++++++++++++++++++++
+++++++++++++++++++++++++ C

J – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CROSTA TERRESTRE (%)

Segundo Clark:

ELEMENTO PESO VOLUME


O 46,6 91,77
Si 27,7 0,80
Al 8,1 0,76
Fe 5,0 0,68
Ca 3,6 1,48
Na 2,8 1,60
K 2,6 2,14
Mg 2,1 0,56
Total 95,5 % 99,79 %

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1° SEMANA

K – MATERIAIS FORMADORES DA CROSTA TERRESTRE

Principais:
1) Minerais

2) Rocha
2.1) Rocha Ígnea ou Magmática
2.2) Rocha Sedimentar
2.3) Rocha Metamórfica

3) Solo
3.1) Solo Residual
3.2) Solo Transportado

4) Material em estado Amorfo

5) Mineralóide

6) Minério.

1-MINERAL

É um elemento químico ou uma combinação química formado por um processo


inorgânico natural o qual possui uma estrutura cristalina, ou seja, tridimensional ordenada,
portanto sua estrutura possui uma forma geométrica definida.
Ex.: quartzo, feldspato, mica, calcita

Obs. Todo mineral pode apresentar a sua estrutura molecular possível de observar a olho nú,
quando isto ocorre denominamos de Cristal.

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1° SEMANA

2-ROCHA

É o agrupamento de um ou mais tipos de minerais. Podem ser classificadas quanto a:

2.1 Presença de minerais:


- Uniminerálicas: formadas por um só tipo de mineral.
Ex.: calcário, mármore

- Pluriminerálicas: formadas por 2 ou mais tipos de minerais.


Ex.: granito, gnaisse

2.2 A origem:

- Rochas ígneas ou magmáticas: formada pelo resfriamento do magma (lava de vulcão) em


contato com a atmosfera (água ou ar) ou no interior da crosta terrestre.
Ex.: basalto, diabásio, granito

- Rochas sedimentares: formadas pelo acúmulo de solo, matéria orgânica ou pela


precipitação de substâncias químicas em bacias de sedimentação.
Ex.: arenito, siltito, argilito, gipsita, coquina, folhelho

- Rochas metamórficas: são originadas de rochas pré-existentes que sofreram a ação dos
agentes do metamorfismo (altas pressões e altas temperaturas) ocorrendo uma alteração
em sua estrutura e composição mineralógica.
Ex.: gnaisse, mármore

3-SOLO

É o resultado final da decomposição de rochas ou dos minerais pela ação dos agentes
do intemperismo. Estão divididos em 2 grupos básicos:

- Solo residual: é o material que se decompõe e permanece no mesmo local onde sofreu sua
decomposição.

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1° SEMANA

- Solo transportado: é o material intemperizado que sofreu um transporte natural pela ação
dos agentes geológicos.
Ex.: solo de aluvião ou aluvionar, solo de coluvião ou coluvionar, solo de talus, solo glacial,
solo eólico.
Obs. Também temos o solo orgânico que é constituído por matéria orgânica,
fundamentalmente vegetal.

4-MATERIAL EM ESTADO AMORFO

É um elemento químico ou uma combinação química, formada por um processo


inorgânico natural, mas não possui uma estrutura tridimensional ordenada cristalina.
Ex.: ágatas, sílex, calcedôneas.

5-MINERALÓIDE

É um elemento químico ou uma combinação química, formada por um processo


orgânico natural.
Ex.: petróleo, âmbar, pedra no rim

6-MINÉRIO

É todo o material (mineral, rocha ou solo) que tenha um aproveitamento industrial ou


comercial. Portanto:

SOLO + ROCHA + MINERAL = MATERIAL NATURAL DE CONSTRUÇÃO

Obs.
É verdade que experiência em Geologia (Geotecnia) não se transfere, mesmo que se
queira, mas adquire-se na vida prática pela vivência.
Também é importante se ter bons mestres, como tudo na vida.

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2° SEMANA

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GEOLOGIA
Prof. DOUGLAS CONSTÂNCIO
Téc. MIRIAN PATRICIA ZATTA

MINERAIS (MINERALOGIA)

1-DEFINIÇÃO

Mineralogia: é a ciência que estuda os minerais.

Mineral: é um elemento químico ou uma combinação química, formado por um processo


inorgânico natural, com fórmula química definida e possui estrutura cristalina, ou seja,
estrutura tridimensional ordenada.

Cristal: é quando o mineral apresenta externamente sua estrutura molecular.

2-ORIGEM

– Resfriamento do magma (lava de vulcão);


– Resfriamento de soluções ou gases magmáticos;
– Evaporação de soluções salinas;
– Reações entre substâncias.

3-IDENTIFICAÇÃO

- Cristalografia por difração de raio X;


- Microscopia cristalográfica;
- Análise química;
- Propriedades (físicas e químicas).

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2° SEMANA

4-PROPRIEDADES FÍSICAS (possíveis de identificação a olho nú)

- Clivagem;
- Fratura;
- Dureza;
- Escala de Mohs (relativa):
- 1 talco
- 2 gipso
- 3 calcita
- 4 fluorita
- 5 apatita
- 6 ortoclásio
- 7 quartzo
- 8 topázio
- 9 corindon (água marinha, safira, rubi)
- 10 diamante
- Tenacidade;
- Peso específico ou Densidade relativa;
- Propriedades que dependem da luz (brilho, traço, cor);
- Magnetismo.

5-PROPRIEDADES QUÍMICAS

Dissolução dos calcários (carbonatos de cálcio) por ácidos (ácido clorídrico).

Ex.:

CaCO3 + HCl = CaCl2 + H2O + CO2

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2° SEMANA

6-ALGUNS DOS PRINCIPAIS MINERAIS

- Quartzo (SiO2);
- Feldspato (ortoclásio ou plagioclásio);
- Mica (muscovita ou biotita);
- Calcita (CaCO3);
- Hematita ( minério de ferro);
- Pirita (minério de ferro);
- Talco (pedra sabão);
- Gipso;
- Barita.

7-ESCALA PRÁTICA PARA DETERMINAÇÃO DA DUREZA

Unha – 2,5
Moeda – 3,0
DUREZA
Canivete – 5,0 Baixa – 1 à 2
Média – 3 à 5
Vidro – 5,5
Alta – 6 à 10
Porcelana – 6,0
Quartzo – 7,0

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3° SEMANA

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GEOLOGIA
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Téc. MIRIAN PATRICIA ZATTA

ROCHAS (PETROGRAFIA)

1-DEFINIÇÃO

È o agrupamento de um ou mais tipo de mineral. As rochas podem ser:

a) Uniminerálicas: formadas por um só tipo de mineral;


Ex.: mármore (calcita)

b) Pluriminerálicas: formadas por dois ou mais tipos de minerais.


Ex.: granito (quartzo, feldspato e mica)

2-TIPOS DE ROCHAS

2.1 Rochas Ígneas ou Magmáticas (Primárias)

- É o material resultante do resfriamento do magma em contato com a atmosfera (água ou


ar);

- O magma (lava de vulcão) é o material de característica plasto-viscosa, que ocorre abaixo


da crosta a altas temperaturas, composto por:
- Componentes voláteis: H2O, CO2, Co, N2, H2, SO3;
- Componentes não voláteis: O, Si, Fe, Mg.

2.1.1 Tipos de magma:

- Magma básico (superfície): maior concentração de Fe, Mg e uma menor


concentração de SiO2;

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3° SEMANA

- Magma ácido (profundidade): maior concentração de Al, Na, K, e de SiO2.

2.2 Tectônica de Placas ou Teoria das Placas

2.2.1 Conseqüências do movimento das Placas:

- Vulcanismo: podemos definir como a subida do magma (lava) até a superfície da crosta;

- Plutonismo: é o magma (lava) que não consegue ser expelida (lançada na superfície) e
resfria-se no interior da crosta.

2.3 Classificação quanto à Gênese ou Origem

2.3.1 Rochas Extrusivas ou Vulcânicas

É o magma que sofre o seu resfriamento em contato com o ar ou água, na superfície da


crosta.

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3° SEMANA

Ex.: Basalto:
- resfriamento rápido;
- minerais de tamanho microscópio;
- Rc = 800 kgf/cm2 (resistência à compressão simples)
- Cor escura (preta).

2.3.2 Rochas Hipo-abissais

É o magma que sofre o seu resfriamento no interior da crosta em profundidades


intermediárias (+/- 50 m).
Ex.: Diabásio
- resfriamento lento;
- minerais de pequeno tamanho, mas possíveis de observar a olho nú.
- Rc = 1200 à 1700 kgf/cm2 (resistência à compressão simples)
- cor cinza escura.

2.3.3 Rochas Intrusivas ou Plutônicas

É o magma que sofre o seu resfriamento a grandes profundidades (+/- 300 m).
Ex.: Granito
- resfriamento muito lento;
- minerais bem desenvolvidos;
- Rc = 2500 kgf/cm2 (resistência à compressão simples)
- cor clara.
Obs.
Quanto mais lento e profundo for o resfriamento do magma, mais desenvolvido será os
minerais que a constitui, consequentemente, maior a resistência à esforços mecânicos de
compressão a rocha terá.
2.4 Modos de ocorrência do Magma na Crosta
- derrame;
- sill;
- dique;
- batolito (stokes).

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3° SEMANA

Observação:


BASALTO VESICULAR (ÁGUA)
SUPERFÍCIE
BASALTO COLUNAR OU PRETO (AR) Superfície da Crosta
_________________________________________________________
Interior da Crosta
DIABÁSIO

GRANITO

INTERIOR

↓ PEGMATITO

Obs. As rochas mais utilizadas como Brita dentro da Engenharia Civil são:
- basalto colunar;
- diabásio;
- granito.

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4° SEMANA

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GEOLOGIA
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Téc. MIRIAN PATRICIA ZATTA

ROCHAS SEDIMENTARES

1-DEFINIÇÃO

È o estágio final de um conjunto de processos naturais que vão da decomposição da


rocha pré-existente até o seu transporte e sedimentação.

2-INTEMPERISMO

É um conjunto de processos naturais que ocasiona a desintegração e a decomposição


de rochas e minerais por ação dos agentes atmosféricos e biológicos.

3-AGENTES DE INTEMPERISMO

São divididos em 2 grupos:

a) Físicos

- variação de temperatura;
- congelamento da água;
- cristalização dos sais;
- ação física dos vegetais.

b) Químicos

- hidrólise;
- hidratação;
- oxidação;
- carbonatação;
- ação química dos organismos e das matérias orgânicas.

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4° SEMANA

4-FATORES QUE INFLUENCIAM NO INTEMPERISMO

- Clima;
- Topografia;
- Tipo de rocha;
- Vegetação (capeamento natural).

5-HORIZONTES DE INTEMPERISMO

São as fases de transformação que uma rocha ou material pré-existente sofre quando
submetido aos efeitos dos agentes do Intemperismo.

______________________________________

- Restos vegetais
SOLO ORGÂNICO
______________________________________
- Resíduos sendo possível observar os
SOLO RESIDUAL
fragmentos de quartzo
______________________________________

- Solo de rocha podre, com


SOLO SAPROLÍTICO
vestígios da estrutura da rocha
______________________________________
- Rocha podre, que conserva as
SAPROLITO
características da rocha original, porém
desagregável.
______________________________________

ROCHA ALTERADA - Rocha intensamente fraturada


(no regime de fadiga)
______________________________________

ROCHA SÃ - Com suas características inalteradas


______________________________________

6-CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

- Origem química;
- Origem mecânica;
- Origem orgânica.

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4° SEMANA

6.1-Origem Mecânica (clástica)

Consiste na lenta compactação dos extratos de sedimentos que tende a comprimir os


grãos, produzindo embricamento (união de grãos ou formação de uma estrutura) dos mesmos
e agregação.

Ação dos agentes


Intemperismo geológicos (água
ou de rios, vento,
Meteorização gelo, chuva) Deposição

→ → →
Rocha Sã ou Solo Solo
Pré-existente Residual Transportado Sedimento

Diagnese:


-Litificação;
-Compactação;
Cimentação

Rocha
Sedimentar

- Litificação: deposição em camadas ou estágios superpostos.

Extratos ou Camadas

- Compactação: compactação lenta e natural pelo peso próprio das partículas (solo).

Extratos ou Camadas

- Cimentação: cimento natural que proporciona coesão (colagem) à futura rocha.

Cimento natural

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4° SEMANA

Ex.:
- Conglomerado: partículas >2,0 mm;
- Arenito: partículas entre 2,00 à 0,062 mm;
- Siltito: partículas entre 0,062 à 0,002 mm;
- Argilito: partículas < 0,002 mm;
- Varvito de Itu;
- Siltito Argiloso.

6.2-Origem Química

Rochas inorgânicas que se formam através da precipitação de soluções químicas em


bacias de sedimentação.

ANTES:

N.A.

Materiais em suspensão: Bacia


sais dissolvidos

DEPOIS:
Água evapora

Água infiltra

Rocha Sedimentar

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4° SEMANA

Ex.:
- Calcáreo;
- Gipsita.

6.3-Origem Orgânica

Acúmulo de animais, vegetais, ou seja, matéria orgânica de natureza diversa, que


encontram condições favoráveis de formação, tais como, pântano, fundo do mar ou rios, onde
se acumulam.

Matéria orgânica
morrem

Depositam

Fundo do
Pântano

Formam a Rocha
Sedimentar

Ex.:
- Folhelho Betuminoso (restos vegetais);
- Coquina (restos de concha).

7-ROCHAS SEDIMENTARES DE APLICAÇÃO NA ENGENHARIA

- Arenito (calçamento) Rc= 250 kgf/cm2;


- Varvito de Itú (piso de piscina, revestimento interno);
- Calcáreo (fábrica de cimento);
- Gipsita (gesso, cimento Portland).

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5° SEMANA

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ROCHAS METAMÓRFICAS

1-DEFINIÇÃO

São aquelas originadas de outras rochas que sofreram a ação de altas pressões e
elevadas temperaturas, ou tiveram contato com gases e líquidos magmáticos.
Ex.:
Arenito (Sedimentar) Quartzito (Metamórfica);

Cálcáreo (Sedimentar) Mármore (Metamórfica);

Granito (Magmática) Gnaisse (Metamórfica)

2-METAMORFISMO

São fenômenos naturais que provocam alteração na estrutura, como também na


composição mineralógica da rocha original (magmática e sedimentar).

Metamorfismo

Esmagamento

Metamorfismo

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5° SEMANA

3-TIPOS DE METAMORFISMO

a) Cataclástico: ação de altas pressões dirigidas que provocam mudanças na estrutura da


rocha original;
Ex.: Cataclasito, Milonito.

b) Termal (Contato): ação de altas temperaturas (transferência de calor de massas


magmáticas) que provocam mudanças na composição da rocha original (recristalização).
Ex.: Mármore

Sedimento ou Rocha Sedimentar

Metamorfismo de
Contato

Transferência de calor forma a


nova rocha Metamórfica

Magma

c) Dinamotermal: ação de altas pressões + pressões dirigidas que provocam alterações na


estrutura e na composição mineralógica da rocha original.
Ex.: Itacolomito, Itabirito, Xisto, Filito, Ardósia.

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5° SEMANA

d) Plutônico: ação de altas temperaturas + pressões confinantes (hidrostática) que provocam


alterações na estrutura e na composição mineralógica da rocha original.
Ex.: Granulito, Eclogito.

4-ROCHAS MAIS EMPREGADAS NA ENGENHARIA CIVIL

- Gnaisse: brita, fachada de residência;


- Ardósia: piso, fachada (revestimento externo e interno);
- Itacolomito (pedra mineira): piso, fachada;
- Mármore: piso, revestimento (externo e interno), lajes polidas (pia).

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6° SEMANA

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FORMAÇÃO DO SOLO

1-SOLO RESIDUAL

É o resíduo final da decomposição da rocha, ficando somente vestígio de quartzo


quando a rocha o possui em sua constituição.
Ex.:
- Basalto decomposição Terra roxa (argila vermelha);
- Calcário decomposição Argila branca, cinza, clara;
- Granito decomposição Areia fina silte argilosa micácea

2-SOLO TRANSPORTADO

É o material proveniente do transporte de solo residual + solo saprolítico + matéria


orgânica, pela ação dos agentes geológicos ou agente de dinâmica interna (transporte), para as
Bacias de Sedimentos.

2.1- Tipos de Solos Transportados

a) Solo de aluvião ou aluvionar: é o material depositado pela ação do transporte de água de


um rio em épocas de cheias, onde o volume de água aumenta, atingindo as baixadas
marginais. Quando o mesmo retorna a sua normal, provoca a deposição do material
transportado (sólido).

Ex.: Transporte de partículas:


- Solução: íons de sódio, cálcio, fosfato;
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6° SEMANA

- Suspensão: partículas finas;


- Rolamento: partículas maiores no fundo do leito (areia até 0,2 mm);
- Saltação: bate no fundo e salta (assim sucessivamente);
Ex.: seixos rolado.

ROCHA SÃ SOLO RESIDUAL SOLO TRANSPORTADO


Intemperismo Agentes
Geológicos

ANTES
CHUVA
NA

Baixada ou Marginais

DURANTE
CHUVA

Partículas em transporte

DEPOIS
CHUVA
NA

Vento

b) Solo Eólico: parte de camadas de alta pressão para as camadas de baixa pressão. A ação
do vento provoca erosão e transporte de partículas e quando se dá a diminuição de
velocidade temos o depósito do material.

27
6° SEMANA

Em resumo:
Erosão Corrosão;
Transporte Suspensão, rolamento, saltação;
Deposição Depósitos eólicos;

Vento

Depósitos
Deposição

Solo eólico

Ex.:
- Areia do deserto conseqüência do desgaste de paredões rochosos;
- Dunas são depósitos de material de granulação uniforme (areia);
- Locais no Brasil Cabo Frio, Lagoa dos Patos, Lagoa de Abaeré, Vila Velha.

c) Solo Glacial: as geleiras tem poder de erosão e transporte muito maior que dos rios e,
consequentemente, maior deposição. Os materiais de locais de antigas geleiras vem sendo
transportado durante a ação do degelo e funciona como uma lixa que vai raspando os
materiais (intemperizando-os) em regiões topograficamente bem caracterizadas. Portanto,
das regiões mais altas , grandes blocos desagregam-se e descem para regiões mais baixas.
O gelo se liqüefaz e forma depósitos glaciais, os quais são constituídos por materiais mais
resistentes, não ocorrendo o intemperismo químico.
Ex.:
- Varvito de Itú ou Siltito argiloso (depósito glacial mais famoso do Brasil)

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6° SEMANA

Material intemperizado + Blocos de rocha

Degelo

Pé de elevação

Solo glacial

O solo de aluvião pode também se formar nos momentos em que o curso do rio sofre
diminuição de velocidade, ou seja, em seus meandros.

Erosão
Depósito
Solo de aluvião

Erosão
Depósito

d) Solo Coluvial (Creeping): solo residual que escorrega lentamente na proporção de 1 à 3


cm de espessura ao ano. Seu transporte se dá em regiões altas para as baixas pela ação da
gravidade.
Ex.: Serra do Mar.

29
6° SEMANA

Solo residual ou intemperizado

Elevação Transporte lento

Solo coluvial

Pé de elevação

e) Solo de Talus: material intemperizado + blocos de rocha que sofrem um transporte rápido
( desmoronamento) das regiões altas para as baixas.
Ex.: Curva da Onça (Rodovia Anchieta)

Transporte rápido
(desmoronamento)

Material extremamente heteregêneo


Talus

Obs. Ação geológica dos organismos

f) Carvão: originam-se de vegetação continental (matéria orgânica) que sujeita a processos


químicos vai transformando a celulose em carvão, através da perda progressiva de
oxigênio e hidrogênio e a crescente concentração de carbono.

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6° SEMANA

MATÉRIA ORGÂNICA Celulose CARVÃO


Turfa
Linhito

Uma espécie de argila orgânica que não dá suporte para fundações.

3- CLASSIFICAÇÃO DO SOLO QUANTO A GRANULOMETRIA

- Pedregulho ou Cascalho: > 2,00 mm;


- Areia (fina, média ou grossa): 2,00 a 0,062 mm;
- Silte: 0,062 à 0,002 mm;
- Argila: < 0,002 mm.

4- CLASSIFICAÇÃO DO SOLO PARA TERRAPLANAGEM

- Material de primeira;
- Material de segunda;
- Material de terceira.

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7° SEMANA

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MATERIAIS NATURAIS DE CONSTRUÇÃO

1-DEFINIÇÃO

ROCHA SOLO
Decomposição

2-APLICAÇÃO DAS ROCHAS (Geologia)

- Barramento de rios (enrocamento);


- Canais (rip-rap);
- Gabiões;
- Base de rodovias e ferrovias;
- Revestimento, piso, lajes polidas;
- Agregado graúdo (brita).

3-APLICAÇÕES DOS SOLOS (Mecânica dos Solos e Materiais de Construção)

- Argilas: cerâmica, aterro, cortinas de vedação;


- Areias: agregado miúdo, asfalto,

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7° SEMANA

4-JAZIDAS (Pedreiras)

Para a exploração de uma pedreira ou um depósito de argila ou areia ou até cascalhos,


estes dependem de 3 fatores básicos:

- Qualidade do material;
- Volume de material útil;
- Transporte.

Obs. Meio Ambiente.......

4.1-Qualidade do Material

Está relacionado com a finalidade, ou seja, a sua utilização (propriedades geológicas,


físicas e mecânicas).

4.1.1-Propriedades Geológicas

- Grau de alteração dos minerais;


- Textura e estrutura;
- Propriedades químicas;
- Reatividade com cimento (alto teor de sílica);
- Ciclagem (ação ao Intemperismo).

Ex.: Composição mineralógica:


- Peso específico:
- granito 2,6 t/m3
- basalto 2,9 t/m3
- hematita 6,5 t/m3

4.1.2-Propriedades Físicas (Propriedades índices)

- Peso específico aparente seco;

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7° SEMANA

- Peso específico aparente saturado;


- Peso específico natural;
- Absorção de água;
- Porosidade aparente;
- Umidade natural;
- Grau de saturação.

4.1.3 Propriedades Mecânicas

- Resistência à compressão simples ou uniaxial (kgf/cm2);


- Resistência à compressão puntiforme (kgf/cm2);
- Resistência à tração ou compressão diametral (kgf/cm2);

Obs. Ainda temos mais 2 propriedades que são verificadas: dilatação térmica e a
resistência ao choque.

4.2-Volume do Material

Deve-se ter um volume maior ou igual para uma exploração de no mínimo 50 anos e a
área explorada deverá ser reconstituída quanto a degradação ambiental.

- Mapeamento superficial Levantamento topográfico;


- Sondagem (perfuração) Percussão (solo);
Rotativa (rocha);
- Cubagem = vida útil de 50 anos.

4.3-Transporte

É de fundamental importância a localização geográfica da jazida, uma vez que, se as


distâncias do depósito até os centros consumidores for considerável, este material se torna
anti-econômico.

34
7° SEMANA

5-PROPRIEDADES MECÂNICAS

5.1 Resistência à Compressão Simples ou Uniaxial


Utilizamos corpos de prova cilíndricos ou testemunhos de sondagens rotativa (C.P.).

CP

l l/d = 2,5 = +/- 10%

l = comprimento
d = diâmetro

Prato da prensa

CP RC = Carga de Ruptura (P)


Área do CP (π . d2 / 4)

RC = kgf / cm2
P

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7° SEMANA

5.2-Resistência à Compressão Puntiforme

P - fixo
Esfera de aço - ∅ 1,00 cm

d d
Amostra irregular

P - móvel Macaco hidráulico


Manômetro

Ma

Is = P
d2
onde:
d = distância entre as esferas;
Is = índice de resistência à compressão puntiforme;
P = carga de ruptura;

Obs. Quando for utilizado corpo de prova cilíndrico, devemos considerar:


- l/d = 1,1 +/- 5% (quando ensaiado ao longo do comprimento);
- l/d ≥ 1,4 (quando ensaiado ao longo do diâmetro).

36
7° SEMANA

5.3-Resistência à Compressão Diametral (Resistência à tração – Ensaio Lobo Carneiro)

P
Prato da prensa

D Corpo de prova cilíndrico

l/d ≥ 1,4
P

Rt = 2xP
πxdxl
onde:
- P = carga de ruptura;
- d = diâmetro;
- l = comprimento.

Obs. Para avaliar o valor aproximado da resistência à compressão simples (Rc), podemos
utilizar a relação desenvolvida pelo IPT:

Rc = 16 x Is
Onde:
- Is = índice de resistência a compressão puntiforme

37
7° SEMANA

6-PROPRIEDADES (Índices físicos)

São tomadas 6 amostras de rocha (∅ 2 a 3”) aparente no campo em seu estado natural
para determinação:

- Peso D: fragmento pesado em seu estado natural (PESO NATURAL);


- Peso A: fragmento após secagem em estufa com temperatura de 100 a 110° C por um
período mínimo de 24 h (PESO SECO);
- Peso B: fragmento após imersão em água por um período mínimo de 48 h (PESO
SATURADO);
- Peso C: peso submerso em água após saturação de 48 hs., utilizando a balança hidrostática
(PESO IMERSO)

Com os valores acima obtemos as propriedades índices ou os índices físicos das


rochas que estão abaixo calculados:

a) Peso Específico Aparente Seco (γs):

PesodosSólidos A g
γs = γs =
B − C cm
3
VolumeTotal

b) Peso Específico Aparente Saturado (γsat):

B g
γsat = ( 3)
B − C cm

c) Peso Específico Aparente Natural (γnat):

D g
γnat = ( 3)
B − C cm

d) Porosidade Aparente (n):

38
7° SEMANA

VolumedeVazios B−A
n= ⋅ 100 n= ⋅ 100(%)
VolumeTotal B−C

e) Absorção de Água (ab);

Pesodeáguaabsorvida B−A
ab = ⋅ 100 ab = ⋅ 100(%)
PesodosSólidos A

39
7° SEMANA

EXERCÍCIOS DE GEOLOGIA

1- Duas amostras de rocha do tipo Basalto foram submetidas a um ensaio de resistência à


compressão simples, como mostra tabela abaixo:

CP DIÂMETRO (cm) COMPRIMENTO CARGA DE


(cm) RUPTURA (kgf)
01 3,0 8,2 12500
02 2,5 6,8 13100

Pede-se: calcular a resistência à compressão simples para as amostras que satisfazerem a


relação comprimento/diâmetro.

2- Três amostras irregulares de rocha do tipo Granito foram ensaiadas à compressão


puntiforme, como mostra a tabela abaixo:

AMOSTRA d (cm) CARGA DE


RUPTURA (kgf)
01 4,2 1280
02 4,8 1250
03 5,1 1230

Pede-se:
a) calcular a resistência à compressão puntiforme;
b) calcular o valor aproximado da resistência à compressão simples.
d = distância entre as esferas
utilizar a relação: Rc = 16 x Is, onde:
-Rc = resistência à compressão simples;
-Is = índice de resistência à compressão puntiforme.

40
7° SEMANA

3- Duas amostras de rocha foram ensaiadas à resistência à compressão diametral como


mostra o quadro abaixo:

CP DIÂMETRO (cm) COMPRIMENTO CARGA DE


(cm) RUPTURA (kgf)
01 3,0 8,2 6580
02 2,5 6,8 5750

Pede-se: calcular a resistência à compressão diametral para as amostras que satisfazem a


relação comprimento/diâmetro.

4- Cinco amostras de uma mesma rocha foram pesadas conforme a tabela abaixo:

CP PESO SECO PESO SATURADO PESO SUBMERSO


(g) (g) (gf)
01 287,0 299,6 197,5
02 269,3 272,4 179,2
03 263,9 266,4 175,3
04 238,6 241,1 158,3
05 330,0 333,5 219,2

Sabendo-se:
- absorção de água é a relação entre o peso da água absorvida e o peso dos sólidos;
- porosidade aparente é a relação entre o peso de água absorvida e o volume da amostra;
- o peso específico aparente seco é a relação entre o peso dos sólidos e o volume da
amostra.

Pede-se: calcular os valores destas propriedades para cada uma das amostras.

41
8ªsemana

MAPEAMENTOS E PERFIS GEOLÓGICOS

1.MAPAS
São levantamentos plani-altimétricos topográficos os quais são constituídos por:

a) Escala reduzida
b) Indicação do norte
c) Data do levantamento
d) Linhas limites ou de contorno
e) Aspectos de interesse (estradas, rodovias, ferrovias, etc.) onde representamos o
relevo, ou seja, as feições morfológicas da crosta.

Exemplo:

2.ESCALAS
As medidas efetuadas no terreno, para serem colocadas no mapa, sofrem uma redução
aritmética, onde é denominada “Escala do Mapa”.
A escala pode ser representada numericamente ou graficamente. No primeiro caso, a
representação é feita por uma fração, como por exemplo: 1/50.000. Isto indica que uma
distância entre dois pontos quaisquer, medidos no mapa, é 1/50.000 da distância real
entre dois pontos do terreno que lhes são correspondentes nas escalas gráficas. A
relação das distâncias estão reduzidas proporcionalmente em um segmento de reta que
serve como padrão.

3.REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
a)Tipos de mapeamentos

GEOLÓGICO: são aqueles onde se encontram assinalados, por intermédio de legendas,


não só diferentes corpos rochosos existentes numa determinada região, como também
suas estruturas geológicas. É elaborado a partir de um mapa topográfico, onde são
colocados os limites (linhas de contato) das diferentes litologias e suas estruturas,
utilizando-se para isso símbolos gráficos ou cores diversas.
8ªsemana

PEDOLÓGICO: neste tipo de mapeamento só levamos em consideração a camada


superficial da crosta, ou seja, o solo e seus horizontes

b)Símbolos geológicos comuns (alguns exemplos);

4.Tabela de Tempo Geológico:


8ªsemana

Anos
Duração Atrás
Eon Era Período Época Idade
(106 anos) (106
anos)
Holoceno 0,011
Quaternário
Pleistoceno 2 2
Plioceno 11 13
Cenozóico Mioceno 12 25
Terciário Oligoceno 11 36

Eoceno 22 58
Paleoceno 5 63
Eon Geológico

Cretáceo 72 135
Mesozóico Jurássico 45 180
Triássico 50 230
Permiano 50 280
Carbonífero 60 340
Devoniano 60 400
Paleozóico
Siluriano 30 430
Ordoviciano 70 500
Cambriano 70 570
Superior 750 750
Pré
Médio 1150 1150
Cambriano
Inferior 2000 4500
Fronteira
Eon Cósmico
8ªsemana
8ªsemana
8ªsemana

Espessura
Período Grupo Formação Litologia s Usuais
no E.S.P
Q Várzeas fluviais
Aluviões Cascalhos e argilas
marinhos
Cenozóico T São Paulo
Taubaté Argilas variegadas e arenitos limonitas 300

Arenitos, siltitos e conglomerados com cim.


Bauru Bauru 300
Calcífero
K Serra Geral Derrames de basalto e intrusões de diabásio 1500

Mesozóico São Bento Botucatu Arenitos c/ estratificação cruzada (eólicos) 120


J Pirambóia Arenitos (fluvi-lacustres) 300
Tr
P Passa Dois Rio Rastro Siltitos arroxeados
Estrada Nova Folhelhos Piro-betuminosos, calcários 800
Irati
C Tubarão Tatuí Tilitos, arenitos, varvitos (fluvio glacial)
Itararé 1300
Paleozóico Aquidauana
D Paraná Furnas arenito (marinho) 150
S
O NÃO HÁ EVIDÊNCIA DE OCORRÊNCIA

São Roque
m Quartizitos, filitos, micaxistos, calcários metamórficos,
Pré Embasamento
i gnaisses, migmatitos, granitos
Cristalino
8ªsemana

O estado de São Paulo, em termos geológicos, encontra-se na porção sul do núcleo oriental e
na porção nordeste da bacia do Paraná.
Ocorrem no estado tanto rochas do escudo cristalino, numa faixa de 90 á 150 Km de largura, a
qual acompanha toda a costa Atlântica, como rochas sedimentares pertencentes à bacia do
Paraná e que se estendem por cerca de 4/5 do território.
Do mapa geológico em anexo temos (folha 4)

a)Embasamento Cristalino:
O embasamento cristalino originou-se no Pré-Cambriano inferior e todas as suas rochas são
antiquíssimas, com mais de 2,6 bilhões de anos sendo representado por granitos, gnaisses e
migmatitos.

b)Grupo São Roque:


O grupo São Roque localiza-se nos bordos e sobre alguns pontos de Embasamento Cristalino,
tendo como característica principal rochas metamórficas e uma intensa mineralização. A
litologia característica são os filito, xistos, calcários, quartizitos.

c)Grupo Paraná:
Tal grupo formou-se no Devoniano e tem características marinhas: as águas do mar
invadiram as terras, formando um mar mediterrâneo raso que se entulhou com sedimentos
marinhos. Como exemplo deste grupo citam-se as rochas de Vila Velha, próximo a Ponta
Grossa (PR).

d)Grupo Tubarão:
O grupo Tubarão caracteriza uma das maiores glaciações da qual se tem conhecimento. Tal
glaciação teve início no Carbonífero e se estendeu até a metade inferior do Permiano, razão
pela qual também é conhecida como glaciação Permo-Carbonífera.

e)Grupo Passa Dois:


Tal período formou-se na parte superior do Permiano e tem como característica o clima que
foi gradativamente passando para temperado e subtropical. As formações mais importantes
de tal grupo são Irati, Estrada Nova e Rio do Rastro. A litologia da formação Irati é de
calcáreos e folhelhos piro-betuminosos que se constituem numa importante reserva de
combustíveis a serem exploradas futuramente; a formação Estrada Nova é de siltitos roxos.
8ªsemana

f)Grupo São Bento:


O grupo São Bento teve início no Triássico, estendeu-se pelo Jurássico e terminou na parte
inferior do Cretáceo. Houve mudança gradual do clima; no Triássico o clima ainda era úmido
e correspondendo a esse período há a formação Pirambóia* que se caracteriza por arenitos
fluvio-lacustres.
No Jurássico, o clima se tornou árido surgindo no Sul do Brasil um imenso deserto, ao qual
corresponde a formação Botucatu, que é caracterizada por arenitos com estratificação cruzada,
de origem eólica. No fim do Jurássico e no começo do Cretáceo, ocorreram extensos
derrames de basalto que se espalharam por toda parte sul do país e em São Paulo na sua
porção centro oeste. A formação Serra Geral** é constituída por diversos derrames
superpostos uns aos outros, num total de 25. Entre 2 derrames podem ocorrer camadas
intercaladas de arenitos, denominadas “intertrapp”.

g)Grupo Bauru:
No fim do Cretáceo, com a predominância de ambientes fluvio-lacustres houve a deposição
de arenitos calcíferos que capearam quase toda formação Serra Geral, dando origem a
formação Bauru. Em fundos de vales como os do rio Tietê, Paraná e Paranapanema, o arenito
foi erodido, aflorando aí o basalto subjacente.

h)Terciário:

No Terciário houve a formação de bacias sedimentares sobre Embasamento Cristalino.


Dentre elas citam-se:

1-Formação São Paulo:

Esta formação foi produzida pelo represamento de um grande lago que se estendeu desde as
imediações de Osasco até Mogi das Cruzes. O lago assoreou-se totalmente com sedimentos
trazidos pelo rio Tietê, Paraitinga e Paraibuna; tal depósito foi posteriormente re-trabalhado
pelo próprio rio Tietê. É constituída por arenitos compactos, argilitos duros e na base, por
conglomerados. Tais sedimentos podem se apresentar limonitizados.
8ªsemana

2-Formação Taubaté:

Esta formação originou-se pelo represamento natural do rio Paraíba do Sul à partir de
Cruzeiro e seu posterior atulhamento e retrabalhamento quando o rio venceu o obstáculo que
o detinha.

i)Quaternário:
Caracteriza-se pelas formações mais recentes como os aluviões marinhos (praias e manques) e
os fluviais (várzeas de rios). Estão em fase de deposição ou retrabalhamento.
9ªsemana

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
GEOLOGIA
Prof. DOUGLAS CONSTÂNCIO
Téc. MIRIAN PATRICIA ZATTA

SONDAGEM A PERCUSSÃO
METODOLOGIA DE CAMPO

1 OBJETIVO

- Retirada de amostra de solo semi-deformada de metro a metro;


- Determinação da resistência do solo, através da determinação do SPT;
- Obtenção do perfil geotécnico do subsolo;
- Encontro do N.A. (nível d’ água) estável.

2 EQUIPAMENTO E EQUIPE

- Tripé,
- Haste;
- Tubo de revestimento;
- Reservatório d’água;
- Peso de 65 kg;
- Trépano ou broca de lavagem;
- Barrilete amostrador padrão;
- Conjunto moto-bomba;
- 03 pessoas: 1 sondador e 2 ajudantes.

51
9ªsemana

Detalhe do barrilete amostrador padrão

∅ interno – 34,9 mm

∅ externo – 50,8 mm
bi-partido

Bi-partido

Despreza
15 cm

Últimos 30 cm
45 cm
15 cm representa a
amostra semi-
deformada

15 cm

Solo

3 SPT – STANDARD PENETRATION TEST

È o número de golpes necessários para a cravação dos últimos 30 cm de um barrilete


amostrador padrão, por um peso de 65 kg, solto a uma altura de 75 cm em queda livre.

52
9ªsemana

NÚMERO DE GOLPES (sem escala)

1° S
15 cm 4 golpes - despreza

15 cm 2° S 5 golpes

SPT
11 golpes
15 cm 3° S 6 golpes

solo

4 QUANDO INTERROMPER A SONDAGEM

- Quando encontramos o topo rochoso ou matacão de natureza rochosa;


- Quando por 3 trechos consecutivos forem necessários mais de 45 golpes para a cravação
de 5,0 cm do barrilete amostrador padrão;
- Quando por 30 minutos com o auxílio do trépano ou broca de lavagem, este penetrar
somente 5,0 cm.

TRÉPANO OU BROCA DE LAVAGEM (sem escala)

Circulação de água

20 a 30 cm

5 cm

53
9ªsemana

5 QUANTIDADE DE FUROS (por projeção e m2 à construir)

ÁREA (m2) NÚMERO DE FUROS


≤ 200 2
200 – 400 3
400 – 800 4
800 – 1000 5
1000 – 1200 6
1200 – 1600 7
1600 – 2000 8
2000 – 2400 9
2400 A critério do projetista

54
10ªsemana

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
GEOLOGIA
Prof. DOUGLAS CONSTÂNCIO
Téc. MIRIAN PATRICIA ZATTA

SONDAGEM ROTATIVA
ROCHA

1 FINALIDADE

Quando uma Sondagem a Percussão se torna impenetrável, passamos à utilizar as


ferramentas da Sondagem Rotativa.

2 OBJETIVO

- Obtenção de testemunhos ou amostras indeformadas de rocha;


- Identificação das descontinuidades (falhas, fissuras, fraturas, etc.);
- Ensaios “In Situ”:
- perda d’água ou absorção d’água;
- % de recuperação;
- % de R. Q. D.;
- Ensaios mecânicos de Laboratório para avaliar a resistência das rochas;
- Caracterização tecnológica do maciço rochoso (alteração, fraturamento).

3 EQUIPAMENTOS

- Motor estacionário;
- Caixa de câmbio;
- Moto bomba;
- Reservatório d’água (1000 litros);
- Hastes;
- Revestimentos;

55
10ªsemana

- Barrilete amostrador;
- Broca ou coroa.

4 DETALHAMENTO DE EQUIPAMENTOS

Barrilete Amostrador

0,90 à
3,00 m

Mola interna
Broca ou Coroa

Broca ou Coroa

Rosca

Diamante ou Wídia (Carbeto de tungstênio)

Fissuras para
Circulação de água

56
10ªsemana

5 TIPOS DE PERFURAÇÃO

- Sem recuperação de testemunhos para fins de petróleo;


- Com recuperação de testemunhos para Geotecnia e Mineração;

6 ENSAIOS “IN SITU”

a) Perda d’água ou Absorção d’água

Tem como objetivo, avaliar a quantidade de descontinuidades que a rocha possui para
uma posterior solidificação das mesmas com injeção de nata de cimento, na proporção de 1:1;

b) Porcentagem de Recuperação e Porcentagem de R.Q.D.

- % Recuperação: avalia a qualidade da sondagem;

% Re cuperação =
∑ totaldostestemunhos x100
comprimentodemanobra

- % R.Q.D. (Rock Quality Designation): avalia a qualidade do maciço rochoso.

% R.Q.D. =
∑ dostestemunhoscomcomprimento ≥ 10cm x100
comprimentodemanobra

% R.Q.D. QUALIDADE DA ROCHA


0 – 25 Muito fraco
25 – 50 Fraco
50 – 75 Regular
75 – 90 Bom
90 - 100 Excelente

57
10ªsemana

- Graus de Recuperação de Testemunhos para Avaliação da Qualidade da Sondagem

GRAUS DE % RECUPERAÇÃO QUALIDADE DE


RECUPERAÇÃO RECUPERAÇÃO
R1 100 – 90 % Boa
R2 90 – 75 % Regular
R3 75 % Pobre

7 DIÂMETROS DE PERFURAÇÃO MAIS UTILIZADOS EM GEOTECNIA

DIÂMETRO (∅) DIMENSÕES (mm)


B 42,0
N 54,7
h 76,2

Obs. ∅ N é o mais utilizado

58

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