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CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DE GOIÁS –

Interfaces com a Saúde.1

RESUMO
O texto contempla parte dos resultados da pesquisa de doutorado em Ciências da Saúde.
Analisa a formação inicial em Educação Física no Estado de Goiás e suas interfaces com a
Saúde. A luz da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, este estudo transversal
se materializa, a partir da investigação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC). Ao
mapear a oferta dos cursos, identificamos que 03 cursos, entre os 30 existentes, atribuem
ênfase à formação para atuação profissional na área da Saúde; a interface semântica entre
Educação Física e Saúde acontece em 06 das 52 disciplinas ofertadas pelos cursos. Faz-se
necessário diálogo crítico sobre políticas educacionais e de saúde nos cursos para enfatizar a
formação que se quer ou que se rejeita nesta interface com a Saúde.
PALAVRAS CHAVE: Educação; Educação Física; Educação em Saúde.

1 – INTRODUÇÃO
Este texto contempla resultados da pesquisa de doutorado intitulada “Cursos de
Graduação em Educação Física no Estado de Goiás – interface com a Saúde”, desenvolvida
junto ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, da Faculdade de Medicina, da
Universidade Federal de Goiás.
De modo geral o estudo objetiva analisar a formação inicial em Educação Física no
Estado de Goiás e suas interfaces com a área da saúde. Esta análise se materializa a partir da
investigação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e de entrevista com os
Coordenadores dos Cursos, compondo assim um estudo transversal sobre a formação em
Educação Física para atuar nos serviços de Saúde pública e coletiva, aproximando-se dos
princípios de formação e qualificação dos profissionais da área da saúde, desencadeada pela
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (BRASIL, 2004c).
Estes resultados que compõem este texto estão alinhados com alguns dos objetivos
específicos que delineiam a pesquisa, a medida que, mapeiam as instituições de ensino
superior que oferecem a formação em Educação Física no Estado de Goiás e descreve a
trajetória histórica de criação de cursos de Educação Física no Estado de Goiás. Analisa a
configuração curricular de cursos que enfatizam a formação e atuação na área da saúde a
partir dos PPC.

1
O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas – Anísio Teixeira (INEP), no ano de
2006, publicou dados sobre 14 cursos da área da saúde, dentre eles a Educação Física. Esta
publicação pode ser considerada como um dos marcos teórico que aponta o contexto de
expansão da oferta dos cursos de graduação no Brasil e agrega novos elementos ao debate
sobre a formação, qualidade e qualificação profissional. Ao agrupar os dados desta publicação
e os dados cadastrados junto ao MEC, visualizamos o aumento exponencial da oferta de
cursos de Educação Física nas últimas duas décadas.
No ano de 1991 o Brasil possuía 117 cursos de Educação Física, atualmente segundo
registros do ano de 2013, temos 1219 cursos de Educação Física em atividade cadastrados
junto ao MEC2.
Destes cursos, conforme quadro abaixo, 30 situam-se no Estado de Goiás, Região
Centro Oeste do Brasil, e estão vinculados a 15 instituições de ensino, públicas e privadas,
empenhadas em promover uma formação com princípios de interesse singular e coletivo.
Singular à medida que têm autonomia institucional para elaborar seu Projeto Pedagógico de
Curso e coletivo por considerarem o legado sócio histórico cultural, bem como as diretrizes e
os ordenamentos legais que orientam implementação do curso no contexto brasileiro.

Quadro 1 – Descrição das Instituições de Ensino Superior e quantidade de Cursos de


Educação Física no Estado de Goiás, no ano de 2013.
Sigla Nome da Instituição Modalidade Quantidade
1 CEUCLAR Centro Universitário Bacharelado 1
Claretiano
2 UNIEVANGÉLICA Centro Universitário de Bacharelado 1
Anápolis
3 UNIDESC Centro Universitário de Licenciatura 1
Desenvolvimento do Centro
Oeste
4 UNIFIMES Centro Universitário de Licenciatura 1
Mineiros Bacharelado 1
5 - Faculdade Araguaia Licenciatura 1
6 FAFICH Faculdade de Filosofia e Licenciatura 1
Ciências Humanas de
Goiatuba
7 FESGO Faculdade Estácio de Sá de Bacharelado 1
Goiás
8 FUG Faculdade União de Goyazes Bacharelado 1
9 ILES Instituto Luterano de Ensino Licenciatura 1
Superior de Itumbiara Bacharelado 1

2
Dados disponíveis em emec.mec.gov.br Acesso em 27out2013.
10 PUC GOIÁS Pontifícia Universidade Licenciatura 1
Católica de Goiás Bacharelado 1
11 FESURV Faculdade de Rio Verde Licenciatura 1
Bacharelado 1
12 UEG Universidade Estadual de Licenciatura 1
Goiás/Goiânia
Universidade Estadual de Licenciatura 1
Goiás/Porangatu
Universidade Estadual de Licenciatura 1
Goiás/Quirinópolis
13 UFG Universidade Federal de Licenciatura 1
Goiás/Catalão
Universidade Federal de Licenciatura 3
Goiás/ Goiânia Bacharelado 1
Universidade Federal de Licenciatura 1
Goiás/Jataí Bacharelado 1
14 UNIP Universidade Paulista Licenciatura 1
Bacharelado 1
15 UNIVERSO Universidade Salgado de Licenciatura 2
Oliveira Bacharelado 1
Total Instituições: 15 Cursos: 30

2 – EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DE GOIÁS


A instituição precursora na formação em Educação Física no Estado de Goiás é a
Escola Superior de Educação Física do Estado de Goiás (ESEFEGO), criada a partir de uma
demanda governamental para ampliar a oferta de professores de Educação Física que
fomentassem a iniciação esportiva pelo estado (SOUZA, 2003). Tal aspecto remonta os
interesses locais e partidários da década de 1960, enquanto a Educação Física padecia de uma
confusão procedimental que a equiparava ou simplificava somente às práticas de ginásticas
típicas das instituições militares (UEG, 2009).
De 1963 até 1989 com a formação promovida exclusivamente pela ESEFEGO,
consolidou-se a atuação de professores de Educação Física nas escolas do estado de Goiás. A
partir de 1989 a Universidade Federal de Goiás (UFG) inicia o Curso de Educação Física com
vistas a formar professores que passem a atuar nas demais cidades do estado, objetivo que foi
alcançado a partir da criação do mesmo curso nos câmpus Catalão e Jataí, nos anos de 1990 e
1992, respectivamente.
Os cursos de Licenciatura em Educação Física da UFG coadunam com a finalidade de
implementar uma proposta progressista na formação de professores com inserção qualitativa
na escola e demais práticas educativas, pedagógicas e sociais que envolvem as práticas
corporais no contexto da sociedade (UFG, 2014a).
Ainda no final da década de 1990 novos cursos de Educação Física foram criados e
assumiram perfil diferenciado quanto às perspectivas de formação e atuação profissional.
Como exemplo podemos citar o Curso de Educação Física Bacharelado e Licenciatura Plena
em Rio Verde, que em 1997 foi criado vinculado à Escola Superior de Ciências da
Saúde, mantida pela Fundação do Ensino Superior de Rio Verde (FESURV), hoje
Universidade de Rio Verde. Outros cursos criados no mesmo período vinculam-se, em sua
maioria, com instituições privadas de ensino superior.
No final do ano de 2007, propalados pela proposta do Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), os câmpus Samambaia e
Jataí, da UFG foram contemplados com a abertura de novos cursos, dentre os quais um curso
de Educação Física em cada câmpus, atendendo assim à política governamental de expansão e
estruturação das universidades públicas.
Ainda que os cursos tenham identidade própria, guardam significativas proximidades
entre si e com os cursos de licenciatura de seus respectivos câmpus de pertença. Tanto o
Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Educação Física (FEF/UFG)
quanto o Curso de Bacharelado em Educação Física do Câmpus Jataí (CAJ/UFG), elaboraram
projetos pedagógicos que orientam a formação profissional para a área da saúde. Ainda que o
primeiro esteja vinculado à grande área das Ciências Humanas ao invés das Ciências da
Saúde. (UFG, 2014b e 2014c).
Os projetos de formação esboçados nos cursos de Bacharelado em Educação da Física
da UFG fazem referência expressa às Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2004a) e
aproximam-se das diretrizes nacionais para formação dos profissionais da área da saúde ao
registrarem os princípios norteadores da formação ética e social.
A formação deve pautar-se numa sólida base humanística, visando um
exercício profissional ético e democrático. É importante essa formação para
este possa atuar nos espaços de trabalho com responsabilidade e
compromisso, mediadas por uma ação autônoma que respeite a pluralidade
inerente aos ambientes profissionais (UFG, 2014c, p.11)

A ampliação da oferta de cursos de Educação Física no Estado de Goiás atende a uma


demanda demográfica e econômica, bem como a necessidade de suprir a escassez de
professores para atuarem na Educação Básica (UFG, 2014d). Em um levantamento inicial
realizado na Plataforma E-mec, identificamos que 15 instituições ofertavam 30 cursos de
Educação Física no Estado de Goiás. No montante, temos 17 cursos de licenciatura e 13 de
bacharelado. Dentre os 30 cursos, 3 são ofertados na modalidade de ensino à distância (EAD),
sendo 2 licenciaturas e 1 bacharelado.
Na figura “1a” podemos visualizar o contexto atual e a distribuição geográfica das
instituições com cursos de Educação Física no Estado de Goiás. Na figura “1b” visualizamos
por diferenciação e contraste de cor, os municípios que possuem instituições privadas e
públicas que ofertam cursos de Educação Física no estado goiano. Cabe ressaltar que este
levantamento inicial de dados será devidamente validado na etapa de coleta de dados que
compõe esta pesquisa.

Figura 1a: Identificação dos municípios que possuem instituições com cursos de
Educação Física no Estado de Goiás.

No mapa (Figura 1a) podemos visualizar os 12 municípios (dos 246 municípios de


Goiás) que contem instituições que ofertam cursos de Educação Física no Estado de Goiás.
Cabe destacar que o município de Goiânia, situado bem ao centro do mapa e destacado em
amarelo, detêm o maior índice de oferta de cursos. São 6 instituições que ofertam 12 cursos
presenciais localizados em Goiânia.
Nesta etapa da pesquisa, não nos detivemos em caracterizar as cidades pólos do Estado
de Goiás que são contempladas com turmas de Curso de Educação Física na modalidade
EAD, tendo em vista que todos estes pólos atendem ao perfil formativo registrado em um
único PPC da instituição de origem. Para registro, os pólos de apoio presencial das cidades de
Alexânia, Cidade de Goiás, Formosa, Goianésia, Iporá, Inhumas, São Simão e Uruana, não
são destacados no mapa, pois constituem um dos Cursos de Licenciatura em Educação Física
promovidos pela Faculdade de Educação Física da UFG, com sede em Goiânia (UFG, 2014d).
Uma nova configuração da formação ofertada no estado desvela-se pelos dados apresentados
pelos coordenadores dos cursos durante a entrevista, contudo tais dados não compõe este
texto.

Figura 1b: Diferenciação das instituições públicas e privadas que ofertam com
cursos de Educação Física nos municípios do Estado de Goiás.

No segundo mapa (Figura 1b) destacamos a distribuição das instituições pelo critério
de ser pública ou privada. Ainda que tenhamos 5 municípios goianos que ofertam cursos
públicos e gratuitos, estes são ofertados por duas instituições, a UEG e UFG. Estas duas
instituições são responsáveis pela oferta de 9 cursos públicos no Estado de Goiás.
Nos municípios destacados em vermelho da Figura 1b, que totalizam 8, temos cursos
de licenciatura e bacharelado, presencial e à distância, ofertados por instituições privadas. Em
muitas delas, o projeto de formação foi pensado para atender diversos municípios brasileiros
ao mesmo tempo, sem distinção das características ou necessidades regionais.
Os cursos vinculados às instituições públicas prontamente disponibilizaram os PPC
para a realização deste estudo, algumas delas publicizam o acesso ao documento em sítios
institucionais on line. Contudo, alguns cursos vinculados à instituições privadas não puderam,
por motivos diversos, disponibilizar o documento. O não acesso aos PPC inviabiliza, neste
momento, a reconstituição completa da oferta dos cursos de Educação Física no Estado de
Goiás.

3 – EDUCAÇÃO FÍSICA E INTERFACES COM A SAÚDE


Desde a década de 1960 esta formação, no âmbito nacional e no Estado de Goiás, vem
sofrendo alterações para atender às demandas legais e àquelas apontadas pela sociedade e
mercado. Ampliou-se a oferta dos cursos nos municípios goianos e buscou-se integralizar
novas disciplinas aos currículos a fim de garantir diferenciados padrões formativos,
vinculados à licenciatura e bacharelado, às Ciências Humanas, Biológicas e da Saúde.
Historicamente a Educação Física tem sua origem em meio a um processo de
higienização e mecanização dos corpos no contexto do século XIX. No final da década de
1970 estabelecia uma clara vinculação com a melhoria da saúde populacional ao implementar
políticas de ação compensatória, associadas ao rendimento e a competição esportiva. Ainda
neste período conseguiu firmar-se no contexto escolar a partir dos métodos ginásticos
europeus no início do século XX. “Mas só foi reconhecida formalmente, no Brasil, como uma
das categorias profissionais da saúde de nível superior em 1997, por meio da Resolução n.
218 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)” (FRAGA et al, 2012. p. 378).
O debate instalado no âmbito da Educação Física brasileira, sobre o perfil de formação
e campo de atuação dos formados em Licenciatura e Bacharelado, alcança ainda a grande área
do conhecimento a qual se vincula. É comum neste cenário educacional brasileiro
encontrarmos instituições em que o curso de Educação Física vincula-se ora às Ciências
Humanas, ora às Ciências Biológicas, ora às Ciências da Saúde.
Atualmente, alguns cursos de Educação Física tem buscado reestabelecer uma
vinculação com a saúde, contudo o foco tem sido na Saúde Pública e Coletiva, atentando ao
contexto em expansão que consolida estratégias governamentais por meio de programas
políticos e sociais na área da saúde.
Todavia, conforme evidencia Martinez (2014, p. 15) “também é possível identificar
influências de teorias críticas, as quais buscam problematizar e superar as concepções
reducionistas e lineares do trato tradicional da Educação Física com a saúde, trazendo para a
discussão a compreensão da saúde-doença a partir da realidade social e das condições de vida
da população.”
Neste direcionamento os cursos de bacharelado em Educação Física no Estado de
Goiás que tem como propósito articular o ensino, a pesquisa e a extensão, visando a formação
profissional para a atuação na área da saúde, organizaram suas matrizes curriculares de modo
a promover uma formação generalista, quanto aos conhecimentos específicos da Educação
Física, e articulada com o contexto de saúde nacional. Para tanto os cursos ofertam disciplinas
que relacionam a Educação Física com o conceito ampliado de saúde, com aspectos da gestão
e políticas públicas de saúde (UFG, 2014c e 2014d).
Durante o desenvolvimento da pesquisa, deparamo-nos com a necessidade de
identificar a relação semântica ou paradigmática da Educação Física com a Saúde expressa
nas disciplinas. Uma relação semântica configura-se pela adoção da palavra saúde ao intitular
uma disciplina, sem atribuir ênfase a este conteúdo em detrimento das especificidades da
Educação Física. Uma relação paradigmática, por sua vez, pode revelar a vinculação política e
pedagógica de uma disciplina com o perfil formativo e profissional para atuar na saúde.

3.1 - CONFIGURAÇÃO DA FORMAÇÃO A PARTIR DOS PPC


Os PPC disponibilizados pelas instituições públicas e algumas privadas, nos
possibilitam uma aproximação inicial com a configuração curricular e pedagógica dos cursos
de Educação Física no Estado de Goiás.
Identificamos que os cursos ofertados no estado têm, em média, 52 disciplinas
distribuídas do primeiro ao oitavo período. Dentre os 30 cursos, 03 enfatizam a área da Saúde
como campo de formação e atuação profissional. Ao analisar os PPC disponibilizados por 02
destes cursos de oferta pública e presencial, identificamos que 06 disciplinas abordam a
relação Educação Física e Saúde, seja no âmbito da gestão, das políticas públicas ou dos
fundamentos metodológicos do trabalho que o egresso do curso de Educação Física deve
exercer nos espaços de prevenção e promoção à Saúde.
Estes 02 cursos apresentam perfil de formação dos egressos para atuarem na saúde
pública e coletiva, expressando que “a intervenção profissional em Educação Física,
direcionada aos diferentes espaços e práticas sociais (esporte, lazer, cultura, práticas
corporais), com ênfase nas questões que envolvem a saúde coletiva”. (UFG, 2014c. p. 6)
Além do projeto diferenciado que objetiva formar bacharéis para atuarem na área da
saúde, do maior número de disciplinas com „codinome saúde‟, estes 02 cursos também
direcionam as atividades de estágio e pesquisa para o campo de atuação na área da saúde.
Apesar de não nomearem os estágios, pudemos perceber pelas ementas a ênfase da atuação
teórico metodológica da Educação Física no Campo da Saúde Coletiva.
Ainda que os PPC façam uso da palavra Saúde ao intitular algumas disciplinas ou, que
contemplem aspectos da saúde pública e coletiva suas ementas, não há alusão ou referência a
nenhuma legislação ou Programa de Educação Permanente preconizadas pelo Ministério da
Saúde, Conselho Nacional de Saúde e/ou Departamento de Gestão da Educação na Saúde,
vinculado à Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), que
aproxime a formação inicial às políticas de formação para o profissional que atua na área da
saúde.
Nos cursos de Licenciatura e Bacharelado, que apresentam uma ou duas disciplinas
para abordar a relação da Educação Física com a Saúde, pudemos perceber, nesta primeira
análise, que esta relação tem um caráter biológico, que é uma maneira de entendermos sobre
saúde. Ou que os temas da Educação Física são importantes para a saúde, e os resultados
alcançados pelas alterações físicas e fisiológicas da prática regular parecem ser suficientes
para validar a relação Educação Física e Saúde.

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao descrever a conjuntura em que a formação está agregada almejamos à promoção e
intensificação do debate e formulação de políticas públicas para educação e para a área da
saúde.
Anunciamos um distanciamento de apropriação e diálogo das instituições educacionais
com os programas que reorientam a formação profissional em Saúde. Tal aspecto aumenta o
descompasso entre a orientação da formação destes profissionais e os princípios, as diretrizes
e necessidades do SUS (Sistema Único de Saúde).
As propostas do Ministério da Saúde para formação de nível superior podem ser
compreendidas mediante leitura dos documentos elaborados pela SGTES/MS reconhecidos
socialmente como Programas VER-SUS, PET-Saúde, PRÓ-SAÚDE e a Residência
Multiprofissional, publicizados desde o ano de 2004 no contexto brasileiro das políticas
sociais e de saúde.
Muito mais do que alcançar números equiparados na composição dos profissionais de
uma equipe multidisciplinar na área da saúde, espera-se que a formação inicial legitime o
saber e o trabalho do egresso de curso de Educação Física nestes espaços de Saúde Pública e
Coletiva.
Possivelmente os docentes que ministram as disciplinas vinculadas aos conhecimentos
específicos da atuação em Saúde, detenham o conhecimento sobre estas políticas públicas de
formação, com suas novas proposições de formação e atuação nos espaços de Saúde Pública e
Coletiva. Contudo, este conhecimento precisa ser compartilhado e amplamente divulgado
entre seus pares para compor uma proposta de formação que seja uníssona e coletiva ao
expressar qual a parcela de interface que a Saúde tem com a Educação Física.
Estabelecer o diálogo crítico com as políticas e os programas governamentais, tanto na
área da educação quanto da saúde, possivelmente é um dos caminhos para que os
coordenadores e todos os docentes de um curso de Educação Física trate com propriedade a
formação que se quer ou que se rejeita nesta interface com a Saúde.

ABSTRACT
The text includes some of the results of doctoral research in Health Sciences. Analyzes the
initial training in Physical Education in the State of Goiás and their interfaces with the Health.
Light of the National Permanent Health Education, this cross-sectional study materializes,
from the investigation of the Pedagogical Projects Course (PPC). By mapping the offering of
courses, 03 courses identified that, among 30 existing attribute emphasis on training for
professional work in the area of Health; semantic interface between Physical Education and
Health, held in 06 of the 52 disciplines offered by the courses. It will be necessary critical
dialogue on educational policies and health courses to emphasize that whether or training that
rejects this interface with the Health.
KEYWORDS: Education; Physical Education; Health Education.

RESUMEN
El texto incluye algunos de los resultados de la investigación de doctorado en Ciencias de la
Salud. Analiza la formación inicial en Educación Física en el Estado de Goiás y sus interfaces
con la Salud. Aclaró por la Educación Nacional Permanente de la Salud, este estudio
transversal se materializa, por la investigación de los Proyectos Pedagógicos do Curso (PPC).
Mediante la cartografía de la oferta de cursos, 03 cursos son identificados, entre los 30
existentes, énfasis atributo en la formación para el trabajo profesional en el área de la Salud;
interfaz semántica entre la Educación Física y la Salud, llevó a cabo en 06 de las 52
disciplinas que ofrecen los cursos. Será necesario un diálogo crítico em los cursos sobre las
políticas educativas y de salud para enfatizar la formación que rechaza o desea en la interfaz
con la Salud.
PALABRAS CLAVE: Educación; Educación Física; Educación para la Salud.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como Estratégia do Sistema Único de
Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras
providências. Brasília, 2004c.

FRAGA, Alex Braga; CARVALHO, Yara Maria; GOMES, Ivan Marcelo. Políticas de
Formação em Educação Física e Saúde Coletiva. Trabalho, Educação e Saúde. v.10, n.3
(2012). Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio, 2012.

MARTINEZ, Jéssica Félix Nicácio. Educação Física e Saúde Pública: a inserção do


profissional de Educação Física em um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Goiânia/GO),
2014. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.

SOUZA, Nilva Pessoa de. A Educação Física Escolar no Estado de Goiás e a Formação
Continuada de Professores – realidade e perspectivas, 2003. Dissertação (Mestrado em
Educação Física) – Programa de Pós Graduação em Educação Física, Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, 2003.
UEG. Universidade Estadual de Goiás. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em
Educação Física. Goiânia: UEG/ESEFFEGO, 2009. Mimeo.

UFG. Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Educação Física. Projeto Político-


Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação Física. 2014. Disponível em:
http://www.fef.ufg.br Acesso em: 10 mai 2014a.

UFG. Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Educação Física. Projeto Político-


Pedagógico do Curso de Bacharelado em Educação Física. 2014. Disponível em:
http://www.fef.ufg.br Acesso em: 10 mai 2014b.

UFG. Universidade Federal de Goiás. Câmpus Jataí. Projeto Político-Pedagógico do Curso


de Bacharelado em Educação Física. 2014. Disponível em:
http://www.jatai.ufg.br/educacaofisica Acesso em: 10 mai 2014c.

UFG. Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Educação Física. Projeto Político-


Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação Física na Modalidade de Ensino à
Distância - UAB. 2014. Disponível em: http://www.fef.ufg.br Acesso em: 10 mai 2014d.

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