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ou pessoas que não coadunam com o mesmo padrão social que você, passeia,
faz compras ou se diverte em meio a marcas, produtos, pratos e tendências
oriundas de todas as partes do mundo. No shopping são as redes de fast-food e
griffs importadas que se espalham pelos corredores e disputam pela sua
atenção. Em casa ou no escritório são as redes de relacionamento, como o
orkut, e as redes de informação, como o google, que capturam o seu interesse.
O que nos leva a crer
Hoje as formas de controle não agem mais por repressão, mas por
estimulação, através de formas mais sutis e disseminadas, sobretudo, por meio
da mídia, que veicula os novos padrões no campo médico, ético e estético. Não
se diz mais “faça isso ou aquilo”, se induz as pessoas a “fazerem isso ou
aquilo”. Segundo Canclini (2005, p. 70) “Estas ações, políticas, pelas quais os
consumidores ascendem à condição de cidadãos, implicam uma concepção do
mercado não como simples lugar de troca de mercadorias, mas como
interações socioculturais mais complexas”.
No modo de produção taylorista/fordista o consumidor podia escolher entre
dois ou três modelos de carro e duas ou três opções de cores. Hoje a
mercadoria padrão não gera mais lucro. A qualidade dos produtos e serviços
está tão próxima e nivelada que a técnica da publicidade mudou da
proclamação para a persuasão. O reclame pertence à época em que a
publicidade servia, sobretudo para vender as qualidades de um produto. Aqui
era o objeto-mercadoria que deveria triunfar no anúncio. Hoje, a publicidade
encontra a sua razão de ser na produção de subjetividades. Um bom
publicitário, mais do que vender um produto ou benefício, deve construir uma
marca de sucesso. A publicidade tem que dar ao produto uma vantagem extra,
que o diferencie dos seus concorrentes no mercado, uma vez que são todos
(quase) iguais quanto ao seu benefício material. Se no passado, pela própria
condição do mercado e pelo baixo nível da concorrência, dividíamos a
sociedade em sexo, faixa etária e classe econômica, tudo assim, bastante
vago, o mercado atual está cada vez mais segmentado e fracionado. Hoje
encontramos diferentes tipos de público dentro do mesmo público-alvo. Veja os
bebedores de cerveja, por exemplo, já existe cerveja para aqueles que não
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podem ingerir bebida alcoólica, para quem quer beber mas não quer engordar,
para os mais jovens, para os que gostam de tradição e para muitos outros.
É certo que não existe uma fórmula mágica que garanta a eficácia da
mensagem anunciada, mas existem vários caminhos que podem ajudar nesta
tarefa. No cenário atual, em que o consumidor está cada vez mais exposto a
muita informação, é primordial decidir o que se quer comunicar. Quanto maior
for o número de mensagens numa única peça, menor será a capacidade de
assimilar todas elas. Daí a necessidade de se criar anúncios limpos, com pouco
texto e um conceito forte. A memória do consumidor é bastante seletiva.
Quando se trata de publicidade, ele vai lembrar apenas do que realmente o
interessou e envolveu, esquecendo todo o resto.
pessoas para vender o seu produto ou serviço, é preciso tomar muito cuidado
também para que a idéia não seja mais forte do que o produto. Ou seja, fazer o
consumidor rir e se emocionar com certos comerciais é fácil, o difícil é fazê-lo
lembrar do que foi anunciado depois. Esse é o grande desafio dos publicitários
na atualidade: conseguir fazer as pessoas ligarem a propaganda ao produto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AUTOUN, Henrique. A multidão e o futuro da democracia. In: FRANÇA, Vera (org.). Livro do XI Compós
2002. Porto Alegre: sulina, 2003.
BAUMAN, Zygmut. Globalização. As conseqüências humanas. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 1999.
BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser: visibilidade e subjetividade nas novas
tecnologias de informação e comunicação. Porto Alegre: Revista Famecos, junho 2004.