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Educação Ambiental
na Gestão de Recursos Hídricos
Taubaté, SP - 2009
Esta publicação foi elaborada sob a responsabilidade e coordenação do DAEE/BPB,
como apoio para a divulgação de a�vidades de educação ambiental e parte
do Empreendimento Fehidro PS-91, denominado: “Monitoramento Hidrológico
das Bacias Hidrográficas dos Ribeirões da Serragem e Pirapi�nguí”.
Realização
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE)
Bacia do Paraíba e Litoral Norte (BPB)
Superintendente do DAEE
Eng.o Ubirajara Tannuri Felix
Diretora do DAEE/BPB
Eng.a Marli Aparecida Reis Maciel Leite
Coordenador da Secretaria Execu�va do CBH-PS
Geólogo Edílson de Paula Andrade
Equipe Técnica de Produção
Prof. Dr. Paulo Augusto Romera e Silva (DAEE/CTH)
Eng.o Danilo Augusto Faria (DAEE/BPB)
Equipe Pedagógica
Prof. Luiz Guilherme Simões de Sant’Anna
Prof.a Luciane Aparecida Lemes da Silva
Prof. Ms. Meire Regina de Almeida Siqueira – Coordenadora Pedagógica
a
Ilustração da Capa:
David Lopes e Jean Cesar de Faria Silva
São Paulo (Estado). Departamento de Águas e Energia Elétrica. Comitê das Bacias Hi-
drográficas do Rio Paraíba do Sul.
Capacitação de agentes no processo de gestão de recursos hídricos em a�vidades de
educação ambiental / CBH – PS; equipe técnica Paulo Augusto Romera e Silva, Danilo Augusto
Faria, Luiz Guilherme Simões de Sant’Anna, Luciane Aparecida Lemes da Silva, Meire Regina de
Almeida Siqueira. Taubaté: CBH – PS, 2009.
Fico muito feliz em apresentar a nossa região e ao Comitê das Bacias Hidrográficas
do Rio Paraíba do Sul esta publicação, que foi elaborada para divulgação das a�vidades do
projeto “MONITORAMENTO HIDROLÓGICO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIBEIRÕES
DA SERRAGEM E PIRAPITINGUI”, consubstanciando assim o Empreendimento Fehidro PS-
91, de inicia�va da Diretoria de Bacia do Paraíba e Litoral Norte (DAEE/BPB).
Dedico este texto e o projeto, a todos aqueles que já contribuíram e que possam vir
contribuir para a sua concre�zação. Não posso deixar de citar, de forma especialmente
carinhosa, os professores que, no processo ensino-aprendizagem de jovens, têm agora
mais um instrumento para construir a base do conhecimento e a “solidariedade com as
futuras gerações”, tornando real os critérios para a realização da sustentabilidade no uso
dos recursos naturais.
Taubaté, 2009.
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Mensagem da Presidente do CBH-PS
Pensar o futuro é responsabilidade cole�va, pois a água é uma só. É por isso que devemos
compar�lhar seu uso e sua gestão, afinal, quando falta água, todos sen�mos as consequências.
Acima de tudo, esta obra resulta e reflete muitos trabalhos já realizados especialmente
por professores, demonstrando que esses temas não podem ficar restritos ao meio técnico.
Ao serem assumidos e realizados no âmbito da educação, eles contribuem de forma mais
eficiente e duradoura para a percepção e a conscien�zação das novas gerações. Além disso,
torna-se mais concreto o desenvolvimento ins�tucional da gestão dos recursos hídricos, um
dos pilares do desenvolvimento social, econômico e ambientalmente sustentável, conforme
preconizado pela Polí�ca Estadual de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.
Esta publicação é dedicada aos professores da nossa região que orientam trabalhos,
reflexões sobre a vivência dos jovens e o próprio processo de ensino-aprendizagem. Esses
professores constroem, com base no conhecimento, a solidariedade com as futuras gerações,
o que poderá tornar mais real o uso sustentável dos recursos naturais. Esta obra é dedicada
ainda às crianças e jovens da região do nosso comitê, que representam o futuro. Com novas
a�tudes e novos conhecimentos, eles poderão encontrar maneiras mais sustentáveis de
decidir sobre o uso dos nossos recursos no futuro.
Taubaté, 2009.
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Sumário
Parte 1
O Projeto e alguns conceitos ............................................................................................ 7
Capítulo 1
Contexto do projeto: trabalhando conflitos ................................................................. 8
Capítulo 2
Alguns conceitos relacionados a recursos hídricos no contexto do projeto ............... 17
Parte 2
Propostas de a�vidades ................................................................................................. 31
Capítulo 3
Histórico das a�vidades realizadas ............................................................................. 32
Capítulo 4
Trabalhando com projetos pedagógicos ..................................................................... 33
Capítulo 5
A�vidades realizadas .................................................................................................. 38
Capítulo 6
Análise da melhoria do aprendizado ........................................................................ 108
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PARTE 1
O Projeto
e Alguns Conceitos
Contexto do projeto:
trabalhando conflitos
Apresentação
Como parte do processo de gestão de uso das águas, a Diretoria do DAEE de Taubaté
(BPB) luta ao longo de décadas, entre outras medidas, para regularizar as outorgas de
direito de uso da água, especialmente na irrigação do arroz. Neste setor, é frequente que
os usuários, pressionados pelas condições de mercado e pela condição altamente favorável
das várzeas do rio Paraíba do Sul, insistam em aumentar suas áreas plantadas, elevando
além do limite as áreas de produção e usando como jus�fica�va a variabilidade do regime
das chuvas na região.
Com o passar dos anos, com o fortalecimento do conceito de gestão integrada de usos
múl�plos dos recursos hídricos e com a visão ambiental de sustentabilidade, a abordagem
exclusivamente técnica e coerci�va de fiscalização, embora inerente aos processos de
exigência de regularização de outorgas, tem se mostrado insuficiente ou até impotente
para construir uma mentalidade constante de uso sustentado dos recursos naturais.
Por essa razão, com apoio de recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos
(Fehidro), o DAEE/BPB incluiu conteúdos de educação ambiental com ênfase na gestão
de recursos hídricos no projeto “Monitoramento Hidrológico das Bacias Hidrográficas dos
Ribeirões da Serragem e Pirapi�nguí”, a fim de construir uma visão mais abrangente e que
promova mudança de a�tude frente aos conflitos pelo uso da água.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Panorama da UGRHI 2
Na porção paulista, o rio Paraíba do Sul possui área de bacia total de 14.547 km2,
que vai recebendo, ao longo do seu curso, inúmeras contribuições de pequenos afluentes,
dentre os quais destacam-se o ribeirão da Serragem (com área de bacia de 61,6 km2) e o do
Pirapi�nguí (com área de bacia de 115,0 km2) que, pelos sucessivos casos de conflito pelo
uso da água na produção de arroz, mo�varam o presente projeto.
No trecho paulista, vivem e realizam suas a�vidades cerca de 1.989.451 pessoas (Seade
2008), que moram nas cidades e trabalham nas indústrias ou no meio rural. Essas a�vidades
envolvem diversos usos de água e, de forma par�cular no uso rural, temos a irrigação –
responsável pelo consumo de grande parte da água disponível na Bacia do Rio Paraíba do Sul.
- disponibilidade média: 217 m3/s (na divisa com o Estado do Rio de Janeiro);
- disponibilidade mínima: 72 m3/s;
- disponibilidade subterrânea: 37,5 m3/s.
Também segundo o mesmo Plano de Bacia, as pessoas dessa região u�lizam 105,6
bilhões de litros de água por ano, o que representa uma média de 65,3 m3 por pessoa no
ano ou 179 litros diários por pessoa (o recomendável, segundo bibliografias técnicas, é
cerca de 200 litros/pessoa/dia).
Para fornecer água às áreas irrigadas dessa região são usados 328,6 bilhões de litros
por ano. Ou seja, as áreas irrigadas gastam três vezes mais do que todas as pessoas da Bacia
juntas. Enquanto isso, as indústrias consomem o total de 205 bilhões de litros por ano.
Diante desse cenário, observamos que água é desenvolvimento. E sem essa água, não
existe o desenvolvimento.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Dessa forma, na realização dos eventos, buscamos em função dos limites de formação
e de aprendizado de cada grupo par�cipante, os seguintes conteúdos:
Um dos itens fundamentais para essa nova inserção do tema da gestão das águas
com visão ambiental diz respeito ao conceito de balanço hídrico e de gestão. Cabe aqui, um
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O Projeto e Alguns Conceitos
paralelo com a gestão empresarial, pois toda empresa e/ou empreendimento, de qualquer
ramo de a�vidade humana, deve considerar no controle da sua gestão: as receitas geradas
pelo que produz e vende; e por outro lado, as despesas decorrentes dos diversos fatores de
produção. Diante desse confronto, reconhece para determinado período:
Essa ação, numa empresa, depende de como os sócios manejam e operam essas
condicionantes, sempre esperando que as condições externas de mercado, sobre as quais
têm menor poder de controle, sejam-lhes favoráveis.
Em ambos os casos, sem que haja registro e análise das informações necessárias e
seu controle permanente, não haverá possibilidade de realizar nem a gestão da empresa,
nem a gestão ambiental.
A água corrente dos rios de uma bacia hidrográfica depende de diversos fatores,
dentre eles:
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
1.385 mm/ano
639 m3/s
915 mm/ano
422 m3/s
470 mm/ano
217 m3/s
Para conhecer essas condições do clima e reduzir as incertezas nas decisões, podemos
implantar o monitoramento das variáveis do clima e medir a vazão dos rios – que é a parcela
da água do ciclo hidrológico que escoa pelo território e deve atender a duas condições de
igual importância:
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O Projeto e Alguns Conceitos
A demanda é o conjunto dos usos da água, produto das a�vidades humanas que ali se
instalam. Ela existe de forma acumulada pela sucessão de intervenções na água disponível.
O resultado desse processo é a forma como o ser humano realiza o desenvolvimento e
interpreta a sua relação de respeito e de sustentabilidade com a preservação ambiental.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
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O Projeto e Alguns Conceitos
Usos da água
-
Urbano
-
Industrial
2040 l/s
Irrigação
Consumo do arroz irrigado 2 l/s ha
Área irrigada de arroz: 1.020 ha (10,2 km2)
Disponibilidades
Vazão Média 1.308 l/s Vazão Média Específica 11,37 l/s km2
Vazão Mínima 4.35 l/s (33,1 %) Vazão Média Específica 3,78 l/s km2
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Usos da água
-
Urbano
-
Industrial
1.226,8 l/s
Irrigação
Consumo do arroz irrigado 2 l/s.ha
Área plantada de arroz: 613,40 ha (6,13 Km2)
Disponibilidades
Vazão Média 769 l/s Vazão Média Específica 12,48 l/s km2
Vazão Mínima 256 l/s (33,1 %) Vazão Média Específica 4,15 l/s km2
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O Projeto e Alguns Conceitos
Capítulo 2
Trazendo essa relação do Homem com a natureza para o assunto do nosso projeto, a
Diretoria da Bacia do Paraíba e Litoral Norte (DAEE/BPB) realizou ao longo dos úl�mos anos
diversos trabalhos com grupos de irrigantes, que evidenciaram prá�cas no consumo de água
muito acima das condições consideradas normais para a cultura de arroz predominante na
região, mostrando exis�r o tal do “desconhecimento e medo de mudar”!
Não bastasse isso, fatores de mercado têm levado ao aumento da área irrigada, o que
tende a pressionar e agravar as situações de conflitos pelo uso da água que já ocorrem na
região.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
A adoção de técnicas de uso adequado dos recursos hídricos deve levar à redução
do consumo de água, à melhoria dos produtos ob�dos no campo, à redução do custo de
produção e à minimização dos conflitos existentes.
Nesse contexto, o projeto tem como objetivo central garantir condições mais
sustentáveis de produção, além do estímulo ao desenvolvimento de atitudes e de
conhecimentos que permitam a percepção de que a água é limitada e única e que seu
manejo na natureza deve ser compartilhado por todos conjuntamente na realização da
gestão.
Para se ter a idéia da grandiosidade desse processo, a cada ano, 151.000 quads (1
quad = 1015 BTUs) de energia solar des�la e movimenta 5 x 1.014 m3 de água da super�cie
terrestre, realizando o processo do ciclo hidrológico.
Nesse processo, parte dessa água evaporada cai como chuvas, parte infiltra-se no
solo carregando os lençóis subterrâneos, outra parte evapora e, enquanto todo esse
processo ocorre, outra parte é absorvida pelas plantas no processo de desenvolvimento e
crescimento.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Dessa forma, realizar a gestão é cuidar bem da pouca água que dispomos para que
o desenvolvimento e os usos possam con�nuar. Assim, precisamos todos os dias nos
perguntarmos:
E lembre-se:
É você produtor quem ganha com isso de muitas formas!
A água economizada por um pode ser usada por outros e, no fim, todos ganham!
Além disso, quem ganha com isso é quem compra o seu produto!
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Protegendo as nascentes:
9) Garan�mos que o córrego con�nue a exis�r, fornecendo a água que precisamos.
10) Garantimos a existência de vegetação nativa, a biodiversidade da fauna e
flora e a reprodução de insetos, que vão polimerizar o nosso cultivo e aumentar a
produtividade.
11) Garan�mos, de forma permanente, água de boa qualidade para nosso uso.
Como podemos verificar, cada ação que realizamos no manejo do solo na nossa
propriedade tem bene�cios, diretos e indiretos, mas todos, de alguma forma, contribuem
para a melhoria da quan�dade e qualidade das águas que nós mesmos vamos usar.
Ou seja, realizando essas ações estamos interferindo de forma posi�va no manejo do
ciclo hidrológico. Quem ganha com isso somos nós mesmos, na redução dos custos de
produção.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Tudo o que pudermos economizar será rever�do de alguma forma a nós mesmos.
Ao proteger o solo e a vegetação, realizamos o manejo do ciclo hidrológico; e ao cuidar da
água, garan�mos a con�nuidade da sua existência para todos.
Para obter melhores resultados com essas prá�cas que já conhecemos, é preciso um
controle permanente do processo de produção que, de uma forma ou outra, todos já fazem.
As informações mais importantes para isso são:
Pelo menos no que diz respeito ao consumo de água pela planta, com essas
informações, já podemos acompanhar o desenvolvimento do plan�o. Existem diversas
outras formas de se obter essas informações e o pessoal do DAEE/BPB e os técnicos da
agricultura sabem como ajudar.
Bacia hidrográfica é a área do território que, em função das suas declividades, provoca
os escoamentos para um rio ou conjunto de rios, havendo sempre um ponto único onde
essa água se concentra.
A água dos rios escoa numa bacia hidrográfica, mesmo que parte desse
escoamento seja para o subsolo. Por isso, podemos dizer que os rios são o afloramento
das águas do subsolo. Afinal, os rios sempre começam em uma pequena nascente.
Dessa forma, tudo que acontecer nesse território, que é a área da bacia, mesmo
que longe dos rios, vai ter influencia neles. Vejamos alguns exemplos, para analisar
algumas dessas relações:
- com o desmatamento: o solo limpo (sem proteção) é lavado e levado pela chuva;
- com o solo sem proteção: as chuvas provocam as erosões;
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
- arrastado pelas chuvas, o solo das erosões vai se depositar nos leitos dos rios,
provocando o assoreamento e prejudicando o uso das bombas na captação;
- a contaminação da água nas cidades escoa pela rede de esgoto e vai para os rios;
- a contaminação do solo em áreas rurais escoa pelo subsolo e pela super�cie, indo
depois para os rios;
- a destruição de uma nascente diminui a água do rio.
Como podemos ver, tudo que é liquido escoa (para baixo!!) pela super�cie do solo,
chegando sempre nos rios.
Em nossa região temos diversos ribeirões e córregos, cada um com sua respec�va
bacia hidrográfica onde esses processos ocorrem:
Bem perto desses córregos com suas bacias, temos ao norte, o rio e a (enorme)
Bacia do Paraíba do Sul, com grande parte do seu território nos estados de Minas e Rio
de Janeiro.
Como vimos, os rios são formados pelas águas das chuvas e pelas águas do subsolo.
Quando chove, parte da água das chuvas escoa diretamente para os rios e outra parte,
exis�ndo a cobertura e proteção vegetal do solo, infiltra-se no solo, ficando ali “estocada” e
escoando para o rio na época de es�agem.
Sem a água, as plantas e os cul�vos não sobreviveriam. Para termos uma ideia do que isso
representa, algumas plantas precisam de até 25 quilos (ou 15 litros) de água para aumentar um
quilo em seu peso. Boa parte dessa água transpira, ou seja, é devolvida para a atmosfera e, ao fixar
dióxido de carbono, nutrientes e sais minerais, as plantas crescem e produzem frutos.
Quem já entrou em uma estufa sabe como esse ambiente é úmido e abafado. Nessa
situação, boa parte da umidade que transpira da planta não pode ser dissipada, o que produz
esse abafamento que nos dá uma sensação muito desagradável.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Sabemos que a falta de água ou mesmo o seu excesso são ruins. Como, então, resolver
a questão?
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Fica claro que pra�car a preservação do solo e o uso racional da água, além de tudo,
é um bom negócio! Que tal adotar essa ideia?
Como vimos, o controle permanente da umidade do solo na zona das raízes da planta
é a forma mais adequada para controlar o processo de fornecimento da água do solo para
a planta.
Solo totalmente seco (umidade 0%) é o solo formado apenas por par�culas do próprio
solo e ar nos vazios. A porosidade são os vazios existentes no solo, onde é desejável que
exista e circule apenas oxigênio.
Um solo, com poucos ou sem vazios, é um solo compactado que se torna impermeável
à infiltração do oxigênio e da água, aproximando-se das caracterís�cas de um material do
�po cerâmico.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Por outro lado, dizemos que o solo está saturado (SS, ou umidade 100%) quando
esses poros estão cheios de água. Nessa situação, que só ocorre com chuvas intensas ou
com a irrigação em excesso, a água apenas passa pelo solo (dizemos percola), escoando
para o lençol freá�co sem se fixar ao solo.
Temos ainda aquela umidade que chamamos de capacidade de campo (CC), que é
definida pela capacidade que as partículas de solo têm de reter a água. Essa água retida
ao solo não circula, não escoa, pois ela está agregada à partícula do solo. Essa condição
de umidade do solo, além de ser sempre menor do que a capacidade de saturação
do solo (SS), garante a circulação de oxigênio pelos poros. Apenas uma parcela dessa
água retida no solo (CC) é utilizada pelas plantas no seu processo de crescimento e
desenvolvimento. Esta parcela tem o nome de água livre disponível (ALD).
Da mesma forma que fazemos algum esforço para sugar o líquido de um copo através
de um canudo, com a planta, o processo é semelhante: ela tem que fazer esforço para sugar
a água do solo na realização do processo do seu desenvolvimento.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Como sabemos, existem diferentes �pos de sistemas de irrigação. O que alguns ainda
não devem saber, é que segundo a literatura, cada �po de sistema tem diferentes eficiências,
sendo cada um apropriado para aplicações específicas.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Dessa forma, usar um sistema impróprio para a sua cultura é um grande absurdo pois
além do gasto adicional de água, que prejudica todos na bacia, exige um custo adicional
com energia e provoca todos os outros inconvenientes já listados em itens anteriores. Essa
deve ser uma situação considerada sob a forma de penalidade na cobrança pelo uso da
água no meio rural.
Bene�cios da preservação
da vegetação e do solo para a água
No ambiente das a�vidades rurais existe, de forma geral, uma grande interação entre
vegetação, solo e a água. Podemos até dizer que não há como considerar diretamente a
preservação da quan�dade e da qualidade da água. Deve-se, isso sim, considerar, planejar
e realizar a preservação do solo e da vegetação e, apenas como consequência dessa ação,
haverá a preservação das águas.
Veja o que acontece com a água do rio com e sem a preservação ambiental na bacia:
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
ÉPOCA DE CHUVAS
Fig. 7: Representação da disponibilidade de água num rio com e sem preservação ambiental
(Fonte: Paulo Romera, DIFrh/CTH/DAEE, 2009)
A curva ROSA na figura acima mostra a variação da vazão do rio quando não há
a preservação: muita água na época das chuvas e pouca água na época de es�agem. A
curva VERMELHA, na figura acima, mostra que a variação da vazão do rio, quando há a
preservação ambiental da bacia, é menor entre as vazões máxima e mínima, havendo um
ganho na época de es�agem, quando mais precisamos da água.
Existem diversos �pos de equipamentos para controle de umidade do solo, que variam
no custo e na acuidade da informação que fornecem. De forma geral, quanto maior essa
acuidade maior será também a exigência de conhecimentos técnicos para sua operação e
manutenção.
Tensiômetro de ponteiro:
Trata-se de equipamento com custo da ordem de R$ 600,00 a R$ 800,00, composto de
um tubo PVC rígido com uma cápsula cerâmica, que é enterrada na profundidade das raízes,
e um indicador de pressão que fica posicionado acima da super�cie do solo, informando
permanentemente a pressão no subsolo e o momento em que o equipamento de irrigação
deve ser ligado.
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O Projeto e Alguns Conceitos
Infelizmente, ainda existe muita gente que considera que a lei deve ser obedecida
apenas para se evitar multas. Não é bem assim. Essa é a situação de quem não conhece o
que se passa ao seu redor. Veja o caso do uso do cinto de segurança nos carros: para alguns
é apenas uma questão de levar multa e só usam quando sabem que há guarda por perto.
Mas, para muitos, já é uma questão de segurança e, nesse caso, usam sempre. Já está
provado que o uso do cinto de segurança diminui as mortes em caso de acidente e ainda
tem gente que se acha esperto por saber fugir do guarda!
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
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PARTE 2
Propostas
de A�vidades
Esta parte da publicação tem por obje�vo auxiliar professores com a proposição de
algumas a�vidades já aplicadas em sala de aula e que foram bem sucedidas em turmas
com dificuldade de aprendizagem e problemas de disciplina. O material foi organizado de
modo que cada a�vidade possa ser realizada de maneira isolada, de acordo com a intenção
e interesse de cada professor, respeitando o conteúdo e o planejamento de seu método
de ensino. Para maior facilidade de acesso e de consulta às informações pelos leitores, o
conteúdo foi dividido em três capítulos:
Agradecimentos
A possibilidade da divulgação deste trabalho é dedicada, primeiramente, a cada aluno
que par�cipou desses projetos, em especial, os alunos da turma do 1º ano de 2007, pois sempre
que foram convidados fizeram da sua presença um show à parte.
Os professores responsáveis pelos projetos agradecem:
A todos os professores, direção e funcionários, que entenderam e suportaram a “bagunça”
promovida para que essas a�vidades ocorressem.
– A nossa coordenadora e amiga, professora Meire Regina, como mo�vadora dessas
a�vidades, es�mulando, auxiliando, socorrendo e, principalmente, por acreditar nesse trabalho
até antes de nós mesmos.
– Ao Dr. Paulo Romera do DAEE/CTH que, por intermédio deste projeto, tornou-se um
grande amigo e incen�vador desse trabalho, apoiando-nos e dando-nos subsídios para que este
ideal se concre�zasse.
– E aos protagonistas da nossa história, NOSSOS PAIS, nosso total respeito, agradecimento
e homenagem por fazerem de nós PESSOAS, por terem nos dado suporte para que alçássemos
grandes voos e por nos terem dado a maior das heranças, o ESTUDO.
Equipe pedagógica
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Capítulo 4
Trabalhando
com Projetos Pedagógicos
Uma das reclamações mais comuns entre os educadores é a falta de interesse do aluno.
Esse é um problema bastante significa�vo, visto que é impossível ensinar algo a alguém que
não quer aprender. A animação dos primeiros anos da criança na escola vai se perdendo e
chega a ser di�cil acreditar, e mais ainda entender, como algo que é iniciado com sinais tão
posi�vos pode terminar tantas vezes tão mal e até mesmo nem terminar?
Uma das possíveis respostas está no comportamento, na maioria das vezes, exigido na
educação formal, em que a possibilidade de par�cipação do aluno é essencialmente passiva
e recep�va. Embora esse padrão seja apropriado em certas situações, o es�mulo da novidade
pela exploração, que poderia ser um potencializador do processo do aprendizado, vai se
enfraquecendo e sendo subs�tuído pelo tédio repe��vo que, por sua vez, é gerador da
impaciência e da indisciplina – indicadores de um crescente distanciamento entre professor e
aluno. Dessa forma, é impossível deixar de considerar também, nesse processo de distanciamento,
aspectos inerentes às suas diferentes origens sociais e culturais. Além disso, os conteúdos
curriculares por si só e pela forma como são abordados despertam pouco interesse nos alunos,
já que eles não veem significado prá�co naquilo que estão querendo lhes ensinar.
Essa situação, que pode se configurar como deses�muladora, decorre do foco da educação
formal, cujo envolvimento está centrado, predominantemente, na relação de autoridade do
professor em relação ao aluno. Essa relação, não poucas vezes, é distorcida pelo baixo nível de
respeito, pela pouca percepção e pela desconsideração das diferentes origens sociais; para que
isso não ocorra, é necessário que essas relações sejam construídas com algum grau de consciência
dessas diferentes iden�dades sociais – o que é esperado como a�tude a�va do professor.
No formato tradicional do ensino, ocorre ainda de todos os alunos de uma mesma turma
estudarem os mesmos detalhes dos mesmos assuntos ao mesmo tempo, não exis�ndo qualquer
33
Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
razão para apresentarem o que aprenderam aos colegas. A única mo�vação desses alunos é
tentar sa�sfazer a demanda do professor por uma resposta correta, o que, na maioria das vezes,
não exige do aluno o uso de todo o seu potencial de aprendizado.
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Propostas de Atividades
Quando o aluno inves�ga um assunto de seu interesse, aprende o que é sa�sfazer a própria
curiosidade, aprende a fazer perguntas, a buscar respostas e também a iden�ficar os adultos
que podem lhes dar informações usando os recursos disponíveis. O aluno aprende com a criação
de brincadeiras, em que resolve problemas e trabalha com os outros para encontrar soluções,
desenvolvendo confiança em si próprio pela segurança simbólica das relações construídas.
A autoeficácia se desenvolve quando o aluno aprende que tem algum controle sobre
determinada situação no ambiente em que vive e que ele pode contar com o amparo do professor
quando a situação es�ver além dos seus limites.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Diante desse contexto, pode-se definir projeto pedagógico como uma inves�gação
que envolve professor e alunos, a respeito de determinado assunto sobre o qual vale à
pena aprender. Trata-se de um esforço orientado para que o grupo encontre respostas às
questões levantadas em sala de aula, conforme a condição de cada grupo de alunos.
- Ter em vista obje�vos de longo prazo, sendo o principal deles desenvolver e sustentar
a ap�dão con�nua de aprender por toda a vida. Nesse sen�do, é de alta relevância para
a construção do sen�do de realização a conclusão do projeto, em que se possa mostrar e
demonstrar a sa�sfação de ter sido persistente, resolvido problemas e construído um novo
patamar de socialização com os colegas e professores.
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Propostas de Atividades
- Nome da a�vidade.
- Obje�vo do projeto: conteúdos curriculares que pretende abranger.
- Séries e disciplinas envolvidas com os conteúdos curriculares abrangidos.
- Tempo previsto para realização: em número aulas.
- Materiais e recursos necessários.
- Etapas do desenvolvimento do projeto, considerando-se:
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Capítulo 5
A�vidades realizadas
A abordagem ambiental foi tema deste trabalho devido à necessidade local e por ser
um assunto de grande interesse por parte dos alunos.
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Propostas de Atividades
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
A�vidade 1
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Propostas de Atividades
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Além dos maus hábitos dos alunos em jogar o lixo no chão, eles ainda tinham o
costume de deixar os pratos e colheres da merenda largados em qualquer lugar – muitas
vezes, esses talheres foram vistos lambidos por cachorros que entravam na escola.
Como se não bastasse a sujeira dos alunos e o mato alto, o entulho era depositado no
próprio estabelecimento escolar e era proveniente do descaso daqueles que tinham
por obrigação manter aquele ambiente limpo. Ratos, por diversas vezes, foram vistos
correndo de um cano de esgoto a outro, provavelmente atraídos por sobras de comida.
Aranhas, lacraias e escorpiões também foram vistos nos entulhos. Tudo isso gerou um
sentimento de revolta que foi canalizada como forma de motivação para se buscar uma
escola melhor.
Duas caçambas de entulho foram alugadas pela direção da escola para colaborar com
o trabalho e, mesmo assim, não foram suficientes para re�rar todo o lixo que se amontoou
naquele local.
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Propostas de Atividades
O início da semana seguinte foi de decepção por parte dos que trabalharam na limpeza,
pois o lixo que estava amontoado, e para o qual se esperava uma solução, amanheceu em cinzas,
após ser queimado por aquelas mesmas pessoas que deveriam ter a responsabilidade com a
limpeza e que não a fizeram. Desis�r diante de um obstáculo é algo comum entre pessoas fracas,
no entanto este grupo nos surpreendeu, ao demonstrar com suas a�tudes, que a verdadeira
força vem da persistência e dela, a coragem de alguém que não sabe o que é desis�r.
Fig. 7: Sa�sfação dos alunos ao término da limpeza Fig. 8: Profa (à direita) ajudando a aluna na limpeza
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
A�vidade 2
O ciclo da água foi um dos primeiros assuntos abordados em sala de aula, pois não
poderíamos falar sobre a poluição dos rios e a falta de chuva, sem correlacionar estes
problemas às nossas necessidades e ações.
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Propostas de Atividades
Não é fácil perceber que a água potável pode acabar, principalmente no nosso
país onde ela é tão abundante. Vemos também, dentro da própria escola, a água sendo
desperdiçada pelos funcionários da limpeza ou por torneiras e descargas quebradas que
levam horas e/ou dias para serem consertadas. Em razão disso, o processo de mo�vação
foi a peça-chave para o sucesso deste projeto.
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Alguns pais relataram, durante reuniões, escolares que seus filhos os vigiavam e
os repreendiam diante de suas ações an�ecológicas. Depoimentos como estes nos dão
subsídios para afirmar que inves�r na formação de opinião de uma criança é apenas o
estopim para se disseminar uma mudança em toda uma comunidade.
A dedicação por parte deles em relação ao trabalho foi incrível desde a confecção até
a exposição. Os autores apresentaram seus trabalhos no pá�o da escola para os colegas das
demais turmas.
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Propostas de Atividades
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Fig. 11: Apresentação das maquetes para as demais turmas da escola
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A�vidade 3
Material: Código Florestal Brasileiro (ou outra lei ambiental), papel sulfite,
lápis de cor e grampeador.
Para cri�car alguém por seus atos temos que saber o que a lei nos diz. Preocupados
com isto, os alunos confeccionaram “O Código Florestal Mirim”, que apresenta uma visão
simplificada do Código Florestal Brasileiro. Este guia, produzido pelos estudantes, aborda
temas como: Área de Preservação Permanente (APP); proteção à fauna; problemas da
pesca; e a Polí�ca Nacional do Meio Ambiente.
A princípio, discu�r leis ambientais parecia ser um assunto muito distante de crianças
dessa faixa etária, mas durante a elaboração de seus próprios guias, elas puderam perceber
que algumas de suas ações, que julgavam inofensivas à natureza, na verdade se tratavam
de crimes ambientais.
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Propostas de Atividades
Outro assunto que gerou grande discussão foi em relação à área de preservação
permanente, já que nos córregos e rios onde os garotos costumavam pescar e nadar não
havia mata ciliar. Neste caso, a lei foi claramente interpretada, pois eles mesmos puderam
constatar casos de erosões e assoreamentos nos cursos d’água do bairro.
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A�vidade 4
Retrato do problema
Quais os problemas que estamos enfrentando? A falta d’água é nosso único mal?
Sabemos que não.
Muitos são os males causados ao mundo pela humanidade. Mas quatro temas foram
ressaltados nesta parte do projeto: “a camada de ozônio”, “o aquecimento global”, “a
erosão” e “a superpopulação”. Eles foram escolhidos por estarem em destaque na mídia
no período.
Nossos alunos se dividiram em quatro grupos, cada grupo recebeu um texto atualizado
sobre uma temá�ca diferente. Após ler e discu�r com os colegas o tema recebido, eles
buscaram a melhor forma de expressar todo o conteúdo lido em forma de desenho.
Como não poderia ser diferente, eles sempre nos surpreendem e, principalmente,
surpreendem a si mesmos, com tamanha cria�vidade e competência.
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Propostas de Atividades
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
A�vidade 5
Interpretando a imagem
O es�mulo à leitura deve ser feito por todos os professores, seja qual for a disciplina
que lecionem, porém há várias formas de linguagem e a leitura destas deve ser valorizada
tal como a linguagem verbal.
Gráficos e figuras são exemplos de linguagens que podem dizer muito sobre um
determinado assunto. O problema ocorre quando a mensagem intrínseca na imagem não
é percebida pelo leitor.
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Propostas de Atividades
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Outra a�vidade com obje�vo de avaliar a capacidade leitora destes alunos sobre
imagens foi proposta, só que desta vez não havia figuras que se correlacionassem, tratava-
se de uma única figura, que ilustrava o planeta Terra segurando uma bomba, representada
pelo Homem.
O texto não teve a intenção de direcionar uma única idéia, mas de dar liberdade às
várias interpretações. Baseados na figura, os alunos expressaram seus medos e receios
sobre as a�tudes humanas e como isso poderá acabar com o nosso mundo. Esta a�vidade
não se restringiu apenas aos alunos do projeto, já que as figuras foram também u�lizadas
com outras turmas, entre elas o 1º ano do Ensino Médio.
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Propostas de Atividades
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A�vidade 6
Os quatro elementos, Terra, Água, Fogo e Ar, são forças naturais capazes de transformar
o planeta. Acreditava-se, no passado, que da mistura dessas forças era formada a matéria-
-prima de tudo que existe no universo.
O poder de criação dos elementos talvez não seja como se acreditava na an�guidade,
mas o poder de destruição é maior do que qualquer um poderia prever.
Os elementos se comportam como os guardiões da Terra. Se a ela fizermos algo, é através
deles que seremos cas�gados, como já estamos sendo: terremotos, enchentes, erupções
vulcânicas, secas e furacões são exemplos de como somos frágeis perante o planeta.
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Propostas de Atividades
O mundo não vai acabar, ele permanecerá no mesmo ponto que sempre esteve por
ainda bilhões de anos e será testemunha de como nossa espécie conseguiu acabar consigo
mesma ou da força que teve para reverter o que já parecia perdido. O final ainda não foi
escrito, mas é pelo segundo que estamos trabalhando.
Ninguém conseguirá sozinho, devemos atrair mais pessoas para o nosso ideal, cada
uma da sua forma, cada uma com seu talento.
Como nosso projeto engloba quatro turmas, cada uma delas ficou responsável por
trabalhar um dos elementos: 7ªA ficou com o Ar; 7ªB com o Fogo; 8ªA com a Terra; e 8ªB
com a Água. Os alunos deveriam explorar o tema e, da sua maneira, tentar conscien�zar as
demais turmas da escola.
O primeiro passo foi a confecção de um cartaz como símbolo da turma para cada classe. Com
isso vemos, mais uma vez, que quando é exigido um trabalho de cria�vidade e, principalmente,
quando envolve desenho, aqueles alunos taxados como “fracos” são os que mais se destacam.
O que prova que não são os alunos que são fracos, mas sim a maneira de avaliá-los.
“Se as pessoas são boas só por temerem o cas�go e almejarem uma recompensa,
então realmente somos um grupo muito desprezível”. (Albert Einstein)
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A�vidade 6.1
(Desdobramento da a�vidade 6)
Para a 7ªA coube a missão de representar o elemento Ar, podendo este ser abordado
das mais variadas formas, de acordo com o talento de cada um. O teatro é uma arte muito
explorada nesta escola – o que não é de se estranhar, visto que a habilidade de muitos
alunos para tal é incrível.
Não podendo ser diferente, os alunos desta turma, escreveram e apresentaram uma
peça sobre os problemas respiratórios ligados à poluição do ar. A peça contava a história
de uma criança com asma, cujo pai e a mãe eram fumantes, além de viverem no centro de
uma metrópole com um alto índice de poluição.
No contexto da história, a criança �nha várias crises de tosses e falta de ar, que
foram agravadas pela poluição da cidade e pela fumaça proveniente do cigarro dos pais.
Preocupados, os pais resolvem levar o filho a um especialista, que os aconselhou a mudar
para uma cidade do interior e a largarem o vício do cigarro, pois disto dependeria a vida de
seu filho. Atendido o conselho do médico, já na nova cidade, a criança se cura dos problemas
respiratórios.
Foi um evento marcante na escola. Todas as turmas foram convidadas a assis�r à peça
e, mesmo aquelas que não se incluíram no projeto, levaram uma mensagem para refle�r.
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Propostas de Atividades
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A�vidade 6.2
(Desdobramento da A�vidade 6)
Fogo na Mata
O tema fogo foi oferecido à turma da 7ª B, que teve uma atenção especial em
relação às demais, pois era a classe tachada como “problema”. Talvez tenha sido, no
quesito comportamento e aprendizado tradicional, porém foi uma classe extremamente
par�cipa�va quanto ao projeto.
A confecção do cartaz símbolo da turma foi algo que consumiu certo tempo, pois o
primeiro não foi de agrado deles, mo�vo que fez com que começassem novamente. Isso,
no entanto, não atrapalhou em nada o brilhan�smo com que elaboraram suas a�vidades.
A drama�zação, desta vez, conta a história de uma família rural, que iludida e
incen�vada pelo proprietário de uma carvoaria, faz a re�rada da floresta que acreditam
ser legal. Graças ao delegado e seu soldado, descobrem o crime ambiental a tempo. As
a�vidades na carvoaria foram encerradas e o proprietário foi levado para a cadeia.
“Não poríamos a mão no fogo pelas nossas opiniões: não temos assim tanta certeza
delas. Mas talvez nos deixemos queimar para podermos ter
e mudar as nossas opiniões.” (Autor desconhecido)
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Propostas de Atividades
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A�vidade 6.3
(Desdobramento da A�vidade 6)
Terra Seca
O elemento Terra ficou sobre a responsabilidade da turma da 8ªA que, com certeza,
não decepcionou. Muito pelo contrário, foi muito além do esperado, dando um “show” em
todos os quesitos.
Cada um, de acordo com sua visão, enfa�zou o elemento Terra de uma forma: uns
aproveitaram para falar da Terra como nosso Planeta, outros da terra seca do semi-árido,
enriquecendo assim ainda mais o seu momento.
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Propostas de Atividades
Outra forma de expressão usada pela turma, mais especificamente pelas alunas desta
sala, foi o gênero poesia. Muitas delas foram, por várias vezes, recriminadas por alguns
professores por escreverem “car�nhas em sala” e por não se interessarem por nada além
de namorar.
O teatro foi outra par�cularidade da turma, pois eles não representaram nenhuma
história, mas um texto criado por eles mesmos, que expressava a angús�a do povo que lida
com a terra no semi-árido nordes�no. Foi emocionante, não apenas pelo texto, mas pela
forma expressada. Os alunos, com as caras pintadas e com pequenos vasos contendo uma
chama ardendo, expuseram de uma maneira incrível o sofrimento daquele povo.
“Os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua
coragem ou da sua fraqueza.” (autor desconhecido)
Fig. 28: Recitação da poesia “Terra, minha vida” Fig. 29: Ensaio da apresentação
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A�vidade 6.4
(Desdobramento da A�vidade 6)
Para a turma da 8ªB, ficou o elemento Água, não menos importante, muito pelo
contrário, já que grande parte do projeto abordou justamente os recursos hídricos do bairro.
Foi di�cil mo�var os alunos dessa classe, por vários mo�vos: o fato de ser uma classe de
muitos repetentes, de serem os mais velhos das quatro turmas, de não ter ninguém que com
experiência no teatro. Tudo isso gerava insegurança e um certo repúdio à primeira proposta.
Passadas algumas aulas, com certa insistência por parte dos professores, alguns
alunos mais animados se mo�varam a bolar uma peça teatral e, dessa maneira, os demais
foram se entusiasmando com a ideia, até que conseguimos integrar toda classe no projeto.
Um dos alunos fez o cartaz com o elemento símbolo, enquanto isso, os demais
escreveram a peça e a ensaiaram durante as aulas.
A abertura por parte dos professores em ceder suas aulas para o ensaio foi muito
importante, já que nem todos moravam no bairro e alguns trabalhavam no outro período.
De início, foi isso que os impossibilitava de se agruparem, razão suficiente para �rar-lhes a
animação.
O processo de criação do texto teatral foi “feito e refeito” várias vezes, até que a�ngisse
a sa�sfação de todos. Isto nos mostrou que embora fossem relapsos em muitas a�vidades,
todos demonstraram vontade de fazer um trabalho de qualidade, pelo qual pudessem ser
valorizados. Foi isso que aconteceu...
A peça apresentou caracterís�cas diferentes das demais com uma junção de drama
e comédia – caracterís�ca que revelou a personalidade e a postura da turma, um grupo
muito extrover�do.
A água, embora fosse farta nas chuvas e nos rios, era imprópria para o uso. As pessoas,
até então, não davam conta disto, até que: O BAIANO MORREU!
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Propostas de Atividades
A morte do Baiano pela falta d’água mexeu com as pessoas que ali viviam, mas não
o suficiente para mudar seus hábitos, devido a isto: O BAIANO TEVE QUE VOLTAR... O que
quase levou todos juntos para o túmulo com ele, ao verem aquela “alma penada”.
Apesar do susto, o Baiano veio para nos deixar uma importante lição: que se
con�nuarmos desperdiçando água da maneira que fazemos, todos teremos o mesmo
des�no que o dele.
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A�vidade 6.5
(Desdobramento da A�vidade 6)
Diferente das demais turmas, esta não precisou contar com o auxilio dos professores,
pois já apresentavam vasta experiência em drama�zações, além de se tratar de uma equipe
cria�va, par�cipa�va e extremamente organizada.
A história criada por eles retratou a vida de um Homem que passeava pelas ruas
de um bairro perigoso, onde as drogas dominavam. Lá, ao sen�r sede, comprou uma
lata de refrigerante de um ambulante que por ali passava. Depois de matar sua sede,
inconscientemente, jogou a lata no chão, a�tude esta que provocou a aparição de uma
mulher que se denominava “sua consciência boa”. Ela o adver�u pela postura, fazendo
assim com que ele percebesse o erro e recolhesse a lata do chão. Neste instante, surgiu
outra mulher, de beleza exuberante e fascinante, que se denominava “sua consciência má”,
esta o aconselhou a jogar novamente a lata no chão e assim ele o fez. Este jogo de “diz
que me diz” ficou por um tempo, deixando o Homem totalmente desorientado entre a
“tentação” do errado e o que é certo. Felizmente, acabou decidindo jogar a lata no latão de
lixo, o que ocasionou o desaparecimento de sua consciência má. Pela sa�sfação de ter feito
a melhor escolha, convidou os que ali estavam, para que junto com ele, recolhessem todo
o lixo que se encontrava jogado pelas ruas.
A profundidade do tema tratado pelos alunos nos leva a reflexão de que o errado é mais
atraente e tentador, porém, cabe a nós, seres humanos, fazermos a escolha certa. O poder
está em nossas mãos. Somos os únicos responsáveis por tudo aquilo que nos ocorre.
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Propostas de Atividades
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A�vidade 7
Da realidade à fantasia
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Propostas de Atividades
Por se tratar de um trabalho em equipe, os talentos individuais, tais como: a arte das
ideias férteis e cria�vas, a arte de redigir um bom texto (verbal ou não verbal), de desenhar
e pintar se afloraram e, nessa junção, tanto o talento individual contribuiu para o cole�vo
quanto o cole�vo para o individual e todos saíram ganhando!
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Propostas de Atividades
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Propostas de Atividades
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A�vidade 8
O jogo da memória, contendo problemas ambientais e suas soluções, foi uma tenta�va
de es�mular um público ainda mais jovem – as crianças do ciclo básico – a um pensamento
ecologicamente correto.
O talento e a cria�vidade de alguns alunos nos assustam e nos recriminam por vermos
toda essa riqueza ficar por tantos anos sem ser diagnos�cada.
Com desenhos e frases bem elaboradas, os jogos puderam servir de ajuda no es�mulo
de crianças dentro da educação ambiental, já que estas conseguem concentrar maior
atenção em uma brincadeira do que em qualquer palestra.
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Propostas de Atividades
Nossos alunos têm muito mais a oferecer do que supõe nossa consciência. O lúdico
não pode e nem deve ser ignorado. Uma aprendizagem prazerosa e gostosa é o que todo
educador procura proporcionar e todo aluno deseja receber.
Nenhum tema nem frase foi dado aos alunos, apenas a tarefa de criar o jogo. Todo
resto foi de única e exclusiva competência deles. Vemos isto ni�damente no trabalho dos
alunos Jean e David Lopes, exposto a seguir.
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Propostas de Atividades
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A�vidade 9
Aproveitando a Mídia
Tempo es�mado: Duas aulas, além do tempo necessário para rodar o filme.
Por obra do acaso, ou sabe-se lá por obra de quem, o programa apresentou uma série
sobre o rio Paraíba do Sul, que é justamente um dos enfoques do projeto.
Pela dificuldade dos alunos assistirem em casa, e até por acreditar que o
aproveitamento por parte dos alunos seria melhor, os capítulos foram gravados e
repassados na escola no período de aula.
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Propostas de Atividades
As exibições dos programas se deram por tópicos, pois a cada assunto importante
tratado no vídeo, ele era interrompido para que pudesse ser discu�do entre os alunos e o
professor.
Após o término do programa, os alunos redigiram um texto sobre o rio Paraíba do Sul,
expondo o que �nham absorvido daquele tema. A produção de texto foi importante para
fazer com que os alunos repensassem o assunto e refle�ssem sobre ele, demonstrando
todo o conhecimento adquirido.
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Propostas de Atividades
O Filme “O Dia depois de amanhã” (produzido pela Twen�eth Century Fox em 2004)
foi outra opção em recursos de mídia no projeto. Trata-se de uma obra de ficção que retrata
a vinda de uma nova Era Glacial, provocada pelos efeitos do aquecimento global.
Após a exibição do filme, com muitas pausas para discussão e esclarecimento, foram
dadas questões mul�disciplinares sobre os assuntos abordados no filme.
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As informações transmi�das pelo vídeo não foram novidade, já haviam sido trabalhadas
em sala em outros momentos.
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Propostas de Atividades
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Atividade 10
Acrós�co
Os acrós�cos são formas textuais em que a par�r da primeira letra de uma palavra
e/ou frase é possível produzir uma mensagem. Baseados na importância da prevenção
ambiental, da recuperação e falta de consciência do Homem moderno e após inúmeras fontes
de pesquisas oferecidas e vivenciadas pelos nossos alunos, foi chegada a hora dos alunos
produzirem seus próprios textos; de deixar uma mensagem de reflexão e alerta aos seres
racionais, que usufruem do planeta e absorvem dele todas as riquezas de que dispõe.
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Propostas de Atividades
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A�vidade 11
Visita ao campo
Como diz o dito popular “santo de casa não faz milagre”. Por isso, ouvir alguém de
fora do grupo escolar talvez traga maior credibilidade na hora de apontar os problemas
que estamos enfrentando.
Antes de realizar a primeira visita até a mata, foi oferecida aos alunos uma palestra
ministrada pelo Sr. Antônio Galhardo, ambientalista da ONG Água, que abordou vários
assuntos relevantes, tais como: problema do lixo, poluição e localização de nascentes e
córregos locais – todos estes temas já trabalhados em sala anteriormente.
Após a palestra, os alunos, e professores, guiados pelo Sr. Galhardo, saíram em uma
curta caminhada até a mata próxima, que fica aproximadamente a 300 metros do prédio
escolar.
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Propostas de Atividades
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Fig. 40: Explicação do Sr. Galhardo Fig 41: Córrego que alimenta o pequeno lago
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Propostas de Atividades
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A�vidade 12
A Volta ao Campo
O campo foi alvo do nosso estudo ainda no primeiro semestre, mas muitos
ques�onamentos surgiram a par�r dali. Pensando nesta possibilidade, uma nova visita já
havia sido planejada.
Após meses de espera e ansiedade por parte dos alunos, chegou a hora de voltar ao
campo. Devido à dificuldade de levar todas as salas, �vemos que selecionar apenas uma, a
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Propostas de Atividades
turma da 7ªB. A escolha não foi feita ao acaso, mas foi baseada nas habilidades de alguns
alunos da classe em questão. Muitos deles já eram acostumados ao campo, por pescarem,
caçarem içá, soltarem pipa e demais a�vidades que requerem o contato com a mata.
Da mesma forma que ocorreu na primeira visita ao campo, medidas foram �radas e,
desta vez, amostras de água também foram recolhidas para uma análise, ao menos visual,
em comparação com amostras de outros córregos.
Fig. 45: Medidas e anotações feitas na saída de um córrego encanado próximo a escola.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
É claro que aqueles alagadiços já haviam sido vistos outras vezes, porém, por termos
analisado aquela região anteriormente, os alunos, desta vez, se deram conta da modificação
ambiental ocorrida naquele ponto e puderam, por si só, chegar à conclusão da influência
da água naquele pequeno ecossistema. Embora todo campo fosse objeto de estudo, nosso
des�no era retornar ao córrego que visitamos ainda no primeiro semestre. Chegando lá,
�vemos dificuldade com o terreno, devido ao barro e o lamaçal que se formou pelas chuvas
de verão.
Novamente as medidas foram �radas e registradas, porém todas elas �veram que
ser descartadas, pois pelo fato do terreno encontrar-se alagado, foi di�cil precisar o
ponto que foi u�lizado para medição na outra visita. Além disso, o excesso de sujeira no
terreno também prejudicou, porque não estávamos certos se aquela vazão poderia ser
considerada, já que não �nhamos nenhum especialista à disposição para nos auxiliar no
campo.
Antes de retornar a escola, Lucas nos informou que havia uma nascente próxima do
lugar onde estávamos, desta forma, toda turma se animou em ir até ela para conhecê-la.
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Propostas de Atividades
Passar pela cerca de arame farpado, pisar no barro, levar picadas de insetos, além
dos carrapatos e carrapichos, não foram empecilhos nenhum para os par�cipantes dessas
a�vidades.
Lucas nos levou até um pequeno lago. Ao chegar lá, apontou no fundo dele um
buraco de onde jorrava a água. Aquele buraco era a nascente que, segundo Lucas,
ninguém conhecia, apenas ele. Apesar de muita gente passar naquelas terras e
conhecer o lago, realmente, até onde sabemos, ele era o único que sabia da existência
daquele olho d’água. Se é verdade ou não, o que importa é que nós conhecemos
aquele ponto graças a ele – e dele ninguém poderá tirar o mérito.
Para que o conhecimento adquirido não ficasse apenas com a turma da 7ªB, todos os
resultados e as a�vidades feitas em campo foram discu�das com as demais classes, a fim
de dissipar tudo aquilo que foi aprendido.
Fig. 47: Lucas apontando a origem do córrego. Fig. 48: Alcenir e Salomão recolhendo
amostra de água.
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Propostas de Atividades
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Capítulo 6
Trabalhar com projeto e a�vidades diferenciadas não é fácil em qualquer que seja
a escola. Enfrentar tradições pedagógicas da direção, de outros professores, dos próprios
alunos e até mesmo de um bairro – quando muitas vezes alguns pais preferem cri�car o
ensino ao invés de conhecer o trabalho dos professores de seus filhos – é razão suficiente
para que todo professor prefira manter a maneira an�ga de ensinar: sala de aula – lousa
– cópia – estudo – prova.
O método tradicional foi bem sucedido no passado, porém eram tempos em que as
pessoas �nham uma família bem estruturada, as crianças �nham sonhos e uma perspec�va
de um futuro promissor. Aquelas que não �nham, nem se quer iam para a escola.
Nos dias de hoje, quando ao ensino não é dado o devido valor, todos têm direito
à escola. Aqueles que não querem são obrigados ou até mesmo comprados pelo “Bolsa
Família” – que paga os pais para manterem seus filhos na escola, sem se preocupar com o
rendimento desses alunos, contanto que tenham a frequência na sala de aula.
A abolição da reprovação também foi uma perda para a nossa educação. Nossa
sociedade não está acostumada ao planejamento em longo prazo. Somos imedia�stas, por
isso, como poderíamos convencer uma criança que o aprendizado de hoje será ú�l para seu
futuro? Os alunos não temem as notas baixas, pois sabem que vão passar de ano. Não temem
as reuniões de pais, já que a maioria deles não aparece. Não temem o professor, pois a lei os
dá tantos direitos que o educador passa a ser submisso em sala diante do educando.
Frente a tantos problemas, a única solução é trabalhar de uma forma que mo�ve o aluno
a par�cipar da aula, não por obje�vos futuros, mas por gostar do que está fazendo e, dessa
forma, “aprender sem saber”. Só que, ao fazer isso, o professor deve estar disposto a enfrentar
muitas barreiras. Se vencê-las, no entanto, o resultado com seus alunos valerá a pena.
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Propostas de Atividades
O projeto nos trouxe vários avanços em relação ao ano anterior. A iden�dade que
ganhamos com os alunos envolvidos cresceu incrivelmente, o que nos deu a oportunidade
de conhecê-los mais e descobrir a melhor maneira de a�ngir cada um deles.
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Educação Ambiental na Gestão de Recursos Hídricos
Melhorar a autoes�ma dos alunos foi algo extremamente relevante para conseguirmos
dar con�nuidade ao projeto e alcançar maior interesse dos alunos pelo estudo. O tema
ambiental foi outro fator importante para o sucesso do trabalho, visto que é algo que está
próximo a nós e é de interesse de todos.
“O que é uma erva daninha? Uma planta cujas virtudes ainda esperam
para serem descobertas.” (Ralph Waldo Emerson)
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Bibliografia*
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