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Avaliação Ambiental
de propostas e projetos a serem
submetidos ao fundo de inversões
rurais (fundir) ao Microbacias2
EXPEDIENTE
Elaboração
Nelso Figueiró
Bernardete Panceri
Cinthya Mônica da Silva
Alcides José Molinari
André Ricardo Poletto
Revisão
Kátia Medeiros
Digitação
Fernanda Ouriques Maia
Tatiana Sakuma
Editoração
Assessoria de Comunicação Epagri/Ciram
Guilherme Pfau
Primeira Edição:
Tiragem:
Impressão:
SUMÁRIO
Ø 1 - APRESENTAÇÃO ..........................................................................................4
Ø 2 - INTRODUÇÃO ..............................................................................................5
Ø 3 - PRINCÍPIOS GERAIS.....................................................................................6
ØREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................29
1 - APRESENTAÇÃO
A conjuntura atual que vivemos e a crescente conscientização ambiental da sociedade, de um
modo geral, exige, cada vez mais, maior atenção por parte do poder público, visando a conservação
do meio ambiente.
Paralelamente, o enfoque à produção sustentada e voltada para alternativas ecologicamente
corretas, aliadas a um mercado crescente consumidor desses produtos, nos dá a certeza que é
mister aceitar o desafio da produção integrada com o meio ambiente.
Aliás, o melhor índice de eficiência econômica é alcançado quando o produto final (agrícola ou
não agrícola) é compatível aos bens de produção (recursos naturais).
O Projeto PRAPEM/MICROBACIAS 2 tem no seu escopo promover o alívio à pobreza rural e o
adequado manejo dos recursos naturais – incorpora logicamente a variável ambiental – na busca de
uma melhor produtividade, em função do correto planejamento e uso dos recursos.
Nesse processo todo está permeada a questão ambiental e, para aqueles projetos que exijam
autorização e/ou licenciamento ambiental e/ou outorga para o uso da água, faz-se necessário uma
série de procedimentos para a obtenção desses instrumentos.
A finalidade maior desse documento é a de entregar uma ferramenta de trabalho para os
técnicos elaboradores de projetos técnicos, facilitando o entendimento do processo licenciatório e
orientando os passos necessários para a obtenção de autorização (florestal ou ambiental - AuA), de
licença (Licença Prévia –LP, Licença de Instalação – LI e Licença de Operação – LO) e de outorga para a
utilização de recursos hídricos.
A elaboração desse material foi concebida em reunião conjunta entre a coordenação do
Projeto Microbacias 2, Missão do Banco Mundial, técnicos da Epagri e técnicos da Fatma.
Isso tudo, aliado a uma integração regional entre os órgãos executores e participantes, 4
catalizará a dinâmica do processo, trazendo como conseqüência maior eficácia, importante para o
bom desempenho global do Projeto Prapem/Microbacias 2.
2 - INTRODUÇÃO
Modernamente há uma percepção de que o desenvolvimento e a proteção ao meio ambiente
não são excludentes; ao contrário, a nova percepção vigente recomenda ações e comportamentos
que estejam calçados no equilíbrio entre o homem e natureza. Pois, se o desenvolvimento for
baseado em normas e projetos racionais e menos impactantes será possível obter resultados sociais
mais justos e compatíveis com a tão desejada preservação da natureza.
A avaliação dos impactos ambientais seria analisar um projeto antes de sua iniciação e estimar
qual seria o dano causado por este e o que poderia se fazer para minimizar ou anular esses danos por
meio de um estudo baseado nos fatores ambientais modificados e na descrição do projeto.
Considera-se que a implantação do Projeto Microbacias represente impacto positivo para o
Estado de Santa Catarina. Entretanto, todas as ações previstas devem ser realizadas de maneira
adequada de modo a evitar ou não provocar impactos negativos ao meio ambiente.
Este manual vem com o objetivo:
- Fornecer aos técnicos animadores e facilitadores uma visão geral sobre o que é avaliação
ambiental;
- Orientar aos técnicos animadores e facilitadores os procedimentos de avaliação ambiental
adotados pelo Microbacias 2, que deverão ser incorporados ao processo de aprovação dos projetos a
serem financiados pelo Fundo de Inversões (Fundir) do projeto;
- Orientar os técnicos animadores e facilitadores com ferramentas de trabalho que facilitem o
entendimento do processo licenciatório e oriente os passos necessários para a obtenção de licenças
e autorizações ambientais junto ao órgão ambiental competente (FATMA – Fundação do Meio
Ambiente). Isto porque tais licenças e autorizações poderão ser requeridas pelo Estado (Fatma) em
certos projetos a serem submetidos pelo Fundir, de acordo com a legislação ambiental, para os quais
o Fundir somente aprovará após o devido cumprimento destes procedimentos e aprovação da FATMA.
Atualmente a questão ambiental encontra-se entre uma das grandes preocupações mundiais
e está presente em praticamente todas as áreas.
Neste contexto, a produção busca a sustentabilidade com alternativas ecologicamente
corretas e economicamente viáveis, que juntamente com um mercado consumidor crescente
desses produtos, promove o desafio da produção integrada com o meio ambiente. Entretanto a 5
extração de recursos naturais, seu processamento industrial e o descarte dos resíduos gerados
podem representar riscos ao equilíbrio dos diversos sistemas ecológicos.
Para permitir atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente e,
ao mesmo tempo, evitar os riscos aos diversos ecossistemas, a legislação brasileira exige das
empresas o licenciamento ambiental. No estado de Santa Catarina, é a FATMA – Fundação do Meio
Ambiente - a responsável legal por essa atribuição.
3 - PRINCÍPIOS GERAIS
A avaliação de impactos procura identificar, caracterizar e avaliar, quantitativa e qualitativamente, os
impactos potenciais das intervenções ambientais identificadas na etapa de análise do inventário.
4 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL
4.1 - O que é Licenciamento Ambiental
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma,
possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as
normas técnicas aplicáveis ao caso.
4.2 - Quem está sujeito ao Licenciamento Ambiental?
Todas as pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as entidades da Administração Federal,
ressalvadas as definidas em Lei, Estadual e Municipal, cujas atividades utilizam recursos ambientais
que possam ser causadoras efetivas e/ou potencialmente poluidoras, ou causadoras de degradação
ambiental, dentre as quais se incluem aquelas listadas, sobretudo na resolução do Conama 237/97.
4.3 - Como adquirir o Licenciamento Ambiental?
Na Fundação do Meio Ambiente – FATMA existe uma Instrução Normativa e um formulário
específico para cada tipo de empreendimento. Estes formulários estão disponíveis na sua sede ou
Coordenadorias Regionais de Meio Ambiente ou no site www.fatma.sc.gov.br, em arquivos para
download. Juntamente com os formulários deverá ser entregue a documentação necessária,
especificada nos mesmos.
Para construir, instalar reformar ou fazer funcionar obras e serviços que possam interferir no
meio ambiente, você precisa obter o licenciamento ambiental da FATMA.
Estes são os documentos necessários ao Licenciamento Ambiental, que atestam o exercício
legal de atividades ou empreendimentos poluidores.
6
- Licença Prévia – LP
- Licença de Instalação – LI
- Licença de Operação – LO
- Autorização Ambiental–- AuA
- Estudo de Impacto Ambiental – EIA/RIMA
5 - TIPOS DE LICENÇAS E PRAZOS DE VALIDADES
De acordo com o Decreto Lei n° 14.250 de 5 de junho de 1981, o artigo 70, parágrafo único
com a nova redação dada pelo Decreto nº 1.140/87, a autorização será concedida através de:
I - Licença Ambiental Prévia - L.A.P.;
II - Licença Ambiental de Instalação - L.A.I.;
III - Licença Ambiental de Operação - L.A.O.
Art. 71 - A Licença Ambiental Prévia - L.A.P., com prazo de validade de até 2 (dois) anos,
declara a viabilidade do projeto e/ou localização de equipamento ou atividade, quanto aos aspectos de
impacto e diretrizes de uso do solo.
Parágrafo 1º - Decorrido o prazo da licença de que trata este artigo sem que tenha sido
solicitada a Licença Ambiental de Instalação - L.A.I., o prosseguimento do projeto depende de outra
Licença Ambiental Prévia - L.A.P.
Parágrafo 2º - No caso de empreendimento sem risco comprovado para o meio ambiente
poderá ser dispensada a Licença Ambiental de Instalação - LAI., a critério da autoridade administrativa
estadual competente.
Art. 72 - A Licença Ambiental de Instalação - L.A.I., com prazo de validade de até 3 (três) anos,
autoriza a implantação da atividade ou instalação de qualquer equipamento, com base no projeto
executivo final.
Parágrafo Único - Decorrido o prazo da licença de que trata este artigo, sem que tenha sido
solicitada a Licença Ambiental de Operação - L.A.O., o prosseguimento da implantação do
empreendimento depende de outra Licença Ambiental de Instalação - L.A.I.
Art. 73 - A Licença Ambiental de Operação - L.A.O., com prazo de validade de até 8 (oito) anos,
autoriza o funcionamento do equipamento, atividade ou serviço, com base em vistoria, teste de
operação ou qualquer meio técnico de verificação.
Parágrafo Único - Decorrido o prazo da Licença de que trata este artigo, a continuação do
funcionamento do equipamento, atividade ou serviço depende de renovação da Licença Ambiental de
Operação - L.A.O. 7
Art. 74 - A critério da autoridade administrativa, poderá ser prorrogado por um período não
superior a 1/3 (um terço) o prazo estabelecido para a validade da licença ambiental, desde que
requerido fundamentalmente com a antecedência necessária.
Art. 75 - A alteração, sem prévia autorização, de projeto ou de tecnologia de produção ou do
sistema de controle ambiental, invalida a licença ambiental expedida.
5.1 - Licenciamento Corretivo
Se a etapa prevista para a obtenção de Licença Prévia (LP) ou Licença de Instalação (LI) esteja
vencida, a mesma não será expedida, não desobrigando o interessado da apresentação ao dos
estudos ambientais cabíveis, para a obtenção da Licença de Operação. Mesmo que a etapa da Licença
de Instalação esteja ultrapassada, o Estudo de Impacto ambiental e o respectivo Relatório de Impacto
Ambiental deverão ser elaborados, de modo a poder tornar públicas as características do
empreendimento e suas características ambientais.
5.2 - Autorização Ambiental (AuA)
Esta Autorização é expedida para empreendimentos e/ou atividades cujo porte é inferior ao
caracterizado como porte pequeno “P”, segundo a PORTARIA INTERSETORIAL n° 01/04, que aprova a
listagem e a classificação das atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação
ambiental. Nesta classe estão enquadrados os empreendimentos da categoria “C” descritos na
matriz das principais intervenções (Anexo I).
5.3 - Estudo de Impacto Ambiental – EIA
O EIA é um diagnóstico detalhado das condições ambientais da área de influência do projeto
antes de sua implantação. Deve considerar o solo, o subsolo, o ar, as águas, o clima, as formas de
vida, os ecossistemas naturais e o meio sócio-econômico. Com a análise das conseqüências de sua
implantação e não implantação, os impactos positivos e negativos, as medidas amenizadoras desses
impactos e suas formas de acompanhamento e monitoramento.
5.4 - Relatório de Impacto Ambiental – Rima
O RIMA contém as conclusões do estudo, demonstrando em linguagem acessível a toda a
comunidade todas as vantagens e desvantagens, ambientais, sociais e econômicas. Deve-se valer 8
de quadros, tabelas, audiovisuais e simulações que facilitem a sua compreensão. (Normalmente são
exigidos RIMA para grandes obras de impactos significativos, por exemplo: hidrelétricas, shoppings,
túneis, etc).
Como norma, ficarão à disposição das pessoas interessadas, tanto na Biblioteca da FATMA, quanto na
Biblioteca Pública da região. Para a apresentação do Relatório, a FATMA pode convocar audiência
pública, através da imprensa, onde podem se manifestar todas as pessoas e entidades que tenham
algum interesse no projeto.
5.5 - E se o empreendimento enquadrado na categoria “C” e “D” não for Licenciado?
Neste caso o empreendimento será ilegal, ou seja, não estará legalizado perante as normas
ambientais e o responsável pelo empreendimento pode sofrer as penalidades previstas por lei. A Lei
de Crimes Ambientais, sancionada em 22 de fevereiro de 1998, prevê detenção de um a seis meses,
multa, ou ambas as penas, para quem construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores sem as licenças.
5.6 - Revalidação de Licenças Ambientais
As licenças serão revalidadas por período fixado, na dependência de que o empreendedor não
tenha incorrido em alguma penalidade prevista na legislação ambiental. O pedido de revalidação da
licença de operação deverá ser protocolado no órgão ambiental estadual - com a documentação
necessária e com antecedência ao vencimento da licença.
O estudo ambiental que deverá ser elaborado por técnicos habilitados chama-se RADA - que é
um Relatório de Avaliação do Desempenho Ambiental, ou seja, é um documento onde o
empreendedor avaliará as condições de seu empreendimento durante a vigência da licença. Neste
documento, o projeto de mitigação dos impactos ambientais aprovado quando da concessão da
licença será avaliado, descrevendo os impactos que foram mitigados, se não foi possível mitigá-los
qual medida compensatória foi adotada e, mesmo, avaliar se essa medida realmente compensou os
impactos ambientais. As medidas mitigadoras visam atenuar os impactos do próprio
empreendimento e as medidas compensatórias nem sempre decorrem do impacto do 9
11
6 - FLUXO DAS ETAPAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL
Elaboração e
1ª classificação dos ATER*
Projetos "A" "B" "C" e "D"
"B" Identificação e
previsão dos ATER ATER/CCM
2ª
impactos ambientais
"C" Identificação e
previsão dos ATER ATER/CCR
impactos ambientais
"D" Identificação e
previsão dos ATER ATER/CCR 12
impactos ambientais
"C" CCM/ATER
Definição das
medidas de ATER
3ª mitigação
*ATER = Facilitador
* A e B - Não necessita de autorização ou licenciamento
* C - Necessita de Autorização Ambiental
"D" CCR/ATER
* D - Necessita de Licença Ambiental
7 - PROCEDIMENTOS E ETAPAS DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL
DE PROJETOS A SEREM SUBMETIDOS AO FUNDO
DE INVERSÕES RURAIS (FUNDIR) DO MICROBACIAS
A avaliação ambiental, tradicionalmente, é constituída de algumas análises técnicas realizadas
sobre uma atividade ou projeto proposto, a fim de prever os possíveis impactos ambientais que
podem ser derivados da execução desta operação, propondo as ações e medidas para prevenir,
amenizar e corrigir seus efeitos degradantes.
Os tipos de propostas e projetos a serem apoiados pelo Fundir são de micro, pequena e média
escala. Logo, espera-se que uma porção considerável destes esteja associada a impactos baixos ou
moderados sobre o meio ambiente, ou em grande parte positivos ou neutros. Por esta razão, os
procedimentos de avaliação ambiental propostos são simplificados, não se prevendo efeitos adversos
significativos sobre o meio ambiente.
Para acessar o apoio do Fundir estão sendo elaborados propostas e projetos de liberação de
recursos individuais ou grupais. Durante a elaboração de propostas e projetos devem ser classificados
em função dos possíveis impactos positivos ou negativos. Esta classificação enquadrará a proposta
e/ou projeto em uma das quatro categorias descritas a seguir:
• Categoria A: Propostas e projetos com impactos ambientais negativos inexistentes ou
insignificantes que, conseqüentemente, não requerem medidas mitigadoras (exemplo: sub-projetos
de educação ambiental em escolas, projetos de apoio à certificação de produtos agrícolas, etc.). Estes
projetos não requerem nenhum tipo de autorização ou licenciamento da FATMA.
• Categoria B: Propostas e projetos com impactos ambientais potenciais de baixa magnitude,
que podem ser facilmente mitigáveis e que não necessitam passar pela FATMA. Nesta categoria,
deverá ser feita uma identificação dos possíveis impactos e de suas medidas mitigadoras, as quais 13
deverão ser incorporadas ao desenho da proposta.
• Categoria C: Propostas e projetos com impactos ambientais potenciais de magnitude
moderada, que podem ser mitigáveis, os quais estão sujeitos à Autorização Ambiental (AUA) da
FATMA; também se enquadram nesta categoria propostas e projetos de recuperação ambiental
localizados em Áreas de Preservação Permanente (APPs), que deverão seguir as normas e instruções
dos órgãos ambientais competentes (Fatma e/ou Ibama).
• Categoria D: Propostas e projetos com impactos ambientais potenciais de magnitude
moderada ou significativa, que podem ser mitigáveis, os quais estão sujeitos a Licenciamento
Ambiental (LA) da FATMA.
O Anexo 1 apresenta uma lista ilustrativa de propostas e projetos de inversão que poderiam
ser incluídos nas categorias descritas anteriormente. Esta lista de atividades contidas no Anexo 1 é
somente uma referência para o técnico e poderá ser revisada ao longo do Projeto (em função dos
vários tipos de propostas e projetos que possam surgir no Fundir), tendo sua revisão endossada pelo
Banco Mundial - BM.
Quando um projeto compreender atividades em mais de uma categoria, o extensionista
responsável deverá classificá-lo na categoria referente às atividades de maior impacto ambiental. Para
os projetos classificados na Categoria A não há a necessidade de adoção de medidas mitigadoras,
pois os mesmos já são, em si, projetos de estudos e educação ambiental. Para os projetos
classificados nas Categorias B, C e D requerer-se-á uma avaliação ambiental para identificar os
impactos ambientais e as respectivas medidas de mitigação e/ou prevenção que deverão ser
incorporadas ainda na fase de elaboração do sub-projeto.
No contexto do projeto Microbacias não se espera a proposição de projetos a serem
submetidos ao Fundir que se enquadram na categoria D, uma vez que essa categoria se refere à
atividade de magnitude maior do que aquela prevista no projeto Microbacias, Inversões dos pequenos
empreendimentos familiares. Caso venha surgir alguma demanda que se enquadre na categoria D,
deverá ser aprovada pela Gerência Executiva Estadual.
(Etapas de avaliação para as Categorias B e C e D) 14
São propostos procedimentos para concluir uma avaliação ambiental em três etapas.
Primeira etapa: Elaboração das propostas e projetos pela Ater
Para executar uma avaliação ambiental, é necessário ter uma clara definição dos
procedimentos propostos no projeto: o que se pretende fazer? Aonde? Que tipos de material,
trabalho e/ou recurso estarão envolvidos? Que maneiras diferentes existem para executá-la? Quais
são as características ambientais da área? Isto significa: os corpos d`água (cano, rio, lago ou lagoa); os
tipos de vegetação (pastagens, arbustos ou árvores), as áreas protegidas (se for o caso) e a distância
do projeto de sítios ecológicos, históricos, arqueológicos ou fisiográficos únicos que poderiam ser
afetados, situados, por exemplo, em um raio de 500 metros. Para determinadas propostas ou
projetos, de acordo com sua complexidade, será exigida a avaliação integral desta etapa. Esta etapa é
de responsabilidade da Ater.
Segunda etapa: Identificação e previsão dos possíveis impactos ambientais
Nesta etapa é necessário identificar e prever os impactos ambientais causados pela ação e o
desenvolvimento em todas as fases do projeto sejam estes: positivos/negativos, diretos/indiretos,
reversíveis/irreversíveis, locais/regionais, temporários/ permanentes/ periódicos. Mesmo assim,
dependendo da natureza e característica de cada caso em particular, recomenda-se determinar o
nível dos impactos identificados (exemplo: impacto não-significativo, moderado ou significativo).
Para guiar o facilitador (ou a pessoa responsável pela avaliação ambiental) na identificação dos
impactos ambientais, este Manual inclui uma série de Quadros de Comprovação Ambiental (Anexo 2)
em distintas atividades e modificações no meio rural. Os técnicos devem assegurar-se que as
análises de possíveis impactos ambientais englobem os fatores representados anteriormente, e,
sempre que for possível, devem-se quantificar os impactos (exemplos: quantidade de solo a ser
perdido e o grau de erosão que poderá ocorrer; quantidade de espécies da floresta que poderão
desaparecer). Esta etapa é de responsabilidade do Facilitador e da Associação do Microbacias.
Terceira etapa: Definição das medidas de mitigação dos novos projetos e aprovação dos mesmos
Uma vez identificados os impactos ambientais, é necessário definir as respectivas medidas de 15
17
8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os esclarecimentos relativos às autorizações, licenças e outorgas mencionadas,
podem ser complementadas, pessoalmente, nos escritórios Regionais da Fatma e Gerência Estadual
do Microbacias 2 e Escritórios Locais da Epagri.
Todo procedimento deve-se iniciar com uma consulta formal aos Escritórios Regionais da
Fatma, sempre que possível, para que as dúvidas ou eventuais irregularidades no encaminhamento
não se traduzam em atrasos na emissão da autorização, licença ou outorga.
Todo o material, como formulários, requerimentos e cópias de procedimentos, são
padronizados e encontra-se a disposição dos interessados nos Escritórios Regionais da Fatma.
Os escritórios Regionais da Fatma, nos casos em que o porte dos empreendimentos exigirem
informarão imediatamente a necessidade de documentação complementar e/ou maiores
detalhamentos sobre o grau e a natureza das intervenções sobre o meio ambiente.
Toda a autorização, licença ou outorga tem um prazo legal para ser emitida, porém nas
solicitações do PRAPEM/Microbacias 2, deve ser observado o caráter de urgência e da maior agilidade
que for possível para o entendimento. Ressalta-se, porém, que é limitante para essa rapidez no
processo, que toda a documentação esteja devidamente encaminhada.
18
ANEXO I - MATRIZ DAS PRINCIPAIS INTERVENÇÕES
Categoria “A” = Não necessita passar pela Fatma - Categoria “B” = Necessita de Autorização Ambiental (AUA) da
Fatma - Categoria “C” = Necessita de Licenciamento Ambiental (LA) da Fatma LINHAS DE APOIO E RESPECTIVAS
CATEGORIAS AMBIENTAIS - OBS: O Artigo 2° da Portaria Intersetorial 01/00 (lista as atividades possíveis de
Autorização Ambiental)
LI NHAS DE
APOIO
A B C D
Práticas Práticas Sistemas de tratamento Sistemas de tratamento
Conservacionistas Conservacionistas de dejetos animais de dejetos animais:
Recursos - Aquisição de máquinas e Sistemas de tratamento a)Suinocultura: 1.Suinocultura:Terminaçã
naturais e equipamentos; de dejetos animais Te r m i n a ç ã o < 5 0 0 o >=500 cabeças
meio - Projetos de educação (bovinos) 50 cabeças cabeças 2.Unidade de Produção de
ambiente ambiental em escolas confinados; b) Unidade de Produção de leitões >= 1200 matrizes
rurais/nucleadas; Adequação de estradas leitões < 120 matrizes 3.Creche >= 1200
nas Microbacias < 10 Km; c) Creche < 1200 cabeças cabeças
Recuperação ambiental d) Ciclo completo < 60 4. Ciclo completo >= 60
(limpeza manual de matrizes matrizes
córregos, aplicação do BTI) Obs.: Em relação aos 5.Retificação e melhorias
- Sistema de coleta e projetos de suinocultura de rodovias >= 10 Km;
tratamento de lixo conforme o manual 6.Recuperação de áreas
(comunitário e grupal); o p e r a t i v o, o p ro j e t o degradadas <= 5ha ;
- Recuperação de áreas Microbacias, financiará Obs.: Observados
degradadas (mata ciliar) somente o sistema de conforme manual
<= 5 ha esterqueiras. operativo do projeto.
Melhoria - Proteção de fonte; - Reforma de residência; Pe r f u r a ç ã o d e p o ç o
da - Destino correto de artesiano
Habitação efluentes domésticos
(sistemas unifamiliares e
semi coletivos);
- Sistema individual e
g r u p a l d e c a p t a ç ã o,
armazenamento,
tratamento e distribuição
de água potável (exceto
poço artesiano e
represamento total de
curso de água)
- Melhorias e reformas de
infra-estrutura do centro
comunitário. 19
Renda Melhoria da produção Melhoria da produção Melhoria da produção
tradicional e ou tradicional e ou tradicional e ou
implantação de cultura e implantação de cultura e implantação de cultura e
criações alternativas criações alternativas criações alternativas
(exceto animais (exceto animais (exceto animais
silvestres/exóticos); silvestres/exóticos); silvestres/exóticos);
- Pomar e cultivo de - Piscicultura < 1,0 ha Projeto agrícola irrigado por
palmáceas e musáceas < (policultivo em açude); inundação. (arroz irrigado)
20 ha ; - Unidade Produção de
A B C D
Renda - Açude < 1,0 ha (múltiplo Alevinos < 0,06; Agregação de valor
uso); - Piscicultura < 1,0 ha - Abate de animais;
- Florestamento e (monocultivo); - Fabricação de vinagre;
reflorestamento < 30ha - Piscicultura < 1,0 ha -Industrialização de
- Pequenas olarias < (policultivo em viveiro); produtos animais, área útil
0,05ha Agregação de valor >= 0,05 ha;
- Funilaria e latoaria < - Fabricação de fécula, - Fabricação de bebidas
0,05ha amido e seus derivados não alcoólicas;
- Desdobramento de <100 produção por safra/ - Destilação de álcool
madeira < 0,1ha toneladas. etílico;
- Fabricação de estruturas - Preparação de pescado e
de madeira e artigos de fabricação de conservas
carpintaria < 0,1ha de pescado < = 0,02 ha;
- Fabricação de cabos,
utensílios de madeira e
artefatos de madeira
torneada < 0,1ha;
Agregação de valor
- Artesanato
- I n d ú s t r i a d e
biscoitos/bolacha/pães
- Produção e secagem de
plantas medicinais;
- Industrialização de
produtos vegetais < 0,05
ha (de geléias, musse,
picles, sucos, conservas,
lavação e embalagem de
frutas e hortaliças);
- Preparação do leite e
fabricação de produtos de
laticínios < 0,02 há;
- Industrialização de
produtos de origem animal
< 0,05
- Resfriamento e
distribuição de leite <
20
0,01 ha
- Serralheria, fabricação de
tanques, reservatórios e
outros recipientes
metálicos e artigos de
caldeireiro sem tratamento
químico > = 0,02 ha;
- Fabricação de artigos de
cutelaria, armas,
A B C D
Renda ferramentas manuais e
fabricação de artigos de
metal para escritório < =
0,02 ha;
Serviço industrial de
usinagem, soldas e
semelhantes e reparação
de máquinas ou
manutenção de máquinas,
aparelhos, equipamentos
e veículos > = 0,02 ha ;
Montagem, reparação ou
manutenção de máquinas,
aparelhos e equipamentos
industriais e comerciais e
elétricos e eletrônicos < =
0,02 ha;
Fabricação de molduras >
= 0,03 ha;
- Fabricação de móveis de
madeira, vime e junco > =
0,2 ha;
- Fabricação de móveis de
m e t a l o u c o m
predominância de metal,
revestidos ou não com
lâminas plásticas
inclusive estofados > =
0,2 ha;
- Fabricação de sabão,
detergentes e glicerina <
= 0,2 ha;
- Fabricação de produtos
de perfumaria < = 0,2 ha;
- Confecções de roupas e
artefatos de têxteis de
cama, mesa, copa e 21
banho; =< 0,02ha;
- Fabricação e
engarrafamento de vinhos
> = 0,03;
- Fabricação e
engarrafamento de
aguardentes, licores e
outras bebidas alcoólicas
> = 0,03 ha;
A B C D
Renda - Fabricação e
engarrafamento de
cervejas, chopes,
exclusive maltes < = 0,2
ha;
- Fabricação e
engarrafamento de
cervejas, chopes,
inclusive maltes < = 0,2
ha;
- Fabricação de bebidas
não alcoólicas exclusive
engarrafamento e
gaseificação de águas
minerais em embalagem
“pet” < = 0,2 ha;
Industrialização de
produtos vegetais área útil
>= 0,05 ha(de geléias,
musse, picles, sucos,
conser vas, lavação e
embalagem de frutas e
hortaliças);
22
ANEXO II
POSSÍVEIS AÇÕES DE PRESERVAÇÃO E MONITORAMENTO AMBIENTAL
QUADRO 5. REFLORESTAMENTO:
PRÁTICAS ASSOCIADAS COM RISCOS AMBIENTAIS
POSSÍVEIS IMPACTOS E AÇÕES DE PRESERVAÇÃO
Impactos Possíveis Ações Mitigadoras Indicadores de Monitoramento
Plantações florestais:
- Pelo reflorestamento com espécies - Conservação ou implantação de mata - Monitoramento biológico da fauna e
exóticas, poderá haver: (i) mudança ciliar, com espécies nativas, conforme da flora de florestas
nas condições do solo pelo efeito da legislação ambiental - Aumento ou redução da erosão
matéria seca de algumas espécies - Uso de espécies exóticas - Fertilidade do solo
exóticas; (ii) compactação de solos preferencialmente em projetos de - Aumento ou redução de pragas e
durante a extração e (iii) perda da reconversão de propriedades doenças
biodiversidade - Plantações mistas 25
- Quando as plantações compreendem Corte do bosque em talhões
monocultivos, há maiores riscos de intercalados
pragas e doenças Planejamento de carreadores, na
implantação do reflorestamento, para a
retirada da madeira
QUADRO 6. ECOTURISMO:
PRÁTICAS ASSOCIADAS COM RISCOS AMBIENTAIS
POSSÍVEIS IMPACTOS E AÇÕES DE PRESERVAÇÃO
Impactos Possíveis Ações Mitigadoras Indicadores de Monitoramento
Áreas queimadas sem medidas
preventivas:
Incêndios de áreas com florestas ou -Regulamentação de práticas de -Aumento ou redução de incêndios
pastagens comportamento em áreas turísticas florestais.
-Adequação de zonas seguras para
preparar fogueiras
-Vigilância e controle estrito de
atividades turísticas
QUADRO 7. AQÜICULTURA:
PRÁTICAS ASSOCIADAS COM RISCOS AMBIENTAIS
POSSÍVEIS IMPACTOS E AÇÕES DE PRESERVAÇÃO
Impactos Possíveis Ações mitigadoras Indicadores de monitoramento
Alta concentração de peixes em
tanques:
-Incremento com resíduos orgânicos - Filtros de água tanto na entrada - Monitoramento de qualidade e
em águas que circulam através de quanto na saída dos tanques de quantidade de água nos tanques
tanques aqüicultura
-Contaminação de águas - Reduzir ou eliminar sobrecarga de
-Proliferação de doenças entre peixes resíduos orgânicos através da redução
do tanque e possível contágio em da quantidade de alimento de peixes
peixes nativos
Uso excessivo de água e
conseqüente descarte de efluentes
líquidos (tanque com saída de água):
-Degradação da qualidade da água - Evitar descarte de efluente líquido, - Monitoramento de qualidade e
superficial que recebe os efluentes exceto em caso de trutas quantidade de água
-Proliferação de insetos nas águas (abastecimento de água somente para
superficiais repor perdas)
- Reduzir ou eliminar sobrecarga de
resíduos orgânicos através da redução
da quantidade de alimento dos peixes
(eliminando o excesso de insumos)
Cultivo de espécies marinhas, em
áreas de mangues:
-Destruição de manguezais e restingas - Cultivo de algumas espécies em - Área de manguezais e restingas
para construção de tanques e obras áreas alagadas ou nos manguezais conservada ou destruída
similares - Manutenção adequada de tanques 26
-Abandono de áreas usadas para para seu uso periódico
tanques de cultivo, por falta de - Técnicas de cultivo adequadas para
manutenção reduzir a acumulação excessiva de
resíduos orgânicos
Cultivo de espécies exóticas:
-Introdução involuntária de algumas - Manutenção adequada de comportas - Monitoramento de peixes em cursos
espécies em cursos e corpos naturais de tanques naturais de água
de água -Controle estrito no manejo de peixes
-Concorrência e possível
deslocamento de espécies nativas
QUADRO 8. PEQUENOS CAMINHOS RURAIS:
PRÁTICAS ASSOCIADAS COM RISCOS AMBIENTAIS
POSSÍVEIS IMPACTOS E AÇÕES DE PRESERVAÇÃO
Impactos Possíveis Ações Mitigadoras Indicadores de Monitoramento
Caminhos florestais e rotas de
extração de madeira:
Destruição dos corredores ecológicos: Conservação e/ou formação de Monitoramento biológico da flora e
barreiras para o livre movimento da corredores ecológicos fauna de florestas
fauna silvestre, especialmente para Rotas alternativas que não passem por Maior ou menor ocorrência de
espécies arbóreas e rasteiras áreas de florestas importantes incêndios
Perda e fragmentação do hábitat Construção de aceiros contra Aumento ou redução da caça
Maior ocorrência de incêndios incêndios
florestais causados pelo aumento das Eliminação de materiais inflamáveis
atividades humanas Programas de Educação Ambiental
Caça ilegal Fiscalização de caça
27
CHECK LIST E POSSÍVEIS MEDIDAS MITIGADORAS
1. Mexe no solo?: sim não
Medidas Mitigadoras
28
SITE
http://www.microbacias.sc.gov.br
http://www.epagri.rct-sc.br
http://www.fatma.sc.gov.br
29
REALIZAÇÃO
Secretaria de
Estado da Agricultura
e Política Rural
Banco Mundial
EXECUÇÃO
Secretaria de
Estado do
Desenvolvimento
Social, Urbano e
COMPANHIA DE POLÍCIA
DE PROTEÇÃO AMBIENTAL F U N DAÇÃO DO ME IO AMB IEN T E
Meio Ambiente
PARCERIAS
Secretarias de Estado do Desenvolvimento Regional
Promotoria Pública Estadual
Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – CIDASC
Centrais de Abastecimento de Santa Catarina – CEASA
Secretaria de Estado da Educação e Inovação
Secretaria de Estado da Saúde
Secretaria de Estado da Fazenda
Secretaria de Estado da Infra-estrutura
Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
Fundação Nacional do Índio – Funai
Prefeituras municipais
Organizações não-governamentais
Sindicatos
Cooperativas
Universidades
Agroindústrias
Associações de desenvolvimento das microbacias
Outras instituições