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MINAS E ENERGIA
TALCO
Descrição: Este documento contém informações sobre as principais características físicas e químicas desse grupo
de minerais, suas aplicabilidades e formas de ocorrência.
Palavras-chave: composição química, propriedades óticas, cor, dureza, clivagem, densidade, cor, brilho,
diversidades mineralógicas, usos, ocorrências.
FAMÍLIA/GRUPO: Filossilicatos.
Apresenta-se geralmente em massas fibrosas ou foliadas sendo os cristais muito raros.
FÓRMULA QUÍMICA: Mg3(Si4O10)(OH)2 / silicato de magnésio hidratado
COMPOSIÇÃO: Silicato de magnésio, MgO= 31,7%, SiO2=63,5%, H2O=4,8%.
CRISTALOGRAFIA: Monoclínico - CLASSE: Prismático
PROPRIEDADES ÓPTICAS: Biaxial negativo
HÁBITO: Micáceo
CLIVAGEM: Perfeita em (001)
DUREZA: 1
DENSIDADE RELATIVA: 2,7 - 2,8
BRILHO: Perláceo (nacarado) a gorduroso
COR: Verde pálido, amarelo ou cinza-esverdeado, cinza escuro, branco ou branco prata
ASPECTOS DIAGNÓSTICOS: Pode ser identificada pela sua baixa dureza, e sedosidade.
O mineral talco ocorre numa variedade de ambientes geológicos, e comercialmente está sempre associado a uma
série de outros minerais. É um mineral de metamorfismo, produto de reações ativadas por altas temperaturas e
pressões, envolvendo rochas carbonatadas, rochas calco-silicáticas, rochas básicas e ultrabásicas metamorfisadas,
e é gerado em processos de alteração hidrotermal de minerais magnesianos, especialmente olivina e ortopiroxênio.
Referências:
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia. Tradução de Rui Ribeiro Franco. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos – 2
volumes.
www.pr.gov.br/mineropar/htm/rocha/talco.html
www.rc.unesp.br/museudpm
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2. APLICABILIDADE DO TALCO
A maior parte da produção anual de talco é empregada nas indústrias de cerâmica, inseticidas, tintas,
borrachas, papel, têxtil, cosméticos, isolantes térmicos, moldes de fundições, polidores de cereais,
polidores de calçados, etc.
O talco é utilizado em diversos setores industriais, sendo que as impurezas contidas podem prejudicar
ou até mesmo beneficiar a sua aplicação. A indústria cerâmica (azulejos, pisos, cerâmicas artísticas,
louças, porcelanas, cerâmicas elétrica e refratária) é responsável pelo consumo de cerca de 75% do
talco produzido e o restante é destinado à produção de papel e celulose, borrachas, defensivos
agrícolas, tintas e vernizes, produtos farmacêuticos e veterinários, perfumaria e cosméticos, sabões,
plásticos, alimentos (beneficiamento de arroz, óleos comestíveis, balas e doces), minas para lápis,
têxteis, produtos asfálticos, eletrodos para solda, explosivos, ornamentos (pedra sabão), etc.,
(DNPM/CPRM, 1997).
Muitas dessas indústrias requerem um produto finamente moído que, às vezes, podem incluir o refugo
do corte dos blocos de talco ou de blocos de esteatito. De modo geral, é muito importante a
granulometria, o grau de pureza e a cor do produto. As especificações das propriedades físico-
químicas necessárias variam com a destinação industrial do talco.
Com relação a teores médios econômicos, a maior parte das aplicações exige minérios de talco de
relativa pureza, sendo que seu uso industrial específico é que vai determinar o grau de tratamento
e/ou beneficiamento necessário.
INDÚSTRIA DE PRODUTOS MINERAIS NÃO METÁLICOS
Cerâmica - as especificações exigidas para o talco se prendem ao produto final, podendo aumentar a
resistência ao choque térmico, diminuir a retração de queima, aumentar a resistência mecânica,
diminuir a temperatura de maturação da massa, aumentar a resistência ao ataque de álcalis, diminuir
a expansão por absorção de água (reduz a possibilidade de gratagem), elevar a resistência elétrica em
altas temperaturas e apresentar baixa perda dielétrica (DNPM/CPRM, op.cit).
A quantidade de talco utilizada varia de acordo com o processo e o produto que se quer obter. Pode
ser o componente principal (70% a 80%), como para a massa de isoladores elétricos. Em
revestimentos, azulejos, cerâmica artesanal varia entre 7% e 15%.
Além do talco, o esteatito, o agalmatolito e a pirofilita estão sendo cada vez mais requisitados para
emprego na indústria cerâmica - azulejos e pisos, porcelanas, esmaltes, refratários elétricos, etc. O
ideal para qualquer fabricante de produtos cerâmicos, seria uma única matéria-prima natural com
características físico-químicos - resistência à flexão, absorção de água, porosidade, cor, coeficiente de
dilatação térmica, retração de queima - adequadas.
INDÚSTRIA DE MATERIAL DE TRANSPORTE
O talco é utilizado no setor de material de fricção, como auxiliar corretivo - lonas, pastilhas, sapatas
de freio, platôs e outros materiais para as indústrias automobilísticas, ferroviárias e máquinas
agrícolas - (DNPM/CPRM, op.cit) .
INDÚSTRIA DE PAPEL E PAPELÃO
O talco é utilizado neste setor não só para evitar que haja aderência da massa aos rolos das
máquinas, mas também como insumo direto para proporcionar elevada retenção e suficiente
opacidade ao produto final. As exigências se prendem à granu1ometria no primeiro caso e, no
segundo, aos teores de CaCO3, óxidos de ferro e à cor (DNPM/CPRM, op.cit) .
A indústria de papel consome grande quantidade de talco, utilizado como carga (“filler”) quando
incorporados à massa e como pigmento alvejante. Deve ser livre de impurezas, apresentando
coloração ou alvura aceitável, ter alto índice de refração para uma boa opacidade, e ser quimicamente
inerte evitando reações com outros materiais usados na fabricação ou uso do papel.
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REFERÊNCIAS:
DNPM/CPRM (1997) Principais Depósitos Minerais do Brasil, V.4, Parte C - Rochas e Minerais Industriais. Coordenação Geral: Carlos
Scobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho, p530-531.Brasília
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia. Tradução de Rui Ribeiro Franco. Rio de Janeiro.
http://www.pr.gov.br/mineropar/htm/rocha/talco.html
www.rc.unesp.br/museudpm
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3. OCORRÊNCIAS DO TALCO
Estados Unidos, China, Japão, Republica da Coréia, Índia, Brasil (Bahia, Paraná, Minas Gerais e São
Paulo) e em outros países em quantidades menos significativas.
ESTADO DO PARANÁ
O Paraná destaca-se como o maior produtor nacional de talco, participando com cerca de 76% da
produção bruta, possuindo em 1989 quarenta e seis áreas autorizadas para lavra nos municípios de
Ponta Grossa, Castro, Bocaiúva do Sul e Piên. Com exceção do município de Piên, todos os depósitos
dos demais municípios encontram-se na Formação Capiru, principalmente na faixa Itaiacoca, base do
Grupo Açungui, atribuído ao Pré-cambriano Médio, formando bolsões irregulares associados a
epicalcários dolomíticos, próximos ao ou no contato com as intrusões (diques) de diabásio, dioritos e
quartzo-dioritos. Esses diques funcionam tanto como suportes para os corpos de talco contra os
agentes erosivos como guias orientativos na prospecção destes corpos. Em profundidade o minério
apresenta a coloração branca primária, e superficialmente mostra cores que vão do creme, amarelo e
rosa até o avermelhado, devido à impregnação de soluções ferruginosas. Pode apresentar-se
compacto, semicompacto e mesmo lamelar; é untuoso e de brilho nacarado. As impurezas mais
comuns são os óxidos de ferro, carbonatos, sílica livre, clorita, caulinita e, às vezes, tremolita,
serpentina, anfibólios, piroxênios e pirita (LARA Fo, 1997).
Já no sul do estado, no município de Piên, ocorrem pequenos corpos de talco-xisto derivados de um
complexo máfico-ultramáfico encaixado em embasamento granulítico-migmatítico pertencente ao
Grupo Taboleiro. Esses ta1co-xistos são formados. quase que essencialmente pelo mineral talco,
contendo ainda magnetita, anfibólio, cromita, clorita e olivina em pequenas quantidades. A coloração
é esverdeada, podendo variar para tonalidades amarelada, rósea e acinzentada. Sua ocorrência é em
forma de massas compactas e em veios de poucos centímetros a mais de seis metros, encaixados em
rochas piroxeníticas e serpentiníticas (LARA Fo, 1997).
DO ESTADO BAHIA
Segundo LARA Fo (1997) na Bahia a mineração de talco se concentra:
a) Na serra das Éguas, município de Brumado, região centro-sul do estado,
b) No município de Casa Nova, no extremo noroeste existe uma área em lavra e diversas ocorrências.
Em Brumado, o talco ocorre economicamente associado às jazidas de magnesita, na unidade média do
Grupo Serra das Éguas, constituído de metamorfitos de origem vulcanogênica. A unidade inferior do
referido grupo é composta por pelo menos duas fases de vulcanismo básico-ultrabásico. A unidade
média é de natureza químico-sedimentar e a superior, epiclástica.
A Magnesita S.A. divide os depósitos de talco da serra das Éguas em três conjuntos distintos:
a) associados aos mármores magnesíticos da Unidade Média, ocorrendo talco maciço, sendo que os
principais jazimentos se correlacionam a extensas zonas de falha. Apresentam-se na forma de níveis
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Referências:
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia. Tradução de Rui Ribeiro Franco. Rio de Janeiro
LARA Fo, J. (1997) Geologia do Talco e Pirofilita. In: Cap. 47 de Principais Depósitos Minerais do Brasil, V.4, Parte C - Rochas e
Minerais Industriais. Coordenação Geral: Carlos Scobbenhaus, Emanuel Teixeira de Queiroz e Carlos Eduardo Silva Coelho,
DNPM/CPRM Brasília, DF., p531-539.
www.pr.gov.br/mineropar/htm/rocha/talco.html
www.rc.unesp.br/museudpm