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ESCOLA SECUNDÁRIA BALTAZAR LOPES

DA SILVA
EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

A TOXICODEPENDÊNCIA

EVELINE ROQUE
A toxicodependência

Introdução

Este trabalho consiste na abordagem de um problema social que vem criando ao longo
dos tempos transtornos em vários sectores e pilares de nossa sociedade. É de certa
forma uma abordagem sucinta pelos vários pontos que caracterizam este tema.

O que é a toxicodependência?

De acordo com o autor Pinto-Coelho, a toxicodependência pode ser entendida como


sendo “um estado de intoxicação crónica ou periódica, provocada pelo consumo
repetido duma droga natural ou sintética, duma forma voluntária.” E segundo o
mesmo autor a toxicodependência manifesta-se sob três aspectos:

 Desejo invencível, compulsivo, de continuar a tomar droga e de a obter por


todos os meio;
 Tendência a aumentar as doses”, por desenvolvimento da tolerância;
 Dependência, física e psíquica, aos efeitos da droga, isto é, o aparecimento dum
conjunto de sinais físicos e psíquicos, logo que interrompe bruscamente o seu
consumo.

Actualmente a toxicodependência pode ser considerada uma doença global e


compromete não somente o corpo físico mas também a dimensão psicológica e social
do ser humano.

A personalidade do tóxico dependente:

Não há uma personalidade típica do toxicodependente, mas parece evidente de que


quando o jovem procura a droga, ou o problema reside nele mesmo, por poder constituir
um terreno frágil, ou trata-se somente de um sinal de rejeição em relação ao meio
ambiente, uma espécie de protesto, mas também pode ser um pouco das duas coisas.
existem três ordens de fatores comuns à personalidade da grande maioria dos
toxicodependentes, sendo que os dois últimos podem ser englobados num só grupo,
apresentando-se da seguinte forma:

 Grandes dificuldades psicológicas;


 Grandes dificuldades de inserção na vida familiar e ou profissional, além de em
maior ou menor grau apresentarem ainda uma rejeição dos valores sociais
propostos.

Factores psicológicos:

Em regra o toxicodependente é imaturo e desequilibrado, a confirmar esta premissa está


o fato da larga maioria ser solteiro, separado, ou sem domicílio fixo. Raramente com
uma profissão estável, sendo que frequentemente recorrem a atividades remuneradas
ilegais, para além de terem um meio familiar desunido e carecem de uma imagem
paternal. O toxicodependente vê o futuro de uma forma angustiante, como algo
ameaçador e pouco espera dele. Como fato curioso salienta-se que normalmente a
infância foi-lhes feliz, o mesmo não pode ser dito da adolescência que surge carregada
de negatividade, fazendo assim sobressair a impressão de que a infância foi o paraíso
perdido.

Muitos autores defendem que cerca de 30% dos toxicodependentes são detentores de
uma personalidade psicopata, desde muito cedo que sofrem de uma grande instabilidade
de comportamento, o que faz deles uns inadaptados à vida social, com instintos que
muitas vezes podem ser agressivos. Indivíduo bastante sugestionável e imprevisível,
cada aspecto da sua personalidade torna-o seduzível pela droga, que passa a ser uma
espécie de compensação para um sentimento de inferioridade ou a uma série de
insucessos. Imaturo, o toxicodependente adere com bastante facilidade a tudo o que é
novo e fácil.

Factores sócio-culturais:

As condições sociológicas do nosso tempo levam ao desenvolvimento de um grande


grupo marginal – os jovens. Os estudantes inquietem-se com o seu futuro e questionam
sobre a utilidade da formação que lhes é dada. Os jovens trabalhadores observam
angustiados as transformações no mercado de trabalho, seja pela reconversão
permanente dos métodos e pelas flutuações de produção, dependentes das necessidades
económicas do momento. Por fim, o desemprego ou a instabilidade do emprego têm
implicações consideráveis no estatuto social e no clima psicológico do adolescente. O
adolescente não tolera a sociedade em que vive.

Devido à sua natural e peculiar impaciência e à necessidade de satisfações imediatas,


não tem calma para aguardar que o futuro lhe traga eventuais compensações pelos seus
sacrifícios e empenho despendido – é a crise da adolescência. De certa forma, é este
estado de alma que pode levar o adolescente a lançar-se nesse mundo de sensações
imediatas, fortes e deslumbrantes que a droga tão facilmente lhes oferece. Assim, à mais
pequena frustração toma qualquer coisa “para passar”, à semelhança de seus pais, que
ao mais pequeno incómodo recorrem do seu arsenal pessoal de medicamentos para
quase tudo. Os pais são os responsáveis, pelo mau exemplo que dão aos filhos, tomando
por tudo e por nada, ou pílulas para dormir, ou comprimidos para as dores, enfim, não
dando oportunidade a que o organismo reaja por si.

Mas há outros motivos que podem levar um jovem à droga, como por exemplo, como
uma tentativa de obter um melhor conhecimento de si, estimulação intelectual, maior
criatividade, ou ainda, tomado como desafio à sociedade, ou como resultado da
influência negativa de um grupo.
Características do toxicodependente

Idade e Sexo:

A adolescência é a fase mais propícia; é mais frequente no sexo masculino, embora já se


verifique mais no sexo feminino.

Frustração:

Para quem se encontra rodeado de problemas, entende que o caminho mais fácil é o das
drogas, como forma de sua própria gratificação.

Baixa auto-estima:

Um indivíduo que não reconheça o seu próprio valor pessoal está mais vulnerável para
iniciar o consumo de drogas, não tendo capacidade pata recusar.

Não aceitação de normas:

Oposição sistemática a determinadas normas torna-se num estilo de vida.

Evolução da dependência

1. A princípio sente prazer e satisfação ao consumir estas substâncias, julgando que, por
consumir de vez em quando, não fica dependente.

2. Ao continuar a consumir pela satisfação que lhe trazem as drogas, sem se dar conta
está viciado.

3. A partir de aí já não consome por prazer, mas sim para evitar as dores que sentiria se
não estivesse sob influencia das drogas. O organismo está já viciado.

Causas da toxicodependência:

A toxicodependência não é uma doença congénita nem contagiosa. A dependência tem


uma história. Pode começar de uma forma aparentemente inocente, para assumir mais
tarde uma dependência que se foi instalando insidiosamente, chegando a atingir
proporções dramáticas. O problema não reside nas drogas nem nos comportamentos
extremistas ou devassos. Para estudarmos a evolução de uma toxicodependência é
necessário centrarmo-nos na pessoa e nas suas necessidades.

Estas são determinadas por situações de conflito das quais por vezes nem se tem
consciência. Assim, a droga consiste numa tentativa para a libertação de dificuldades
pessoais. Trata-se de uma espécie de automedicação, um falso remédio, para resolver os
problemas pela via mais fácil.

Papel das escolas na prevenção

Os jovens passam mais tempo na escola e é lá que continua o seu processo de


socialização; Aprendem a ser cidadãos autónomos e a elaborar objectivos e prioridades
nas estratégias necessárias para os atingirem; Prepararam os jovens para a sua vida
socioprofissional e a compreenderem diferenças; Assim que a escola perceba
comportamentos estranhos num aluno não deve ignorar a situação e procurar sempre
entender a sua mudança, devendo ainda informar os pais;

A escola deve promover uma formação aos seus funcionários para que deste modo se
possa actuar mais eficazmente perante os alunos.

O que é a droga?

Drogas são quaisquer substâncias naturais ou sintéticas, que ao serem absorvidas pelo
organismo humano, provocam alterações psíquicas, nomeadamente do estado de
consciência e também alterações físicas. As alterações da actividade mental, das
sensações de comportamento, são geralmente associadas a uma vivência de prazer, ou
de alívio do desprazer”

Tipos de drogas

Elas podem ser classificadas em naturais ou sintéticas, como referido anteriormente.

As drogas naturais são aquelas provocam efeitos alucinógenos em um processo


integralmente natural, sem a intervenção de processos químicos em sua composição.
Uma droga só é considerada como natural quando ela não contém produtos químicos,
nem pode ser produzida em laboratórios.

Exemplos:

Ópio- é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos (cápsulas) de várias espécies
de papoilas soníferas e que é utilizada como narcótico. Provoca euforia, seguida de um
sono; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência química, e a seguir a uma
decadência física e intelectual, uma vez que é efectivamente um veneno estupefaciente.
A medicina o utiliza como sonífero analgésico.

Maconha- A maconha, cujo nome científico é cannabis sativa, é uma das drogas mais
consumidas devido a facilidade de acesso ao mesmo. O que provoca os efeitos é uma
substância muito poderosa chamada tetrahidrocanabinol (THC), que varia de
quantidade, dependendo da forma como a maconha é produzida ou fumada.

Drogas sintéticas são substâncias ou mistura de substâncias exclusivamente


psicoactivas produzidas através de meios químicos cujos principais componentes
activos não são encontrados na natureza. O termo sintético é na realidade ao que
designa pois grande maioria dos fármacos consumidos para todos os fins são sintéticos,
bem como aditivos alimentares e substâncias utilizadas como cosméticos.

Podem ser utilizadas sob as formas de injecção, comprimido ou pó, variando seu efeito
e seus malefícios de acordo com a substância utilizada. São principalmente consumidas
por jovens e adolescentes em seus períodos de divertimento que a partir do roteiro de
lazer definido determinam a droga a ser utilizada.
Anfetaminas- são substâncias de origem sintética e com efeitos estimulantes. O
consumo de anfetaminas pode provocar hiperactividade e uma grande necessidade de
movimento, às quais pode associar-se o aumento da atenção e concentração (dai o seu
uso por estudantes). Por outro lado a pessoa pode perder o sono e a fome. O estado de
excitação nervosa, euforia, e o aumento do grau de confiança, pode resultar numa
diminuição da autocritica. No entanto, os efeitos positivos transformam-se em negativos
com alguma rapidez, podendo a pessoa experimentar fadiga, depressão, apatia ou
agressividade.

LSD- o LSD pode provocar alucinações (auditivas e visuais), grande sensibilidade


sensorial, paranóia, alteração da noção temporal e espacial, confusão, pensamento
desordenado. Podem ocorrer ainda náuseas, dilatação das pupilas, aumento da pressão
arterial e do ritmo cardíaco etc.

Ecstasy- os primeiros efeitos surgem após 20-70 minutos, alcançando a fase de


estabilidade em 2 horas. Diz-se que ecstasy pode combinar os efeitos da cannabis
(aumento da sensibilidade sensorial e auditiva), os das anfetaminas (excitação e
agitação) e ainda com os do álcool (desinibição e sociabilidade). Para além disso, pode
oferecer uma forte sensação de amor ao próximo, de vontade de contacto físico e sexual.

A longo prazo, o ecstasy pode provocar cansaço, esgotamento, sonolência, deterioração


da personalidade, depressão, ansiedade, ataques de pânico, má disposição, letargia,
psicose, dificuldade de concentração, irritação ou insónia. Estas consequências podem
ainda ser acompanhadas de arritmias, morte súbita por colapso cardiovascular, acidente
cérebro-vascular e hipotermia.
Conclusão

Como foi exposto aqui as drogas trazem para além dos efeitos físicos e psicológicos no
individuo, consequências nefastas a sociedade de uma forma geral. A ajuda para o
toxicodependente deve partir primeiramente do próprio e também a família e todas as
pessoas qie de alguma forma exercem influência na vida deste, devem estar cientes das
suas responsabilidades para com o doente, de forma a que o processo de tratamento se
torne mais fácil e este possa buscar uma vida nova sem a droga.

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