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640 Anexos Aulas 47616 2014 07 15 OAB XV EXAME Direito Ambiental 071514 OAB XV DIR AMBIENTAL AULAS 01 A 03 COMPLETO
640 Anexos Aulas 47616 2014 07 15 OAB XV EXAME Direito Ambiental 071514 OAB XV DIR AMBIENTAL AULAS 01 A 03 COMPLETO
Direito Ambiental
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pessoa física ou jurídica, para localizar, § 3o O disposto no caput deste artigo não
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou impede o exercício pelos entes federativos da
atividades utilizadoras dos recursos ambientais atribuição comum de fiscalização da
consideradas efetiva ou potencialmente conformidade de empreendimentos e
poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, atividades efetiva ou potencialmente poluidores
possam causar degradação ambiental” (artigo ou utilizadores de recursos naturais com a
1º, inciso II, da Resolução CONAMA 237/97). legislação ambiental em vigor, prevalecendo o
LICENCIAMENTO AMBIENTAL auto de infração ambiental lavrado por órgão
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou
ambiental competente licencia a localização, autorização a que se refere o caput.
instalação, ampliação e a operação de STJ - 3. O pacto federativo atribuiu
empreendimentos e atividades utilizadoras de competência aos quatro entes da federação
recursos ambientais, consideradas efetiva ou para proteger o meio ambiente através da
potencialmente poluidoras ou daquelas que, fiscalização.
sob qualquer forma, possam causar 4. A competência constitucional para fiscalizar
degradação ambiental, considerando as é comum aos órgãos do meio ambiente das
disposições legais e regulamentares e as diversas esferas da federação, inclusive o
normas técnicas aplicáveis ao caso” (artigo 1º, artigo 76 da Lei Federal n. 9.605/1998 prevê a
inciso I, da Resolução CONAMA 237/97). possibilidade de atuação concomitante dos
LC 140/2011 integrantes do SISNAMA.
Art. 2o Para os fins desta Lei Complementar, 5. Atividade desenvolvida com risco de dano
consideram-se: ambiental a bem da União pode ser fiscalizada
I - licenciamento ambiental: o procedimento pelo IBAMA, ainda que a competência para
administrativo destinado a licenciar atividades licenciar seja de outro ente federado. Agravo
ou empreendimentos utilizadores de recursos regimental provido” (AgRg no REsp
ambientais, efetiva ou potencialmente 711.405/PR, de 28.04.2009).
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL
causar degradação ambiental; Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua
LICENCIAMENTO E PODER DE POLÍCIA competência de controle, expedirá as seguintes
AMBIENTAL licenças:
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase
licenciamento ou autorização, conforme o caso, preliminar do planejamento do
de um empreendimento ou atividade, lavrar empreendimento ou atividade aprovando sua
auto de infração ambiental e instaurar processo localização e concepção, atestando a
administrativo para a apuração de infrações à viabilidade ambiental e estabelecendo os
legislação ambiental cometidas pelo requisitos básicos e condicionantes a serem
empreendimento ou atividade licenciada ou atendidos nas próximas fases de sua
autorizada. implementação;
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a
ao constatar infração ambiental decorrente de instalação do empreendimento ou atividade de
empreendimento ou atividade utilizadores de acordo com as especificações constantes dos
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente planos, programas e projetos aprovados,
poluidores, pode dirigir representação ao órgão incluindo as medidas de controle ambiental e
a que se refere o caput, para efeito do demais condicionantes, da qual constituem
exercício de seu poder de polícia. motivo determinante;
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de III - Licença de Operação (LO) - autoriza a
degradação da qualidade ambiental, o ente operação da atividade ou empreendimento,
federativo que tiver conhecimento do fato após a verificação do efetivo cumprimento do
deverá determinar medidas para evitá-la, fazer que consta das licenças anteriores, com as
cessá-la ou mitigá-la, comunicando medidas de controle ambiental e
imediatamente ao órgão competente para as condicionantes determinados para a operação.
providências cabíveis. Art. 19 – O órgão ambiental competente,
mediante decisão motivada, poderá modificar
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XIV – observadas as atribuições dos demais os aspectos normativos, no caso, para proteger
entes federativos previstas nesta Lei o meio ambiente. 6. Agravos regimentais
Complementar, promover o licenciamento desprovidos” (ACO-MC-AgR 876, de
ambiental das atividades ou empreendimentos: 19.12.2007).
a) que causem ou possam causar impacto ESTUDOS AMBIENTAIS
ambiental de âmbito local, conforme tipologia “São todos e quaisquer estudos relativos aos
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais aspectos ambientais relacionados à
de Meio Ambiente, considerados os critérios de localização, instalação, operação e ampliação
porte, potencial poluidor e natureza da de uma atividade ou empreendimento,
atividade; ou apresentado como subsídio para a análise da
b) localizados em unidades de conservação licença requerida, tais como: relatório
instituídas pelo Município, exceto em Áreas de ambiental, plano e projeto de controle
Proteção Ambiental – APAs”; ambiental, relatório ambiental preliminar,
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano
“Art. 8º São ações administrativas dos Estados: de recuperação de área degradada e análise
preliminar de risco” (artigo 1º, inciso III, da
(...) Resolução CONAMA 237/97).
EIA - Incumbe ao Poder Público “exigir, na
XIV – promover o licenciamento ambiental de forma da lei, para instalação de obra ou
atividades ou empreendimentos utilizadores de atividade potencialmente causadora de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente significativa degradação do meio ambiente,
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de estudo prévio de impacto ambiental, a que se
causar degradação ambiental, ressalvado o dará publicidade” (artigo 225, §1º, IV).
disposto nos arts. 7º e 9º”; A publicidade é mitigada pelo sigilo industrial.
Art. 10. São ações administrativas do Distrito EIA-RIMA precede a LP.
Federal as previstas nos arts. 8o e 9o. EIA-RIMA (significativo impacto ambiental).
APA‟S - Art. 12. Para fins de licenciamento Hipóteses presumidas. Res. CONAMA 01/86.
ambiental de atividades ou empreendimentos Rol exemplificativo. Artigo 2º:
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou “I – Estradas de rodagem com duas ou mais
potencialmente poluidores ou capazes, sob faixas de rolamento;
qualquer forma, de causar degradação II – Ferrovias;
ambiental, e para autorização de supressão e III – Portos e terminais de minério, petróleo e
manejo de vegetação, o critério do ente produtos químicos;
federativo instituidor da unidade de IV – Aeroportos, conforme definidos pelo inciso
conservação não será aplicado às Áreas de 1, artigo 48, do Decreto-Lei n.º 32, de 18.11.66;
Proteção Ambiental (APAs). V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos,
Parágrafo único. A definição do ente federativo troncos coletores e emissários de esgotos
responsável pelo licenciamento e autorização a sanitários;
que se refere o caput, no caso das APAs, VI – Linhas de transmissão de energia elétrica,
seguirá os critérios previstos nas alíneas “a”, acima de 230KV;
“b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7o, no VII – Obras hidráulicas para exploração de
inciso XIV do art. 8o e na alínea “a” do inciso recursos hídricos, tais como: barragem para
XIV do art. 9º. fins hidrelétricos, acima de 10MW, de
Poder judiciário e mérito do licenciamento saneamento ou de irrigação, abertura de
5. Se não é possível considerar o projeto como canais para navegação, drenagem e irrigação,
inviável do ponto de vista ambiental, ausente retificação de cursos d‟água, abertura de
nesta fase processual qualquer violação de barras e embocaduras, transposição de bacias,
norma constitucional ou legal, potente para o diques;
deferimento da cautela pretendida, a opção por VIII – Extração de combustível fóssil (petróleo,
esse projeto escapa inteiramente do âmbito xisto, carvão);
desta Suprema Corte. Dizer sim ou não à IX – Extração de minério, inclusive os da classe
transposição não compete ao II, definidas no Código de Mineração;
Juiz, que se limita a examinar
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Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais jurídicos: um de tolerância para as condutas
sobre a proteção da vegetação, áreas de lesivas ao ambiente perpetradas até o dia 22
Preservação Permanente e as áreas de de julho de 2008 e outro rígido para os atos
Reserva Legal; a exploração florestal, o praticados a partir dessa data.
suprimento de matéria-prima florestal, o Isso porque, no dia 23 de julho de 2008, foi
controle da origem dos produtos florestais e o publicado o Decreto 6.514, que dispõe sobre
controle e prevenção dos incêndios florestais, e as infrações e sanções administrativas ao meio
prevê instrumentos econômicos e financeiros ambiente, que instituiu uma série de novos
para o alcance de seus objetivos tipos administrativos para punir os infratores da
PRINCÍPIOS legislação ambiental.
Parágrafo único. Tendo como objetivo o De sua vez, insta salientar também que o novo
desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá CFlo traz várias disposições mais flexíveis em
aos seguintes princípios: favor do pequeno proprietário ou possuidor
I - afirmação do compromisso soberano do rural (prédio rústico de até 04 módulos fiscais),
Brasil com a preservação das suas florestas e especialmente no que concerne às áreas de
demais formas de vegetação nativa, bem como preservação permanente e reserva legal.
da biodiversidade, do solo, dos recursos Em positivação da jurisprudência consolidada
hídricos e da integridade do sistema climático, do STJ, previu o novo CFlo que “as obrigações
para o bem estar das gerações presentes e previstas nesta Lei têm natureza real e são
futuras; transmitidas ao sucessor, de qualquer
II - reafirmação da importância da função natureza, no caso de transferência de domínio
estratégica da atividade agropecuária e do ou posse do imóvel rural”. ARTIGO 2º, §2º.
papel das florestas e demais formas de Outra inovação do novo CFlo foi a previsão de
vegetação nativa na sustentabilidade, no criação do CAR – Cadastro Ambiental Rural,
crescimento econômico, na melhoria da no âmbito do Sistema Nacional de Informação
qualidade de vida da população brasileira e na sobre Meio Ambiente, registro público
presença do País nos mercados nacional e eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para
internacional de alimentos e bioenergia; todos os imóveis rurais, com a finalidade de
III - ação governamental de proteção e uso integrar as informações ambientais das
sustentável de florestas, consagrando o propriedades e posses rurais, compondo base
compromisso do País com a compatibilização e de dados para controle, monitoramento,
harmonização entre o uso produtivo da terra e planejamento ambiental e econômico e
a preservação da água, do solo e da combate ao desmatamento, devendo ser feito,
vegetação; preferencialmente, no órgão ambiental
IV - responsabilidade comum da União, municipal ou estadual. ARTIGO 29
Estados, Distrito Federal e Municípios, em ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
colaboração com a sociedade civil, na criação De acordo com o artigo 3.º, II, do novo Código
de políticas para a preservação e restauração Florestal, Área de Preservação Permanente
da vegetação nativa e de suas funções (APP) é a “área protegida, coberta ou não por
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e vegetação nativa, com a função ambiental de
rurais; preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica estabilidade geológica e a biodiversidade,
na busca da inovação para o uso sustentável facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
do solo e da água, a recuperação e a o solo e assegurar o bem-estar das populações
preservação das florestas e demais formas de humanas”, definição praticamente idêntica à
vegetação nativa; que constava no artigo 1.º, § 2.º, II, do antigo
VI - criação e mobilização de incentivos Código Florestal.
econômicos para fomentar a preservação e a APP‟S DO ARTIGO 4º - INCIDÊNCIA EX LEGE
recuperação da vegetação nativa e para APP‟S DO ARTIGO 6º - PRECISAM SER
promover o desenvolvimento de atividades DECLARADAS POR ATO DO PODER EX
produtivas sustentáveis PARA EXISTIREMECUTIVO
Em muitas passagens o novo HIPÓTESES DO ARTIGO 4º -
CFlo adota dois regimes I) Mata ciliar –
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legislação específica de acesso a recursos 20% nas áreas de floresta ou vegetação nativa
genéticos; em outras regiões do Brasil.
i) plantio de espécies nativas produtoras de O proprietário ou possuidor de imóvel com
frutos, sementes, castanhas e outros produtos Reserva Legal conservada e inscrita no
vegetais, desde que não implique supressão da Cadastro Ambiental Rural, cuja área ultrapasse
vegetação existente nem prejudique a função ao mínimo exigido pelo novo CFlo (80%, 35%
ambiental da área; ou 20%, a depender), poderá utilizar a área
j) exploração agroflorestal e manejo florestal excedente para fins de constituição de servidão
sustentável, comunitário e familiar, incluindo a ambiental e Cota de Reserva Ambiental.
extração de produtos florestais não Com propriedade, a CRA – Cota de Reserva
madeireiros, desde que não descaracteri-zem a Ambiental, inovação do novo CFlo, é um título
cobertura vegetal nativa existente nem nominativo representativo de área com
prejudiquem a função ambiental da área; vegetação nativa, existente ou em processo de
k) outras ações ou atividades similares, recuperação, nas seguintes hipóteses:
reconhecidas como eventuais e de baixo I. Sob regime de servidão ambiental, na forma
impacto ambiental em ato do Conselho do artigo 9º-A, da Lei 6.938/81;
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos II. Correspondente à área de Reserva Legal
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente. instituída voluntariamente sobre a vegetação
ÁREAS DE USO RESTRITO que exceder os percentuais mínimos exigidos;
Art. 10. Nos pantanais e planícies pantaneiras III. Protegida na forma de Reserva Particular do
é permitida a exploração ecologicamente Patrimônio Natural (espécie de unidade de
sustentável, devendo-se considerar as conservação a ser estudada);
recomendações técnicas dos órgãos oficiais de IV. Existente em propriedade rural localizada
pesquisa, ficando novas supressões de no interior de Unidade de Conservação de
vegetação nativa para uso alternativo do solo domínio público que ainda não tenha sido
condicionadas à autorização do órgão estadual desapropriada.
do meio ambiente, com base nas A pequena propriedade ou posse rural familiar
recomendações mencionadas neste artigo. terá um tratamento diferenciado. Isso porque a
Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, CRA poderá ser expedida em razão da
serão permitidos o manejo florestal sustentável vegetação da reserva legal, mesmo que esta
e o exercício de atividades agrossilvipastoris, não supere aos limites mínimos legais.
bem como a manutenção da infraestrutura O titular da CRA terá o direito de utilizá-la para
física associada ao desenvolvimento das compensar Reserva Legal de imóvel rural
atividades, observadas boas práticas situado no mesmo bioma da área à qual o título
agronômicas, sendo vedada a conversão de está vinculado, na hipótese de não atingir os
novas áreas, excetuadas as hipóteses de percentuais mínimos legais, devendo ser
utilidade pública e interesse social. averbada na matrícula do imóvel no qual se
RESERVA LEGAL situa a área vinculada ao título e na do imóvel
artigo 3.º, inciso III, do novo CFlo (Lei beneficiário da compensação.
12.651/2012), que o define como a “área Redução da RL
localizada no interior de uma propriedade ou
posse rural, delimitada nos termos do art. 12, Existem hipóteses excepcionais que o novo
com a função de assegurar o uso econômico Código Florestal permite a redução dos
de modo sustentável dos recursos naturais do percentuais mínimos de reserva legal (80% na
imóvel rural, auxiliar a conservação e a floresta amazônica – 35% do cerrado na
reabilitação dos processos ecológicos e Amazônia Legal – 20% demais coberturas
promover a conservação da biodiversidade, florestais):
bem como o abrigo e a proteção de fauna - Nos casos de imóveis rurais localizados na
silvestre e da flora nativa”. Amazônia Legal, em áreas de floresta, o Poder
80%, nas áreas de floresta situadas na Público poderá reduzir a reserva legal de 80%
Amazônia Legal; para até 50%, para fins de recomposição,
35%, nas áreas de cerrado quando o Município tiver mais de 50% da área
situadas na Amazônia Legal; ocupada por unidades de conservação da
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natureza de domínio público e por terras III - a formação de corredores ecológicos com
indígenas homologadas outra Reserva Legal, com Área de Preservação
- Nos casos de imóveis rurais localizados na Permanente, com Unidade de Conservação ou
Amazônia Legal, em áreas de floresta, o Poder com outra área legalmente protegida;
Público estadual poderá reduzir a reserva legal IV - as áreas de maior importância para a
de 80% para até 50%, ouvido o Conselho conservação da biodiversidade; e
Estadual de Meio Ambiente, quando o Estado V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
tiver Zoneamento Ecológico-Econômico Insta registrar que, protocolada a
aprovado e mais de 65% do seu território documentação exigida para análise da
ocupado por unidades de conservação da localização da área de Reserva Legal, ao
natureza de domínio público, devidamente proprietário ou possuidor rural não poderá ser
regularizadas, e por terras indígenas imputada sanção administrativa, inclusive
homologadas; restrição a direitos, por qualquer órgão
ambiental competente integrante do SISNAMA,
- Nos casos de imóveis rurais localizados na em razão da não formalização da área de
Amazônia Legal, em áreas de floresta, o Poder Reserva Legal.
Público federal poderá reduzir a reserva legal Agora, por força do artigo 15, do novo CFlo,
de 80% para até 50%, quando indicado pelo será admitido o cômputo das Áreas de
Zoneamento Ecológico-econômico estadual, Preservação Permanente no cálculo do
exclusivamente para fins de regularização, percentual da Reserva Legal do imóvel, desde
mediante recomposição, regeneração ou que:
compensação da Reserva Legal de imóveis I - o benefício previsto neste artigo não
com área rural consolidada, excluídas as áreas implique a conversão de novas áreas para o
prioritárias para conservação da biodiversidade uso alternativo do solo (novos
e dos recursos hídricos. desmatamentos);
Elevação da RL II - a área a ser computada esteja conservada
Excepcionalmente, também será possível a ou em processo de recuperação, conforme
ampliação dos percentuais mínimos de reserva comprovação do proprietário ao órgão estadual
legal em até 50% em qualquer Bioma integrante do SISNAMA; e
brasileiro, a critério do Poder Público federal, III - o proprietário ou possuidor tenha requerido
quando indicado pelo Zoneamento Ecológico- inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental
econômico estadual, para cumprimento de Rural.
metas nacionais de proteção à biodiversidade Dispensa da RL
ou de redução de emissão de gases de efeito
estufa. O novo Código Florestal também inovou ao
Localização da RL prever expressamente a não exigência da
reserva legal para determinados
A reserva legal é criada pelo só efeito do artigo empreendimentos:
12 do Código Florestal, tendo existência ex
lege. Contudo, evidentemente a sua A) empreendimentos de abastecimento público
localização deverá ser definida de água e tratamento de esgoto;
casuisticamente, de acordo com o melhor B) áreas adquiridas ou desapropriadas por
interesse ambiental, cabendo ao órgão detentor de concessão, permissão ou
estadual integrante do SISNAMA ou instituição autorização para exploração de potencial de
por ele habilitada aprovar a localização da energia hidráulica, nas quais funcionem
Reserva Legal após a inclusão do imóvel no empreendimentos de geração de energia
Cadastro Ambiental Rural. elétrica, subestações ou sejam instaladas
. Deverão ser observados os seguintes critérios linhas de transmissão e de distribuição de
para a sua relimitação: energia elétrica;
C) áreas adquiridas ou desapropriadas com o
I - o plano de bacia hidrográfica; objetivo de implantação e ampliação de
II - o Zoneamento Ecológico- capacidade de rodovias e ferrovias.
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imposta à área suscetível de exploração, de legalmente instituído pelo Poder Público, com
modo que não se inclui na área de preservação objetivos de conservação e limites definidos,
permanente. Não se permite o corte raso da sob regime especial de administração, ao qual
cobertura florística nela existente. Assim, essa se aplicam garantias adequadas de proteção”
área pode ser indenizável, embora em valor (artigo 2º, da Lei 9.985/2000).
inferior ao da área de utilização irrestrita, desde SNUC
que exista plano de manejo devidamente Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes
confirmado pela autoridade competente” órgãos, com as respectivas atribuições:
(RESP 867.085/2007). I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
Explorações consolidadas na RL Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as
A disciplina de transição das explorações atribuições de acompanhar a implementação
consolidadas em área de reserva legal é do Sistema;
regulada pelos artigos 66, 67, 68 e 69 do novo II - Órgão central: o Ministério do Meio
Código Florestal, tendo sido tomado como Ambiente, com a finalidade de coordenar o
marco legal divisor do regime jurídico o dia 23 Sistema; e
de julho de 2008, quando foi publicado o III - órgãos executores: o Instituto Chico
Decreto 6.514, que dispõe sobre as infrações e Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os
sanções administrativas ao meio ambiente, que órgãos estaduais e municipais, com a função
instituiu uma série de novos tipos de implementar o SNUC, subsidiar as
administrativos para punir os infratores da propostas de criação e administrar as unidades
legislação ambiental. de conservação federais, estaduais e
As áreas verdes urbanas são definidas no novo municipais, nas respectivas esferas de atuação
Código Florestal como os espaços, públicos ou GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
privados, com predomínio de vegetação, Estação ecológica – é a UC que se destina a
preferencialmente nativa, natural ou preservação da natureza e a realização de
recuperada, previstos no Plano Diretor, nas pesquisas científicas, sendo de propriedade
Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do pública, sendo proibida a visitação pública,
Município, indisponíveis para construção de exceto para fins educativos.
moradias, destinados aos propósitos de
recreação, lazer, melhoria da qualidade Reserva biológica – é a UC que tem como
ambiental urbana, proteção dos recursos objetivo a preservação integral da biota e
hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, demais atributos naturais existentes, sem a
proteção de bens e manifestações culturais. interferência humana direta, sendo de
Deveras, os municípios poderão se valer dos propriedade pública, proibida a visitação
seguintes instrumentos para a criação de pública, exceto para fins educativos. Poderá
novas áreas verdes urbanas: haver pesquisa científica se autorizada.
Parque nacional – é a UC de propriedade
A) o exercício do direito de preempção para pública que tem o fito de preservar
aquisição de remanescentes florestais ecossistemas naturais de grande relevância
relevantes, conforme dispõe o Estatuto da ecológica e beleza cênica, podendo haver
Cidade; pesquisas se autorizadas e turismo ecológico.
B) a transformação das reservas legais em Monumento natural – é a UC que busca
áreas verdes nas expansões urbanas; preservar sítios naturais raros, singulares ou de
C) o estabelecimento de exigência de áreas grande beleza cênica, admitida a visitação
verdes nos loteamentos, empreendimentos pública, podendo a área ser pública ou
comerciais e na implantação de infraestrutura; particular, se compatível.
D) aplicação em áreas verdes de recursos Refúgio da vida silvestre – é a UC que tenta
oriundos da compensação ambiental. preservar ambientes naturais típicos de
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO reprodução de espécies ou comunidades da
“é o espaço territorial e seus recursos flora local e da fauna residente ou migratória,
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, podendo ser constituído por áreas particulares,
com as características admitida a visitação pública.
naturais relevantes, GRUPO DE USO SUSTENTÁVEL
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Área de proteção ambiental – é a UC que pode XVII - plano de manejo: documento técnico
ser formada por áreas públicas ou particulares, mediante o qual, com fundamento nos
em geral extensas, com certo grau de objetivos gerais de uma unidade de
ocupação humana, com atributos bióticos, conservação, se estabelece o seu zoneamento
abióticos ou mesmo culturais, visando e as normas que devem presidir o uso da área
promover a diversidade e assegurar a e o manejo dos recursos naturais, inclusive a
sustentabilidade do uso dos recursos. implantação das estruturas físicas necessárias
Área de relevante interesse ecológico – é a UC à gestão da unidade;
que pode ser formada por áreas públicas ou XVIII - zona de amortecimento: o entorno de
particulares, em geral de pouca extensão, com uma unidade de conservação, onde as
pouca ou nenhuma ocupação humana, com atividades humanas estão sujeitas a normas e
características naturais extraordinárias ou que restrições específicas, com o propósito de
abriga exemplares raros da biota nacional, minimizar os impactos negativos sobre a
visando manter a manter ecossistemas unidade; e
naturais de importância regional ou local. XIX - corredores ecológicos: porções de
Floresta nacional – é a UC de propriedade ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
pública, composta por uma área coberta de unidades de conservação, que possibilitam
vegetação predominantemente nativa, com o entre elas o fluxo de genes e o movimento da
objetivo de manter o uso sustentável dos biota, facilitando a dispersão de espécies e a
recursos e desenvolver a pesquisa científica, recolonização de áreas degradadas, bem como
sendo permitida a ocupação por populações a manutenção de populações que demandam
tradicionais. para sua sobrevivência áreas com extensão
Reserva Extrativista – é a UC de propriedade maior do que aquela das unidades individuais.
pública utilizada pelas populações extrativistas As unidades de conservação poderão ser
tradicionais como condição de sobrevivência, criadas por ato do Poder Público (lei ou
que têm o uso concedido pelo Poder Público, decreto), mas apenas extintas ou reduzidas por
podendo haver agricultura e criação de animais lei, nos termos do artigo 225, § 1.º, III, da
de pequeno porte, sendo permitida a visitação CRFB.
pública e a pesquisa. Outrossim, a desafetação de uma unidade de
Reserva da fauna – é a UC de propriedade conservação também depende de lei, mesmo
pública, composta por área natural com que ela tenha sido instituída por decreto,
animais nativos, adequada ao estudo científico, consistindo no ato da Administração Pública
ligada ao manejo dos recursos faunísticos, que altera o regime jurídico de um bem público,
permitida a visitação pública e proibida a caça. que passará a integrar a classe dominial.
Reserva de desenvolvimento sustentável – é a As unidades de conservação poderão ser
UC de propriedade pública composta por área compostas por áreas públicas ou particulares,
natural e que abriga populações tradicionais, a depender da modalidade. Caso o Poder
cuja existência baseia-se em sistemas Público institua uma UC pública em área
sustentáveis de exploração transmitidos por particular, salvo se o particular fizer a doação
gerações, protegendo a natureza, permitida a do espaço, será necessária a sua
visitação pública e a pesquisa. desapropriação, na modalidade utilidade
Reserva particular do patrimônio natural – é a pública, nos termos do Decreto-lei 3.365/1941
UC de propriedade privada, gravada com (artigo 5.º, alínea k), devendo ser indenizadas
perpetuidade, com o objetivo de conservar a em pecúnia a terra nua e a cobertura florística
diversidade biológica, apenas sendo permitida explorável, e não em títulos públicos, pois essa
a pesquisa e a visitação. Ressalte-se que esta intervenção estatal supressiva da propriedade
modalidade, apesar de ser formalmente é não sancionatória.
considerada como de USO SUSTENTÁVEL,
tem o regime jurídico de proteção integral, pois Frise-se que o artigo 45, da Lei do SNUC,
o inciso III, do §2º, do artigo 21, da Lei 9985/00 exclui da indenização as espécies arbóreas
foi vetado pelo Presidente, e previa o declaradas imunes ao corte, os lucros
extrativismo na área. cessantes, os juros compostos e as áreas que
ARTIGO 2º
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não tenham prova inequívoca do domínio naturais ali existentes, vedado o corte raso da
anterior à criação da unidade de conservação. vegetação nativa, salvo atividades
A criação de uma unidade de conservação agropecuárias, obras públicas ou outras
deverá ser precedida de estudos técnicos e de atividades econômicas já em desenvolvimento
consulta pública que permitam identificar a licenciadas.
localização, a dimensão e os limites mais Vide artigo 22-A da Lei 9.985/2000.
adequados para a unidade, sendo dispensável
este último requisito para as estações COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
ecológicas e reservas biológicas, pois foi Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental
presumido legalmente o interesse público. de empreendimentos de significativo impacto
“Quando da edição do Decreto de 27.02.2001, ambiental, assim considerado pelo órgão
a Lei 9.985/2000 não havia sido ambiental competente, com fundamento em
regulamentada. A sua regulamentação só foi estudo de impacto ambiental e respectivo
implementada em 22 de agosto de 2002, com a relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é
edição do Decreto 4.340/2002. O processo de obrigado a apoiar a implantação e manutenção
criação e ampliação das unidades de de unidade de conservação do Grupo de
conservação deve ser precedido da Proteção Integral, de acordo com o disposto
regulamentação da lei, de estudos técnicos e neste artigo e no regulamento desta Lei.
de consulta pública. O parecer emitido pelo § 1o O montante de recursos a ser destinado
Conselho Consultivo do Parque não pode pelo empreendedor para esta finalidade não
substituir a consulta exigida na lei. pode ser inferior a meio por cento dos custos
O Conselho não tem poderes para representar totais previstos para a implantação do
a população local. Concedida a segurança, empreendimento, sendo o percentual fixado
ressalvada a possibilidade da edição de novo pelo órgão ambiental licenciador, de acordo
decreto” (STF, MS 24.184, de 13.08.2003). com o grau de impacto ambiental causado pelo
A ampliação dos limites territoriais de unidade empreendimento.
de conservação também necessita de consulta ADI 3378 – 09.04.2008
pública e estudos técnicos no que concerne ao EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
acréscimo, conforme ratificado pela Suprema INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS
Corte: §§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE
“Unidade de conservação. Estação ecológica. JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE
Ampliação dos limites originais na medida do DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA
acréscimo, mediante decreto do Presidente da IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE
República. Inadmissibilidade. Falta de estudos SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL.
técnicos e de consulta pública. Requisitos INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO §
prévios não satisfeitos. Nulidade do ato 1º DO ART. 36.
pronunciada. Ofensa a direito líquido e certo. 1. O compartilhamento-compensação
Concessão do mandado de segurança. ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº
Inteligência do artigo 66, §§ 2.º e 6.º, da Lei 9.985/2000 não ofende o princípio da
9.985/2000. legalidade, dado haver sido a própria lei que
Votos vencidos. A ampliação dos limites de previu o modo de financiamento dos gastos
estação ecológica, sem alteração dos limites com as unidades de conservação da natureza.
originais, exceto pelo acréscimo proposto, não De igual forma, não há violação ao princípio da
pode ser feita sem observância dos requisitos separação dos Poderes, por não se tratar de
prévios de estudos técnicos e consulta pública” delegação do Poder Legislativo para o
(MS 24.665, de 1.º.12.2004). Executivo impor deveres aos administrados
Antes da criação de uma UC, será possível a 2. Compete ao órgão licenciador fixar o
instituição de limitações administrativas quantum da compensação, de acordo com a
provisórias durante o trâmite dos estudos compostura do impacto ambiental a ser
técnicos, com prazo de até sete meses, dimensionado no relatório - EIA/RIMA. 3. O art.
improrrogável, a fim de proteger cautelarmente 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o princípio
a área, se houver risco de usuário-pagador, este a significar um
dano grave aos recursos mecanismo de assunção partilhada da
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Impede salientar que o STJ passou a admitir a propter rem, por isso que a Lei 8.171/1991
inversão do ônus da prova nas ações de vigora para todos os proprietários rurais, ainda
reparação dos danos ambientais, com base no que não sejam eles os responsáveis por
interesse público da reparação e no Princípio eventuais desmatamentos anteriores, máxime
da Precaução, sendo uma ótima técnica de porque a referida norma referendou o próprio
julgamento na hipótese de dúvida probatória Código Florestal (Lei 4.771/1965) que
(non liquet), pois poderá ser carreado ao estabelecia uma limitação administrativa às
suposto poluidor o ônus de comprovar que propriedades rurais,
inexiste dano ambiental a ser reparado, ou, se obrigando os seus proprietários a instituírem
existente, este não foi de sua autoria. áreas de reservas legais, de no mínimo 20% de
REsp 972.902, de 25.08.2009; REsp cada propriedade, em prol do interesse
1.060.753-SP, de 1º/12/2009. coletivo. Precedente do STJ: REsp
Vale destacar que a inversão do ônus da prova 343.741/PR, Relator Ministro Franciulli Netto,
não deverá se proceder apenas por ocasião da DJ de 07.10.2002.
sentença, e sim anteriormente, 3. Tal obrigação, aliás, independe do fato de ter
preferencialmente no despacho saneador, em sido o proprietário o autor da degradação
respeito ao Princípio do Contraditório, para que ambiental, mas decorre de obrigação propter
o réu saiba perfeitamente que terá a missão de rem, que adere ao título de domínio ou posse.
desconstituir a presunção de veracidade dos Precedente: (AgRg no REsp 1206484/SP, Rel.
fatos declinados pelo autor, não sendo Min. Humberto Martins, 2.ª T. j. 17.03.2011,
surpreendido apenas na sentença, consoante DJe 29.03.2011).
acertada jurisprudência do STJ (REsp 802.832, Uma questão que merece uma análise
j. 13.04.2011). diferenciada é o regime jurídico de reparação
Novo Código Florestal do dano ambiental em unidades de
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei têm conservação, nos casos em que o
natureza real e são transmitidas ao sucessor, empreendedor já honrou previamente com o
de qualquer natureza, no caso de transferência pagamento da compensação ambiental de que
de domínio ou posse do imóvel rural. trata o artigo 36, da Lei 9.985/2000, nos casos
“PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL – AÇÃO de atividade apta a gerar significativa
CIVIL PÚBLICA – DANO AMBIENTAL – degradação ambiental, consoante previsto no
CONSTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICA – EIA-RIMA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA E Entende-se que a resposta demanda uma
SOLIDÁRIA – ARTS. 3º, INC. IV, E 14, § 1º, análise casuística, sendo necessário se
DA LEI 6.398/1981 – IRRETROATIVIDADE DA verificar se o dano ambiental causado foi
LEI – PREQUESTIONAMENTO AUSENTE: previsto ou não no EIA-RIMA. Caso a resposta
SÚMULA 282/STF – PRESCRIÇÃO – seja positiva, fica demonstrado que a
DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO: compensação ambiental paga pelo proponente
SÚMULA 284/STF – INADMISSIBILIDADE. do projeto já abarcou o dano ambiental, não
1. A responsabilidade por danos ambientais é sendo possível uma nova responsabilização
objetiva e, como tal, não exige a comprovação civil, sob pena de bis in idem.
de culpa, bastando a constatação do dano e do Inclusive, esta também foi a linha de
nexo de causalidade. pensamento seguida pelo STJ:
2. Excetuam-se à regra, dispensando a prova 3. A compensação tem conteúdo reparatório,
do nexo de causalidade, a responsabilidade de em que o empreendedor destina parte
adquirente de imóvel já danificado porque, considerável de seus esforços em ações que
independentemente de ter sido ele ou o dono sirvam para contrabalançar o uso de recursos
anterior o real causador dos estragos, imputa- naturais indispensáveis à realização do
se ao novo proprietário a responsabilidade empreendimento previsto no estudo de impacto
pelos danos. Precedentes do STJ. (REsp. ambiental e devidamente autorizados pelo
1056540, de 25.08.2009). órgão competente.
Obrigação propter rem - TRADICIONAL 4. O montante da compensação deve ater-se
2. A obrigação de reparação àqueles danos inevitáveis e imprescindíveis ao
dos danos ambientais é empreendimento previsto no EIA/RIMA, não se
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incluindo aqueles que possam ser objeto de e interações de ordem física, química e
medidas mitigadoras ou preventivas. biológica, que permite, abriga e rege a vida em
5. A indenização por dano ambiental, por seu todas as suas formas;
turno, tem assento no artigo 225, § 3.º, da II – degradação da qualidade ambiental, a
Carta da República, que cuida de hipótese de alteração adversa das características do meio
dano já ocorrido em que o autor terá obrigação ambiente;
de repará-lo ou indenizar a coletividade. Não III – poluição, a degradação da qualidade
há como se incluir nesse contexto aquele que ambiental resultante de atividades que direta
foi previsto e autorizado pelos órgãos ou indiretamente:
ambientais já devidamente COMPENSADO a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
6. Os dois institutos têm natureza distinta, não estar da população;
havendo bis in idem na cobrança de b) criem condições adversas às atividades
indenização, desde que nela não se inclua a sociais e econômicas;
compensação anteriormente realizada ainda na c) afetem desfavoravelmente a biota;
fase de implantação do projeto. d) afetem as condições estéticas ou sanitárias
(REsp 896.863, j. 19.05.2011). do meio ambiente;
IMPRESCRITIBILIDADE DA PRETENSÃO e) lancem matérias ou energia em desacordo
5. Tratando-se de direito difuso, a reparação com os padrões ambientais estabelecidos;
civil assume grande amplitude, com profundas 2. Destarte, é poluidor a pessoa física ou
implicações na espécie de responsabilidade do jurídica, de direito público ou privado,
degradador que é objetiva, fundada no simples responsável, direta ou indiretamente, por
risco ou no simples fato da atividade danosa, atividade causadora de degradação ambiental;
independentemente da culpa do agente 3. O poluidor, por seu turno, com base na
causador do dano. mesma legislação, art. 14 – „sem obstar a
6. O direito ao pedido de reparação de danos aplicação das penalidades administrativas‟ é
ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, obrigado, „independentemente da existência de
está protegido pelo manto da culpa‟, a indenizar ou reparar os danos
imprescritibilidade, por se tratar de direito causados ao meio ambiente e a terceiros,
inerente à vida, fundamental e essencial à „afetados por sua atividade‟.
afirmação dos povos, independentemente de 4. Depreende-se do texto legal a sua
não estar expresso em texto legal. responsabilidade pelo risco integral, por isso
7. Em matéria de prescrição cumpre distinguir que em demanda infensa a administração,
qual o bem jurídico tutelado: se eminentemente poderá, inter partes, discutir a culpa e o
privado seguem-se os prazos normais das regresso pelo evento” (REsp 442.586, de
ações indenizatórias; se o bem jurídico é 26.11.2002)
indisponível, fundamental, antecedendo a No dia 08 de fevereiro de 2012, ao manter
todos os demais direitos, pois sem ele não há condenação de danos patrimoniais e morais
vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer, contra a Petrobrás por derramamento de óleo
considera-se imprescritível o direito à que prejudicou um pescador, mais uma vez
reparação. afirmou o STJ (2ª Seção) que a
8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos responsabilidade civil objetiva ambiental
indisponíveis e como tal está dentre os poucos fundamenta-se na Teoria do Risco Integral:
acobertados pelo manto da imprescritibilidade
a ação que visa reparar o dano ambiental. A alegação de culpa exclusiva de terceiro pelo
REsp 1.112.117, de 10.11.2009 acidente em causa, como excludente de
TEORIA DO RISCO INTEGRAL ? responsabilidade, deve ser afastada, ante a
“Administrativo. Dano ambiental. Sanção incidência da teoria do risco integral e da
administrativa. Imposição de multa. Execução responsabilidade objetiva ínsita ao dano
fiscal. ambiental (art. 225, § 3º, da CF e do art. 14, §
1. Para fins da Lei n.º 6.938, de 31 de agosto 1º, da Lei nº 6.938/81), responsabilizando o
de 1981, art. 3.º, entende-se por: degradador em decorrência do princípio do
I – meio ambiente, o conjunto poluidor-pagador” (REsp 1.114.398).
de condições, leis, influências COMINAÇÃO DE PEDIDOS
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cumulativamente, as sanções a elas Art. 74. A multa terá por base a unidade,
cominadas. hectare, metro cúbico, quilograma ou outra
§ 2º A advertência será aplicada pela medida pertinente, de acordo com o objeto
inobservância das disposições desta Lei e da jurídico lesado.
legislação em vigor, ou de preceitos Art. 75. O valor da multa de que trata este
regulamentares, sem prejuízo das demais Capítulo será fixado no regulamento desta Lei
sanções previstas neste artigo. e corrigido periodicamente, com base nos
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que índices estabelecidos na legislação pertinente,
o agente, por negligência ou dolo: sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais)
I - advertido por irregularidades que tenham e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta
sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo milhões de reais).
assinalado por órgão competente do SISNAMA Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos
ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Estados, Municípios, Distrito Federal ou
Marinha; Territórios substitui a multa federal na mesma
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos hipótese de incidência.
do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do NOVO CÓDIGO FLORESTAL – ARTIGO 59
Ministério da Marinha. § 4o No período entre a publicação desta Lei e
§ 4° A multa simples pode ser convertida em a implantação do PRA em cada Estado e no
serviços de preservação, melhoria e Distrito Federal, bem como após a adesão do
recuperação da qualidade do meio ambiente. interessado ao PRA e enquanto estiver sendo
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cumprido o termo de compromisso, o
cometimento da infração se prolongar no proprietário ou possuidor não poderá ser
tempo. autuado por infrações cometidas antes de 22
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos de julho de 2008, relativas à supressão
incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto irregular de vegetação em Áreas de
no art. 25 desta Lei. Preservação Permanente, de Reserva Legal e
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX de uso restrito.
do caput serão aplicadas quando o produto, a 01 ano para adesão ao PRA após a sua
obra, a atividade ou o estabelecimento não criação
estiverem obedecendo às prescrições legais ou § 5o A partir da assinatura do termo de
regulamentares. compromisso, serão suspensas as sanções
§ 8º As sanções restritivas de direito são: decorrentes das infrações mencionadas no § 4o
I - suspensão de registro, licença ou deste artigo e, cumpridas as obrigações
autorização; estabelecidas no PRA ou no termo de
II - cancelamento de registro, licença ou compromisso para a regularização ambiental
autorização; das exigências desta Lei, nos prazos e
III - perda ou restrição de incentivos e condições neles estabelecidos, as multas
benefícios fiscais; referidas neste artigo serão consideradas como
IV - perda ou suspensão da participação em convertidas em serviços de preservação,
linhas de financiamento em estabelecimentos melhoria e recuperação da qualidade do meio
oficiais de crédito; ambiente, regularizando o uso de áreas rurais
V - proibição de contratar com a Administração consolidadas conforme definido no PRA.
Pública, pelo período de até três anos. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento ecologicamente equilibrado, bem de uso
de multas por infração ambiental serão comum do povo e essencial à sadia qualidade
revertidos ao Fundo Nacional do Meio de vida, impondo-se ao Poder Público e à
Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo lo para as presentes e futuras gerações.
Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, § 1º - Para assegurar a efetividade desse
fundos estaduais ou municipais de meio direito, incumbe ao Poder Público:
ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o I - preservar e restaurar os processos
órgão arrecadador. ecológicos essenciais e prover o manejo
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