Você está na página 1de 30

Índice

Lista de siglas e abreviaturas .......................................................................................................... 3


AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... 4
Resumo ........................................................................................................................................... 5
Abstract ........................................................................................................................................... 6
I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 7
II. OBJECTIVOS ......................................................................................................................... 8
III. METODOLOGIA ................................................................................................................ 9
1. MINERAÇÃO DE DEPOSITOS COSTEIROS ................................................................... 10
1.1. Depósitos de Granulados ................................................................................................ 10
1.1.1. Granulados marinhos litoclàsticos .......................................................................... 10
1.1.2. Granulados Bioclásticos.......................................................................................... 11
1.1.3. Placeres Marinhos ................................................................................................... 12
1.1.4. Depósitos Evaporitos .............................................................................................. 13
2. Análise com relação a pesquisa, lavra e beneficiamentos de recursos minerais na margem
continental superficial ................................................................................................................... 14
2.1. Litoclàsticos ................................................................................................................... 14
2.1.1. Pesquisa................................................................................................................... 14
2.1.2. Lavra ....................................................................................................................... 14
2.1.3. Beneficiamento ....................................................................................................... 14
2.2. Bioclàsticos .................................................................................................................... 15
2.2.1. Pesquisa................................................................................................................... 15
2.2.2. Lavra ....................................................................................................................... 16
2.2.3. Beneficiamento ....................................................................................................... 16
2.3. Placeres marinhos ........................................................................................................... 16
2.3.1. Pesquisa................................................................................................................... 16
2.3.2. Lavra ....................................................................................................................... 16
2.3.3. Beneficiamento ....................................................................................................... 18
2.4. Fosforita ......................................................................................................................... 19
2.4.1. Pesquisa................................................................................................................... 19
2.4.2. Lavra ....................................................................................................................... 19
2.4.3. Beneficiamento ....................................................................................................... 20
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

3. Análise com relação a pesquisa, lavra e beneficiamento de recursos minerais na margem


continental subsuperficial ............................................................................................................. 20
3.1. Enxofre ........................................................................................................................... 20
3.1.1. Pesquisa................................................................................................................... 20
3.1.2. Lavra ....................................................................................................................... 20
3.1.3. Beneficiamento ....................................................................................................... 21
3.2. Evaporitos....................................................................................................................... 21
3.2.1. Pesquisa................................................................................................................... 21
3.2.2. Lavra ....................................................................................................................... 22
3.2.3. Beneficiamento ....................................................................................................... 22
4. Dragagem (Funcionamento) .................................................................................................. 24
5. Exploração e caracterização de minerais pesados de Moma, Moçambique .......................... 26
IV. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 27
V. BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 28
VI. GLOSSÁRIO ..................................................................................................................... 29
VII. ANEXOS ........................................................................................................................... 30

1 de setembro de 2016 2
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Lista de siglas e abreviaturas


 ROV - Remotely Operated Vehicles (veículos comandados à distância);
 SiO2 - Cristobalita (Dióxido de Silício);
 EHM- Heavy minerals of economic interest (depósitos de minerais pesados com
interesse económico);
 WCP - Floating wet concentrator (concentrador húmido flutuante);
 MSP - Unidade de Separação Mineral;
 Cm3- Centímetros Cúbicos;
 Engo - Engenheiro;
 % -porcento;
 NaCL- Cloreto de sódio;
 H2S - Sulfureto de hidrogénio.

1 de setembro de 2016 3
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecemos a Deus pela vida e pelas outras bênçãos que a nossa consciência
humana não pode materializar.

Posteriormente aos nossos familiares pelo apoio que em nós depositam incondicionalmente.

E por fim endereçamos as nossas saudações e agradecimentos com muita honra ao docente da
cadeira de Mineração Específica, Engo. Rodrigues Mário que de forma presencial tem-nos
orientado não só no que diz a presente cadeira, mas também sobre a mineração a nível geral,
desenvolvendo desta forma novas aptidões.

1 de setembro de 2016 4
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Resumo
O presente trabalho de pesquisa que têm como tema, a mineração marinha de depósitos costeiros
e máquinas de extracção apresenta no decurso do mesmo algumas averiguações de depósitos
granulados, placeres marinhos, depósitos de evaporitos no que concerne na pesquisa, Lavra e
Beneficiamento.

Apresenta-se também identificados os tipos de máquinas , bem como o funcionamento das


mesmas, usados nas operações da fase inicial de mineração, isto é, prospecção e pesquisa, até a
extração do bem mineral.

Moçambique é um dos países onde a actividade extractiva de minerais pesados tem conhecido
maior desenvolvimento, surgindo assim a necessidade explicar a exploração e caracterização de
minerais pesados de Moma.

Palavras-chaves: Granulados, evaporitos, placeres marinhos, lavra e beneficiamento, pesquisa.

1 de setembro de 2016 5
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Abstract
This research work has as its theme, marine mining coastal deposits and extraction machines
presents during the same some granular deposits of inquiries, marine placers, evaporite deposits
regarding the research, Mining and Beneficiation.

It presents also identified types of machines, as well as their operation, used in the initial stage of
mining operations, that is, prospecting and exploration, to the extraction of mineral.

Mozambique is one of the countries where the mining activity of heavy minerals has known further
development, thus appearing the need to explain the exploration and characterization of heavy
minerals at Moma.

Key-Words: Granulates, evaporates, marine placers, mining and processing, research.

1 de setembro de 2016 6
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

I. INTRODUÇÃO
No âmbito da integração activa no processo de aprendizagem, realizou-se o presente trabalho de
investigação com base nas técnicas de investigação científica. O trabalho enquadra-se na cadeira
de Mineração Específica, onde se procurou abordar a questão da mineração de depositos costeiros
e as máquinas de extracção.
Nas regiões costeiras e plataforma continental, os depósitos de minerais pesados têm sua gênese
associada aos fenômenos de erosão, transporte e deposição de sedimentos pela ação das ondas e
correntes costeiras, em íntima associação com as modificações decorrentes das variações
eustáticas do nível do mar que caracterizaram todo o período Quaternário. Em função destas
modificações do nível marinho, muitas concentrações são também associadas a depósitos fluviais,
que recobriam grande parte da plataforma continental, exposta durante fases de nível mar baixo e
que foram posteriormente afogadas, pela transgressão marinha que ocorreu no final do Pleistoceno
e início do Holoceno.

Com desenvolvimento de projectos voltados ao aproveitamento dos recursos costeiros ocorrentes


nas margens continentais e regiões oceânicas adjacentes, tem criado uma análise cada vez mais
aprofundada não só em relação a sua potencialidade como nos aspectos relativos ao emprego de
tecnologias de pesquisa, lavra e beneficiamento dos mesmos.

1 de setembro de 2016 7
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

II. OBJECTIVOS
II.I. Geral

 Compreender como é feita a mineração de depósitos costeiros.

II.II. Específicos

 Identificar os principais depósitos costeiros;


 Conhecer as maquinas usadas na mineração de depósitos costeiros;
 Saber o funcionamento das maquinas usadas na mineração de depósitos costeiros;
 Conhecer os critérios de pesquisa, lavra e beneficiamento de minerais em depósitos
costeiros.

1 de setembro de 2016 8
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

III. METODOLOGIA
Durante o processo da elaboração do presente trabalho, procurou-se proceder com todas as
possiveis regras de investigação e sempre seguindo alguns métodos. Assim, é evidente que vários
métodos de investigação foram usados, pois procedeu-se do seguinte modo:
 Consultas em manuais fisicos e manuais electrónicos;
 Conversa com individualidades experientes da área de mineração.
Com os dados recolhidos, averiguou-se os mesmos através da leitura, explorou-se o importante,
fez-se a organização dos dados, sua interpretação e no fim a revisão do trabalho.

1 de setembro de 2016 9
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

1. MINERAÇÃO DE DEPOSITOS COSTEIROS


A mineração é um termo que abrange os processos, atividades e indústrias cujo objetivo é a
extração de substâncias minerais a partir de depósitos. À vista disso a mineração de depósitos
costeiros não é nada mais que a exploração de minerais existentes em zonas costeiras. De entre os
recursos minerais de valor econômico explorados na zona costeira estão: os depósitos de
granulados, os pláceres de minerais pesados e os depósitos de evaporitos.

1.1. Depósitos de Granulados


Os depósitos de granulados marinhos, compostos por cascalho, areias e argilas, são, depois dos
recursos energéticos, os recursos minerais marinhos mais explorados. À vista disso os granulados
marinhos podem ser classificados de acordo com a sua composição:

1.1.1. Granulados marinhos litoclàsticos


São originados pelo intemperismo e erosão de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares
podendo ser transportados para ambientes litorâneos e marinhos por agentes continentais (rios,
geleiras e ventos) ou mesmo por eventos de escorregamento de encostas, em regiões costeiras de
relevo acentuado, concentrando-se na base de escarpas que atingem diretamente o litoral.

Na maior parte dos ambientes litorâneos e marinhos do mundo, os granulados litoclasticos são
compostos predominantemente por areias quartzosas, de onde se deriva a denominação
“siliciclasticos”, em função da composição predominante de SiO2, e secundariamente por outros
minerais como feldspato, zirconita e ilmenita, bem como por fragmentos de rochas. E por possuir
granulometrias variáveis, incluindo desde areias finas (0,125-0,250mm) até seixos (4-64mm)
emprega-se comumente o termo “granulado” para descrição deste material detrítico.

Normalmente os granulados litoclasticos marinhos são usados na construção civil, fabricação de


concreto, na construção de estradas, no aterro hidráulico, na indústria química, na indústria de
vidros, em abrasivos e moldes de fundição.

1 de setembro de 2016 10
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Fig.1 – Depósitos marinhos arenosos (adaptado de Silva et al 2000).

Fonte: http:// http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/extracaomineral.html

1.1.2. Granulados Bioclásticos


Os granulados bioclásticos marinhos são aqueles de composição carbonáticas constituídas por
algas calcarias ou por fragmentos de rochas (coquinhas ou areias carbonáticas). Areias estas
provenientes da destruição de organismos bentônicos com esqueleto calcário, que sob efeito das
correntes fortes são fragmentadas e depositados em ambientes específicos, na forma de dunas
subaquosas.

As algas calcarias são compostas basicamente por carbonato de cálcio e magnésio contendo ainda
mais de 20 oligoelementos, presentes em quantidades variáveis tais como, Fe, Mn, B, Ni, Cu, Zn,
Mo, Se, Sr.

As diversas aplicações de granulados bioclásticos podem ser:

Agricultura- contribuem para o melhoramento físico, químico e biológico do solo, deixando mais
permeável, corrige o pH melhorando a assimilação de elemento fertilizante e e atividade biológica.

1 de setembro de 2016 11
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Dietética- utilizado como complemento alimentar. O consumo de 3g/dia de Lithothamnium,


cobre totalmente as necessidades de um adulto em Ca e Iodo, 80% do Fe e mais 20% de Mg.
Actua ainda como agente antiácido.

Fig.2: Rodólitos de algas calcárias.

Fonte: http://www.lalaja.org/paginas/articulos/308.html

1.1.3. Placeres Marinhos


Placeres são acumulações sedimentares formadas pela concentração mecânica de minerais
detríticos de valor econômico, incluído diversos bens metálicos ou pedras preciosas, originados a
partir da decomposição e erosão de rochas-fonte, principalmente ígneas, mas também de rochas
metamórficas e sedimentares.

Estes minerais detríticos são geralmente conhecidos como “minerais pesados”, em função da sua
densidade relativa (2,9 e 21g/cm3) superior à do quartzo e por gemas (2,6 g/cm3).

Os placeres são compostos por minerais pesados, “pesados” (densidade relativa entre 6,8 e
21g/cm3), por minerais pesados “leves” (4,2 e 5,3g/cm3) e por gemas (2,9 e 4,1g/cm3). Os pesados,
“pesados” são principalmente o ouro, a platina e a cassiterita. Os pesados “leves” compreendem
principalmente ilmenita, o rutilo, o zircão, a monazita, e a magnetita e entre gemas destaca-se o
diamante.

1 de setembro de 2016 12
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Fig.3: Retrabalhamento e acumulação dos pláceres de metais pesados (adaptado de


Dominguez)

Fonte: http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/extracaomineral.html

1.1.4. Depósitos Evaporitos


Evaporitos são rochas sedimentares formadas em ambientes de sedimentação com baixo aporte de
sedimentos terrígenos e submetidos ao clima seco. A intensa evaporação da água do mar nestas
regiões concentra os sais em solução, este por sua vez, precipitam ao atingirem o seu ponto de
saturação formando os depósitos evaporíticos.

Fig.4: Acúmulo de cristais de halita.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0102-261X2000000300011

1 de setembro de 2016 13
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

2. Análise com relação a pesquisa, lavra e beneficiamentos de recursos minerais na


margem continental superficial
2.1. Litoclàsticos

2.1.1. Pesquisa
Os métodos de pesquisa incluem principalmente a sísmica de reflexão de alta resolução, para
identificação da espessura e geometria dos depósitos, e métodos de batimetros (incluindo
batimetria por multi-feixe) e sonografia para observação da extensão lateral dos depósitos e das
características superficiais da distribuição, recentemente utilizam-se veículos do tipo ROV
(Remotely Operated Vehicles) como ferramenta adicional.

2.1.2. Lavra
A batimetria é também constantemente referida para a identificação do volume e controle da
dragagem durante a fase de lavra. As sondagens como colecta de amostras são realizadas com o
objectivo de obter dados sobre a composição mineralógica e natureza granulométrica dos
sedimentos.

A lavra é feita por intermédio de dragas de caçamba ou dragas hidráulicas, que retiram o material
do fundo submarino para grandes barcaças e navios, ou por dragagem hidráulica directamente para
o local de interesse, no caso de projectos de recuperação de praias.

Existem dois tipos de dragas hidráulicas principais: dragas fixas, são indicadas para retirada de
material de reservas espessas, localizadas como o caso de canais fluviais submersos; dragas

móveis, que operam sempre em movimento, dragando o material do fundo em jazidas espessas e
de pequena espessura. Essas dragas utilizam bombas potentes, com capacidade para bombear cerca
de 2600 toneladas de material por hora, em lâminas de água de até 50 m.

2.1.3. Beneficiamento
Os litoclàsticos são usados principalmente em seu estado bruto. Cuidados devem ser tomados com
os rejeitos (usualmente sedimentos finos) que podem causar efeitos de poluição da própria jazida
e do meio adjacente. No caso de o material ser destinado a construção civil, aspectos relativos a
presença de sais e quantidade de conchas devem ser considerados.

1 de setembro de 2016 14
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

2.2. Bioclàsticos

2.2.1. Pesquisa
Com a existência grande variedade de fácies sedimentares dos depósitos carbonaticos biodetriticos
e, muitas vezes, o contacto brusco entre os diferentes tipos, torna-se fundamental a realização de
imagens do fundo do mar utilizando-se o sonar de varredura lateral durante a prospecção e
mapeamento de depósitos, auxiliado pelo ROV para águas rasas.

Os levantamentos já realizados comprovam a grande utilidade de sonar de varredura lateral para o


mapeamento de fundo, evidenciando feições totalmente desconhecidas e impossíveis de serem
detectadas pelo método tradicional de mapeamento, baseado apenas em amostragens superficiais
localizadas.

Os reconhecimentos na prospecção das jazidas de granulados baseiam-se em métodos indirectos e


directos.

O emprego de métodos indirectos consiste na realização de levantamentos geofísicos visando o


mapeamento sistemático da cobertura sedimentar. Basicamente utiliza-se:

 A sísmica de reflexão rasa, de alta resolução (Sistema Boomer), que permite determinar,
através de perfis verticais, a espessura dos depósitos e a morfologia do substrato rochoso
subjacente.
 O sonar de varredura lateral, que permite mapear no plano horizontal as características
morfológicas e os padrões de reflexão acústica, relacionados aos diversos tipos do fundo
submarino. O sonar de varredura fornece uma “imagem acústica” do fundo, comparável a
uma fotografia aérea tomada no continente.
 Como as imagens não dão informações directas sobre a natureza do fundo. A “calibragem”
dos diversos padrões de reflexão de sonar deve ser feita posteriormente, através de
amostragens pontuais de fundo.

Os métodos directos consistem em amostragens pontuais da superfície de fundo (sondagem por


jet pobre) e filmagens submarinas. Esses métodos permitem comprovar as interpretações propostas
a partir do estudo geofísico (sísmica e sonar de varredura), além de realizar a cubagem final dos
depósitos existentes.

1 de setembro de 2016 15
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

2.2.2. Lavra
O método usado para lavra é o método das dragagens (até 30m). Usualmente as áreas exploráveis
de algas calcárias na plataforma continental são limitadas em função da profundidade e dos teores
de mistura com areis quartzosas.

2.2.3. Beneficiamento
A natureza dos sedimentos indica utilização no estado bruto. Os rejeitos de um eventual
beneficiamento no mar põem em risco atrás da poluição a própria jazida. Para utilização no âmbito
de construção civil, os granulados têm que ser lavados, para retirada dos sais.

2.3. Placeres marinhos

2.3.1. Pesquisa
A pesquisa das jazidas de minerais pesados na plataforma continental baseia-se principalmente em
métodos geofísicos, para determinação da espessura sedimentar e para a visualização das
principais superfícies de discordância e das irregularidades do fundo e sub-fundo marinho.
Principalmente, utilizam-se levantamentos batimétricos e sonogràficos do fundo, associados aos
levantamentos sísmicos, com equipamentos de alta resolução, tipo boomer, sparker, ou mini air
gun.

O levantamento é sucedido por campanhas de testemunhagem e sondagem, objectivando atingir


os depósitos e superfícies discordantes visualizados na sísmica. Como os sedimentos contendo os
minerais pesados são normalmente areias e cascalhos, os testemunhadores à gravidade ou pistões
são pouco efectivos, são necessários equipamentos mais robustos, como os vibradores, sonda
Banka, sondas rotativas ou à percussão, ou sodas por air-lift ou jet-pobre. A escolha da técnica de
amostragem depende do tipo de material a ser penetrado, do objectivo da pesquisa e da
profundidade do objectivo e da lâmina de àgua.

2.3.2. Lavra
A lavra dos minerais pesados é feita por dragagem, hidráulica ou mecânica, imensas dragas
mecânicas, com caçambas de capacidade para 850 litros (0,85 m3) usados na exploração de ouro
no Alasca, posteriormente substituídas por um trator submarino operado remotamente a partir de
cabo umbilical ao navio. Esse veículo, que pesava 25 toneladas, era equipado com uma imensa
draga hidráulica com capacidade para sucção de sólidos de até 250 mm de diâmetro, accionada

1 de setembro de 2016 16
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

por uma bomba de água com capacidade de 9.690 litros/minuto. Jactos de àgua sob forte pressão
eram utilizados na boca da draga, para fragmentar os sedimentos semi-consolidados. A vantagem
dos tratos submarinos sobre a draga por caçambas foi a de proporcionar controle e selectividade
quanto ao exacto local a ser dragado, além de maior efectividade de dragagem, com taxas de 120
m3/hora em areias e 26 m3/hora em cascalho, em profundidades medias de 15 m. (Garnett, 2000b).

A lavra dos placeres de praias é normalmente feita por pás-carregadeiras, ou através de sucção
hidráulica. Na sucção hidráulica os sedimentos superficiais são removidos até que seja atingido
o lençol freático, criando-se um grande lado onde é instalada uma unidade de dragagem. O material
dragado é despejado directamente nos concentradores por gravidade (espirais de Humphreys), que
fazem a pré-concentração do material antes de ser encaminhado para usina, para posterior ré-
concentração e processamento.

A exploração de diamantes na Namíbia e África do Sul, quando em águas rasas de até 30m, é feita
de maneira selectiva por intermédio de mergulhadores que operam dragas de sucção (air-lift),
exactamente nos locais de mais concavidades onde as concentrações de diamante são mais
elevadas.

Em aguas mais profundas, ou em condições de fundo submarino com blocos e cascalhos


volumosos ou mesmo fundos endurecidos, são utilizadas sondagens rotativas de largo diâmetro
(até 10 m), denominados de Wirth drill. Essas sondas operam em até 200 m de profundidade, de
maneira rotativa, com uma gigantesca enceradeira, realizando furos circulares e colhendo os
sedimentos, até atingir o objectivo. A exploração é realizada pela sobreposição das sondagens
circulares à medida que o navio vai avançado, sendo controlada por veículos remotos (ROM) e
por submarinos. Veículos submarinos de mineração, operados remotamente a partir de cabos
umbilicais ligados ao navio, também são utilizados na exploração de diamantes em profundidades
de até 200 m. Esses veículos, como no caso de exploração de ouro no Alasca, utilizam sistemas de
sucção para retirar os sedimentos do fundo, e conseguem cobrir uma área de até 1.000 m2 por dia,
com capacidade para retirar um milhão de metros cúbicos de sedimentos do fundo do oceano por
ano. (Garnett, 2000a).

1 de setembro de 2016 17
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

2.3.3. Beneficiamento
É impossível ter um método geral de beneficiamento para os diferentes tipos minerais dos placeres
marinhos.

A avaliação das características das partículas é de vital importância no tratamento de minérios. Em


alguns casos, torna-se simples quando se visa apenas uma adequação de tamanho. Em outros casos,
torna-se mais complexa quando representa uma variável de controle nos processos de diminuição,
classificação ou concentração.

O tratamento de minérios preocupa-se basicamente com a separação das partículas minerais,


baseando-se nas variações relativas de tamanho e composição. Essa separação é obtida pela
passagem pelo fluxo de partículas através de uma peça apropriada de um equipamento denominado
separador.

A separação depende basicamente de três factores: propriedades dos minerais, características do


separador, nível de produção e grau de recuperação.

A diminuição, ou redução de tamanho, é uma importante etapa no processamento de maioria dos


minerais, visando à produção de partículas com tamanho e formato pré-requeridos, à liberação dos
minerais úteis passíveis de concentração e à incrementação da superfície específica, habilitando-
os para processos químicos subsequentes. Os processos de diminuição são basicamente divididos
em duas classes distintas: britagem (diminuição inicial) e moagem (diminuição final).

A classificação, de uma forma geral, consiste na separação de partículas com base nas dimensões
físicas das mesmas. Por sua vez, os processos de classificação são divididos em peneiramento e
classificação propriamente dita.

O principal objectivo da concentração é a recuperação dos minerais úteis contidos num minério na
forma mais concentrada possível. A selecção do método de concentração depende da natureza do
minério em si, bem como das diferentes propriedades dos minerais a serem separados. Dentre essas
propriedades destacam-se o tamanho relativo das partículas, cor, densidade, susceptibilidade
magnética, condutividade eléctrica, molhabilidade superficial e solubilidade. Os métodos da
concentração normal aplicados são: selecção (ore sorting), separação gravimétrica, separação por
meio denso, separação magnética, separação electrostática e flotação (Dutra, 2006).

1 de setembro de 2016 18
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

2.4. Fosforita

2.4.1. Pesquisa
O método de pesquisa realizado para identificação de fosforita consiste na elaboração de
documento cartográfico com dados batimétricos e sedimentológico obtidos, a aquisição de dados
geológicos e geofísicos (executada com emprego de programas de computados para introduzir os
dados compilados na base, em sistemas de informações geográficas e de geoprocessamento), a
interpretação dos dados geofísicos recolhidos em campo e o processamento das amostras
analisadas. Estas análises contam de datação e determinação qualitativa do fósforo, quartzo e
carbono, além de outros elementos associados à fosfita, através de difratometria por raio-X (Souza,
2008).

2.4.2. Lavra
Para a prospecção de placas ou nódulos de Fosforita, é proposta a utilização do sistema de linha
contínua de dragagem por caçambas, empregado também na mineração de nódulos e crostas
cobaltíferas.

O sistema original usava um navio com caçambas vazias que desciam através de uma haste, e
caçambas parcialmente cheias que voltavam pelo arco. A distância entre as partes dos movimentos
descendentes e ascendentes de uma volta completa da corda depende do comprimento do navio, e,
portanto, não pode ser alterada.

Algumas complicações deste sistema podem ser minimizadas com a combinação entre a do navio
e o comprimento da linha, pelo uso de deflectores hidrodinâmicos, ou ainda por vários outros
factores como a natureza do fundo oceânico, correntes subaquáticas, variações no curso do navio
devido ao direccionamento do fluxo de água ou a condições de tempo.

Para diminuir as desvantagens e adicionar flexibilidade à operação, foi projectado um sistema no


qual as caçambas vazias descem ao assoalho oceânico de um navio e são trazidos à superfície por
um outro navio situado nas adjacências. A distância entre as partes descendentes e ascendentes
pode ser influenciada pelo posicionamento relativo dos dois navios. É importante notar que o
sistema de linha contínua de caçambas colectará os nódulos sem separar os sedimentos finos sobre
o qual, estão os depósitos de nódulos. Parte desses sedimentos será levada para fora das caçambas,
contaminando os 5 km ao longo do caminho, e parte deve chegar ao navio junto com os nódulos.

1 de setembro de 2016 19
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

2.4.3. Beneficiamento
O processo de beneficiamento dos minérios fosfáticos corresponde normalmente a britagem
(primária, secundária e até terciária), estocagem e homogeneização, moagem secundária e
classificação, deslamagem e concentração por flotação e espessamento (Loureiro et al., 2005). A
flotação em espuma é um processo de separação de partículas de origem distinta que ocorre em
meio aquoso na presença de bolhas de ar, baseando-se em suas propriedades hidrofóbicas e
hidrofílicas. A importância da flotação como processo de concentração de minérios tem motivado
o desenvolvimento de vários equipamentos de flotação destacando-se: as colunas de flotação que
são caracterizadas por fluxos de contracorrente, ausência de sistema mecânico de agitação e adição
de água de lavagem de espuma. (Souza, 2008).

3. Análise com relação a pesquisa, lavra e beneficiamento de recursos minerais na


margem continental subsuperficial
3.1. Enxofre

3.1.1. Pesquisa
Segundo projecto ʺ Enxofre na plataforma Continentalʺ (CPRM, 1975), a forma com que se
pesquisa a ocorrência ou não do enxofre em domos de sais é através das seções sísmicas. Esse tem
que apresentar fortes reflexões no topo do sal, atribuídos, possivelmente, à presença de rocha
capeadora.

3.1.2. Lavra
A lavra do enxofre nativo consiste no emprego do processo Frasch, o qual possui vantagens em
relação ao baixo ponto de derretimento do enxofre e à baixa densidade.

Esse processo consiste no seguinte: a água superaquecida é injectada sob pressão para baixo de
um sistema de três tribulações concêntricas. Essa mesma água funde o enxofre. O ar comprimido
é injectado para baixo dessa tubulação. Uma mistura da água quente, do ar e do enxofre derretido
é bombeada para superfície (as bolhas de ar elevam o enxofre).

De acordo com Marques (2004), uma outra maneira de lavra do enxofre nativo é através do
processo Claus de recuperação de enxofre do H2S. A recuperação do enxofre através do processo
Claus, é o padrão da industria na redução das emissões de SO2 de efluentes gasosos ricos em H2S.
Basicamente o processo consiste de duas etapas em série sendo elas uma térmica e outra catalítica.

1 de setembro de 2016 20
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

A cinética do processo é limitada, devido a natureza de suas reacções principais que tendem ao
equilíbrio, por isto, uma unidade de recuperação de enxofre com três reactores catalíticos, por
exemplo, tem uma capacidade teórica de recuperar 98% de enxofre do gás ácido. A fase térmica
do processo Claus é responsável por 60 a 70% da conversão total de enxofre, mas apesar disto,
tem sido pouco estudada e ainda hoje a maior parte dos modelos disponíveis para projecto de novas
plantas ou optimização das existentes são baseados em relação de equilíbrio ou em equações
empíricas.

3.1.3. Beneficiamento
O processo tipo Claus é um processo importante de fileira de tratamento, à medida que recupera
como produto comercial o enxofre removido dos diferentes produtos pelos respectivos processos
de purificação, além de reduzir as emissões de SO2 de efluentes ricos em H2S.

O método alternativo para diminuição da poluição é usar, no processo de extracção de enxofre, o


processo tipo Claus ao invés do processo tipo Frasch.

O processo tipo Claus consiste em converter o sulfureto de hidrogénio (H2S) contido na corrente
gasosa proveniente do tratamento de gases, em enxofre elementar. Esse processo compreende a
queima de 1/3 da corrente de H2S para formação de SO2 que reagindo com os 2/3 remanescentes,
na presença de um catalisador, produzir enxofre elementar. Sendo assim é mais eficiente nos
termos ambientais, porem menos eficiente nos termos económicos.

3.2. Evaporitos

3.2.1. Pesquisa
A exploração regional é o primeiro passo na ordem dos eventos para a exploração e determinação
dos depósitos de sal e estratificações de evaporitos. A exploração regional é normalmente realizada
por mapeamento geológico da região na intenção de determinar a existência de bacias sedimentares
potência que contenham estratificações de evaporitos. Para este estudo, vários métodos de
prospecção são aplicados:

 Mapeamento regional em grande escala (1:50000 ou maior). O mapeamento utiliza guias


estratigráficos, características paleogeogràficas e outros fenómenos geológicos.

1 de setembro de 2016 21
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

 Utilização de outros indicadores como poços de aguas e perfurações de óleo e gás, que
possuem instrumentos específicos para descobrir não só estratigraficações de evaporitos,
mas também depósitos económicos de sais.
 Técnicas computacionais são usadas na avaliação do conceito teórico e nas manipulações
de dados crus.

Além desses métodos existem também levantamentos geofísicos, interpretação de dados


batimétricos, sísmica de reflexão e posterior perfuração para comprovação da pesquisa. (Projecto
“Enxofre na Plataforma Continental. CPRM, 1975”).

3.2.2. Lavra
Uma consideração básica no desenvolvimento de lavra de sais evita as dificuldades causadas pela
intrusão da água, durante o processo de perfuração e durante a lavra em si. Temos dois métodos
disponíveis, ambos dependem da profundidade, das condições morfológicas dos depósitos e da
configuração desde a superfície à terra.

 Acessos por túneis diminuem o risco da penetração por água na mina, se uma camada de
água estiver sobre ela. Contudo, se os depósitos de sais estiverem localizados em planos
ou em domos, então os túneis não podem dar acessos a esses depósitos. Nesses casos,
passagens entre os níveis da mina são requeridas para o seu transporte. Esse tipo de acesso
é aplicado em locais em que a profundidade é maior que 150 m (Jeremic, 1994).
 Os depósitos de evaporitos com salmouras são explorados por bombeamento e evaporação
solar (Perez 2001).

3.2.3. Beneficiamento
De acordo com Perez (2001), a partir da electrólise do NaCl (sal-gema), obtêm-se cloro e sódio.
As fases do beneficiamento envolvem lavagem, centrifugação, moagem, secagem, seleccionadora
mecânica e óptica, ensacagem, empacotamento, paletização e expedição.

 Lavagem é o processo mais importante de todo o ciclo porque, durante esta lavagem, o sal
perde todas as impurezas e tem-se a dissolução de determinados cloretos que precipitam
durante a etapa de salinação. Todo o processo ocorre introduzindo automaticamente o sal
a ser beneficiado em uma cuba de lavagem previamente enchida com água saturada. Nesta
cuba o sal libera-se de todas as suas impurezas superficiais que, por serem leves, passam

1 de setembro de 2016 22
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

em suspensão e vão para os tanques de decantação; com auxílio de electrobombas de


potência e altura útil de adequa-las, é aspirada uma mistura de 50% de àgua-sal que é
enviada para a centrifuga.
 Centrifugação é realizada com hidroextractores de carga continua que trabalham com
velocidade de 900rpm e que exercem a função de expelir toda agua contida no sal,
reduzindo a humidade do produto a um valor aproximado de 4%. A mistura de água e sal
proveniente da cuba de lavagem é enviada, por meio de electrobombas, para os referidos
extractores que, tirando proveito da forca centrifuga, extraem a agua que retorna à cuba de
lavagem; obtêm-se, assim um sal com humidade relativa muito baixa, pronto para ser
triturado ou moído.
 Moagem é uma etapa do beneficiamento não determinante, porem necessária para
satisfazer as demandas do mercado referentes ao sector do sal de granulometria fina. Este
último pode ser obtido através da passagem por uma série de moinhos que recebem o sal
na saída de centrífuga e reduz o seu tamanho, de maneira a obter uma granulometria fina
para o sal refinado de cozinha, o sal triturado para a indústria e para o sector de curtumes.
 Secagem etapa de beneficiamento que é feita em secadores do tipo rotativos ou de leito
fluido, com a finalidade de reduzir a humidade do sal de 4 a 0,2%. Nestes fornos, o sal é
atingido por uma corrente de ar previamente aquecido e é secado a uma temperatura de
200oC.
 Selecção mecânica é feita com peneiras vibratórias de capacidade adequada de
peneiramento-vibraçào, servindo para preparar as diferentes granulometrias do sal obtidas
após a moagem e secagem. As peneiras são compostas por 4 superfícies de separação para
obter os seguintes tipos de sal: sal seco grosso; sal seco médio; sal seco fino; e pó. Enviando
o sal obtido neste processo para os vários silos enquanto espera para ser empacotado ou
ensacado.
 Selecção óptica o cloreto de sódio encontre-se na forma de sal mineral (sal-gema) ou
dissolvido na agua do mar juntamente com outros sais. Tal que permanece uma
determinada quantidade de impurezas no sal, devido à presença de resíduos de rochas
hospedeiras ou do cascalho do fundo de salinas. As seleccionadoras óptico-electrónico
constituem um instrumento eficaz para eliminar estas impurezas. Trabalhando com
fracções granulométricas preestabelecidas (de 3 a 20 mm, mas é preferível escolher duas

1 de setembro de 2016 23
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

fracções que serão seleccionadas separadamente na mesma máquina), totalmente


controladas por microprocessadores, as seleccionadoras estão providas de uma função de
autodiagnóstico continuo para manter constantes as condições de calibração programadas,
com a possibilidade de memorizar programas em função de várias exigências produtivas.
 Ensacagem o mercado industrial utiliza o produto em sacos de 50 e 25 kg. Utilizando as
ensacadoras automáticas, capazes de acondicionar 800 sacos/hora.
 Empacotamento realiza-se uma operação muito importante porque se retira o sal seco dos
silos de repouso e, utilizando máquinas automáticas de adicionamento com potencialidade
de 200-300 pacotes por minuto, o sal é empacotado e, em seguida, introduzido no mercado
para uso alimentar.
 Paletização na era da mecanização é fundamental, em uma indústria eficiente, a presença
de uma linha de paletização e enfaixamento que o permita formar pallets de 1 tonelada de
peso, sobre plataformas de madeira sem devolução, para poder realizar uma expedição
bastante segura e fazer o produto chegar ao destino sem sacos nem pacotes rasgados e,
portanto, com perda do produto e graves prejuízos económicos.

4. Dragagem (Funcionamento)
A draga é uma máquina escavadora, concentradora e transportadora dos rejeitos. Accionada
eletricamente, ela trabalha flutuando e escavando só a água ou em bancos de moderada altura sobre
o nível de agua, vai descartando os rejeitos os rejeitos atrás a medida que ele vai escavando a
frente, o que faz com que não existam os tradicionais transportes de minérios da mina e estéril para
as entulheiras da lavra convencional. Com isto tem conseguido lavrar placeres de baixa
concentração.

A draga é montada em uma escavação preparada para isso, que é inundada antes de se iniciar a
lavra. Uma pesada haste metálica, na ponta do betão, o mantém fixo num ponto podendo a draga
ter apenas movimentos de rotação em torno dela.

Movimentos da lança no plano vertical, mas o controlo do calado, por admissão ou expulsão de
delasticos a própria água em que flutua) permite escavar a maior ou menores profundidades. O
material dragado é despejado diretamente nos concentradores por gravidade que fazem a pré
concentração do material antes de ser encaminhado para a sua usina para posterior reconcentração
e processamento.

1 de setembro de 2016 24
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

Fig.5: Esquema operecional de uma draga de sucção e recalque com descarregadores mecânico
acoplado na lança de dragagem.

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/dragagem/dragagem.php

1 de setembro de 2016 25
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

5. Exploração e caracterização de minerais pesados de Moma, Moçambique

Moçambique é um dos países onde a actividade extractiva de minerais pesados tem conhecido
maior desenvolvimento. Os depósitos de minerais pesados com interesse económico (EHM)
ocorrem essencialmente associados a placeres de praia ou ao retrabalhamento destes pelo vento
(dunas costeiras e dunas interiores), dispostos ao longo da linha de costa. No distrito costeiro de
Moma (Província de Nampula), os sedimentos de cobertura, de idade Quaternária (Pleistocénico-
Holocénico), resultaram maioritariamente do desmantelamento de rochas precâmbricas (meso- e
neoproterozóicas) do cinturão móvel de Moçambique e estão fortemente enriquecidos em ilmenite,
rútilo e zircão. A actividade de exploração de EHM na jazida de Moma iniciou-se em 2007 com a
extracção de areias nas cadeias de Dunas Altas de Topuito e Tebani, estando presentemente
centrada no depósito de Namalope. A jazida, concessionada à empresa Kenmare Resources
constitui um dos principais reservatórios de titânio e de zircónio do planeta Neste depósito, a
extracção das areias pesadas é feita por dragagem a céu aberto num lago artificial de água doce,
usando duas dragas ligadas a um concentrador húmido flutuante (WCP), onde se processa a
primeira fase de separação granulométrica e a obtenção de concentrados de minerais pesados
("HMC") através de métodos gravíticos. Em seguida, os concentrados HMC são transferidos para
a Unidade de Separação Mineral (MSP), onde se procede à separação e recuperação da ilmenite
(fracção magnética), do rútilo (condutor) e do zircão (fracção não magnética) utilizando métodos
magnéticos, electroestáticos e gravíticos. A monazite tende a acompanhar o zircão em todas as
etapas de separação e acaba por ficar incorporada na fracção rica em zircão.

1 de setembro de 2016 26
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

IV. CONCLUSÃO
Durante a pesquisa e desenvolvimento do presente trabalho foi possivel chegar a algumas
conclusões no que concerne a mineração de depósitos costeiros e máquinas de extração. À vista
disso, tira-se as seguintes conclusões:
A mineração de depósitos costeiros, sobre tudo dos placeres marinhos vem sendo uma importante atividade
de mineração em muitos países, contribuindo para o fornecimento expressivo de alguns recursos minerais
como a ilmenita, rutilo, zircão, cassiterita, ouro e diamantes originados a partir da decomposição e
erosão de rochas-fonte, principalmente ígneas, mas também de rochas metamórficas e
sedimentares.

Com a pesquisa feita, pode-se conclui-se que existem uma particularidade no que concerne ao
conjunto de trabalhos para a exploração destes depósitos costeiros, que se refere ao uso intermédio
de dragas caçamba ou dragas hidráulicas, que retiram o material do fundo submarino para grandes
barcaças e navios, ou por dragagem hidráulica directamente para o local de interesse, no caso de
projectos de recuperação de praias.

1 de setembro de 2016 27
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

V. BIBLIOGRÁFICA
 Sousa e Martins, Gravel, 2008, PA Brasil;
 Cleverson G. Silva, PLACERES MARINHOS. Brazilian Journal of Geophysics, Vol.
18(3), 2000.

Hiperligações

 http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/extracaomineral.html Acesso em 29 de Agosto de


2016;
 http://www.lalaja.org/paginas/articulos/308.html Acesso em 29 de Agosto de 2016;
 http://www.scielo.br Acesso em 30 de Agosto de 2016.

1 de setembro de 2016 28
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

VI. GLOSSÁRIO
 Lavra - entende-se por lavra o conjunto de trabalhos objetivando a retirada mais
completa, mais econômica, mais segura e mais rápida do minério ou massa mineral;
 Beneficiamento – são de operações que buscam modificar a granulometria, a concentração
relativa e/ou a forma dos minerais, sem que haja a modificação das identidades química e
física destes;
 Draga - é um tipo especial de embarcação, projetado para executar várias funções que
digam respeito ao fundo de qualquer curso de água, não muito profundo e para limpar a
água.
 Placeres (placers) - são acumulações sedimentares formadas pela concentração mecânica de
minerais detríticos de valor econômico;
 Escarpa – é uma elevação súbita do solo, superior a 45˚, caracterizada pela formação de
um penhasco;
 Seixos – é todo fragmento de mineral ou de rocha, menor do que bloco ou calhau e maior
do que grânulo.

1 de setembro de 2016 29
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas
MINERAÇÃO DE DEPÓSITOS COSTEIROS E MÁQUINAS DE EXTRAÇÃO

VII. ANEXOS

Fig.6: Amostras de alguns minerais granulados marinhos.


Fonte: http://pt.slideshare.net/inacioneto20/minerais-granulados-marinhos

Fig.7: Amostra de uma fosforita.


Fonte:http://www.fotominer.com/FOTOMINER/RECOPILATORI2/FOTOS/FOSFORITA/Fosf
orita.htm

Fig.8: Exploração de areias pesadas.

1 de setembro de 2016 30
̊
3 Ano do Curso de Licenciatura em Engenharia de Minas

Você também pode gostar