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ONDAS SUPERSÔNICAS
Beatriz de Paula
Eduarda Neves
Mayara Nascimento
Renata Arcelino
Como as ondas sonoras podem ser descritas como variações de pressões, os sons gerados
a partir da quebra da barreira do som (velocidade maior que a do som), é o resultado de uma
variação repentina de pressão. Utilizaremos aqui, o exemplo do avião supersônico para exemplificar
a onda supersônica ou de choque. Um avião subsônico produz pequenas perturbações na pressão,
que viajam na velocidade do som e ficam à frente do avião, retirando o ar da frente da aeronave e
fazendo com que ele passe em torno de sua superfície. Dessa forma, as ondas na parte frontal do
avião são comprimidas com um comprimento de onda dado pela equação:
𝑣−𝑣𝑠
𝜆= 𝑓𝑠
Em que:
fs = frequência
Assim, o avião exercerá uma força elevada para comprimir o ar que o encontra pela frente,
fazendo com que ele seja retirado de forma abrupta de seu caminho. Pela terceira lei de Newton, o
ar também exerce uma força de mesma intensidade sobre o avião (porém contrária) fazendo com
que a resistência do ar aumente.
Para uma melhor compreensão destas ondas é necessário algumas considerações sobre o
comportamento de uma fonte móvel de som:
ii) Se a fonte se move com velocidade menor que a do som, uma onda esférica também é propagada.
Mas o som é emitido por uma sequência de pontos ao longo de um caminho, e as esferas em
sequência são empurradas na direção da propagação. A fonte emissora ainda permanece dentro
das esferas de perturbação. Um observador estacionário perceberá uma variação de frequência no
som emitido pela fonte conforme ela se aproxime ou se afaste dele (Efeito Doppler);
iii) Quando uma fonte se move mais rápido que a velocidade do som, ela ultrapassa as esferas de
propagação. As esferas emitidas por pontos sucessivos possuem uma superfície tangente comum,
um cone, chamado de onda de choque. A superfície deste cone representa uma onda de choque e
a sua direção de propagação é perpendicular à superfície dele;
Estas ondas de choque unem duas grandes frentes de ondas em forma de cone, e cada uma
destas frentes é uma região de ar comprimido que cria um nítido salto na pressão no solo. As
mudanças na pressão atmosfera podem ser ouvidas como quebras da barreira do som. Cada cone
é uma região de mudança brusca de pressão, o onde ele intercepta o solo, um estrondo é ouvido.
Na parte dianteira do cone da onda de choque não existe nenhum som. No interior do cone, um
ouvinte em repouso ouve o som com frequência deslocada pelo efeito Doppler do avião que vai se
afastando.
Figura 02: Onda de choque
Observando o triângulo retângulo formado a partir das ondas de choque, notamos que o
ângulo 𝛼 é dado por:
𝑣𝑡 𝑣
𝑠𝑒𝑛 𝛼 = =
𝑣𝑠 𝑡 𝑣𝑠
A razão 𝑣⁄𝑣𝑠 é chamada de número de Mach, e ele é maior que um para todas as
velocidades suprsônicas. O valor do seno de 𝛼 na equação é o inverso do número de Mach.
Quanto maior for o avião, mais intenso será o estrondo sônico, e se ele estiver abaixo de
13000 m será mais intenso ainda. As ondas de pressão produzidas também podem causar danos
materiais, por isso os engenheiros se preocuparam em tentar diminuir ao máximo suas
intensidades, já que como são intrínsecos e inerentes às ondas, não podem ser eliminadas. Na parte
dianteira do cone da onda de choque não existe nenhum som. No interior do cone, um ouvinte em
repouso ouve o som com frequência deslocada pelo efeito Doppler do avião que vai se afastando.
As ondas continuam a ser produzidas continuamente após a quebra da barreira do som.
Além da aviação, as ondas de choque também são utilizadas na quebra de cálculo nos rins
e na vesícula sem que haja a necessidade de cirurgias invasivas, técnica que é chamada de litotripsia
usando onda de choque extra corporal, na detecção de objetos submersos, e na geração de imagens
por ultrassom.
CONCLUSÃO
O estudo das ondas supersônicas, ou de choque é de fundamental importância para a
compreensão do processo físico que ocorre na propagação das ondas sonoras, como por exemplo,
do efeito Doppler que ocorre no interior de um cone formado pelas esferas de propagação das
ondas sonoras, a estas esferas dá-se o nome de frente de onda. A partir de uma análise, verificamos
que a equações do efeito Doppler não são válidas para fontes que sem movem acima da velocidade
do som.
Tal estudo tem sua importância reconhecida não apenas à aeronáutica, haja vista que
através dele tem-se acesso ao entendimento dos mais variados processos o que permite estudos
direcionados a solucionar questões relacionadas não apenas a essa área do conhecimento, mas
também da medicina possibilitando avanços que venham salvar e/ou garantir mais qualidade de
vida para os pacientes que conseguem usufruir dos benefícios que são consequência do estudo das
ondas de choque.
BIBLIOGRAFIA
VILELA PINTO, Maria Verônica. Ondas de Choque e Descontinuidade. Rio de Janeiro. 1985
GIANCOLI, C. Douglas. FÍSICA. Principios con aplicaciones. Sexta edição. PEARSON EDUCACIÓN.
México. 2006.
YOUNG, Hugh; FREEDMAN, Roger. Física II: Termodinâmica e Ondas. Décima edição. PEARSON. São
Paulo. 2003