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FICHA CATALOGRAFICA djairo guedes de figueiredo analise de fourier e equacces diferenciais Parciais iO RS Inatuto de Motemitica Pura eApicade .CNPa, Copyright © 1977, by Djairo Guedes de Figueiredo Direitos reservados, 1977, por Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico, CNPq, Av. W-3 Norte, Brasilia, DF Impresso no Brasl/Printed in Brazil Capa: Casa do Desenho ~ Gian Carli Projeto Euctides Comissao Editorial: Elon Lages Lima (Coordenador), Chaim Samuel Hénig, Djairo Guedes de Figueiredo, Heitor Gurgulino de Souza, Jacob Palis Junior, Manfredo Perdigio do Carmo, Pedro Jesus Fernindez. ‘Titulos jé publicados 1. Curso de Analise, vol. 1, Elon Lages Lima 2. Medida e Integracio, Pedro Jesus Fernandez 3. Aplicagies da Topologia& Anslise, Chaim Samuel Hinig, 4. Espagos métricos, Elon Lages Lima 5. Anilise de Fourier e equagées diferencias parciais, Djairo Guedes de Figueiredo Editora Edgard Bhicher, Ltda, 01000 Caixa Postal 5450 Sio, SP, Brasil ‘A dona Mira, minha mie, Sortiso e bondade, Em seus setenta anos. PREFACIO . -- 5 3 ee we INTRODUGAO - - = = xu CcapfTuLO | POR QUE ESTUDAR SERIES PE FOURIER? «+ 1 1.1 Condugio do calor numa bara one zi 1 Conesfao. matematica do problema ét conduslo ao calor 5 CAPITULO? SERIES DE FOURIER a am n ‘a Fungées periddicas « BREE n Fb Comergencia uniforme --+--2 008077" errr 23 Cocficientes de Fourier = oa edges DA. Série de Fourier «== ers Lo 25 Seren de Foutier de fungBes pares © pars WB 3.6 Chleulo de algumas series de Fourier mu 37 Tntegracio de séres de Fourier CU Fe Entimativas dos coeficientes de Fourier «= . es 39 Forma complexa da série de Fourier WL 210 fdentidade de Parseval +--+ WII. 38 21 Nota histriea «== WU. 40 Exercicios .-- TI eee @ ‘CAPITULO 3 CCONVERGENCIA DAS SERIES DE FOURIER =~ 48 31 Cases das Fungbes considera «+ z 48 3) Comergéncia pontul de série de Fourler 33 35 Lema de Riemann-Lebeseve = . 56 3:3 Convergéncia pontual da série de Fourier (continuagio) 58 3.5 Desigualdade de Bessel « wee an) 35 eteualdades de Cauchy-Schwar ¢ de Minkowk U8 36 eepencia anonme da sic de Fourier «= 77° 777 e 3.8. Nicleos de Dirac seas vitae n 35 Teorema da aproximacio de Weierstrass 3 wom 3.10 0 teorema de Peer + === Seay ue. 80 3.11 Identidade de Parseval ieee tee eee 3.12 FungGes de variagéo limited : ssh 88 3.13 Fendmeno de Gibbs «-- ee, 3314 Problema isoperimetric - eee 96 3.15. Nota histrica pra Bxercicios TIN ee 100 CAPITULO 4 EQUAGAO DO CALOR 441 Condugio do calor: barra com extremidades mania 4 0 °C 42 Condugdo do calor: barra sujeita a outras condigbes laterais 4.3 Condigies de fronteira ndo-homogéneas 4.4 Equagio do calor nfochomogénea . .. 45, Conde do lorem uma bara noapic 4.6 Unicidade de solucio do PVIF (1). . 4.7, Yates da tempera do lo Exercicios CAPITULO 5 EQUACAO DAS ONDAS 5.1 Equagio da corda vibrante 5.2. Resolusio por séries de Fourier 53 Beeps da corda vibrante = 5.4 Harménicos,freqdénca, amplitude . 55 Corda dedilhada 5.6 Vibragées forgadas. Ressonincia 5.7 Corda infinita 58 Corda semiinfinits 5.9 Linkas de transmisséo = 5.10 Vibragbs longituinais de uma bara elitica 5.11 Solug6es generalizadas & Sobolev Feercicios CAPITULO 6 TRANSFORMADA DE FOURIER B APLICAGOES 6.1 A guisa de motivagso {62 Definigo da transformada de Fourier 63 Espago _¢ transformada de Fourier em 64 Produto de convolugio 65 Teorema de Planchetel {66 érmla do somatério de Poisson ¢ equagio do calor = 6.7 Problema de Cauchy para a equagio do calor 68 Conducio do calor na barra semi-infinite Apéndice Funes repesentadas por intepras Exercicos ee : CAPITULO 7 EQUAGAO DE LAPLACE 7.1 Problema de Dirichlet 7.2. Problema de Dirichlet no retingulo 73. Problema de Dirichlet no disco 14, robe de Dict pars ego ‘e Laplace nun epi Bxereicios ...... Respostas e sugesties Referéncias Indice 245 245 249 251 257 259 PREFACIO © objetivo central do presente texto éa resolugdo de algumas equagdes diferenciais parciais que aparecem em problemas da Fisica Matematica. Para isso, teremos de desenvolver certos métodos, sendo que © primeiro deles & 0 Método de Fourier, cujo ingrediente essencial €a série de Fourier. Um outro método introduzido utiliza a transformada de Fourier. Por- tanto, sendo a série © a transformada de Fourier as duas ferramentas btsicas usadas, dedicamos alguns capitulos & chamada Anilise de Fourier. © espirito que nos guiou na ordenagio da matéria do texto foi 0 de desenvolver © instrumental matematico 4 proporgao em que ele se fazia necessario. Assim, decidimos iniciar presente trabalho apresen- tando um problema da Fisica Matematica, A seguir, durante a resolugdo do mesmo, fomos motivando a introdugdo de certos conceitos ¢ justi- ficando certos teoremas. Parece-nos que esse ponto de vista é particular- ‘mente instrutivo para o estudante. Um tal procedimento responde, por si mesmo, aquela preocupagio do aluno sobre a utilidade das teorias matemiticas que estuda, mostrando como e por que elas foram criadas, Procuramos também mostrar a forga dos métodos introduzidos, apli- cando-os a resolugo de varios outros problemas da Fisica Matematica, ‘Tentamos fazer um texto que fosse utilizivel pelos alunos de graduagdo dos cursos de Engenharia, Fisica ¢ Matematica, bem como pelos alunos do curso de Mestrado em Matematica, Visando os primeiros, pusemos como pré-requisito apenas 0 Célculo Diferencial e Integral de uma varias varidveis. Entretanto algum material requerendo maior conhe- cimento matemitico foi colocado em secgdes e observacdes isoladas a0 longo do texto, de modo a permitir que leitor as omita caso desejar. Fizemos isso visindo a um duplo objetivo: despertar a curiosidade do leitor iniciante e mostrar ao leitor mais avangado a relevancia de algumas tworias mateméticas que ele estudou. ‘A necessidade de um texto com o enfoque escolhido se deve, ao nosso ver, uma série de problemas atuais no ensino de Matematica, os quais cstio intimamente interligados, como passamos a expor. ‘a) Nos cursos de Engenharia e de Fisica, as disciplinas do ciclo basico ministradas pelos Departamentos de Matemitica contém poucas apli- cagGes, ¢ scus programas visam pouco ao uso futuro no ciclo profissional, Neste, a Matematica é utilizada de “modo diferente” daquele que o aluno viu no ciclo basico! Em algumas disciplinas do ciclo profissional, a Mate- mética necessaria & desenvolvida ad hoc! Parecem faltar, no ciclo basico, algumas disciplinas de conexdo, como sejam Métodos Matematicos da Fisica ou Equagoes Diferenciais Parciais, ou, até mesmo, Equagdes Dife- renciais Ordinarias, apresentadas com uma forte dosagem de aplicagdes 4 Fisica e a Engenharia. Onde anda aquela cadeira, dos antigos cursos de Engenharia, que era tdo atil nesse espirito de conexdo, a qual era mi- nistrada pelos departamentos de Matemitica, e que trazia aquele nome to pitoresco: “Mecdnica racional precedida de elementos de cilculo vetorial”? 'b) Nos cursos de graduagdo em Matematica, bacharelado ¢ licen- ciatura, quase todas as disciplinas so oferecidas pelo Departamento de Matematica, via de regta, com um enfoque pouco aplicado. A Fisica, a Quimica ¢ a Biologia comparecem na quantidade minima para atender As exigncias da legislagao federal. Existe em alguns lugares a idéia bizarra de que essas matérias siio um trambolho que deve ser logo superado para que © aluno possa logo se dedicar as disciplinas matematicas, pois sto estas que realmente importam. Ser? Que vdo fazer esses alunos apés se tornarem bacharéis ou licenciados? Talvez a maior parte deles va ensinar pessoas para as quais a Matematica ¢ apenas uma ferramenta, Nao seria bbom que esses professores tivessem aprendido um pouco da linguagem das aplicagdes para melhor motivar seus alunos? ©) © aluno de Mestrado em Matematica € o bacharel ou o licenciado formado no espitito da letra (b) acima. E, via de regra, pessoa avessa s aplicagdes, ndo porque as conhesa ¢ as julgue desagradaveis, mas sim por- que no as conhece e as teme. A maioria dos programas de Mestrado em Matematica no procura sanar esse problema. Talvez se julgue que seja demasiado tarde. Desse modo, os cursos de Mestrado se limitam a melhorar 0 nivel de conhecimento estritamente matematico dos alunos cegressos de nossas graduagées. Mestres formados nesse esquema poueo poderio fazet no sentido de minorar 0s problemas das letras (a) ¢ (b) ‘acima, Nao cremos que seja dificil fazer algo, nesse nivel de Mestrado, para atacat os problemas que expusemos anteriormente. A introducio de certas disciplinas, como, por exemplo, Equagdes Diferenciais Parciais, no espirito do presente texto, seria. um passo na ditegio de futuros pro- gramas mais ambiciosos. Meus agradecimentos a todos que leram 0 manuscrito ou partes lo mesmo € nos deram sugest&es ¢ apontaram incorregdes; em particular, 1ws professores David Goldstein Costa, Jost Valdo Gongalves, Nelson ‘Ortegosa da Cunha, Pedro Nowosad © Wellington Santiago. Brasilia, novembro de 1977 Djairo Guedes de Figueiredo “Returning to the question of the Conduction of Heat, we have first of all to say that the theory of it was discovered by Fourier, and given to the world through the French Academy in his Théorie analyrique de la chaleur, with solutions of problems naturally arising from it, of which it is difficult to say whether their uniquely original quality, or their trans- cendently intense mathematical interest, or their perennially important instructiveness for physical science, is most to be praised.” (Kelvit clopaedia Britannica, 1878.) “Par Timportance de ses découvertes, par T'nfluence décisive quill 4 exeroé sur le développement de la Physique mathématique, Fourier méritait Thommage qui est rendu aujourd'hui & ses travaux et a sa me moire, Son nom figurera dignement a cOté des noms, ilustres entre tous, dont la liste, destinge a s'accroitre ave les années, constitue dés a présent un véritable titre d'honneur pour notre pays. La Théorie analytique de la Chaleur ..., que Ton peut placer sans injustice a cot tifiques les plus parfaits de tous les temps, se recommande par une epo- sition intéressante et originale des principes fondamentaux.” (Darboux, Oewores de Fourier, 1, 1888.) “La théorie de la chaleur de Fourier est un des premiers exemples de application de l'analyse & la physique; en partant d’hypothéses simples qui ne sont autre chose des fails expérimentaux généralisés, Fourier en 1 déduit une série de conséquences dont Tengemble constitue une théorie compléte et cohérente, Les résultats qu'il a obtenu sont certes intéressants par eux-mémes, mais ce qui Test plus encore est la méthode quill a employé pour y parvenir et qui servira toujours de modéte & tous ceux qui voudront cultiver une branche queleonque de la physique mathématique. Jajouterai ‘que Ie livre de Fourier a une importance capitale dans Mhistoire des mathé- matiques et que analyse pure lui doit peut- 0, todo 0-< x5 0 € 6 > 0, concluimos que ku = Cpu, Dy ou seja, = Kies 6 onde K = Mcp) & a difusibilidade térmica, que, no sistema CGS, tem as dimehsdes em*/s. Na Tabela 1.1 apresentamos os valores de K para remles substdncias. A Equagio (6) € chamada a equagio do calor, © € lei de variagdo da temperatura u(x, ) numa barra uniforme com a super~ ficie lateral isolada termicamente, Observagdes. Na dedugio da equagio do calor, fizemos varias hipéteses, algumas ditadas pela experiéncia, ¢, nesse caso, elas so leis fisicas, Os fatos bisicos na dedugio foram: (i) a lei do resfriamento de Fourier e (ii) a expressdo (4) da quantidade de calor em fungao do calor specifica, ¢. Além disso, fez-se hipotese de que a temperatura € uma ¥ captute J fungdo cujas derivadas parciais até segunda ordem so continuas na regio do plano (x, 1, dada por 00. ‘Tubela 1.1 Valores de X para diferentes substincas K(em*/s) Wl Cobre 14 Aluminio 086 Ferro fundido 0,12 Granito oon Argila 0,038 Agua 0.00144 Anilise do que ficemos até agui. A temperatura ux, 1) da barra obedece A equagio do calor (6). Entretanto tal {equagZo tem muitas solugdes, Por exemplo, qualquer constante, ux, 1) constante, & uma solueio de (6), Outras solugdes triviais seriam u(x 0 €x, onde ¢ € uma constante, E vemos que hit muitas outras, Qual dekas vai representar a distribuigéo de temperatura na barra? Ai entram em cena informagées adicionais sobre © problema especifieo em estudo, Ini cialmente vemos que a distribuigio de temperatura deve depender da temperatura inicial ao longo da barra. Fisicamente isso € razodvel: mate- maticamente & um dado essencial na determinagdo de ux. 1). S81 dis- tribuigdo inicial da temperatura & a condigdo inicial do problema. ¢ escre- vemos que ux, 0) = fx). onde /: [0, L] + & uma fungio dada que desereve a temperatura nos varios pontos da barra no instante ¢ = 0. ‘Além dessa condigio, é importante saber o que se passa nas extre- midades da barra, Como elas no esto isoladas termicamente, pode haver entrada ou saida de calor. Isso deve, nevessariamente, influir no valor de u(x, 1). Temos, pois, de enunciar as condicdes de fronteira, as quais podem ser de varios tipos, CONDIGOES DE FRONTEIRA. Tipo I. Suponhamos que, por algum processo, as extremidades da ira sejam mantidas a temperaturas conhecidas, Por exemplo. tempera- ——_ a [ secgio 12 ] x tura constante e: cada extremidade, W0.)=T, © WL=T, onde 7, ¢ T, sio temperaturas dadas. Um caso mais complexo seria aquele ein que se conhece a variagio da temperatura em uma extremidade (ou em ambas), isto é, WO, 1) = hylt) © aL, = ho, onde h(t) € hy(0), para 1 > 0, so as temperaturas (conhecidas) em cada ‘uma das extremidades. Tipo IH. Suponhamos que as extremidades estejam isoladas termicamente. Isso quer dizer que 0s fluxos de calor através de x = Oe x so nulos. Da Expresso (2) para 0 fluxo de calor, vemos que as condigdes Taterais nesse caso tém a forma 40, 1) = uf, 1) = 0. Tipo 111, Suponhamos que o meio ambiente tenha temperatura uy € que hhaja transferéncias de calor, entre a barra € 0 meio ambiente, regidas pela lei ku,0, 1) = eu, ug}, far(L, 1) = efulls uo}. onde ¢é uma constante, dita emissividade, caracteristica do par constituido pelo material da barra ¢ pelo meio ambiente Tipo IV. Uma combinagio de duas quaisquer das condigdes acima, como, por exemplo, 0, «) eu, 1.2 Formulaco matematica do problema da conducao do calor Vamos representar por # a regio do plano (x, ¢) determinada por 00.¢ por # a unio de # com sua fronteira que & for- mada peas semi-retas {x= 0, ¢ > 0} € {x= L, 1> 0} € pelo segmento {0 0, segue-se que, se F(0) ¥ 0, entio Ge) =0 ¢, portanto, w= 0. B, se bem que w=0 seja solugio da cequagio do calor e satisiaga as condigdes de fronteira, essa fungio io tem chance de satistazer & condigio inicial ux, 0) = fix), a menos que f(xy =0. ‘Agora procedemos no sentido de ver quais os valores de « que con duzem a solugdes F(x) do problema dado em (8}+(9}. E claro que estamos intoressados apenas nas solugdes F nao identicamente nulas, de outro modo, obteriamos w= 0, 0 que ndo interes, Hat possibilidades para ©, conforme segue i) Se o > 0, a solugdo geral de (8) & da forma Fix) = ee + ge. Portanto, se tal F satisfizer a (9), 0 par (c,, ¢2) de constantes deverd ser solugao do sistema Mas a ‘nica solugdo desse sistema @ ¢, = ¢; = 0. E isso implica F = 0, © que niio interessa. ii) Se ¢ = 0, a solugdo geral de (8) € da forma Fix) = ex te, , para satisfazer as condigdes (9), devemos ter G@=0 © abte © que implica ¢, =e, © portant, F [capitate 1 } iil) Se 0 <0, fazemos o = Fos 7, © a solugdo geral de (8) € da forma 6,608 Ax + ¢, sen Ax. Para que uma tal F satisfaga (9), devemos ter %=0 © eysenaL=o. Como nio queremos ¢, = 0, devemos ter 0. im, onde n & um inteiro no-nulo (n = + sen AL (© que implica AL Os valores de (10) so chamados 0s talores priprios ou autovalores do problema dado em (89), € as fungdes Fx) = sen ay so chamadas as finedes préprias ou autofungdes do problema dado em (8}19). Nao hi necessidade de considerar os valores negativos de 2, . pois isso conduziria apenas a uma autofungao diferindo apenas no sinal de uma outra obtida para um 4, positive. Mais adiante trabalharemos com expressdes da forma cyF,(x), Com a constante c, a determinar. ‘Vejamos agora a segunda equagio diferencial ordi solugio geral & Gt) = cot (1) Logo, para cada n= 1, 2, 3,..., temos uma fungdo yl, 1) = EPRI? gon (13) ' qual satisfaz & Equacdo (1) ¢ as condigdes de fronteira (3), como 0 leitor poder verificar sem dificuldades. Esses u, chegaram quase a resolver nosso problema dado em (1}(3) A dificuldade esti em que, sendo u(x, 0) = sen, us 1) 86 seria solugiio de (1), (2) (3) sea fungaio dada f(x) tivesse a forma So) [ seorgo 12 | 9 Assim, a solugio de (1)43) com f(x) = sen Snx/L & a fungdo 252 KVL? gon) SEX, ead 6x, 1) =e t Suponha agora que a condigdo inicial seja f(x) = 3sen Sxx/L. Algo ‘nos diz que a solugio do problema dado em (1)-(3), nesse caso, deveria ser Hs) = 3H ey 5 “ E, de fato, podemos verificar isso, mostrando primeiro que tal fungdo satisfaz & Equagio (1), A seguir, fazendo x = 0 e x = L, obtemos as con- digdes de fronteira (3). E, finalmente, fazendo 1 = 0, obtemos a condigio inicial (2) satisfeita, ‘Vamos um passo além. Suponha que a condigio inicial dada fosse 2nx Smx. flx) = 4sen =F + 3 sen Allgo 0s diz que, nesse caso, a solugio do problema dado em (1}43) de- veria ser 42KL gen 2AX 4 39-250 KUL? gon SPX sh, t) = det gon ITE 4 56 sen re) E, de fato, como acima, poderemos verificar que todas as condigdes so satisfeitas A verificagio de que (14) ¢ (15) satisfazem & Equagiio (1) possivelmente indicou ao leitor que 0 seguinte fato geral é verdadeiro, explicando aquele algo misterioso! ‘Se u(x, 1) © w(x, 1) forem solugdes da Equagio (1), entdo qualquer fungdo da forma . aud, 1) + betx, 0), ‘onde © b so constantes, ser’ também uma solugao de (1).” Esse fato & expresso dizendo-se que a Equagao (1) € linear. Ou, ainda, uma combinagio linear de solugdes & também uma solugio. Esse é 0 chamado principio da superposicdo, © qual vale também para combinagBes lineares de trés ou mais (qualquer nimero finito de) solugdes. Portanto qualquer expresso da forma 10 [capitate] onde os c, so constantes ¢ 0S u, so as fungBes definidas em (13), € solugdo de (1) € (3). Conseqiientemente, se a condigdo inivial f(x) for da forma «,sen entilo, nesse caso, a solugtio de (1)(2}(3) sera ws. 0= Y 7 E se no tiver a forma simples acima? Ai vem a idéia de tomarmos “somas. infinitas”. A seguir apresentamos a motivacdo informal para 0 estudo das séries de Fourier. Suponhamos que a fungio dada f(x) possa ser ex- pressa em uma série da forma = (16) Fes) = ¥ eysen Entdo 0 candidato para solugo do problema dado em (1)-3) nesse caso fds.) = Boe eee wn BE “ © mito de Fourier eulmina com a inicio dese candidate, Tab tharos agora no send de eegeo © trabalho nfo ser trivia. Variow problemas surge, PROBLEMA 1, Serit que a fungio f(x) dada pode ser escrita na forma (16)? Ai deveremos estudar que fungdes podem ser es- critas nessa forma, bem como a questo de obter os coeficientes «, , para uma dada fungio f. PROBLEMA 2. Sendo a fungio (17) definida por uma série, pde-se a questo de convergéncia da série. E,em seguida, a questio de verificar que, de fato, essa fungiio satisfaz & equago diferencial (1). Para resolver o Problema 1 vamos, nos Capitulos 2 € 3, desenvolver 4 teoria das séries de Fourier. Uma vez feito isso, voltaremos, no Capi tulo 4, a0 problema da condugio do calor, para completar sua resolugo, E estudaremos, nos capitulos posteriores, outros problemas fisicos que { Seceso 1.2 ] " podem ser atacados com as téenicas desenvolvidas na resolugio do pro- blema do calor. EXERCICIO. Proceda como na Secgo 1.2 acima e estude 0 problema 4=Ku,., em 0, )= ul, 20, para > 0, ux, 0)= fo), para Ot, Gi Fx com [a] 0 ¢ x91, existe um inteiro N, dependendo de ede xy, tal que z us| N, Uma série de fungdes E7, u(x) convergiré uniformemente, se, dado > 0. existir um inteiro N, dependendo apenas de ¢ (e nfo de x), tal que [Ep., wel <6 para todos m> n> N. EXEMPLOS. 1) A série £7, u(x). onde ux) = s/n® & considerada como definida em [0,1], converge uniformemente, De fato, para xe 0.1}, 1 Su sf [ Secpf0 22 J 16 €, portanto, dado e > 0, podemos determinar um inteiro N, independente de xe dependente apenas de «, tal que 27, 1? n> N. 2) série EP, u(x), onde uj(x) = x, u(x) = x — xt, n> 1, € uma fungio definida para 0 para x = (2e)!0N— 0, Na verificagdo de que a série do Exemplo 1 acima converge unifor rmemente, usamos 0 artificio de majorar a série de fungdes por uma série numérica convergente. E essa idéia que esti atras do chamado teste M- dle Weierstrass, que enunciamos a seguir. Esse critério no s6 assegura convergéncia uniforme, mas também convergéncia absoluta. Uma série Eu,(s) comvergird absolutamente se a série ¥|u()| dos valores absolutos convergr. Teste M de Weirstrass. “Seja Es, u(x) uma série de fuunedes u,: 1+ & de- finida em um subconjunto I de R. Suponha que existam constantes M, > 0 tais que |u| < My, para todo xe € que a série'numérica E3-, M, convitja, Entdo, a série de fungdes 22, u(x) converge uniforme ¢ absolutamente em 1.” Esse critério de convergéncia uniforme & muito cémodo, pois ele reduz o problema (nada simples!) de verificar a convergéncia de uma série de fungées aquele da convergéncia de uma série numérica Por que estudar convergéncia uniforme? A razio & que as séries que convergem uniformemente apresentam excelentes propriedades. Vejamos algumas delas, que enunciamos a seguir sob forma de proposigdes, cujas demonstragies so omitidas, 16 [ capitulo? } PROPOSIGAO 2.1. Suponkamos que as funcdes u, sejam continuas © que @ série EZ, 44x) convirja uniformemente. Endo a soma da série u(x) = Be. ufo) € também uma fungao continua Obsereacdes. 1) No Exemplo 1 acima, a soma da série & (27, n~*)x = = 7/6, que é uma funglo continua em (0, 1}, Ainda neste capitulo, usaremos a teoria das séries de Fourier para mostrar que 7/6, 2) No Exemplo 2, a soma da série & a funeo u(x), definida como sendo 0 para 0 1 a Para demonstrar (9), (10), (11), 0 leitor poderé usar as identidades trigonométricas que expressam produtos de senos, ou de co-senos, ou de seno por co-seno, como soma de senos ou de co-senos. ‘Agora, multiplicando (6) por cos mnx/L, para m = 1 fixado, ¢ inte- grando, obtemos (1) De modo semelhante, obtemos J fx sen (13) 18 [ captiuio2 ] Finalmente, de (7), (12) ¢ (13) obtemos a4) as) ¢ agora o leitor pode apresiar a introdugio do 1/2 antes do a, em (6) pois, assim, temos uma tnica formula para todos 0s a, ‘Agora estamos em condigdes de dar uma boa definigio, Seja fs B+ uma funglo periddica de periodo 2L, integrivel e absolutamente inte- gravel em cada intervalo limitado; em particular, f¥, | (x)|dx < 2, Os rnmeros a,, para n 0, € b,, para n> 1 dados em (14) (15) sio defi- nidos como 0s coefcientes de Fourier da fungio f. A exigéncia da inte- rabilidade e integrabilidade absoluta de f & necessaria para que as E pressdes (14) © (15) fagam sentido, Um estudo detathado e cuidadoso dessa questo foi adiado para a Secgio 3.1. Observe que 0; signx={ 0, se x= a, se x<0. 2) A fungio f(x) = x-[x] (veja o grifico na Figura 2.1), 3) A fungio da Figura 2.3 sym fer x20; jo, x<0. 2 4 1 Figura 22 sign x 4) A fungio da Figura 24: 1, Osx L, e de definirmos a 10 que nos convier no intervalo (L, T) Essa liberdade de utilizada em problemas de aplicagio para atingir certos objetivos, Vamos ilustrar esses comentarios com os seguintes exemplos. cescolha se EXEMPLO 1, Dada f(x) série de senos x, para O 0, 49) converge, para todo xe R; ¢, além disso, a converséncia & uniforme em todo subintervalo fechado de (0,2r). Aqui esta um exemplo de uma série convergente, ¢ que ndo converge absolutamente se 2 < I. Conseqliente- mente, & convergéncia de (49) no pode ser decidida pelo teste M de Weierstrass; necessita-se de critérios de convergéncia condicional, como 08 critérios de Abel e Dirichlet. Nesse caso & conveniente usar 0 critério de Abel veja p. 212 do nosso livro de Andlise I):tome v, = n-*eu, = cos nx: 4 condigio (ii) & facilmente verificivel se observamos que Loa (ne Poe fem virtude do teorema do valor médio, Em resumo, a série (49) define uma fungio fix) ie. sis) = & SN 40 [ capino2 } Entretanto, se x < 1/2, série (49) ndo é a série de Fourier de uma fun como especificada acima, pois, nesse caso, © conclustio se segue da identidade de Parseval. 2.11 Nota histérica Em cursos de /Analise, estudam-se varios critérios de convergéncia de séries ligados com os nomes de Dirichlet, Abel, Dedekind e outros matematicos; as condigdes envolvidas sio artficias, se vistas de per si ¢ levam um estudante mais critico a pensar por que € para que esses em hnentes matematicos as criaram. E importante, sob o ponto de vista de educagio cientifica, esse estudante compreender que a motivagdo desses matematicos iio foi simplesmente generalizar os eritérios conhecidos. Os matematicos do séeulo XIX receberam de seus colegas do século at terior, problemas dificeis ligados a questées de Fisica, entre os quitis 0 mais ilustrativo € 0 problema de vibragio de cordas, ¢ eles tiveram de desenvolver intensamente 0 instrumental matematico existente, Veja a Aplicagio IIL da Secgdo 2.10. As observagées que apresentamos a seguit sto baseadas no excelente apanhado histérico de autoria de Carslaw. ‘Como veremos no Capitulo 5, 0 problema de vibrago de uma corda se reduz a solugdo da equago conhecida como equagao das ondas. As primeiras tentativas de resolvé-la foram feitas por d'Alembert (1747), Euler (1748) e Daniel Bernoulli (1753). Os dois primeiros chegaram a conclusio de que a solugdo devia ser da forma Fx tet) + Glee. ta) Ja Bernoulli chegou a expressio ust) = ¥. aysem(nxyeos ncn), (0) quando a corda (de comprimento ) vibra por um deslocamento de sua Posigfo de repouso. [ seoeio 2:11 ] a Othando para as Expressdes (a) © (b), dizemos: timo! Todos eles chegaram a expressio correta, Para entender as apaixonadas polémicas centre Euler, q’Alembert € Bernoulli, sera preciso atentar para 0 fato de {que © coneeito de Fung, como o que hoje entendemos, nao es sentado na época; aliis 0 conceito de fungdo s6 foi formalizado durante 1 século XIX, Na época de Euler, havi duas classes de fungies: as fungdes ccontinuas, que eram aquelas que podiam ser expressas por uma equagao entre xe ),€ as fungies geométricas, que eram todas aquelas que podiam ser tragadas & mio livre, E se admitia que, se uma fungdo continua fosse dada por uma formula em um pequeno intervalo, entdo a fungdo estaria determinada nos demais pontos fora desse intervalo, (Veja vocé a confusio dda época: uma fungiio com esta dltima propriedade € de uma categoria muito restrita de fungdes, chamadas analiticas) Admitia-se também que a classe das fungdes continuas era menor que a das fungdes geométricas, porque uma linha quebrada no era uma fungio continua, no sentido dda época. ¢ sim varias fungdes. Formalmente as solugSes de d’Alembert ¢ Euler cram as mesmas, mas, em cada caso, o significado de fungio era diferente. Euler admitia quaisquer fungdes geométricas para dados iniciais; d'Alembert tomava apenas fungBes continuas. Assim, o problems de vibragao da corda dedi- Thada, com posigio inicial dada por uma poligonal, era impossivel para Alembert. Bernoulli sustentava que sua solugdo era absolutamente geral e que deveria conter aquelas dadas por d'Alembert ¢ Euler, Este contestava que isso era impossivel, pois, se a fungio fosse representada por uma série de senos, isso implicaria ser ela periédica e impar; a idgia de que uma expresso analitica representasse a funglo apenas em um. imtervalo ndo era aceita na época, © que explica esse argumento de Euler. Em 1759, Lagrange entrou em cena e mosirou que solugdo da equacao, ddas_ondas — no caso da posigdo inicial da corda (de comprimento 1) ser f(x) € a velocidade inicial ser g(x) — € dada por us af E (sem nay sem nnx eos nact) fd + +2[ § Hocnmenmesennngors dai ele transformou a expressio na forma prevista por Euler. E curioso notar que Lagrange no observou que, fazendo ¢ = 0 em sua expresso @ permutando a integral com o somatorio, obtém-se o desenvolvimento da fungio fem uma série de senos, cujos coeficientes sio precisamente © que hoje chamamos coeficientes de Fourier az [ capiuto2 J Coube a Fourier (1811, em sua Théorie mathématique de la chaleur (Teoria matematica de condugio do calor), explicitar os coeficientes © cescrever as séries de senos e co-senos de varias fungdes. Fle afirmou que ‘qualquer fungdo podia ser expressa pela série que hoje leva seu nome. Apesar de isso ndo ser verdade, Fourier tem 0 mérito de ter explicitado claramente a forma da série que deveria representar a fungo, Dirichlet foi um dos primeitos a reconhecer que nem toda fungio pode ser representada por sua série de Fourier, ¢ produziu os primeitos critétios para validade dessa representagdo, em 1829 © 1837. Enquanto isso, a Anilise ganhava uma fundamentagio mais rigorosa com os tra- bathos de Cauchy, Bolzano © outros. Isso propicia as contribuigaes de Riemann a teoria das séries de Fourier, sem esquecer que ele proprio & responsavel por parte desse trabalho da colocagio da Anilise em uma base sélida, Riemann se propds a achar condigdes necessirias e suficientes para que uma fungio pudesse ser representada por sua série de Fourier. ‘Como obviamente essas questdes se ligam a integraglo de fungdes, 0 Caleulo Integral teve de ser posto em base firme, F data dai a teoria da integral de Riemann que hoje estudamos. ‘A esperanca de provar que toda fungi continua pudesse ser repre sentada por sua série de Fourier ruiu quando, em 1876, du Bois-Reymond construiu uma fungio continua cuja série de Fourier divergia em um dado ponto. ¢, mais tarde, ele construiu uma fungio continua cuja série de Fourier divergia em um conjunto denso. Exemplos mais simples foram dados, em 1909, por Fejér., Os exemplos de du Bois-Reymond motivaram a busca de novos critérios para a convergéncia da série de Fourier de uma funga0. O eri- {ério de Dini, que estudaremos no Capitulo 3, data de 1880, Outro eritério, de autoria de Jordan, surgiu em 1881 ¢ envolvia a idéia de fungdo de va. riagao limitada, por ele criado, O critério de Lipschitz (1864) € um caso particular do critério de Dini. ‘Todas essas investigagdes conduziram a uma melhor compreensio das fungdes descontinuas € propiciaram os trabalhos de Harnack, Hankel, Borel ¢ Lebesgue, que culminaram com a introdugio de um nove con- ceito de integral. E ai comegou a teoria moderna das séries de Fourier. EXERCICIOS DO CAPITULO 2 1.1, Defina uma fungdo periédiea de periodo 2 e igual a x? no intervalo aaberto (0.2), Hit mais de uma resposta? E se a funglo pedida fosse igual ax? no intervalo [0.2)2 19. 110. 43 Se fe g forem periddicas de periodo T. mostre que f+ € fy serdo também periddicas de periodo Se f for periddica de periodo T, mostre que 2f seri periddica de mesmo periodo, onde 26 um ntimero real dado. Se f for uma fungio diferencidvel e periédica de periodo T, mostre aque a fungio deri serl também periddiea de mesmo periodo, [ " onde a é um mimero real qualquer fivado. |A soma de duas fungdes periddicas de periodos diferentes pode ser periddica. D@ um exemplo. A soma de duas fungaes periddicas de periodos diferentes pode indo ser periédica, D& um_exemplo. Mostre que, se f,: RB & periddica de periodo T, ¢ fy: BR & periddica de periodo T;. ¢ se existem inteiros me 1 tais que mT, = nT, entio f, +f, & periddiea de periodo mT, Mostre que sen ax + sen bx & periddica se © $6 se a/b & racional. Seja f; B+ uma fungdo periédica de periodo T. Mostre que hingto roy [is € periddlica (de periodo T) se © 56 se Para f: RB periddica de periodo T, determine constante A tal que a funga0 abaixo seja periddica de petiodo T: Fixy= | fax. 44 13, ad 4a 42. 43. 44. 45 SA 6 [ capitulo? Sejam fe g fungdes sevcionaln iodo T. Mostre que a fungio snte continuas © periédicas de pe * 6 continua ¢ periéd de periodo T periodo fundamental de uma fungio periddica € definide como. © menor T> O tal que f(x + T) = fx), para todo x. Dé um exemplo de uma fungio periédica sem periodo fundamental. Mostre que, se f for continua, periddica ¢ ndo-constante, entZo ela tera period fundamental, Demonstre as relagdes de ortogonalidade (Formulas (9), (10) ¢ (11) do Capitulo 2), usando identidades trigonométricas. 2, Faga o mesmo Exercicio 3.1, usando a formula de integragie por partes. Caleule a série de Fourier da fungio f(x) = sen? x, Caleule a série de Fourier de f(x) = cos? x Caleule a série de Fourier da onda senoidal retificada, isto &, fl) = (sen x)" fou seja, a parte ndo-negativa do seno ya ferx = nese = San aea io nies 10 ~ {sits peo 2 Calcule a série de Fourier da funcdo re Mostre que se f: B+ for uma fungio par, ¢ f(x) #0, entio Lf & uma fungdo par. Mesmo problema para fungdes impares. 2" eas (rsen 0 Se f; B+ R for uma fungéo par diferenciavel entao f* sera impar Mostre também que, se f: R+ & impar e diferenciavel, entio Fé par. Use a série de Fourier da fungio foo) osx, x real # 0, 65 66. 61. 68. 69. 6.10, 1 45 para mostrar que oan 1(1-§ quando 2 no € inteico. Determine a série de Fourier de f(x) [sen ox Quais sio as relagdes entre os coeficientes de Fourier da fungic Fis), periédica de periodo 2L, ¢ da fungdo g(x) = fox + 9} onde a & uma constante? Quais sio as relagies entre os coeficientes de Fourier da fungio Fis) e da Fungo glx) = fe) +k? Quais as relugies entre os coeficientes de Fourier das fungdes fae af + Ba. onde ae fi sio constantes? Mostre que, se a fungio f for periddica de periodo 2L, entdo a Fungdo glx) = (kx), onde k é uma constante positiva, sera periddica de periodo 21k Qual é a relagio entre os coeficientes de Fourier da fungio f. pe- riddiea de periodo 21, € da fungio g(x) = ftkx, onde k & uma cconstante positiva? Seja f: +B uma Fungo absolutamente integrivel e periddica de periodo fundamental 2L, ¢ seja T um periodo qualquer (nfo iamente, fundamental) de f- Mostre que Escreva a série de Fourier da fungio fis) € periddica de petiodo 22. Escreva a série de Fourier da fungio Sts) ¢ periddiea de periodo 2x. x Osxc2n (Os mimeros de Bernoulli sio definidos a partir do desenvolvimento fem série de Taylor da fungdo x/le*~ 1): y hax 46 { capteso2 J Mostre que a seguinte férmula de recorténcia se verifia: (5) + (j)m #4 (et) A seguir poste que os nimeros de Bernoulli Bo racionas © ob- tenho primeirs dels Bah B= nH By -1/90, By 182, Mostre também que B,,,, = 0, para n> 1 6. 72, Os polindmios de Bernoulli B,() si definidos pelo desenvolvimento xe EB Lp 5-5 aor Use os desenvolvimentos em séries de poténcias de x/e~1) ¢ de e* para mostrar que Mosie que By) = mB, € que S5B,(dt = 0. Caleule 05 tr8s primeiros polinOmios de Bernoull 713. Mosire, por induct, € via intepraglo, que as séries de Fourier dos potindmios de Bernoulli sio Zt ynaver $F O82 ay B= Ai cayeane SME np, Zant yer NIE enpar. Bye) = Bracaynr ne SER mp 14, Mostre que 21 +1 2a) Bay 2 eT oe 9,1, Se x ndo for inteiro, use a forma complexa para obter as séries dde Fourier das fungdes __ foosax, -nsx Oe 6° > 0, a fungio /é limitada € com I= [ seess0 31] 49 imtegravel em [a + 8, by~d'] © 08 limites abaixo existem (vroe tm (00 Neste caso, a integral imprépria de f& [roa § [reve A fungi f sera absoluamente integrdvel se 0 valor absolute | f| for integravel no sentido (i) ou (ii) acima Fungdes continuas. e, mais geralmente, furgdes seccionalmente con- tinuas no intervalo [a, 6] sio limitadas e integraveis no sentido (i) acima, Obvereagdes. 1) Se f for integravel ¢ limitada, entio, f seri absolutamente integravel, Entretanto a reciproca nio € verdadeira, pois, a fungio de Dirichlet [definida como f(x) = 1, se x for racional, e f(x) = —1, se x for inracional}. ndo € integravel em [0, 1], mas @ fungio valor abso- luto de f resulta identicamente 1, ¢ & obviamente, integrivel 2) Se f nfo for limitada, a integrabitidade de f no implica em sua integrabilidade absoluta, Por exemplo, @ fungio fi (0,1] +B definida por fix) =(-1}'n. para 1+ 1) 0, existe una funedo continua y: [a,b] +R. tal que Fir-vanacce Wa) = Ab) = 0. Demonsivacdo. i) Suponha inicialmente que f seja limitada ¢ integravel. Logo, dado «> 0, existe uma partigao d=x cx creed tal que [ rovas E mix; yes w onde m, = inf [flx): x) $x < xj} Agora designe (x) a funglo assim definids AX)= my. para yy SNS, @ Entlo 0 somatério em (1) &3 int [roves Antes de prosseguirmos vamos ilustrar com uns grfcos simples a idéia que sera explorada para coneluir x demonstragio. Suponha que a partiglo tenha quatro pontos e o grifico de (x) sejt 0 da Figura 3.1, e. para cada. consideremos @ fungi Y, obtida. substituindo-se na Figura 3.1 9s “re Lingulos” por trapécios, eujos fados inclinados tém inclinagao n, Usando de 7x) em [a,b]. (1) pode ser escrito =o { Seceioa ] . 51 essa idéia para uma fungao 71x) qualquer, como : definida em (3), temos. [im volac= SME 4 ign Figur 3.1 Seja M > 0 tal que | fo] 0, existe uma fungo continua Vy: [ab] + B, com ya) tb) = 0 tal que 52 [ coptuie 3} Essa fungdo , € 4 fungio y anunciada no teorema, ii) Suponha que f nao seja limitada. mas seja integrivel ¢ absoluta- mente integravel no sentido das integrais improprias, Para facilitar su- Ponha que f se torne ilimitada apenas nas vizinhangas de a ¢ b, Portanto, dado > 0. existe 5 > 0 tal que [vote (“rte Como ¢ limitada ¢ integrivel em [a + 5, b- 5], existe uma fungdo con- tinua yz [a+ 6, 6-8] > B com Wa + 5) = Wb 3) =0 tal que <0 o [ [Fox Wea de < 6/2, (8) Considere « fungio J: [a,b] definida assim {geo para a+ com W,(a) = ¥,(6) = 0 tal que sin fino valde = 0. 2) Suponha que f: + seja uma funglo periédica de periodo 21. 2! em [-L.L]. Entio existe uma sueessio de fungdes continuas Vai RB, neviddicas de periodo 21. [de fato, pode-se tomar ¥,-L) [ Seexio 32 | 53 = v,{l.) = 0, para todo n] e tal que sien [, [fe v,oo]de = 0. Observagdo™*. Para st ultura, vao as seguintes observagies. Dada uma sucesso de funges continuas ¥,: [a,b] -» B dizemos que ela converge no sentido do Ese lin, [ies Yala dx = 0. Pode, nesse caso, existir uma fungi f: [a,b] + integrivel e absolute mente integeivel, no sentido aqui estudado, tal que sim f Fes) Ws] dx = 0, ” e dizemos que /€0 limite de y, no sentido do LE Em geral, tal fndo existe Se. no entanto, usarmos © conceito mais geral de integral de Lebessue, centdo existe uma fungio f integravel & Lebesgue tal que (9) seja verdade, entendendo a integral como integral de Lebesgue. E ai teriamos 0 fato sepuinte: as fungdes integraveis & Lebesgue em [a,b] sto os limites no sentido do Ede sueessdes de fungdes continuas em [a,b]. O espago das fungies integraveis & Lebesgue em [a,b] & designado por E'[a,b}. Trata-se dde-um espago vetorial,e a expresso = Pinoias define uma norma. Portanto E'{a.b] & um espago normado, € nossas observagdes podem ser sintetizadas, dizendo-se que as fungSes continuas formam um conjunto denso nele. i 3.2 Convergéncia pontual da série de Fourier Nesta secyo daremos condigdes suficientes sobre a fungio f que garantam a convergéncia da série de Fourier num ponto fixado x para © valor fix ou, em geral. para 3[fix +0) + fce-O)]. Além das hipé- teses minimas (ef. Secgio 31) que Sio necessivias para que se possa definir os cocficientes de Fourier faremos outra hipétese sobre 0 comportamento 54 [ capitulo 3} de_f nas vizinhangas do ponto x, Nosso objetivo é fazer estimativas do valor _ fle +0) + fx=0) ex) = 500) 7 onde 1 bk sb son bt = Fa5 +S (« cos I 4. sent) Vamos iniciatmente escrever a soma parcial sx) de modo. mais conveniente com o propasito de obter majoragtes pars «s) Usindo as expresses dos coefientes de Fourier ea Menthdade rigonométrica cos. cos b+ sem sen b = cos (a), obtemos PE APL, Boo katy) w= f rl + § cos te rove (10) A expressio absixo & conhesida como 0 micleo de Dirichlet L(t, & ook Dx) = tr + Boos Z) a que tem as propriedades enunciadas a seguir. i) Dix) € uma fungdo par. ii) Usando as relagdes de ortogonalidade (9) © (10) do Capitulo 2, obtemos I Dysyas ii) Dx) & uma fungdo continua iv) Dox) € uma fungao periddica de periodo 2L. ¥ DO) = (n+ HL vi) Vale a seguinte expressio compacta de Dio. para x #0, $21, SAL. a2) Para provar (12), [ secgi0 32 J 55 Observe que e que paa 2 ¥1 Logo. ss om gw ta2n 5,0) = Rs cage para 0#0, +2n, t4n,... Dai, se segue sy = nd ssn + BO ¢, usando isso em (11), obtemos imadiatamente (12). Voltemos st (10), usando (11) ¢ (12), €, mudando a varidvel indepen- dente y= xf, obtemos i= f) dunsindy =f osnyte-na Como D, € f so periddicas de periodo 2L. 2 soma parcial s, pode ser sede f Dyin fx nde (3) Usando 0 ft de que Di) € wins fungdo par. f Dgofes a+ [ oinre oa [ DANE fos +0) + fox] de, «, dal (13) pode ser finalmente escrits como soo -[ DyoL fee +9 + foo) ay ca expresio. part a quil queremos obter estimatives,gunha forma sezuine eh = { DVLP ee + Nf + OV) + CFO foe—OV]} de (15) Defnindo a funsio [roe + 0-fle +O) + Efe Fee}, cenunciamos agora um resultado sobre. convergéneia da série de Fourier ho ponte x. ats. 56 [ capitulo 2} TEOREMA 3.2. (Teste de Din). Seja f: B+ B uma funcdo periédica de periodo 2L¢ ¥" em (-L, L]. Fixado x, em [-L. L], suponha que (x +0) & flx-0) existam ¢ que exista n> 0 tal que Endo ex) + 0, ow seja, sf) > [fee + 0) + fx ONV2, quando n+ a A demonstragdo desse resultado sera feita na Seogio 34, usundo 0 Jenn de Riemann-Lebessue, 0 qual seri. nosso préximo objetivo. ae.) dt < oo 6) 3.3 Lema de Riemann-Lebesgue © enunciado desse lema &: seja f: [a,b] +R uma fianedo * em um ine tervalo [a, 6} Endo Demonstracdo, (a) Suponhamos, inicialmente, que f seja Timitada, isto & que exista M> 0 tal que | f¢x)| 0, existe uma partigio x do intervalo [a,b] tae wana. stint miss M, = sup[ fo: x)-4 0, tome 1 tal que essa diferenga seja menor que #2. E a seguir, com esse m fixado, tome f, tal que 20M ty < «/2. Logo, dado > 0. temos que Prevents para todo 1 2 1, ,€ isso completa a demonstragdo de (17). A demonstragdo de (17) se faz de modo analogo. |= uy) seat |< 2 © que (18), obtemos 2M Sats-mpsy-s- ab 0,tome uma fungio continua y: [a,b] — ® tal que Fre-doojac ene (22) usando para tal © Teorema 3.1. Agort, como toda fungio continua num compacto é limitada e integrivel, podemos aplicar a parte (a) da demons- tragio e concluir que existe 1, tal que, para r > fg, se tem | [versennae <4. (23) Agora. como [revseawas wes)sentisyds + [rm Veal] sen tes) dx, 58, [ copitte 3 Proven + fi Fos) Hea)| ds Logo, basta usar as estimativas (22) ¢ (23) para concluir que, dado ¢ > 0, existe 14. tal que, para 12 t,, se tem [rose (xpd ‘© que completa a demonstra io do lema de Riemann-Lebesgue. 3.4 Convergéncia pontual da série de Fourier (continuacao) Inicialmente vamos demonstrar o teste de Dini, A idéia é decompor fs) e1n duas partes: [rrsnetetars [on] (n+ 3) H] te a sen A primeira integral sera feit pequena tomando-se 5 convenientemente pequeno e usindo (16). Quanto segunda integral, usaremos o lema de in-Lebesgue. Vejamos os detalhes: como hyo s = 24) sen FF como a fungdo no segundo membro de (24) & continua [0.1]. obtemos a estimativa wan s 4 para re [0.1], Logo, dado © 0, tome 8 < min (Lm) tal que \ Ps | [ gy a st «que & possivel em virtude da Hiptese (16). Agora com net, colhe «segunda wt ‘ 6 fixado, integral, Para aplicar o lems de Riemann-Lebeseue. [ Seesio 34 | 59 serifcar se. fungio y=). cet} at sen 6 integravel. Mas isso & imediato porque © denomninador nunca s em [5.L] eg € integravel, Logo, para n suficientemente grande a |_atxo sen[ in + 3 | 9 a folie ba € 0 teste de Dini fica provad, teste de Dini pode ser utilizado para obter condigdes suficientes para convergéneia da série de Fourier, condigdes que sejam mais facil mente verificéveis (A) Suponha que f seja Holder continua na vizinhanca do ponto x, iso é, que existam constantes a > 0, 5 > 0 ¢ K > 0 tais que [fey flo] = K [rs es) pura t, se [x 8. x + 8], A desigualdade (25) implica que f sea con- tinua em x, € portanto, flx +0) = flx—0) = fx}. Isso juntamente com (25) implica acco] s [foe + 9-fla| + [ff] < 2Kr- © véese que a condigio (16) do teste de Dini se verifica, 8) Suponha que f tenha derivada no ponto x. Neste caso, pode-se provar ‘que uma desigualdade como (25) se verifica com a = 1. E 0 resultado se segue de (A), {C) Suronha que f seja seccionalmente continua e que as razdes incrementais fix + 0-fle +0) Hx fis-0) 7 t sciam limitadas. para 1> 0 saficientemente pequeno, Em particular, isso & verdade se as derivadas laterais em x existem: F001 = tim, LE afl + 0), am 1 fix fls-0), t 60 [-capieto 3] Nessas condigdes & cil ver que a condigfio de Dini se verifica. Por- tanto isso estabelece a validade do teorema de Fourier, enunciado nna Seopa 4 do Capitulo 2. 3.5 Desigualdade de Bessel Uma fungio f: [a,b] +R & chamada de quadrado integrivel se f © [FF forem integraveis. Usaremos a nomenclatura fungiio £2 para de= signar uma tal fungio. Observacdes. 1) Se Ff for Timitada e integrivel a Riemann (ef. Seegio 3.1), entio f seri de quadrado integravel. © [ivaras = Mba), onde M = sup {| fx): xe [a.b]} 2} No caso de f nao ser limitada, pode acontecer que f seja £', mas nto £7, Veja o exemplo: fix) = x7", para 0< x <1, Prwaen [lempae [ete 3) Se for #7, entio f & nevessariamente 4". (Lembramos. que nossas fungdes estdo definidas em intervalos limitados). A demons- tragio desse fato repousa na desigualdade de Cauchy-Schwarz para in- tegrais, que sera demonstrada na secgio seguinte: “Sejam fe g fungdes de quadrado integraveis em um intervalo [a, b], Entéo fg € absolutamente integravel e fi fAxtn)|dx < [Liman] 7 [fiona] (26) Usando a desigualdade (26) com g(x) = 1, obtemos: [isis on [fiona] * © que demonstra a assertiva, acima, Uma sucesso (,) de fungdes de quadrado integriveis, em um in- tervalo [4,6]. converge, em média quadritica. para uma fungao f de qua- [ Seceio 35 6 drado integravel, se sim fun Sis) dx = 0. [ines-rvoieae € chamada 0 erro médio quadritico, na aproximagéo de f por f, Mostraremos agora que as reduzidas s(x) da série de Fourier de funcdo f de quadrado integravel s2o 0s'polinémios trigonométricos que melhor aproximamn f em média quadratica. Mais precisamente, con- sidere un polinémio trigonométrico de ordem 1: d= B+ E («oork + sent). A expresso @ designemos por j [sc0-feaP dx { 10) flo) Pd Entdo 0 que vamos provar & sé en Para demonstrat (27), caleulamos é, usando as relagdes de ortogonalidade (9) € (10) do Capitulo 2, e as expresses dos coefcientes de Fourier © ob- temos gabe Satayt +f 10) de Lagey -2b F layey + bud E, dai, completando quadrados, temos L 2 = 2 Flom aoh + LY tan ay? + +Ly wnt + f [rood 01S cape 62 [ capitulo 3 } Agora observe que 0 menor valor de é, ser obtido quando c p= ayedy = by pata k = Logo, em geral, temos ¢, = on Neste caso, vé-se que é, coincide com ¢, A geometria da melhor aproximacdo*. (Esta conversa pode ser omitida, sein prejuizo para o entendimento iit. por aqueles que nunca estudaram Algebra Linear). Vamos de.¥? 0 espago das fungdes f: [-L, L] > B que sio de quadrado integrivel. Mostraremos na Secgao 36 que se fe g forem de quadrado integrvel entio f+ g também sera. ¢ isso & precisamente o significado da desigualdade de Minkowski. Além disso, af seri de quadrado integravel se f também o for e se a for uma constante. Portanto concl € um espago vetorial. As fungdes 1, cos mrx/L., sen nx], para : sio de 22. Para cada n, as fungdes 1, c0s jnx/L., sen jnx/L. para n geram um subespago vetorial E, de #*. Observe que tanto s,(x} como f,(8) pertencem a E,, No espago ? podemos definir uma norma pela Spree Urle= [fF (r0oras Para ver que isso realmente & uma norma, usa-se a desigualdade de Minkowski. Assim, 0 @? se torna um espago normado e. dai, podemos falar em distincia entre duas fungdes fe y de £2: || f~gljy. Portanto 0 gue provamos acima & que s, € 0 elemento de E, que esti mais préximo, de J Podemos ir mais além nas consideragies geométricas. De fato. em £?, temos uma nogdo de ortogonalidadg: fe g em 2? sto ortogonaiy se da set cham: mnos que? Fi fownac=0 «ando ess nogio, definimos a projeydo ortoyonal de f sobre E, . como sendo 0 elemento ge E,. tal que fg & ortogonal a todo he E,. Alit= amos. agora, que 5, €4 projecio ortogonal de f sobre E, . Para tal basta observar que temos f (fae = 0. para g = I. cos jrx/L. sen fre, [ Sees50 36 | 63 , Figura 33 Para estabelecer a desigualdade de Bessel, desigualdade (29) abaixo. observamos que 2, & > 0, para qualquer escolha dos coeficientes ¢, € dy Portanto Ose, { {peo ae 421 ak + 28) B®. Sa@emct [ 2 B+ Spe msy fine a. Como essa desigualdade vale part todo 1, coneluimos que Be Fewest [ [soo ds. (29) 3.6 Desigualdades de Cauchy-Schwarz e de Minkowski Antes de proceder ao estabelecimente, das desigualdades (31) ¢ (33) abaixo, vamos mostrar ao leitor que ele j& conhece uma desigualdade desse tipo. Considere dois vetores # = (x, , 2) ¢ B = (B, . B), com com- ponentes nifo-negativas, O produto escular é definido pela expresso a P= af + aps. (0) Chamando de |2| = (#3 + 2)" « norma do vetor x € de 0-0 Angulo do vetor a com 0 semi-eixn positive dos x, podemos escrever = lxlcos |x| sen 0) 64 [capiewo 3} De modo semethante, = ([pleosd, — |Blsen oy (Othe a Figura 3.4) » Figura Logo, © produto esealar pode ser escrito como 4° = [al [Al(c0s 0 cos + sen 0 sen 6) 8 = [a] [Alcos (0). Juntando (ee (e), obtemos 8, + 2282 < \a| |B “ O1By + taBs S (ah + 23) 1B5 + BD? (30) Agora, Se (a, 3) € (by b3) sio dois vetores quaisquer de 2. temos Far] Ibu] + Jaa} Ibal « aplicando a desigualdade (20) aos vetores (a || 23) ()b | |by))obtemos [aby + ayha| (aR + 0)! (03 + 63)", Jayby + a,b, que € a desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores do R? Sejam, agora, a = (a, .....4,) € b = (by .....b) dois vetores do RY A desiqualdade de Cauchy-Schwarz para vetores do BY tem a seguinte to -(84)"(&oy" on Para demonstricla, considere & expresso E ap, Lary = Sait F ah +e S op G2) Othando © primeiro membro de (32), vemos que essa expresso € sempre = 0 para todo ¢ real, Othando 0 segundo membro de (32), reconheceinos, lum trindmio do segundo grau em 1, O fato de que esse trinémio é sempre [ Secg80 3.6 | 65 20, implica que seu discriminante deva ser <0. Isto & (CE) (Eoin) © que implica, imadiatamente, a desigualdade (31), Sejam agora f: (a, 6] + R e g: fa, b] + B duas fungdes de quadrado integrivel. A desigualdade de Cauchy-Schwars para fungBes de quadrado integriel ter a forrea (fi rosa] [fara * a | | [ reomoa | Frems A demonstragdo & andloga ao caso anterior. Basta considerar a expressao [ed + wor ar © proceder como no caso dos vetores do Uma outra desigualdade, bastante itil, € 4 seguinte: [Soro] ’<(Say"+ (hay conhecida como a desigualdade do triéngulo ou desigualdade de Minkowski © nome desigualdade do triingulo provém do fato de que (B}.. 3)! €0 médulo do vetor a = (a, ....d,) em R%, que vamos representar, como acima, por Jal. Logo, a desigualdade do triingulo pode ser eserita como Ja+ bl < {al + |b], Veja a Figura 3.5, para 0 caso do R?. Figura 3.5 Demonstragdo da desigualdade do tridngulo no BY, Na identidade Stator = Sager S opt om 66 [capruto 3 | use a desigualdade de Cauchy-Schwarz e obtenha i (a +b" s z a+ 2(E a)" wy “43m c observe que o lado direito da desigualdade acima ¢0 quadrado de ja) + |B}. Dai, se segue, imediatamente, 1 desigualdade do triangulo. De modo anilogo, poderemos demonstrar a desigualdade de Minkowski para fungdes de quadrado integrivel, que & a seguinte: [fi fos) + aco as] -s [fi rosea] mn [Lira ° Basta, na identidade fi Fix) + ghof? dx [feof dx + 2 [reams + fiw dx, usar a desigualdade de uchy-Schwarz, e proceder como no caso do R PROPOSIGAO 3.1. Seia f: [4.6] + uma fincao de quadrado inte- ariel. Entdo existe uma sueessio. de funyes con tinuas Y4: [2,5] + 8, com $a) = Yh) = 0, tal que sim [\re-vaoreac= 0. Demonstracao. (i) Suponha inictalmente que f seja limitada, Como f & de quadrado integrivel, segue-se que f € absolutamente imtegravel, em virlude da desigualdade [iestees 0 ov [fine] que & uma conseqiiéncia da desigualdade de Cauchy-Schwarz. Agora, us mos 0 Teorema 3.1. Dado ¢ > 0, existe uma fungio continua y: [4b] +B, com ya) = Wb) = 0 tal que fim Wolds << Umma othada na demonstragao do Teorema 34 deveri convencé-lo de que |¥(xi] 0, escolha 6 > 0, tal que f [foyPdx< Fe [voracss Agora, usamos a parte (a) do teorema, ja provada, para determinar uma fungio ys [a + 8, 6-3] > 8 continua, com ya + 5) = yb) = 0 tal que f [fey woop de < > Portanto, definindo - 0, © asxsaté, WI FVO. se at sxsb-d, Oe bp aeras tities Pirv-tiovrar mesmo que se torne ilimitada nas vizinhangas de uns tantos pontos isolados. Se f for descontinua em um ponto x9, a série de Fourier nao pode convergir uniformemente para fem nenhum intervalo que contenha x,. Iss0 porque sabemos (ef. Proposigdo 2.1 do Capitulo 2) que o limite uniforme de uma sucesso de fungdes continuas (no caso, as reduzidas s,(x) da série de Fourier de f) & uma funcao continua (no caso, seria f), Logo, para se ter a convergéncia uniforme da série de Fourier em toda a reta, a fungdo f deve ser necessariamente continua, Mas ai surge a seguinte indagagio: e se f for continua em um intervalo fechado [a,b], ser verdade que a série de Fourier da f converge uniformemente para f neste intervalo [a,b]? A resposta & sim, isto é, vale 0 resultado seguinte. TEOREMA 34. (Segundo Teorema sobre Convergéncia Uniforme da Série de Fourier) Seja f periédica de periodo 21, seccionalmente continua e tal que a derivada primeica é integriivel e absoluamente inte- gravel. Endo, a série de Fourier de f converge uniformemente para fem todo intervalo fechado que ndo contenha pontos de descontinuidade de f. A demonstragao utiliza o lema enunciado a seguir LEMA 34. Seja a fimeéo peribdica de periodo 2L. assim defiida: +p Wx) =4 0 x=0 (38) Wu-p Oexsk 70 [-captuie3 Entdo, a série de Fourier de y converge uniformemente para y em qualquer intervalo que ndo contenha pontos da forma 2Ln, para n inteiro, Figura 3.6. Grifico de W no intervato[-L, t] Demonstracio do Teorema 34, 108 demonstrar logo 0 Teorema 34. com @ ajuda do lema, e depois provamos 0 referido lema, Sejam x,.....%,, 08 pontos do intervalo [-L, L) onde f € descomtinua, ¢ sejam a, ...,0 08 saltos da f, nesses pontos de descon- tinuidade, isto & «, = fle, + 0)-flx,~0). Logo, a fangao «xx € descontinua em pontos da forma x, 2Ln,n = 0,1,2,....€ 0 salto nesses pontos & «,. Entio a fungio f(x), x)) € continua nesses pontos ¢ em todos os pontos onde f ji € continua. Desse modo, produzimos uma fungdo com menos descontinuidades que a fungio original f. Para eliminar todas as descontinuidades, repetimos esse processo k vezes ¢ teremos a fungao Hx) = $O)— ¥ wea) que é continua para todo x. Portanto podemos aplicar o Primeiro Teorema sobre a Convergéncia Uniforme da Série de Fourier, para ver que a série de Fourier de g converge uniformemente para gem toda a reta, Pelo lema, a série de Fourier da fungdo yx x,) converge uniformemente em qualquer intervalo fechado que nio contenha pontos da forma x, + 2Ln. Como a série de Fourier da fungao /é a soma das séries de Fourier das fungies g wgh(x—x,), pata j= 1.....k, segue-se que cla converge uni- formemente em qualquer intervalo fechado que no contenha pontos da forma x, + 2, para j= 1.....ke m= 0,1,2...., que slo justamente 8 pontos de descontinuidade da f. Isso completa a demonstragio do teorema, QED. { Seceo 37 | n Demonstracdo do Lema 3.1, Vamos calcular a série de Fourier da fungao y definida em (38). Sendo ela impar, temos uma série de senos, € um célculo simples fornece: i (a i) Logo a strie de Fourier da fungio y & Le Lime 29) 7 yn L oe) € 0 Lema estara demonstrado se provarmos que, para qualquer 5 > 0, 1 série acima converge uniformemente para 0< 6s |x| 0 qualquer, pois a série (39) é obtida tomando-se a parte imagindria de (40) ¢ fazendo 0 = rx/L. Seja Ej= ¥ e™. ay Logo. $$ Lo-5 0 42) Sig BO Eg RO , como et sot Epaume SY piein Por outro lado, usando um argumento semelhante aquele usado na Secgdo 32 para obter o valor de 50), temos, para 0< 0 < 2x, gine £0) = eda lean s 1725 Portanto seguese de (43) que ipa i) L 1-2 : +ty+ [EG ch)tisit alee uo sen k 7 [capitulo 3 J © que implica, pelo critério de Cauchy, a convergéncia uniforme de (40). E a demonstragio do lema esti completa, QED. Obsereagdo. A passager de (42) para (43) € um anfcio conhecido como a “formula de Atel de adigdo por partes”. Fm geral se (a, © (b) so duas sucessbes © B, = Ef, by. temos zi 7 — EB, Bad = Soy B+ Sy Be A By 3.8 Nucleos de Dirac A funcao impulso unitério, chamada também de funcdo 6 de Dirac € “definida” como tendo as seguintes propriedades: aya {OS en us) ff teras= Pode pasmar! Nao ha erro de impressio! Mas, como & possivel? Bom, rigorosamente nao é. O tal 6 ndioé uma fungio, pois, se fosse, deveria associar a cada niimero real, um outro real, ¢ 29 ndo é nlimero. Alm disso, como 6 & zero em toda a reta, com excegdo de um nico ponto, a integral deveria ser zero, ¢ no um, Entretanto, para malestar dos matemiticos, ssa coisa funciona bem em Mecinica Ondulatéria, Em verdade, a pro- Priedade importante do 5 € a seguinte: se y(x) for uma fungdo real con- tinua que s anule fora de um intervalo limitado, entéo (45) f BLOW) dx = WO) (46) Criticas, igualmente, se levantam contra a Expresso (46). © integrando do é uma fungio, ¢, portanto, nfio pode ser integrado! Que fazer para dar um sentido matematicamente correto a Express Slo (46)? Isso € feito de modo satisfatério pela Teoria das Distribuigses, [seco 38 ] n criada por Laurent Schwartz, que também explica outras expressdes Formais como (46) envolvendo inclusive derivadas de 3. Nesta secgo, faremos algo menos ambicioso, mas que serviri para justificar (46) de modo rigoroso. A idéia €a seguinte: tomamos uma sucessio de funcdes ccontinuas k,: +R, com as seguintes propriedades: (D1) ko) > 0; (D2) f2,, ky(xddx = 1; (D3) dados ¢ > 0 © 9 > 0, existe n tal que, para n> M9, f_mivar 0 tal que [sows ave Logo, (D3) se verifica, caso tomemos > ri. A propriedade bisica dos micleos de Dirac esta contida no resultado emunciado seguir, TEOREMA 35. Sejam (k,) uma sucessio de nicleos de Dirac e f: B+ ® uma fun¢do seecionalmente continua limitada, Entdo {a) as funcdes f, abaixo estio bem definidas, fis) = f kos-ofionass (48) (b) supondo que k, seja uma funcdo par, temos, para cada x, Him fx) = FOO S—0) anid 2 (6) a sucesso (f.) converge, uniformemente, para f em todo intercalo limitado fechado 1 que nio contenha pontos de descontinuidade de Obseroacio. A fungio f,. definida em (48), & chamada 0 produto de con- rolucdo de k, e f,e usa-se a notagio f, = k, +f, Obviamente, © produto de convolugéo pode ser definido para classes mais amplas de fungies. Por exemplo, se f: R—+ Re q: H+ R forem fungies absoluta- mente integriveis © uma delas for limitada, entdo © produto fe g estard bem definido. Uma propriedade importante do produto de convolugio € 4 seguinte: frg=aeh ou sein [ fox smids = f P(s)alx—s) ds, (49) [ secsio 38 J 75 cuja demonstrago & imediata, através de uma mudanga da variavel de integragdo, EXERCICIO. Se fe g forem de quadrado integrivel, entio fey estar bem definido, Demonsiracdo do Teorema 3.5. A parte (a) & imediata, pois o integrando cm (48) € uma fungdo seccionalmente con- tinua, para cada x fixado, e integravel, De fato f fxs fioyds emf Koray, onde M> [Fook para todo xeR Demonsiremos (b). Para faciitar « escrita (por alguns momentos!) fagamos. Fes) = AL Fle + 0) + flx-0)}, Devermos obter uma ma- joragio de f(x) Fix). Comecemos eserevendo f, na forma abaixo, em vista de (49), fioy= [ ki) feds Usando isso © « condigdo (D2) dos nicleos de Dirac, a) fo f Kobe) Fa a. (50) A idkia, agora, para fazer a majoragdo da integral em (50) € quebré-la em duas partes. Com um 5 > 0 a ser escolhido mais adiante, temos fo9-Fioy= [ Kloifee-9-Feslds + f KUsILf6x—s)-Fls)] ds = 1, + by jase Lembrando que k, € uma fungdo par, e © que é 7, temos que ° kysifte + s)ds-+ [Hso-oas- [sot +0) + fee-O9 ds a [ capitate 3 } Dai, obtemos Inks [holsies 9st ola Passion Olas Agora, usando o fato de que f € seccionalmente continua, temos que, dado &> 0, existe 5 > 0 tal que [foe fx + O] my, temos |t,| < 2Me, Portanto, dado ¢ > 0, existe ny tal que, para n> ny, temos [1e0)—F60] < (1 + 2M)e, © que prova a parte (b, Demonstremos (c). A exemplo do que se fez na parte (b) desta demons- trago, vamos decompor a integral de (50) em duas partes. Sejam a-¢ b as extremidades do intervalo 1, isto & 1 = [a,6}, E claro que podemos tomar um > 0, tal que o intervalo fechado I = = [a~n, b+ ni] também no contenha pontos de descontinuidade de f. Dado e > 0, existe § > 0 tal que se x,. x,€1' € |x, ~ x3] <8, entdo [Fox)-fl4,)] <6 (Isso € a continuidade uniforme da no intervalo fechado limitado 1’, Bom, agora vamos a decomposigio da integral em (50): n0s)-f00 = [ KUL fe-9) Fes] ds + +f Koil foe~s)- fo] ds (st) aise e, dat, [sof] < 2M hina f kisi fx-9)-flafds 62) ive aise [ seesio 39 J 7 ‘Tomando 5 < m, segue-se que x-s variari em I’ se x percorrer I. Logo, «4 segunda integral em (52) sera majorada por , Para majorar a primeira integral em (52), usamos a condi niicleos de Dirac, Logo, com esse « > 0 dado, e 0 correspondente 6 > 0, determinamos ny tal que a primeira integral seja < e, para todos n > ng Concluimos que hoods” kinas=e [fe)-S eo] < 2Me + para todo x€ I ¢ todo n 2 1, ss0 daa convergéncia uniforme de (/) em I. © Teorema 35 esti demonstrado. QED. Volta ao 5 de Dirac ¢ a explicagdo de (46). Sendo y continua e limita guese do teorema acima que 0)= tim [” bowends Portamto, se os nitcleos forem também fungies pares, isto &, k{-s) = ks), ‘obteremos exatamente a Expressio (47). 3.9 Teorema da aproximacao de Weierstrass Os polindmios so fungdes continuas muito simples, porque cles so determinados pelo conhecimento de um nimero finito de pardmetros, seus coeficientes. Por outro lado, para que uma fungdo continua qual- quer soja considerada conhecida, devemos saber os seus valores em todos 65 pontos do seu campo de definigao. Em muitos casos, nevessitamos, entretanto, apenas de valores aproximados. O teorema de Weierstrass dda aproximagio por polindmios é bastante itil nessa linha de idéias TEOREMA 36. (0 teorema de Weierstrass) Seja f: [a,b] + B uma fiando real ‘continua, definida no in- tervalo [a,b]. Entdo existe uma sucessio de polindmios P, que converge tniformemente para f em [a,b 78 [ cpio J Demonstragéo. Vamos usar 0 Teorema 3.5 da Seegio 3.8, tomando um tipo especial de niicleos de Dirac, conhecidos como os micleos de Landau: w a Y, para |x| 0,0 segundo membro de ($5) seri < &, para n maior do que um certo n,. E, assim, (D3) esta verificada, Demonstremos, inicialmente, o teorema no caso em que [a, b] = [0, 1] © 0) =f(l) = 0. Befina fungao _ {fe se xe[0.1} 6 continua Fimitada em toda rota A seg, dina as fungSes Fyas= Faso Pelo Teorema 3.5 da Seco 3.8, essas fungtes convergem uniformemente para f(x)em [0, 1], Resta, para concluir a demonstragio nesse caso, provar [seo 39} 7 que F,(x) € um polindmio em x, quando x¢ [0, 1]. Isso seri feito obser- vando-se, primeiramente, que Fo) Lys-s¥iords E, para xe [0, 1], tem-se |x—s| < 1, © que implica que, para tais x, Fx = [ Tos? Trond. Desenvolvendo a poténeia do integrando, obtém-se que F,(x) € uma soma de integrsis da forma an [roe para j = 0, 1,....2n, 0 que acarreta que F, seja um polindmio de grau 2n Se [a,b] # [0.1]. considere a fungdo ay) = f((b—a]y + a a qual é continua para ye[0, 1] Portanto, se tivermos uma sucesso de polindmios P,(j) convergindo uniformemente para g(y), nto os po- convergirio uniformemente para f(x) em [a.6) Finalmente, se /(0) efou /(1) ndo forem iguais a 0, considere a fungdo Hx) = £0) -F0)~ x) £0], 44 qual é continua em [0, 1] € (0) = h(I) = 0. Portanto, se tivermos uma sucessio de polindmios R(x) aproximando uniformemente M(x}, ento 0 polindmios 5,6) = Ro) +0) + sLF0)-£00)] aproximario uniformemente f(x). QUED. Obsertasdo, Quem ja estudou a teoria das fungées analiticas deve ter ficado intrigado com uma assertiva feita durante a demons tragio do teorema acima, Dissemos que deviamos provar que F,(x) & tum polindmio em x para xe[0.1}. Por que ndo para todo x em B? A resposta reside no fato de que F, ndo é analitica em todos os pontos da reta. De fato, sendo L,, ¢,f apenas fungies continuas, segue-se a convolugio L,# f-2 qual & a fungao F,. & continua em toda 80 [ capitulo 3] Nota. O Teorema 3.6, desde sua primeira demonstragdo por K. Weierstrass, ‘em 1885, recebeu varias outras provas usando métodos diferentes. [A demonstcagio acima parece dever-se a Landau, ¢ pode ser vista tam- bem no livro Methods of Mathematical Physies, Volume I, de R. Courant © D. Hilbert, Uma outra demonstragdo usando poligonais é devida a H. Lebesgue, ¢ pode ser vista no Cours d'Analyse de F. Goursat, Ainda outra demonstragio classiea usa os chamados polindmios de Bernstein, ¢ esta exposta no livro Anailise 1, do presente autor, © teorema da aproximagio. de Weierstrass possui uma importante e extremamente itil generalizago, devida a M.H. Stone, a qual pode ser vista no livro Aplicagdes da Topo- logia a Anilise, de C.S. Hinig, publicado nesta colegio do Projeto Eu- cides, 3.10 0 teorema de Fejér Pode parecer & pessoa que inicia seus estudos de Analise que somente as stries convergentes sio titeis, € que as séries divergentes so uma espécie de desmancha prazer. Entretanto, isso no & verdade. Séries divergentes tm sido utilizadas e muito se pode fazer com elas. Nesta seoqao daremos tum exemplo dessa situago. ‘Quando se tem uma série Ez, a,, sua convergéncia um conccito definido de um modo bem particular. Veja como se faz. Tomamos a st- cessio das reduzidas A, = E5_, a; € dizemos que a série converge, se a sucesso (4,) converge. Se vooé pensar bem, voc# mesmo poder se per- guntar por que € feito assim? A resposta & simples e esti dentro de um procedimento geral em Matematica: faz-se assim, porque 0 conccito resultante € ati. Se houver necessidade ¢ uso de um outro tipo de con- vergéncia de série, por que no introduzi-lo? Por exemplo, a série Ef. (1?! = 1-1 + 1-1+--> diverge no sentido da definigio acima, Entretanto Euler € outros matematicos obser- varam quea média aritmética da sucesso das reduzidas converge para 1/2. De fato, as reduzidas dessa série so 4, = 1, 4, = 0, 4y= 1, 4, =0.. © as médias aritmeticas mT que formam obviamente uma sucessio (o,), a qual converge para 1/2 Quando uma série converge no sentido de que as médias aritméticas das { Seceio 3.10 J a1 reduzidas converge, dizemos que ela & Cesiro-somivel. O leitor poder’ provar sem dificuldade que toda série convergente no sentido comum & Cesiro-somével, ¢ 4 soma da série (no sentido comum) é igual ao limite da sucessio das médias aritméticas das reduridas. Isso mostra que 0 conceito de somabilidade 4 Cesiro € bom, porque cle torna somaveis séries que divergem, sem perturbar aquelas que jé convergem ‘Vejamos agora 0 que a somabilidade & Cesiro faz com as stries de Fourier, J4 vimos que uma fungi continua f+» R, periédica de periodo rem sua série de Fourier, E vimos, também, que essa série nem sempre ‘converge no sentido comum, Entusiasmados e inspirados, pelo que aca- bamos de ver sobre a somabilidade 4 Cesiro, perguntamos se ela no seria Cesiro-somavel. Fejér respondeu afirmativamente essa questio, em 1904, Como veremos abstixo, © teorema de Fejér também diz algo sobre a convergéneia nos pontos de descontinuidade. Consideremos, pois, uma fungio f: +R seccionalmente continua eed ies. Ropar or a ea een st=-hene (aoe! han!) 1 6010) = Tot A H+ Sy Como vimos na S onde oon i(t+ § owt) ag MIC IE mL f Fraley 0ddr, (58) onde Fy) = aT Spa (59) que é chamado um miicleo de Fejér 80 [ capiteo3 } Nota. © Teorema 3.6, desde sua primeira demonstraglo por K. Weierstrass em 1885, recebeu varias outras provas usando métodos diferentes. [A demonstragio acima parece dever-se a Landau, e pode ser vista tam- bim no livio Methods of Mathematical Physics, Volume I, de R. Courant € D. Hilbert. Uma outra demonstragio usando poligonais é devida a H. Lebesgue, e pode ser vista no Cours d'Analyse de F. Goursat. Ainda outra demonstragio clissica usa 0s chamados polinmios de Bernstein, e esti exposta no livro Andlise I, do presente autor. O teorema da aproximgio de Weierstrass possui uma importante e extremamente itil generalizaglo, devida a M.H. Stone, a qual pode ser vista no livro Aplicagdes da Topo- logia & Anilise, de C.S. Hinig, publicado nesta colegio do Projeto Eu- clides 3.10 O teorema de Fejér Pode parecer & pessoa que inicia seus estudos de Anilise que somente a séries convergentes sto iiteis,e que as séries divergentes so uma espécie de desmancha prazer. Entretanto, isso niio & verdade, Séries divergentes 18m sido utilizadas © muito se pode fazer com elas. Nesta secgao daremos tum exemplo dessa situagao. Quando se tem uma série E74, sua convergéncia ¢ um conceito definido de um modo bem particular. Veja como se faz. Tomamos a su- cessio das reduzidas 4, = E_, a, € dizemos que a série converge, se a sucesso (4,) converge. Se vocé pensar bem, vocé mesmo podera se per- Buntar por que € feito assim? A resposta é simples e esti dentro de um procedimento geral em Matematica: faz-se assim, porque 0 conceito resultante € til. Se houver necessidade e uso de um outro tipo de con- vergéncia de série, por que nio introduzi-lo? Por exemplo, a série EF, (-1f! = 1-14 1-14 ++ diverge no sentido da definigao acima. Entretanto Euler e outros matemiticos obser- varam que a média aritmética da sucesso das reduzidas converge para 1/2, De fato, as reduzidas dessa série sio Ay = 1, A, = 0, Ay= 1, Ay = 0. © as médias aritméticas Atty Fmt HT om que formam obviamente uma sucesso (o,), a qual converge para 1/2, Quando uma série converge no sentido de que as médias aritméticas das [ secsio 3.20 J at reduzidas converge, dizemos que ela & Cesiro-somavel. O leitor poder provar sem dificuldade que toda série convergente no sentido comum € Cestro-somavel, e a soma da série (no sentido comum) é igual ao limite dda sucessio das médias aritméticas das reduzidas. Isso mostra que o conceito de somabilidade 4 Cesiro € bom, porque ele torna soméveis séries que divergem, sem perturbar aquelas que ja convergem. Vejamos agora 0 que @ somabilidade & Cesiro faz com as séries de Fourier. Ja vimos que uma fungdo continua f: ® -+ R, periddica de periodo 21, tem sua série de Fourier. E vimos, também, que essa série nem sempre converge no sentido comum, Entusiasmados e inspirados, pelo que aca- amos de ver sobre a somabilidade & Cesiro, perguntamos se ela ndo seria Cesiro-somavel. Fejér respondeu afirmativamente essa questio, em 1904, Como veremos absiixo, o teorema de Fejér também diz algo sobre ‘a convergéncia nos pontos de descontinuidade. Consideremos, pois, uma fungdo f: R— R seccionalmente continua « periédica de periodo 22. Representemos por s,(x) a reduzida de ordem n Boe b com BBE Wwa tant z (ss Ss ysen e) de 59 6 por ay, media aritmét tite t tt oD Como vimos na Seegio 32 soo= fF Dassen i(s+ Zo") onde Dx para x #0, £2L, £4L.... Logo, as médias aritméticas tem também ‘uma representagdo integral | Fy so yfody, 658) onde = Ftd = eq Don (99) que & chamado um micleo de Fejér. a2 [ capitulo 3] LEMA 322. 0 micteo F,, (x) de Fejér é uma funcao par, continua, periédica de periodo'2L, que pode ser expressa como faen 1 Dex P 1 Ea Fes) ary |e (60) sent para x #0, #2, b4L.... 6 tal que ant F0)= (61) Demonstracio. Segue-se, diretamente da definigdo, que F,,, & continua, par e periddica de periodo 2L, pois D, tem essas mesmas propriedades. De (57) © (59) temos Fu)= aren 2, Portanto devemos obter uma expressio para 0) = S senik +4) Observe que 4(0) é a parte imaginaria de F etrine gr F ge a que & igual a Loe. * [init 0? sag tasug w [S rene amt > 3 onde tudo isso vale para 0 #0, £2... Fazendo 0= ax, obtemos a Expressio (60), Para obter (61), observamos que Dj0)= L~'j +}, e 0 ema esti demonstrado, QED. AAs informagdes dadas pelo Jema acima so essenciais para demonstrar © teorema abaino, TEOREMA 32 (Teorema de Feiér). Seja f: B+ ® uma funcao seccionat- mente cominua. periddica de perioda [ seogio 3:10 ] 83 Enido, ' para cada x, \ Him a,(3) = > Lf + 0) + fla -O)} ii) a sucesso (0,) converge uniformemente para f em todo intervalo fechado I que nao contenha pontos de descontinuidade de f. Demonstragiio. Comecemos observando que, em virtude de (58), temos oat = [ Fy.) fle~ vid. Agora, definimos as fungdes Fuh “Lesh 08) iH Her €, portanto,temon aaut'= [a ,0yfte-nns © Para aplicar © Teorema 3.5 da Secglio 3.8, devemos provar que (®,) € uma sucesso de niicleos.de Dirac. A propsiedade (DI) € imediata. ‘Ve- Jamos agora a propriedade (D2): . Lat J seats f° Faden ty BS fi rere fi pove=t [fp Sow ]on = f Os) de = 1 Para verificar a propriedade (D3), sejam dados ¢>0 ¢ 6 > 0. Temos nize I (= ) l "OL, ‘onde usamos a majoragio (n+ Dax L. he) 84 [ coptuto 3 ] que é valida para x, no intervalo de integragio [4, L], Logo, ¢, dai, para n suficientemente grande, a condigao (D3) dos niicleos de Dirac esta satisfeita. Portanto © Teorema 35 se aplica imediatamente, para terminar a demonstragao do teorema de Fejér. Q.ED. 3.11 Identidade de Parseval Volte & Seogio 35, ¢ olhe @ Relagio (28), Vooé entio concordaré que as duas assertivas abaixo so equivatentes : fimey = 0 (63) % FF a4 hy-4 2 2 + yw +a s fi lve dx. (64) {A Relagho (64) & conhecid como a identidade de Parseval, Mostraremos, 8 seguir, que (68) ocorre, ou sea ae f [see Fea? dx = 0, para toda fungio de quadrado-integravel em [-L, L]. Seguir-se cconsegiléncia, que a identidade de Parseval € vilida para tais f. A Ex: pressio (65) & também escrita assim fis) = Lim [ +f (oooh + bysen I conde Lim, so as iniciais da expresso inglesa limit in (the) mean, TEOREMA 38. Seja f: 8 -» B uma fangdo periddica de periodo 2L, © de (quadrado integrével em [-L, L]. Enido a série de Fourier da f converge em média quadritica para f, ou se, a relacdo (65) é vida Demonstragio no caso de f continua, Pelo teorema de Fejér, 2 sucesso (o,) das médias aritméticas das re- dluzidas », converge uniformemente para fem [-L, L]. ie. may lodd-fl] +9. quando Como oe) foo dx s 2LL_ max, Jo,bd—F00], [ seogio 311 J 85 temos que Joi) fl) dx +0, quando n+ (66) Por outro lado, como 2,(x) € um polindmio trigonométrico de ordem n, temos, pelos resultados da Secgdo 3.5 j Js fooPacs [ Jo) £09 P dx, que juntamente com (66) di (65), ou seja a assetiva do teorema Demonstracdo no caso geral, Vimos na Secgio 36 que toda fungio f de quadrado integravel pode ser aproximada em média quadratica por fungdes continuas y. E, além disso, se f for pe- riddica de periodo 2L, entio y também o seri. Procedamos a demons- tragdo do teorema. Dado : > 0, devemos provar que existe m, tal que f [so)-fC9P dx <5, param ny 7 Pelo que acabamos de dizer, existe Y: B+ R continua e periédiea de periodo 21. tal que f [fy yoo dx < 4 (68) Por outro lado. aplicando 0 teorema ja demonstrado para 0 caso de uma fungdo continua, segue-se a existéncia de nj. tal que para n> my. temos a f [Wx)-s,o0P dx < (69) onde 5, representa a reduzida de ordem n da série de Fourier de y. Agora, pela desigualdade de Minkowski, tem-se if (re sora} <[f [po vooras | + lf, iveo-sgPas] 6, da, usando (68) € (69), { [a sgaPac se? My, ou seja, (67), que & a tese do teorema, QED. Sistema ortonormal. Um conjunto {¥/,} de fungdes de quadrado integravel em [-L,L] € chamado um sistema ortogonal, se [ivompidc-a nem f E recebe © nome de ortonormal se c, = 1, para todo n. J vimos que 0 sistema trigonométrico (dx = c, # 0. 1, co0 sen cos 2, sen 2. scoe RE, sen BE cs a a le € ortogonal, Decorre, também, das relagdes de ortogonalidade que Loe Lk 1 ex sen +++) cos sen 5+» (70) nn @ um sistema ortonormal ‘Um sistema ortonormal & completo se, para uma fungo f de quadrado integravel em [-L, L], tivermos f, Me entio f= 0, Neste nosso trabalho, dizer f= 0 significa que ftx) = 0 em todos 0s pontos de continuidade da fungao f. para todo on a TEOREMA 39. 0 sistema trigonométrico (70) & completo Demonstragio, Decorréncia imediata da identidade de Parseval, pois, neste caso, (71) diz que todos os coeficientes de Fourier de f se anulam. Portanto f [rear a [Secqio 2.1 ] 87 ‘0 que implica f= 0. De fato, se xy for um ponto de continuidade de © fx) # 0, entdo existira um intervalo I = [x)~4, Xo + 4] onde fix) # 0. Logo, ; 0< [ [feaP dx < J [feaP dx = 0. 0 que & absurdo, TEOREMA 3.10, (Unicidade da Série de Fourier). Sejam fe g funcdes per riédicas de periodo 2L 6 de quadrado inegrivel em [-L,L]. Suponha que suas séries de Fourier sejam as mesmas. Entdo f= g (ow seja f(x) = g(x) em todos os pontos de continuidade de f € 9). Demonsiracio, Sajak = fg. Como os covficientes de Fourier de fe 9 si0 0s mesmos, entio f", hy, = 0, para todas as y, do sistema trigonométrico, Logo, pelo teorema anterior, h= 0, € a demons- tragdo esta concluida, QED. Obsercacdo, A terminologia sistema ortonormal completo se justifica no sentido de que ele no & uma parte de um outro sistema orto- normal, isto &, ele € maximal. E comum encontrar na literatura a expresso sistema ortonormal fechado para designar um sistema no qual vale a identidade de Parseval para fungSes de quadrado integraves. ‘TEOREMA DE RIESZ-FISCHER. Vimos acima, Teorema 38, que dada uma fungio f: R +R periédica, de periodo 2L¢ de quadrado integrivel em [-L, Lento vale a identidade de Parseval. Em particular, vé-se que os coeficientes de Fourier satisfazem 8 relagdo, 1 2 Pergunta, Dadas sucessies (a,)i.9 & (b,)Z-1 + S40 elas os coeficientes de Fourier de alguma fungio? a+ Sta + by 8 sera de cariagdo linitada se existir uma constante M tal que, para qualquer partigfo oar R € de variagko limitada, e. aléin disso, tem-se que V[a, b] = |/(b)- fla)]. Deixamos ao leitor a veri- ficagio de que qualquer fungio f de variagio limitada é a diferenga de dduas fungdes monotdnicas: fo= 5 Mar] + foo, fbo= 4 Wfax1-fe. Esse fito € extrem mente importante, porque implica que f tenha no maximo um nimero contivel de descontinuidades, ¢, além disso. que esas descontinuidades sejam de primeira espécie; conseqiientemente, o$ limites de em cada ponto x esquerda, f(x + O)e f(x -O),existem e Finitos TEOREMA 4.11 (Teste de Jordan). Seja f uma funcdo de variagdo limitada © periddica de periodo 2L. Entio, sua série de Fourier converge para | ftx-+ 0+ fx O12, [ seesio 312 ] 89 Na demonstragdo desse teorema usaremos 0 resultado abaixo © 0 Segundo Teorema do Valor Médio para integras. TEOREMA 3.12 (Principio de Localizacdo de Riemann). Seja f uma fungao Le periédica de periodo 2L. Entdo, sua série de Fourier em um ponto x [-L, L] convergiré para s(x) se, ¢ 6 se, existir 0 < 2s Ltal que lim ws sen (n+ 3) ats.ndr = 0, 4) , onde Mx) = fle# 1) Fle) 29009, Observagio. Nas hipéteses do Teorema 3.12, acima, niio se segue a exis téncia dos limites laterais de f, razio pela qual a fungio g acima difere daquela que aparece no teste de Dini Demonstrago, Usando a Expressio (14) para a mésima soma parcial da série de Fourier de f, vemos que, a série de Fourier de converge para sx) 88, € 56 se, elo lemma de Riemann-Lebesgue, vé-se que, para qualquer A > 0 tin [ Darsode= tn ap [so] (v4 5) 1] Ma 0. Agora, consi mu) & fungao 1 a 24 4 qual & continua, para 0.<1< 2< 1. E, além disso, it) 0, quando 1-404, Logo, oe pat tin f so[ins » i [anwssnat = 0, (16) fem virtude do lema de Riemann-Lebesgue. E, finalmente, de (75) © (76) segue-se 0 resultado. Q.E.D. 90 [capieute 3] LEMA 33 (Segundo Teorema do Valor Médio). Sejam q: [a,b] -» ® uma Fangio ndo-negativa em (a.b] e ndo-decrescente e f: [4,6] + Ruma funcio £". Endo, existe 5 em [4,6] ral que Pes = ae 0 [i + 9 of fix. a) Demonstracéo. Basta demonstrar (77), para 0 caso em que gia + 0) = pois o caso geral se seguir deste, aplicando-o a fungdo. g(x) gla +0). A fungio ro = fax € continua em [ab], € sejain Me m, respectivamente, o méximo ¢ o mic nnimo de F em [a,b], Assim g(b—O)F(0 6 continua em [a, b]. € vé-se que © resultado sera conseqiiéncia do teorema do valor intermediario, se mostrarmos que mglb 0) < [ < Mgib-0). (78) Dado 1 > 0 inteiro, construimos & seguinte partigio do intervalo [a,8], vn fre foth a 0 tal que | [ee] sa en para quaisquer a a > 1 Pelo Lema 33 existe 5 >a tal que [[sel-f [ees f de onde se segue 0 resultado, <4 Demonsiraciio do Teorema 3.11. Vamos usar 0 Teorema 3.12, com 18.0) = fle $+ Fle-)-Flx + OF -O, Observe que, para cada x fixado, g & de variagio limitada em re, conse- iientemente, existem fungdes ndo-negativas monétonas nao-decrescentes g,l0) € ag) tais que gx.1) = 94(t)-g,(t) € 4,(0 + 0) = g4{0 + 0) = 0. Em virtude do Teorema 3.12 basta demonstrar que sen] in VE tim { g(tdt = i= 12 (82) 92 [ copie 3 } Portanto, dado ¢ > 0, tomemos 0-< J < Lal que git)| < & para 110.2), ¢. assim, 2 integral em (82) se decompse na soma das duas integrais a usen| (n+ 4) | re ln a A segunda tende a zero, quando n + co, em virlude do lema de Riemann= Lebesgue. Para fuzer estimativas da primeira integral, usimos o Segundo Teorema do Valor Médio: existe 5 em (0.2), tal que aquela integral & igual a wsen woe] mesnayna Jar siarean. % ‘a qual € menor que eM, onde M & a constante em (81). E, dai, o resultado, QED. Exemplo de uma funcdo & qual a teste de Jordan se aplica, mas niio o de Dini o<|xi<4, Sixy= «© periddica de periodo 1. E facil ver que f é continua e mondtona em cada intervalo [0.4]. [-}.0], 0 que acarreta f ser de variagdo limitada, A nio- licabilidade do teste de Dini se prende ao fato de que a integral abaixo diverge: = f xlogx“* Exemplo de wna fancio & qual se aplica o teste de Dini, mas ndo 0 de Jordan: 1 risen. Ofsted Isley Os] f= Vo, x © petiddiea de periods 2 Obsertucdo. Historicamente, um dos primeiros testes de convergéncia pon tual da série de Fourier foi proposto por Dirichlet: vé-se [ secsso 313 ] 93 facilmente, que ele & unm caso particubir do teste de Jordan. As condigdes 4 que a fungi deve satisazer nesse teste sio conhecidas como condicdes dle Dirichlet, © sio as seguintes: () f& limitada em [-L, L]; (i) nesse in- tervalo,f tem apenas um nimero finito de méximos e minimos; (i) nesse interval, ftem no méximo um nimero finite de pontos de descontinuidade, 3.13 Fendmeno de Gibbs Considere uma fungio f periddica de periodo 2L, seccionalmente continua e tal que sua derivada primeira seja integravel e absolutamente integravel. Vimos no Teorema 3.4 da Secgio 37 que sua série de Fourier ‘converge uniformemente em todo intervalo fechado que nio contém pontos de descontinuidade de f. Obviamente, se o intervalo contiver um ponto de descontinuidade, a convergéncia nfo pode ser uniforme em tal intervalo (cf. Proposigio 2.1). Gibbs estudow a convergéncia da série de Fourier na vizinhanga de um ponto de descontinuidade ¢ ¢ descobri lum aspecto curioso dessa convergéncia, o qual hoje & conhecido como 0 fendmeno de Gibbs: designando por (2,2) 8 oscilagao (isto & a diferenca centre o maximo ¢ 0 minimo)da soma parcial s,(x) no intervalo [—«, + &]}, tem-se que «,(¢,) ndo aproxima o salto de f em & (ou seja, {(2 + 0)— {1E-0)}, nao importando qudio pequeno seja c. Antes de mais nada, olhe a figura que mostra uma soma parcial da fungo yx) definida em (38); observe que a soma parcial ultrapassa 0 valor maximo da funcio ¥ na vizinhanga do 0. E, em termos da topologia do plano, os grificos das somas parciais (na vizinhanga de x = 0} se aproximam de um segmento do eixo y, 0 qual & maior do que [-$, $]. Tal intervalo é chamado de inter~ valo de Gibbs. As nogies que acabamos de expor serdo a. seguir apresen- tadas rigorosamente Figura 3.8 94 [ copitul 3 } Seja £ um ponto onde f tem um salto. Um ponto (é, ) pertencerd ‘ao intervalo de Gibbs em x = £, se existirem sucessdes (n,) de inteiros positivos © x,» tais que Him 5,4) = LEMA 34, 0 intervalo de Gibbs da funcdo , definida em (38), no ponto x =0, 6 0 conjunto dos y, tais que L pisen bist [ Se Demonstragao, A n-ésima soma parcial da séric de Fourier de w (cf. (39) pode ser express assim spon Laat S Cotta, soo [104-3 us sen(n +3) ct i og fT , (83) 74 : x ae ent e lsensp FE Vamos, « seguir, analisar 0 comportamento das integrais acima quando x +0 ¢ n+ cn. Na segunda integral, observamos que a fungio toa aoe t 6) "71 IL € continua em 0 < |r| < L, € g(t)-+ 0, quando # + 0; logo, o integrando dda segunda integral de (83) € limitado nas vizinhangas de x = 0. Portanto a segunda integral tende a zero quando x + 0, uniformemente em m ara tratar a primeira integral, fazemos uma mudanga de varidvel independente: r = (n + 2)1/L. ¢ obtemos l ree" sent ye Ce eee ee ee EE ese eee ee OO [ seosio 2:19 ] 95 [Antes de prosseguir,fazemos seguinte afiemagdo, cuja demonstragdo simples: dado 2, 2 <%< co, existe uma sucessio x, 0 tal que (n+ Paxil Usando a observagio do pardgrafo anterior concluimos que, para essa sucessio (x, tim sts = [Ea 5) Um purémest: integral no segundo membro de (88) define uma ung St, conhevia come a fangdo seno-ntegral, que desempenba um pape im- portant na tcori da transformada de Fourier © aplicagBes,¢ que, em Mista de sua importncia, tem seus valores dados em extensasTabeas para diferentes valores de F imediato que Si(#) € uma fungao impar. Alem diss, . sig) = [ae € a conhecida integral de Dirichlet, cujo valor é x/2 (cf. Aplicagio IT do Apéndice 20 Capitulo 6). O grafico da fungio (sen t/t nos ajuda a tragar © gritico de Si (a). De fato, dai vemos que o maximo da fungao Si (2) ocorre 1,089 2/2} Figura3.10 96 [ capitue 3] Demonstracdo do Lema 34 (continuacdo), Segue-se de (85) que o intervalo de Gibbs contém o intervalo 1 [ets tse]=[- 222.99] a Para concluir a demonstrago basta observar que, dado um ponto y no, 0 de Gibbs. entdio existe a tal que 1/5 Sita) = 9. isto 6 © que conclu a demonstragao. Obsercasdo, O comprimento do intervalo de Gibbs para a fungio yi, no ponto x= 0, € 1,089, 0 que mostra que as aproximagSes ultrapassam de cerca de 9° 0 valor da fungio nas vizinhangas de x = 0. TEOREMA 3.13. Seja f uma fungiio periddica de periodo 2L., seccional- ‘mente continua ¢ cuja derivada primeira seja integrivel € absolutamente integravel, Enido, 0 intervalo de Gibbs de f no ponto de descontinuidade & 6 0 conjunto dos y tais que so [Ba onde © = [E+ 0-fE-0)] € 0 salto de f no pono & f+ 0 +/E-0) Demonsiraydo. Ba a observar que fungi ax) = F(x) LAE + O)- FE - Oe - E) € continua nas vizivhangas de & ie. em um certo intervalo [x~£| < « Como enti, a série de Fourier da g converge uiformemente ness inter valo, segue-se que o intervalo de Gibbs def & 0 mesmo da fangao «/(x); dai, o resultado. QLE.D. 3.14 Problema isoperimetrico Esse € um problema do Caleulo das VariagSes, cuja origem se liga pitorescamente & fundacdo de Cartago, por Elisa (chamada de Dido, na Eneida), itma do rei Pigmalitio de Tito. Segundo a lenda, a ela foi dito ‘que ganharia a terra que pudesse cercar com 0 couro dé uma vaca; cor tando o couro em Finas tiras, la cercou um grande terreno de forma circular, © qual teria sido © nicleo inicial da cidade, A intuigio feminina de Dido conduziura a escolher o circulo que é, de fato, a curva que engloba maior { Secedo 3.14 J 97 Area entre todas as curvas de igual perimetro. Esse problema € hoje co- nhecido como © problema isoperimétrico, ou problema de Dido, 0 qual resolvemos aqui usando séries de Fourier, seguindo o trabalho de Hurwitz, TEOREMA 3.14. (A desigualdade isoperimétrica A drea A englobada por qualquer curca_ simples plana fechada retificivel C. de comprimento L, satifaz @ desigualdade As idx; (3) além disso, a igualdade acorre, se e sé se. C for um cireulo, Relembrando as curvas ~ Define-se caminko como sendo uma fungko con- tinua 7: [a,b] +B, Um caminho y & fechado Se Hla) = OI; © & simples se ty) # fly) para a< ty 0. tal que, para qualquer partigo a < ty 1 Voltando iis Expresses (92) ¢ (93), podemos ver que (x(t), (0) € 4 repre sentagio paramétrica de um circulo, Finalmente, o caso geral de uma curva rtificdvel pode ser tratado aproximando-a por curvas seccional- mente diferenciaveis, que podemos tomar como poligonais. Deixamos ao leitor completar os detalhes. QED. 3.15 Nota historica (© aparecimento da integral de Lebesgue, no comego deste século, possibilitou um estudo mais profundo © mais elegante da teoria da con- vernéncia de séries de Fourier. ‘As dificuldades com a convergéncia pontual, indicadas nos exemplos de du Bois-Reymond, tornaram-se mais dramaticas quando Kolmogorov, em 1926, mostrou a existéncia de fungdes integraveis, cuja série de Fourier diverge em rodos os pontos, Em 1915, Lusin propds o seguinte problema: se fé tal que lag Saen par Saeco, entio, & verdade que a série de Fourier converge quase sempre, ie, a ‘menos de um conjunto de medida de Lebesgue zero? A questo tem um 100 [-capiute 2] significado especial se lembrarmos que, alguns anos antes, F. Riesz © Fischer haviam mostrado que a condigio (a) € necessiria e suficiente para que a série de Fourier convirja em média quadratica para f. Este resultado, hhoje conhecido como o Teorema de Riesz-Fischer, € dos mais marcantes na tcoria da Série de Fourier. Sua validade se liga a completicidade do cespago L? das fungdes de quadrado integrivel & Lebesgue. © problema de Lusin resistiu meio século aos exforgos de grandes pesquisadores, foi, finalmente, respondido na afirmativa por Carleson, em 1966. Como conseqiiéncia obtém-se que a série de Fourier de uma fungiio continua converge em quase todos os pontos. [sso mostra que 0 cexemplo de du Bois-Reymond de uma série de Fourier, de uma fungio continua, que diverge em um conjunto denso, é, de certo modo, o melhor que se pode obter em matéria de contra-exemplo. A introdugdo da integral de Lebesgue e os sucessos de Riesz ¢ Fischer, no tratamento do E contribuiram para a sistematizagio do estudo de espagos de fungdes € para um intenso desenvolvimento da Anilise Fun- ional, Desde os trabalhos de Cantor, se evidenciara a possibilidade de se tratar conjuntos abstratos ¢, no comego deste século, as nogdes topo- ogicas tomaram um aspecto sistematico, principalmente com Fréchet. AAs técnicas criadas so 180 poderosas que resolvem problemas da natu- reza do enunciado a seguir. Weierstrass, em 1872, construiu uma fungio continua, sem derivada fem nenhum ponto. Com o surgimento de téenicas topol6gicas (mais pre- cisamente, 0 teorema da Categoria de Baire) foi possivel mostrar que, na classe de todas as fungdes continuas, ha “mais” fungies sem derivadas em nnenhum ponto do que fungdes com derivada em pelo menos um ponto! Um enunciado preciso desse resultado requer as nogSes de conjuntos. de primeira € de segunda categori Usando técnicas anilogas, & possivel mostrar a existéncia de fungdes reais continuas cuja série de Fourier diverge em um conjunto P, com a poténeia do continuo (ef. K. Yosida, Functional Analysis, Springer Verkag. 1974) reforgando os exemplos de du Bois-Reymond ¢ Fejér. EXERCICIOS DO CAPITULO 3 LL. Se fe g sto funsies integriveis em [a,b], entdo f+ y & integrivel também, 1.2. Dé um exemplo mostrando que, se fe y forem absolutamente inte- ariveis em [u,b]. ndo se seguir que J+ q seja absolutamente in- ceravel 2a s/h 143, 101 també Mostre que se fe g forem fungses 4%, entdo. f+ 4 Se fe q forem integriveis ¢ limitadas em [a,b], entdo fg seré inte- aravel DE uin exemplo mostrando que se fe g forem integrveis em [a,b mas uma delas nio for Himitada, entio fg poderd ndo ser integravel Mostre que se ffor uma fungao * em [a,b] €g for limitada © ine tegrivel, entdo fg sexi 2 Scjam fg: B+ B fungies periédicas de periodo 21. e de quadrado integrvel em [-L, LI. Sejam a, (resp. 3) © b, (Fesp-: fi) 05 coe ficientes de Fourier de f (esp.: g), Entio 80 4 =1 [ pomoee 32S (te + buBa) = fe al) di Mostre que « integral da fungio (log x)! no intervalo (0.1/2) é divergente Mostre que a fungio definida em (84) € tal que g(t) > 0, quando t +0. 2, Dado co <4 < cp, mostre que existe uma sucessio x, —+0 tal que mx, > Mostre que 0 comprimento de uma curva seccionalmente diferen- ciavel C € dada pela Expresso (88), Comente 0 fato dessa formula independer da parametrizacio. Mostre que a area de uma curva fechada simples seccionalmente diferenciivel € dada pela Expresso (90), ow ainda pela expressio 1 2 A [om c-xipyo)a Prove que se a, = fy. by =-2) € 2 = fy = a, = b, = 0, ento as fungiies x(1) © 1) definidas em (92) ¢ (93) sio as equacdes paramétricas de um cireulo centrado em (a. %9) € raio (af + 3)". CAPITULO 4 EQUAGAO DO CALOR Neste capitulo retomamos a analise do problema da condugio de calor em uma barra, estudo esse iniciado no Capitulo 1, onde ficou evie denciada a necessidade de estudar séries de Fourier. Com o estudo que s¢ fez da teoria dessas séries nos dois capitulos precedentes, poderemos agora analisar varios problemas de valores inicial e de fronteira para a equagio do calor. Mostraremos como obter formalmente expressoes que devem ser solugies, € a seguir, usando os resultados mais delicados de convergéncia do Capitulo 3, provaremos que essas expressies sido, de fato, solugdes. 4.1 Condugao do calor: barra com extremidades mantidas a 0 °C No Capitulo 1 comegamos o estudo do problema da condugio do calor em uma barra com extremidades mantidas & temperatura zero, Matematicamente, © problema consiste em determinar uma fungo u(x, 1), definida para 1> 0. 0< x < L, tal que W= Ku, 120, O0 © 201, 150 sitisfaz a0 PVIF (1) € niio parece que seja uma solugio aceitivel. O ruim dessa fungdo € que seus valores, para 1 > 0, no tém nenhuma relagdo com os valores iniciais f(x, nem com as condigdes de fronteira nulas. [Nao serd insensato requerer que os valores da fungdo u(x, 1), na regido Fa (eeR0ex 0), esicjam ligados com os dados inicial e de fronteira, Com isso em mente damos a definigo enunciada a seguir, onde usamos a notagdo (NERO es L120}, para designar a aderéncia de 2. DEFINICAO (1) DE SOLUGAO DO PVIF (1), Uma fiengao u: B+ & é sma solugao do PVIF (1) se ela for continua em &, tver derivadas parcias u,¢ u,, em 2, esatisfizer ds trés relacdes em (I), 104 [ capitulo 4 ] Observado. A definigdo anterior & extremamente natural, mas exige que © dado inicial f(x) seja uma fungdo continua € que f10) = (L) = 0. E se esse no for 0 caso? Exemplos de situagaes fisicas em que isso no ocorre e em que gostariamos de falar de solugio: (i) barra inicialmente a uma temperatura constante, f(x) = 50°C, por exemplo; (ii) duas barras de mesmo material, uma a 50°C ¢ outra @ 100°C, postas fem contacto em uma das extremidades, e, a partir desse instante olhadas ‘como um sistema constituido de uma Gnica barra, cuja temperatura inicial Fc) & entdo, uma fungio descontinua, Para atender a esse ti \digdo inicial, damos a definigao abaixo, onde se usa a notagio R= (x NeROS xb, 1> 0}, Observe que se quisermos tratar problemas com condigaes iniciais desse tipo devemos abrir mio da igualdade (3). Mesmo sem ter (3) podemos calcular 0s coeficientes c, para uma classe muito grande de fungies f (por exemplo, fe | f| integraveis, e, em particular, f seccionalmente con- ua), €, portanto, escrever a Expressio (2) que ainda tem chances de ser solugio do PVIF em um sentido eventualmente mais taco, E isso & © que fazemos na definigio que se segue. DEFINIGAO (II) DE SOLUGAO DO PVIF (1). Uma fined continua u: > R 6 uma solue ¢do do PVIF (1), se 0,1) = WL.) Ku, O0, lin | “as.toesrdx = f° foeordx, “0 para toda funglo g seccionalmente continua em (0, L] Por que uma tal definigao? O que significa (5)? Como veremos a seguir, (5) quer dizer que a condicdo inicial & satiseita num certo sentido médio, cuja razoabilidade & justficada pelo fato de que & mais préprio falar em temperatura média na vizinhanga V de um ponto x, do que propriamente em temperatura no ponto x. Se a vizinhanga V no fosse um continuo, sim um conjunto com m pontos x, .....%qo tal temperatura média seria a média aritmética ue + ot ube) [ secxio 4] 105 ‘Sendo V um continuo, tomamos a versio continua da média aritmética, para definir a temperatura média, f x, antsy mlode, onde 7, € a fungio caracteristica da vizinhanga V, isto & x(x) = 1, se xeV, © glx) =0, se x¢¥. Como fungdes caracteristicas de qualquer vizinhanga de pontos x de [0, 1] sio fungdes seccionalmente continuas, (5) implica em dizer que a temperatura média evolua continuamente a partir de 1 = 0. A Definigdo (11) € uma extenstio da Definigéo (D, isto & se o PVIF (1) tiver uma solugdo no sentido (I), entdo essa solugdo & também no sen- tido (II). De fato, basta verificar que (5) se verifiea, Seja, pois, uma fungao ‘9(x) seccionalmente continua e sejam I, = 1,..-,, intervalos disjuntos, formando uma partigao de [0, L] ¢ tais que @ seja continua em cada um deles, Assim, para provar (5), basta observar que sof us.) de = [ Feels) ds, para cada J, decorréncia do fato de que a fungio ux, a(x) & uniforme mente continua no conjunto {(x,0): xe1;,0<¢< 1} TEOREMA 41. Se f for de quadrado integrével em [0,1], entdio a Ex- pressio (2) define uma funcio em & que & solusio do PVIF (1) no sentido (ID, Demonstracdo. (i) As series T convergem uniformements em qualquer sub-retfingulo de a: Ay = (0054, SxS, 5 L0<4 StS <0}. De fato, elas so majoradas, respoctivamente, pelas séries Be"*", Ene ™* © Eu?e %, onde x = x°K7r,/L4, cujas convergéncias decorrem da apli- cagdo do teste da razio. Portanto basta aplicar o teste M de Weierstrass para concluir a convergéncia uniforme das trés séries de fungdes acima, 106 [ capitulo] i) A convergéncia uniforme (em sub-retangulos #, 2) da primeira sé- tie em (i) implica que (2) define uma fungio continua em (ii) Agora, lembramos © seguinte resultado, que possivelmente o leitor tenha estudado em seu curso de Caleulo: “Seja E(x, 1) uma série de fungdes continuamente diferenciaveis em um retangulo Ry, = = (Ox, Sx xy. ty StS ty}, tal que ela convirja para uma fungio x,y) € tal que a série E.u,/0x (x,y), obtida por derivagao termo a termo, convirja uniformemente para uma fungdo r(x, 3). Entio, Gu/dx existe ¢ € igual a v.” Usando esse fato obtemos sls) “eR Ut gon ME © que mostra que w é uma solugio da equagdo u, = Ku, em 3 liv) Sejam b, 08 coeficientes de Fourier de (x) estendida como fungio impar e periddica de petiodo 2L. Entéo pela identidade de Parseval = Flesotx) dx, 6 Por outro lado, f ux, tox) dx = = eM sen EE g(x) de, 0) para t > 0, onde usamos a convergéncia uniforme (em x) da série EL, ge MEH sen (nzx/L}o(x), para t > 0 fixado. Assim, de (7) obtemos [sneer Oo Finalmente observamos que emer eal s Fi llalst [Erk Js 2. 0) 120, onde usamos a desigualdade |a| |p| < ia? + 6%), conse- giiéncia imediata de (|| -|f))? > 0. Portanto a desigualdade (9) implica que & série no lado esquerdo de (9) convirja uniformemente em 1 > 0. Conseqientemente ela define uma fungdo continua de f, 0 que implica fim Fewer ch = F eh, [ seegio 41 J 107 Isso, juntamente com (6) ¢ (8), implica (5). A demonstragio do Teorema 4.1 est concl QED. Observagio, Como séries da forma Ez, nye "Tse . para j =0,1,2,...,convergem uniformemente em sub-retingulos + Segue-se que a Expresso (2) define uma fungiio u(x,t) que é infini- tamente diferenciivel em g. Iss0 mostra que 0 fendmeno da condugdo do calor € altamente regularizador ou suavizador, nomenclatura inspirada nna expresso smoothing process. Praticamente, isso quer dizer que a dis tribuigio de temperatura de uma barra, dada por uma fungdo (quase!) arbitraria, tende rapidamente, ou seja, com velocidade infinita, a se uni- formizar ¢ ser descrita por uma fungo C”. Por exemplo, duas barras com temperaturas diferentes, postas em contacto em uma das extremidades, para formar um sistema dnico, tém imediatamente (para qualquer t > 0) uma distribuigdo de temperatura descrita por uma fungao continua (e até mesmo infinitamente diferencifvel) mesmo no ponto de contacto, ‘onde hi uma descontinuidade no instante + = 0. TEOREMA 42, Seja f:[0, 1] -> uma fungdo continua com f(0) = f(L) e tal que a derivada f* exista em (0, L] ¢ seja de quadrado integravel. Entdo a Expressdo (2) define uma furcdo continua em 3, que 6 solurdo do PVIF (1) no sentido (I). Demonstraso. A continuidade de f, hipétese no presente teorema, plica que ela seja de quadrado integravel e, conseqiiente- ‘mente, pode-se aplicar 0 Teorema 4.1 para concluir que a Expressio (2) € solugdo do PVIF (1) no sentido (ID, Portanto sera suficiente provar que (2) define uma fungdo continua em ¢ 2 0, A série de (2) € majorada por Ec, | para todo (x,1)€ 4. Se mostrarmos que esta iltima série (numérica) con- verge, concluiremos que a série em (2) converge uniformemente em &, pelo teste M de Weierstrass, e, dai, que a referida série define uma fungio continua em 2, Para a convergéncia de ¥|c,| necessitamos de uma ex- pressBo ligendo c, com coeficiente de Fourier de ", a qual seri obtida como se segue, usando integraglo por partes 2 max nx|! 2 7 mmx =} [rent --2 meets 2 Frasier (10) 108 { capieuo 4 } donde os d, so os coeficientes de Fourier de /"(x) estendida como uma funcio pat e periédica de periodo 21. Obtemos da Equagio (10) < ML2nta?) + Me, dai, zle,| Potlic, Brhetea 0, «2 ux,0)= fx), para OSS L Pelo método de separagito de variiveis, fazendo u(x,t) = F(x}G(0), obtemos as equagdes Gi) = oKGW, 120, (13) F')—-oF) = 0, OS x= 1, «sy ‘onde « & um pardmetro a ser determinado, de modo que as solugdes de (14) satisfagam as condigdes de fronteira F(0)= Fil) as) as quais foram obtidas das condigdes de fronteira do PVIF (12), Os auto- valores « do problema de autovatores (14) 15) so dados por 6, = -n?x*/L?, [ secefo.42 J 109 0.1,2...., € 4 eada autovalor 9, corresponde a autofungio Fy(x) = = cos m/l. Cortespondendo a cada 9, obtemos uma solugio de (13) dada por G0) = e-""8™ Resumindo — Pelo processo de separagdo de variaveis obtemos a seguinte familia (enumeravel) de solugdes da equacio do calor que satisfazem também as condiges de fronteira do PVIF (12): u(x.) = "PK cos nnx/L. A idéia, como no caso do PVIF (1), € obter coe- ficiemtes ¢, tais que Jo) = ¥ eeost Es a6) ¢, vé-se, pois, que eles devem ser os coeficientes de Fourier da f, dada em [0..] eestendida de modo a ser uma fungio par e periédica de periodo 21, isto 6 a=t [res UN, 2 mex Portanto a solugio do PVIF (12) dece ser dada por rad (18) Sete oo conde os coeficientes ¢, sto dads em (17},4. De fato, a Expressio (18) define uma fungio u continua em 4 e infinitamente diferenciével em 2. ‘Além disso, u satisfaz & equagio do calor e as condigaes de fronteira do PVIF (12). E a condiglo inicial? Em primeiro lugar, observe que (16) s6 se verificara para todo x em [0, L] se exigitmos algo da f; por exemplo, continuiddeexisténcia da derivada f(x) como fungio seccionalmente con Ainua cf. teorema de Fourier, na Secgo 2.4). Nessas hipOteses,o leitor poder provar, usando integraglo por partes, que ¢, = —L/ned,, m= 1.2...5 onde dy = 2/L 5 (Ca sen(nxx/L)dx. Portanto . a a Slalsga ¥ he pta0, 20) us,0)= fl para Osx sh Pelo método de separacdo de variaveis chegamos ao problema de suto- valores FG) oF) = FO=rioeo" PM OSXSL ey cujos autovalores soo, = -2n~IPr/4L4, n= 1,2,..., € respectivas autofungdes sen (2n~1)nx/2L. Logo, a solugio do PVIF (20) deve ser J ce Oa RL ge n= Tex w= ¥ oe sen CSN, @ ‘onde os coeficientes c, devem ser tais que @) E vem imediatamente a pergunta: pode ser feserita na forma (23)? Observe que f deve ser definida de modo a ser uma fungdo impar, a fim de termos uma série de senos, Observe também que nio funciona a idéia de definit como periddica de periodo 21, como nos casos anteriores. De fato, 2 esté fazendo o papel de 1 dos outros problemas. Logo, defina f de modo a ser periddica de periodo 41. Entretanto isso niio define a fungio em toda reta; devemos dizer os valores de f no trecho [1,2L]. Se f for ai definida, de modo arbitrario, a série de f conteria todos os senos da forma sen jrx/2L, j= 1,2,....Como nao desejamos tais senos com j par, bastari definir f(x) = fQL- x, pata x em [L,2L], O leitor esté convidado a [ Seceto 42] m1 justificar a assertiva anterior, mostrando que, com tal f, tem-se [‘sosmfecne ew para j= 2m, m= 1,2,... Resumindo, verificar-se-A (23), para todo x em [0, L], ffor continua em (0, L] com f” seccionalmente continua f(0) © estendida como acabamos de deserever. E, entdo, os coeficientes serdo dados por Z frome as Um cilculo semelhante aquele usado na demonstragio de (24) levara a conclusio de que (25) poderd ser escrito na forma me 2 [oe es Usando integragio por partes, pode-se ver que 2b 1 Qn— tnt [rena Gia 2 © que mostra que a série Z., |cy| converge, usando Bessel idéias and- logas aos dos problemas anteriores. Em conclusio, (22) define uma fungao continua em &, infinitamente diferencidvel em # que & solugo do PVIF (20) Se f for apenas de quadrado integravel em (0, L], a Expressio (22) define uma funcGo infinitamente diferenciavel em 2, continua em 3, ue satisfaz & equaciio do calor e as condigées laterais. Quanto a condigéo inicial, veremos que ela € satisfeita no sentido médio, j& discutido nos outros exemplos. EXEMPLO 3. Barra com uma extremidade mantida a 0°C e verificando- se na outra uma lei estabelecendo que 0 fluxo de calor através dela seja proporcional a diferenga de temperatura entre o meio ambiente e a barra, © problema matematico & o seguinte: determinar uma fungio u(x,t) em H tal que Ku, em &, 40.0) + ku0,)= 0, WL.) = 0, para £>0, (27) x0) = fed, para OS x 1, e, nesse caso, 0 autovalor @ € a solugio da equago (e+ fk=1) fii) no caso de o-< 0, tome a= ~22, € mostre que os autovalores ¢,=—i2 sito obtidos das solugdes 4, da equagio Ktg AL = 2, Portanto 0s autovalores formam uma sucess80 ,. 4+ ~20. e para n grande ¢, ~-(2n-+ 1)'x*/4L2.0 leitor pode ver que, se Lk > 1, entao, i, esti entre 0 € 7/2, € se Lk < 1, entio, 2, esté entre m/2 € 3n/2 AAs autofungdes correspondentes sio F,(x) = 4,08 Zyx + By sen yx, onde 4, € b, so solugdes do sistema linear (8) Como nos casos anteriores, o candidato a solugio do PVIF (27) é Y ce PF la, cos Ags + b,€0 AX onde os ¢, devem ser determinados de modo que Fix) = ¥ efa,cos 4x + b, sen 2%) E agora? Como se vé fomos automaticamente levados i questiio de eserever F como uma série de autofungdes de um problema de autovalores. Observe que ela no ¢ uma série de Fourier, pois os 4, nfo slo, necessariamente, da forma pr/ql., onde pe q so inteiros. Bom, a matematica desenvolvida até aqui & insuficiente para resolver esse problema. Entretanto ndo nos desesperemos! Os matemiticos do passado tiveram ciéncia desse pro- blema, ¢ ja 0 resolveram para nés. Eles produziram uma teoria elegante © poderosa, chamada a Teoria de Sturm-Liowille, que sera estudads no Volume U. 4.3 Condigées de fronteira nado-homogéneas Consideremos, agora, © problema da condugio do calor numa barra submetida a temperaturas nio-nulas nas extremidades. © problema mate- [ secr5043 J 13 matic seria determinar u(x.) tal que y= Ku, em a, 0,0) = holt), Lat) = hy), para > 0 29) ux,0)= fx para O 0, Oy w{x,0) = flx)—(x,0, para O< x < Ly onde g(s.1)= Key~t,. Se for possivel determinar » de modo que elt sejn solugio da eqiagio do calor em &, entio g = 0,€ w & simplesmente 4 solugio de um problema do tipo do PVIF (I). Fm alguns casos, o programa descrto acima € exeaitivel, Vejamos dois exemplos EXEMPLO 1, h(t) = € hylt) =f, onde a € ff sio constantes, Basta tomar 1(x,1) = 2+ (B-a)x/L. Uma tal » € soluglo da equagio do calor. Portanto w € a solugdo do problema w= Kw, em at, w0.2) = wil.) = 0, em 6 > 0, wo,0)= fi-aPoFx, para O< x 0, 30) s.0)—f09, para O< x 0, a funglo g{x.1) soja representavel por sua série de Fourier (de senos) ats. = ¥ ginisen (3) Logo, de (32) ¢ (33), obtemos a equagio diferencia et) = SF et) + (0. > 0, (4) para a fungio c(t), que, em virtude da condigdo inicial do PVIF (30), deve satisazer & condigdo inicial «0 2¢° nx 7 [seven Tra. G5) 116 [ copieo 4] Portanto os cofcientes«,)setdo obtidos como a solusio do problema de valor inicial (24}(35} qual & n= qoereme screen [ yorermea 069 Resumindo — A solugio do PVIF (30) deve ser dada pela expressiio (31) com os coefcentes dados por (36, E agora se colocam as questdes deticadas de convergéncia da série em (31) de que ela define realmente uina solugdo da equagio do calor nfo homoge, e, finalment, a questdo de como & a condigio incial satisfita, Vamos estudar, no te0- reinaabaizo, esas questdesno caso particular de g ser fungi apenas dex. TEOREMA 43. Suponha que f(x) © g(x) sejam funcdes continuas com derivadas continuas por partes em {0,] ¢ tais que f10) = f(L) = gO) = gL) = 0. Emao 0 PVIF 4, = Ku, + gh em &, 0,0) =WL.=0, para 1 > 0, Gn, ux,0)= fix, para O t, para todo 1, > 0. Uma anise das varias series obtidas tomando derivadas primeiras ¢ segundas com relagio a x ¢ leva-nos a coneluir que « nica diffculdade esti na convergéneia uniforme de Eg, sen nxx/L. Isso € porém, conseqiiéncia das hipéteses feitas sobre g [ seoxs0 44 J "7 (cf. Teorema 3.3 do Capitulo 3). Finalmente, vemos que (31) define uma fangao continua em &® (¢ conseqiientemente a condiglo inicial sera satis- feita) se a série E| f,| convergir. F isso, novamente é verdade, como con- seqiigncia das hipéteses sobre /: Temperatura de equilibrio. Suponhamos que © PVIF i= Ku, + abe, (0,0) = hg(0), Lt) = hytt), para > 0, ux.0)=fx, para O 0, x,0)= fix), para O 0, ux,0)= fix para O 0, W(x, 0) = fla) Uo), cuja solugdo tem a forma ke, Het) = Eee M8" sen onde 0s c, so 0s coeficientes de Fourie Logo. lim. [a(x, ~ Utx)] = lim, t (de senos) da fungao f(x) -Utx. Hx) = 0. 4.8 Condugao do calor em uma barra no-homogénea Voltemos a dedugdo da equago da condugio de calor na Seegdo 11, e suponhamos que a condutividade térmica k seja uma Fungo K(x), Suc pondo também a presenga de uma fonte interna de calor que produza calor na razio de hx, ,u) por unidade de volume e por unidade de tempo, 4 Equacio (5) da Secedo 1.1 se tornard [ 7 [ Heist = C FP sro dedi + + t [asoae (6 que nos levaré a uma equago da forma aa (exude + atte xu ay [ seecso 45 ] 19 Como se vé a Equagiio (41) podera ser nio-linear se o fluxo de calor produzido pela fonte interna depender da temperatura. Entretanto, nés nos limitaremos a estudar a Equagdo (41), no caso em que g(x, 1,1) € a da forma a(x. thu + b(x.0, © que di origem apenas a uma equagio linear. Mesmo nesse caso, 0 estudo do PVIF para a equacio € dificil, Vamos considerar um caso, ainda mais simples (g = 0), € mostrar © aparecimento de questdes novas, para as quais nao temos ainda o preparo suficiente, Considere 0 PVIF = tend. em (L.)=0, para 1>0, ux,0)= flo, para O 0. Nessas condigies, a solugio de (64)(65) & ufos) = ett EMA RE, 6) ‘onde 0s sinais + ou~correspondem, respectivamente, a n positive ou negativo, Lembrando que ¢_, =, para n> 0, ¢ chamando de 7, 0 ar~ ‘gumento (principal) do némero temos, substituindo (66) ‘em (63). ‘Uma andlise da Expressdo (67) mostra que u(x,t) € uma superposigio de ondas correspondendo aos harménicos de f: amnikT 5 CE RM cos (“EE uxt) = +2 ll 7 Assim, cada onda tem sua amplitude amortecida exponencialmente pelo fator eT" ¢ cada uma delas esti defasada de (nn/KT)'/*x. Para termos uma idéia quantitativa, vamos tomar K = 0,002 em?) ¢ T= 365 x x 24 x 60 x 60 = 3,15 x 107s: ¢, dai, obtemos (n/KT)'? = 0.00706. O amortecimento de cada onda cresce quando n aumenta; portanto @ pri- 126 [ copitio 4] meira onda predomina, como podemos concluir dos seguintes nimeros: 4 50cm o fator de amortecimento da primeira onda (n= 1) & 0,03 e da segunda onda (n = 2) & 0,006, Vamos, pois, concentrar nossa atengio no caso em que f(t) = cos 2nt/T & apenas o primeiro harménico, Nesse caso ¢y = 0 6, dai, . nme [) Para x = 445m, essa onda esta defasada de 0.00706 x 445 = x € amor- tecida por um fitor 0,04, Pondo na mesma figura os grificos de f(t) © u(x,t) para x= 445em, temos resultado na Figura 4.1. Dai, vemos que a temperatura do solo a 445m esti completamente defasada da temperatura na superficie, Assim, a 445m de profundidade tem-se vera ‘enquanto na superficie & inverno! F vice-versa. Além disso, a Mutuagio ddas temperaturas a essa profundidade & apenas 4% do que acontece na superficie. Se considerarmos T'= 24 x 60 x 60 = 86.4008, poderemos estudar as vaviagies de temperatura ao longo do dia, Neste caso, (x/KT)"? = 0,135 e a completa defasagem ocorre a 23¢m, € 0 amortecimento na [ seegi0 47 J 127 temperatura se dé por um fator de 0,04, Portanto as variagdes de tempe- ratura na superficie penetram pouco no solo, ¢ afetam apenas uma camada relativamente superficial do mesmo. EXERCICIOS DO CAPITULO 4 2.1, Resolva (formalmente) 0 PVIF ler ema, lL.) + kuL.1)=0, para > 0, x0) =f, para O 0, Wx, 0) = f(s) O 0, =0, para O 0, ux,0)=f0, para O 0, u{L.t) + au{L.1) = y(t), para > 0, ux O= fe, para O0, x.0)= f(x, para O 0, no tem solugio de equilibrio. Determine a condigo a que neces sariamente 2, p, K, g € Ldevem satisfazer, para que exista a solugao de equilibro. 45. Considere 0 PVIF onde #, fe y sio constantes, Caleule a solugtio U(x) de equilibrio. Determine a solugdo desse PVIF. 46, Considere 0 PVIF y= Kut ai, em & HO.) = ulLN= 01> 0. ux, 0) = feo) Mostre que a fungdo © = w+ G{N, onde Gtr) € uma primitiva de gle) com G(0) = 0, satisfaz a um PVIF do tipo do Exemplo I da Seego 4.2 Excreva a solugio do PVIF acima, Dé explicitamente essa solugio ‘no caso git) = cos wt € f(x) = 0. Determine uma solugio assinttica (a mais simples que vocé consiga!) do PVIF acima, 47. Obtenha a solugdo do problema w= Ku, te em a 0.1) = uot) = 0, para > 0, ux,0)=0. para Os HO.9) = HL =0, >, Ox, 558) = abs) CAPITULO 5 EQUACAO DAS ONDAS Neste capitulo, discutimos alguns problemas fisicas que sio regidos pela equagio das ondas. A fisica desses problemas é apresentada em de- talhe, visando um duplo objetivo. Primeiro, motivar os alunos de Fisica © Engenharia para as questdes matemiticas que tratamos aqui. Segundo, procurar incutir nos alunos de Matematica um certo interesse pels re- lagdes da matematica, que ele estuda, com problemas de outras fireas: como ele vera, essas conexdes so extremamente interessantes, ¢ nao sto dificeis de serem entendidas, requerendo apenas um conhecimento limi tado de Fisica, Estudamos também a resolucdo de varios problemas para a equagao das ondas, entre eles o problema de Cauchy ¢ problemas de valores inicial € de fronteira, Para estes dltimos utilizamos a teoria das séries de Fourier, estudadas nos Capitulos 2 © 3, 5.1 Equacdo da corda vibrante Nesta scegio estudamos o problema das pequenas vibragies trans- versais de uma corda perfeitamente flexivel, © fendmeno, tem lugar num plano (x, 1) € supde-se que a corda vibre em torno da posigio de repouso longo do eixo x. Faz-se a hipétese de que as particulas constituintes da corda se desloquem apenas na diregio do eixo ue dai vem a termi- nologia de vibragio transversal. Supde-se também que a corda nao oferega resisténcia a ser dobrada, (isto é resistencia i Mexio) ¢ dai vem o nome fexivel, Para deduzir a equagio diferencial, a qual deve satisfazer a fungao lx. 1}, que representa a posiglo do ponto x da corda no instante t, uti- lizamos a lei de Newton: “A derivada com relago a0 tempo da quantidade de movimento do corpo é igual & soma das forgas aplicadas”, As grandezas envolvidas nessa lei so vetoriais, de modo que ao aplicé-la, um cuidado especial deve ser tomado coma ditedo ea orientagio de forgas, velocidades, aceleragies, etc. Vamos aplicar essa lei ao sistema mecdnico constituido Por um trecho da corda entre dois pontos arbitrarios, x = a ¢ Designando por p(x.t) a densidade da corda, vemos. inicialmente, que a hipstese das particulas se deslocarem apenas em diregio normal ax, [ Secedo 5:1 ] 131 Figura 5.1 i i implica que, de fato, a densidade independa de 1. Portanto vamos de- signd-la por p(x). Assim, a quantidade de movimento da cords entre a eb é dada por onde u(x, 1) designa a velocidade do ponto x da corda no instante . Observe que @ hipétese de vibragio transversal implica que no haja componente da velocidade na diregio x, mas apenas na diregio u. Ha dois tipos de forgas a serem considerados. Primeiro, a ago do resto da corda sobre 0 trecho entre a e b, que é representada por forgas de tensdo na directo das tangentes, as forcas F, ¢ F,,. indicadas na Figura 5.1. Representemos por fla.t) ¢ f(b.t), respectivamente, as intensidades dessas forgas. Sejam 0, € 0, 08 Angulos das tangentes a corda com 0 eixo dos x nos pontos de abcissa a ¢ b, respectivamente, Usando a lei de Newton, acima enunciada, © lembrando que no hi quantidade de movimento na diregdo x 116.1)608 0, = fla.1} e080, de onde se conclui que a componente horizontal da tensio & independente do ponto x € € fungo apenas do tempo 1; usemos para ela a notagdo 2(). Assim a resullante vertical das forgas de tensio atuando sobre 0 trecho da corda entre os pontos de abcissa ue b & Além das forgas de tensdo, o sistema pode estar sujeito & agdo de forgas externas como gravidade, resisténcia ao movimento oposta pelo meio onde esti a corda, ou forgas tendentes a restaurar a posigio de equilibrio la corda. Designando por hy(x.t.u) a densidade linear dessas forgas a0 Iongo da corda e utilizando a lei de Newton, acima enunciada, bem como 132 | Capito s } as Expressdes (I) © (2), temos 4 Promesna = [semaines = Proc dx, Q) Supondo que ux.) seja continua, podemos levar a derivada ddt para dentro da integral em (3). F como a € b sio arbitrarios, obtém-se de (3) a equaséo das ondas: Pl (Ola + Ayla), Mo ow seia, iy = gg + MS toa 4 onde (x. 1)? = rept) © Mx, t,.1) = hx, t,ul/ole Um pouco de Anilise Dimensional.) tem a dimensio de forga, isto & MLT-*, onde M & massa, L & com- primento T € tempo. Por outro lado, p(x), que € uma densidade linear, tem a dimensio ML". Logo, ctv.) tem a dimensio LT~?. isto & a di- mensio de uma velocidade. Mais adiante veremos que ess velovidade tem um sentido fisco. E fic ver que a Equagao (4) esti, como nfo poderia deixar de ser, dimensionalmente corteta. De fato, 1, tem a dimensio de uma aceleragio, isto & LT"2,e u,, tem a dimensio L~!, Alm disso, ‘y(t, x,u) tem a dimensio de forga por unidade de comprimento, isto & MT~* Logo, h= hyip tem dimensio LT-?, Exemplos da Equagio (4), de acordo com o tipo de forcas externas, A) 0 caso das vibragées livres. Suponba que as jnicas forgas atuantes se- > jam as de tensio. A Equagio (4) se torna lest ) onde se pode supor c como constante, caso a corda seja homogénea (p(x) = = constante) ¢ caso as vibragies tenham amplitude muito pequena (c(t) = = constante). 2) Vibragdes forcadas. Suponha que a corda esteja sujeita a uma fora exterior, que pode variar com x e t, Entio, a Equa- io (4) se torna Fu, + M.D. © 3) Vibracdes amortecidas. Suponha que a corda esteja imersa em um fluido (0 ar, por exemplo}, o qual opde uma resistencia ao movimento, Nesse caso, ha uma forga externa dependendo { Secofo 5: | 133 4a velocidade, que suporemos ser da forma (x,t) = —bu(x,t b > 0. 0 sinal negativo se explica, pois essa & uma forga de resisténcia ao movi- mento, Assim, a Equagio (4) se torna Hy = bu, 0 {A orga de amortecimento pode depender, de modo nko-Hinear, da velo- cidade, ¢, ai, 0 problema € bem mais complicado, Nao trataremos de problemas no-lineates neste trabalho. 4) Vibragies sob agio de uma forca restauradora, Suponha que exista um dispositivo que produza uma forga tendente a trazer a corda para a posigdo u = 0, € que essa forga seja dada por W(x,1) = ~aux, . Entio, obtém-se iy = gga ®) Resumindo ~ Provamos que uma corda, vibrando em torno da posigao = 0, tem sua posigio u(x,t) governada pela equagdo das ondas, a Equagio (4). A deseri¢do do fendmeno fisico ndo esta completa ainda, Falta dizer algo sobre a extensio da corda, sobre o tipo de arti- culagdo das extremidades e, finalmente, sobre 0 que provocou o inicio do processo vibratério, Vamos considerar alguns casos. | 1) Corda finita com extremidades fexas. Suponhamos que & cords tenha ccomprimento L,e que, quando em sua posigo de repouso, ela ocupe a porcio do eixo dos x (no plano x,1) entre 0 L. Assim, a hipdtese de extremidades fxas implica que 0,1) = u(L,t)=0, para 12 0, 9) ‘que sto chamadas condigées de fronteira, Sob o ponto de vista matemitico no interessa a natureza do processo que provoca 0 inicio das vibragdes © que importa, ¢ isso fear claro mais adiante, & 0 deslocamento inicial dda corda, representado por 1x, 0}, € 0 modo como a corda é abandonada nesta posigao, 0 que & traduzido pela velocidade inicial ux,0). Assim, deve ser dados fo, para 0Sx 0, que sitisfaga & equacéo das ondas (4), as condigdes de fronteira (9) e as condigdes iniciais (10) e (11). Um 134 [ coptiue 5 | problema desse tipo & conhecido como um problema de valores inicial e de fronteira, ow abreviadamente, um PVIF. Esse problema inclui, como caso especial, as vibragies das cordas de uma harpa ou de um cravo, onde a corda & deslocada e depois solta para comegar sua vibragdo; neste caso, f(x) 4 0 © glx) = 0. O outro caso especial ¢ 0 das vibragdes das cordas do clavicérdio ou do piano, onde a corda, em repouso, & percutida por um golpe de martelo; neste caso, f(x) = 0 e glx) # 0. 2) Corda finita com extremidades livres. Neste caso, a corda, de compri- . mento L, tem suas extremidades forcadas nio se afastarem de tilhos colocados perpendicularmente corda, no plano (x,1) de vibragao, Isso implica 7 (12) que so as condigdes de fronteira deste problema, Supomos as mesmas condigdes iniciais do caso anterior, Portanto o problema de valores inicial ede fronteira, em consideragao, é o da determinagio de uma funco w(x, 1), satisfazendo & equagao (4), as condigSes iniciais (10) ¢ (II) e as condigdes de fronteira (12) 40,0) = u,(L, 1) = 3) Outras condigdes de fronteira, Podemos ter 0 caso de vibragSes de uma corda cujas extremidades se movem, transversalmente, de acordo com leis conhecidas. Por exemplo, 0,1) = a(t), L,t)= We), para 130. Outra possibilidade seria aquela em que uma das extremidades, digamos, x= 0, tenha uma conexio eldstica implicando na condigdo de fronteira 1u,(0,1) + h0, 0) = 0. 5.2 Resolucao por séries de Fourier ‘Vamos mostrar como © método de separagio de variveis¢ a teoria das séries de Fourier sio utilzados para resolver © problema da corda vibrante com extremidades fixas ev em &, 0.) = Ml) =0, para 130, (3) ux, 0) = f(x), u(x,0) = gfx), para O 0}. [ Seceéo 52 ] 135 Resoluso formal, Utilizamos @ método de Fourier usido nos Capitulos re 4 para tratar a equagio do calor. Relembramos que esse método consist inicialmente, em usar separagdo de variaveis para determinar fungdes ulx,) = F(x)G{e) que satisfagam equagdo das ondas «is condigdes de frontcira, Isso feito, usamos essas fungSes para compor uma fungdo que satisfaga, também, as condigdesiniciais. Vamos ver como ‘concretizar esse projeto. Substituinds na equacio das ondas temos Fr FO eG © Iado esquerdo de (14) depende somente de x, € 0 lado diteto depende apenas de 1. Isso implica que eles, em verdade independam de x e de t Logo, sio iguais a um pardmetro o (independente de x e de f, 0 qual sera determinado de modo que as condigGes de fronteira sejam satisfeitas por u(x,1) = F{x)G(0). Portanto, de (14), obtemos a4) as) G’ = 0°. (16) ‘As condigies de fromteira 0 = (0.1) = F(O)G{) © O= uL.1) = F(LIGE), implicam que F(0) = F(L) = 0, pois, de outro modo, G(r) = 0, para todo t Isso acarretaria u(x,1) = 0, para todo x © todo t, 0 que, evidentemente, no interessa, Assim, chegamos ao seguinte problema de autovalores: determinar os valores ¢ (que so chamados autovalores), para os quais © problema FoF =0, 0 0, 36) Ux,0)=flxk uO) = ge O< x < L. Demonstragiio, Suponha que o PVIF (36) tenba duas solugdes, u, © 2 Por solugio nds estamos entendendo uma fungio de classe C? em # e continua em # que satisfaz a todas as relagdes em (36). Ob- [ Seceto 5.3 ] 141 Serve que isso requer as seguintes relagaes de compatibilidade entre os dados iniciais © os de frontcira: h(0) = f(0) hy) = aL). E facil ver que 4 fungdo w= u,—u, & de classe C? em &, continua em F e satisfaz a0 seguinte PVIF, o qual é do tipo (13): PLE = Ty 0,0) = ML.) = 0, ux, 0) = ux, 0} = 0. E claro que a energi inicil £(0) & 0, Logo, de (34) concluimos Pe a z [foe avy f ul dx = 0, © que implica que (x,t) = tse) = 0, para (x0) em A. (Lembre-se que pfx) € + Sio positives). Logo, 14x,1) = constante em 3%. Usindo a continuidade de u, em, € as condigdes iniciais, conctuimos que u = 0 em & ou sia m= Hy. Tein unicidade de solucio no PVIF (36). QED. Vamos, agora, a interpretagio fisica das Expressdes (32) ¢ (33) ¢ & ‘conscqiente justficagio dos termos energia cinética e energia potencial Uuiiizados. A energia einétia, no instante t, do trecho da corda entre os pontos de ordenadas a € a+ h, para h pequeno, & dada por ¥ p(x}huPlx, 0), ‘onde x é um valor apropriado no intervalo [a,a + hi. Fazendo uma par- tigdo do intervato, somando as varias energias cinéticas dos trechos de corda nos subintervalos, ¢, passando ao limite (continuidade de p © u, ‘com relagdo a x esté implicitamente admitida), tem-se que, de fato, a energia cinética da corda vibrante & dada por (32). Para a questio da ‘energia potencial, vejamos o trabalho das forgas de tensio. Tomemos, ovamente, 0 trecho da corda entre x= ae x= a+ h A forga de tensio nesse trecho, no instante ¢, €, apenas, na diego transversal e é dada por rufa + he) ra, 0) = eth hy onde x & um ponto adequado entre ae a +h. Assim, 0 trabalho 7 da forga de tensdo na corda, desde o instante r= 0 até t= fg, & dado por F=f [esstocompsoarae Dai, integrando por partes, temos [ cute tnds | a f * [reson 4 142 [capitulo] Portanto, se as extremidades da corda esto fixas, ou se as condigdes de fronteira sao u,(0,1) = u,(L.) = 0, temos [ [eset © dai © que implica 1 f 1 toy, Esta Gltima expresso mostra que 0 trabalho das forgas de tensfio. para levar a corda da configuragio inicial w(x,0) até a configuragio ux. tq), depende, tdo-somente, das duas configuragdes inicial e final. F € isso que motiva a definigio dada para a energia potencial em (33). 5.4 Harménicos. freqiiéncia, amplitude Na resolugdo do PVIF (13) feita na Secgio 5.2 pelo método de Fourier. obtivemos fungdes u(x,t) = a, sen™ ‘que so solugdes da equagio da onda, u, = c?u,,, € que satisfazem as condigSes de fronteira, uf0,1) = wt) = 0, Essas fungdes sio chamadas ‘ondas estaciondrias, pela razio que explicaremos # seguir, Para x. tal que nnx/L= kr, isto & x= kL/n, k= 0,1,.-..m, temos sen nex/L Portanto esses pontos, ¢ apenas esses, permanecem parados se a vibragio da corda é descrita pela fungio u,. [Isso corresponderia a vibragio de ‘uma corda com extremidades fixas e condigdes iniciais u(x, 0) = 4, sen nnx/L © u(x, 0) = (nne/L)b, sen nnxjl.] Esses pontos so chamados os nis da onda estacioniria. Os pontos médios entre dois nds consecutivos sio os antinds ou ventres, O dobro da distancia entre dois nés € 0 comprimento de onda: assim, © comprimento de onda da onda estacionaria 1, & 2./n, ‘A fungdo u, € chamada também o n-ésimo harmdnico ou a nésima tonica. A primeira tnica recebe, também, 0 nome de nica principal ow [ Seceso 64 J 143 harméinico fundamental, © 0s demais sio as supertinicas. Fazendo 2, = = VG + be 0, = arctgayb,, podemos escrever u,, assim, nfs = apsen 4 0,)se0" an onde 0, s¢chama a fase. Observe que para cid ixtdo configuragto da cord & esrita por uma sendde Para on valores deta gu rel) Oj he, k= OI, 2.-n. a cords pass pel posto de equi, © nests momentos a Yelociade duo & maxima, Para os valores de tals que sen [(nnct/L) + 8,] = +1 a corda tem seus desvios maximos da po- sisio de equiva, e nesses momentos veloidade € zero, Observe tims bem aus © movimento de cada ponto x dt cord obedee wn lesen de amplitude 2 Sen mets perodo T, = 2 ne fegienia = ne2L, Assim, a leqéncia de vibragio de todos ox pontos da Corda aE & sHsen"T slo chamadas, respectivamente, a freqiéncia (ou freqiféncia natural) ¢ amplitude do. nsimo harménico. Vé-se que as freqiéncias das super. t6nicas sio miltiplos da freqiiéncin da tnica A energia do n-ésimo harminico. Consideremos © n-ésimo hatménico wu, produzido pela corda vibrante com ex: tremidades fixas; veja a expresso contida em (18) ou (37): aoe (se de onde se segue: Para calcular a energia de « usamos as Expressdes (32) ¢ (33) para obter (on owns) “2 rf "8 ve, sen ° pasos (") = 144 [ capituo 5} nncL~'t + 0,. Supondo p e + constantes, temos aE spe? cos? B, + +e Be) e, como c= 1p"! segue-se que Wat petal = Maaio}, (38) B= Tip, ectas = Maia onde M = Lp éa massa da corda, «, € freqiiéneia do n-ésimo harménico ea, € a amplitude maxima desse harm@nico. neg dard £asomadasevergias dos trios hans De ft, bs senitie ta calcular a cenergia no instante ¢ = 0, uma vez que a corda vibrante, com extremidades fixas, forma um sistema conservativo. Assim, a energia & da corda & f ploval de + 5 [vere Usando as Expressdes (20) ¢ (22) € as relagies de ortogonalidade, temos ou sei, fo que mostra que E= EE, 5.5 Corda dedilhada Consideremos uma corda, com extremidades fixas, posta a vibrar ragas a um deslocamento de sua posigG0 de equilibrio. Teriamos que fs eonfiguragSes seriam descritas pela fungdo x,.), que & a solugio do PVIF (13), com fnxja, para OSX SG, 10) A pare es be ae) = 0 Esse & 0 modelo (ideal) do que ocorse quando se dedilha as eordas de uma hharpa, ou quando se toca varios outros instrumentos de cords, como, por exemplo, 0 violo ou 0 violino em pizicat. [ seogio 5 5 ] a8 eur 3 [A solugio do PVIF (13) neste caso & dada peta Expressio (19), com ba0e Qh nna aia) nn? Assim, 0 nésimo harmnico é dado por A configuragio u(x,t) & a superposigao desses harmdnicos. Observe que, dependendo do ponto a, onde se dedilha a corda, alguns harménicos podem estar ausentes na expresso de u. Dizemos, entio, que esses har- ménicos estio mudos. Por exemplo, se a= 1/2, todos os harmOnicos pares permanecem mudos. Em geral, se © ponto a for um n6 do n-ésimo hharménico, entio ele permanecera mudo, Vé-se, entio, que © primeiro harménico nunca permanece mudo. As vibragdes de uma corda se transmitem ao ar produzindo ondas sonoras. Assim, podemos entender o som produzido pela corda vibrante ‘como uma superposigdo de harménicos. As qualidades fisicas do som so fungdes dos varios parimetros que entram nas expressdes de 1, Assim, a altura do som & medida por sua freqiiéncia, dada em hertz, (ciclos por segundo). Obviamente, essa é exatamente a freqiigneia do har- ménico fundamental. Quanto maior a freqiiéncia mais alto é 0 som. Os sons audiveis variam aproximadamente entre 16 ¢ 16000 Hz, Vejamos como a altura do som depende das condigdes ae IV p Portanto, se diminuirmos 0 comprimento da corda, a altura do som au mentara na razdo inversa da variagio dese comprimento. Esse artificio isicas da corda. Temos 148 { copies | € usado quando, na harpa, se diminui o comprimento da corda vibrante por um dispositivo controlado por um pedal. Os comprimentos de cordas vibrantes no violZo ou no violino so diminuidos com a pressio dos dedos ‘em certos pontos. De modo anilogo, @ altura aumenta segundo a raiz quadrada da tensio, Dai, a necessidade de afinar um violio ou um vio- lino, pois com o tempo a tenso na corda varia © ela passa a produzir sons de alturas diferentes, Finalmente, a espessura da corda também afeta a altura do som, na razdo inversa da raiz quadrada de p. ‘A intensidade do som depende da energia da corda vibrante. No ‘caso da corda dedilhada essa energia € Es May ola Vé-se, pois, que a intensidade varia proporcionalmente ao quadrado do deslocamento dado corda no ponto onde se dedilha. Finalmente, o timbre do som & uma qualidade que permite distinguir sons de mesma altura e mesma intensidade. Ele depende da forma de ux, ), &, portanto, da distribuigao de todas as supertonicas. Assim, sons cde mesmas altura e intensidade podem ser produzidos por cordas, cujas vibragies so ocasionadas por dedilhamento, ou por percussio, como no caso do piano, ov ainda, pelo atrito com um arco, como no caso do violino, O que distingue esses sons € 0 timbre, pois a forma de x,t) € diferente em cada caso. 5.6 Vibragdes forgadas. Ressonancia Consideremos o problema de vibragdo de uma corda com extrer dades fixas, e sujeita a forcas externas, O deslocamento u(x, 1) & a solugio do PVIF uy, = Cu, + glx.t), em A uO.) = ult) =0, para > 0, WO) = fio para OS SL, sO) =f para OS XSL Como em outras ocasides, vamos proceder informalmente para descobrit um candidato a solugdo, A idéia tentar solugdes na forma G9) wenn £ einen. 0) [ sees80 56 J 147 com coeficientes c,(t) a determinar. Supondo que, para cada 1, a fungdo ‘als, possa ser escrita como uma série de Fourier do tipo sen « , agindo sem ceriménias (!) quanto a derivagies de séries, termo a termo, obtemos 2S resent + F gitsen ou seja, (42) para todo 1 > 0, onde @, = nc/2L é a frequéneia do n-ésimo harménico dda corda livre (ef. Secgdo 5.4). Além disso, usando as condigdes iniciais do PVIF (39), coneluimos foo= y «(O)sen (43) fla) = ¥ cf0)sen ™™, 44) (© que mostra que devemos ter 2° nx. «i=? [penta “9 um 2. {" nx 10) = 7, | teisen Tx (46) Assim, ¢,@) €a solugdo de um problema de valor inicial para uma equagio Jiferencial ordinaria de segunda ordem, dado em (42), (45) ¢ (46). A solugio geral da Equagio (42) € da forma 0 onde a, € b, sio constantes arbitririas que serio determinadas, de modo que as condigdes iniciais (45) e (46) sejam satisetas; e €() & uma solugio particular da Equacio (42) que pode ser obtida pelo método de variagio dos paraimetros. 1,008 Drangt + by sen Image + E,(0) 148 [ capitulo 5} Resumindo — Determina-se <¢,(0) peta resolugio do problema de valor inicial dado em (42), (45) ¢ (46), €, ento, a Expresso (40) deve ser a solugdo do PVIF (39), Hipdteses sobre a diferenciabilidade de g fy &.f, devem ser feitas para que se possa realmente provar que a série em (40) converge © que, de fato, define uma solugao do PVIF (39). ‘Omitiremos essa discussio, pois outras semelhantes ji foram feitas ante- riormente, Vamos ilustrar com alguns casos particulares. EXEMPLO 1. Suponha que g(x.) seia igual a uma constante 4, em todo a, Nesse caso 60) = 4,008 2regt + b,sen 2ner,t + (ney) 2A e. da 60) = 4, + 2n0,) 7A, (0) = 2r0,b, Portanto 0) A (0) = 640) c08 2rent + 580) sen Arwg + (pat E08 27041), eda 03 sen? rw, sen 4 weds dts Yom yt sen onde o(x.1) & solugio do PVIF correspondente i corda livre, isto é, com g = EXEMPLO 2, Suponha que glx.1) = Asen(2nor), isto & que a cord vibre sujeita a uma forga periddica de freqiiéncia «. Entao, uumna solugdo particular da Equagdo (42) € dads por A sen rot (0 = Go SP se oto, E40) =~ gh teos2rmt, se 640) =~ gh te0s deo, o=0, Postanto » A sen2not e401 ac082eef + hysen Iron + gts SENT. se oho, A of 82mg + 800 2nw,)—44, 10s 2xo. © O = Oy. a at + By ay! 7 de onde se segue 640 = 640+ gee (wn2mon- Saen2eog)} 1 OA Oy { Seceto 57 | 149 4 ayn = efcor2rag + SO Vemos, pois, que se a freqligncia «» da forga externa for igual 2 uma das freqiiéncias proprias da eorda livre,» de u(x.1) um termo da forma 1698 2rer sen "2%, © qual no é limitado quando 1+ 20, Como 0 resto da expressio de u 6 limitada, concluimos que as amplitudes de w crescem ilimitadamente. Neste caso, dizemos que existe ressondncia. Por outro lado, se a freqiiéncia «da forga externa dilerir de todas as freqiténcias priprias da corda livre, a expresso de w sera da forma u(x.) = Hox.) + w{x.0}, onde o(x.1) € a solugio do PVIF correspondente corda livre & me, que define uma fungio limitada, pois @, se comporta como n. Conse lientemente, as vibragdes se mantém limitadas: no ha, pois, ressondncia, seo #0, para todo n. ‘A ressoniincia no caso da corda vibrante, ou em outros sistemas. meclinicos em vibragio, pode ser considerada uma tragédia, algo a se evitar, pois, praticamente, implica em que o sistema se quebre. Ja no caso de sistemas elétricos, a ressondncia pode ser explorada beneficamente: ‘© processo de sintonizagio consiste em por em ressondncia um circuito elétrico com um impulso externo, 6.7 Corda infinita Vamos agora estudar 0 problema de vibragio de uma corda de com- primento infinite, Como 0 Isitor vé,esse problema & uma idealzagio matematica para o caso de uma corda muito longa (1), Neste caso. no hha condigdes de fronteira a satisfazer, e, assim, © problema consiste em buscar uma fungdo u(x,1) definida no semiplano fechado, xe € 1 > 0,

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